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[Finalizado] Concurso de One-Shots da PM - Página 3 Empty Re: [Finalizado] Concurso de One-Shots da PM

Mensagem por Nivans Qua 17 Abr 2013 - 20:13

Pois bem, Weird von Gentleman não entregou a One-Shot e, nesse caso, Guillerjo vence essa rodada.

Guillerjo escreveu:
Diálogo

O pequeno aparelho de som tocava ao lado do sofá. “Eu quero a sorte de um amor tranquilo/ Com sabor de fruta mordida/ Nós na batida, no embalo da rede/ Matando a sede na saliva”. Ele terminava de preparar o baseado. Sua cabeça estava no braço do sofá ao lado da perna dela. Ela repetia a música. Sua cabeça estava no outro baço do sofá ao lado da perna dele. Ele acendeu. Puxou. Entregou para ela.

— O que você espera do futuro? — Ela perguntou. Tirando o cigarro de entre seus lábios carnudos. Seus castanhos cabelos caiam sobre os ombros. Estavam um pouco despenteados por conta dos amassos. Seus olhos castanhos entravam profundamente na alma dele.

— Nada. — Ele pegou o baseado. Colocou na boca e puxou. Seus lábios estavam secos. Seus cabelos eram encaracolados, negros e volumosos. Seus olhos brilhavam verdes por trás das lentes dos óculos. — Por que esperar algo quando se pode construir?

— Então o que você constrói? — Ela pegou o cigarro.

— Nada. Melhor do que esperar ou construir é deixar acontecer. Ser pego na surpresa. Ver o desconhecido fruto de suas ações surgir. Você pode chorar, sorrir, rir, irritar-se. — Ele sorriu enquanto puxava mais uma. — E você?

— Eu espero conservadorismo, — Sorriu. — é o que acontecem com todos como nós, não é? Viram conservadores, reacionários.

— Não todos.

"Ser teu pão, ser tua comida/ Todo amor que houver nessa vida/ E algum trocado pra dar garantia"

— Battle Royale. — Ela puxou.

— O que tem?

— Se estivéssemos lá, você me mataria se estivesse frente a frente comigo?

— Eu me mataria. E você?

— Eu te mataria. Sem pensar duas vezes.

— Sempre soube que eu te amava mais. — Ele sorriu. Tragou.

— Eu também.

"E ser artista no nosso convívio/ Pelo inferno e céu de todo dia/ Pra poesia que a gente não vive/ Transformar o tédio em melodia"

— Você só que ser amada, não é? — Ele respirou fundo. — Você gosta disso.

— Talvez. — Ela girou suas pupilas. — Amar é difícil, ser amada tão fácil. Amar alguém faz você ter que deixar de amar outros. Faz você se decepcionar.

— Mas isso é parte do amor, não? — Ele passou. Já estava na metade. — Sempre achei que fosse mútuo. Você só quer um apoio para inflar seu ego.


"Ser teu pão, ser tua comida/ Todo amor que houver nessa vida/ E algum veneno antimonotonia"

— Não é isso. Existe um pouco de minha parte. — Ela tragou e passou. — Você sabe que não ficaremos juntos para sempre, não é?

— O que é isso? La belle personne?

— Realidade.

— Dói.

— Sim, dói. — Ela riu.

"E se eu achar a tua fonte escondida/ Te alcanço em cheio, o mel e a ferida/ E o corpo inteiro como um furacão/ Boca, nuca, mão e a tua mente não"

— A gente tenta de tudo para fugir. Erva, álcool... — Ela interrompeu.

— Sexo, bucolismo, masoquismo...

— Tolstói, Thelema e Umbanda...

— Orquídeas.

— Você é mesmo uma v[adia. — Ele cutucou a coxa dela com o indicador. Passou o que restava.

"Ser teu pão, ser tua comida/ Todo amor que houver nessa vida/ E algum remédio que me dê alegria"

— Talvez eu seja, mas então por que está comigo aqui no fim das contas? Está gastando seu amor com quem não merece. — Terminou o baseado. Lambeu os lábios.

— Porque afinal. — Ele sentou. — A realidade dói.


Então, que comecem as semis! Parabéns a todos que chegaram até aqui! A primeira semi será disputada pelo Mag e pelo Pokaabu, sendo que os dois terão até o dia 20/04 para me entregarem por MP. Como de costume, estarei avisando ambos sobre a participação no concurso.


