Olá pessoal. Saindo o capítulo de Julho, tá acabando, faltam 5! Eu tinha previsto até outubro, mas acho que vai até dezembro, ando com o tempo mais curto do que o normal e.e Hyu, DZ e todos que acompanham, não desistam, eu vou terminar issaque, com orgulho :3
O capítulo de hoje tem duas partes. A primeira é complexa e explica todos os mistérios que faltavam da fanfic (quase todos, faltam uns dois que vão ser revelados no penúltimo capítulo e.e) mas vocês vão entender como surgiram todos os elementos, que história é essa de Mixa e Arithia serem a mesma general, porque alguns são bielementares e outros possuem apenas um elemento, e assim sucessivamente. Eu ando muito matador de personagens mesmo, mas estou tentando seguir a lógica do resta 1 -q. Notem que só matei os Stars menos a Sasha e os Guardiões do Futuro, tem uma explicação melhor nesse cap. A segunda parte é uma corrida contra o tempo e a introdução dos três últimos personagens novos da Seven. Quanto aos erros do Hyu, o Kraft tem esse temperamento psicopata de falar sozinho e usar jargões, não foi o que pensei, mas sim o que ele realmente falou xD. E sim, eu errei ali, era a maior, não mesma, bem notado x-x. Eu me inspirei um pouco na menina do Avatar mesmo com os poderes do Leo,a certou xD. Mas não são iguais, tanto que inverti a percepção.
Bem, desculpem se para variar a formatação estiver ruim, culpa do forumeiros.
XXXIII
Mixa deu um passo para trás, cessando o turbilhão que formou ao tentar atacar seu inimigo. Mack andou lentamente até o lado da namorada, já com bolas de fogo preparadas para qualquer eventualidade. A general de água marinha, que dizia ser Mixa do futuro, ainda chorava com as mãos trêmulas.
- Você sou eu? Isso é alguma brincadeira não é? - Perguntou Mixa confusa, olhando para a versão do futuro e depois para o namorado. - É alguma piada? Onde estão as câmeras?
- Para mim, é alguém que controla poderes psíquicos e está enganando a nossa mente. Simulando uma figura conhecida para nos matar na menor das oportunidades… - Respondeu Mack avançando com cuidado até a general de água marinha.
O cheiro de queimado e de umidade da sala se tornavam mais encorpados enquanto o cerco se fechava. A mulher arregalou os olhos e colocou os braços em posição de defesa ao ver que o inimigo se aproximava.
- Não, eu estou dizendo a verdade! Vocês não sabem o trabalho que deu para que eu enganasse o Polius e enfim conseguisse a ajuda de vocês! Acreditem em mim!
Houve uma pausa longa antes da Number VII dizer algumas palavras:
- Se você é mesmo a minha versão do futuro, então prove. Qual era o nome da minha banda favorita na adolescência?
Mixa do futuro respondeu de prontidão:
- Baked Hazel. E a música era Mad in Nut, com vinte e três segundos de solo do guitarrista reserva. Você aos dez anos pintou o cabelo de azul pela primeira vez e um garoto da sua sala de aula, Lewis, te chamou de alienígena. E você sabe arrotar o alfabeto inteiro, menos a letra M porque…
- Tenho que fechar os lábios ao mesmo tempo. - Completou Mixa com uma sobrancelha levantada. - Ela é boa. Acertou todas.
Mack continuou encarando Mixa do futuro e respondeu:
- Isso não prova nada. E se ela não encontrou sua versão do futuro antes de morrer e usou os poderes psíquicos para copiar tudo em sua mente? Ou então, não observou seus hábitos ou pesquisou a fundo sua vida para...
- Eu já disse que sou eu, Mack! O que você quer que eu faça agora? Quer que eu toque na minha versão de 2014 e a devolva para o passado? - Indagou ela irritada. - Tudo fez parte de um plano meu e de alguns rebeldes dessa era, eu tenho como provar! O Neeway, por exemplo...
- Espera, Neeway? - Perguntou o Number IV irritado. - Agora eu tenho realmente certeza de que ele não prestava, não adiantou ter me ameaçado de morte…
- Mack, espera. - Pediu Mixa gentilmente ao colocar sua mão no ombro do amado. A ira dele se cessou como uma brisa soprando em um dente de leão. - Eu vi o Neeway se sacrificar para me salvar. Ele sabia que eu era importante para estar viva, só não queria dizer o porquê. Se ela realmente planejou tudo com ele. eu preciso escutar os argumentos.
Mack respirou fundo e olhou profundamente os olhos da amada. Ele apagou a chama e abraçou a menina.
- Está bem, vamos dar uma chance. Por você, não por ela e muito menos pelo idiota dos fones de ouvido.
Mixa do futuro deu um pigarro para limpar a garganta, até que começou a falar:
- Bem, tudo começou nos primeiros anos da ditadura poliana. Pouco a pouco, Kraft tomava casas, cidades, nações e continentes como um jogo de War em vida real. Os rebeldes eram fortes naquela época, pois tínhamos o Mack como líder, Spike como braço direito e eu como apoiadora. Até Velho Joe dava conselhos e estrategemas de guerra que eram fundamentais. E a massa populacional que se assustava com a imposição dos poderes e de um novo governo apoiava a gente.
Ela deu uma pausa leve e continuou:
- Entretanto, Kraft tinha libertado algum tipo de vírus pela Terra que fez com que a maioria das pessoas começasse a adquirir poderes e elementos distintos. Ele inclusive criou novos elementos artificiais e inusitados, onde a pesquisa dos Numbs e Equip XX jamais conseguiu chegar antes.
- Gelo, terra e veneno. - Concluiu Mixa prestando atenção na história. - É por isso que não existem Numbs ou Guardiões desses tipos em nossa era?
- Exatamente. Portanto, quem consegue manipular um desses três elementos ou qualquer outro dos sete sem o auxílio de um suporte ou objeto, é considerado um infectado pela Possessão Molecular.
- Poção o que? - Perguntou Mack confuso ao repetir a palavra.
- Possessão Molecular. É um tipo de átomo que ficou conhecido por Velho Joe como K, de Kraft. É o vírus nos corpos dos elementares, o que dá forças para eles controlarem elementos de qualquer natureza sem o apoio de nada. Alice, Leo e 98% dos humanos que desenvolveram esse vírus, estão com poderes apenas pela força de Polius.
