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Crossroads

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Mensagem por ~Luxy Qui 6 Mar 2014 - 12:42

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Sinopse: Paulo perdeu os pais quando pequeno. Hoje mora junto com a irmã que recebeu todo o amor e tudo que os pais puderam dar para ela. Gabriela é uma garota que teve tudo dos pais desde pequena, mas que mesmo assim não gosta da maneira que vive. Essa é uma história sobre como essas duas pessoas se conheceram.

Cada capítulo da história se divide em duas partes, que se complementam. As primeiras partes, narradas por Paulo se focam em mostrar sua relação com a família e com as pessoas na escola de quem ele se afasta cada vez mais, além disso, ela tende a ser mais descritiva e mais focada nas pessoas, elas recebem um x.1 no final. Já as segundas partes, focadas em Gabriela, tratam da relação dela consigo mesma e com as pessoas ao redor, elas tendem a se focar na mente dela, possuindo poucos diálogos e pouca descrição, elas recebem um x.2 no final.

Volumes:

Volume 1 (Completo):

Volume 2:

Playlists:

Playlist do volume 1:

Prólogo 1.1 - Paulo Scharwz
Eu nem ao menos posso me considerar alguém decente e digno da amizade e da compaixão das pessoas, não importa aonde eu tenha ido nesses meus 15 anos de vida, não consigo parar de odiá-las por mais que tentem todas não são nada além de lixo capitalista aos meus olhos, eu as odeio. Eu ainda sigo uma rotina imposta para mim pelos meus pais adotivos, eles nem ao menos devem sentir algo por mim, provavelmente só devem ter me adotado pelo fato da minha irmãzinha ser o bebezinho ideal aos olhos de qualquer adulto que procura um bebê para a adoção, mas, como infelizmente somos irmãos, não podem nos separar, eu sou o que restou no pacote de Ruffles, aquela batata pequena que você quer jogar fora, mas não pode, isso sou eu, Paulo Schwarz, 15 anos de idade, filho de pais alemães, mortos em um acidente de carro 13 anos atrás, vivendo uma rotina de ódio e repulso com essa família que nem ao menos sentiria a minha falta caso eu morresse. Sinceramente? Eu nem ao menos tento manter um contato social com as pessoas mais, falo com elas quando necessário e nada, além disso, provavelmente elas devem me enxergar como algum tipo de antissocial vagabundo, ou algum delinquente, eu nem ao menos me importo com isso mais, você liga para o destino da garrafa de água que você joga no chão? Então, por que eu deveria ligar para o que o mais nojento lixo pensa de mim.

Eu vou para uma escola, sou obrigado a isso por quem tenho o desprazer de chamar de pais, eles ao menos pagam para mim uma escola particular de nível mediano, a cerca de 45 minutos da minha casa, na qual sou obrigado a ir de ônibus e metrô lotado todos os dias, enquanto o anjinho da minha irmã é levada na sua escola preparatória de alto nível no carro do meu pai, a escola dela são a 15 minutos a pé de casa, mas o bebê não pode nem ao menos andar um pouco, pois isso machucaria o tesouro deles, mas o filho mais velho que é obrigado e acordar as 5:30 da manhã, e andar em um transporte público completamente lotado e nojento, eles não tem dó.
Vou para a escola de segunda a sexta, entrando as 6:45 e saindo de lá às 12:30, e obviamente, demoro mais 45 minutos para chegar em casa e cozinhar o meu próprio almoço, pois fico sozinho com a minha irmã praticamente toda a tarde, ela sempre fala para eles que eu fiz o almoço dela, então tenho que ter a preocupação de levar sempre um conjunto de talheres a mais todos os dias, se eles ao menos suspeitassem o que ela anda comendo por ai duvidaria que continuaria recebendo esse tratamento de princesinha. Eu nem ao menos suporto ela, enquanto me preocupo em fazer todos os meus deveres escolares e estudar para o vestibular, que se possível, passarei no lugar mais distante daqui para nunca mais ter que voltar para essa casa, a maior preocupação dela é tirar uma foto nova de perfil para o Facebook e ficar mandando mensagens para alguma amiga da qual ela provavelmente vai vir falar de como a amiga dela é duas caras depois de quatro dias, será que ela nem ao menos se toca de que eu não ligo para os problemas de uma garota de 14 anos como ela, a qual, diferente do irmão, teve tudo o que quis dos pais e é adorada por tudo e todos por ai.

- Rabugento, eu vou sair com aquela vaca da Marina hoje para ir em uma festa de uns amigos nossos, pode falar para eles que eu estou na casa da Clara? Ela já falou que se ligarem lá ela vai confirmar que eu vou passar a noite lá

Jesus Cristo, ainda são 14:30 e você já vai sair? Se eu pudesse contar toda a verdade para eles, se eu pudesse contar sobre as várias vezes que você foi em festas sei lá onde, se eu pudesse contar sobre as fotos dela pelada na Internet, que pelo menos não mostram o rosto dela, se eu pudesse contar sobre as várias vezes que você voltou as três da manhã bêbada, mesmo sendo menor de idade, e sobre como tive que escovar seus dentes e limpar seu hálito, e ainda fingir que você estava gripada acordando mais cedo, esquentando água e passando na sua testa, mas eu não posso. Pois mesmo eu odiando você por todo o tratamento privilegiado que recebe, você continua sendo minha única família original, você continua sendo a minha irmã, Luana Schwarz.

- Vou avisá-los, e pelo amor, some com aquilo da sua gaveta, uma hora ou outra eles vão achar. E vá para a escola amanhã, se quiser, me espera na estação da Barra Funda à 5 horas que eu deixo seu uniforme com você.

- Obrigadinha, mesmo sendo assim você continua sendo um bom irmão.

Ela se foi, praticamente o meu último resquício de vida social acabou de sair pela porta, eu sei que ela deve voltar amanhã, ela sempre volta, mas esse nem ao menos é o maior dos meus problemas. Provavelmente, assim como foi das últimas vezes eu tenho que convencer a Clara a falar que a Luana foi passar a noite lá, terei que parar os meus estudos para ir até a casa dela, eu não aguento essa garota, por algum motivo, aparentemente na primeira vez que ela me viu quando veio aqui em casa deve ter me visto estudando, e por algum motivo se “apaixonou” por mim, obviamente ela é só uma garota interesseira e sem valor cultural nenhum, mas, mesmo assim, a mãe dela gosta de mim, e eu gosto da mãe dela. Escritora renomada e com vários sucessos traduzidos em várias línguas, ela é uma das maiores escritoras sobre política da atualidade, ela basicamente possui uma excelente visão política e uma ótima capacidade de me ajudar nos estudos, sempre aproveito as oportunidades de convencer a Clara para melhorar ainda mais os meus estudos e me aproximar ainda mais do meu objetivo, acho que minha irmã deve ter notado a minha admiração pela mãe dela, Anna Guimarães, e por isso me faz ir a casa dela convencer ela toda a vez, o lado bom é que são menos de quinze minutos de caminhada daqui, o que não é muito longe. Obrigado, irmã.

Foi uma boa caminhada, se tem algo no qual eu ainda sinto prazer é em caminhar, sinto que por depender de mim, e só de mim, eu consigo ser livre, eu consigo ser quem eu quero ser. Toquei a campainha assim que cheguei o Cruize não estava na garagem, sinal de que a mãe dela não se encontrava, mesmo já tendo vindo aqui tantas outras vezes, eu ainda me surpreendo com o tamanho da casa, mesmo sendo um sobrado, possui um amplo jardim, com uma garagem com capacidade para três carros, logo que toquei a campainha, Clara veio a minha presença, logo que me viu pareceu bastante feliz com a visita, me convidando para dentro logo em seguida, a casa também era relativamente grande e agradável, sendo bem ampla, com um pequeno hall de entrada, ele se prolongava para a sala, a qual era relativamente pequena, mas agradável, logo em seguida estava a escada para o segundo andar da casa, segui Clara pela escada, indo em direção até o quarto dela, ela entrou primeiro, entrei em seguida e fechei a porta, ela começou a falar:

- A Lu me ligou hoje, falou que iria sair e que era para eu falar que ela estará dormindo aqui essa noite. Veio aqui para isso, não é? Para ter certeza que eu não vou falar para os seus pais que ela não está aqui, que foi em algum lugar, que ela não é santinha que eles pensam que é, mas você sabe que eu nunca falaria nada disso para eles, mas mesmo assim veio. Estava com saudades, não era?

Não, não estava com nenhuma saudade de você, vaca interesseira, eu senti que deveria vir e vim apenas isso. Você pode ter se apaixonado por mim, e eu posso ter aceitado os seus sentimentos, mesmo eles não sendo recíprocos pelo simples fato de que não posso recusar pedidos feitos à mim e graças a isso começamos a namorar, apenas senti que devo visitar a minha namorada, ainda mais quando ela não se cansa de aceitar pedidos da minha irmã e fazer favores para ela.

- Isso, exatamente, estava morrendo de saudades de você, me desculpe por ter usado minha irmã como uma desculpa para vir até aqui te ver.

- Você não precisa de desculpa nenhuma para vir até aqui, amor, você só precisa vir, sabe que estarei aqui para você quando precisar. – ela dizia isso enquanto ia se aproximando cada vez mais de mim, com o corpo e o rosto cada vez mais pertos do meu – Minha mãe não estará em casa até às 19 horas hoje, quer aproveitar?

Ela começou a me beijar, os lábios dela eram simplesmente perfeitos, redondos e com um excelente tamanho, pelo menos de alguma coisa valia vir até aqui pelo menos duas vezes por semana, e uma dessas coisas era a Clara, ela podia ser quase insuportável, mas ela gostava de mim, e conseguia me dar uma sensação de conforto e segurança que não conseguia sentir em nenhum outro lugar. Ela foi me empurrando cada vez mais em direção ao chão, até chegar o ponto em que estava deitado e ela ficou sobre mim, foi aproximando o rosto, sem sair de cima de mim, até chegar ao ponto de estarmos com os rostos relativamente perto, ela se aproximou com a boca do meu ouvido e disse bem baixo:

- Hoje é por minha conta.


~//~


Sai da casa da Clara por volta das 19:00, já estava realmente escuro, mesmo com ela insistindo para eu passar a noite lá, e a mãe dela falando que não seria problema nenhum, não me senti no clima para isso, tinha que voltar para casa o mais rápido possível para não levantar suspeitas, mesmo sabendo muito bem que eles não estariam antes das 22:30 em casa, mesmo assim, tive certeza de chegar antes, essa caminhada de 15 minutos por algum motivo estava parecendo mais longa do que o habitual nessa noite, mas o clima estava bom, caso fosse uma sexta-feira e eu fosse maior de idade provavelmente estaria em algum bar bebendo cerveja, mas esse não é o caso, eu tenho que ir para casa, tenho que ter certeza que os meus “pais” vão achar que a Lu está na casa da Clara, eu posso não gostar deles, ter sido tratado como um encosto e minha irmã ter tudo de bom, mas eu pelo menos tenho que ela tenha uma vida boa.