Última edição por neXus em Qui 18 Abr 2013 - 0:23, editado 2 vez(es) (Motivo da edição : Esqueci de postar a OS do Gui ._.)

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Mensagem por Nivans Dom 21 Abr 2013 - 0:06

E que comecem as semis! \o/ As votações vão até o dia 24/04. Então, vamos lá!

Pokaabu escreveu:
A boa morte.

Ei, Você! Você tem medo da morte?

No carro, o vento ensurdecendo meus sentidos, os olhos ainda marejados da lembrança das poucas palavras ainda ecoando em meu pensamento.

“Acabou.” Em momentos de aflição como esse, é normal você ficar atento e desviando o olhar da direção para o celular. O não toque do aparelho mantendo a vida, o toque trazendo a morte. E eis que o aparelhinho vibra, o medo de tomar uma multa quase não existe, peguei o celular, dizendo mentalmente, mesmo sabendo ser pura ilusão. “Não aconteceu nada, tudo vai ficar bem”. As mãos tremendo, apertando o volante, uma pontada no coração. “Alô.” Um alô de consentimento, de falsa preparação para fatídica notícia.

“Acabou.”

A voz arrastada, cansada, triste. Consenti balançando a cabeça, esquecendo-me das inconveniências de se conversar por celular. Informações que eu não queria ouvir, enterro, missa, explicações complicadas sobre doenças complicadas. Como é popular dizer: desliguei o telefone na cara. Apertei o volante com as duas mãos, acelerei. Falecida, inerte, inativa, paralisada. “Acabou.” Você deve estar se perguntando o parentesco da pessoa próxima a mim que se foi, ou o meu próprio nome. Desculpe-me, não quero que você se afeiçoe ou tenha pena de uma pessoa como eu, tenho meus motivos, acredite.

Desci do carro com as lágrimas descendo sem consentimento do meu rosto. Uma praia, pessoas correndo e farreando como se nada no mundo tivesse mudado. Naquele momento percebi o quanto insignificante é a minha ou a sua existência, como é ínfimo o legado que nós deixamos, ou o pouco tempo que se lembrarão de nós, familiares, uma geração, no máximo. Tentei me afastar daquelas pessoas felizes, era horrível pensar que alguém pudesse sorrir com a partida de uma pessoa tão especial acontecendo neste exato momento, era horrível pensar que um dia eu tenha feito isso.

Sentei-me na areia, um lugar afastado. As ondas arrebentavam e se refaziam, diversas vezes, um ciclo. O ocaso despontava ao longe, o mar engolindo o sol, que seria cuspido novamente no dia seguinte, e assim sucessivamente, um ciclo. Naquele momento, em poucos segundos, percebi que eu não deveria ficar triste pela morte, por mais que o meu coração desejasse o contrário, o fim representava um novo começo. A natureza provava e eu aprovava. Não é triste porque acabou, é triste por ter de acabar. Peguei cigarro e isqueiro no bolso, uma tragada, duas tragadas. Naquele momento eu estava feliz, feliz pelo fim, feliz pelo recomeço.

vs.

Mag escreveu:

O Euroíndio


Pegou na corda do arco e flexionou-a para trás com força, até que a armação de madeira rangeu. Preso entre dedos morenos, a flecha foi mirada em seu alvo. Este estava correndo desabalado, adentrando àquela floresta tão anormal, formada por árvores com copas em formato cônico.

Soltou. A flecha zuniu voando pelo ar e perfurou a cabeça do indivíduo que persistia em correr. Não persistiu mais; deu dois passos cambaleantes e caiu de bruços na terra.

O homem que usara o arco tinha corpo moreno e esbelto. Usava uma roupagem bem ornamentada com pedras preciosas e com peles de animais divinos da sua terra longínqua. Andou vagaroso até o fugitivo que tivera de matar. Embaixo do corpo, o sangue já se espalhara, embebecendo a terra úmida. Pedaços do cérebro do homem encontravam-se espalhados pelo chão.

Agachou-se ao seu lado, fez um rápido ritual habitual e puxou a flecha da cabeça daquele homem de pele branca que chegava a ser pálida, tão sem cor, tão sem cor. Levantou-se e retornou ao posto onde tinha a obrigação de ficar como vigia.

De lá pôde ver a grande escavação que estavam fazendo. Os pele branca tinham os tornozelos envolvidos por grossas correntes de metal, que se estendia ligando cada um deles. Todos nus, como saídos do ventre de sua mãe, exceto pela pouca vestimenta que tiveram de obrigar as mulheres hostis daquele lugar vestir.

