CDM #008 - Votações

Oh oh!

Oh, o Olimpo caiu! Doce era o cheio das rosas que eram vivas e inteiras, até tudo desabar por cima delas. O campo era verde, com outras flores, de várias outras cores. O vento era triste, como tudo que era agora, naquele lugar que fora antigamente tão belo e magistral, trazia paz e imortalidade ao sentimento do sossego, da cura para o ódio e para todas as vinganças que deixamos no mundo de baixo. Agora aquilo que protegia o mundo, se tornou parte do mundo. Olimpo caiu, e foi direto para o mundo dos humanos, um inferno. Um doce ar que inflamava os pulmões de todos os seres superiores, agora se confundiu com o a fumaça do pecado morta, rezemos aos deuses para levar aqueles que liberam esse gás, e para eles terem piedade o suficiente, para ajudá-los a serem divinos, sem pecados, limpos como era o Olimpo, como era, não como é agora.

A queda do Olimpo não destruiu pilares, estátuas de Hades ou posses de Ares, mas fez com que tudo se transformasse em humano, e tomasse posição junto á humanidade. Oh santos, não tenho medo! ninguém esta rejeitando vocês, somos tão limpos quanto, mas as vezes, a sujeira se esconde debaixo do tapete! Piedade! Vi tudo se misturar, e não era feio, ou estranho, ou destrutivo, o contrário, era lindo. ERA LINDO. Palavras derramadas em um túnel da falta de compreensão, mas ainda sim era lindo, pois o perfeito se unia ao destrutivo. Não era feio, não era estranho ou destrutivo, era lindo, mas era triste. Melancólico ver aquilo tudo que foi construído com tanta cautela, se unir com algo que foi jogado por um deus que dorme ao serviço. Triste, lamentável.

Dançar-me-ia envolto                                                                isso
Observando                                                                                                          melancólico

Destrutivo, estranho e lindo

A Corrida do Ouro

A gigante nuvem de poeira pairava sobre a cidade fantasmagórica, banhada pela luz alaranjada do fim da última tarde. Apenas a cruz, não muito alta no céu azul que reluzia sem nuvens, escapava do mar da solidão que havia acometido o lugar. Era a única nuvem, abandonada para morrer, correr por lá.

Nenhuma vela, nenhuma luz sequer se via pelos grossos vidros escuros das janelas, grandes ou pequenas. Os últimos miseráveis partiam às montanhas distantes, picos solitários que, talvez, trouxessem novamente o brilhar pálido da prata ou o cintilar amargurado d'ouro. Eram os fulgores perdendo-se, almejando sua França querida.

De fato, não haveriam mais estórias noturnas, baladas vespertinas ou os inocentes risos diurnos, distribuídos nas faces das mais belas mulheres e crianças. Foram-se. Não haveria mais história. O observador repousava sob a sombra d'uma duna, isolados, sobre as montanhas cujos picos rasgavam as nuvens.

Não haveria mais história.