Cheguei em casa não muito depois, escrevi um mero bilhete sobre a localização da minha irmã, tomei meu banho, preparei a janta para mim e meus “pais”, que a esquentariam mais tarde, terminei toda a tarefa de casa que tinha que realizar e me preparei para dormir, ainda eram 21:18, mas teria que acordar cedo amanhã para levar as roupas da Lu até a estação, teria que acordar mais ou menos às 4:30 para conseguir me arrumar e estar na estação às 5 horas, mesmo assim, chegaria na escola mais cedo que o comum, peguei algum livro que comprei recentemente e não tive a oportunidade de ler ainda, 1984 de George Orwell e o coloquei na minha mochila. Peguei o celular para dar uma rápida checada no meu Facebook para ver se alguém tinha me mandado algo, não tinha nada, mas uma coisa me chamou a atenção, um dos meus colegas de classe, um dos quais não devo ter trocado nem ao menos vinte palavras com ele durante dois anos tinha postado algo, cerca de nove palavras, mas que foram o suficiente para ter a minha atenção, era basicamente: “Gente, amanhã teremos uma aluna transferida na nossa sala!” Pelo jeito teremos alguma coisa de bom acontecendo, finalmente.


Última edição por ~Luxy em Sex 20 Jun 2014 - 18:22, editado 14 vez(es)

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Mensagem por Micro Sex 7 Mar 2014 - 8:45

Olha, devo dizer que gostei pra caramba :0

Gosto de histórias que mostram a vida de uma maneira mais sombria. Nem tudo é um mar de rosas onde você sai voando matando vilões com um poder mágico de purpurina. E, infelizmente, essa é a realidade de muitas pessoas que eu mesmo conheço (graças a Deus meu irmão não tira fotos pelado, então essa não é a minha vida). Não são muitos personagens, o que ajuda na hora de lembrar deles. E não acho que tenha uma só parte que eu tenha dito WOW: Tudo foi muito bem narrado, e os personagens foram bem descritos. A introdução de uma personagem nova causou um certo clímax na história, o que é bom, e induz os leitores a acompanhar a história para saber quem é e como essa pessoa age.

Só tiveram dois probleminhas que eu notei. O primeiro não é lá um problema de verdade, é mais uma dica, eu acho. Você usa muitas vírgulas. Acho que se você colocasse mais pontos, as ideias iam fluir melhor. Nós acabamos lendo quatro a seis linhas diretas, e isso acaba confundindo na nossa cabeça: os pontos fazem uma "pausa" na sequência de ideias, ajudando no entendimento.
Tipo, dá pra entender tudo com as virgulas, mas com pontos ficaria melhor, eu acho.

O segundo é algo meio difícil de perceber, sobre o psiqué do Paulo. NÃO VOU ENTRAR EM DETALHES POR QUE É MUITO COMPLEXO, mas em suma, acho meio difícil um cara que come a amiga da irmã ficar com peso na consciência sobre beber num bar na sexta por ser menor de idade. Ou então não ter "vida social" e ainda assim papar a menina nos fins de semana. Acho que isso não faz meio sentido, certo? Por mais que possa ser verdade, não bate com o perfil do rapaz. Claro, podem existir explicações maiores sobre o fato, e por isso eu vou acompanhar a história.

Resumindo: Adorei a história. Use mais pontos. Paulo é um pilantra. Ganhou um leitor.
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Mensagem por ~Luxy Qua 12 Mar 2014 - 22:34

Considerações sobre o capítulo:

Prólogo 1.2 – Gabriela Moraes


O que faz uma garota ser feliz na adolescência? Para algumas pode ser muito bem o fato de ser famosa, para outras, aproveitar a vida, sair, fazer tudo que tem que ser feito, para depois mais tarde, cair em uma vida monótona e desejar voltar aos seus tempos de glória, para outras é ter um belo namorado, lindas roupas e tudo que há de bom, para mim algo que me tire da monotonia do dia a dia, seria o suficiente, mas não algo como festas e ir a vários lugares dar “rolêzinhos” com as amigas, eu quero algo novo, que possa ser só meu e de mais ninguém. Eu quero alguém que me tire disso, que me faça ver o mundo de outra forma, mas eu não consigo achar esse alguém em nenhum lugar que eu vá, mesmo com o trabalho do meu pai que praticamente o força a mudar de cidade a cada três ou cinco anos, eu não consegui achar esse alguém, não importa o lugar, e nem o tempo. Praticamente toda e qualquer garota ficaria com inveja dos lugares que já morei, Madrid, Curitiba e Dallas e mais recentemente, pelo menos onde moro nesse momento, em São Paulo, mas não importa o lugar, eu não o acho, não importa o número de pessoas que eu conheça todas elas são iguais, veem o mundo como se somente elas fossem importantes, nunca se sacrificariam pelos outros, mas ainda assim querem que os outros se matem por elas, sacrificando a tudo e a todos pelo bem delas, e somente delas, não deixando que ninguém mais tenha a felicidade que elas têm. Não posso dizer que sou diferente, claro. Sacrifiquei muitas amizades em troca de várias outras coisas ao longo de todos esses anos, se me arrependo? É claro que não, você nunca pode se arrepender de algo que sabia as consequências e isso é uma dessas coisas, obviamente não é uma coisa boa de ser feita, mas é uma coisa necessária.
Por algum motivo, sinto que sempre que penso sobre mim mesma e vejo quem é a pessoa que estou procurando comparando ela às minhas ações, eu sempre descubro que essa pessoa é exatamente o oposto de quem sou e de quem conheço, um mecanismo de escape, alguém que talvez, e só talvez, possa me salvar desse mundo de desespero no qual vivo. Sobre minha personalidade? Não sinto que exista muita coisa que eu possa falar sobre, não, na verdade existe algo sobre ela, eu sempre me escondo atrás de uma máscara. Desde quando eu faço isso? Sinto que desde que me conheço como pessoa escondo a mim mesma, escondo o meu eu sombrio e que procura desesperadamente por uma salvação, e mostro aquele eu superficial, o eu que é alegre, uma boa garota e que busca sempre o bem dos outros, mesmo nunca ajudando eles em nenhuma ocasião.

Sobre a minha família? Não gosto dela. Ela é exatamente aquela família perfeita de qualquer filme americano, um pai e uma mãe que trabalham, tem tudo, dão o melhor para os filhos, eu e o meu irmão mais novo de quatro anos, dão amor, dão comida, dão casa e roupa lavada. Eu sei que somente isso faria milhares de pessoas somente nessa cidade sentir uma enorme inveja de mim por tudo isso que possuo mal elas sabem que sou eu quem na verdade tenho inveja delas. Elas não têm absolutamente nada, por esse e único motivo podem dar tudo de si pelos outros, por não terem nada sabem que a única coisa que podem dar a alguém é a sua ajuda. Elas são felizes.

A vida tem se resumido a acontecimentos vazios e sem sentido durante 15 longos e dolorosos anos, me fazendo se arrepender de ter vivido todos eles, eu sei muito bem que nunca encontrarei o meu salvador, sei muito bem que viverei uma vida vazia até a minha morte me escondendo nessa morte social, sei muito bem que nada valerá a pena, sei muito bem que tudo o que tenho, sem nenhuma exceção será esquecido assim que eu partir desse mundo, como sei disso? Não importa o quão rico você foi o quão feliz foi a sua vida, pois no final de tudo, nada disso valerá a pena, pois não serei lembrada, morrerei no vazio escuro como mais uma que nada vez para o mundo, só foi mais um encosto.

Mas de uma coisa eu tenho certeza, amanhã será o meu último dia, amanhã será o último dia de uma garota que viveu uma vida sozinha procurando a salvação que nunca irá encontrar. Amanhã eu morrerei. Irei para a escola, me apresentarei, fingirei estar tudo bem para os meus colegas de quem não lembrarei o nome e que provavelmente não vão lembrar-se de mim também, e logo após isso irei dar o fim a minha vida, irei pular da passarela que preciso atravessar para ir a escola, irei jogar a minha vida fora pulando de cerca de 10 metros de altura em plena Dutra. Uma morte rápida.

Tinha terminado de escrever a minha carta, peguei um envelope na primeira gaveta da escrivaninha que ficava posicionada no canto do quarto, coloquei a carta dentro, estava escrita em uma folha de fichário com uma boa letra e possuía cerca de duas folhas, era o suficiente. Levantei-me e peguei o meu pijama que havia separado um pouco antes e que havia deixado encima da minha cama, uma camisa leve e uma calça não muito grande, acho que passava cerca de 10 centímetros do meu joelho, mas que era igualmente confortável, gostava desse conjunto, era bonito, azul com algumas listras brancas, e além de tudo era confortável.

Tomei o melhor banho que pude tomar em toda a minha vida, como se estivesse me limpando de todas as impurezas desses 15 anos de vida, devo ter ficado cerca de 30 minutos no banho, mas pareceu no máximo cinco. Sequei-me, escovei os dentes e abri a porta do banheiro da suíte. Dei uma olhada no quarto, a luz já estava apagada, meus pais já estavam dormindo, olhei bem para eles, nunca mais veria eles dormindo nessa calma que estou vendo, fechei meus olhos e agradeci a eles por tudo que me deram, o problema não foram vocês, vocês foram excelentes, eu que sempre quis o que vocês nunca puderam me dar, me desculpem. Continuei em direção a sala do apartamento que estava com a luz acesa, me irmão estava lá vendo desenho, veio correndo até mim assim que me viu, com um sorriso no rosto, gritando:

- Mana, mana, vamos brincar!

- Não, agora já está tarde, vamos dormir né, Dudu?

- Tudo bem! Mas com certeza iremos brincar amanhã, né?

Fiz um sim com a cabeça, ele pareceu concordar e foi em direção ao quarto dele, mas não consegui me controlar e acabei me ajoelhando e abraçando ele por trás, não poderia mostrar que estava chorando por ele, que nunca mais verá a irmã, que viverá uma vida de possível culpa. Falei:

- Eu te amo, e sempre vou te amar, okay?

Soltei-o logo em seguida, o peguei no colo colocando a cabeça dele de costas para a minha, de maneira que ele não visse o meu rosto. Coloquei-o na cama, dei um beijo na testa dele e fui para o meu quarto, provavelmente essa seria a última vez que eu o veria, senti uma pequena tristeza, isso não me abateria, não tenho nenhum último desejo. Deitei na cama, mas assim que deitei, chorei, chorei a noite inteira. Chorei de culpa e de tristeza, mas sabia que o que faria era a coisa certa.

~//~

Acordei pela manhã com o meu celular despertando, me levantei com o pensamento de que não poderia mostrar que nada estaria errado, troquei para o uniforme que usaria por apenas um dia, minha mãe gentilmente separou ele para mim pela manhã, fui para o banheiro da suíte, meus pais já não estavam mais no quarto, escovei os meus dentes e fui para a sala. Lá estavam eles, felizes por mais um dia, dei o meu bom dia habitual.