O pajé de sua tribo aproximou-se dele, dizendo que era hora de trocar o turno dos pele branca. Aqueles já não aguentariam mais, logo desmaiariam. O outro grupo devia estar descansado. Ele obedeceu-o. Como cacique, convocou os capitães da tribo e levaram os prisioneiros ao cárcere improvisado que haviam feito naquela terra. Pediu que os outros vigiassem aqueles lá fora enquanto entrava para retirar os prisioneiros que estavam descansando.

Ao entrar, estranhou o silêncio torturante que estava impregnado no lugar. No chão, vários homens brancos estavam estirados no chão. Nenhum reagiu ao barulho da sua entrada. Observou com atenção o ressinto. Estavam todos deitados.

Colocou o pé em cima de um dos corpos e movimentou-o com força e brusquidão: nada. Agachou-se com a testa franzida e pôs a mão no peito de um deles para verificar a respiração. Estava morto. Repetiu a mesma averiguação em mais três corpos e o resultado apresentou-se o mesmo. Estavam todos mortos.

Um barulho que interpretou como risada invadiu o lugar. Ficou atento e observou ao redor novamente. O chiado rascante e agudo que ouvira fora de um deles. Estava em pé num canto, escondido pelas sombras. Andava em passos vagarosos na sua direção. O cacique gritou com autoridade que ele parasse, irritado com a situação, e com um medo aterrador que brincava de querer abalá-lo.

O pele branca não obedeceu. Continuou aproximando-se na mesma velocidade, como se nada houvesse acontecido. Quando estava mais perto, pôde reparar no sorriso débil que imperava no rosto do homem. Os poucos dentes amarelados que as surras não arrancaram dele pareceram ao cacique uma ameaça que jamais pensou temer. Da boca entreaberta ao riso, a saliva gosmenta escorria até o queixo, dali descendo numa linha repugnante misturada com mucosa, que hora se arrebentava com o próprio peso e caía no chão, dando espaço para a nova baba. Na mão dele, uma adaga rústica.

Não tardou a pegar o arco pendurado em suas costas, tirar com velocidade e destreza uma flecha da aljava, mira-la no homem branco e disparar o tiro.

Num átimo indizível o cenário inverteu-se. O delírio desfez-se da mente do louco. Ele não era o moreno assassino, era o moreno refém, o alvo. Não era o colonizador, era o colonizado. O outro não era o branco prisioneiro, mas era o branco assassino.

Ele, o moreno, na realidade sempre fora o alvo do tiro, aquele que andava vagarosamente na direção do colonizador, que era branco e tinha uma arma de fogo apontada em sua direção.

Percebeu-se tentando de todas as formas andar mais rápido, mas seu corpo debilitado não respondia. Sentia uma umidade indesejada escorrendo da boca, mas não se importou. Tinha de alcançar o homem branco para se redimir. Para redimir sua pele morena e escura em oposição à branca do outro, para redimir-se das crenças diferentes do que fora, em seu delírio, o euroíndio.

Um barulho ensurdecedor propagou-se pelo lugar. Ele ouviu, ao longe, o som de pássaros assustados voando, o pio desesperado das mães. E caiu no chão, enlameando-se com sangue e terra. Sua última alternativa foi tentar entrar em delírio novamente, mas o tempo acabara. O coração parou.

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Mensagem por Yoshihime Dom 21 Abr 2013 - 2:54

O do Pokaaabu ficou muito bom, uma reflexão interessante, só achei que se embolou um pouco no último parágrafo. A pontuação foi muito bem colocada.

O do Mag também está bacana, eu achei que seria apenas uma ficção de universo alternativo nascido em uma conversa nossa, mas foi algo bem melhor.

Ambos ficaram ótimos, mas voto no Mag,acho que foi melhor narrado e estruturado textualmente.

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Mensagem por Sally Dom 21 Abr 2013 - 4:43

Voto no Mag, na minha opinião, as duas histórias ficaram bem escritas e muito boas, mas a do Mag me chamou mais a atenção e foi mais interessante em meu ponto de vista.

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Mensagem por Caio. Seg 22 Abr 2013 - 21:17

Olha, eu pessoalmente não achei os dois contos muito bons, acho que podiam ter desenvolvido melhor q Gostei da visão do Pokaabu, e achei o do Mag bem nada ver (embora já tivesse sacado a parada do Universo Paralelo) até que, no fim, eu me surpreendi q.

