SURVIVE

Nunca pensei que as pessoas fossem tão idiotas. Ninguém trabalhou esse mês todo ( inclusive eu ). A televisão não funciona, então o melhor a se fazer é assistir da varanda do apartamento. A população está totalmente louca. Quem não reza pelos deuses de seus respectivos cultos, está por aí , fazendo o que nunca pôde fazer. Vê-se por toda parte meninas, moças e até mulheres desfilando nuas pelas ruas caóticas, em busca de prazeres nunca sentidos. Não preciso nem dizer que o que não falta é homem né? Os mais psicopatas saem por aí, espancando as pessoas. São facilmente parados por policiais, que dão-lhes logo uma surra. Todos estão realizando seus sonhos hoje. Mas quer saber? Vou dormir. Acordarei amanhã e zombarei desses imbecis.

Eram mais ou menos 11:45. Eu coloquei o relógio pra despertar. Tenho que admitir, estava ansioso pra seja lá o que fosse acontecer naquele dia. O céu estava num belo tom de roxo, nublado, mas as nuvens não podiam esconder a lua, que brilhava num tom forte de prata. Aquilo parecia mais o Halloween que o fim do mundo, heh.
Coloquei um agasalho, não tinha dúvidas de que estaria frio lá fora. Desci, a princípio tive certo receio de usar o elevador, então optei pelas escadas. As pessoas estavam espalhadas pelas ruas, perguntando a si mesmas o que às esperava pelos próximos 15 minutos. Sentei numa calçada. Nem reparei que lá, estava uma bela moça ruiva. Usava uma saia branca que ia até pouco depois dos joelhos, salto alto ( nem tão alto ) , e uma camisa laranja de algodão, sem decote.

- Oi. – Ela disse.

- Oi...

- Você também acha que o mundo vai acabar?

- Uuh, eu não sei. Estou certo de que à meia noite, todos voltarão sãos e salvos para casa, mas no fundo, sei que algo acontecerá...

- É, acho que eu sinto o mesmo. Me chamo Elizabeth, prazer em conhecê-lo, estranho.

- Josh. – De acordo com meu relógio, eram 11:52. Elizabeth tentava dizer algo, gaguejando, com medo, quando me deparei e olhei para o alto, um grande feixe de luz verde encobria o céu. Nesse momento, meu relógio parou, todas as luzes da cidade se apagaram. Só se via o verde. A multidão nas ruas ia caindo conforme a grande onda os iluminava. Alguns permaneciam imóveis, outros , corriam por suas vidas. Elizabeth permaneceu parada, assustada.
- Me desculpe estranha, mas não vou arriscar minha vida pela sua. – Corri. Corri, desesperado. Mas não era o suficiente. Por mais que a luz viesse lenta, ela era muito grande. Eu não posso fugir pra sempre. Hora de morrer, Josh.