- É hoje, campeã. É dia da nova escola. – disse a minha mãe com um sorriso no rosto – Vê se faz amigos, hein?

- Mas tenho que ver quanto tempo vou ficar nessa também. – dei um sorriso, sabia muito bem que seria só por um dia, mas teria que fingir que tudo estava bem – Tomara que pelo menos até o fim do ano dessa vez.

- Sim, se Deus quiser, vai ser pelos próximos dois anos, até você se formar. – respondeu o meu pai, enquanto mastigava uma bolacha de água e sal. – Finalmente consegui ter uma pausa estável no emprego aqui em São Paulo.

Dei um sorriso, peguei duas bolachas para não ficar de estômago vazio, comi as duas rapidamente, em menos de meio minuto praticamente, peguei a minha mochila que estava no canto da sala, coloquei-a nas minhas costas, peguei a chave e disse:

- Estou indo, mais tarde estou de volta.

Eu nunca voltaria. Peguei o elevador e olhei o meu reflexo no espelho, o reflexo de alguém que daria cabo da própria vida cerca de seis horas mais tarde, mas o elevador logo chegou ao seu destino, dei as costas para o meu reflexo e sai pelo hall.

A caminhada para a escola levava menos de 15 minutos, sendo relativamente rápida, praticamente no fim dela eu encontrava o que mais tarde naquele dia seria a minha última visão, abaixei o rosto enquanto passava pela passarela, em menos de cinco minutos estaria na escola.

Eu nunca deveria ter ido para aquela escola, pois lá eu me encontrei com ele, a pessoa que nunca deveria encontrar naquele dia, poderia ter encontrado ele em todos os outros dias, mas não nesses. Lá encontrei o meu salvador.

Continua...

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Mensagem por Fressato Potato Sex 14 Mar 2014 - 9:35

Não costumo ler fanfics, mas resolvi ler essa.
Achei a narração ótima. Com exceção daquele ponto na mentalidade do Paulo que o Micro citou, está tudo muito bom c:


O Paulo reclama paca ralho, não curti ele. Muito revolts com a vida.
Vou ler só pra ver se ele vai se dar mal lingua


Depois edito pra comentar o segundo.

Edit:
Crises existenciais são bem comuns nessa idade, eu mesmo já tive várias, mas diferente do Micro, não simpatizei nem um pouco com ela. Odeio gente que reclama da vida em vez de fazer algo pra mudar. Tô com vontade de dar uns tapas nela kk
Você narra muito bem, e descreveu lindamente o que se passa no coração de uma jovem vazia e idiota que merece uma surra c:
Quero ver como será o encontro dos dois reclamões kk

Espero o próximo cap.


Última edição por Fressato em Dom 16 Mar 2014 - 14:55, editado 1 vez(es)

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Mensagem por Micro Sex 14 Mar 2014 - 12:46

Adorei a Gabi. Não costumo ver muitos personagens riquinhos revoltados, principalmente por que são difíceis de serem escritos sem a gente ter uma raiva mortal deles. Mas você conseguiu descrever a ânsia, a dúvida dela de maneira maestral. Parabéns.

Achei o finalzinho do "salvador" bem melzinho com açúcar, mas fazer o quê? A menina tem quinze anos, ela ainda acredita em príncipe encantado e Barbie gigante.

Quero muito ver como eles vão se encontrar! Aguardo o próximo :0

Edit: aprovei os pontos Smile
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Mensagem por ~Luxy Sex 21 Mar 2014 - 16:30

Comentários:

Comentários sobre o capítulo:

Capítulo 1.1 – Transferida

Acordei mais cedo que o normal, às 4:30 da manhã. Escovei os dentes no banheiro do andar de baixo, peguei o uniforme da minha irmã que havia separado na noite anterior e que havia deixado guardado no meu guarda-roupas, para que nenhuma suspeita seja levantada. Troquei para o meu uniforme rapidamente, peguei um pacote de bolachas de água e sal que estava pela metade no armário da cozinha, peguei a minha mochila, e sai. Olhei para o céu assim que sai de casa, ainda estava tudo escuro, ainda faltavam duas horas para o amanhecer. A rua estava vazia, olhei para os dois lados antes de fechar o portão e segui o meu caminho. A ida para o metrô que eu repetia praticamente todos os dias era bem calma, a rua quase não possuía movimentos de pessoas, nem ao menos de carros, além disso, era uma caminhada rápida, de cerca de 10 minutos. Olhei para o relógio, eram 4:40, estava dentro do horário, mas resolvi apertar o passo para o caso dela chegar mais cedo. Peguei meu celular e chequei se não havia mensagens, não existia nenhuma. Liguei para a Lu, e por sorte, ela atendeu rápido:

- Então, eu estou quase chegando no metrô, você está lá já?
- Estou quase lá, não consegui arranjar carona e estou tendo que ir a pé, devo estar lá em uns cinco minutos. – Respondeu ela, parecia exausta.
- Eu estou levando metade de um pacote de bolacha, você não comeu nada, né?
- Ainda não, obrigadinha.
- Okay, seus olhos não estão vermelhos, né? De qualquer maneira, me espere na frente das catracas.
- Estarei esperando, fofo! – E ela desligou, sem dar nem ao menos um tchau.

Cheguei ao metrô não muito tempo depois, indo em direção as catracas, por sorte ela estava lá me esperando já. Vestia uma minissaia colada que dava volume as coxas que ela tinha, mas era até que relativamente grande comparada as outras mini saias, considerando o tamanho padrão. Usava uma jaqueta que cobria quase toda a minissaia, a jaqueta, por estar aberta até a metade, permitia ver em parte a camisa que era usava. Era uma camiseta, realmente, não uma blusa decotada, praticamente, provavelmente deveria ter mangas, era roxa, parecia ter um tecido leve. A roupa que ela usava se adequava bem com o cabelo loiro e longo que ela tinha, e dava destaque as suas longas pernas. Logo que me viu gritou de maneira que praticamente todos em volta ouviram:

- Você demorou, hein!  Achei que ia ser esquecida aqui. – Disse isso enquanto batia o pé esquerdo no chão, de maneira furiosa.
- Relaxa, vai, você deve ter chegado aqui não faz nem dois minutos. – Enquanto falava, coloquei a minha mochila no chão e fui abrindo-a, retirei o uniforme dela. – Aqui está, vou esperar você se trocar, depois disso te dou algo para comer.

Ela pegou as roupas e me olhou com um sorriso. Fomos juntos até o banheiro da estação, fiquei cerca de dez minutos esperando ela se trocar, quando ela finalmente saiu, logo disse:

- Pode me dar a bolacha logo?

Abri o bolso frontal da mochila e retirei a bolacha, dando na mão dela, que abriu o pacote com de maneira feroz, e comeu praticamente tudo que restava do pacote em menos de dois minutos, não abrindo a boca para falar sequer uma vez, quase não dando para respirar, quando finalmente terminou de comer, olhou para mim e disse:

- Estou indo, obrigada, maninho!
- De nada, vá para a escola e comece a voltar para casa as vezes.

Ela me deu um sorriso, virou as costas e foi embora. Chequei o relógio, eram 5:30, eu tinha muito tempo ainda, mas não queria desperdiça-lo. Passei pela catraca, e por sorte, a plataforma estava vazia, então pegar o primeiro trem, que por algum tipo de milagre possuía lugares para de sentar foi possível. Coloquei meus fones e comecei a ouvir música.

Cheguei na estação desejada 15 minutos depois, enquanto Raise Your Weapon tocava no meu celular. Olhei para o relógio, ainda eram 5:45, tinha mais uma hora. Caso pegasse o ônibus demoraria somente mais 15 minutos, tendo quase uma hora livre, resolvi andar. A caminhada demorava cerca de 30 minutos, não era das mais longas, mas não era das mais curtas, mas era agradável ver o dia amanhecer. A parte mais difícil de todo o caminho era sem dúvidas a passarela. Os degraus eram relativamente grandes, fazendo que o esforço necessário naquela parte serem dobrados. Chegando lá, aproveitei para observar o Sol nascer, era uma bela cena, mas algo mais a frente me chamou a atenção, uma garota, de belos cabelos morenos, observava o Sol quase como se fosse cair da passarela, mas logo se recuperou e voltou a seguir seu caminho. Apressei o passo para poder passar na frente dela e poder observar o seu rosto. Era uma desconhecida, talvez seja a garota transferida sobre quem soube ontem, mas pouco me importava, ela provavelmente nunca falaria comigo de qualquer forma e eu provavelmente nunca falaria com ela, mas aproveitei a passada para dar uma rápida olhada no rosto dela. Ela era linda. Possuía cabelos longos que serviam muito bem para o seu rosto, que era do tamanho ideal, além disso, usava sombras nos olhos, reforçando eles, mas não deixava toda a atenção ser focada somente neles, pois usava um forte batom vermelho que caia muito bem nela, fazendo com que a pessoa ao falar com ela, focasse em todo o rosto dela. Virei o rosto e segui meu caminho, cheguei a escola as 6:31, por sorte, logo depois do portão ser aberto. Entrei e segui meu caminho pela escola que ainda estava vazia.

A minha escola era de porte médio, para cerca de 500 alunos em cada período, possuindo somente aulas para alunos do fundamental II em diante. O portão levava a uma rampa de cerca de 15 metros, que no final dela, possuía o a sua entrada. Era um pequeno jardim com alguns bancos em volta, tínhamos a recepção e as salas administrativas como a Coordenação e a Diretoria do seu lado esquerdo, ao lado direito tínhamos um teatro com capacidade para cerca de 530 pessoas. As salas de aula ficavam ao lado do teatro, que possuía dois corredores laterais, cada um com cerca de cinco salas, quatro para o sexto ano, duas para o sétimo, três para o oitavo e uma para o nono. Havia também mais nove salas a frente da praça, de frente para a rampa, elas ficavam juntas de um corredor que levava para a quadra e para o pátio, que estranhamente era o único lugar do edifício que possuía banheiro. As salas da frente, ou salas do médio como costumavam ser chamadas, era a que possuía a melhor divisão entre os anos, com três salas para cada ano do ensino médio, o corredor dela também costumava ser o mais movimentado por ser o que melhor possui acesso as dependências da escola. A minha sala era a quarta do corredor, a primeira sala do segundo ano, a sala 2-1.

Entrei na sala, ela estava vazia, aproveitei para me dirigir para o meu lugar, era o último lugar da primeira fileira, a que fica ao lado da parede e é a mais distante da mesa do professor, sendo a mais que fica mais perto da porta. Coloquei a cadeira encostada na parede trás, abri a minha mochila e peguei meu livro, coloquei os meus pés encima da mesa e comecei a ler.