Voto no Mag.

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Mensagem por laser queer Seg 22 Abr 2013 - 22:20

O mesmo que o Perry (mas as duas ficaram bastante legais e tal). Voto no Mag. :3
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Mensagem por Archenaus Ter 23 Abr 2013 - 12:30

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Mensagem por Black~ Ter 23 Abr 2013 - 19:58

Bom, vamos lá.

As duas foram legaizinhas, a do Pokaabu não tinha sacado muito bem, mas depois entendi o que ele quis passar, a do Mag também não tinha entendido "legalmente" o começo -q. Mas acho que a do Mag ficou melhor estruturada e tals.

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Mensagem por Nivans Qua 24 Abr 2013 - 3:09

Mag 5x0 Pokaabu


Valeu pela participação, Pokaabu! Pena que não foi dessa vez... ;< E parabéns ao Mag por chegar na final do concurso!

Agora vamos conhecer o último finalista desse concurso. A rodada de agora será disputada pelo Guillerjo e pelo Mr. Perry, sendo que ambos terão até o dia 27/04 para me entregarem a OS.

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Mensagem por Nivans Sáb 27 Abr 2013 - 18:23

E estamos quase no final do concurso... Pena que já está quase acabando. ;< Então, que comece a última semi! Lembrando que as votações vão até o dia 30/04.

Mr. Perry escreveu:

Bernardino Lopes #rklq H.G. Wells naum olha p lado C.S. Lewis

As violetas púrpuras manchadas de mofo daquele papel de parede velho nunca iriam desabrochar – não como o belo rapaz que das roupas desprendia-se com uma maestria grega enquanto os foscos olhos cinzentos buscavam o flerte venenoso do amado.

Não levavam em ditirambos, viviam-nos; trinavam os beijos entre os lábios flambos. O suor flamejava arranhões flagelados das costas nuas. Bentinho, ácido político, perdera-se horas atrás e surgia na cama a doce morena de Martim Moreno.

Óh!, afável leitor! ignore todo esse ignóbil papo literário de romances frívolos, antigos e fúnebres. Os dois rapazes apenas desejavam se [palavra censurada]-se a si mesmos; queriam que a noite valesse a pena – aquela ÚNICA noite. Estavam mais para obra de Caio.


vs.

Guillerjo escreveu:
Algo próximo do Rock

Era tarde de sexta, 19 de Abril. O ônibus seguia pelas ruas do Rio de Janeiro, um casal estava sentado nos assentos centrais do lado do cobrador. Ele estava bem em seus 25 anos, era alto, cabelos despenteados, barba por fazer, vestindo um camiseta de flanela vermelha e preta, trazia uma velha mochila no colo. A garota no lado da janela era miúda e bonita, em seus 20 anos, cabelos cacheados castanhos, olhos negros, magra, com camisa larga e shorts curtos. Envolvia o braço dele com os seus dois, seu olhar estava abatido.

— Estou lembrando de quando nos conhecemos, — ela disse, largando o braço dele e olhando pela janela — parece que foi ontem.

— Na sua casa, foi um bom dia. Éramos dois desconhecidos, você roubou meu Black Label. — Ao ouvir isso ela riu.

— Acabou dias depois.

— Você estava linda. — Ele virou para ela e sorriu. — Girando com a garrafa na mão, com aquele vestido azul.

— Vestido que você tratou de levantar logo.

— Sim...

— Você tinha acabado de chegar na cidade, veio de Campinas, sem um tostão no bolso, para morar na casa do Carlos.

— Acabei me mudando para sua casa em duas semanas. — Ele suspirou. — Era ótimo. Cada dia, cada noite.

— Era? — Ela abaixou o olhar. — Por que não pode continuar sendo?

— Não dá, foram ótimos dois anos. Mas nosso amor é como a praia de São Conrado, foi bonito, ainda parece ser, mas a poluição acaba com ele.

— Poluição? — Uma lágrima escorreu pelo rosto dela.

— Todos desentendimentos, incompatibilidades, brigas, discussões, as coisas se tornam insustentáveis. — Uma lágrima escorreu também pelo rosto dele. — Sintetizaria em desgaste.

— Para onde você vai?

— Para algum lugar.

— Fazer o que?

— Não sei.

— Você nunca fala sobre planos futuros. — Ela suspirou, chorava ainda mais.

