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Pokemon Stories: Good Omens Pikalove
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 Pokemon Stories: Good Omens

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tshaman
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tshaman
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tshaman


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MensagemAssunto: Pokemon Stories: Good Omens   Pokemon Stories: Good Omens Icon_minitimeTer 28 Jul 2020 - 14:26

Pokemon Stories: Good Omens Mergul11


Fala rapaziada, tudo bem com vocês?

Recebi um e-mail a pouco tempo e reparei que o forum está voltando a ativa agora em 2020. Fiquei animado então resolvi postar meu trabalho recente aqui também. 

A proposta é contar uma história pokemon mais adulta e com uma perspectiva mais realista.

Deixo vocês com a sinopse:

Sinopse:



Os capítulos vão sair mais ou menos no espaço de tempo de duas semanas e vocês podem se guiar por esse índice abaixo:
ÍNDICE DE CAPÍTULOS

Capítulo 1 - Nostalgia e esperança (Neste post)
O festival lunar se aproxima e o plano de Kaleo e Oliver para deixar as ihas Sevii também. Hoje, no ultimo dia de aula do ensino médio, finalmente o primeiro passo para se tornarem treinadores começa.
Os planos da dupla tem que ser revistos em vista das novas perspectivas. A preparação pro festival já começa, mas nem tudo acontece como deveria.

Capítulo 3 - Sempre em movimento
O festival finalmente começa. Kaleo e Oliver tem que resolver o que vão fazer do seu futuro e seguir em frente de uma vez.

Capítulo 4 - Vivo
O treino começa. Só duas semanas para se preparar. Kaleo tem um plano pra compensar o pouco tempo.

Capítulo 5 - Tempestade
"A tempestade não vê diferença abaixo do céu". Kaleo e Oliver usam o bote para ir até a ilha.


Citação :






Pokemon Stories: Good Omens Rattat10

Capitulo 1 - Nostalgia e esperança.



Se você é um dos habitantes da ilha Sevii, chances são de que nada muito impressionante está reservado para seu futuro. Sejamos honestos, nenhum líder de ginásio, campeão da liga, herói, milionário ou qualquer coisa que valha a pena jamais saiu dessas humildes ilhas ao sul do platô índigo.



Pior ainda se você fizer parte da etnia dos moradores originais da ilha. Sem entrar em mérito de motivo, mas o fato era que estatisticamente o povo Alph cuidava de boa parte dos trabalhos manuais e simples do país e nada mais. O que não é problema algum se você aspira em ser um bom carpinteiro, mineiro ou qualquer outro tipo de porcaria dessas. 


Se você tem outros planos porém, a matemática está total e completamente contra você. Esses são os fatos: nus, crus e baseados apenas em ciência pura e simples.


Kaleo nunca gostou de estatística e tampouco prestou muita atenção nas aulas da escola pública que frequentava, então nada dessas verdades matemáticas interessavam muito a ele. Tudo bem, ele podia até ser claramente um Alph - Qualquer um reconheceria a primeira vista: alto, pele ligeiramente mais morena e queimada de sol, cabelo bem escuro cortado curto e olhos ligeiramente apertados - varrendo o chão de uma lojinha mixuruca de suvenirs e recebendo mal por isso, mas essa cena clichê não tirava sua esperança no futuro nem sua paciência e sorriso no rosto.


- Caralhooo! Que saco!!! - Kaleo gritou drasticamente para o céu arremessando a vassoura no armário.


Ou alguma coisa do tipo...


Kaleo já tinha varrido e espanado a loja no mínimo umas quatro vezes só na parte da tarde. O tédio era tão grande que já tinha até organizado os bonequinhos cabeçudos de madeira em ordem alfabética e triangular em cada prateleira. Ele não sabia o que seria pior: essa calmaria modorrenta ou a loucura de atender um amontoado de turistas um atrás do outro, mas logo não teria opção, por que com o começo oficial do festival Lunar em apenas uma semana, a lojinha estaria infestada de mil idiotas fazendo perguntas ofensivas sobre os costumes de seu povo.


Para falar a verdade, o festival Lunar já tinha começado, mas os turistas só estavam interessados nos dias de festa e da super lua, quando a ilha estaria totalmente enfeitada, com milhões de barracas de comidas típicas e os rituais formais sendo feitos. Agora, na parte religiosa e menos visual do festival, eles estavam pouco se lixando. Provavelmente estavam nesse momento gastando dinheiro em passeios de lanchas, festinhas em iates e mergulhos absurdamente inflacionados em corais antigos.


Não interessava muito, por que se seus planos dessem certo, não precisaria continuar trabalhando por tanto tempo. E exatamente com esse pensamento que decidiu já ter trabalhado o suficiente. Botou a cabeça pra fora da porta para checar se o dono ou algum cliente estava perto, só por segurança, e correu até sua mochila para continuar jogando em seu Gameboy.


O jogo que acendeu na tela quando ligou o aparelho já tinha sido jogado, zerado e  rejogado milhões de vezes, mas Kaleo nunca se cansava.  Não gostava tanto do jogo por uma questão mecânica ou de gameplay, - até por que tinham versões novas que poderia comprar - mas sim por que faziam-no libertar a imaginação e sonhar como seria seu futuro. Tratava-se de um rpg simulando a vida de treinador profissional da academia A.C.E, e era tudo Kaleo conseguia pensar desde que era criança.


Dessa vez tinha se desafiado a vencer o jogo de uma maneira mais difícil e estava prestes a conseguir. Revisou seu time mais uma vez, composto por um delicado equilíbrio entre pokémons que gostava e que fossem taticamente úteis. Um sentimento de "nostalgia" invadiu seus pensamentos, porque sabia que essa talvez fosse a ultima vez que teria que se contentar somente com a brincadeira.


- Última run, amigos... - Falou para a tela do videogame carinhosamente e apertou furiosamente os botões para seguir em frente.

Antes que as falas enormes do rpg acabassem, o familiar som do sino avisando que alguém entrara na loja ressoou. Kaleo se atrapalhou todo tentando esconder o gameboy ao mesmo tempo que se empertigava para receber o visitante.


- É pra isso que te pagam? -  Um garoto baixinho, cabelos castanhos bagunçados, usando um suspensório de oficina, óculos pendurados na gola e com a cara meio suja de fuligem entrou na loja sorrindo.


 - Ah caralho... Tomei mó susto, velho! - Suspirou aliviado

- É só trabalhar direito que tu não se assusta assim. - O visitante respondendo alargando o sorriso irônico. 

Pelo tom jocoso e sorriso insistente, Kaleo já sabia que a notícia era boa.

- Ah moleque, cala a boca. - Brincou e guardou o gameboy de vez na mochila. - Fala logo, se conseguiu a parada ou não?!!

- Você não deveria estar na escola? Não era hoje o último dia das aulas de verão?

- Deveria, mas cinquentinha na mão do professor resolveu. - Respondeu impaciente. Enquanto falava foi tirando o avental e dando uma ultima checada na rua para ver se estava limpo.

- Sério?

- O professor nem via nossos trabalhos, cara. - Soltou um muxoxo de impaciência. - Fala logo o que interessa...

- Mas se alguém descobrir e…


Antes que o visitante pudesse terminar a frase, foi interrompido por um soco no braço repentino e um brado. - Para de enrolar e fala logo, porra! - de Kaleo.


Os dois garotos já se conheciam a muito tempo, e desde sempre tiveram o mesmo jeito peculiar de se comunicar e brincar um com o outro. Já na época do primário, quando o Avô de Oliver se mudou para a ilha e matriculou o neto na mesma escola pública de Kaleo, os dois já tinham montado mil planos mirabolantes e outras merdas juntos. A ansiedade era normal quando um deles cumpria parte desses planos, principalmente quando o outro insistia na mania irritante de fazer suspense. Os dois faziam e os dois detestavam. 


Por isso, e dada a circunstância mais do que especial do plano de hoje, a agressão de Kaleo no braço de Oliver seria considerada justa e até leve para qualquer um dos sistemas de leis da zueira que os dois tratavam entre si.

- Ai! Ta bom, ta bom! - Oliver massageou o braço alvejado rindo e tentando se defender de um possível novo soco.

O menino de suspensório caçou na pequena sacola de ferramentas brevemente, - mas pareceram eras - enquanto Kaleo esperava de boca aberta. De lá, tirou uma esfera metalizada, mais ou menos do tamanho de sua mão, vermelha em cima e branca em baixo, já semi enferrujada e com um botão sem cor projetado no centro.


- Eu honestamente duvidei. Não botei fé que ia conseguir botar isso pra funcionar e muito menos capturar o rattata com seu plano maluco, mas... - Declarou extremamente orgulhoso e extendeu a pokebola para frente como se fosse uma maçã de Idun. - Mas eu sou mais brabo do que eu pensava.


Tudo bem que era uma pokebola restaurada a partir dos restos e sucatas do avô de Oliver. Tudo bem que não era registrada para nenhum dos dois por que ambos não tinham licenças de treinador ainda. E tudo bem que não continha nenhum tipo de pokemon impressionante dentro... Mas era uma pokebola, com um pokemon real capturado graças a engenhosidade combinada da dupla. 

Oliver provavelmente notou o pasmar do amigo, por que depositou sorrindo a esfera em suas mãos semi abertas.

A empolgação de Kaleo era tanta que esqueceu de respirar pelo nariz. Sentiu com os dedos sua textura metálica e o botão no centro que libertaria o pokemon dentro. A pokebola era gelada ao toque e ligeiramente mais pesada do que ele imaginou.


- Como faço encolher?


- Eu não consegui restaurar essa função, mas seria um clique pra encolher e dois pra liberar. 

Não importa ainda é incrível de qualquer forma. - Mandou muito moleque! - Disse animado bagunçando o cabelo do amigo.


E por um tempinho os dois só ficaram ali sorrindo atoa deixando a imaginação fluir nas viagens que já tinham discutido mil vezes.


Até que Oliver os fez voltar pra terra. - E aí, vamos lá treinar ele?


Ao que Kaleo respondeu do jeito mais empolgado que poderia. - Agora!


________________________________


Bastou alguns segundos de arrumação apressada conjunta e a loja já estava devidamente fechada, trancada e com o costumeiro aviso de que abriria as nove da manhã no dia seguinte. Mais rápido ainda foi a prontidão com que pegaram as bikes e dispararam em direção ao seu point secreto. 


Kaleo ainda não tinha terminado seu turno quando saíram da loja, pois ainda era fim de tarde, mas isso pouco importava. Nenhum cliente viria e muito menos o dono da loja, que a essa hora provavelmente ainda estaria voltando da sua pequena viagem de compras. Sinceramente, mesmo em um cenário onde possivelmente seria descoberto, teria largado os serviço mais cedo de qualquer jeito. Já tinha esperado tempo suficiente para ser um treinador.


A dupla tinha planejado minuciosamente cada passo para começarem suas vidas de treinador, desde as finanças, equipamentos, rotas e até conseguir esse primeiro pokémon como forma de treino. Isso daria tempo de se habituarem a lidar com um pokémon medíocre antes de conseguirem coisas melhores, além de possibilitar capturas fáceis se dessem sorte. Mesmo assim, demorou bem mais do que previsto e foi muito mais difícil do que imaginaram.


Em primeiro lugar, conseguir surrupiar uma pokebola quebrada inteira o suficiente para ser consertada sem que o avô notasse tomou semanas de Oliver. O velho parecia sempre saber onde estava tudo que usava no trabalho. A não ser, é claro, se estivesse - por um total e completo acaso do universo - bêbado.


Depois, capturar o insistente rattata que tentava comer as plantas do jardim de Oliver se provou ser extremamente difícil. O bicho fugia ao menor barulhinho que eles fizessem. A solução foi uma engenhosa armadilha, a qual Kaleo se gabou por muito tempo, feita com um cesto de roupas sujas apoiado num graveto e uma isca de nozes no meio.


- E mano, nós nem pensamos em como encostar a pokebola nele depois que ficasse preso no cesto.


 - Real! E como você fez?! - Kaleo respondeu dando um tapa na testa ao perceber a falha óbvia em seu plano.



- Ele viu que estava preso e começou a se debater loucamente e tentar se soltar. Eu tive que correr pra cima e jogar meu peso no cesto pra não virar. - Fez uma pausa por que pedalar tão rápido estava tirando seu fôlego. - Ai eu me toquei que não poderia sair dali até ele conseguir roer o plástico. Quando ele abriu o buraco, taquei a pokebola nele... Easy.


- E quanto tempo você teve que ficar sentado?


- Papo de umas duas horas.


Kaleo deu uma sonora gargalhada. Eles eram os gênios mais burros que já tinha visto.


Os dois já tinham se acostumado desde sempre a ter que improvisar ou criar as próprias soluções no decorrer da vida. Kaleo nunca conheceu seus pais e os bicos que arranjava nunca pagavam bem; Oliver por sua vez, ajudava o avô no ofício da família e mal gerava dinheiro para se sustentar. As crianças mais abastadas podiam ter seus mimos e babaquices, pouco importava quando os dois tinham criatividade.


E o destino da dupla já tinha visto incontáveis demonstrações frustradas ou bem sucedidas dessa criatividade e astúcia. Este era uma clareira no começo dos bosques da parte norte da ilha, de difícil acesso se alguém tentasse penetrar a mata pela parte da frente, mas muito simples de chegar dando uma volta maior e descendo a encosta. Era o local perfeito, pois além de ser um ótimo espaço para fazer o que quisessem, ainda era bem do lado de uma das quedas d'água do grande rio que cortava a ilha. E ninguém sabia de lá, claro.


A área estava visivelmente afetada pelos anos acumulados de brincadeiras, maluquices e planos. Algumas das árvores que cercavam a clareira já tinham sido estrategicamente preparadas com tábuas de madeiras, cordas e cestos, assim como o meio era uma espécie de altar, com um círculo de pedras pontudas e um ensaio de espantalho super mal feito tentando imitar o dono da loja que Kaleo trabalhava.


A adrenalina gerada pela ansiedade estava em níveis altíssimos, então chegaram já pulando das próprias bikes e correndo de um lado para o outro ajeitando o que devia ser ajeitado. Tiraram as camisas e depositaram em um dos cestos presos nas árvores, encheram um dos baldes de água caso precisassem apagar algum incêndio, checaram se a escada construída em uma das árvores para rota de fuga estava firme e por último organizaram o altar de pedras para abrir espaço em volta do espantalho. Pela primeira vez desde sua construção, "Mc hammer" iria cumprir seu propósito.


Os meninos terminaram a arrumação extremamente rápido, mas honestamente não sabiam exatamente o que tinham que fazer.


- Então... Como vai ser? - Disse Kaleo, espanando as mãos cheias de poeira na bermuda.


- Hmm... Pensei em tentar ensinar algo simples? - Oliver respondeu com as mãos na cintura avaliando as precauções que tinham tomado. - Talvez usar um ataque bem básico no Mc?


- Justo. Mas que tipo de ataque ele já deve saber?


Os dois olharam instintivamente para o espantalho, como se alguma resposta fosse vir dali.


- Tackle provavelmente? Também tem aquela finta com o rabo que geralmente ratata do mato faz, mas esqueci o nome…


- Também esqueci, mas não importa. Vamos de tackle então?


Os dois menearam a cabeça concordando silenciosamente com essa decisão, mas continuaram parados meio que sem saber o que fazer. Novamente aguardaram que uma inspiração divina viesse da figura cômica no meio da clareira.


- Não é melhor...?

- Se a gente continuar enrolando não vamos fazer nada. - Kaleo disse. - Libera ele logo e a gente vê.


Oliver concordou com a cabeça e respirou fundo. - É, melhor mesmo. - Tirou a pokebola do bolso do suspensório, encarou-a por um breve momento e aí estendeu na direção de Kaleo - Quer fazer as honras?


- Sério?

- Sim. 

- Mas você que capturou.

- Por isso mesmo. Sua vez de lidar com ele agora. - E sorriu.


Kaleo hesitou brevemente antes de levantar a mão sinalizando que Oliver deveria arremessar a pokebola. Sabia que era um gesto de gentileza do amigo e estava muito empolgado para ficar considerando a justiça daquilo.


- Então vamos. - E ao falar isso deu dois passos para o lado de modo que Oliver não ficasse entre ele e o alvo. Seu coração bateu forte agora que a hora tinha chegado. Ensaiou várias posições diferentes para jogar a pokebola, mas todas o faziam se sentir idiota e desconfortável. Um flash de um desenho bem antigo e bobo passou na sua cabeça, onde o protagonista sempre fazia poses extravagantes e gritava muito antes de invocar seus pokemons. - Como eu libero ele mesmo?


- Dois cliques para liberar. 


- Certo, certo… - Kaleo já sabia disso, mas o nervosismo o fez esquecer. Sua mão tremeu quando moveu o dedo para pressionar o botão.

Silêncio total. Só o som da água corrente próxima, do vento e da respiração tensa dos dois garotos.


- Vai, rattata!


Kaleo acabou gritando mais alto do que esperava, mas o barulho da pokebola se abrindo que se seguiu o abafou. A esfera voou alguns metros pra frente e explodiu seu jorro de luz vermelha em direção ao chão. O ricochete foi tão violento que o garoto só conseguiu pular pro lado por instinto para não ser atingido. A criatura tomou forma tão rápido quanto o movimento do mecanismo. Era quadrúpede, com uma coloração roxa clara inconfundível, dois grandes dentes um pouco amarelados, uma cauda semi enrolada e uma das orelhas faltando um pedaço, provavelmente de alguma briga bem antiga.


Mas o ratata não parecia estar normal. Assim que se solidificou, começou a sacudir a cabeça de um lado para o outro e cambalear como um bêbado.


Um segundo silêncio totalmente constrangedor e anticlimático tomou conta da clareira.

- Err... Que porra é essa? - Kaleo quebrou o clima quando percebeu que o roedor não estava voltando ao normal.


 
- Eu não... Eu não tenho certeza. - Oliver abriu um sorriso amarelo. - Talvez ele só não esteja acostumado ao processo?


Os dois concordaram em silêncio em esperar para ver. Ficaram variando o olhar entre o ratata confuso, entre eles e o espantalho que nada tinha a ver com a história. Kaleo queria muito acreditar que não tinham feito uma merda sinistra e debilitado seu primeiro pokémon permanentemente, então prestou atenção nos minimos sinais de que talvez aquele comportamento esquisito estaria passando.


Oliver se agitou no lugar e mexeu os lábios, depois colocou a mão no queixo novamente.

 

- Fala. - Já conhecia as manias do amigo quando estava inquieto.

 

- Não... É que eu tava pensando aqui...


Às vezes Oliver demorava um pouco pra explicar o que estava pensando, então Kaleo, que já estava acostumado, continuou reparando no ratata enquanto esperava o amigo se organizar. A criatura tinha parado de cambalear e agora se limitava a sacudir só a cabeça. O que parecia um bom sinal.


- Acho que tem algum curto na placa cinética, por isso que a pokebola voou tão longe.

 

- Faz sentido. - Concordou sem prestar tanta atenção assim. A informação parecia irrelevante no momento.


O bicho finalmente parecia ter se estabilizado. Apertou as pequenas patas no chão e ficou parado.