~//~

Já eram quase 6:45 quando a sala começou a ficar cheia, a garota que sentava a minha frente tinha finalmente chegado, me fazendo guardar o livro e retomar a minha postura normal, tirando os pés de cima da mesa. O nome dela era Beatriz, não sabia qual era o sobrenome dela. Ela era amigável, não sendo o tipo popular da sala, se retendo a estudar quando necessário e falar quando necessário, não tinha relatos dela ter namorado ninguém em toda a sua vida, mas mesmo assim, era bonita, possui cabelos castanhos curtos, passando um pouco do ombro, era razoavelmente baixa e não possuía um corpo chamativo. Não tinha nenhuma característica especial. Assim que ela pois a sua mochila sobre a mesa me deu bom dia com um sorriso em seu rosto, sorri de volta praticamente ao mesmo momento em que o professor entrava na sala junto com a aluna nova. Era a mesma garota da passarela.

- Bom dia, classe. Hoje temos uma colega nova. Por favor, se apresente. – O nome do professor era Carlos, ele administrava matemática, possuindo cinco aulas por semana e sendo o professor coordenador da sala. Ela alto e possuía barriga, estava começando a perder os cabelos. Não costumava fazer piadas e mantinha um tom sério grande parte das vezes.
- O meu nome é Gabriela Moraes. Estarei estudando com vocês pelos próximos dois anos. – Ela não era alta, mas também não era baixa, daria cerca de 1,65m para ela, provavelmente seria a medida dela.
- Muito bem, vamos ver onde temos um lugar vago...Ah, ali. -  Ele apontava para a terceira mesa da fileira mais próxima da mesa dele, dando uma boa distância entre mim e ela. Perfeito. – Vamos aproveitar que estamos okay com a matéria, vou dar para vocês cerca de 20 minutos para conhecerem a colega nova.

Perfeito, 20 minutos a mais de leitura para mim. Boa parte da classe levantou para ir falar com ela, ou falar com os próprios grupinhos assim que ele se sentou, eu e a Beatriz continuamos nos nossos lugares. Caso tivesse sorte ela não tentaria puxar assunto comigo, me deixando continuar a leitura em paz. Infelizmente não tive essa sorte:

- Paulo, você fez a lição de Biologia? – Biologia era a próxima aula, ele havia pedido essa lição a duas semanas atrás, mas não era muito longa, havia feito ela à séculos.
- Ah não, acabei esquecendo, acho que não dá tempo para terminar agora. – Menti.
- É verdade, agora não dá mais. Vou deixar sem fazer mesmo. – Ela deu um sorriso envergonhado, mas isso não foi o suficiente para parar a investida dela. – Mas e aí, achou o que da garota nova?
- Ela é bem bonita, mas não parece ser do tipo amigável. – Peguei o meu celular e abri o Reddit, queria acabar com a conversa o mais rápido possível para poder voltar a ler o meu livro.
- Ah, eu achei que ela deve ser uma pessoa divertida, gostaria que tivesse um lugar vago por aqui.  – Ela suspirou, provavelmente iria preferir a garota nova a mim atrás de você, sei como é. – Tá vendo o que ai no celular?
- Ah, notícias.
- Garoto informado você, hein? Vou te deixar ai em paz. – Ela se levantou e foi falar com uma amiga dela, Melissa, se não me falha a memória. Finalmente poderei voltar à leitura.

Os 20 minutos se passaram rapidamente e as aulas diárias continuaram sem nenhuma maior interrupção, mas acabei notando certas coisas sobre a garota nova. Primeiramente ela tende a interromper toda a qualquer tentativa de conversa que tentam ter com ela, a maior conversa de uma pessoa com ela chegou a durar menos de dois míseros minutos. Pelo menos temos algo em comum. Em segundo lugar, ela não dava a mínima para todos os exercícios de sala e nem para as explicações, mas não é como se ela não entendesse eles, ela parecia entender tudo muito bem, estava desmotivada apenas. Ao sinal do intervalo, peguei a ficha da cantina que tinha em minha mala e segui em direção ao pátio.

O pátio da escola era grande, tinha muito bem a capacidade de comportar todos os alunos do período da manhã de forma exemplar, mas mesmo assim, tínhamos dois intervalos, um para o fundamental, no fim da terceira aula, e uma para o médio, no final da quarta. O pátio por si só deveria possuir cerca de 150m², claro, não sabia o número exato e perímetro não era lá a minha praia. A cantina se localizava na parte traseira do pátio, de modo que para os alunos do médio fosse de fácil acesso ao mesmo tempo que não atrapalhava a ida para a quadra, que era fechada, a cantina em si possuía um bom atendimento e comida de boa qualidade, mas mesmo assim, grande parte dos alunos preferia trazer lanche, como alguma bolacha, do que comprar algo na cantina, o motivo? Os preços altos. Um salgado custava cerca de R$4,50, preço relativamente alto, até mesmo para eventos, mas na minha opinião o preço justificava a alta qualidade. Comprei uma esfiha de frango e um refrigerante, que era incrivelmente barato, cerca de R$2,50. Retirei-me para os jardins logo em seguida.

Mesmo recebendo esse nome o local não era um jardim em si. Se tratava mais de uma ladeirinha de grama. Possuíamos dois, um que era acessado diretamente pelo pátio e chegava a ter mais pessoas e outro que era acessado pela rampa de entrada e ficava na parte de trás das salas do fundamental, ele era relativamente menos frequentado por ser mais longe e por estar na visão dos professores com uma facilidade muito maior, mas havia um ponto cego nele de cerca de 5 metros que era localizado no meio dele, era o melhor local de toda a escola, praticamente não havia nada ali que pudesse te atrapalhar, além disso, como tínhamos bons 30 minutos de intervalo, passava grande parte do meu tempo ali fazendo alguma outra atividade ou só cochilando.
Fui até o local, cheguei a chamá-lo de “Zona VIP” e me sentei, a grama estava razoavelmente confortável, graças a chuva de três dias atrás. Abri o meu refrigerante e apoiei-o em uma escada que levava dos jardins para o estacionamento, localizado na parte da frente da escola na quais os estudantes não tinha permissão para entrar, e comecei a comer o meu lanche.

Não muito tempo depois já havia terminado ele e bebido quase metade do refrigerante, resolvi beber o resto depois. Coloquei os fones no ouvido, coloquei alguma música para tocar e resolvi deitar e dormi, aproveitando que estava cansado por ter acordado mais cedo que o usual. Não consegui nem ao menos três minutos de sono antes dela chegar. A transferida veio me atrapalhar.
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Mensagem por Micro Sex 21 Mar 2014 - 20:55

And so the shit starts to happen.

Devo dizer que orgasmei duplamente com a quantidade e qualidade das descrições. A maioria delas nem era necessária, mas e daí? Mesmo que eu não precise de toda essa informação, ela enfeita bem e mostra o domínio que o autor tem sobre a língua.

Eu acho que essa Beatriz ainda vai ser importante. Ainda.

Erros, só me lembro de você falar da roupa da irmã e repetir a palavra Jaqueta várias vezes, mas isso sou eu sendo pelinha e antipático, procurando problemas na descrição.

PS: eu desconheço o rio e sampa, então você pode colocar o trânsito que você quiser que eu ainda vou acreditar.

É isso. Até a próxima :3
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Mensagem por ~Luxy Sex 28 Mar 2014 - 22:28

Spoiler:

Comentários sobre o capítulo:

Capítulo 1.2 – O último dia


Hoje quando eu saí de casa já sabia muito bem o que esperar. Sabia muito bem não teria mais volta, que nunca mais veria nenhum deles. Mas eu já havia ido muito longe para poder voltar. No caminho para a escola aproveitei para dar mais uma olhada no lugar que seria a minha sentença de morte 5 horas mais tarde. Era uma paisagem linda que seria manchada pelo vermelho do meu sangue.

Sobre a escola? Eu fui conhecê-la cerca de dois dias antes e graças a isso já tinha uma ideia do caminho e de como seria o prédio da escola. Era um lugar médio, como fui visitar no período da tarde acabei reparando em boas coisas no intervalo dos alunos, principalmente os do fundamental. Mesmo eles tendo permissão para circular por quase toda a escola praticamente grande parte ficava no pátio ou perto dele, e um dos jardins que a escola possuía perto do estacionamento era praticamente deserto. Decidi que ficaria lá durante o último intervalo da minha vida, precisava ficar sozinha.

Cheguei cerca de cinco minutos antes do sinal para a entrada dos alunos tocar, me dirigi até a sala da diretora, essa que por sua vez me apresentou os professores que iria ter aula, pelo menos se ficasse o ano todo lá, e pediu para o professor da primeira aula me acompanhar até a sala de aula e me apresentar a todos. Não me dei ao trabalho de prestar atenção no nome dele e no que ele disse para a sala, a única coisa que eu entendi foi que ele pediu para eu me apresentar, me coloquei em uma postura ereta e disse em bom tom:

- O meu nome é Gabriela Moraes. Estarei estudando com vocês pelos próximos dois anos.

A sala toda ouviu com bastante atenção a minha apresentação, claro que havia um grupo de cerca de cinco alunos que nem ao menos ligavam para aquilo, meu lugar foi indicado e eu sentei. Ele liberou um tempo da aula dele para que os meus colegas de classe possam me conhecer melhor, teve dois tipos de garotas que vieram falar comigo, um desses tipos eram as “vadiosas” do colégio pelo o que pude reparar, elas usavam um shorts mais curto que o comum, provavelmente um número a menos, que ficava bem justo nelas, pelo jeito acharam que eu fosse cair pro grupo delas e vieram falar comigo, no que prestei atenção a líder do grupo delas se chamava Mariana, ela uma morena com algumas luzes loiras no cabelo, tinha mais ou menos a minha altura, possui coxas grandes e uma boa bunda, os peitos aparentavam estar na média, ficava o tempo todo com o celular na mão. O segundo grupo de garotas que veio falar comigo foram as “falhas” da sala, pelo o que pude ver, elas se vestiam de forma ridícula, com blusas de frio em plenos 21º e tênis all-stars de cerca de dois anos atrás, grande parte delas nunca deve ter tido alguma experiência com alguém de outro sexo na vida e acharam que eu fosse cair para o lado delas. A líder delas era uma tal de Raphaela, que possuía cabelo moreno com um pouco de ruivo tingido, ela possuía um bom corpo e um bom rosto, além disso, sabia se vestir de forma decente, provavelmente deveria ter alguma experiência e por isso era meio que venerada pelas outras, ela pelo menos parecia ser legal, poderia ser uma boa amiga caso eu pudesse conhecer ela mais e não tivesse esse grupo chato de seguidoras. Um terceiro grupo, aparentemente das garotas “normais” ficou de longe, elas provavelmente sabiam que eu iria ir para o grupo delas com o passar do tempo, e realmente deveria ir se hoje não fosse um dia com circunstâncias especiais. Além disso, praticamente todos os garotos da sala se aproximaram de mim.