— Eu vou para o mundo, ok? — Ele sacudia o joelho, olhava para o alto, tentando disfarçar o choro.

— Fica comigo.

— Não quero mais essa fantasia burguesa.

— Mas você não tem quase dinheiro, só o que eu te dei na segunda... Você era sustentado por mim e mais alguns, como vai viver? Vai arrumar outra para te sustentar?

— O que farei quando descer do ônibus não interessa mais a você.

— Interessa, eu te amo.

— Ah, minha pequena. — Ele passou o braço envolta dela e a abraçou. — Você é maluca, por isso não vou te esquecer.

— Não mesmo? — Ela se encolheu junto a ele.

— Não, mas você vai e precisa me esquecer. — Ele sorriu, seus olhos estavam marejados. — Você pertence à cidade agora, mude sua mente.

— Sempre parafraseando. — Ela sorriu em meio às lágrimas.

— Tire esse All-Star e coloque Salto Alto. — Ele soltou ela. — Você é mulher agora, minha pequena.

— Mas não quero ser mulher, quero ser sua garota.

Ele levantou — Não há escolha, crescer é preciso. — Disse indo para o fundo do ônibus, ela se virou para ele, o automóvel parou, desceu.

Ela viu pela janela, entre lágrimas, ele partir para a rodoviária.

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Mensagem por Mag Sáb 27 Abr 2013 - 21:15

  • A Introdução:
Cara, como é hard votar. Dois amigos competindo, com dois textos excelentes... oh God. Mas como são pessoas legais, vão continuar me amando. Li e reli os dois textos. Como estamos no final do concurso, acho de extrema importância que os leitores sejam cuidadosos e não votem sem pensar direito.

  • O Desenvolvimento:
Perry, minha sensação num esplendoroso dia de verão. Eu amei o texto e você sabe que eu me esforcei pra compreender. Mas das diversas referências à autores que você fez, eu só conheço de verdade o C. S. Lewis e o Machado de Assis, que eu consegui atinar no desenrolar do texto. Dos outros citados ou não diretamente, eu só pude pesquisar, mas ainda não peguei aquilo que você queria dizer. Mesmo sem essa compreensão, o pouco que eu peguei achei fabuloso. Como nos dois primeiros parágrafos você floreia lindamente sobre o relacionamento dos caras e no último, como um bom discípulo machadiano, rejeita toda a boniteza do texto e joga na cara o que estava acontecendo. Muito, muito bom.

Gui, a essência boêmica do meu fulguroso calor. Outra vez um diálogo. Quando conversamos, eu só conseguia imaginar uma versão muito parecida do seu texto anterior, mas foi bastante diferente. O foco é sobre o término de um relacionamento (meus pêsames, amigo), o que foi menos pontilhado no texto anterior. Mas, veja bem, eu sinceramente achei o outro conto ainda melhor. Aquele abrangia além do relacionamento, falava da vida em si - não que este não faça isso -, mas ele se aprofundou mais no término de um namoro (se é que podia se chamar de namoro). Mas é interessantíssimo de qualquer forma. Fiquei super curioso com o personagem masculino. Sabe que uma fic sobre a vida desse cara aí seria muito, mas muito interessante, né? Pense nisso...

  • A Conclusão:
Sinto fazê-la. As derradeiras palavras, para os que gostam de romances triviais. Mas voto no Perry.

PS: Próximos votantes, não sejam maria-vai-com-as-outras, votem no que vocês mais gostarem.

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Frase pessoal : Big Mac em Tebas


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Mensagem por Black~ Seg 29 Abr 2013 - 15:17

Bom, vamos lá.

No primeiro texto eu não sei se saquei muito bem os elementos utilizados, mas pelo que entendi os dois caras eram gays? E eles estavam tendo uma relação? É algo bem diferente, mas enfim. Não sei muito dessas referências que o Mag citou, então fico por isso -q. Mas o texto ficou com uma linguagem inicial que dava "mais vontade de ler", mas enfim.

No segundo estava sendo debatido o fim do romance, os flashbacks da relação, o fim dramático, o jovem de uma cidade, a garota de outra, e ele vai embora, sendo esse o fim do "ciclo" dos dois. A "falta de narração" parece ter sido proposital, mas isso não foi algo incômodo, mas enfim.

Bom, sei lá, nem sei muito bem o que falar dos textos, tanto que enrolei, enrolei e não falei praticamente nada dos dois -q.