 

- Talvez se trocar o fusível por um novo...


- Aham. - Concordou de qualquer jeito ainda prestando atenção no comportamento do animal.


Agora o ratata parecia ter percebido que estava em algum lugar novo. Começou a cheirar o ambiente freneticamente e arquear as orelhas como se estivesse alerta. 

 
- Oliver? 


- Eu deveria ter testado isso antes


  

O pokemon identificou algum cheiro específico e começou a girar no lugar procurando a direção. Até que parou quando viu Oliver. Paralisou no lugar e arrepiou os pelos.

  

- Cara...

- Talvez esse curto tenha feito ele ficar tonto também... Fui muito burro.

  

Começou a chiar baixo.

 

- Cara...

- Eu vou consertar hoje e…


Se tencionou e mostrou os dentes.

 

- Cara!

- O que?!


A pergunta foi respondida com um chiado agudo altíssimo e um borrão roxo disparando na direção de Oliver. Foi tão rápido que ele só conseguiu colocar as mãos na frente do rosto e tropeçar para trás. Felizmente o tropeço fez com que o rattata não atingisse seu tronco. A besta furiosa aterrissou perto da sua perna e imediatamente mordeu com vontade.


- Aaaah! Aaaah! Aaaaaaah! Ele vai me matar! Ele vai me matar!

A princípio tudo aconteceu muito rápido e Kaleo só pode ficar em choque. Teve certeza que viu sangue espirrando e um pedaço da perna de Oliver preso na boca do pokemon. No segundo seguinte, quando o surto de adrenalina passou, conseguiu ver a cena direito. O rattata só tinha conseguido morder o jeans do suspensório de seu amigo e agora estava preso. Tentava fazer força para trás e puxar o menino junto, mas mal estava conseguindo se segurar no lugar enquanto Oliver se debatia e choramingava.


Soltou um muxoxo de risada involuntária, não sabia se por nervosismo ou pelo ridículo, e se permitiu respirar para se recuperar o susto antes de fazer qualquer coisa. Era melhor resolver isso logo antes que piorasse, então virou-se de costas para procurar a pokebola, e quando achou, deu uma ligeira corrida para pegá-la.


- Como eu faço ele voltar mesmo?!

- Minhaaaaa pernaaaa!!!

- Oliver! Me diz como eu chamo ele de volta!

- Aaaaaah!


Kaleo deu um tapa na própria testa e se aproximou de seu amigo desesperado. Sacudiu ele pelo suspensório para chamar sua atenção. - Me diz como eu retorno ele, porra!

  

- Aperta o botão até o final e aponta pra ele, seu arrombado!!!


Dito e feito. Um laser vermelho saiu em linha reta até o rattata. Quando tocou sua pele, puxou o braço de Kaleo até que o ângulo ficasse reto, como uma espécie de magnetismo. O monstro devorador de pernas se desfez em luz num barulho abafado.


Oliver teve a decência de se acalmar e passar as mangas da camisa no rosto antes de levantar reclamando.

  

- Que bicho filho da puta, cara! Por que ele me atacou desse jeito? - Xingou enquanto espanava a sujeira da roupa.


Kaleo fez força para evitar o riso, porque percebeu que o amigo estava puto de verdade. - Também não entendi nada, cara... Ele não deveria estar mais manso?


- Deveria! Beleza que a placa cinética está com defeito, mas a programação comportamental não, eu chequei! - Tirou o óculos do bolso, verificou que estava inteiro e foi guardá-lo numa das cestas. - Essa merda de bicho deve ser problemático!

 
- Cara... Ele ficou agressivo especificamente quando te viu.

- Sério?

- Sim. Vai ver ele só não gostou da sua cara mesmo?


Ao ouvir essas palavras Oliver fez sua famosa cara de bunda quando percebia que tinha feito alguma lerdeza. 


- O que?

- Eu sou um idiota. 

- É sim, mas o que você fez? 
   

- "Minha cara"... - mas a declaração não surtiu o efeito esclarecedor esperado. - A programação da pokebola funciona a partir do ID do treinador...

  
- Putz velho... Óbvio. Como a gente esqueceu disso?

- Pois é...

- E é claro que ele tá puto com você, a última lembrança dele é ser preso na cesta.


Pela terceira vez, os dois olharam para o espantalho e esperaram alguma contribuição sobrenatural para o dilema.


   - Bom, vou ter ver a pokebola de novo e a gente tenta outro dia né... - Oliver deu de ombros.

   - Que?! Não, claro que não! Não esperei quase um mês pra gente capturar essa coisa e desistir assim.

   - Mas cara, não dá pra fazer nada.

   - A gente pensa numa solução.

  - Mas é perigoso tentar treinar ele assim. Minha pern...

   - Ou! Relaxa! - Rosnou. - Ele nem mordeu sua pele, só conseguiu pegar o jeans. Para de chorar atoa!


Oliver se calou e fez um ligeira expressão de ressentido, mas acenou positivamente com a cabeça aceitando a ideia. Os dois sentaram no chão e ficaram encarando direções opostas, tentando pensar em alguma coisa e não se irritar mais um com o outro.


Por que tudo tem que ser tão complicado? Só uma vez o universo não podia facilitar as coisas e fazer elas funcionarem de primeira? Sempre tem que ter uma treta e um problema em sua vida. Pegou a pokebola e ficou jogando no ar tentando pensar em algum coisa, mas o único resultado foi uma raiva imensa em seu estômago e a garganta queimando. Por algum motivo tinha um “quê” muito desesperador o primeiro passo da vida de treinador já começar cheio de problemas. A imagem mental da loja em que trabalhava invadiu sua mente e sentiu os olhos arderem.


Mas chorar não resolve nada nem nunca resolveu, então passou agressivamente o antebraço nos olhos. O que eles precisavam é pensar direito no problema. Olhou para Oliver checando se o amigo já tinha tido alguma ideia. Achou a mesma cara de bunda de alguns minutos antes.


   - Nada?

   - É. Eu não sei se tem jeito agora…


Esse tipo de atitude irritava Kaleo de um jeito inacreditável, mas estava disposto a resolver em vez de discutir.

  

- Tá, se a gente só ficar esperando a solução aparecer não vamos conseguir nunca. Precisamos quebrar o problema em partes.

 

- Como assim?

- Em vez de ficar pensando tudo junto, uma coisa de cada vez, ué. - Pegou um graveto próximo para riscar o chão. - Primeiro, qual é o problema que estamos enfrentando?

 

- Hmm, um rattata maluco.

  

- Isso. E por que?

  

- Porque a pokebola não consegue condicionar o programa básico de comportamento sem ID's de referencia.


- Ótimo. - Riscou alguns símbolos ininteligíveis na terra que obviamente só faziam sentido para si mesmo. - E como é esse negócio de programa básico?


- É a parte da programação que faz ele ficar mais manso…

- Obrigado capitão óbvio! Mas como? - E deu um tapa no braço de Oliver - O que ela faz exatamente?

  

- Ah, é tipo... Sei lá, como se fossem uns "sonhos" induzidos sabe?.

- Que tipo de sonho? 

  

- Ah, umas coisas bobas sabe... Tipo o treinador fazendo carinho nele ou protegendo e sei lá mais o que.


Por dois longos segundos a informação entrou por seus ouvidos e não fez efeito, ficou só ciscando o desenho mal feito no chão com o graveto. E aí, o momento genial aconteceu: os olhos de Kaleo dilataram, deu outro tapa em sua testa tão alvejada e levantou as mãos para o alto.  - É isso né?! É só a gente fazer manualmente!


- Como vamos fazer ele sonhar manualmente?

- Não, arrombado. Vamos criar alguma situação dessas!

Oliver ficou com uma ligeira cara de bunda um tempinho, até que finalmente visualizou a genialidade do plano.

- Olha... - Arqueou as sobrancelhas com tanta força que quase foram parar no cabelo. - Botei fé hein.

- Tem que acreditar, mané! - Kaleo Levantou empolgado e deu um tapa na mão do espantalho. - Meu cérebro é uma máquina de resolução de merda!


Os dois riram com a palhaçada e ficaram com caras de idiota empolgados olhando um para o outro como se tivessem acabado de inventar alguma coisa fantástica.

 

- Hmm, mas o que exatamente? - Disse Oliver.


E aí a empolgação sumiu e os risos foram substituídos por sorrisos amarelos.


- Eu... Não sei... - Soltou um muxoxo de desânimo, coçou o cabelo com as duas mãos e se largou no chão barroso. - Que inferno!


Novamente a clareira ficou em silêncio e ambos olhando para o nada tentando pensar em alguma coisa. Kaleo ficou riscando o chão com seu graveto a esmo e viajando nos seus pensamentos, esperando que alguma solução viesse, mas nada apareceu. Já estava começando a desistir.


- Tem comida ai?  - Perguntou a Oliver, que prontamente alcanço sua bolsa e tirou um saco de nozes de lá e varejou em sua direção. - Pelo menos não penso de barriga vazia.


Essas palavras aparentemente “bugaram” Oliver, porque ele arregalou os olhos e apontou as duas mãos na direção do amigo.

  
- O que?

- É isso!!!

- Ahn?


Oliver se aproximou quase pulando, tirou o saco plástico das mãos de Kaleo e exibiu no ar como se estivesse num programa de auditório.


Então a ficha caiu. - VOCÊ É UM GÊNIO!!!





  




Bastou algumas corridas para cá e para lá e o projeto domador de feras 2.0 estava pronto. O circulo de pedras que antes abrigava o espantalho estava todo remendado com tábuas, galhos, corda e fita adesiva, formando uma espécie de cercado baixo. Lá dentro, uma única e singela noz fora colocada mais ou menos no meio

  

- Pronto?

- Pronto.


Os dois estavam segurando a pokebola juntos de um jeito meio atrapalhado para evitar que ela saísse voando ou algum outro acidente. Kaleo começou a pressionar o botão e Oliver tentou esboçar um “perai”, mas não saiu a tempo. Outro Estalo forte ressoou pela clareira e o jorro de luz invocou a criatura no meio do cercado improvisado. A força desregulada da pokebola fez com que o braço dos dois  meninos recuassem e Oliver tomasse praticamente um soco no peito.


- Ai!

- Shhhh! Silêncio!


O rattata saiu da pokebola do mesmo jeito. Enquanto ele se recuperava, os dois se agacharam para ficar numa posição estratégica onde o pokemon poderia vê-los. 
O processo foi quase o mesmo, primeiro ele parou de se sacudir, depois percebeu que estava num lugar novo e imediatamente começou a cheirar o ambiente. Dessa vez identificou o cheiro da noz primeiro e depois o cheiro de Oliver. Olhou os dois meninos com desconfiança, arqueou as orelhas e mostrou os dentes, mas não se mexeu.


- Vamos nos afastar um pouco. - Kaleo sussurrou e foi puxando o amigo ligeiramente para trás.


O roedor ainda ficou desconfiado mesmo com a distancia, mas provavelmente sua fome falou mais alto, por que não demorou muito para surrupiar a noz com as patas dianteiras e levar a boca.


Oliver fez um duplo hang-loose e abriu um sorriso de orelha a orelha. Kaleo resistiu a empolgação e respondeu fazendo com a mão para que esperasse. O plano ainda não tinha dado certo. - Com calma agora... - Sussurrou.


Os dois se aproximaram do cercado, o que fez o pokemon ficar tenso de novo. 


- Calma meu bom, não vamos te fazer nada. - Kaleo sussurrou e esticou sua mão mostrando mais nozes.


A princípio nada aconteceu, o roedor só continuou desconfiado, mas a mão continuou flutuando no ar esperando. Os dois meninos tentavam segurar suas respirações nervosas e se manterem frios, mas era impossível não ter um pouco de receio do bicho simplesmente se enfezar de novo e atacar.

Até que finalmente o milagre aconteceu. O rattata deu o primeiro passo para frente, cheirou o ar, hesitou ainda por um breve momento e logo depois surrupiou as nozes.


- Sucesso! - Oliver falou alto e jogou as mãos pro ar, o que fez o ratata chiar.

- Calma, calma! - Kaleo censurou, mas rindo também.


O processo foi repetido várias vezes, com bastante paciência, até que os meninos se deram por satisfeitos e chamaram de volta seu primeiro pokemon para a pokebola. Os dois ficaram com as mãos na cintura com sorrisos bestas no rosto, orgulhosos de terem resolvido o problema que o mundo jogou neles e se sentindo os mais hábeis domadores de pokemon que já viveram. Fala sério? É ou não é uma coisa digna dos gênios domar um roedor de uns vinte centímetros sem precisar de ajuda da programação da pokebola e quase sem nenhum incidente?


Não interessava, por que era exatamente assim que Kaleo estava se sentindo.



________________________________________________________________________________




Agora a clareira estava arrumada para aproveitarem o resto do dia ouvindo seu programa de rádio favorito até o começo da noite. Duas cadeiras de praia velha estavam dispostas próximas ao círculo de pedras do "Mc Hammer", que agora estava sem espantalho, sem cercado mal feito e com uma tábua de madeira colocada em cima para improvisar uma mesa. O rádio estava posicionado em cima dessa mesa improvisada, assim como duas garrafas de cerveja barata.


Oliver recentemente tinha completado dezoito anos, e apesar de Kaleo ainda ter só dezessete, aproveitaram o máximo o fato de que agora podiam beber sem ter que pedir que alguém comprasse.

Oliver não pensou duas vezes. Assim que terminaram de arrumar o espaço, tirou o suspensório e varejou de qualquer jeito em uma das cestas penduradas nas arvores. 


- Vou no rio de leve! Bora? - Anunciou.

- Hoje não. To suave.

- Bota o som alto pra eu ir ouvindo também. - E disparou em direção ao rio.


Kaleo se esticou para frente e ajeitou a estação de rádio e o volume.


Os dois estavam especialmente atentos ao rádio por que um evento histórico estava por vir. Não era todo dia que um Elite dos quatro era desafiado por sua posição, muito menos nas circunstâncias inusitadas desse desafio em particular. Devoraram tudo que podiam sobre a luta para ver se aprendiam alguma coisa útil.


"(...)D... fato a comp...sição da de...afiante é muito boa contra o tipo de luta que nós sabemos que Will busca, então sinceramente eu me pergunto se essa diferença berrante nas apostas é puro bairrismo(...)" A voz familiar da comentarista favorita de Kaleo foi exalando tremida do rádio e preencheu a clareira.


Já era costume sempre ouvir o “Elite Índigo”, mesmo quando não tinha nada interessante rolando. Kaleo achava essa análise sobre o cenário competitivo bem diferente das outras, mas não sabia exatamente o por que. Talvez um pouco pelo fator descontraído e às vezes cômico os quais os assuntos eram discutidos, mas ele tinha impressão que era mais que isso.


“Vou até arriscar, espectador, que em partes sim… Mas acho que o principal é que ninguém realmente conhece a desafiante… Quer dizer, fala sério?! Alguém já viu essa mulher atuando? Alguém com menos de quarenta anos? O que claro, não é o meu caso. Mas a maioria das pessoas só sabe que ela é uma dessas sacerdotisas de Ecruteak que dançam e vestem esse quimono esquisito em qualquer lugar.”


Kaleo riu, por que sabia que Mary estava claramente fazendo um piada sobre sua idade. Mary era uma lenda do rádio e já apresentava shows desde de quando o Professor Carvalho era vivo.


- Ela é foda, né?! - Oliver gritou lá do rio.


Kaleo concordou mentalmente e um pensamento feliz invadiu sua mente. E se um dia fosse entrevistado pela Mary sobre seu desafio a elite dos quatro? Seria incrível. Era reconfortante pensar que o que planejaram estava começando a dar certo e bastava seguir os próximos passos que logo estariam longe dessa ilha, vivendo outras vidas, muito melhores e menos injustas. 


“Mas ouvinte, antes que eu continue fofocando sobre a partida, presta atenção aqui em mim por que eu tenho um aviso muito especial, principalmente se você tem de dezesseis a dezoito anos!”


- Que? Aumenta isso aí! - Oliver gritou do rio ao ouvir isso e começou a nadar para sair de lá.

- Provavelmente é só alguma propaganda lek… - Kaleo retrucou, mas aumentou um pouco mais o rádio mesmo assim.


Mary continuou. “Como todos sabem, semana passada o período de seleção da academia A.C.E começou oficialmente…”


Kaleo soltou um muxoxo de impaciência ao ouvir isso. - Viu cara, é só propaganda da academia A.C.E. Não interessa.


A academia A.C.E é a maior e melhor instituição preparatória para treinadores do mundo. Chefiada e pela própria lenda viva e campeão atual da elite dos quatro, Ethan Gold Hibiki. Kaleo sonhou a vida toda em ser convidado para lá ou passar em algum tipo de seleção, mas a verdade era que não tinha a menor chance. Apesar da academia ser localizada em uma das ilhas Sevii, só pessoas influentes eram convidadas, e nenhuma seleção comunitária jamais fora feita com os colégios dali. Iria se contentar pelo resto da vida de ter vivido isso em seu jogo de gameboy mesmo.


“Mas a novidade esse ano, meu nobre ouvinte, é que pela primeira vez na história da seleção, alguns locais que nunca participaram antes irão participar...”

O coração de Kaleo deu um salto.


- Caralho, é isso mesmo?! - Oliver veio correndo.


“É isso mesmo que você ouviu! Você que é habitante da zona de proteção Safari Beta, das aldeias Silver, das ruínas Cinnabar, das Zonas de Proteção Alpha e das ilhas Sevii, pela primeira vez vão ter a oportunidade de disputar uma vaga comunitária na melhor escola de treinadores do mundo…”


E simples assim, os planos de Kaleo e Oliver viraram de cabeça para baixo.






Espero que vocês gostem :3 
Críticas e comentários são muito bem vindos. Semana que vem posto o capitulo 2. ABS


Última edição por tshaman em Seg 16 Nov 2020 - 23:29, editado 7 vez(es)

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MensagemAssunto: Re: Pokemon Stories: Good Omens   Pokemon Stories: Good Omens Icon_minitimeQua 29 Jul 2020 - 22:42

Olá tshaman, tudo bem?

Primeiramente, bem vindo de volta ao fórum. É sempre muito legal termos uma fic nova para companhar, já que de uma forma ou de outra, essa é a única área do fórum que continua viva. Já aproveito para te convidar a se integrar nessa nossa comunidade, interagindo com os outros fic writers, garanto que não vai se arrepender haha

Pois bem, bora pra sua fic.

O título não me trouxe nenhuma referência. Já ouvi falar de uma série chamada Good Omens, porém não faço ideia do que ela se trata, então por enquanto vou continuar na ignorância quanto a isso.  Eu gosto muito de histórias "adultas e realistas" no mundo pokémon, pois acho que dá pra traçar um paralelo bem legal com a nossa realidade e meio que consertar bizarrices que o canon dos games e do anime nos fazem engolir. Nada contra as fics clichês, mas tenho tendido a ficar muito mais interessado em histórias que buscam inovar e trazer algo de novo. Felizmente, aqui no fórum, o que não faltam são pessoas criativas, dispostas a desconstruir o clichê a fim de inventar novas histórias com os monstrinhos.