Grande parte deles eram escravinhos das “vadiosas” e como provavelmente acharam que como eu era presa fácil, poderiam tentar me pegar, doce ilusão. Um dos grupos que se aproximaram de mim foram uns amiguinhos das falhas e das normais, grande parte deles não daria nem ao menos uma nota 4 em questão de beleza. Cortei a conversa com eles o mais rápido possível, caso tivesse a oportunidade conviver com eles mais provavelmente tornaria uns dois ou três em meus “escravinhos”. Mas de todos eles, um garoto em particular tinha me chamado a atenção, era um que sentava na primeira fileira a partir da porta, na última cadeira. De todos os garotos da sala, cerca de 15, 14 vieram falar comigo, sendo ele o único que se aproximou. Mais cedo tinha o visto conversando com uma das normais, mas ele não parecia ser escravinho, pois ela dava atenção a ele, além disso, receberia uma nota 8,5 facilmente, quem sabe um 9 se bem vestido. Ele tinha um cabelo castanho que era relativamente longo, mas não o bastante para parecer um emo, o pezinho ia até o fim do pescoço, além disso, o cabelo em si parecia liso e bem cuidado. Ele não aparentava se [palavra censurada], pois grande parte dos viados adolescentes tende a dar uma atenção ridícula as amigas e ser super barulhento e cheio de pulinhos e gemidinhos. Ele somente cortou a conversa com ela para voltar a leitura do livro, parecendo que eu não era um assunto bom o bastante para uma conversa com ela, como assim eu não era boa o bastante?

~//~

As quatro aulas que eu possuía antes do intervalo passaram rapidamente, pelo menos a meu ver, já que por mais que entendesse toda a matéria passada pelos professores na lousa, que alias, explicavam muito bem todas elas, eu não me motivava a tentar prestar atenção em algo que iria esquecer daqui três horas. Passei grande parte do meu tempo desenhando na apostila fornecida pelo colégio, que possuía boa qualidade em seu material didático, com boas explicações e exercícios bem escritos no geral.

Desenho em si era uma das minhas paixões que desenvolvi ao longo de todos esses anos, se não podia encontrar ele, poderia ao menos imaginar como ele seria, né? Passei grande parte da minha vida desenhando, no início meu desenho em si já era bom, e com o tempo só passou a melhorar, ficando cada vez melhor. Cheguei a ganhar vários elogios pelos meus desenhos, lembro que chegaram a me indicar para uma competição, mas preferi não participar para que os meus oponentes de uma classe inferior tivessem alguma chance de ganhar, obviamente.

Assim que sai da sala me dirigi rapidamente até o pátio, lembrava ao menos onde ficava a cantina da escola. Como era o meu último dia resolvi ao menos comer o que gostava, pedi uma coxinha e uma Fanta laranja, a coxinha era deliciosa. Pensei em me dirigir rapidamente para o jardim e poder ter um pouco de paz, comi a coxinha rapidamente e segui meu caminho com apenas uma latinha de Fanta com cerca de 1/3 restante, mas infelizmente a natureza não permitiu isso, segui para o banheiro.

A escola possuía um banheiro apenas, ridículo. Quando me sentei para poder realizar o chamado, ouvi um grupo de cerca de quatro garotas entrar no banheiro, reconheci a voz de uma delas imediatamente, era a Mariana. As outras não conhecia ou não me recordavam. Elas entraram na cabine ao lado da minha e fecharam a porta.

- Precisamos dar um jeito naquela Raphaela, só porque ela começou a namorar o Gabriel do terceiro começou a se achar superior a nós. – Não sabia de quem era a voz.
- Sim, e precisa ser rápido. Temos que humilhar ela na frente de todos para que ele termine com ela de vergonha. – Era a voz da Mariana.
- Eles estão namorando a duas semanas, né? Temos tempo então. – Não sabia de quem era a terceira voz.

Nesse momento ouvi um barulho de isqueiro, logo depois um pouco de fumaça começou a subir da cabine fechada, tomando conta de quase todo o teto daquele banheiro com pouca ventilação. Aproveitei a oportunidade para sair de perto das zé droguinhas. Poderia muito bem alertar a Raphaela, ela parecia ser legal, mas ela deve resolver os próprios problemas. Com sorte elas não me ouviram, continuei meu caminho até o jardim. Lá eu o encontrei, aquele garoto da minha sala que ficou lendo.

Ele estava deitado na grama com os fones do ouvido, tinha uma latinha de refrigerante na escada ao seu lado. Aquele lugar parecia ser um bom lugar para poder ficar sozinho e descansar, me aproximei dele e disse as seguintes palavras:

- Posso ficar ao seu lado?

Isso provavelmente deve ter soado de maneira muito estranha, tanto para mim e para ele, fiquei um pouco vermelha logo em seguida. Ele tirou os fones e olhou para mim com uma cara de quem tinha acabado de atrapalhar a paz e as poucas horas de sono que ele teve hoje, mas mesmo assim ele me respondeu:

- Claro, pode se sentar onde quiser. – Depois disso voltou a se deitar, deixa vez sem tentar dormir.
- Obrigada. – Me sentei do lado direito dele, arrumando para não ficar suja por causa da grama, que estava fofa. – Sabe, hoje vai ser o meu primeiro e o meu último dia nessa escola. – Ele não deu nenhuma resposta. – Hoje pretendo me matar.
- Eu não faço a menor ideia do por que você estar contando isso para mim, e também não pretendo saber. Mas eu tenho uma pergunta para você: valerá mesmo a pena isso? Não há mesmo ninguém que você queira ver feliz? – Ele olhou bem nos meus olhos e continuou – Já que você vai morrer hoje mesmo, não tenho problemas em dizer isso, ainda mais sabendo que você não pode sentir dó de ninguém na sua situação, o que só me deixa mais feliz. Eu tenho a minha irmã e gosto dela demais, e sei muito bem que ela não ficaria bem caso eu morresse. Vai valer mesmo a pena fazer isso?
- Pois é, você deve ter razão – Eu não sei como, mas aquilo fez um efeito em mim.
- Você só deve morrer quando souber que não terá ninguém que depende de você.
- Quer saber, você tem razão, viverei. – Olhei para cima e depois de volta para ele, estendi a minha mão e disse. – Meu nome é Gabriela, prazer.
- Eu sou Pablo, prazer.

Deitei na grama e dormi até que o sinal para a aula tocasse. Ele e acordou e fomos juntos para a sala.
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Mensagem por Micro Sáb 29 Mar 2014 - 0:51

Omg eu fiquei tipo orgasmando no começo e no meio. Mas... O final... Blergh...

Como posso dizer isso?

Adorei a descrição das garotas pelo pov da Gabi. É basicamente o esquema básico de qualquer escola mesmo.

Eu meio que comecei a ficar com dó dela também. Ela poderia tentar ter uma vida normal na escola dessa vez, recomeços são ótimos para melhorar o caráter de uma pessoa.

Mas o final...

Olha, vou dizer a verdade: não gostei. Eu até achei que era uma brincadeira por sua parte.

Sei lá, acho que ela mudou de ideia muito rápido pra uma pessoa que simplesmente tinha certeza absoluta de que iria se matar. Eu já tive um colega cujas informações não revelarei que já tentou suicídio, e nós tivemos que passar o ano todo convencendo ele de que a gente gostava dele e a vida valia mais. Foi realmente tenso e depressivo, mas ele tá vivo pelo menos.

O que eu realmente entendi do seu último parágrafo?

"Oi meu nome é gabi, eu não te conheço mas já que você é gato eu vou te falar que eu vou bater as botas hoje olha que legal"

"batata"

"aimeudeus santo padim ciço essas palavras de sabedoria inigualáveis me fizeram mudar de ideia agora virei ativista do greenpeace testemunha de Jeová defensora dos direitos humanos da China vegetariana e vou me casar e ter onze filhos com você seu lindo xeroso"

Você conseguiu escrever a angústia dela de maneira tão maestral nos capítulos anteriores que eu acho que esperava mais desse diálogo. Só isso.
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Mensagem por ~Luxy Sex 4 Abr 2014 - 22:12

Capítulo 2.1 – Aquela garota


Lá estava ela, a garota nova. Atrapalhando o meu sono falando algo que não pude entender. Sentou-se do meu lado e começou a falar de sua vida. Uma vida que eu nem ao menos quero saber.

- Sabe, hoje vai ser o meu primeiro e último dia aqui nessa escola. – Olhei para ela pensando que se realmente fosse, poderia ter minha paz de volta amanhã. – Hoje pretendo me matar.

Opa, algo grande para você, hein, garota. Vai se matar por qual motivo? Quer saber, eu realmente não faço a mínima ideia do porque e realmente não quero saber, na verdade, eu tenho quase certeza que você nem ao menos tentará, e caso tente, irá falhar duramente. Mesmo assim, abri a minha boca e disse:

- Eu não faço a menor ideia do por que você estar contando isso para mim, e também não pretendo saber. Se quiser se matar, se mate, tenho quase certeza que não irá conseguir. Só não se arrependa depois.
- Pois é, você deve ter razão.
- Só morra quando achar que deve.
- Quer saber, você tem razão, viverei. – Sabia desde o principio, você nunca teve o olhar de alguém que estar pronta para sair desse mundo. – Meu nome é Gabriela, prazer. – Ela me estendeu a mão.
- Eu sou Paulo, prazer.

Ela deitou na grama e começou a dormir, decidi que essa seria a minha hora de sair de lá. Peguei a minha latinha de refrigerante e terminei de tomar. Decidi ir ao banheiro agora que tenho a oportunidade, no caminho, vi quatro garotas saírem do banheiro feminino, uma delas da minha sala, estava saindo com um isqueiro na mão. Já estamos em abril e a diretoria ainda não descobriu que elas fumam no banheiro da escola todos os dias no intervalo? Nunca repararam no massivo cheiro de fumaça naquele banheiro todos os dias naquele banheiro? Realmente. Fui até o banheiro masculino.

Ele não era grande, mas também não era pequeno. Possuía cerca de cinco cabines e um mijatório. Praticamente todas as cabines estavam com as portas pichadas do lado de dentro, coisa comum de banheiro, mas por algum milagre, aqui as pessoas davam descarga sempre e não quebravam as portas. Tínhamos quatro torneiras logo em frente as cabines, cada uma com um espelho na frente. O espelho por si só era algo a mais. Ele estava sempre limpo, não importando o horário do dia, nem mesmo a quantidade de alunos que estavam lá, o espelho era sempre limpo. Além disso, ele possuía um tamanho relativamente grande, ainda mais por ser individual, cada um tinha cerca de 90x50 cm.

Fiz o que tinha que ser feito e saí o mais rápido possível. Chequei o relógio, eu tinha apenas dois minutos de intervalo restantes. Na verdade eu ainda possuía sete, pois cinco eram destinados à locomoção dos alunos, mas preferi guardar esses cinco minutos para ter paz na sala. Resolvi tomar um pouco de água antes de retornar a sala.
A escola não possuía bebedouros. Tínhamos cerca de cinco galões de água, com filtros, espalhados pela escola, cada um com uma garrafa de café do lado e copinhos descartáveis. Tínhamos um lixo de bom tamanho do lado de cada um também. Tomei um copo e meio de água. Tinha mais 30 segundos. Resolvi ver se a novata estava dormindo lá ainda. E ela estava lá, dormindo como um anjo parecia feliz consigo mesma. Cheguei perto dela e notei algo interessante. Ela tinha uma marca de nascença no pescoço, mas os longos cabelos deveriam cobrir essa área grande parte do tempo. Era uma marca que parecia o estado de Santa Catarina.