- Mas, espera um pouco. - Interrompeu Mixa. - Quer dizer que Polius os controla? E pelo que eu saiba, para que Velho Joe e Ignoto pudessem criar os elementos, eles tiveram que sacrificar Tuani, ou estou enganada?
- Você tem razão nas duas afirmações. - Explicou Mixa do futuro. - Primeiramente, Velho Joe descobriu que Polius já havia sacrificado a pessoa que mais amava para desenvolver os chips de diamantes no início dos anos 2000. Por isso, quem possui um átomo K no corpo, é proprietário de um dos microchips que vocês viram na Torre Arco-Íris e na aura sombria que era PK. Esses microchips se multiplicaram e viraram a proliferação doentia dos elementos, incluindo os artificiais. Mas para que Polius tenha controle dos chips e possa comandar um exército de todos os seres humanos infectados, ele precisa de uma coisa que não possui atualmente. Alcance!
- Alcance? - Perguntaram Mack e Mixa ao mesmo tempo sem entender.
- Sim! Na Torre Arco-Íris, os nossos amigos guardiões só eram possuídos pela aura de Polius porque ele estava no sétimo andar, ou seja, a menos de um quilômetro dos alvos. O mesmo acontece com ele atualmente. Para que consiga controlar todos do mundo, ele precisa espalhar seu poder sombrio além dos microchips. A força que eles possuem é mínima, se comparada com o que ele pode fazer por perto. Ainda mais preso naquela fortaleza de cristal em Nova Iorque.
- Mas como ele pode conseguir esse alcance? - Indagou Mixa começando a roer as unhas.
Mixa do futuro ajeitou uma das mechas repicadas dos cabelos e continuou:
- A resposta é bem mais simples do que podemos imaginar. Pensem em algo que alcança a todos nós, mais rápida que o vento e mais poderosa do que o som…
Os dois pararam um pouco para responder, mas Mack adivinhou de antemão:
- A luz. O Sol alcança a todos, mesmo estando longe. É claro que as sombras se opõem a ela e abrigam algumas pessoas, mas eu sinceramente não vejo outra coisa que possua mais alcance e rapidez do que isso.
- Exatamente, Mack.- Sorriu a moça de cabelos azuis. - Se Polius tivesse o poder da luz, conseguiria o alcance necessário para controlar o mundo. E qual é o jeito mais eficaz de conseguir o elemento luz?
- Instalando uma luminária gigante na Lua? - Brincou Mixa do passado.
- Não. - Falou Mack seriamente. - Juntar os sete Numbs originais.
Mixa do futuro assentiu em concordância, sentando levemente na poltrona de veludo queimada.
- Esse é o plano de Polius. É por isso que ele não se opôs diretamente quando Alice tentou trazê-los do passado. É claro que vocês possuem o poder de se unirem novamente e se sobressair nele, dando o fim absoluto de Polius em qualquer tempo ou dimensão. Mas ao mesmo tempo, se ele colocar as mãos nos sete Numbs, não haverá era que ele não possa alcançar. Ele terá em mãos a luz e a escuridão, o tempo e o espaço, poderá controlar tudo que vocês jamais pensaram em conhecer e ser imortal.
Aquilo definitivamente assustou a dupla, que ficaram mais abraçados do que nunca.
- Os elementos originais representam a composição do universo. A água e o ar que compõem a vida, a grama que representa a natureza, o trovão que simboliza a energia, o fogo que é o que aquece a todos e nos une e por fim, os dois elementos que significam a humanidade: a força bruta e a mente, representados pela luta e o psíquico. Por isso, quem possui todos eles, consegue a luz ou as trevas. A luz é dada àqueles que juntam de boa fé os elementos. As trevas, é a junção forçada, criada para causar a discórdia e o mal. Acho que vocês se lembram disso quando Tuani apareceu pela primeira vez, na época em que fomos resgatar o Velho Joe das mãos de Zarcag.
- Sim, Polius também já conseguiu na Torre unir os elementos forçadamente, criado pelos chips de diamante. E eu uni todos para formar a luz. A luz venceu. - Lembrou Mack sobre o que aconteceu no ano anterior. - Mas Polius já juntou os Numbs no passado e formou as trevas. O que o faz pensar que dessa vez, os elementos formarão a luz?
Mixa do futuro ficou com uma expressão melancólica e enfim respondeu:
- O objetivo de Polius vai além de só conseguir os Numbs. Na Torre, todos os sete donos deles estavam vivos, por isso os elementos foram forçados a entrar no seu corpo, os Numbs tiveram de ser arrancados por ele, e não abdicados pelos donos. E só há três maneiras de um Numb não pertencer mais há uma pessoa. A primeira, como vocês já viram no passado, é quando o próprio Numb rejeita seu dono por vontade própria.
- Eu lembro disso. - Falou Mixa do passado. - O Numb V rejeitou Nigel quando o conhecemos na Frozen Pig, por não considerá-lo leal ao tentar ferir a gente. Só que Polius deve saber que provavelmente os sete Numbs não lhe aceitariam como dono, então por quê ele vai tentar isso?
- Porque há dois outros métodos de se abdicar um Numb. O segundo método é óbvio também, o Number o abdica por vontade própria. E por fim, o que PK realmente espera que aconteça: quando o Number morre, o primeiro que conseguir tocar em seu Numb é considerado superior ao antigo vencedor, portanto, eles são obrigados a aceitarem seu novo proprietário, mesmo que as ações dele sejam indignas.
- O quê?! - Perguntou Mack estupefato. - Quer dizer que se ele matar os Numbers e pegar todos os Numbs antes de alguém, ele será dono deles sem nenhuma rejeição?! Isso é… um absurdo, como você sabe disso tudo?
- Eu mesma fiz o teste. E além de mim, apenas Neeway, Mack e Velho Joe sabiam do plano.
Aquilo fez Mack quase ter um ataque do coração. Ele mesmo estava envolvido naquela jogada.
- Eu irei explicar tudo sobre o plano, mas preciso terminar os detalhes. - Pediu Mixa do futuro pacientemente. - Pois bem, assim que eu terminar de contar tudo, vocês precisam acreditar em mim, pois Polius planeja matar os Numbers restantes e conseguir o alcance da luz. Isso inclui vocês dois.