Logo, gostei muito de ver o Kaleo sendo um estudante do ensino médio e, inclusive, tendo que ter um emprego de meio período para se sustentar. Eu gostava muito do post game do Fire Red nas ilhas Sevii e nunca entendi porque essa região é tão esquecida no churrasco. E você me surpreendeu muito trazendo toda uma mitologia especial para ilha, inclusive destacando as diferenças raciais dos habitantes das ilhas. Fiquei curioso sobre esse Festival Lunar e sobre as outras atividades que transformara as ilhas em um ponto turístico.

Outra coisa que explodiu minha mente foi o Kaleo ter um gameboy em que ele basicamente podia jogar pokémon igual a gente. É uma ideia tão simples, e quase até que óbvia, que os moradores do mundo pokémon teriam jogos tipo "simuladores", mas algo assim nunca tinha nem passado na minha cabeça. Gostei da sua genialidade em trazer algo assim pra história. Além disso, outra parte bem destacada foi sobre a tecnologia das pokebolas. Eu tenho um pouco de preguiça de ficar pensando demais nisso, e por muitas vezes acabo assumindo que é um item mágico kkkk Mas a forma que você trouxe na sua história foi bem legal, com o Oliver sendo praticamente um hacker do dispositivo, tendo que consertar uma antiga pra capturar um Rattata.

E essa foi outra parte que eu gostei da sua história. Porque somos condicionados a aceitar que é bem simples capturar seu primeiro pokémon e começar a treiná-lo, mas você adicionou uma boa dose de dificuldade para os protagonistas capturarem o maldito rato, quando para iniciar o treinamento. As cenas da clareira foram bem engraçadas de acompanhar. Imagino a frustração do Kaleo, que achou que agora era só treinar o bicho e gg, sendo que ele mal sabia operar a pokebola hahah

Vou destacar aqui alguns probleminhas e coisas que não gostei. Primeiro, sobre as censuras nos palavrões. Não sei o que o levou a fazer essas censuras, se foi medo de infringir alguma regra do fórum, da palavra ser censurada, ou se o outro local que você posta a fic não permite as palavras de baixo calão (pelo que eu entendi, a fic já está em andamento, certo?). Bem, eu gostaria muito que você passasse de usar essas censuras, pq eu fiquei muito agoniado lendo porr#  e merd$ dessa forma kaskkoas Pelo menos aqui não tem problema nenhum meter uns palavrões (porra, caralho, merda, puta que pariu, ARROMBADO, nossa é muito bom xingar  vergonha rosa)

Segunda coisa, eu fiquei bem incomodado com algumas informalidades na narração. Existem histórias que eu acho que cabe muito bem um narrador que use um dialeto informal, até que quebre a quarta parede e etc, mas na sua história ficou muito deslocado, sabe? Aparentemente é uma narração mais séria e de repente entra esses trechos que eu destaquei aqui, que ficaram muito fora de clima:

Citação :
O protocolo treta foi ativado e já chegaram correndo de um lado para o outro ajeitando o que devia ser ajeitado.

Citação :

Ao ouvir essas palavras Oliver fez sua famosa cara de bunda quando percebia que tinha feito alguma lerdeza.

Esses trechos meio que me tiravam um pouco da história sabe? Acho que você poderia deixar esses trechos mais agradáveis se fossem pensamentos do Kaleo.

Eu não sei se há uma regra exata, mas eu sempre vejo outros autores utilizando letra maiúscula no momento de citar um pokémon, então foi meio incômodo ler "o ratata" toda hora. Ah, e o certo seria Rattata kkkkkk.

Dei falta de algumas vírgulas, mas admito que não sou a melhor pessoa para te dar dicas pois também sofro na mão dessas malditas. Talvez algum outro "professor pasquale" do fórum possa te orientar melhor nessa parte haha Erros que me chamaram mais atenção foram alguns de concordância verbal, mas eles não se repetiram muito pelo capítulo, então creio que deva ter sido uma falha que você poderia ter corrigido durante uma revisão. Vou deixar um exemplo aqui porque também não sou fiscal pra ficar pescando erro por erro 


Citação :
Você que é habitante da zona de proteção Safari Beta, das aldeias silver, das ruínas cinnabar, das zonas de proteção alpha e das ilhas Sevii, pela primeira vez vão ter [...]

Nesse caso o verbo deveria ser "vai ter" pelo sujeito estar no singular.

Sobre o final, gostei de ver que vai rolar uma oportunidade de um deles ingressar na academia, mas se é apenas uma vaga e os amigos estão nessa juntos, como será que eles vão fazer? E, visto que no seu mundo eles tem escola normal, ensino médio e pah, a academia seria o que? Uma faculdade? Ensino médio integrado? Curso técnico? KKKKK sei lá, questões que me vem a mente.

É iso tshaman, achei a ideia da sua fic muito promissora e você me deixou bem curioso em entender como é a dinâmica da população das ilhas Sevii. Ficarei aguardando ansioso o próximo capítulo o/

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MensagemAssunto: Re: Pokemon Stories: Good Omens   Pokemon Stories: Good Omens Icon_minitimeQui 30 Jul 2020 - 0:03

E aí meu consagrado, tudo suave ctg?
Mano, muito obrigado por me fazer esse review tão rico e cheio de informação. É justamente pra isso que eu escrevo fanfic, pra melhorar como autor.
Antes de responder os tópicos que você levantou já vou avisando que estava planejando começar a sua fic, que foi uma das que me chamou atenção assim que reabri o fórum. Pode esperar que em breve vai ter algum comentário lá <3.
Sobre seu review:
Citação :
O título não me trouxe nenhuma referência. Já ouvi falar de uma série chamada Good Omens, porém não faço ideia do que ela se trata, então por enquanto vou continuar na ignorância quanto a isso.(...)

É por causa da série mesmo xDDDD. 
Eu adoro o Neil Gaiman e saio lendo tudo que posso dele. Gostava muito do livro "Good Omens" e maratonei a série fodamente quando saiu. Tem um motivo dentro da plot pra eu ter escolhido essa referência, mas não vou contar por que seria spoiler o.o
E btw que bom que você curte esse tipo de história mais sombria e realista meu nobre, por que isso anima minha perspectiva de cavucar as fics aqui do fórum e achar algum ouro enterrado. 
Eu odeio esses tipos de história onde tudo vem de mão beijada, o mundo não faz sentido nenhum e os personagens principais não tem dois neurônios. Então me esforço muito pra que minhas histórias não sejam assim. Kaleo e Oliver são inteligentes e tem suas habilidades especificas, mas o mundo é cruel e nada vai vir fácil, então os dois vão ter que quebrar muito a cabeça e se esforçar de verdade pra avançar nessa trama.
Pode esperar muito world building nos próximos capitulos por que eu adoro fazer isso.

Citação :
Vou destacar aqui alguns probleminhas e coisas que não gostei. Primeiro, sobre as censuras nos palavrões.(...)


Exatamente o que você imaginou xDDDD
No fórum original onde postei a fic, a maioria dos leitores é mais novinho. Na primeira fic que escrevi lá eu ainda não censurava os palavrões e descobri que a maioria achava meio estranho e comentava sobre.
Minha solução foi censurar os palavrões antes de postar. E mano, estranhamente isso deu certo. KAKAKA Ninguém se incomodava de ter muito palavrão se eu colocasse desse jeito.

Citação :
Segunda coisa, eu fiquei bem incomodado com algumas informalidades na narração. Existem histórias que eu acho que cabe muito bem um narrador que use um dialeto informal, até que quebre a quarta parede e etc, mas na sua história ficou muito deslocado, sabe? Aparentemente é uma narração mais séria e de repente entra esses trechos que eu destaquei aqui, que ficaram muito fora de clima:


Sendo bem sincero eu resolvi usar essa história pra testar esse tipo de narração nova. A meta é que o narrador absorva um pouco do jeito de pensar do personagem a qual ele está narrando. Ainda é um protótipo, então certamente eu posso melhorar em exatamente como isso vai transparecer. 
Obrigado por dar um pin-point nisso. Vou ter em mente nos próximos caps não escritos ainda. 
Citação :
Eu não sei se há uma regra exata, mas eu sempre vejo outros autores utilizando letra maiúscula no momento de citar um pokémon, então foi meio incômodo ler "o ratata" toda hora. Ah, e o certo seria Rattata kkkkkk.


Tem a ver com como você trata o nome dos pokemons. Eu tinha até falado isso com alguém no outro fórum. 
Quando você escreve o nome de uma espécie usando o nome científico, ai você usa maiúsculo e latim. Quando você escreve como nome popular, como "cachorro", "leão" ou sei lá mais o que, ai não se usa maiúscula. 
No meu mundo os pokemons tem nomes científicos na língua unown, esses nomes que conhecemos são apenas nomes populares, portanto não usei maiúscula.
Agora, o rattata com um T só foi o corretor do word mesmo que mudou e eu não percebi xD

Citação :
Dei falta de algumas vírgulas, mas admito que não sou a melhor pessoa para te dar dicas pois também sofro na mão dessas malditas. Talvez algum outro "professor pasquale" do fórum possa te orientar melhor nessa parte haha Erros que me chamaram mais atenção foram alguns de concordância verbal, mas eles não se repetiram muito pelo capítulo, então creio que deva ter sido uma falha que você poderia ter corrigido durante uma revisão. Vou deixar um exemplo aqui porque também não sou fiscal pra ficar pescando erro por erro 



Sobre os erros de vírgula e concordância, muito obrigado por ressaltá-los. Eu escrevo sozinho e sem ninguém pra revisar antes do lançamento, então algumas coisas acabam passando mesmo.

Vlw meu nobre, vou corrigir mais tarde.


Agradeço novamente pelo comentário rico e espero que goste do resto da fic conforme sair x)
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MensagemAssunto: Re: Pokemon Stories: Good Omens   Pokemon Stories: Good Omens Icon_minitimeSex 31 Jul 2020 - 0:44

Bem, vamos lá.

Muito bom ver gente nova por aqui, mesmo nesse deserto em que se encontra o fórum, então bem vindo de volta! kkk.

Bem, sobre a história devo dizer que achei interessante. Achei legal essa ideia que você passou sobre toda a ilha, o esteriótipo da ilha e até mesmo o fenótipo do pessoal, eu curti bastante e ademais, curti também a motivação do personagem, etc. A ideia se olhar de forma bem crua pode dar a impressão de ser "clichê", mas a despeito de ser aparentemente uma história clássica de jornadas, a motivação do personagem e o modo como possivelmente vai aconecer é bem diferente do usual visto por estas bandas de cá.

Eu amei a ideia que você impôs de ele ser um moleque qualquer que estuda parte do dia e a outra ele tem um trabalho qualquer para conseguir dinheiro para se sustentar. Por mais rídiculo que pareça elogiar isso, é uma coisa que era pouco explorada. Os garotos saíam em jornada e ponto, aparentemente não existia pobreza, nem tampouco a necessidade real de, er, as pessoas precisarem de dinheiro. Bom que pelo menos há um tempinho já isso foi abolido aqui nessa seção.

Eu também achei bem interessante a interação entre os personagens. Você conseguiu transimitir bem a relação deles e de todas as cagadas e merdas que já fizeram até hoje kkkk. Foi simplesmente genial a gambiarra monstruosa que fizeram para capturar o Rattata kkkk, e também admirei bastante toda a explicação técnica que é necessária no seu mundo para poder funcionar de forma decente uma pokébola, coisas simples, mas que enriquecem o texto.

Eu vi o nome e logo imaginei que se tratava de alguma referência ao livro, e consequentemente à série. Confesso que nunca consumi nenhuma das duas obras, mas já cheguei a ler um pouco sobre a história e me parece que é algo que envolve anjos, demônios e anticristo kkkk. Não sei se a referência que você comentou vai ser literal, mas fico ansioso para ver onde vai ser kkkk.

Bem, agora a parte chata do comentário kkkkk: as críticas kkk.
Bem, a maioria é opinião pessoal minha, mas acredito que uma visão de outros também. A primeira coisa que me incomodou foram os palavrões, como o Brijudoca comentou acima. De fato, é algo - desculpa o termo - feio, vamos combinar. Eu entendo que no seu outro local de postagem era algo contra as regras ou whatever, mas fica bem desgradável de se ler. Se a intenção era censurar, que colocasse tipo "c..." ou coisa do tipo, pois ficaria mais agradável, ou então que nem colocasse, porque ao meu ver, alguns palavrões na fic você colocou só pra poder dizer que a história era "madura", entende? Tipo "eu coloco palavrões, a história é madura ok" e era desnecessário no momento. Não quero que leve a mal, são apenas sugestões. De toda forma, aqui nesse fórum e nessa área sem regras, você é livre para postar os seus palavrões kkkkkkkkkkkkkkk, então eu recomendo que você os coloque integralmente quando transcrever os capítulos para cá kk.

Outra reclamação/crítica construtiva (entenda como preferir kkkk) que tenho é o mesmo apontado acima também. A narração muito informal de fato acaba tornando-se meio maçante e cansativa em certo ponto. Claro que não estou cobrando aqui que você dê uma de escritor do realismo, onde gastaria quatro linhas para descrever uma simples cadeira de madeira kkkk, mas apenas que ao menos deixe uma linguagem coloquial, mas que não seja """"escrachada"""", entende? kkk.

A outra crítica/sugestão/chatice/encheção de saco/whatever que eu tenho para apontar é a formatação do texto kkk. Esse de fato eu vejo mais como chatice minha kkk. Mas assim, achei a formatação meio confusa e o texto ficou muito espaçado. De uma linha de fala para outra em alguns momentos você chegou a pular três linhas, e depois não pulava nenhum na narração, o que acaba sendo meio confuso. Eu, particularmente, dando a minha humilde opinião, recomendaria que você deixasse todas as falas de um bloco de falas juntas e pulasse uma linha tanto entre o bloco de narração anterior, quanto o posterior, dessa forma o texto ficaria mais agradável visualmente e até mesmo mais fluido.

A última eu não gosto de comentar na fic de ninguém, então vou dar só um toque. Eu vi alguns erros ortográficos interessantes, tipo em dado momento usar "a" para se referir a tempo passado, ao invés de "há", e também vi o problema da vírgula principalmente com o infeliz do vocativo (oh, vocativo, porque tão chato?). Mas acho que uma revisadinha básica resolve, sem crise.

Bem, a parte final do capítulo foi um plot twist nos planos dos jovens kkk. Tudo que eles planejaram vai por água abaixo com o anúncio da moça do rádio. Mas, aparentemente, tudo pode se tornar mais fácil pra eles né? No fim das contas é importante um pouco de facilidade na vida né kkk. Estou ansioso para ver como vai se desenrolar essa história da academia e como eles vão iniciar essa jornada deles.

No geral, eu gostei da história, apenas fica aqueles pontos que comentei acima, mas acredito que tenha futuro.

Bem, então é só e boa sorte com a fic.

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The Adventures of a Gym Leader - Capítulo 48
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MensagemAssunto: Re: Pokemon Stories: Good Omens   Pokemon Stories: Good Omens Icon_minitimeSáb 1 Ago 2020 - 15:21

Oi, tshaman, tudo bem?

Antes de tudo, bem vindo ao fórum! Sempre bom ver mais gente por aqui. Fico muito feliz em ver mais gente voltando e participando, seja postando sua própria fic ou comentando nas demais. Isso só me deixa mais confiante de que um dia o fórum pode voltar a ativa com força total. Então espero, de coração, que fique conosco por aqui!

Bom, sobre a fic em si, achei bem diferente e até mesmo original a história se passar nas Ilhas Sevii, porque, de fato, não é uma região muito lembrada e eu nunca tinha visto nenhuma fic que se passasse nela, então isso deixou a história bem interessante, principalmente com toda a cultura que você desenvolveu para as ilhas, já que não há muitas informações no canon da franquia quanto a isso. Outra coisa que gostei foi como você desenvolveu o lance da tecnologia das Pokéball. Isso não costuma ser algo muito explorado, então foi um ponto bem positivo pra sua história, inclusive mostrando que ela pode ser consertada, modificada, etc.

A dinâmica entre o Oliver e o Kaleo também foi bem legal, deu pra sentir que eles eram, realmente, muito amigos, e que tinham bastante intimidade. A parte da clareira, antes do ataque do Rattata, com um falando sobre os reparos que queria fazer e o outro tantando avisar sobre o rato, foi muito legal hahahaha. Uma outra coisa que queria elogiar é a qualidade dos seus diálogos. Eles são construídos e escritos de uma forma que soa muito, mas muito natural, e combina bastante com o aspecto mais cotidiano e coloquial que você quis imprimir.

Sobre a história em si, esse primeiro capítulo cumpriu bem o papel de apresentar os protagonistas, a dinâmica entre eles e, por fim, dar uma deixa do que vem por aí na história. Essa academia A.C.E é, pelo visto, uma espécie de cursinho para treinadores né? Achei bem legal esse ponto, porque esse lance de cursinho ou aulas que ensinem os jovens o básico para ser um treinador sempre foi algo pouco explorado, por mais que nos jogos exista as Escolas Pokémon, e o anime Sun e Moon tenha explorado um pouco isso. Aliás, curiosa pra saber o que a sigla da academia significa kkk. Quanto ao título da fic, ele também não me traz nenhuma referência, nunca nem tinha ouvido falar da série que o pessoal citou nos comentários, então não tenho nem ideia de como especular pra onde a história vai kkkkk.

Agora vem a parte chatinha. Senti falta de algumas (diversas) vírgulas ao longo do texto. Eu sei que esse é um ponto chato, porque as regras de vírgulas são bem complicadinhas, mas a que mais me incomodou foi em relação ao vocativo, apesar de haver outras faltando. Ainda nessa parte de gramática, recomendo um pouco de atenção quanto aos porquês, pois, em vários trechos, você utilizou "por que" (usado pra pergunta) no lugar de "porque" (usado para resposta).

Outra coisa, já apontada pelos meus nobres colegas aí em cima, é a questão da censura dos palavrões. Eu acho que, nesse tipo de situação, tem que ser tudo ou nada, sabe? Ou coloca o palavrão por inteiro ou não coloca nada. Aconselho que, na hora de trazer a fic da outra plataforma pra cá, você dê uma revisada nessa parte e inclua o palavrão por inteiro mesmo. Também faço o mesmo apontamento em relação à narração, que as vezes soa informal demais para um narrador em terceira pessoa. Esse tipo de narração combina mais quando é feito em primeira pessoa, sabe? Geralmente o narrador em 3ª pessoa tende a ser mais impessoal e formal, e na fic parecia que o narrador era um dos protagonistas. Além disso, os espaços entre os blocos de texto também incomodaram um pouco, acho que pular uma linha só tá de bom tamanho. 

No geral, sua história soa bem promissora e fico no aguardo do que vem por aí, principalmente em relação à academia. Boa sorte com a fic e até a próxima!

________________
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MensagemAssunto: Re: Pokemon Stories: Good Omens   Pokemon Stories: Good Omens Icon_minitimeQui 6 Ago 2020 - 20:52

E aí rapaziada :3

Deixa eu dizer de cara que fiquei bem impressionado e feliz com a qualidade dos comentários e engajamento da galera. É esse tipo de avaliação e crítica que me impulsiona a continuar escrevendo essa bagaça pra ser um escritor melhor cada dia.