Decisão difícil, dois bons textos, mas como só um ganha, acho que fico com o do Guillerjo, o drama, o fim do relacionamento desse jeito tão duro e tudo mais me fizeram escolhê-lo mesmo -q.

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The Adventures of a Gym Leader - Capítulo 48
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Mensagem por Sally Seg 29 Abr 2013 - 18:35

Vou ser breve, na verdade não curti muito nenhuma das histórias, não gosto de histórias sobre relacionamentos, romances e afins, mas não entendi direito esse texto do Perry, ficou bem confuso pra mim... Meu voto é no Guillerjo.

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Mensagem por Nivans Ter 30 Abr 2013 - 1:02

Guillerjo 2x1 Mr. Perry

Antes de tudo, quero agradecer mesmo a todos pela participação! E parabéns ao Mag e ao Gui por chegarem na final que, com certeza, será muito boa. Enfim, vamos acabar o concurso com esse round e os dois terão até o dia 04/05 para me entregarem a OS.


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Mensagem por Nivans Qua 1 maio 2013 - 23:53

Os dois participantes já me enviaram as OSs e as votações vão até o dia 06/ 03. Boa sorte aos dois e que comece já a final!

Mag escreveu:
Assalto

A mulher me olhou e gritou esganiçada. Corri e tapei a boca dela com a mão. Em meu ouvido, o velho gongo soou baixinho. Eu não podia ter medo nem compaixão; precisava ter convicção para ameaçar. Se eles não fossem imbecis, tudo correria bem. Mas se fossem...

É bem provável que ela tenha gritado por causa da arma que estava em minha mão. Uma bela e potente arma, eu diria. Talvez eu fosse um idiota por aparecer assim abruptamente, mas quem me culparia? Este era apenas o meu primeiro assalto.

Tirei a fita adesiva e a corda da mochila em minhas costas, calei a boca da mulher e amarrei os pulsos e tornozelos dela. Enquanto se debatia no chão, desesperada, lançando em mim olhares pedintes, lágrimas escorreram por seu rosto. Essa imagem me trouxe à lembrança as vezes em que minha mãe teve convulsões antes do AVC que a levou para a eternidade. E isso me deixou com raiva, odeio me lembrar da morte da minha querida mamãe.

Nas escadas, ouvi o som atrapalhado de passos. Devia ser uma pessoa esperta, porque não fez escândalo, vinha sorrateiramente para saber o que estava acontecendo. Por pouco não fui pego desprevenido. Antes que aparecesse, deixei a mulher estirada no chão e corri ao canto da sala onde não podia ser avistado de imediato.

A mulher gemeu mais alto. Tinha percebido que alguém estava vindo, mas não pôde fazer nada. O som de passos lentos na escada parou por um segundo para ser substituído logo depois por passadas rápidas e apressadas. Um homem grisalho, mas não idoso, desceu os últimos degraus e correu até a mulher. Minha arma estava apontada para ele:

- Mãos ao alto e se afaste dela! – Disse, convicto.

O homem não correspondeu, o êxtase de ver a mulher – que provavelmente era sua parenta – daquele jeito fez com que ele não percebesse mais nada ao seu redor. Então ele começou a desamarrar a mulher, que com os olhos esbugalhados, tentava dizer algo ao outro.

- Para! Não desamarre ela!

Mas ele continuou a desamarrar, com os braços que tremiam atrapalhando-o no ato, sem mostrar nenhuma reação ao que eu disse. Nem mesmo ousou levantar o olhar em minha direção. O velho gongo soou em minha mente, desta vez um pouco mais forte. Não consegui suportar. Apertei o gatilho e um som mudo invadiu a sala, estilhaçando o cenário de murmúrios e gemidos do casal.

O buraco que se formou na testa do homem pareceu fatal. Mas obviamente era. Ele havia caído no chão poucos segundos depois, o sangue jorrando aos montes por aquele orifício tão pequeno, sujando de um belo vermelho o tapete da sala bem ornamentada. A mulher se imobilizou instantaneamente com a queda do outro, e por um minuto tudo permaneceu num silêncio que me atormentou profundamente.

Um som indefinível trespassou o adesivo que tampava a boca da mulher. Era agudo e dilacerava a alma. As lágrimas que desceram dos olhos brilhantes e encharcados dela explicitavam uma tristeza escabrosa. Eu quis voltar no tempo, leitor, mas já não podia. O único jeito foi continuar mesmo...