Mixa concordou de imediato, já acreditando que aquela realmente era sua versão do futuro, mas Mack ainda desconfiava.
- Voltando ao ano de 2019, quando a revolução poliana chegava a um ponto grave, Joe era o único que sabia sobre o átomo K e todas as especificações dos Numbs. Mas ele precisava testar os meios de se obter um Numb de bom grado. Por isso, eu e Mack nos oferecemos sem que o restante descobrisse. Nossa filha estava prestes a nascer e o átomo já tinha até mesmo chegado a Leonardo, o filho de Kiwa com Nigel, que começou a desenvolver poderes do elemento artificial terra, e…
- Calma, você disse nossa filha? - Entonou Mack com surpresa ao que ela afirmou.
- Exatamente. - Continuou Mixa. - Sim, Mack, você é papai. Alice é sua filha. Precisamos chamar Neeway na época para que vocês dois simulassem a briga e enganassem a todos, pois desconfiávamos do espião na base, que posteriormente descobrimos que era Arithia. Foi a melhor forma de salvar Alice do que viria a ser um futuro desastroso. Você fez Neeway prometer não revelar esse segredo a ninguém e que defenderia Alice e eu com unhas e dentes. Tiveram até que adulterar o exame.
Mack corou de imediato. Então fora por isso que ele e Neeway brigaram. Esse também foi o motivo da ameaça de Neeway do futuro no dia em que a guerra se iniciou. Desde o começo, ele sabia de tudo e estava cumprindo ordens da sua versão do futuro. E morreu tentando salvar Mixa. Justo ele, que sempre foi apaixonado pela menina no passado.
- Sabíamos que haveria uma invasão poliana na base e nos preparamos com antecedência. Eu havia aspirado um átomo Kraft durante a gravidez e conquistei um segundo elemento, o psíquico. Sendo assim, consegui treinar o suficiente para criar uma cópia ilusória e acabamos simulando a minha morte. O que de fato não pudemos evitar, foi o falecimento do Velho Joe, não contávamos com isso. Tudo foi feito para que enganássemos Kraft, e deu certo. Ao mesmo tempo que fizemos ele acreditar que Arithia tinha uma cópia holográfica, que seria a general de água marinha e de turmalina ao mesmo tempo, usei meus poderes psíquicos para me passar por ela.
- Mas se a Arithia era o Zarcag do futuro… como foi que isso nunca deu problema?
- Como nós sabíamos que ela era a espiã e se infiltrou, usamos meus novos poderes para manipular a memória dela. Só que não pudemos evitar a presença dela na base, Mack foi levado para o calabouço por Kraft, que pegou de surpresa mais uma vez. Como eu estava supostamente morta, Neeway ficou responsável por ficar de olho nas suas ações e me contá-las. Eu soube de toda a história para trazê-los de volta a essa era e de que ela trocaria as fibras óticas, Neeway fez com que as vontades dela fossem atendidas, para que Polius e Arithia não desconfiassem de nada. Sabíamos que em algum momento, quando a maioria dos generais se fosse, seria o momento certo para eu me revelar a vocês.
Mixa sorriu em resposta à versão do futuro. Mas Mack ainda estava encucado:
- Se o motivo de nos trazer de volta para o passado, tanto de Polius quanto de vocês, foi a união dos Numbs, isso quer dizer que ele não tem em mãos o VII e o IV dessa era. Onde eles estão, afinal?
- Até hoje não soube o que aconteceu com o IV. Mack o escondeu de Polius de algum jeito depois da minha morte. Ele disse que conseguiria enganar a todos, que descobriu um jeito eficaz. Foi na mesma noite em que ele foi capturado e levado ao calabouço de PK, por isso não sei seu paradeiro. Já o VII foi destruído por mim, Joe e Mack. Não tivemos alternativa, se a presença dele fosse sentida por Polius, ele iria atrás e saberia que eu estava viva. No início, achei que abdicar seria o suficiente, mas Joe quis garantir que Polius não conseguisse ficar com os Numbs reunidos. Por isso, quebrou o VII com o único jeito de se destruir um Numb.
- E qual seria? - Perguntou Mixa massageando o próprio Numb VII.
- Lágrimas de amor verdadeiro, como Joe sempre suspeitou. Como o VII estava sem dono, bastou que eu derrubasse lágrimas por Mack, que estava do meu lado, e então o Numb virou uma poça de água, o elemento que ele controlava. O espírito da vida do Numb foi feito por sacrifício de amor verdeiro. Sua destruição, é o pesar, o arrependimento, as lágrimas sinceras desse mesmo sentimento.
Houve outra pausa e Mixa do passado também começou a chorar. O que intrigava Mack, porém, era o paradeiro do Numb IV naquela era. É claro que Velho Joe e suas versões futuristas imaginaram que separar os Numbs traria esperança de que Polius nunca controlaria o mundo, mas Mixa viu que estavam enganados, apenas a união deles poderia vencer Kraft de vez. Mesmo que isso custasse a derrota, pois caso falhassem e fosse Polius quem obtivesse os sete Numbs antes, ele seria indestrutível.
E se o VII estava destruído e o ditador só tinha o V em mãos, já que sequestrou Kiwa do futuro, só havia uma explicação cabível: o IV ainda estava naquela era, escondida em algo inimaginável até mesmo para PK, pois ele ainda mantinha Mack do futuro preso no calabouço de sua fortaleza. Apenas ele sabia o paradeiro do Numb IV da época. Por isso era mantido confinado e vivo. Mas Mack do passado viera para aquele ano de 2029. Ou seja, ele seria o plano B de Kraft.
- Falando em amor verdadeiro, você disse que Polius já havia feito um sacrifício de amor para conseguir os elementos artificiais. Quem ele matou no passado? - Perguntou Mack um pouco sem graça por estragar o momento.
As duas Mixas limparam as lágrimas ao mesmo tempo. A do futuro respondeu:
- A mulher dele. Mas isso foi bem antes de tudo isso acontecer. Foi daí que os microchips ganharam força e se tornaram fortes contra vocês. Bem, só para completar a minha explicação, me infiltrei como general de Polius, para que ele pensasse que eu fosse a verdadeira Arithia. Porém, é tudo parte do plano do Mack. Se seus amigos vencerem Michelle em Dublin, teremos as dez pedras reunidas para entrar na fortaleza, libertar Mack e unir os sete Numbers para destruir Kraft de vez!