~//~

Cheguei em casa no horário padrão, 13h15min. Quando eu cheguei em casa, Luana já estava lá, como de costume. Ela estava deitada no sofá como de costume, mexendo no celular, provavelmente falando com alguma amiga. Deve ter chegado a um bom tempo já, e provavelmente deveria ficar em casa hoje por estar em roupas casuais já, não no costumeiro uniforme que ela costume usar quando pretende sair. Assim que me viu entrando pela porta, veio falar comigo:

- MUITÍSSIMO OBRIGADA. – Qual a primeira coisa que recebo dela? Um grito de obrigado, obviamente. – Você não imagina o quanto você me ajudou hoje.
- Eu sou o seu irmão, apesar de tudo. – Fui me dirigindo ao meu quarto, o único do andar de baixo. Larguei minha mochila perto da minha cama. – Vai querer o quê de almoço?
- Ah, a mãe já fez comida, ela que me buscou hoje.

O habitual era a mãe da Clara buscar a Luana todos os dias, mas pelo jeito hoje a dona loba buscou a filhinha e ainda vez almoço para o filho raposa.

A minha casa, se é que posso chamar de minha, possuía quatro cômodos, três no andar superior e um no andar de baixo. Na sua fechada tínhamos uma garagem para dois carros, que quase sempre ficava vazia e só era preenchida de noite, um jardim, do qual eu cuidava e a porta de entrada. A entrada dava para um corredor, esse que possuía um porta casaco na entrada, do seu lado esquerdo, além disso, logo a frente da entrada tínhamos a escada, ficando a menos de 20 passos. A escada ficava a direita na parede, e a sua esquerda tínhamos outro corredor, no final dele tínhamos uma porta para o banheiro do andar de baixo, como era chamado e a sua esquerda, tínhamos o meu quarto. Ainda no andar de baixo, no primeiro corredor tínhamos duas portas, uma para a esquerda e outra para a direita. A da esquerda levava a sala, que era bem iluminada por permitir acesso à piscina que tínhamos nos fundos, sendo relativamente grande, com cerca de 50m², dois sofás para quatro pessoas cada e uma poltrona de couro entre os dois, ela permitia facilmente uma tarde de filmes com os amigos ou com a família, por abrigar uma boa TV de 50 polegadas. A porta de esquerda levava para a cozinha, igualmente grande, com cerca de 30m², permitindo uma mesa de jantar e confortável movimentação, ela ainda levava para a área de limpeza, a qual eu frequentava quase diariamente para lavar as minhas roupas.

- Já comeu, Clara?
- Sim, já. – Ela continua mexendo no celular. – A comida está no micro-ondas.

Fui até a cozinha e verifiquei o que se encontrava no micro-ondas. Era peito de frango com caldo de feijão e arroz. Esquentei, estava okay, nada que me fizesse contente como pinto no lixo. Terminei rapidamente, lavei a louça e fui para o meu quarto.

Chegando lá, resolvi verificar o meu celular. Eu tinha três ligações perdidas. Eram da Clara, faziam cerca de 3 minutos desde a última ligação. Resolvi ligar o mais rápido possível, deveria mostrar uma preocupação com a minha namorada, além do mais, era confiava em mim, deveria retribuir isso.

O telefone chamou por cerca de 40 segundos antes de cair, tentei pela segunda vez, o telefone continuou a chamar, dessa vez por 50 segundos, resolvi tentar mais uma vez, nada. Resolvi tentar pela terceira vez, depois de cerca de 30 segundos atenderam o telefone. Era a Clara:

- Paulo? Que bom... Então, eu queria poder falar com você. Poderia chamar ajuda se não fosse pedir muito?

A ligação caiu logo em seguida. Liguei para a polícia mesmo não fazendo ideia onde ela está.

Continua...

Micro escreveu:Omg eu fiquei tipo orgasmando no começo e no meio. Mas... O final... Blergh...

Como posso dizer isso?

Adorei a descrição das garotas pelo pov da Gabi. É basicamente o esquema básico de qualquer escola mesmo.

Eu meio que comecei a ficar com dó dela também. Ela poderia tentar ter uma vida normal na escola dessa vez, recomeços são ótimos para melhorar o caráter de uma pessoa.

Mas o final...

Olha, vou dizer a verdade: não gostei. Eu até achei que era uma brincadeira por sua parte.

Sei lá, acho que ela mudou de ideia muito rápido pra uma pessoa que simplesmente tinha certeza absoluta de que iria se matar. Eu já tive um colega cujas informações não revelarei que já tentou suicídio, e nós tivemos que passar o ano todo convencendo ele de que a gente gostava dele e a vida valia mais. Foi realmente tenso e depressivo, mas ele tá vivo pelo menos.

O que eu realmente entendi do seu último parágrafo?

"Oi meu nome é gabi, eu não te conheço mas já que você é gato eu vou te falar que eu vou bater as botas hoje olha que legal"

"batata"

"aimeudeus santo padim ciço essas palavras de sabedoria inigualáveis me fizeram mudar de ideia agora virei ativista do greenpeace testemunha de Jeová defensora dos direitos humanos da China vegetariana e vou me casar e ter onze filhos com você seu lindo xeroso"

Você conseguiu escrever a angústia dela de maneira tão maestral nos capítulos anteriores que eu acho que esperava mais desse diálogo. Só isso.
Eu reparei o que você quis falar com isso, mas eu tive que usar essa parte, de vital importância para a Gaby para mostrar um problema futuro, acho que você provavelmente deve ter reparado qual é pelo começo do capítulo, se não reparou, leia 1.2 e o 2.1 de novo.

Em geral o capítulo dessa semana foi mais curto que o normal, mas consegui colocar o climax que eu queria colocar. Como semana que vem temos a Gaby, não queria dar muita continuação a essa parte do Paulo, então vocês provavelmente terão dicas, mesmo que minúsculas, no capítulo seguinte.

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Mensagem por xKai Sex 4 Abr 2014 - 23:19

Oi, o comentário não vai ser muito grande mas estou dando uma passadinha aqui mais para dizer que gostei muito da sua fic e que a partir de hoje estarei acompanhando : )

Achei bem inovador essa fic, misturando romance, tragédia e tudo mais que muitos adolescentes passam, muita gente vai se achar parecido com os personagens em alguns momentos e podem até vir a se espelhar neles. Esse capítulo foi curto, mas bem objetivo, a descrição do banheiro foi até que bem legal, interessante também o fato do banheiro masculino não estar todo "mijado", um fato raro. O final teve um certo suspense, achei estranho ela ter demorada muito pra atender, e depois de ter atendido ela pediu por ajuda sem especificar algum motivo... Mil coisas se passam na minha cabeça, espero que ela fique bem!

Até o próximo capítulo ^^,

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Mensagem por ~Luxy Ter 8 Abr 2014 - 22:01

Capítulo 2.2 – Nada mais que uma garota solitária nesse mundo quando o seu príncipe não está por perto


Já haviam se passados três dias que Paulo não vinha para a escola. Nesse meio tempo passei a ver a vida de um modo diferente, passei a ser positiva e desejar viver mais. Passei a ser feliz.

Sempre que eu passava por aquela ponte, tanto na volta quando na ida para a escola eu lembrava dele, dele que ajudou uma completa estranha.

A escola estava indo bem até. Comecei a me enturmar com as normais, uma garota em si parecia ser gente boa, o seu nome era Beatriz, se não me engano, ela sentava na frente de Paulo. Ela seria uma boa desculpa para poder falar com ele sem demonstrar muito interesse quando ele voltasse para a escola. Mas durante esses três dias houve algo interessante na escola, a líder das falhas, a Raphaela, teve fotos dela pelada divulgadas, as fotos rodaram praticamente toda a escola e chegaram a ser coladas no mural que tem no pátio, para que todos os alunos tomassem conhecimento, o culpado não foi pego. Ela não vem para a escola desde então. Eu provavelmente sei quem deve ser a culpa, provavelmente é a Mariana e as suas amigas, devem ter seduzido o namorado da coitada, que nem ao menos tem cara de fiel, que deve ter pedido para ela mandar fotos nua. Os resultados foram os esperados, várias pessoas fizeram a festa. Pelo jeito Mariana voltou a reinar sobre os homens e as falhas recuaram ainda mais agora sem a sua “líder”, na verdade, elas começaram a ser evitadas, pois como posso dizer. Literalmente ninguém gosta delas, uma ou outra que ainda acabavam falando com elas era por causa da Rapha, que não deve voltar cedo.

Eram 7:40 e o sinal da primeira aula tinha acabado de bater. Mais seis e estou livre para o tédio em casa. Resolvi ir à mesa da Bia falar com ela.

- E aí, qual aula é agora? – Perguntei enquanto sentava na cadeira que a três dias atrás pertencia à Paulo.
- Acho que é matemática. – Ela desbloqueou o seu celular.
- Valeu. – Esperei um pouco, cerca de cinco segundos. – Sabe o que aconteceu com o garoto que sentava aqui?
- Ah, o Paulo? Quer pegar ele por acaso? – Ela deu um sorrisinho. – Não faço ideia, mandei umas mensagens pra ele, mas ele nem respondeu.
- Não, não quero pegar ele. – Neguei – Eu só queria saber o que tinha acontecido com ele já que ele faltou três dias seguidos.
- Se quiser tentar, pode ir, mas tenho quase certeza que ele tem namorada. – Ela deu uma pausa enquanto lia as mensagens no WhatsApp. – Sabe, no fim do ano passado ele veio para a escola uns dois dias seguidos com um chupão no pescoço, além disso, muita gente disse que já viu ele com uma garota de mãos dadas na rua, e segundos eles, era é linda!
- Mas não é como se eu quisesse algo com ele de qualquer jeito. – Dei uma risada desconfortável, precisava sair desse assunto, peguei meu celular, um Moto G que ganhei de aniversário a cerca de um mês. – Eu não tenho o seu telefone ainda, pode passar?

Ela me passou o telefone dela quase no mesmo momento que o professor entrava na sala. Parando para falar de algo que realmente importa agora, eu estava preocupada com ele. E se o aniversário dele estivesse chegando? O que faria para dar um presente pra ele? O meu foi há um mês, o que não é preocupante. Falando nisso, a minha festa 15 anos foi mais uma festa de despedida de Dallas, do estrangeiro, para finalmente poder voltar ao Brasil. Sim, foi triste e cheio de choro de garotinha, mas foi uma boa festa, uma festa que encerrou tudo que tinha para ser encerrado lá, sem namorados, brigas e desavenças terminadas. Foi uma página virada.

~//~

No final da terceira aula foi falar novamente com a Bia, ela estava com outra amiga do lado, acho que o nome dela é Letícia, baixinha, cabelo preto longo, mas que parece um ninho de rato, sem peito nem bunda, poderia dar um 6 pra ela, se fosse amigável. As duas estavam se grudando como já tinha visto antes, na verdade, na verdade era a Letícia quem ficava mais grudada, acho que ela deve curtir. Preferir não perguntar sobre.