Com passadas rápidas e longas, avancei até a mulher que estava sentada de um modo desajeitado, observando o homem que teimava em continuar gorgolejando sangue no chão. Toquei em seus ombros delicadamente, mas ela soltou um chiado tão melancólico de medo, mais por meio do nariz que pela boca, que eu fiquei estático. Escorreria catarro das narinas dela. Ela se jogou no piso e começou a se remexer para todos os lados, numa tentativa alucinada e infrutífera de se afastar de mim.

Balancei a cabeça negativamente, com o rancor aumentando em meu coração. Aquela criatura sórdida devia pedir para que eu a matasse ao invés de tentar fugir e manter a vida longe do homem pelo qual chorava tão desesperadamente. Aquilo era só uma farsa para me emocionar, ela não devia sentir nada por ele.

Peguei com brusquidão os cabelos dela e a puxei escada acima sem prestar atenção às lamurias de dor e medo que ela tentava soltar, mas que falhava por causa da bendita fita. Eu tinha que me lembrar de agradecer ao chefe pela sugestão tão eficiente de usar aquele adesivo.

No topo, fui até a porta entreaberta do corredor, entrei e tranquei-a por dentro. Era um escritório. A mulher ainda chorava, mas desistira de gritar. Apenas fungava com força, tentando buscar fôlego. Coloquei um dedo em meus lábios e falei:

- Agora você vai ficar calada e só responder o que eu preciso. Juro que não vou te fazer mal. – Menti, mas este é um daqueles famosos casos em que a verdade é inoportuna.

Agachei ao seu lado e arranquei o adesivo que tampava sua boca. Ela queixou-se da dor, mas sem gritar. Ofegou um pouco e me fitou com aqueles olhos suplicantes, cheios de água. Será que ela estava mesmo triste?

- Eu só quero saber onde está o maldito cofre. Só isso.

Ela me observou com atenção, mas o que eu disse pareceu fazer com que ela chegasse, lá no fundo de sua mente, a uma conclusão do que aconteceria no final de tudo. Seus olhos sempre brilhosos derramavam lágrimas outra vez. Ela começou a soluçar baixo enquanto chorava copiosamente. Meus olhos também se encheram de água involuntariamente.

- Só me diga onde está o cofre. – As lágrimas escoriam por meu rosto enquanto eu me aproximava vagarosamente da mulher imóvel. – Onde?

Sem respostas. Apenas choro. O gongo soa em minha mente outra vez, agora alto demais. Isso já estava me enjoando. Tirei a faca da mochila e encostei-a brutalmente no pescoço da mulher, que voltou a ofegar com medo, mas o desespero anterior havia sumido.

- Vai dizer onde está a merda do cofre ou não? – Cuspi.

Ela abriu a boca, mas apenas um grito saiu de lá. Recoloquei rapidamente o adesivo e estapeei a cara dela, que voltou a ficar quieta. Ela não me contaria nada. Como era idiota... E seus olhos brilhavam de tal forma... me hipnotizavam. Enfiei a faca no seu olho direito, afundei e girei. Ela urrou e se sacudiu, esperneando de tal forma e com tal brusquidão e descontrole, que temi ter matado logo no primeiro ataque. Arranquei a faca de seu olho, mas ela continuou a rolar pelo chão, chiando um emaranhado de sons incompreensíveis. O que ela sentia era só dor, o espaço para sentir falta do outro já não existia...

Eu a assistia também chorando sua situação, mas ela não se acalmava. Comecei a ficar impaciente... O gongo, sempre o gongo. Zumbiu em meu ouvido tão alto que na hora pensei ter sofrido uma lesão nos tímpanos. Coloquei as palmas da mão tampando os ouvidos, esperando a dor parar. Depois agachei ao lado da mulher, segurei-a pelo pescoço e fitei com intensidade odiosa sua face. As lágrimas se transfiguraram, agora eram de sangue escarlate. Sangue infindável. A visão deles não me acalmava.

Vi no olho intacto da mulher um misto dúbio de tantos sentimentos, que hoje chego a cogitar que ela me amou – mais do que o próprio homem que eu havia matado em sua frente. Há sempre aquele sentimento de compaixão para com o vilão dos enredos ficcionais, não é?

Dilacerei a goela da mulher com a faca. Sangue e mais sangue espirou para todo lado, mas ao menos ela ficou quieta. Enfim, estava em paz. E o melhor: com o outro homem que ela amava. Me senti calmo e até com um resquício de felicidade com essa notícia. Eu nunca poderia ter correspondido ao amor que ela sentiu por mim.