Aquilo pareceu animar os três, como se a esperança fosse revigorada. O plano de Mack do futuro deu certo, pelo jeito.
- Ok, Mixa do futuro, eu acredito em você. - Falou Mack sem graça. - Só tem uma coisa que ainda não entendi. Se o Numb VII dessa era está destruído, como você possui poderes de água? Quro dizer, o átomo Kraft que você aspirou é psíquico, então a água…
- Bem Mack, algumas pessoas dessa era, tanto do bem quanto do mal, são bielementares. Elas aspiraram o átomo K especial, que foi pouco difundido por Polius, já que exige muito poder. Segundo o Velho Joe, Polius conseguiu introduzir dois átomos, um dentro do outro, para que uma pequena parcela da população conseguisse dois poderes elementares. Daí surgiriam seus generais, que iriam conseguir controlar dois elementos, superiores a quem fosse contra seu regime. Joe estima que 20 átomos foram espalhados com essa função. A maioria que inspirou o duoátomo, como ele é chamado, consegue desenvolver dois poderes elementares após muito esforço. É por isso que não é fácil encontrar um bielementar no planeta. Kraft tinha os vinte em mãos, mas após uma tentativa de ataque nossa, deixou que sete deles escapassem. Os outros treze, ele manteve trancafiados consigo.
- Sete… quer dizer que apenas sete pessoas no mundo todo conseguiram aspirar um duoátomo?
- E vocês conhecem os sete. É claro que, algumas pessoas, respiraram o duoátomo, mas possuíam o elemento natural do suporte. É o caso dos guardiões, Heshy, por exemplo, tinha o poder da água que foi colocado em seu Equip XX, criação artificial dos Numbs. Mas, ao mesmo tempo, respirou um átomo comum de gelo e se tornou bielementar.
- Entendi. Por isso todos os guardiões tinham dois poderes, enquanto os Numbers e as tropas comuns não conseguiram nenhum poder extra. - Constatou Mack.
- Exatamente. E quem são os outros bielementares que conhecemos que não têm nenhum Equip XX ou Numb, mas mesmo assim, possuem dois elementos?
- Cris e Kalel. - Lembrou Mixa. - Os dois aspiraram os duoátomos.
- E os cinco Stars. - Concluiu Mack. - Então Spike…
- Mack, você conhece Spike há dois anos, e sabe que não dá para esconder nada dele, não é mesmo? Tivemos que contar a ele, um pouco antes da minha falsa morte, todo o nosso plano. Sua versão do futuro deu uma missão a ele. Com a desculpa de que iria recrutar um time reserva que pudesse ser forte o suficiente para vencer Polius caso os Numbers e Guardiões falhassem, ele deveria buscar as outras pessoas que inspiraram o duoátomo, já que Cris e Kalel se voluntariaram para ajudar os rebeldes após descobrirem os poderes duplos.
- Agora tudo faz sentido. Mas então, quer dizer que Polius ainda detém treze duoátomos? - Indagou Mack.
- Ele possuía treze. Agora, são apenas três, Mack. - Explicou Mixa do futuro. - Você não pode se esquecer dos generais. Cada um de nós passou por testes absurdos para virar um sublíder poliano. Com treinos e lutas mortais, eram milhares de pessoas que estavam ali a favor de Polius, ou então, sendo obrigadas por ele com algum tipo de ameaça ou chantagem. Enganei bem usando só o poder psíquico, desenvolvi ele brilhantemente. Todos tinham apenas um poder já adquirido pelos átomos. Eu tinha o psíquico, Hector o poder de luta, Raysa e Bobby a água, Thor o fogo, Lúcia o gelo, Kihar a terra, Michelle o trovão e Theodore o veneno. Ele escolheu nós nove para sermos os generais campeões que mereciam o cargo mais alto da patente, os que iriam receber mais recompensas pelos atos de ditadura. É claro que ele sabia que eu era uma cópia de Arithia, enquanto sua única real serva se passava como Zarcag na base. Ela foi a cobaia das Pedras Preciosas, recipientes projetados com os duoátomos.
Ela pausou e respirou bem antes de prosseguir a longa explicação:
A Turmalina foi a primeira delas, com poderes psíquicos para que ela usurpasse os poderes de Zarcag e se infiltrasse na base. Deu certo. As outras nove pedras foram entregues de outra maneira. Primeiramente, os três mais leais a ele, exceto eu, receberiam os novos elementos, gelo para Bobby com a Safira, veneno para Michelle na Ametista e terra para Theodore, na Ônix. Thor, devido ao nome, ficou com o trovão do Topázio. Raysa queria o mesmo poder do irmão e ficou com fogo no Rubi. Lúcia, a viciada em chás, queria ervas especiais e pegou a pedra de Esmeralda, da grama. Kihar recebeu o poder de Luta da pedra de Obsidiana. Sobramos eu e Hector, que era o único general forçado a ficar lá, já que seu irmão foi aprisionado por Polius. O maluco achou que ele tinha potencial para desenvolver os poderes, e acertou em cheio. Bem, como ninguém podia saber minha identidade, já que eu era um “clone da Arithia”, Hector pôde escolher entre a Água Marinha da Água e a Lápis Lazuli do Ar. Optou pela segunda, ainda bem. Como já estava habituada com a água, não tive problemas para controlar aquilo. Graças a memória alterada de Arithia e o sucesso dela ao enganar Polius, ele sabia que caso a identidade de Zarcag do futuro fosse descoberta, que as cópias mudariam de lugar, o que seria uma vantagem a ele. E assim aconteceu, ele acha que eu sou a Arithia verdadeira e a que está no caixão de ametista que ficou na Ucrânia é uma cópia, mas ledo engano. Quando vocês chegaram aqui, eu tive de fazer o que as câmeras de segurança mostravam, ou seja, as ordens de Polius deveriam ser seguidas. Prendi Leo numa esfera, parece que PK tem planos grandes para ele. E evitei que Alice acabasse com meu disfarce. Aqui nessa sala, o único meio de me comunicar com ele é o monitor, que quebrei enquanto lutava com vocês. Por isso pude me revelar, sem que ele descobrisse nada.
Depois de entenderem tudo, finalmente Mack e Mixa ficaram confiantes de que ela falava a verdade por completo.
- Então precisamos agir logo. O que você acha que Polius pretende fazer? - Indagou Mack.