Obrigado mesmo!



Spoiler:





Algumas coisas se repetiram em todos os comentários e sobre isso tenho algumas soluções propostas:


Spoiler:



~Anyway~

Aqui vai o segundo capitulo. Eu já tinha escrito ele antes então não deu pra implementar toooodas as sugestões, mas espero que gostem de qualquer forma.

Vlwwwwwww~~~



Citação :

Pokemon Stories: Good Omens Pokemo10

Capítulo 2 - Sem desastres. Sem Milagres.




Um viajante que cruzasse os países civilizados do mundo descoberto, repararia que todos tem noções, costumes e crenças religiosas diferentes. Cada qual com mitos razoavelmente parecidos de como o mundo foi criado e quais forças primordiais regem o universo, mas quase todos discordam radicalmente de quais são os deuses governantes e seus respectivos profetas.

Os historiadores concordam mais ou menos que essa diferença teológica está intimamente ligada a atividade dos arautos de cada região. Por exemplo, analisando a curva gráfica é evidente que quanto mais destrutivos e constantes os arautos fossem, menos tradicionais e dogmático aquele povo seria. Não à toa Kanto e Johto, apesar de serem tão próximos, tem costumes religiosos tão diferentes. Os deuses da tempestade, o famoso trio de arautos que ronda Kanto, marcaram o país com uma história manchada de sangue, cinzas e lágrimas. Já Johto, teve muito menos problemas com suas bestas sagradas se comparado ao país vizinho.

Independente de cada nuance regional e de como cada país lida com sua perspectiva teológica, as ilhas Sevii são um fenômeno único em todo o mundo conhecido. Em toda a história de sua colonização, nenhum residente do arquipélago teve que lidar com  qualquer fenômeno natural causado por forças primordiais avassaladoras do mundo. Nenhum deus, profeta ou juiz celestial - chame como quiser - jamais atrapalhou as vidas pacíficas do povo Alpha ou dos habitantes posteriores da ilha. Por isso talvez, e não coincidentemente, o lugar também é casa do maior festival religioso conhecido: os festivais lunar e solar. Homenagem a crença dos Alphas as duas forças da criação que movimentavam o mundo.

- Então a maré e o céu puderam descansar  finalmente... - Kaleo terminou sua explicação teatral e abriu os braços de acordo.

- Incroyable! E qual exatamante é o objetivo desse... Rituale?  - Um casal de turistas loiros, branquelos e com sotaque forte ouvia fascinados.

- O festival lunar é uma oferenda a maré, para mostrar que ainda temos fé e não precisamos ser punidos. - Piscou. - Não à toa as ilhas não sofrem das mesmas merdas do resto do mundo né?

Kaleo foi obviamente irônico na frase e no tom de voz. Não acreditava em nenhuma dessas crendices e nem era uma pessoa religiosa. Mas a reação dos turistas o lembrou porque odiava essa época do ano.

- Ma bonté, mais je ne croyais pas que les paysan étaient si innocents! - A mulher comentou dando um risinho bobo.

O homem respondeu algo na mesma língua e no mesmo tom esnobe, mas Kaleo não conseguiu distinguir as palavras.  E então adicionou em unown - Obrrigade! Fica pra você pela ajude, garrote! - Jogou uma moeda na direção de Kaleo e se virou para ir embora com sua esposa.

- Mas que filhos da puta. - Kaleo resmungou incrédulo olhando a esmola no chão.

Tinha aprendido o suficiente de Kaloniano na escola para identificar de onde esses turistas idiotas eram. Não era fluente no idioma, mas sabia muito bem o que a palavra "paysan" significava: caipira, capiau, selvagem ou similares. Era isso que se podia esperar de turistas playboys nascidos  em berço de ouro. Desrespeito e arrogância.

- Ainda expliquei a merda da história... Que filhos da puta, cara... - Reclamou sozinho.

Talvez nem ficasse tão surpreso ou irritado em dias normais, mas sua cabeça estava a mil recentemente. Bufou pra espantar a raiva, pegou a moeda no chão olhando pros lados pra ver se ninguém veria - dinheiro é dinheiro né. - e ajeitou as sacolas de pano lotadas em cada braço.

Tinha combinado com o avô de Oliver a ajudar na logística da sua barraca para o festival, mas ao mesmo tempo, ainda tinha que trabalhar na barraca da lojinha de souvenirs que era empregado. Tomar os dois trabalhos para si resultou numa quantidade exorbitante de coisas que deveriam ser carregadas até as barracas. Como Kaleo era teimoso e orgulhoso, socou tudo que tinha que levar em seis sacos de pano e se propôs a fazer uma só viagem usando um cabo de vassoura nos ombros.

É claro que foi uma ideia bem idiota.

- Ai minhas costas. - Reclamou repetidamente durante o resto do caminho.

Mesmo na situação precária que estava, foi impossível não notar a mudança da praça central da cidade. A decoração do festival provavelmente era a coisa que os Sevianos levavam mais a sério, e provavelmente também o único aspecto do festival que ele realmente gostava. O espaço circular normalmente abrigava a feira de peixes, mas agora tinha um grande palco octogonal de madeira entalhada no centro, com tochas ainda apagadas marcando cada ponta. As construções que marcaram a borda desse círculo, a mais ou menos uns vinte metros de distância do palco, estavam todas ricamente pintadas com temas religiosos, misturando arte clássica e o grafite das ONGs da ilha. O teto das construções estavam ligados por padrões visuais complexos de seda de caterpie pontuados por lanternas de ledybas ainda apagadas, formando desenhos bem parecidos com as tatuagens ritualísticas dos Alphas.

Já dava pra ver o quão bonito aquilo seria quando a noite caísse e as fogueiras se acendessem. Esse tipo de coisa que fazia o evento valer a pena.

Mesmo com toda essa arrumação extravagante, uma coisa muito mais simples chamou sua atenção. Um tom de voz familiar, feminino, bem humorado e pontuado por risadas altas. Seus olhos saltaram de um lado para o outro até achar a fonte: uma menina morena, de longos cabelos semi-ondulados e castanhos, vestida com roupa cerimonial, debruçada nos próprios joelhos e trocando piadas com o grupo de pessoas próximas.

Melin. Kaleo instintivamente ajeitou a postura e parou de respirar pela boca. 

Melin era a menina mais linda da sua turma desde do ensino fundamental. Normalmente Kaleo não teria problemas para abordar uma garota como alguns outros caras tímidos teriam, mas com ela o assunto era diferente. Toda vez que ele teve oportunidade de trocar duas palavras, parecia que tinha acabado de lutar um round de boxe com um machamp, por que só conseguia falar enrolado e coisas sem noção. Hoje, praticando sua dança, vestida com a saia de flores e bastante pele exposta - evento que fazia Kaleo babar toda vez -, a magia que Melin tinha sobre Kaleo com certeza seria pior ainda. Decidiu que passar longe era a opção mais segura e não passar vergonha seria o sufici…

A linha de pensamentos foi pro caralho quando sentiu um impacto violento na cintura, errando por pouco seus tesouros preciosos. Caiu pra frente, por cima do que quer que seja que o atingiu, deixando a vassoura de apoio e as duas sacolas lotadas caírem no chão no processo.

- Ih caralho!! - Um grito e uma risada do grupo de dança de Melin sepultou a ideia de não passar vergonha.

Kaleo rolou para conseguir sentar, com a mão apertando a cintura onde foi atingido. Nem teve que procurar para entender o que tinha acontecido. Um pokémon símio, sem pelos, de pele acinzentada e musculoso estava parado olhando para ele. Uma das mãos estava estendida em sua direção como se esperasse alguma coisa e a outra no chão como apoio. A criatura tinha uma expressão de curiosidade semi cômica no rosto, como se estivesse imaginando que tipo de brincadeira aquele humano estava fazendo.

- Show, Slave! Tu me fud#u, hein! - Reclamou enquanto se levantava. Slave era um machop de serviços gerais alugado pela loja que trabalhava.

Seu orgulho não permitiu checar a reação do grupo de dançarinos que estava com Melin e muito menos a dela. Ajeitou tudo de cara feia e deu para o machop, que saiu pulando para longe freneticamente. Ainda puto, botou as mãos nos bolsos e zarpou dali sem olhar para trás.

Por sorte tanto a loja do avô de Oliver quanto a que trabalhava não eram muito relevantes, então estavam posicionadas lado a lado numa das ruas paralelas à praça principal. Bastava se esconder no trabalho e não teria que lidar com a humilhação.

Oliver estava todo sujo de tinta, em cima de uma andaime na frente do letreiro da loja do avô com um sorriso bobo no rosto.

- Gostei do jeito que você caiu ali pra impressionar tua mina. Ela deve estar te achando muito irado agora.

- Cala a boca… - Kaleo resmungou e varejou a bolsa.

Oliver ia começar alguma outra provocação, mas a figura rechonchuda e suada do dono da loja de Kaleo veio capengando para intervir. 

- Muito bem! Muito legal o papinho! Agora pega aí o martelo e corre com o serviço. Estamos atrasados, moleque! - Disse jogando o avental na cara de Kaleo.

Por aqueles segundos em que o avental bloqueou a visão do mundo, Kaleo teve uma vontade louca de socar aquele gordo desgraçado com muita força. Fez esforço para lembrar que isso só duraria mais uma semana e então se despediria. Tirou o avental da cara, já vestindo a máscara de neutralidade no rosto, se vestiu rápido e foi pegar o martelo para ajustar a fachada da barraca.

- Quando terminar a parte da frente já mete o resto da mercadoria no lugar. Raios! Estou perdendo dinheiro com essa loja parada! - Seu Manuel resmungou enquanto tirava o próprio avental. - Vou na prefeitura resolver aquele pagamento lá… Hoje é pra ficar na atividade hein, moleque? Nada de lerdeza. 

E com essa declaração totalmente gentil e calorosa, bateu suas mãos gordas uma na outra e saiu apressado com o machop em seus calcanhares.

Kaleo ainda ficou encarado seu chefe gordo ir embora com um resto de ódio na garganta. Oliver fez aquele barulho característico com a boca para expressar falta de jeito. Os dois ficaram em silêncio e eventualmente focaram no trabalho. O som do pincel contra madeira e de martelos em pregos a unica coisa pontuando o tempo.

E desse jeito eles continuaram por quase uma hora inteira. Oliver tentou pontualmente quebrar o silêncio e atrair uma conversa com grunhidos, risadas ou algo do tipo, mas Kaleo ignorou todas. Estava num humor extremamente ruim e preferia ficar em silêncio nessas situações.  Sabia que Oliver ficava extremamente incomodado com esse silêncio de stress, mas sinceramente não ligava muito.

- Err.. Meio cuzão esse teu chefe… - Oliver soltou timidamente. 

Kaleo bufou antes de responder. - Ele nem é tão ruim assim. Só é bem chato quando o assunto é dinheiro.

E aí a conversa morreu de novo.

- Bom, É… Meu avô vai brotar aqui daqui a pouco e…

- Que tem? - Interrompeu sem paciencia.

- Você sabe… Temos que discutir aquele assunto antes disso.

- Em primeiro lugar: por que você está falando desse jeito como se fosse um personagem de anime querendo esconder informação? - Soltou em tom de deboche. Já tinha terminado de fixar a placa, então pulou do andaime para o chão e espanou as mãos. - E em segundo lugar: O que mais tem pra discutir?

- O que vamos fazer e…

- Já sabemos o que vamos fazer. - Interrompeu. - Ser adultos e responsáveis e continuar com nosso plano ao invés de desperdiçar tempo com um sonho de moleque. A gente não tem chance de entrar na ACE.

E aí a conversa morreu novamente por longos minutos modorrentos. Dava para ver nitidamente que Oliver não tinha se dado por satisfeito e uma hora ou outra iria ensaiar outro argumento.

- A cara, eu não acho que a gente tem que dispensar a parada assim sem nem considerar direito…

Como previsto…

- Mano, a gente tem um diabo de um ratata e dinheiro contato pra tudo que a gente precisa! - Rosnou batendo as costas da mão na outra palma. - Já falamos sobre isso! A prova pra entrar lá não é de graça.

- Eu olhei… - Mas adicionou ao ver o muxoxo de impaciência do amigo. - Me escuta! Eu verifiquei o preço da seleção. Só duzentos créditos por treinador para a seleção geral e mais cinquenta para cada prova posterior. Da pra gente dispensar as bikes que iríamos comprar, fazer a seleção e ainda ter o dinheiro de reserva se der errado!

Kaleo respirou fundo e olhou pro céu pra se acalmar antes de responder. Realmente ele tinha apostado que as taxas da prova fossem mais caras, mas Oliver ainda estava delirando e deixando de ver coisas bem óbvias. De novo teve impressão de que estava mais irritado do que o normal, mas não sabia exatamente por que.

- Ta cara... - Começou, com o máximo de calma que conseguiu reunir. - A gente juntou mil e quinhentos créditos cada um pra meter o pé da ilha. Só o preço da passagem e da licença de treinador lá em New Bark já comem esses mil, o que faz sobrar quinhentos créditos pra cada. 

- Isso, e aí…

- Me ouve. - Interrompeu. - Desses quinhentos, no mínimo duzentos e pouco de equipamento básico pra cada um. O que faz sobrar mais ou menos uns seiscentos créditos no total pra uma bike merdinha dividida. 

- Isso.

- Então digamos que a gente gaste esses trezentos na taxa da seleção. - Deu de ombros. - Me diz quais são as etapas por favor.

- Prova escrita; exame médico pros que passarem; exame físico básico pros que passarem; simulação de sobrevi…

- Exatamente, o que significa que precisamos do equipamento tático básico de qualquer jeito.

- Sim, mas…

- E qual é a última etapa?

Oliver murchou e meneou a cabeça antes de responder.  - Ah cara… A simulação de batalha…

- Exatamente. Então teríamos que ter no mínimo um pokémon cada, o que não é o caso. - E continuou falando antes que Oliver pudesse responder. - Além do fato de que a gente só tem uma merda de um ratata destreinado e nunca estivemos numa batalha real. Além do fato de…

- Podemos arranjar outro pokemon e continuar treinando o ratata!

- Como exatamente?

- Eu tenho um plano muito bom pra conseguirmos capturar um pokémon selvagem na…

- E a pokebola pra isso?

- Posso tentar roubar outra do meu avô e…

- Então a gente dependeria de dar sorte de novo e o plano dar certo, sendo que temos que gastar antes de saber se conseguiríamos…

- Cara, você está sendo muito negativo.

- Oliver! É muita inocência sua achar que a gente vai conseguir fazer tudo isso e ainda manter o dinheiro pro plano reserva cara. - Kaleo lançou as mãos pro ar irritado. - E mesmo se essa loucura toda der certo, ainda vamos ser dois idiotas com um ratata e um, sei lá, pidgey! No máximo! Contra pessoas que tiveram a decência de comprar algum pokémon útil!

- Mas…

- Isso SE! Se a gente passar na prova escrita e física, o que eu duvido que é tão fácil assim. Fala sério?! Eu sou o pior aluno da minha sala e você é…. Você! - Kaleo parou a rajada de argumentos furiosos e ficou parado respirando. Sentiu uma ligeira sensação de culpa ao ver a cara do amigo, talvez tenha ido um pouco longe demais por estar exaltado. 

Oliver não sabia o que falar, então se contentou com um silêncio deprimido e voltar a pintar. 

- Olha cara, não quis ofender… Eu só acho que a gente vai acabar se decepcionando atoa. É meu sonho também…

- Eu só não tava afim de desistir sem nem tentar…

- Eu sei.

Mais um silêncio constrangedor pontuado pelo barulho do pincel na madeira.

- Eu queria isso também cara. Mas o mundo não é assim… -  Bufou e ficou calado pensando antes de adicionar filosoficamente -  Sabe qual é a pior parte de morar num lugar sem visita dos deuses?

Oliver ensaiou uma resposta, mas a filosofia não pode ser concluída, porque Kaleo sentiu alguma coisa o atingido na nuca seguida de uma voz familiar e irritante: - Ei, me vê aí um berryrade e pode ficar com o troco. - Ecoado por vários risinhos abafados.

Sabia muito bem de quem era a voz. Jason, o playboyzinho mais escroto da escola e neto do prefeito da ilha. Se virou numa fúria inacreditável pronto para partir para agressão. - Pede pra sua mãe, aquela pu… - Mas perdeu o ímpeto ao ver que todo o grupo de dança estava ali, o que incluía Melin. 

Jason sentia bastante prazer em atormentar qualquer pessoa da escola que não participasse do seu grupinho de pela sacos. O garoto não era particularmente grande nem forte, e Kaleo com certeza destruiria ele no soco se tivesse oportunidade, mas nunca era tão fácil assim. O playboy sempre se aproximava em situações favoráveis onde estivesse em maior número ou onde uma agressão faria Kaleo sofrer outras consequências. 

- Deve ser uma merda ser pobre e ter que trabalhar quando os outros estão de férias ou participando do festival. - E mais risinhos debochados dos outros. 

Oliver virou o rosto e decidiu continuar pintando como se nada tivesse acontecido.

- Eu até faria caridade, mas já dei minhas roupas…

Kaleo não prestou tanta atenção, por que desde que tinha avistado Melin, ficou observando disfarçadamente - só que não. - se ela riria das provocações de Jason como o resto do grupo. No geral ela mantinha um rosto neutro, mas em dado momento teve a impressão de ver um leve sorriso. Isso bastou para tirar sua paciência por completo.

Sem pensar, se abaixou para pegar a moeda que bateu em sua nuca e arremessou com toda força bem no peito do idiota que ainda estava falando. - Cala a boca!

- Que isso cara, tá maluco?! - Jason tentou se proteger com os braços e protestou afinando a voz sem querer. - Vocês viram que ele tentou me agredir né?! Viram isso?!

- Se não meter o pé pode crer que vou te agredir de verdade, moleque! - Kaleo ameaçou.

A vibe de todos os adolescentes instantaneamente mudou. O bully se surpreendeu com a atitude e ficou sem palavras. Alguns garotos do grupo de dança se adiantaram para ficar entre ele e a possível ameaça.

Kaleo não estava pensando muito bem e o acúmulo de irritações o impelia a querer aquela briga, então sua reação natural foi empertigar os ombros e começar a andar para frente. Estava muito acostumado a brigar da época em que viveu no orfanato, e sabia que não importa quantidade ou tamanho dos adversários, bastava mirar no mais fraco.

Antes que a situação piorasse, Jason retomou a compostura.

- Opa! Opa! Calma… - Se adiantou e deu uns tapinhas no ombro dos guarda-costas. - Não tem pra que a gente se desentender atoa. Eu vim aqui por que fiquei sabendo que vocês dois vão participar da seleção da ACE.

Aquilo pegou Kaleo de surpresa e ele não conseguiu esconder a reação. Como Jason sabia disso? Virou para trás de supetão procurando alguma explicação de Oliver, que continuava a lidar com a situação ignorando-a. O maldito provavelmente deve ter contado para alguma outra pessoa da escola e a fofoca se espalhou.