- Gabi, o-i-e! – Disse Letícia, ela fazia como se fosse uma gatinha.
- E aí, gata. – Respondi, continuando a piada.
- Miau. – Respondeu a Bia.
- Então, sabe o Rodrigo do terceiro? – perguntou a Bia, direcionado a Letícia, não teria como saber quem era.
- Sei, me fala.
- Ele tá dando ideia em mim. – Bia pegou o celular e mostrou uma conversa no WhatsApp. – Olha isso, é engraçado, pois ele não faz ideia como faz isso.

Letícia começou a rir, aproveitei para ver a conversa, era trágica a maneira como ele tentava fazer aquilo. Se alguém tentasse dar ideia assim em mim, não pensaria duas vezes antes de dispensar ele.

- Me mostra uma foto dele. – Perguntei

Ela me mostrou, se eu tentasse dar três de nota para ele, seria alto. Sério mesmo que ele espera pegar alguma garota que não esteja desesperada em níveis astronômicos com aquela cara?

- Você deu o fora nele já, né, Bia? – Perguntou a Lelê.
- Já, mas olha aqui. – Ela subiu a conversa. – Ele falou que me ama e que nunca vai desistir de mim.

Caímos na risada que logo se encerrou com a entrada da professora na sala.

~//~

Com o sinal do intervalo, peguei dois Club’s Social que eu tinha na mala e fui direto pro pátio. Comprei um suco de morango em lata na vazia cantina e fui para o meu lugar, sem olhar para os lados.

Estava vazio como de costume.

Coloquei o meu fone e pus Burn da Ellie Goulding para tocar. Comi a minha bolacha, tomei o meu suco e dormi por uns dez minutos.

~//~

Na minha volta pra casa, que foi atrasada em cerca de 20 minutos pois tive que receber materiais e lições passadas antes da diretora. Além disso assistirei aulas de reforço até conseguir me adequar a matéria. Devo receber umas três, já tinha aprendido aquilo antes. A escola e seus arredores ficam vazios depois de um tempo que tem a saída e a entrada dos alunos.

Segui meu caminho habitual, ao chegar perto da passarela, vi de longe duas silhuetas que já conhecia, Beatriz e Letícia. Me aproximei sem fazer barulho, mas notei algo que era no mínimo interessante. As duas estavam se pegando com se estivessem acostumadas aquilo e fizessem aquilo a muito tempo. Pelo jeito alguém escondia algo da família.

Decidi não atrapalhar elas e que poderia chegar um pouco mais tarde na casa vazia que me esperava, fui até uma lanchonete e comprei uma coxinha. Demorei para comer-la, mas estava deliciosa. Ao passar pela passarela de novo, elas não estavam mais lá. Tinha visto algo interessante hoje. Fui para casa com um sorriso no rosto.

~//~

Eram cerca de 21:30 quanto passava pela sala da minha casa para pegar o meu celular que deixei carregando quando uma notícia me chamou um pouco de atenção. Pelo jeito, três dias atrás teve um acidente de ônibus, ele vinha em alta velocidade e acabou atingindo quatro carros em um farol, matando seis pessoas. O acidente teve grande repercussão, pois uma das feridas era uma escritora famosa, que pelo jeito saiu somente com um braço quebrado, mas pelo jeito a filha dela tinha ficado gravemente ferida e estava em estado grave. Parece que hoje a garota morreu, ela tinha 14 anos, completaria 15 daqui três meses. Nada que fosse do meu interesse.

Hoje era sexta, e eu tinha a noite toda pela frente. Fui para o meu quarto e liguei o computador, coloquei o meu fone e abri o Skype, entrei na conferência do Skype que faço com algumas amigas minhas religiosamente toda sexta-feira a noite. Começamos a falar sobre coisas triviais, elas estavam discutindo sobre algum mangá acho, era qual mesmo? Ah, não era algum que eu tinha lido. Perguntei a elas se poderia tocar um pouco de guitarra, não tive objeções.
Peguei a minha guitarra, uma usada Gibson, de cerca de dois anos, pluguei ela no amplificador e comecei a tocar. Toquei músicas alegres a noite toda, sem errar notas.

Mas mesmo assim eu continuava triste.

Fim do volume um.



Notas do autor sobre o volume:

Eu gostei desses seis capítulos que iniciam e fecham o primeiro volume da fic. Com um tamanho irregular ( de 1.231 palavras no 2.2 comparadas as 2.500 palavras no Prólogo 1.1 ), ele teve o intuito de apresentar duas coisas: O problema da Gabi, que não é o suicídio, eu juro que tentei deixar ele aparente em pelo menos dois capítulos, um dela e outro do Paulo. E a segunda coisa que eu queria fazer era "moldar" os personagens, a Gaby já é aquela personagem que vinha moldada de fábrica e aparenta ter um desenvolvimento óbvio, mesmo eu querendo algo diferente pra ela, e que acho que possivelmente conseguirei, já o Paulo é um caso a parte. Ele meio que já vinha com pensamentos fundados e com uma maneira de agir fixa desde o prólogo, coisa que não me agradou muito. O volume dois deve trazer um Paulo diferente e que tenha vários modos de moldar ele. Falando nisso, o que acharam da quantidade de personagens? Temos os dois protagonistas, a Luana, a Clara, a Anna, a Beatriz, a Letícia, a Raphaela e a Mariana. Está faltando mais homens né? Tentarei ver isso, se possível, mas se desse, queria colocar ele como amigo do Paulo, como posso dizer, a quantidade de personagens que o núcleo da Gaby tem é bem grandinho, mesmo com personagens fazendo parte dos dois núcleos.

Tenho uma boa playlist para esse volume, ela está no spoiler, sinto que vale a pena escutar:

Playlist do volume 1:

Eu realmente espero que tenham gostado desse primeiro volume, tipo, sério mesmo. Postei mais cedo o capítulo essa semana pois não estarei aqui sexta.

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Mensagem por Micro Sex 25 Abr 2014 - 11:30

Conversas aleatórias <3

Queria pedir desculpa por não ter comentado o último capítulo: empilharam três trabalhos da faculdade, e no feriado eu peguei uma febre do capeta e fiquei nocauteado durante todo esse tempo. Na verdade, eu até tentei escrever um capítulo da minha própria história enquanto eu estava doente, mas ficou tão ruim que eu decidi apagá-lo e começar do zero.

Agora, sobre a Crossroads.

Em primeiro lugar, olá Bia. Grande amiga roladona, provavelmente sua função vai ser coadjuvante-conexão entre a Gabi e o Paulo. Vai falar algumas coisas legais e vai dar continuidade à história, mas não vejo ela tendo muita importância como os protagonistas. Fiquei um pouco chateado, mas não dá pro autor dar enfoque a todos os personagens igualmente né? Gosto do jeito que está, mas o personagem com o qual eu mais me identifico provavelmente é essa Bia.

Bem, desde o início eu já sabia que a Gabi não queria suicidar. Eu sei qual é o problema dela, mas nem vou falar aqui pra não tirar a graça das outras pessoas descobrirem sozinhas. E, assim, vou te pedir um pouco de atenção: quando você revelar isso, tente não parecer um enorme douchebag. É um bocado difícil explicar os problemas das outras pessoas; essa situação dela, a primeiro olhar, parece ser só uma mimadisse de menina rica, mas na verdade é algo sério e complicado. Quando chegar a hora, você vai perceber que vai ser um saco escrever isso sem parecer um otário.

Em terceiro lugar, Paulo. Já tenho 50% do caráter dele formado. Essa ligação surpresa meio que me deu um huge suspense boner, e minha teoria é: ela está prenha. O Paulo deve ter ficado em casa esses dias abalado com isso, e agora ele mesmo deve estar odiando a própria vida e vai querer se suicidar. E a Gabi ia salvar ele. Oh, mas que doce ironia seria isso. Um pouquinho superficial, mas dá pra dar um clímax dahorinha na história.

Deixando minhas devagações de lado, eu adoro o jeito que você escreve. Essas partes aleatórias, como a soneca do intervalo e a conferência religiosa (sobre mangás, wtf) também ajudam a dar um pouco de caráter e organizar melhor a história em nossas cabeças.

Erros de escrita, pelo amor de Deus. Eu não vou fazer isso a não ser que seja um erro berrante, como "menas" e "pobrema". Esses deslizes de digitação, acho que o povo devia pegar mais leve com eles e não ficar listando todas as letras digitadas errado ou espaços que não foram reconhecidos pelo teclado.

É isso. Desculpa não ter lido antes, mas aqui estou. E que o próximo volume venha! :>

PS: A Soundtrack foi uma ideia boa, mas eu estou com uma preguiça ENORME de ouvir essas músicas. O título já dá uma ideia boa do que elas querem dizer, mas... nah, deixarei para outra hora.
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Mensagem por ~Luxy Sex 25 Abr 2014 - 15:11

@Micro: <3 Eu juro que quero dar uma boa participação para Bia, estou com algo pensado aqui, mas não sei se pretendo desenvolver a história para esse ponto. Sobre a Gabi, eu vou atrasar tanto sobre isso até que eu possa formular uma explicação boa sem parecer um otário, até lá só darei dicas. Se tem duas coisas que eu adoro em histórias são conversas aleatórias e romances secundários. Sinto que isso desenvolve muito melhor os personagens da trama, essas coisas do cotidiano, que faz com que os personagens sejam mais humanos são muito boas na minha opinião.

Volume dois começa com essa delícia de capítulo. Achei que seria bom contar a história desse ponto de vista em terceira pessoa, ainda mais para descrever esse acontecimento. Gostei de escrever ele.

Capítulo 3.0 – Esse é João


Essa é a história de João.

João é um adulto de 45 anos, possui dois filhos, não se formou em nenhuma faculdade, e era tinha um casamento bom até hoje de manhã. João não teve uma boa infância. Morador no interior de Minas Gerais, em uma cidade tão pequena e pobre que seria piada até mesmo para as pessoas que sofrem da seca do sertão nordestino. Mesmo assim João era um garoto feliz. Sexto filho da família, o mais novo de todos, cresceu trabalhando e não teve tempo de ir para a escola praticamente. Só foi frequentar uma sala de aula com 13 anos, quando finalmente, a família veio para São Paulo tentar algo melhor na vida. Mesmo assim João não queria ir para a escola, ele não entendia todos aqueles números e equações que a professora colocava na lousa. João largou a escola com 16 anos para ir trabalhar.

Quando tinha vinte anos, João conheceu uma moça de nome Robertina. Robertina era uma moça pobre, não tinha nada a oferecer, mas mesmo assim ela conquistou o coração de João. Os dois se casaram cerca de seis meses depois, quando ela engravidou. O trabalho de ajudante geral dele não era o bastante para as despesas, ainda mais agora que estava aprendendo a dirigir. Queria realizar um grande sonho, ser motorista de ônibus. Robertina começou a trabalhar fazendo lanches em uma lanchonete perto da favela em que moravam. A filha deles, Josy, na época com cinco anos, começou a frequentar a escola, oportunidade que João não pode ter desde pequeno. João amava Josy.