- Bem, além de servirem como suportes, é fato que as pedras preciosas são chaves para quebrar a cúpula de diamante que separa a fortaleza do resto do mundo, em Nova Iorque. Enquanto as pedras não forem destruídas, ainda mantenho os poderes de água, tal qual os outros generais ainda vivos continuam com seus elementos secundários. Porém, aposto que Polius tem mais três generais secretos.
- Três? Por quê? - Indagou Mixa perplexa.
- Ao abrirmos a fortaleza, as tropas de guarda são fichinhas. Mas Polius prefereria enfrentar um número bem menor de pessoas, é claro. E precisa que os Numbers sejam destruídos, mas não os Numbs. Por isso, ele ainda possuía três duoátomos que aposto que deixou guardado para uma tropa extra. Se seus amigos forem pegos por eles, não sei o que poderá acontecer…
- Então temos que voltar depressa e avisar aos outros antes que eles tomem qualquer passo equivocado. - Afirmou Mack.
Tudo parecia bem, mas de repente, uma explosão atingiu a escadaria secreta. Deslizando numa trilha de gelo, surgiu Alice com seus cabelos cor de rosa curtinhos.
- Aí estão vocês. Precisamos derrotar essa mulher rápido, antes que…
Porém, o que a menina viu foi Mack e Mixa defendendo uma figura que ela só conhecia por fotos. Sua mãe.
- Oi filha. - Falou ela com leveza.
Alice parou para pensar um pouco. Mack e Mixa pareciam não lutar com ela. E pelos poderes que viu a mulher usar, sabia que ela tinha o elemento psíquico. Ou seja, a figura que ela observava agora era uma ilusão. Sua mãe tinha morrido, não podia estar ali. E Mack e Mixa deviam estar hipnotizados. Tudo que precisava fazer para enfrentar Polius, era pegar a pedra de água marinha que estava nas mãos da general. Então, Alice agiu:
- Não vou cair nesse truque barato!
Freeze Slider!
Ela deslizou com se estivesse em um lago congelado e fosse uma patinadora profissional. Com uma rapidez e tanto, deu um chute na mão da inimiga e pegou a água marinha.
- O que você está fazendo, filha? - Perguntou Mixa do passado assustada.
- Alice, você entendeu errado, ela é mesmo sua mãe! - Gritou Mack chocado.
- Não posso dar ouvidos a vocês! Estão hipnotizados! Eu vou entregar a pedra ao Izzy, mas juro que volto para tirar vocês e o Leo das mãos dessa farsante.
Alice pegou a fibra ótica. Mixa do futuro tentou agir:
-
Water Impact!
Alice deu um rolamento para a direita e disse:
- Você está se passando bem como minha mãe, até a água conseguiu copiar. Por isso minhas estacas de gelo não funcionaram lá embaixo, você é uma bielementar das boas. Mas está na hora de eu dizer até logo.
No momento em que desapareceu com o teleporte, Mixa do futuro tentou outro ataque:
-
Paralyze Psycho!
O impacto do golpe pareceu atingi-la por uma fração de segundo, mas ela havia conseguido fugir.
- Droga, vamos atrás dela! - Avisou Mack já preparado para apanhar sua fibra ótica.
Porém, ele não conseguiu se mexer. Nem as duas Mixas conseguiam.
- O que aconteceu? Por que estamos imóveis? - Perguntou Mixa do passado desesperada.
- O meu ataque. - Comentou a do futuro. - Na hora do desespero, ao pensar que Alice estragaria nosso plano, eu o utilizei com muita força. Ele faz com que quem seja atingido fique paralisado por uma hora, podendo apenas falar e respirar. Nem mesmo um elementar psíquico ou quem usou o golpe consegue quebrar esse tempo ou revertê-lo.
- Isso quer dizer que…
- Até lá, seus amigos podem estar em perigo. - Concluiu tristemente Mixa do futuro.
~//~
Todos os presentes no acampamento rebelde estavam de frente para o telão que poderia ligá-los ao pessoal do passado. A máquina soltava zumbidos depois que Izzy começou a mexer nela. Spike, Zarcag e Sasha chegaram a tempo de ver uma figura tremeluzir na tela. Os três não trocaram mais palavras depois que a grande revelação de Polius Kraft ser o pai de Zarcag vir à tona.
- O que está acontecendo? Que barulho incômodo é esse, Izzy? - Perguntou capitão Nigel sobrevoando as cabanas e os telões, com as mãos nos ouvidos.
A tela soltava mais vibrações sonoras enquanto o pequeno garoto de moicano ajustava o monitor.
- Perdão, capitão. Consegui terminar o novo modelo de relógio comunicador e vim contar a novidade. Mas encontrei a tela aqui com quase tudo pronto, parece que Spike e Sasha fizeram um ótimo trabalho.
Os dois se olharam de relance e sorriram levemente com o elogio.
- Mas por quê essa coisa está fazendo esse som tão alto? - Indagou Steve do futuro com uma cara de raiva.
Izzy torceu uma porca na base do monitor e a figura da televisão começou a ficar menos chuviscada. Com um pouco mais de tempo, lá estava o idoso criador dos Numbs, velho Joe, com sua imagem diretamente do passado.
- Meninos, corram aqui! - Pediu ele olhando para trás. - Deu certo, eu acho.
Todos os rebeldes olhavam com surpresa ao telão. Zarcag sorriu de imediato, acenando ao mentor de quinze anos no passado.
- Estive consertando a máquina do tempo e o comunicador dela nesses últimos instantes, finalmente consegui a primeira parte. Vocês estão me ouvindo bem?
- Sim. - Respondeu Izzy animado. - Acho que a nossa máquina comunicadora também precisava desses ajustes. Você é Joe Freedow do ano de 2014, não é?
O velhinho confirmou e respondeu:
- Exato. E provavelmente, você é Izzy, o filho da…
- Izzy! - Gritou alguém atrás de Joe. Era Merixa mais animadinha do que o normal, com poucas feridas já tratadas pelo corpo.
- Mãe? Você está viva! - Urrou ele surpreso e com os olhos lacrimejando.
- Sim. Eu e o Heshy estamos bem. Sinto muito, perdemos para a general de ametista, mas Heshy do futuro tocou na gente antes de vermos o que ia acontecer. Acho que não foi algo bom, não é mesmo?