- Então é verdade! Eu achei que era alguma brincade…

- Não te interessa. - Kaleo interrompeu, já recuperado da surpresa. - Eu não to com a mínima paciência pra você hoje, já avisei.

- Caramba irmão, tá com algum problema? To aqui falando de boa e você já vem cheio de pedras. - E adicionou antes que houvesse resposta. - Eu vim pensando que talvez a gente pudesse treinar de leve, sabe? Isso é, se vocês já tem algum pokémon, né…

Jason era escroto demais para querer simplesmente treinar amigavelmente sem algum motivo por trás. Então Kaleo, que já estava de saco cheio, simplesmente deu as costas para ir fazer o resto dos serviços da loja.

- Sim, temos. Pegamos nós mesmos. - Disse Oliver.

Infelizmente a isca foi mordida com vontade pelo seu amigo inocente.

- O que? Um rattata?

Mais uma isca jogada.

- Isso, foi bem dificil e…

E mordida com sucesso. Oliver foi interrompido por uma explosão de risos do grupo de dança e principalmente de Jason. Algumas pessoas foram passando moedas para outras.

- Vocês só podem estar de sacanagem em tentar a prova ACE com um rattata! - Jason gritou entre risadas.

Oliver ficou extremamente vermelho e nervoso. Gaguejou um pouco tentando responder, mas Kaleo fez que não com a cabeça.

- Não basta ser fudido, tem que ser burro também. - Jason continuou. - Essa ideia de merda foi do seu velho bêbado?!

E isso bastou pra fazer a paciência de Oliver, que geralmente era bem alta, ser torrada também.

- Por que? Maneiro é gastar o dinheiro do seu pai por que você mesmo nem fudendo ia conseguir sozinho né?! - Oliver gritou. - Nosso rattata destrói você qualquer dia!

E pronto, agora a merda estava feita.

O grupo de pela sacos respondeu a afronta de Oliver rindo mais alto ainda. Jason estava rindo teatralmente e segurando a barriga como se estivesse doendo. - Calma, calma! - Jason interrompeu a macaquice dos outros. - Tem certeza, imundo? Vamos tirar a prova agora.

- Só rala, mano, já avisei. Estamos trabalhando. - Kaleo tentou debilmente manter a pose.

- Tá com medo otário? 

Era mais uma isca idiota, mas ele não era tão inocente pra ser provocado atoa.

- Todas as meninas apostaram que você ia amarelar.

Ou talvez ele fosse sim. Seus olhos procuraram Melin como se fossem mísseis teleguiados. A menina estava com um sorriso tímido e evitava olhar para ele e Oliver. Kaleo não sabia muito bem o que interpretar daquilo, mas sua insegurança perante seu crush o fez acreditar que talvez a provocação fosse verdade.

- E aí otário?! Vai arregar?! - Jason sacou uma pokébola do bolso.

Momentos tensos se passaram com a raiva borbulhando no estômago de Kaleo e só o som dos amigos idiotas de Jason fazendo gemidos de provocação.

- Pega o rattata pra mim, Oliver. - Disse simplesmente.

Uma explosão de gemidos de provocação tomaram conta da rua.

E mais uma vez a isca fora mordida.













Nos últimos dias Oliver tinha conseguido ajeitar o defeito da pokebola que fazia ela voar tão longe, mas não tinha achado uma solução para o problema principal da falta de I.D. Então a dupla teve que insistir bastante nos treinos de condicionamento até que o rattata estivesse acostumado a presença dos dois e começasse a responder comandos simples, como: “ataque” e “fuja” ou até mesmo “fique”.

Kaleo endireitou a postura com a pokébola na mão. A cada segundo tinha mais consciência de que tinha entrado numa armadilha, e o que estava em jogo não era só passar vergonha, mas arriscar tudo que tinham trabalhado com o ratata em uma semana. 

Jason portava um sorriso super confiante no rosto, e o resto da sua turma de pela sacos trocava provocações e risinhos entre eles. Em sua frente, um impressionante totodile recém comprado, provavelmente de algum criador de qualidade, - certamente presente do vovô - se agitava loucamente e flexionava a mandíbula aguardando a presa. 

- Tem certeza, mano? - Oliver sussurrou próximo. Os dois estavam muito impressionados por verem um totodile pela primeira vez.

Kaleo caçou Melin e seus olhos se encontraram. Desviou o mais rápido possível e soube que ela estava interessada na luta, seja lá por qual motivo.

- Não. - Respondeu.

- Você geralmente responde que sim.

- Você não deveria ter perguntado.

- É pra hoje ainda? - Jason caçoou.

Os dois amigos se entreolharam sabendo a merda que tinham se metido, mas concordando visualmente que deveriam acabar com isso logo. Kaleo deu um passo à frente, segurou a pokebola com mais força por um longo segundo, como se pudesse proteger o ratata do que viria, e jogou-a desanimado.

O estouro e o ricochete foram normais dessa vez. O pokémon se materializou normalmente também, sem a tontura que o defeito antigo gerava. “Jerry”, - nome genial que Kaleo batizou o ratata depois horas pensando nisso - vasculhou o ambiente furiosamente com seu nariz, como costumava fazer. Achou seus donos e se aproximou esperando algum tipo de comida. Kaleo se abaixou com uma noz tirada do bolso. - Luta! - Falou com firmeza após entregar as nozes para que Jerry entendesse qual era a situação. Teve que repetir algumas vezes, por que o comando ainda não estava tão bem gravado na mente do rattata, mas eventualmente ele arrepiou os pelos, mostrou os dentes e se virou procurando o que deveria atacar. 

Por ironia do universo, um totodile não fazia parte da fauna normal das ilhas Sevii - e nem de nenhum lugar do mundo, dada a raridade da espécie. - então Jerry não reconheceu como um perigo imediato. Se Jason não fosse um playboy arrogante de merda e tivesse comprado qualquer pokémon mais normal, literalmente qualquer um, Jerry teria se intimidado por reconhecer um predador em potencial, e o treinamento precário feito até então provavelmente não impediria do comportamento instintivo padrão: correr.

Kaleo agradeceu sua sorte mentalmente. - Pronto.

O grupo de dança automaticamente começou a se agitar no lugar e cantar alguma coisa. Um dos garotos sacou do bolso um desses negócios que estoura e solta confete em festas e explodiu no ar gritando: “LUTEEEM!” loucamente.

Jerry soltou um chiado de susto e recuou ao ouvir a explosão. Jason reagiu rápido e partiu pro ataque.

- Water gun! - Deu a ordem. Um ataque ligeiramente mais avançado que o básico, o que significava que aquele totodile já tinha sido treinado.

O pokemon azul apoiou as quatro patas no chão, inflou os pulmões, se impulsionou para frente e disparou um cuspe de água violentíssimo. Jerry foi bem rápido e reagiu no instinto correndo de um lado para o outro. Kaleo por outro lado, não foi tão rápido. A “bala” d'água atingiu suas pernas mais ou menos na altura do joelho.

- Ai! Porra! - Gritou e pulou para trás. Se impressionou com a força que aquele monte de água comprimida teve. Parecia um soco bem dado.

Jason e o grupo de dança só riram mais forte com isso. - De novo! 

O totodile foi se pulando para frente e ganhando terreno, disparando diversos projéteis em sequência. Jerry e Kaleo só conseguiram dançar de um lado pro outro desviando dos tiros de água comprimida.

- Ataca cara! - Oliver gritou meio desesperado.

- Err… É. Faz um Taa… tackle! - Reagiu a sugestão do amigo, mas bem inseguro. Jerry não ouviu ou não reconheceu direito a frase. - Jerry!

E nesse momento que o rattata reconheceu seu nome e virou-se para entender por que tinha sido chamado, foi atingido na lateral da cabeça por um dos ataques do adversário. O bicho rolou com a força da porrada e soltou um chiado de dor que fez o estômago dos meninos afundar uns três metros. Kaleo se adiantou para ver se seu pokémon tinha sido muito ferido e quase foi acertado por outro projétil. 

- Levanta! Levanta! - Chamou ansioso. - A gente precisa bater cara, vai lá matar ele!!! - Falou apontando pro pokémon adversário.

Jerry se ergueu confuso, mas com as feições de raiva que Kaleo já tinha visto algumas vezes. Sacudiu o corpo todo para se secar e mirou a criatura que tinha feito isso com ele.

- Tackle! Tackle! - Dessa vez reconheceu a ordem do dono e partiu pra cima o mais rápido que conseguia.

Aparentemente isso surpreendeu Jason, por que ele se enrolou tentando dar outro comando, o que foi tempo suficiente para a cabeça do ratata colidir com o focinho do totodile.

- HA! - Kaleo e Oliver exclamaram juntos e automaticamente fizeram sinais obscenos de vitória com a cintura.

O triunfo durou muito pouco, por que o pokémon de água se levantou bem rápido e arreganhou as presas frontais. Jerry tentou sair de perto, mas o adversário pulou pra frente e mordeu sua cauda. 

- Agora vamos ter uma aula ao vivo o que acontece quando dois zés ninguém acham que podem ser alguém na vida. - Jason declarou teatralmente. Jerry se debatia, mas o totodile colocou ele contra o chão e fazia força com o corpo para mantê-lo preso. - Bite!

Para o horror dos meninos, as mandíbulas do totodile se fecharam mais ou menos na altura do pescoço e apertaram com força. O guincho de dor e medo que ecoou pelo espaço foi terrível de escutar. Nem Oliver nem Kaleo sabiam o que fazer enquanto assistiam seu pokémon desesperado e gritando. O totodile levantou Jerry do chão, ainda preso em sua mandíbula, e com enorme força começou a sacudir de um lado para o outro como se fosse um pedaço de carne.

- A natureza é assim crianças! A lei do mais forte, apenas! - Zombou. 

- Faz alguma coisa! - Oliver se desesperou.

- E… Eu não se… É… 

- Não tem o que fazer, otário. Talvez eu mate esse verme aqui pra vocês aprenderem. 

E talvez ele estivesse falando sério mesmo, por que até o grupo de dança aquietou a zueira um pouco.

- O que eu não suporto é ver gente que nem vocês sendo arrogante. - Cuspiu no chão. - Vocês precisam aprender uma lição. Totodile, solta!

O pokémon de água varejou o ratata para frente como se estivesse cuspindo alguma coisa ruim. Jerry sangrava no pescoço e se levantou tremendo…

- Water gun!

Apenas para ser atingido por outra porrada de água que o derrubou.

Tentou se reerguer tremendo de novo…

E mais uma vez foi atingido. A água sufocou o grito de dor. 

- Já chega, mano! Chama ele de volta! - Oliver rosnou. 

Kaleo queria chamar Jerry de volta, mas estava em uma espécie de choque de um misto de raiva, vergonha e sentimento de impotência por não saber exatamente o que fazer. Seu pokémon continuava tomando outras porradas de água e soltando gritos afogados. 

- Aí Melin, eu te falei que ele era um idiota. E ele acha que você vai ficar afim dele! - Jason riu quase gritando segurando o braço da menina.

Como Jason sabia que ele gostava de Melin? Não teria feito essa provocação se não soubesse de alguma forma. Procurou o olhar de Melin e percebeu que ela  tentava sair de perto de Jason. 

- Presta bem atenção no que eu faço com ele. Totodile, mata! - Ordenou.

E foi essa a gota d'água que fez Kaleo sair do choque. Viu o totodile apoiar as patas dianteiras no chão, suas presas brilharem uma luz azulada clara e se preparar para o bote. Não pensou muito bem no que faria, só seguiu seus instintos do mesmo jeito que seu pokémon fez.

Kaleo jogou a pokebola para trás na direção de Oliver e saiu correndo o mais rápido que conseguiu em direção aos dois pokemons. Provavelmente os espectadores acharam que ele ia tentar resgatar seu rattata ferido, mas ninguém imaginou o que viria.  No meio da corrida do totodile em direção ao outro pokémon, foi interceptado por um chute furioso bem no meio do rosto. Tão violento, que o pokémon de água foi rolando para trás.

Jason e o resto do grupo ficaram tão surpresos que não conseguiram reagir a situação.

- Mas que po… Isso não va…! - Jason ensaiou protestar, mas foi interrompido por um punho bem no meio da sua boca.

E no segundo seguinte em que Jason tomou o soco na cara e caiu no chão, três outros garotos estavam em cima de Kaleo. A briga foi uma confusão de socos, chutes, terra batida voando para todos os lados e gritaria. Algumas das meninas tentavam se aproximar e afastar a luta de algum jeito, mas a confusão estava muito violenta para que elas pudessem fazer alguma coisa. Oliver, por mais que fosse menor que os outros garotos e não muito forte, veio correndo com um balde de tinta tentar ajudar o amigo. Tomou alguns chutes de tabela. Jason, quandos e recuperou, tentou cair em cima de Kaleo para se vingar, mas acabou apanhando de efeito colateral.

A briga continuou por algum tempo, com os meninos enrolados no chão e Kaleo apanhando mais do que podia computar, até que um estouro bem alto parecendo uma explosão assustou a todos.

- Vocês tem cinco segundos para sumirem da minha vista ou vou queimar todo mundo vivo. - O avô de Oliver veio capengando com sua bengala e seu charmeleon furioso ao lado.

Foi o bastante para que a briga se desembolar e o grupo saísse correndo ainda soltando ameaças: “Eu vou te pegar depois!”, “Tu ta fudido!”

Kaleo continuou no chão, começando a sentir toda a dor acumulada que a adrenalina não tinha permitido.

- Você ta bem, cara?! - Oliver se abaixou e estendeu a mão tentando levantá-lo. 

- Não. - Rosnou, afastando a ajuda do amigo e tentando se levantar sozinho.

- Parabéns moleque, conseguiu apanhar que nem puta.  - O avô de Oliver riu. - Agora vocês dois podem voltar a trabalhar por que não pago ninguém pra brigar na rua e meu dinheiro de prostituta já acabou.

Oliver ficou parado olhando o amigo com um semblante preocupado. Kaleo ficou sentado no chão avaliando onde tinha se machucado e de onde estava saindo o sangue. Seu orgulho e tudo mais que pudesse pensar estava ferido. Sentiu um nó na garganta, mas prendeu a vontade de chorar. - Jerry está ok?

- Sim… Só levar no centro que ele ta novo. Não foi tão grave a ferida.

- Ótimo. - Disse soturno sem olhar no rosto de Oliver. - Melhor voltar pro trabalho. 

Se levantou e foi andando até a loja para trocar o avental, que a essa altura estava imundo de terra. Sentia o olhar de Oliver em sua nuca, o que o deixava ainda mais irritado.

- Já sabe qual é a pior parte de morar num lugar sem visita dos deuses? - Resumiu a filosofia com uma voz embaçada e sem olhar para trás.

- Não…

- Sem desastres... Sem milagres... Ninguém vai vir nos salvar.

E Oliver sentiu o impacto da frase e deixou ela se assentar no silêncio. Depois de alguns poucos minutos, desistiu de falar alguma coisa e foi para a própria loja continuar o trabalho.

E só o som do pincel na madeira podia ser ouvido…














Já era fim de tarde e o sol já estava desaparecendo no horizonte. Kaleo estava sentado num banquinho segurando um pedaço de carne congelado contra o olho direito. Seu Manuel estava de braços cruzados na frente dele dando um esporro sobre a situação e repetindo várias vezes que a imagem e reputação de sua loja estava manchada.

Um idiota. Apenas.

Oliver detestava esse gordo maldito e mal podia esperar para que Kaleo se despedisse em pleno festival.

Ficou pensando o resto do dia de trabalho sobre a frase de seu amigo. Talvez fosse bobo mesmo acreditar que eles tinham alguma chance de entrar na academia ACE. Jason podia ser um pouco mais privilegiado do que o normal, mas seria esse tipo de coisa que enfrentariam para tentar passar nas seleções. Ainda estava com remorso pelo que Jerry teve que passar.

- Amanhã vamos acelerar o estoque, moleque. - Seu avô rosnou. - Cinco da manhã. Se se atrasar de novo eu te deserto. 

Seu avô também não era o melhor patrão do mundo. Concordou com a cabeça sem falar nada e silenciosamente desejou que pudessem ir embora dali logo. 

Era tão importante assim entrar na academia ACE afinal? Só de estarem longe disso tudo e perseguindo seus sonhos já seria praticamente outra vida. Tudo bem que era seu sonho desde criança entrar na academia e finalmente dar algum orgulho para a família, mas ele tinha que se pautar na realidade.

- Sem desastres. Sem milagres. - Sussurrou para sí mesmo. 

Ainda varrendo o chão, viu que uma figura de terno estava caminhando devagar em direção à loja. O que diabos um bacana estaria fazendo ali essa hora e tão antes do dia do festival? Provavelmente estava perdido.

- Boa noite. - O bacana se aproximou. Estava com um chapéu fedora, mas dava para ver seu cabelo bem curto e meio lilás por baixo, tinha um cavanhaque meio acinzentado e parecia extremamente amigável. - Estou procurando a barraca do senhor Kurt Gantetsu. 

Seu avô respondeu antes que pudesse. - O que quer com ele?

O estranho provavelmente reconheceu de algum jeito o avô de Oliver, por que aprumou a voz e se dirigiu a ele com mas pompa. 

- Senhor Gantetsu. - E se curvou. - Meu nome é Petrel Roldan e trabalho para a administração da Academia ACE.

O coração de Oliver deu um salto.

- Vim hoje por dois motivos. Primeiramente nosso diretor, Dr. Archer, tem alguns assuntos que gostaria de tratar com o senhor em particular. - E então olhou para Oliver. - E o segundo, é oferecer um convite oficial a membros notáveis para o membro mais jovem da família Gantetsu. 

Sua respiração acelerou e achou que ficaria tonto. Procurou o olhar do amigo e encontrou. Kaleo tinha deixado o pedaço de carne cair e olhava boquiaberto a situação.

E mais uma vez o destino pregou uma peça neles.

Um milagre aconteceu afinal.





Espero que gostem meus amiguinhos. Como sempre todos os comentários são bem vindos. Semana que vem chega o capitulo 3 e os dois fórums passam a estar em sincronia.

Abraços e bjitos.

.

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MensagemAssunto: Re: Pokemon Stories: Good Omens   Pokemon Stories: Good Omens Icon_minitimeSex 7 Ago 2020 - 2:11

Olá, Tshman, tudo bem? É bom ver mais gente chegando para animar o fórum, espero que continue ativo na área e participativo nas fanfics!

Primeiro devo dizer que ainda não li o segundo capítulo. rsrs

Eu li o primeiro hoje à tarde, mas quando fui comentar você já tinha postado o próximo. Só que vou comentar mesmo assim, porque eu quero. Quando ler o outro comento de novo. kkkk

Devo começar dizendo que quando vi essa frase aqui "A proposta é contar uma história pokemon mais adulta", a preocupação veio. kkkkkk

Pois já tiveram várias pessoas que chegaram aqui falando a mesma coisa, e acabava que a história era sempre uma coisa bem tensa, tudo muito forçado para parecer algo adulto. Era basicamente cheio de gente bebendo, fumando e falando palavrão o tempo todo, com cenas de sexo explícito e de assassinatos brutais a cada parágrafo.