O resto daquele dia tão cheio de brilhos e sons eu gastei à procura do cofre, mas só encontrava documentos espalhados pela casa. Eu era analfabeto, nunca soube o que estava escrito neles. Antes do sol se pôr, coloquei uma roupa limpa, guardei todos os documentos e evidências em minha mochila e saí da casa pela porta da frente, tranquilo.
***
Um jovem alto e forte, de no máximo 25 anos, trajando roupa preta e carregando uma mochila da mesma cor nas costas trancava a porta da casa. Um estudante indo para a faculdade ou visitar um amigo. Quem sabe?

Deixou a chave pendurada na fechadura. Virou-se, respirou fundo, restabelecendo ao seu rosto uma coloração forte e vivaz. Sorriu. Parecia estar feliz. Depois começou a andar, chegou a rua e caminhou calmamente pela calçada.

Fixada na porta da casa havia uma bela placa negra onde se lia em letras brancas:

Aqui vive uma família
surda, mas feliz.

vs.

Guillerjo escreveu:
制服と腹切り
(Seifuku to harakiri)

前奏曲
(Prelúdio)

Tóquio poderia ser definida como um emaranhado de pessoas indo e vindo. Trens, bicicletas e automóveis. Sonhos, vidas, pensamentos, de um lado para o outro. Amontoados orgânicos embarcam e desembarcam. Akihabara, embarca e desembarca. Ikebukuro, embarca e desembarca. Shibuya, embarca e desembarca. Shimbashi, embarca e desembarca. Shinjuku, embarca e desembarca. Tokyo, embarca e desembarca.Ueno, embarca e desembarca. A cidade pulsa. As mentes trabalham. Sentimentos se perdem.

Amaterasu, Sakura e Miki poderiam ser definidas como emaranhados de pensamentos indo e vindo. Sentimentos, reflexões e conclusões. Amontoados orgânicos com apenas duas coisas em comum os tradicionais uniformes de colegial no estilo de marinheiras e um profundo sentimento. A profundeza pautada no vazio dominava suas mentes, sangue correndo sem motivo, eterna amargura na boca, olhos que veem o mundo, mas nada além. Manhãs em que levantam para uma rotina sem graça, nem sentido. Apenas existir, não viver. Devorava-as por dentro. Rasgava suas entranhas. Os corações pulsam. As mentes choram. Sentimento cresce.

Desembarcaram cada uma em sua estação.

天照
(Amaterasu)

Amaterasu subiu o grande prédio pelas escadas, existia talvez uma esperança de que sentir o cansaço pudesse fazer ela mudar de ideia. No terraço sentiu o sol queimar levemente sua branca pele enquanto parada na sacada. Era um calor interessante, nunca havia sentido um tão forte. O vento acariciava seu rosto, seus longos cabelo, movimentava sua saia.

Olhou para baixo, jurou ver seu reflexo no ar. Talvez na mente. Deu um passo à frente, um passo adiante, um passo ao além, um passo de libertação. Jurou ver pássaros voando entre seus braços. Encontrou seu reflexo no ar.

Honrou seu nome brilhou no céu.


(Sakura)


Sakura estava em sua casa. Ajoelhada encarando uma caixa de madeira. Não chorava, estava prestes a resolver seus problemas. Abriu. Retirou a pistola da caixa. Beijou o cano, nunca havia beijado alguém antes. Beijava sua libertação. Pressionou o cano contra a goela. Disparou.

O sangue voou pela sala como flores de cerejeira. Era a essência dela se libertando. Unindo-se à natureza. Talvez voltasse como uma cerejeira.

美姫
(Miki)

Miki não tinha saquê com ela naquele parque, nem havia se banhado para purificar-se, não tinha roupa totalmente branca, não escrevera nenhum poema de despedida. Seria o harakiri mais fajuto da história. Pelo menos tinha uma wakizashi que roubara de seu irmão colecionador. Tirou ela embainhada da bolsa. Tirou da bainha.

Cortou seu ventre de ponta a ponta por cima do uniforme. O sangue começou a escorrer. Sentiu um alívio. Seu corpo caiu. Percebeu algumas pessoas se aproximando e olhando. Nunca se sentira tão bela antes.


Última edição por neXus em Dom 5 maio 2013 - 10:16, editado 1 vez(es)

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