Izzy negou cabisbaixo, já se lembrado do falecimento de seu pai.
- Eu também estou bem! - Gritou Neeway, surgindo de trás dos dois. Logo em seguida, Ohlie e Counie apareceram sorridentes. Ohlie do futuro, mesmo sem sua visão, ouviu a voz da versão de 2014 e sorriu orgulhoso. Os dois Steves acenaram para Counie aliviados.
A conversa durou aproximadamente duas horas entre rebeldes e pessoas do passado. Os do futuro contaram os resultados das lutas e as que estavam sendo executadas naquele instante, enquanto o pessoal comandado por Joe relatou como chegaram ao serem tocados pelas versões futuristas, o assédio irritante dos jornalistas e a aventura que tiveram de vencer contra Polius em sua forma atômica.
- Expulsamos ele por enquanto, colocando-o numa esfera elétrica criada por Neeway. - Explicou Joe.
- Mas, se Polius é uma forma plasmática e viral nesse tempo, será que o nosso também é assim? - Indagou Izzy duvidoso.
- Quem sabe ele não reconstruiu o corpo depois de fugir dessa gaiola. - Deduziu o capitão N. - O problema que mais me intriga é saber que a maioria de nós possui um átomo K dentro de si. Se esse tirano pensa que pode controlar o meu filho ou qualquer outro rebelde para nos matar, ele vai ver só o que lhe espera!
Joe fechou os olhos e respirou fundo.
- Entendo sua preocupação meu neto, mas sabemos que Polius não possui força o suficiente para controlar a todos, senão já teria feito isso há algum tempo. Meu palpite é que ele só comande quem estiver muito próximo dele. Sugiro que invadam a fortaleza assim que possível e permitam que os Numbers o vençam, por precaução.
O capitão N concordou com as palavras do avô.
- Além disso, temos um plano B. Em pouco tempo, consigo terminar de consertar a máquina do tempo mais uma vez. Eu vou enviar dessa vez o meu inalador de átomos em escala global. Se ele realmente funcionar com a substância que coloquei como amostra, todo o átomo será sugado e convertido em ar puro, quebrando esses microchips polianos. Mas saiba que, ao fazerem isso, o poder de todos os rebeldes elementares que não detenham um suporte, será perdido.
O silêncio reinou após as profundas palavras de Joe. A maioria dos elementares ali presentes se olharam com uma cara confusa.
- Uma vida sem poderes elementares… - Falou Artok Barille, um soldado de confiança que controlava o elemento fogo. - Não vou poder mais esquentar as coisas do jeito que quero ou acender o fogão com rapidez.
- E eu não conseguirei mais voar pelos céus. - Lembrou a subtenente Park Louis, uma elementar do tipo ar.
- Meus pacientes não poderão mais ser abastecidos com as ervas que necessito. - Lamentou-se a enfermeira dos rebeldes Elisa Hernania.
Um pequeno alvoroço se instaurou na multidão descontente. Ao mesmo tempo que os soldados simples comemoravam pelo fato de não estarem em pé de desigualdade com o final dos elementos, os que já haviam se acostumado com eles na última década odiavam o fato de perder aquele poder. Quando um ser humano é mais forte que o outro, é duro perder a razão de sua força subitamente. O capitão N teve de controlar a situação:
- Acalmem-se, por favor pessoal! Sei que é difícil nos acostumarmos sem os elementos, mas nossas vidas voltarão ao normal! Éramos fortes sem eles, continuaremos sendo e num mundo onde Polius Kraft não domina.
- Para você falar é fácil! - Gritou Rubino Alle, um tenente forte do terceiro batalhão que controlava o veneno. - Você possui um Numb! Os Numbers irão ficar com seus poderes depois que esse inalador funcionar. A gente não! Quem nos garante que não seremos forçados a tê-los como novos ditadores?
Uma boa parte do grupo pareceu concordar, incluindo os soldados sem elementos. Nigel não sabia o que responder, mas Velho Joe pareceu entrar na briga diretamente do telão.
- É sério isso? Vocês acham que Nigel, Steve ou Zarcag podem dominar o mundo em que vocês vivem assim que derrotarem Kraft? Que vergonha escutar isso! Eu, que criei os Numbs, sei muito bem que eles possuem sentimentos, os mesmo que pertenceram à minha amada mulher Tuani! E se uma ação feita pelo Number for indigna, os Numbs abdicam de dar a força ao seu combatente! Mas isso não é nada, pois eu, que nunca tive nenhum poder, sei que posso confiar nessa alternativa. Meu neto e seus amigos são mais do que capazes para derrotar Kraft e conseguirem que o mundo volte ao normal.
A multidão se silenciou e Nigel do futuro aproveitou a oportunidade:
- Exatamente! E se for necessário, eu mesmo irei destruir o meu Numb para provar que podemos viver juntos, sem que um ditador nus suborne com os poderes! Devo minha vida a todos que perderam as batalhas e tentaram nos salvar com o sangue que derramaram! Minha mulher está presa naquela fortaleza, meu filho está lutando no Havaí, todos estão se esforçando para criar um mundo melhor! Não é por mim, nem por Steve, nem por Zarcag. É por todos nós!
Naquele instante, Elisa foi a primeira a levantar a mão em apoio ao capitão, se desculpando pela indecisão. Em seguida, todos os soldados, elementares ou não, colocaram os punhos ao ar. Um som uníssono de força e valentia foi clamado por aquelas pessoas. Polius Kraft perderia os átomos assim que o inalador fosse enviado ao futuro.
No meio da discussão, um flash de luz surgiu ao lado direito do telão. Hector Ramirez desabou no chão, segurando uma pedra roxa brilhante na mão direita. Seu rosto de galã hispânico começava a ficar preto, como se estivesse entoxicado.
- Hector! - Gritou Nigel do passado ao se aproximar do amigo.
Kiwa que também estava perto invocou algumas ervas desintoxicantes com a mão direita, colocando-as no buço do ex-general.
- O que aconteceu? Onde estão os Stars? - Perguntou Nigel assustado.
- Michelle era muito forte. Estávamos vencendo, mas ela apelou para um veneno sombrio. Yenna e Al aspiraram e morreram na hora, Balicus… - Ele pausou para respirar e começou a tossir. - Prefiro nem comentar o que o corpo dele virou. Lis me deu o resto de poder para matar Michelle e voltar aqui com a pedra. Por favor, salvem o Victor para mim.