Eu gosto de histórias mais maduras, mas que realmente sejam maduras por conta dos assuntos abordados e desenvolvidos por ela, como assuntos sérios, polêmicos e sociais que te fazem pensar, não curto essas histórias que são +18 apenas por causa das altas cenas de violência e sexo. Então fui lendo na curiosidade para ver se a sua seria daquele jeito ou não. kkkkkk

Mas me surpreendi e acabei gostando. Achei legal você ter abordado as Ilhas Sevii, porque é bem difícil de aparecer em fics. Kanto é bem comum, mas ninguém lembra dessas ilhas. Ainda mais que você inventou toda uma cultura e tradição para elas, que eu espero que continuem sendo abordadas.

Aliás, que bom que você fez certo ao chamar de “primeiro capítulo” e não de “prólogo”, acho que o pessoal está aprendendo como funciona. Rsrs

Gostei da sua escrita, a leitura fluiu bem. Também gostei dos personagens e da relação de amizade entre eles, acho que ficou bem construída, sem parecer forçada. Também achei muito criativo toda essa mecânica da pokéball, que realmente, é algo que nem paramos para pensar como funciona. Não sei se vai ser uma história clichê de jornada, mas são essas pequenas coisas que ajudam a tornar a fic mais única. A cena deles tentando lidar com o Rattata foi divertida.

Agora a parte mais chatinha. Concordo com todas as críticas que foram ditas, não há necessidade de censurar os palavrões por aqui, acho que se for para censurar, melhor nem colocar. Mas por falar neles, achei que muitos foram desnecessários, pois me pareceu aquilo de forçar palavrões para deixar a história “mais adulta”, porque falar palavrões é “cool”.

Incomodou principalmente nas falas do narrador, e concordo que acabou tirando a seriedade da fic. Se você queria uma narração mais informal, era melhor que tivesse feito em primeira pessoa. Mas de todo jeito, é bom maneirar um pouco neles. Imagino que você queira colocar para deixar as falas mais naturais pela idade dos personagens, mas se forçar muito a naturalidade se perde.

Aliás, tecnicamente o Rattata é de quem? kkkk Pois não vai dar para ser dos dois, ainda mais se eles forem mesmo conseguir entrar nessa Academia, vão ter que decidir e conseguir mais Pokémons.

Bom, por hoje é isso, volto para comentar de novo quando ler o próximo.

Um abraço e até mais!

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MensagemAssunto: Re: Pokemon Stories: Good Omens   Pokemon Stories: Good Omens Icon_minitimeSáb 8 Ago 2020 - 23:04

Ei shaman, de boa?

Vou te falar que gostei do que vi até agora. Eu sou novo nessa coisa de comentário então se eu deixei algo passar, espero que os outros leitores deixem aqui os adendos.

A parada do Rattata foi algo super divertido de se ler, sério. Ter que montar uma armadilha na gambiarra é algo diferente e até realista, afinal como que você vai ter seu primeiro Pokémon se ninguém te der um? Ligado com a armadilha, a coisa das pokébolas foi simplesmente sensacional. A explicação simples sobre o porquê dos pokémon ficarem mais dóceis, o Oliver arrumando o bagulhete e o Kaleo se atrapalhando em como manusear o dispositivo. Coisas simples, mas que deixa um gostinho de realidade.

Porém diferente do primeiro capítulo, o segundo é bem mais sério. A parada financeira, deles terem que trabalhar... Eu gosto dessa pegada de responsabilidade no mundo Pokémon. O Kaleo desiludido e irritado com tudo e as provocações da tropa do Jason trazem aquele papo né: adolescente nem parece gente às vezes. Adolescente rico então? Ai fodeu. Mas eu tenho mais a reclamar da Melin do que do Jason.

O Jason é babaca por natureza, um valentão (e talvez rival no futuro?) que por enquanto se mantém no esteriótipo de riquinho que se posa de malvado e que odeia pobre. Eu não gosto do Jason, mas eu tenho mais problema com a Melin pelo fato dela não fazer NADA para parar a implicância com o Kaleo.
Ok, tem o fator social de que ela não quer ser exilada ou tachada de apaixonada pelo Kaleo, mas eu li e não pareceu em nenhum momento que a Melin parecia incomodada com o bullying que o Kaleo sofria. Ela só deu uma agitada no final quando o Jerry (espero que tenha um Meowth depois com o nome Tom, aliás) quase morreu. Sei lá, sinto que o Kaleo vai se meter em problema por causa da Melin e ela nem bola dá para ele.

A batalha foi boa. A inexperiência do Kaleo, a variável do Jerry não reconhecer um inicial de Johto e conseguir lutar e a violência de ter sangue por aí. Da batalha eu não tenho o que reclamar porque gostei, só estranhei a insistência do Jason em matar o rato roxo.
Tipo, não é um crime? Não vejo defesa que o Jason ou o avô dele poderiam por na mesa. Ninguém (além do Rattata e talvez o Kaleo) estavam em perigo para justificar um homicídio. Sera que dizer "a adrenalina alta" atrapalhou o julgamento conta?

Mas quem imaginaria que uma janela se abriria de surpresa com o Oliver sendo recrutado... eu imagino que seja por culpa da pokébola, eles devem ter descobrido e querem oferecer uma bolsa de pesquisa ou algo do tipo. Ai com o dinheiro que serviria para o Oliver, o Kaleo tem agora a chance de competir para a escola e ser treinador. Meu palpite é esse.

P.s: avô e chefe, dois cuzões.

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MensagemAssunto: Re: Pokemon Stories: Good Omens   Pokemon Stories: Good Omens Icon_minitimeDom 9 Ago 2020 - 15:27

Falaaaa tshaman, tudo bom meu querido?

Que honra que você planeja começar a minha fic, vou ficar te esperando por lá <333

Que bom que gostou e levou numa boa o feedback da galera. Já foi um grande meme nosso aquele famoso comentário "Gostei, continua. Erros não vi nenhum, aproveita e passa na minha fic rsssss", mas felizmente os poucos comentaristas que sobreviveram por aqui gostam de fazer um comentário realmente relevante sobre o capítulo, e acaba sendo o que nos da ânimo pra melhorar e continuar escrevendo, né não?

Então vamos ao capítulo propriamente dito. O começo foi bem legal, por mostrar mais um pouco do World Building que você  está montando na sua fic. Normalmente as fics até dão destaque para as mudanças culturais entre as regiões, mas acho que é a primeira vez que vejo outra língua sendo usado. Muito legal e bem coerente com a nossa realidade. Ainda mais que você criou/adaptou também a língua dos Unown, que acho que vai ser comparado ao latim né? Já que vai ser a língua usado para o nome científico dos pokemão.

Eu simpatizei demais com o Kaleo ao longo do capítulo. Primeiramente porque eu me identifiquei muito com esse jeito meio desesperançoso e poucas ideias dele. As cenas com o Oliver tentando convencer ele a insistir no plano da academia, eu juro que tava me sentindo na pele do Kaleo, mas eu seria bem mais ignorante kkkk o rapaz ainda teve paciência em desenhar pro amigo todos os problemas que eles teriam que enfrentar pro plano dar certo.

Mas mesmo sendo extremamente pragmático e mais pé no chão, ele ainda acabou caindo no conto do Jason...

Bem vamos falar sobre esses dois personagens, porque eu não gostei muito de nenhum dos dois, mas por motivos diferentes kk Do Jason eu não gostei principalmente por ele ser extremamente caricato e clichê. Não me entenda mal, mas um cara ser bully nesse nível só por ser rico e panz me deu uma sensação muito desconfortável e uma enorme preguiça do personagem kkk Queria que o Kaleo tivesse conseguido bater mais nele, inclusive, pois eu já estava de saco cheio dele lá pelo final da batalha.  Como até agora você não decepcionou no desenvolvimento de personagem, espero que tenha pelo menos um motivo pro garoto ser assim tão pau no cu, ou que seja desenvolvido melhor a rivalidade dele com os garotos.

Agora sobre a Melin. Nesse capítulo eu achei bem complicado a forma que a personagem foi apresentada. Obviamente que estamos na mente de Kaleo, que tenha uma paixonite pela garota , então não vejo problema na descrição dela como uma figura bela, fada sem defeitos, e curti inclusive a diversidade pela garota ser morena, mas o apelo dela morreu aí. O problema tá mais no desenvolvimento, porque ela participou de toda a cena da loja, com as provações do chatão lá, e da batalha, e foi totalmente passiva e inexpressiva. Eu queria conhecer mais dela, ou que ela fosse contra as ações do Jason, ou que ela fosse esnobe como ele e os outros garotos, ou mesmo que ela apresentasse algum conflito, mostrasse desaprovação mas ao mesmo tempo não fosse contra as atitudes do "amigo", porque da forma que foi apresentada ela ficou apenas como o "interesse amoroso", e pela descrição da personagem acho que ela tem potencial para ser muito mais aproveitada. Talvez você esteja guardando ela para mais pra frente, mas essa primeira apresentação me deixou um pouco preocupado, então já estou deixando minha opinião aqui.

Achei a batalha bem impactante, e legal ver os golpes do Totodile acertando o Kaleo também. E fiquei morrendo de dó do Jerry, o coitado não tem experiência nenhuma de batalha e acabou sofrendo demais na mão do bichão. Enfim, o fim da batalha se resumindo numa porradaria ganhou o selo zack snyder sombrio e realista™ A filosofia do Kaleo de "sem desastres, sem milagres" mais uma vez ajudou a dar profundidade pro personagem e acho que acertou o Oliver com um baque (e que meninos brutos hein? apanharam pra cacete e depois foram trabalhar de boa kk)

Sobre a narrativa, nesse capítulo, mesmo você tendo escrito antes de ler nossas observações, eu achei um pouco mais tranquilo, até dei risada em alguns trechos tipo "a linha de pensamento foi pro caralho" kkkkkk acho que realmente é uma questão de dosar como você quer que seu narrador seja, pra não acabar ficando ruim. Novamente, nada contra os palavrões, inclusive obrigado por tirar as censuras kkk, mas alguns deles continuam um pouquinho forçados, como se não fosse natural o personagem ter falado aquilo na hora, sabe? Só pra você dar uma dosadinha melhor.

O twist no final enfim pode mudar as coisas. Fiquei curioso, porque achei que a família de Oliver também era pobre e irrelevante, mas a aparentemente nem tanto assim. E o que o diretor da academia poderia querer com o avô do menino? Perguntas que estou ansioso pra descobrir.

Acabei não comentando de alguns detalhes da batalha, mas o capítulo foi enorme e meu comentário também já está enorme então vou parar por aqui ajsoiajdoijos Gostei muito do capítulo tshaman, espero que continue o bom desenvolvimento da história e dos personagens, e que os meninos comecem a ter um pouco de prosperidade nessa vida tão fodida deles kkkk

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MensagemAssunto: Re: Pokemon Stories: Good Omens   Pokemon Stories: Good Omens Icon_minitimeQua 12 Ago 2020 - 17:22

Hey, tshaman, tudo bem??
 
Primeiramente, desculpe a demora em vir comentar. Com o retorno das aulas em EAD e com a aproximação do exame da OAB, bem como a elaboração do TCC, a minha vida se tornou um pouco corrida demais kkkk, sobrando pouco tempo para eu me dedicar ao fórum.
 
Mas chega de falar de mim, bora pra história. Gostei desse panorama que você traçou já no início, sobre as diferenças culturais e, até mesmo, religiosas na sua versão do mundo Pokémon. É algo que eu não vi muito nas fics que já acompanhei, então essa construção do mundo é um ponto na qual a sua se destaca positivamente.
 
Achei curioso e interessante a forma como você relacionou os costumes de cada região com os Pokémon lendários à elas atrelados. Me pergunto se os festivais lunar e solar guardam alguma relação com Solgaleo e Lunala ou, até mesmo, Solrock e Lunatone (ou, talvez, não guardam relação com nenhum deles e eu esteja viajando demais nas suposições kkkk).
 
Eu gostei muito do Kaleo nesse capítulo. Ele tem se revelado um personagem muito carismático e todo o lance dele se preocupar em não passar vergonha perto da Melin dá uma profundidade legal pra sua personalidade, desejos, receios, e tudo mais. Eu ri MUITO na parte do Machop e “seus tesouros preciosos” kkkkkkkkkk. Eu gostaria de ter visto um pouco mais da Melin, da personalidade dela, etc. Achei que ela não recebeu muito destaque e meio que acabou soando como apenas uma garota bonita que serve de interesse romântico pro protagonista. Sobre o Jason... mal o conheço, mas já tenho o famoso ranço. E PUTS, eu comemorei muito o soco que o Kaleo deu nele depois da batalha, foi mais que merecido.
 
Falando na batalha, essa parte ficou bem legal, a narração ficou boa, tanto dos movimentos, quanto dos Pokémon em campo. Fiquei com dó do Jerry (aliás, adorei esse apelido) sangrando, nunca tinha visto as batalhas por essa perspectiva mais “realista”.
 
Em uma certa parte, você citou a compra de Pokémon, então pelo visto no seu mundo o comércio de Pokémon é algo comum, certo? Achei diferente isso, porque por mais que a gente já tenha visto algo similar nos jogos (como o Magikarp no Centro Pokémon do Mt. Moon, em Kanto), isso não é algo muito comum. Porém, de toda forma, é um ponto de certa originalidade e que me intrigou bastante em saber como esse comércio funciona, se é legalizado ou se é tipo um mercado paralelo ou algo do tipo.
 
O plot twist do final me pegou de surpresa. Pelo visto o avô do Oliver se formou na tal academia e é um membro notável, mas isso significa que o convite é só para o Oliver, certo? Curiosa pra saber como eles vão reagir a isso, principalmente o Kaleo.
 
Não vi nenhum erro gritante, apenas senti falta de algumas crases e vírgulas e, em dado momento, você escreveu “atoa”, enquanto o correto seria “à toa”, mas, fora isso, não encontrei nada demais.
 
Enfim, é isso. Boa sorte com a fic e até a próxima.

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MensagemAssunto: Re: Pokemon Stories: Good Omens   Pokemon Stories: Good Omens Icon_minitimeQua 12 Ago 2020 - 18:48

Heey, thsman, voltei aqui outra vez para comentar o último capítulo.

Como já disse, estou curtindo muito toda essa cultura que você está dando para as ilhas, tornando-as bem únicas. Apesar de você estar usando uma região já existente, ela não foi muito explorada pela franquia e quase ninguém lembra, então há liberdade para criar algo novo, como se fosse mesmo uma região original. Você até abordou essa questão das ilhas serem um lugar “esquecido” com essa simples, mas impactante frase: Sem desastres... Sem milagres... Ninguém vai vir nos salvar.

E eu sigo curtindo muito a história. A forma como você escreve é boa e a leitura passa bem rápido. Nesse capítulo você explorou um pouco mais o protagonista e pudemos ver melhor o quanto ele é ferrado. Kkkkkkk Dá para entender porque ele é tão pessimista e revoltado. Com exceção do Oliver, só tem gente chata na vida dele. Kkkkkkkkk Pelo visto ele não tem pais, mas não sei se foi dito ou se eu deixei passar, ele mora sozinho? Ou com o Oliver? E por que ele trabalha para esse cara se é tão desagradável? Aliás, achei muito pesado o nome do Machop ser Slave. Kkkkkkkkk

Mas estou gostando dele como protagonista, apesar de pessoalmente, preferir o jeito do Oliver.

Gostei como você abordou toda a questão do dinheiro, uma coisa tão básica que é sempre tão esquecida nas fics. Foi bem real essa discussão dele com o Oliver, deu para ver como os dois são diferentes. Apesar de que, de um jeito ou de outro, já era de se imaginar que acabariam conseguindo entrar.

Aliás, que deus ex machina esse cara no final, aparecendo para convidar o Oliver para a academia que ele tanto queria. Imagino que será explicado o porquê disso depois.


Agora uma questão não tão legal. Tenho que concordar com o Briju sobre os novos personagens introduzidos nesse capítulo, eles ficaram bem caricatos e estereotipados, e por isso, não curti nenhum dos dois.

 Se tem uma coisa que é repleta de clichês é história de colegial. E dentre eles estão os famigerados: “valentão riquinho e escroto que pratica bullying” e “menina linda e popular interesse amoroso do protagonista”, e aqui que os dois se encaixam. Esse moleque aí ficou bem essa caricatura do valentão, um cara riquinho que é chato e que gosta de atormentar e bater nos outros, porque valentão faz assim, está escrito no roteiro pré-estabelecido do valentão que deve agir assim. Que muitas vezes nutre um ódio irracional pelo protagonista, querendo acabar com ele a todo custo, sem motivo algum para tanto ódio, atitudes que parecem muito forçadas só para ele ser chato e para a história abordar bullying.

E isso é desanimador porque fica um personagem muito raso e previsível. Por exemplo, a parte dele zoando o Kaleo na frente dos outros até vai, mas já houve um exagero quando ele simplesmente quis matar o Ratatta, sendo que não tinha nenhuma necessidade disso, ele já havia vencido, foi só mesmo para mostrar que é mau. Então eu espero que você desenvolva mais ele, mostre o porquê dele ser tão escroto assim e por que tanta perseguição, para tornar a história e o personagem mais verossímil. Mas de todo jeito curti o soco que ele levou. Kkkkkkk Mas fiquei com pena do Tododile, pois ele só estava fazendo o que o treinador mandou.


E agora sobre a menina, devo dizer que i'm disappointed but not surprised, porque as personagens femininas costumam ser muito estereotipadas e previsíveis, sendo sempre o ponto mais sem graça das fics, especialmente quando escritas por homens. Isso porque vocês acabam pendendo muito para o lado sexual e esquecendo do resto, o que resulta em uma personagem rasa e sem conteúdo que só tem beleza, que no fim acabam não tendo nenhuma história, desenvolvimento pessoal ou objetivo, pois só existe para ser um interesse amoroso/par romântico de algum cara.

É sempre aquele típico mais do mesmo: menina padrão, extremamente linda e popular, que não tem nenhum defeito, conflito ou algo de ruim na vida, dona de um corpo perfeito e uma vida perfeita (coisas inalcançáveis para um ser humano real). Não possuem mais do que dois traços de personalidade, já que a única coisa importante é que ela é gostosa e todos os homens do mundo sonham em leva-la para cama (proeza que o protagonista vai conseguir), e no fim, acaba sendo só para isso mesmo que ela serve, se envolver romanticamente com os homens da história e dar suporte/conselhos/apoio a eles. O desenvolvimento próprio delas é praticamente inexistente.

E cara, como isso é chato. É um estereótipo que já passou da hora de ser superado.

Sei que essa foi a primeira aparição dela, e nem sei se vai ser uma personagem recorrente, mas já quero levantar essas questões, porque até agora essa foi a impressão que passou. Já vi muitas fics bem escritas, com histórias interessantes e personagens masculinos bem trabalhados, mas quando chega nas mulheres é sempre isso, uma personagem bem secundária e pouco relevante para a história, que só tem beleza e só serve para acrescentar romance ao enredo.