Quando Josy tinha nove anos, Robertina engravidou novamente, nessa época João já era motorista. Era a época de ouro deles. Tinham acabado de comprar um apartamento na COHAB, finalmente teriam um bom lugar para viver, Robertina já tinha até mesmo a sua própria lanchonete, pequena, mas tinha. O filho era um garoto, o seu nome foi Wellington.

Wellington cresceu com os pais ausentes e com uma irmã que frequentemente trazia homens para casa em vez de ir para a escola. João não sabia o que a filha fazia. Ele achava que a filha estava todo o tempo indo para a escola. Um dia João saiu mais cedo do trabalho e pegou a filha tendo uma diversão dupla. Wellington, que estudava de tarde viu Josy apanhar de maneira horrenda. A relação de pai e filha ficou ruim. Wellington cresceu com um trauma emocional do monstro que seu pai pode se tornar.

Josy virou uma garota comportada, a melhor aluna de toda a sua sala por três anos consecutivos. Logo após se formar conseguiu passar na USP para história. Josy virou o orgulho de sua família. Wellington começou a viver na sombra da sua irmã. Para sua mãe, que continuava ausente, pois sua lanchonete começou a crescer, ele tinha que ser ainda melhor que sua irmã. Entrou nas aulas de inglês.

Mas ele não suportou a pressão. Aos 13 anos, Wellington começou a usar drogas. João e Robertina não sabiam o que o filho estava passando, estavam muito ocupados com o trabalho, Josy sempre chegava tarde dos estudos, acabou não reparando o que o irmão passava.

Mas Welllington tinha consciência. Ele jamais vendeu nada que a família possuía para sustentar o vício. Ele sempre ia para a escola bem e jamais levou drogas para dentro de casa. Ele queria que a família não se preocupasse.

Aos 17, ele começou a roubar. Roubava carros, motos e casas. Fez muito dinheiro. Aos 19, parou com o vício. Era um dos bandidos mais temidos de toda a região. Mesmo assim, Wellington continuava a ser um homem consciente. Ele foi para a faculdade cursar economia. Usava máscara em seus assaltos, ficou conhecido como Jason, por nunca mostrar o rosto. Além disso, ele nunca feriu ninguém, usava a arma falsa somente para poder facilitar o roubo, e mesmo assim não levava documentos, ele sabia como seria um pé no saco para aquela pessoa recuperar tudo. Ele era um dos bonzinhos.

Nisso, Josy se casou. Ela ficou grávida aos 29, se casou logo depois, se separando mais rápido ainda, foi morar no Paraná e largou a família para trás em São Paulo.

A lanchonete de Robertina cresceu ainda mais, agora tinha mais quatro franquias e eles finalmente puderam se mudar para uma casa maior. Mesmo assim João não largou o emprego. Ele era feliz. Seus filhos eram formados, trabalhavam e ainda por cima ele trabalhava onde sempre quis.

No dia da formatura de Wellington, descobriu-se quem era o Jason. O mataram com cinco tiros logo quando foi pegar o diploma. A vida de João desabou. Começou a beber, mas nunca o suficiente para prejudicar o trabalho, o qual nunca faltou. Ele achava que o ser humano só podia alcançar a paz trabalhando.

Aos 45 anos, João soube que teria mais outra neta. Ele era um homem feliz, finalmente. No dia que sua neta ia nascer, enquanto Josy e seu marido iam para o hospital, um bandido apareceu. Ele não era um dos bonzinhos como Wellington. Josy morreu, assim como a sua filha que não havia nem ao menos nascido.

A felicidade de João não era duradora.

Na semana seguinte, Robertina o largou. Depois de 25 anos de casados, ela o largou. O largou para ir morar com um rico gerente de outra franquia de lanchonetes, que tinha apenas 27 anos. Mesmo assim João não bebeu, ele trabalharia no dia seguinte, e ele sentiria paz.

Jamais faltando no trabalho, jamais bebendo em trabalho. João era um dos melhores motoristas de toda a cidade. Mas nem sempre os melhores são os mais felizes. João estava em uma movimentada avenida da Zona Sul da cidade, pela qual passava todos os dias. João iria parar em só mais um ponto e ele poderia ir para a casa vazia que o aguardava. Mas ele estava em paz.

Ao parar no ponto percebeu que os dois passageiros que aguardavam para subir eram ladrões, ele notou a arma que um deles trazia. João fechou a porta e acelerou, ele queria proteger os ocupantes do ônibus. Um dos bandidos atirou e acertou a roda traseira do ônibus que João dirigia em alta velocidade.

João passou pelo farol vermelho, mas não conseguiu parar.

O ônibus de João acertou quatro carros. Seis pessoas morreram, uma delas era João.

João não viveu como um herói, não morreu como um vilão. Mesmo assim, será odiado pela família dessas seis pessoas que morreram.

Junto com João morreram também uma garota de 15 anos que estava indo visitar a avó que saiu de coma, um homem de 54 anos que estava indo visitar os dois netos que acabaram de nascer, uma jovem de 19 anos que tinha finalmente entrado na faculdade, um casal que acabará de se reencontrar depois de seis anos.

A vítima mais recente foi a filha de 14 anos da escritora Anna Guimarães. Ela faleceu depois de três dias em coma na UTI de um hospital particular. Ela só queria voltar pra casa.

A história não fará de nenhuma dessas pessoas vítimas e nem inocentes. Ela não fará dos bandidos que atiraram no ônibus o Hitler do século XXI. Ela se esquecerá de todos eles. Jamais serão heróis, nunca foram vilões. Eles nunca se tornaram nada além de mais um número de vítimas em acidentes daquele ano.

Fim do capítulo 3.0

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Mensagem por ~Luxy Qui 22 maio 2014 - 19:26

Capítulo 3.5 – No final de tudo, eu precisava dela. / Crônicas de uma garota normal


Parte 1: No final de tudo, eu precisava dela - Paulo
Estava chovendo. Era uma chuva primordial. Uma chuva que superada em dimensões todas as chuvas de todo o mundo naquele ano. Mas mesmo assim, eu não sentia nada. Eu não ligava para as milhares e milhares de pingos que caiam em minha cabeça, que caiam nas cabeças das pessoas, que caiam na cabeça do pequeno bebê que estava do outro lado da calçada, que caiam nos carros, que alagava ruas, que causavam a calamidade por onde passavam. Eu não dava a mínima para aquela chuva.

As gotas continuavam pingando ferozmente em todo o meu corpo. Mas eu não ligava. Ela não estava mais aqui. A chuva e toda a tristeza que eu tinha em meu coração significava tudo isso. Eu não a odiava. Eu não a amava. Mas ela me preenchia. Eu tinha alguém que se importava comigo, que ligava para mim, para o que eu sentia.

Agora não tenho nada.

Ela morreu cedo. Não foi de maneira brutal, mas de maneira triste. Eu passei os últimos três dias ao lado dela na UTI. Ela não pode falar nada durante esses três dias, mas mesmo assim, soube da tristeza dela. Ela sabia que iria morrer e não pode se despedir. Ela sabia que eu ficaria sozinho e não pode me dar palavras de conforto. Ela sabia que eu ficaria assim. E ela não é nem um pouco culpada por nada disso.

- Ei, irmão. – Ela a Luana. Ela estava com uma voz mais baixa e triste do que jamais esteve. – Vamos para casa.

Tinha um guarda-chuva em suas mãos. Um guarda-chuva grande e preto, como tudo e todos naquele dia. Um dia triste que sempre será marcado na minha vida.

A pior sexta-feira que eu já vivi.

~//~


Cheguei em casa em menos de meia hora. Nenhuma palavra foi pronunciada durante toda a volta, tanto por eles quanto pela minha irmã, a volta for totalmente silenciosa, tanto quanto a chuva que caia com um triste ar por todo o trajeto. Na minha chegada em casa, logo me dirigi para o meu quarto, peguei uma roupa qualquer que eu tinha não me importei em qual seria, peguei uma toalha e fui tomar um banho.

Foi um longo e demorado banho, talvez o mais longo que tomarei em toda a minha existência. Mesmo assim não me sentia bem, me sentia pesado, como aquilo que saiu de mim nunca mais fosse voltar, o que não deixava de ser verdade.

Eram 17 horas e a casa permanecia em um total silêncio, eles tinham ido trabalhar. Fui para o meu quarto e me sentei na cama, peguei meu celular para ver se tinha qualquer mensagem nova. Não consegui ver. A minha foto que eu tenho com ela na tela de início foi o suficiente para me derrubar, ao ver a cara de felicidade dela, ao ver o quanto ela gostava de mim. Ao ver que eu precisava dela.

Ao ver a foto da Clara comigo.

Eu comecei a chorar. Chorei como se não houvesse amanhã. Chorei por um longo tempo, o suficiente para a Luana terminar seu banho.

Ela terminou seu banho para vir chorar comigo, pela perda da melhor amiga.

Hoje era uma sexta-feira que eu nunca mais iria esquecer.






Parte 2: Crônicas de uma garota normal - Gabriela

Hoje era um bom dia.

Era um sábado de Sol, em comparação com a chuva que caiu quase todo fim de tarde ontem. Acordei mais ou menos ao meio-dia, tinha ido dormir tarde, pois fiquei conversando com minhas amigas pelo Skype. Ficamos a noite toda falando sobre o mangá Girls of the Wild. A discussão ficou ainda mais movimentada quando começamos a discutir sobre quem seria a melhor garota, Dal Dal ou a Rainha. Acordei com toda a minha casa vazia, eles tinham saída para almoçar no shopping e provavelmente deveria estar em um sono tão bom que decidiram não me chamar. Tem que ser isso.

Não estava com fome ainda. Decidi que tocaria um pouco de violão no parque que tinha aqui perto de casa, há uns 10 minutos, depois comeria algo na rua mesmo. Coloquei uma roupa básica, uma meia 7/8 preta que se estendia por toda a minha fina perna, um shorts jeans, no comprimento exato para cobrir a parte que a meia não cobria e uma camisa preta. Coloquei um tênis esportivo, pois iria andando até o parque.

Não tinha pessoas na rua hoje. Estava calmo, assim como o parque. A temperatura era agradável, mas mesmo assim havia poucas pessoas em seu território. Sentei-me embaixo de uma arvore e comecei a tocar Oasis – Don’t Cry Your Heart Out.

Toquei por cerca de quarenta minutos, cansei e fui comer algo. Acabei almoçando dois pastéis de frango com catupiry, quando cheguei em casa a minha família já estava lá.

Fomos ver um filme, o qual não prestei muita atenção pois dormir logo depois que começou.

Hoje foi um bom dia.

Comentários sobre o capítulo escreveu:Capítulo conjunto para a felicidade geral de todos. Queria arrumar a linha do tempo e fazer com que o arco desse volume começasse de semana. Consegui isso. Prometo não matar metade do elenco até o fim da trama.

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