Nigel o abraçou antes que fechasse os olhos. O veneno sombrio consumiu seu corpo, até que piorasse. Elisa e os outros médicos já usavam as técnicas mais potentes, enquanto elementares venenosos liderados por Rubino tentavam extrair o veneno sombrio. Mesmo assim, Hector pareceu não resistir.
- Droga! - Falou Spike nervoso ao ver o ex-general morrer. Ele abraçava Sasha com força, que não parava de chorar pela morte dos amigos. - Pelo menos derrotamos aquela maluca. Temos nove pedras, só falta…
No mesmo instante em que ele falava, outro clarão surgiu ao oeste. Alice, com as pernas imóveis por um ataque psíquico, se arrastava com rapidez.
- Pessoal, eu consegui! Peguei a Água Marinha da general. Ela é terrível, usa ilusões para nos enganar. Mack e minha mãe foram pegos e Leo estava preso numa esfera psíquica. Voltei aqui para entregar a pedra para derrotarmos Polius, mas preciso retornar para lá com reforços. A general de água marinha precisa libertar Leo e minha mãe!
- Calma. - Pediu Zarcag do futuro. - Você disse que ela usa ilusões, é isso? E que Mack e Mixa estavam sob seu poder?
- É. Seria melhor enviarmos elementares psíquicos para lá. E elétricos também, ela controla a água como segundo elemento. E por quê não consigo mexer minhas pernas?
- Você tem razão em relação a ela usar poderes psíquicos. Parecia que ela ia te paralisar com um golpe instantâneo irreversível. Fique tranquila, isso irá sumir em uma hora.
Ela respirou aliviada e entregou a pedra de água marinha.
O capitão N olhou para o telão com Joe e perguntou:
- Vovô, acha que consegue me enviar nas próximas horas o inalador? Vou pedir para que Izzy o ative ao meu sinal.
- Sim, irei tentar o quanto antes. - Avisou ele. - Só preciso de umas peças finais para que a máquina do tempo fique reutilizável e assim que possível o entrego a vocês.
O comandante se virou para decidir o plano de invasão na base.
- Certo. Alice disse que Mack, Mixa e meu filho precisam de ajuda no Havaí. Izzy, quantas fibras óticas nós temos?
O garotinho se virou assustado para apanhar o que lhe restava de fios teletransportadores e respondeu:
- Mais três, capitão.
- Ok. Priece, Lerman, vocês comandam o elemento de eletricidade. Enzo, você possui poderes psíquicos. - Ele apontou para três soldados de alta patente e confiança dos rebeldes. - Ajudem nossos amigos a saírem da base havaiana. O restante…
Nigel foi interrompido por várias explosões no outro extremo do acampamento. As tropas inimigas chegaram e invadiram o local, que não possuía mais segurança graças à confusão do telão barulhento.
- Merda. Tropas, protejam os feridos no hospital e lutem com todas as suas forças. Rubino, seu esquadrão fica responsável por defender Izzy e o telão para que Joe possa nos trazer o inalador. Todos os Numbers, guardiões e Stars restantes venham comigo para a saída norte!
Todos responderam de prontidão ao chamado de seu líder e logo a trégua se cessou. As tropas polianas chegaram e uma enorme confusão naquele pedaço do acampamento acontecia repentinamente. Joe consertava a máquina em 2014 enquanto todos lutavam. O grupo de dez pessoas que Nigel convocou para a saída se uniu de prontidão.
- Para quebrarmos a cúpula de Polius, é necessário que cada um segure uma pedra preciosa em sua respectiva entrada. Assim, invadimos a cúpula e damos uma surra em Kraft. O que acham? Assim a guerra cessará o quanto antes!
Os nove concordaram de imediato. Até mesmo Marcus Ohlie, que antes estava assustado por ter perdido a visão, se ofereceu para socar a cara de idiota de PK.
Nigel distribuiu as dez gemas, uma para cada um, que se posicionaram para as nove faces da crisálida de diamante, mais o topo.
Nigel do futuro pegou a turmalina que pertencia a Arithia e ficou no topo, flutuando levemente. Kiwa apanhou a esmeralda de Lúcia. Ao seu lado, Nigel do passado segurava a Lápis Lazuli do amigo Hector. Logo após, os dois Steves se concentravam com o rubi de Raysa e a Safira de Bobby. Ohlie apalpava a ônix de Theodore. Do outro lado, Sasha segurava a ametista de Michelle. Já Spike, brincava com a água marinha da general ilusória. Por fim, os dois Zarcags ficaram com a obsdiana de Kihar e o topázio de Thor. O capitão N gritou em contagem regressiva.
- Três, dois, um!
No sinal, todos encostaram a pedra onde deveriam. A cúpula começou a reverberar como um frágil casulo de mariposa se rompendo. Ao mesmo tempo, sem eles saberem, Alice conseguiu mover suas pernas. Uma hora havia se passado.
E a cúpula caía lentamente, como cacos que se espalhavam sem direção segura numa tempestade. Os rebeldes comemoravam ao longe o que viam, como se a ruína de Polius estivesse mais próxima do que nunca.
No instante em que a crisálida chegava ao meio, outro clarão surgiu no acampamento, ao lado do telão. Mack, Mixa, Leo e uma mulher de cabelos azuis repicados apareceram ao lado de Izzy.
- O que é isso? - Perguntou ele assustado com a aparição repentina.
Rubino e seus soldados se viraram surpresos, prontos para lançar um golpe devastador, mas Mixa do futuro interveio com uma barreira psíquica.
- Parem pessoal! Somos nós! Mack, Mixa, Leo e… Mixa do futuro.
Izzy os observou com os olhos arregalados, enquanto ajeitava os óculos escorregadios no nariz.
- M-Mixa do f-futuro?
- Sim. É uma longa história meu amigo nerd, mas estamos com pressa. - Pediu Mixa do passado para o rapaz. - Onde estão o capitão N e os outros?
O menino de moicano apenas apontou para a crisálida.
- Bosta! - Bravejou Mack. Os quatro correram na mesma hora para a fortaleza de Polius.
Aos poucos, a barreira de cristal continuava a cair e rachar em caquinhos de microchips impenetráveis. O quarteto que veio do Havaí já estava na metade do caminho, quando foram parados por alguém.