E é bem isso que a Melin foi, completamente irrelevante no capítulo, entrou muda e saiu calada, foi literalmente um objeto de desejo masculino, pois apareceu só para ser desejada pelo protagonista e a única coisa que a gente sabe é que ela é bonita, pois não demonstrou nenhuma personalidade e foi apática e passiva o cap todo, não fez nada em relação às atitudes do chatão, nem demonstrou se aprova ou reprova, nem quando o cara falou com ela. A única coisa que gostei foi que ela é morena do cabelo ondulado, o que difere da branca de cabelo liso de sempre, mas é só isso mesmo de diferente.

E eu disse tudo isso porque gostei da fic e vejo potencial, pois você tem desenvolvido bem o protagonista e seu amigo, então gostaria que você também desse essa atenção aos personagens secundários, gastando tempo para desenvolvê-los e torna-los também únicos e mais humanos, especialmente na hora de escrever mulheres, não reduza elas a simples “gostosas genéricas que só servem pra par romântico”, porque tem muita coisa que pode ser explorada, personagens femininas tem muito potencial quando são bem escritas e desenvolvidas.

 

Bom, é “só” isso por enquanto. Rsrs

Aguardo o próximo cap para saber o que o Kaleo vai fazer agora.

Um abraço e até mais!

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MensagemAssunto: Re: Pokemon Stories: Good Omens   Pokemon Stories: Good Omens Icon_minitimeQua 12 Ago 2020 - 19:27

Bem, vamos lá.

Gostei bastante desse capítulo. A primeira parte você mostrando toda a questão da mitologia eu achei muito interessante e acho que você até pegou as Ilhas Sevii para se sentir mais confortável para criar a própria mitologia. Então, gostei de toda essa questão religiosa e filosófica envolvendo as religiões e principalmente as Ilhas Sevii. De todo modo, fiquei curioso se essa parte do sol e lua é só mitologia mesmo pra ganhar dinheiro no festival ou se seria o Solgaleo e a Lunala talvez.

Falando no dinheiro, é muito legal ver uma fic dando tanta importância e detalhe para o dinheiro. Ele sempre aparece, e vez ou outra é citado, mas acho que nunca com a importância devida igual você está dando kkkk. Parece bobeira, mas eu to gostando bastante que você está dizendo "ei, galerinha, sair em jornada não é só capturar pokémon não, precisa gastar x nisso, y naquilo, etc". E inclusive foi bem tensa a cena dos dois brigando por causa disso, bem legal.

Falando nos dois, também é bem legal esse desenvolvimento que você está dando para os dois e desenvolvendo a relação deles de forma bem bacana. Os dois acabam sendo um o contra ponto do outro. Acho que ambos são iguais pra ter chefe merda, porque olha kkkk, é um pior que o outro kkkk. De toda forma, como já repeti, to gostando da interação dos dois e espero ver mais sobre isso.

E agora... a parte mais chatinha de falar. Todo mundo já falou, mas acho importante salientar, para também sair no bonde kkkk., é que os dois personagens apresentados não me fizeram simpatizar com eles nem um pouco.

Primeiro, o Jason é o clássico playboyzinho valentão que é malvado com o protagonista a troco de nada, só pra mostrar que o protagonista é um ferrado na vida e que todo mundo está lá para odiá-lo, etc. Talvez você irá desenvolver esse personagem melhor posteriormente, mas de momento, a impressão é que ele é um personagem cujo único propósito é ser babaca, e, cá pra nós, a maioria de nós já se cansou de ver esses personagens, que também sempre são extremamente rasos.

A Melin então nem se fala né kkkk. Como todos já disseram, foi uma apresentação problemática da moça, porque ela não teve nenhuma fala, não teve nenhuma reação e muito menos nenhum desenvolvimento. Tudo que nós foi apresentado é que ela era a moça bonita que o protagonista tem um interesse amoroso e pronto. Novamente, é o tipo de personagem que já está batido, porque assim como o valentão babaca sem motivos, ela sempre tem a profundidade de uma fonte de shopping, se muito. E, além disso, no caso dessas meninas lindas perfeitas gostosas que só servem de objeto sexual para o protagonista, é o tal do machismo enraizado né. Eu espero de verdade que estejamos criticando só pela apresentação e que depois disso ela seja uma personagem incrível, com uma motivação x e y e tudo mais. Mas esse começo foi bem desanimador para ela.

Agora, voltando a parte boa. Eu gostei do plot twist no final. O Kaleo disse que os milagres não acontecem para eles, e você disse que a realidade nem sempre é como a gente quer. Mas pelo que nos foi apresentado, talvez milagres aconteçam. De toda forma, estou curioso para ver qual a do vovô, visto que o diretor da escola já o conhecia de outros carnavais, e inclusive chamou o Oliver.

O narrador espontâneo é legal sim, eu até ri em alguns trechos, mas só quero salientar que em alguns momentos da fic os palavrões parecem muito artificiais, os do narrador inclusive. Mas em muitos momentos eu sinto que você coloca um palavrão no meio das falas dos personagens só pra falar "uau, eles são jovens e a fic é +18, ok pessoal?". Eu particularmente acho isso bem desnecessário para ser sincero, porque a sua fic já tem um potencial gigante de ser uma fic adulta sem precisar apelar para a baixaria. Toda a questão do dinheiro, da realidade, as discussões filosóficas, as compras pokémon, o sangue na batalha, os golpes acertarem os treinadores, etc etc já tornam a história bem mais madura do que muitas outras semelhantes aqui nessa área, então eu realmente acho que você consegue diminuir a quantidade dos palavrões sem retirar o efeito que você deseja.

Erros eu vi principalmente em questão de vírgulas e principalmente do vocativo (Maldito vocativo!), mas não vale a pena citar.

Então, é só e boa sorte com a fic.

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The Adventures of a Gym Leader - Capítulo 48
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MensagemAssunto: Re: Pokemon Stories: Good Omens   Pokemon Stories: Good Omens Icon_minitimeQui 20 Ago 2020 - 0:18

Hey Tshaman o/

Bom, to voltando aos poucos a ler e comentar e decidi fazer isso logo pela sua já que é nova pela área, então vamo lá;

Logo de início, você me chamou a atenção por apresentar um certo teor de pessimismo na descrição. Achei muito interessante o ponto de vista sobre o festival em relação aos turistas ignorarem a religiosidade, os preços superfaturarem, etc. Geralmente, quando a gente vê algo do tipo em qualquer história, essas ocasiões são usadas como um momento bonitinho ou especial, mas... é aquela coisa, tem gente que pensa primeiro na diversão durante a festa e tem gente que pensa na bagunça depois da festa kkkkkkk.

Outro ponto bem interessante pra mim foi os detalhes que você deu à Pokébola. Você detalhou bastante o funcionamento de uma, imagino que tenha aplicado algum conhecimento próprio sobre engenharia? Esse negócio de placa cinética e tal que eu nunca ouvi falar, mas pelos nomes das peças e funções deu pra entender bem, gostei bastante da ideia.

Gostei também tanto dos dois protagonistas quanto da relação deles em geral, as personalidades deles parecem "conversar" muito bem e criam situações bem interessantes. 

E sobre a ambientação, eu não lembro praticamente de nada dessas ilhas, assim como não lembro se esse negócio de povo Alpha é cannon na série ou obra sua, mas to curtindo bastante como está trabalhando com isso. Como disseram antes, é algo da série, mas que nunca foi muito explorado, então te dá uma boa liberdade nisso.

O último capítulo focou bastante no sonho deles de entrarem na academia e toda a briga com o meliante que surgiu, então irei focar nisso. Achei legal toda a ponderação com tentar ou não entrar na academia e, apesar de triste, achei bem razoável o "primeiro desfecho" que teve, considerando as economias e tal. Aparentemente o avô de Oliver é um cara importante e quero ver se e como o neto vai arrastar o Kaleo junto pra lá. Inclusive, não sei se conhece, mas tudo isso me lembrou de leve Boku no Hero Academia, onde o protagonista (nesse caso, os) é alguém que sonha em entrar numa escola, porém por N motivos é quase impossível para ele, até que um milagre acontece, fora a presença de um cara que gosta de esfregar na cara que "você nunca vai conseguir". Me pergunto se a fic vai realmente ter uma pegada escolar, vamos ver nos próximos caps.

Sobre o valentão e a moça que surgiram no cap, eu em geral concordo com o que disseram nos comentários anteriores, mas acho que pegaram um pouquinho pesado com você nisso kkkkkkkkk. Começando pela moça: ela realmente foi usada só de interesse amoroso, mas não vejo problema nisso até agora. Quer dizer, apesar de ser uma fórmula já usada várias vezes, não é algo tão surreal assim, muitos de nós já tivemos esse tipo de interesse em alguém que conhecemos, mesmo que distante algumas vezes. Além disso, ele não perece ser muito próximo dela, o que pode justificar a falta de detalhes sobre a tal com o fato dele ser apenas um "observador". Mesmo assim, eu não acredito que todos os personagens necessariamente precisem ser bem construídos, ricos em personalidade, objetivos, dramas, etc. Claro que quem consegue fazer isso tem muito mérito, mas eu não acho ruim a existência de alguns personagens mais rasos, as vezes você só precisa que eles exerçam alguma função mesmo, o que nesse caso eu vi que você usou como um empurrão pro Kaleo cair na provocação. Também é apenas a primeira menina com alguma relevância na história, então também não vejo problema com ela ter sido "mal construída" enquanto os protagonistas já são personagens mais desenvolvidos, mas em especial o comentário da Nina sobre isso pode te ajudar muito como norte na hora de construir mais personagens femininos, pois muitas pessoas caem mesmo nessa de usá-las apenas em prol de outro personagem, ainda mais se tratando de escritores homens (não só de fanfics, mas de grandes obras também).

Com o valentão, bem... também é outra formula bastante usada e eu também concordo que ficou bem caricato nessa personalidade de menino mau, mas ao mesmo tempo, considero válido a existência dele pois gente desse tipo realmente existe e eu pessoalmente estou há bastante tempo na comunidade de League of Legends pra saber disso KKKKKKKKKK (apesar de que a parte de tentar matar o Rattata foi meio desnecessário mesmo). Porém eu também apoio a sugestão da Nina, tente encontrar algo que explique o ódio gratuito dele. Tava vendo um anime ai onde um personagem odeia japoneses porque o pai obrigou ele a doar um rim ao meio irmão japonês em troca de continuar sustentando a mãe dele, então... dá pra ser criativo! Agora, o que eu acho um tanto mais problemático é a existência desses grupos inteiros de personagens que seguem o valentão, como se fossem seres irracionais facilmente influenciáveis, mas, até certo ponto, isso também existe e tanto eles quanto o valentão em si também tiveram seu propósito na história. 

Eu imagino que esse meliante irá reaparecer lá na academia pra atormentar nossos heróis, não tenho certeza sobre a menina, mas vamos ver. Um ponto que eu gostei muito foi que, em geral, os personagens tendem a agir como seres indefesos nessas situações de bullying, mas o Kaleo ameaçou e literalmente desceu a porrada no desgraçado, foi muito satisfatório ver isso kkkkkkkkkkk. Ele compensou por ter caído na provocação, eu odeio quando os personagens não conseguem simplesmente ignorar essas merdas que nitidamente só querem prejudicar ele, mas fazer o que, isso também realmente acontece e, como pode ver, tenho um certo nível de tolerância kkkkkkkkkkk.

Bom, por enquanto é isso, fiz comentários mais gerais por abordar 2 capítulos, mas das próximas eu tento ser mais específico. Ah, e sobre a formatação, realmente ta bem bugado hoje em dia, mas se quiser só falar comigo que posso tentar te ajudar com isso se tiver algum problema. O lance dos espaços geralmente acontece algumas vezes quando você pré-visualiza algo, então se arrumar e ter fé na hora de clicar em publicar sem pré-visualizar antes, geralmente arruma. Até mais o/

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MensagemAssunto: Re: Pokemon Stories: Good Omens   Pokemon Stories: Good Omens Icon_minitimeSex 21 Ago 2020 - 18:15

Olá amigossssss Smile

Caramba, essa capitulo deu muita coisa o que falar hein o.O
De novo eu fico muito feliz pelo engajamento da galera e o nível de paixão/conhecimento geral sobre literatura que eu encontrei nesse fórum. Foi uma muito grata surpresa de 2020 e tem me motivado a escrever mais e mais.
Muito obrigado coleguinhas. 


Vamos aos comentários:




Spoiler:






Sobre o polêeeeeeeeeemico tema que se repetiu em quase todos os comentários sobre a Melin e o Jason, aqui vai um disclaimer para todos:


Spoiler:



~Anyway~

Aqui vai o terceiro capitulo. Foi difícil pra kct escrever essa desgraça, mas espero que vocês gostem. A partir do capítulo 4 o bgl começa a ficar doido de verdade. 
Abçs


OBS: Aqueles que não forem tão familiares ao canon dos jogos de pokemon, sugiro que procurem o nome de alguns personagens no google, mainly os que eu coloquei nome e sobrenome. Principalmente o do avô do Oliver caso vocês ainda não tenham sacado quem ele é.
OBS2: Acho que eu deveria ter avisado de cara já no post original, mas a minha fic se passa 17 anos depois do Red, Blue e a Leaf começaram a jornada deles. Daqui a alguns capítulos vamos falar sobre história e linha do tempo.


Bjssssss~~~






Citação :





Pokemon Stories: Good Omens 6610

Capítulo 3 - Sempre em movimento.



Por algum motivo Oliver não conseguia parar de lembrar de quando estava aprendendo a manusear a fornalha. Não entendia muito bem o por que, já que as duas situações não tinham absolutamente nada a ver. Os técnicos da academia tinham simplesmente pedido que ele atravessasse de um ponto a outro da sala onde estava, que tirando alguns detalhes, parecia muito com uma quadra normal de colégio.


Tudo bem que não é qualquer que dia que Oliver tinha que fazer testes para ingressar na maior academia de treinadores profissionais do continente. E tudo bem que ele nunca tinha visto um alakazam, ainda mais de tão perto, mas nada justificava o quão ansioso estava. 


Pelo amor de deus! Seu avô costumava queimar um pouco suas pernas se ele vacilasse com o folião. Não fazia sentido nenhum uma situação estar remetendo à outra. Aqui o máximo que poderia acontecer seria uma bronca da doutora responsável. 


Certo?


Oliver rezou mentalmente que sim, inspirou com força para espantar a falta de ar e simplesmente foi andando devagar para frente como tinha sido ordenado, tomando cuidado para não chegar tão perto do pokémon meditando no meio da quadra. 


Desde ontem quando recebera o convite parecia que estava anestesiado. Foi tudo muito rápido: na manhã seguinte estava acordando cedo e pegando um dos botes para outra ilha, ouvindo palestras sobre a importância do convite e sendo submetido a exames de sangue, testes físicos, teóricos e seja lá o que for essa doideira com o alakazam. A ficha ainda não tinha caído que ele, Oliver Gantetsu, iria ser um aluno da Academia ACE. No fundo temia que um dos técnicos percebesse que aquilo tudo era um terrível engano ou dissesse que os resultados impossibilitariam que ele permanecesse ali.


- Aí! Que isso…? - Deu de cara com alguma coisa bem antes de chegar no outro lado da quadra. 


Olhou pros lados para ver se não tinha reparado alguma coisa óbvia, mas não conseguiu enxergar nada. Tateou com as mãos para frente e descobriu que por algum motivo não conseguia estende-las muito. Parecia que tinha uma alguma coisa sólida ali. Tentou empurrar, mas descobriu que era resistente demais.


- Érr… É isso mesmo? - Perguntou inseguro.


- É. É só isso mesmo. Obrigado. - A encarregada respondeu e rabiscou uma série de coisas rapidamente em sua prancheta. - Agora por favor me acompanhe. 


Teve impressão de captar algum tom de desgosto ou algo do tipo. Não sabia identificar o que, nem se era só imaginação, mas seu estômago afundou um pouco mais.


Deu as costas para o objetivo inalcançado e ao campo de força invisível, mirou de esguelha o alakazam, que continuava meditando de olhos fechados no meio da sala, e seguiu para o cômodo anterior à quadra.


De volta a sala dos exames de enfermagem, a doutora foi até uma máquina no canto e voltou com uma ampola com a amostra de sangue coletada mais cedo e uma seringa. Gesticulou que Oliver senta-se em uma maca qualquer e se aproximou dele olhando a prancheta. Não se importou de dar maiores explicações e simplesmente deixou o silêncio pairando enquanto revisava os papéis com resultados daquele dia.


- Oliver Gantetsu. - Recitou seu nome devagar, finalmente quebrando o silêncio incômodo. - Neto de Kurt Gantetsu?


- Bisneto, na verdade, mas eu sempre chamo de avô.


- Biológico?


- Sim… - Respondeu inseguro, estranhando a pergunta.


- O grande Kurt Gantetsu... - Ela falou mais para si mesma, ainda olhando os papéis. - Dizem por aí que a primeira pokebola do Campeão foi feita pelo seu avô, sabia disso?


- Ele diz isso quando fica bêbado, mas eu sempre achei que era exagero.


- Que mal lhe pergunte, como ele veio parar nesse fim de mundo?


- Err… É uma história complicada. - Deu uma risadinha tentando aliviar o clima, mas não teve resposta.


A médica desceu os olhos para a prancheta parecendo extremamente indecisa. Ensaiou escrever algumas coisas, mas desistiu. - O seu resultado geral foi bem abaixo do esperado… Na verdade, fora o teste de biologia básica, você foi abaixo da média dos concorrentes normais.


Oliver sentiu um nó na garganta.


- Normalmente membros de família nobres tem resultados excepcionais ou no mínimo alguma especiação rara. Que por falar nisso… 


Ela tirou do jaleco um material que lembrava uma pulseira de borracha de cor branca. Com a outra mão encaixou a ampola na seringa e injetou na pulseira. O sangue foi entrando no material como se fosse uma veia, pulsou vermelho e mudou a cor para um rosa avermelhado que só durou alguns segundos. Logo depois estava tão pálido quanto no início. 


- Nulo. Confirmado pelo exame de sangue e prático.


Então essa era a utilidade do alakazam. Se sentiu muito burro de não ter percebido.


- Você entende, Oliver. - Ela chamou muito séria. - Qual o propósito do convite que a academia ACE faz a membros de famílias notáveis?


- Sim senhora… - Respondeu quase engasgando.


- Então sabe a responsabilidade nas suas costas. Vou assumir que pelo menos você entende alguma coisa da arte da sua família?


- Montagem e programação, Doutora.


E de novo ela deixou o silêncio pairando no ar, mas dessa vez encarando-o intensamente. Oliver se sentiu extremamente constrangido e tenso. Tossiu, coçou a cabeça e procurou qualquer desculpa razoável para olhar para outro lugar e não sustentar os olhos dela.


- Sendo bem honesta eu deveria reprova-lo…


Sentiu seu coração afundando mais uma vez. O calor da fornalha parecia que estava bem ali perto do seu rosto. Não conseguia sugar o ar e o aperto na garganta aumentou.


- Mas eu decidi te dar uma chance.


O ar entrou pelas narinas em rajadas rápidas e nervosas. Tentou ensaiar alguma resposta, mas a doutora interrompeu.