-
Snow Bomb!
Uma bomba de neve pousou próxima aos pés de Mixa do futuro, obrigando o grupo a parar.
- Alice! - Exclamou Mixa do passado. - Filha, não é nada disso que você está pensando.
Leo, que já tinha acreditado em tudo que Mack e as Mixas haviam comentado, interveio:
- Eles estão certos. Ela é realmente a sua mãe, era uma agente dupla!
Alice parecia se negar da verdade, tal qual Mack fizera na base havaiana. Tal pai, tal filha.
- Filha… me perdoa. Eu precisava desse trunfo para vencer Polius. Se não corrermos até a base, nossos amigos estarão em perigo. Por favor, acredite.
Relutante, a menina de cabelos rosa abaixou as mãos e disse:
- Está bem… eu acredito.
Mack sorriu para Alice, algo que não fazia desde a ida à Amazônia. A mesma menina impiedosa quebrou a face de má para se render à luz. Ela finalmente estava aprendendo.
Mas ele não podia comemorar ainda. A cúpula parecia estar chegando ao fim de ser quebrada, eles precisavam advertir os amigos que aquilo era uma armadilha de Polius e que mais três generais deveriam estar de prontidão para matá-los.
Então, os cinco continuaram a caminhada para a fortaleza de cristal, na esperança de salvar os companheiros. Depois de cinco minutos, finalmente conseguiram chegar. Mas era tarde demais. Os cacos de diamante já estavam no chão e os dez que ali estavam invadiram a base, um em cada canto, como se fossem cercar Polius de qualquer tipo de fuga.
- Precisamos avisá-los! - Gritou Mack desesperado. - Mixa, onde você acha que esses três generais irão aparecer?
A mulher pareceu desconhecer a resposta. Foi então que ela percebeu um pequeno detalhe que lhe daria a verdade daquela questão. Próxima à entrada do palácio, com um aspecto bem fino e quase imperceptível, uma pequena parede de cristal era visível. E ela parecia se encontrar com outras duas, mais para trás. Uma outra crisálida, uma segunda cúpula pequena. Ou seja, três novas paredes defensivas, formando uma pirâmide triangular em volta do castelo, mas abaixo da fortaleza de cristal antiga.
- Ali! Uma pirâmide bloqueadora. Três entradas possíveis, ou seja, três guardiões!
Mal Mixa terminou de falar e as paredes começaram a brilhar intensamente. Os dez elementares rebeldes pararam ao notar que outra barreira surgiu para cobrir o palácio.
- O que é isso? - Indagou o capitão N ao alto da base, aproximando-se de Kiwa.
- Afastem-se! - gritou Mixa do futuro, já prevendo aquilo.
Um enorme raio de luz saiu de cada uma das paredes. O primeiro, com um tom puxado para o verde claro, atingiu Sasha,os dois Zarcags e Spike. A parede mais ao leste emitiu um raio com a cor verde escura e brilhou em cima de Kiwa e os dois Nigels. Por fim, a terceira parede do lado oeste, lançou uma luz alaranjada em direção a Ohlie e os dois Steves. As luzes cessaram tão rápidas quanto chegaram e os dez desapareceram.
- O que foi que aconteceu? - Indagou Mack perplexo.
Leo segurou a mão de Alice com força ao ver o sumiço dos pais. As duas Mixas faziam a mesma cara de medo e surpresa. O pior teria acontecido?
Então, uma voz alta e clara reverberou de dentro do castelo.
- Acalmem-se meus queridos rebeldes e minha amada traidora, seus amigos não morreram. Ainda.
Polius Kraft deu uma risadinha cínica com um desdém evidente.
- Polius… - Comentou Mack com amargura e nojo.
-O monitor não estava totalmente quebrado, cara Mixa. Ouvi tudinho, acredite que quase fui pego de surpresa ao revelar meu plano por completo. E você acertou na mosca. Ainda faltavam três duoátomos. Só que eu também uni o útil ao agradável. Aquele teste para os generais que você fez revelou três seres capazes de coisas bem piores para mim. Três assassinos cruéis e impiedosos que dariam a vida em qualquer era ou espaço a Polius Kraft.
Nas paredes de cristal, três imagens ficaram refletidas. Na que a luz saiu verde claro, um homem de aproximadamente trinta anos, com cabelos curtos tingidos de esverdeado, como um pedaço de capim, além de um sorriso jovial e belo. Seu olhar era frio e vago, mas aparentemente parecia um universitário de farra que tinha pintado o cabelo enquanto estava bêbado. Segurava uma faixa vermelha igual a de uma ginasta.
- Marin Tartech, o general de Malaquita.
Ao lado dele, no leste, onde a luz saiu verde escura, a figura era feminina. Uma moça linda e com a maçã do rosto perfeita. Os olhos azuis profundos eram mais belos que o de Marin e seus cílios longos a faziam parecer uma modelo. O cabelo arrumado em uma única trança loira para a direita e a boca carnuda da jovem não mostravam quaisquer indício de matadora poliana. Atrás da trança, dava para perceber um shuriken brilhante.
- Armiala Pezzuto, general de Jade.
Por fim, o homem da parede oeste, com luz alaranjada. De longe, diria-se que era uma mulher. Mas apenas por causa do cabelo. Loiro, com madeixas longas e descuidadas, um rosto com feições bruscas e rudes, dentes afiados e uma distante semelhança ao Thor dos quadrinhos. Usava luvas de boxe pretas e uma roupa esfarrapada, parecendo um herói de mangá do DragonBall.
- Terkot Alambar, general de Âmbar. Espero que seus amigos consigam vencê-los, pois são os primeiros e únicos a aspirarem um duoátomo e possuírem um suporte criado com microchips.
Aquilo fez Mixa do futuro desacreditar em qualquer chance de vitória.
- Isso quer dizer… que eles são trielementares?!
- Trielementares, polianos e assassinos. Os raios que surgiram teletransportaram seus amigos para a Nova Zelândia, o Chile e a Islândia. Se eles vencerem os meus generais, voltarão automaticamente para cá e a parede será quebrada, sem precisarem de pedras. Aí sim vocês poderão me enfrentar. Sugiro que descansem um pouco, pode ser que essas lutas demorem. Bom descanso aos cinco.
E Polius se calou, deixando as duas Mixas, Leo, Alice e Mack sem reação.
Continua...