- Espero que você entenda que passar na seleção primária não significa muito. - Pegou sua caneta e assinou os papéis. - Do jeito que você está hoje, não vai passar do primeiro mês de aulas.


- Entendo…


Ela mirou o garoto magro de óculos de cima abaixo uma última vez, sacudiu a cabeça conformada e entregou a pulseira branca junto com um livreto que tirou do jaleco.


- O ano letivo começa depois da seleção normal. Você será informado.


Oliver ficou encarando a pulseira e o livro emocionado. Sentiu seus olhos arderem e só conseguiu pensar em expressar respeito do jeito que seu avô tinha ensinado. - Obrigado! - Sussurrou fazendo a reverência mais profunda que pode.





_____________________________________________________________________________________________________________




A arte da paciência é uma das poucas coisas que Kaleo admitiria a qualquer um em alto em bom som que não dominava. Ficar parado por causa de outra pessoa quando poderia estar adiantando alguma obrigação, ou pior ainda, realizando alguma atividade prazerosa, é sem dúvidas um jeito muito fácil de irritá-lo.


Por algum motivo, seu melhor amigo parecia sentir prazer em fazer isso.



Hoje o festival lunar começava oficialmente. Os turistas estavam todos amontoados na cidade da ilha principal esperando a famosa procissão até a praia da lua crescente. Provavelmente nenhum deles entendia o simbolismo do ritual, mas o que importava mesmo era uma foto bem tirada e uma história para contar.


Não é como se ele fosse religioso ou acreditasse na parte mística da coisa, mas o primeiro dia do festival lunar é o mais importante. Colocar o barco de bambu com uma vela no mar é mais do que uma oração, mas sim um compromisso consigo mesmo. Para Kaleo, não é uma questão de acreditar que Lugia estaria observando - nem sequer que ela existia de qualquer modo -, mas entender a filosofia por trás da coisa. E sinceramente não precisa acreditar em nenhuma crendice mágica para apreciar a beleza e a paz de espírito que a ocasião proporciona. Diferente dos turistas que só se importavam com o status que uma foto, um bronzeado diferenciado ou um souvenir de merda trariam.


E bendito seja Lugia! Como Oliver estava demorando!


Não é como se eles estivessem atrasados, mas não podiam ficar enrolando também, já que teriam que trabalhar no turno noturno hoje. E Kaleo queria parar em algumas barracas para comer ou alguma outra idiotice.


Quando seu olho roxo começou a doer, foi a hora que pensou seriamente em sair andando. Um assobio familiar chamou sua atenção antes que pudesse prosseguir com o plano de abandono.


- Koe! - Oliver pulou de uma das carroças de turistas que chegavam do cais e veio semi correndo de encontro ao amigo.


- Escolha a alternativa certa: - Cumprimentou. - Um: o barco da academia ACE afundou e você teve que nadar com um sobrevivente nos braços. Dois: a rapidash que puxou tua carroça teve um ataque epiléptico no meio do caminho.


- Na verdade rapidashs não tem ataqu…


- Ainda não acabei! - Interrompeu e levantou as mãos teatralmente. - Três: Por uma incrível coincidência, Giovanni Sakaki reviveu dos mortos e anunciou o iminente retorno da máfia dos renegados JUSTAMENTE no cais da ilha Uno. 


Oliver já estava rindo das caras e bocas que Kaleo fingia enquanto reclamava mal-humorado. - Eu só tive que parar no cais um instante pra ver uma loja de ferramentas e acabei perdendo a hora e...


Um soco no braço interrompeu a linha de raciocínio.


- Ai cara!


- Se reclamar toma outro. Sabe que merece. - Ameaçou. - Trouxe as paradas pelo menos?


- Sim. - Respondendo massageando o braço. Tirou a mochila das costas para mostrar os materiais de madeira de coqueiro guardados lá dentro.


- Ótimo! Agora vamos logo, inferno!


Kaleo simplesmente saiu andando apressado esperando que Oliver o acompanhasse. A ponta sul da cidade já estava entulhada de turistas tentando tirar foto do arco de boas vindas, então cotoveladas foram necessárias para navegação.


A entrada da cidade passava boa parte do ano enfeitada de alguma maneira. O povo das ilhas Sevii usava qualquer desculpa possível para atrair turistas o ano todo e continuar movimentando a economia. No começo do inverno a dança da lua. No começo do verão a dança do sol. No meio do ano o canto dos Unown e por aí vai. Não à toa a indústria de enfeites tinha se profissionalizado de uma maneira inacreditável.


A placa de boas vindas fora ornamentada com camadas e camadas de fibra de bambu retorcidas até formar padrões que aumentavam a construção e exalavam uma vibe de coisa misteriosa e antiga. Flores, lanternas de ledyba e seda de caterpie foram colocadas para ressaltar os detalhes e as letras estavam pintadas com alguma espécie de tinta brilhante perolada. Nenhum dos dois conseguia conceber como aquilo tinha sido feito. Mal conseguiam entender a obra.


Os fotógrafos malandros estavam a postos gritando seus preços e pegando dinheiro dos turistas idiotas. Alguns até os abordaram, mas foram estoicamente ignorados.

.

- E ai mano, como foi lá? - Kaleo resolveu puxar o papo enquanto andavam, já que Oliver estava quieto até agora.


Oliver coçou a cabeça antes de responder e parecia estar um pouco desconfortável. - Ah, sei lá cara... Foi meio bizarro.


- Eu sabia.


- O que?


- Você descobriu que o convite era falso e na verdade eles só queriam fazer um teste do sofá com você e...


  - Não, arrombado! - Se vingou do soco dado anteriormente. - Ah velho. Eles começaram fazendo uma mini palestra do que aquele convite significava e enchendo a bola da academia e tradição e blá...


Kaleo levantou a mão rápido interrompendo a narrativa. Foi correndo até uma barraca de pipoca próxima e voltou com dois sacos. - Foi mal, não almocei. Continue.


-  É... Então. - Continuou a história aceitando o saco de pipoca. - Repetiram até não aguentar mais que o convite para famílias notáveis era um privilégio, mas não significava garantia na academia e que eu teria que mostrar que merecia e tudo mais... Foi bem chato.


- Deve ser pesado esse negócio de ter uma família importante. - Falou tentando soar como brincadeira.


- Ah qualé, de novo isso?!


- O que? Só falei que deve ser difícil ser importante.


- Cara eu já expliquei que eu não fazia ideia que o nome do meu bisavô ainda valia alguma coisa. Até ele ficou surpreso…


- Eu entendi, mano. Só estou dizendo que... - Mas decidiu no meio da frase que não valia a pena ir por esse caminho. - Nah, deixa pra lá.


A verdade é que no fundo Kaleo estava com inveja de Oliver e nem entendia a totalidade do porque. Até aquele momento sentia que eles enfrentavam o mundo de igual para igual, mas agora alguma coisa estava errada e uma camada invisível se metia entre ele e seu amigo. 


O silêncio se manteve por algum tempo, enquanto os dois seguiam desviando dos ambulantes e loucuras espalhadas pela rua, parando poucas vezes para olhar alguma decoração ou roupa mais espalhafatosa. A procissão consistia em andar da ponta sul da cidade até o extremo norte da ilha na praia da lua minguante, mas a cerimônia só começaria "oficialmente" às dezoito horas. A maioria das pessoas estava só perambulando a esmo e gastando dinheiro nas barracas antes da abertura oficial. 


Depois de recusarem pela milésima vez alguma mongolice feita pra tirar dinheiro de turistas, Oliver resolveu retomar o assunto.


   - Mas voltando. - Limpou a garganta. - Tinha uma galera além de mim lá. Um dos moleques tinha uma cicatriz sinistra na cara passando pelo olho.


   - Igual aquele desenho de ninjas que passa na tevê?

  

  - Igual! Mas ele era moreno igual a você. Tenho impressão que já vi antes, mas não sei dizer.

  

- Deve ser filho de alguém famoso.


- É... Mas de qualquer forma, eu fiz exame de sangue, de urina e um monte de outras coisas médicas.  - Pigarreou antes de continuar. - E fiz o exame de especiação também.


Kaleo virou o rosto para ficar de frente com o amigo e franziu as sobrancelhas.



  - Nulo... No exame de sangue também. - Oliver declarou cabisbaixo.


   - Decepcionado?

 


 - Meh, não deveria estar. - Deu de ombros. - Quer dizer, eu nunca li a mente de ninguém ou fiz alguma doideira dessas pra acreditar que eu sou um psíquico ou outra coisa.


- Seria um plot twist do caralho se além de nobre você fosse especial também. - Brincou fazendo gestos na têmpora numa imitação porca de psiquismo.


- Foda né. Você já fez o teste de especiação?


- Só o basico no orfanato. Nada.


- Eu também só tinha feito o básico lá na escola quando eu morava em Azalea, mas esse foi bem mais sinistro! Eu andei por uma sala com um Alakazam meditando no meio!


- Ta de sacanagem?! Que irado.


- É mano! Foi sinistro. - Abriu um sorriso amarelo. - Na verdade não foi tão legal assim. O Alakazam só ficou parado e eu andei reto até bater em alguma coisa invisível. 


- Meh. Que merda. 


-  É. - Deu de ombros.


Oliver segurou seu braço de súbito e apontou para uma barraca com cerveja. Já foi sacando o dinheiro do bolso e se dirigindo até lá com um joinha maroto levantado. Kaleo foi atrás, mas ainda com a mente no assunto anterior.


- Seria irado ser psíquico e poder ler a mente dos outros e mover objetos com a mente. - Kaleo esticou o braço até um turista rindo numa barraca de “pesque o magikarp” e fingiu que estava enforcando ele com a mente. Imitou barulhos de engasgo para efeito dramático.


- Tenho bastante certeza que não funciona assim. Isso é coisa de videogame.


- Pare. De. Cortar. Minha. Vibe. - Pontuou cada palavra com um engasgo ainda fingindo estar enforcando o turista.



Oliver riu, passou uma cerveja para o amigo e estalou-a com vontade. Bebeu um grande gole e demonstrou êxtase como se estivesse num comercial de televisão. 


- Sei lá mano. Não sei muito bem o que sentir sobre hoje. Foi… Sei lá…


- Está feliz por ter entrado na ACE pelo menos?


Oliver confirmou com a cabeça e voltou a beber.


Kaleo acompanhou-o. Sentiu o gelado refrescante descer pela garganta e o corpo instantaneamente relaxar um pouco o estresse do dia. Tinha que admitir que não gostava tanto assim do gosto da bebida alcoólica, mas a sensação de alívio que ela proporciona é muito agradável. Foi casualmente olhando as pessoas e barracas em volta procurando alguma coisa legal para fazer.


- Hmm.. Se liga. - Oliver limpou a garganta e coçou a nuca. - Precisamos rever nosso plano agora que está confirmado que eu vou pra academia.


Pronto. Sabia que esse assunto iria surgir uma hora ou outra. Não sabia por que, mas estava sem a menor paciência para esse tipo de conversa. A busca casual passou a ser uma pesquisa muita séria atrás de alguma coisa que pudesse desviar a atenção. Por enquanto continuou bebendo e olhando para os lados fingindo que não era com ele.


- Você sabe que agora a gente tem dinheiro sobrando e isso muda nossas perspectivas…


Quando pensou que estava encurralado, viu o seu salvador a distância. Um sujeito careca e magricelo em cima de um pequeno pódio gritando para que os turistas se aproximassem e fizessem suas apostas. Kaleo conhecia a figura, um dos marinheiros do porto ao sul da ilha que ganhava um dinheiro extra com diversas picaretas. Pela cara do cercado atrás dele, com certeza hoje a falcatrua era uma rinha manipulada.


- Olha mano! Ta tendo rinha ali! Vamos ver! - Kaleo gritou como se estivesse genuinamente empolgado e surpreendendo o amigo.


- O que? Perai!


Saiu a passos largos em direção a rinha com um Oliver consternado logo atrás.


E acabou sendo a desculpa perfeita, já que a figura reconheceu Kaleo no meio da multidão e acenou com um hang-loose, então ele malandramente usou a deixa para ir abrindo espaço entre as pessoas e ficar perto do apresentador e do barulho. Isso pôs um prego no caixão do assunto que estava surgindo.


- Quem tem coragem de desafiar o campeão do festival? - O marinheiro gritou e girou uma pokebola simples no dedo. - As regras são fáceis: sem pokémon evoluído, sem comandos. Ganhou, leva!


 E sacudiu um pataco de dinheiro impressionante para causar efeito dramático. O burburinho dos espectadores aumentou bastante e vários turistas começaram a se agitar. Mal sabiam que iriam perder dinheiro fácil.


- Será que o rattata aguentaria? - Oliver perguntou timidamente e pôs a mão no queixo.


- Ha! Ta brincando? Você nunca viu uma rinha antes?


- Na verdade não.


- Pff. Ele com certeza tem algum desses pokémons sem evolução extremamente roubados naquela pokebola. O cara não joga pra perder. - Cochichou


Um grupo de turistas começaram um alvoroço e empurraram um de seus membros em direção ao cercado botando pilha. Um jovem de pele negra e cabelo afro disfarçado nos lados, óculos escuros e camisa de time de basquete Unoviano. Ele não parecia confiante, mas os amigos continuaram fazendo bastante barulho e incentivando o desafio.


- Temos um corajoso! - O apresentador instigou a plateia que respondeu com gritos e assobios. Se dirigiu até o competidor e estendeu o microfone para ele. - Qual seu nome, meu nobre?


O Unoviano limpou a garganta e falou em Unown com sotaque. - Joshua. Nascido e criado em Nacrene! - E fez um gesto esquisito com as mãos. Seus amigos uivaram de um jeito igualmente esquisito.


- Competição internacional minhas senhoras e senhores! - O apresentador esquentou mais a plateia no microfone, depois cochichou no ouvido do desafiante as questões financeiras. Pegou o dinheiro e voltou sorrateiro para seu pódio.


- Alguma dúvida sobre as regras, jovem?!

  

O treinador Unoviano balançou a cabeça negativamente e falou alguma gíria na sua língua natal. Seus amigos gritaram junto e trocaram várias frases na língua de Unova.


- Então vamos! - O marinheiro resumiu, botando o microfone de lado e jogando a pokébola para frente como se fossem dados.


Dela, um machop bem musculoso e mais alto que o normal se formou na areia batida. O pokémon bateu os dois braços parrudos no peito e apoiou as mãos no chão assumindo uma postura de ataque.


A multidão não parecia impressionada e nem kaleo.


- Um machop? Sério? Achei que ele faria melhor. 


- Não cara, repara bem. - Oliver retrucou. 


- Realmente… Ele tem dois braços e duas pernas! 


- Mongoloide. Olha como ele é maior que o normal e os braços estão inchados.


- Que tem?


- Geralmente um machop evolui antes de ficar desse jeito. - Baixou a voz. - Eu aposto que é drogado de everstone.


- O que é everstone mesmo?


- Aquele mineral que te falei outro dia. O que segura a evolução.


Agora sim o desafio parecia uma rinha das docas. O competidor aparentemente não sabia disso, por que  não parecia preocupado nem nada. Ele só jogou sua pokébola para frente para liberar um símio pequeno, verde e bem esquisito. 


Um pouco depois um apito alto soou e a grade de metal que separava as duas metades do cercado se abriu para permitir que os pokémons se digladiassem. Porém a luta durou pouquíssimo tempo depois do seu começo.


O pokémon símio de Unova saiu correndo empolgado para frente e tentou dar uma voadora na cabeça do machop, que por sua vez, só ficou parado e recebeu o chute na cara. Antes mesmo do oponente aterrissar, o pokemon bombado agarrou-o pela perna, varejou-o no chão e montou como um lutador de MMA faria. Dali em diante foi marretada atrás de marretada na cara, até o ponto onde o treinador de Unova simplesmente ficou com medo e desistiu.


Dinheiro bem fácil. Luta chata.


Um novo competidor tomou logo o lugar do último. Um jovem mais ou menos da idade deles, com o cabelo todo pintado de verde e raspado de um dos lados. Não parecia particularmente intimidador, provavelmente nem teriam reparado muito nele se não fossem essas características inusitadas.


- Vamos indo? Só vai dar na mesma coisa. - Oliver chamou impaciente.


A multidão estava extremamente descrente e desanimada e Kaleo também. Por falta de desculpas, teve que ceder a sugestão do amigo e sair andando. Não queria dar deixa pra o assunto recomeçar, então distraiu Oliver com algum comentário idiota sobre um turista e saiu driblando a massa de pessoas para criar alguma distância.


- Sério? Tu me deixou falando sozinho?! - Gritou por cima do barulho quando viu que tinha sido driblado. - Por que você insiste em fazer nossa vida parecer um anime mal escrito, seu puto?!


Kaleo segurou o riso ao lembrar de um episódio daquele anime ruim dos piratas de borracha.



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A praia da lua minguante é um lugar tão lindo e fascinante que Kaleo quase entendia por que pessoas religiosas tinham sua fé. O próprio formato que dava nome ao refúgio já parecia um milagre por si só. Um meio círculo perfeito, quase como se um pedaço da ilha tivesse sido arrancado por alguma entidade mágica com bom senso de arte. Rochas enegrecidas pelo tempo nos formatos mais esquisitos marcam o limite da praia e a dividem dos bosques que  a precedem. Água cristalina, que continua raza por metros a fio depois da areia. Um milagre real, da natureza ou de quem quer que seja.


Kaleo simplesmente tirou os chinelos e foi andando na areia sentindo o vento forte no rosto, ouvindo a melodia que este fazia ao passar pelas grandes pedras e sentindo a areia fina chicoteando sua perna. Oliver estava com o macacão de trabalho, então arregaçou a barra da calça até os joelhos, guardou as sandálias na mochila e foi correndo alcançar o amigo.


Uma vez que chegou no começo da água, se abaixou e molhou o rosto e os pulsos. Sempre foi seu jeito particular de conversar com o mar, que para ele era muito mais real e sagrado do que qualquer deus desconhecido ou pokémon enorme, mágico e mítico. 


- Caramba, a gente acerta numas cagadas. - Oliver admirou. 


- O que?


- Por coincidência viemos justamente na hora do pôr do sol.


E Kaleo reparou que era verdade. O céu já estava na palheta de cores do fim da tarde Seviana. 


Os dois sentaram na areia perto da água e aproveitaram o momento calados. Ali não existiam problemas e nem inseguranças sobre o futuro. Existia só o vento, o mar e a promessa de que as coisas ficariam bem. Logo começaram a montar os barcos com as ripas de coqueiro compradas e a assobiar músicas de anime.


E o clima estava perfeitamente bom até Oliver pigarrear e se remexer no lugar.


- Cara. - Ensaiou. - Eu não sei por que você não está afim de falar sobre isso, mas…


Kaleo sentiu um ímpeto de impaciência e cortou a frase. - Eu não…! Eu só to meio sem cabeça pra isso, beleza?



- Eu nem falei nada ainda.


- Mas eu já sei onde você quer chegar.


Oliver assentiu e suspirou profundamente, mas não se deu por satisfeito. - Eu entendi real seus argumentos da última vez, mas agora não é mais a mesma situação. Se o problema for pegar o meu dinheiro, e não me imp…


- Que? Claro que não! - Retrucou irritado. - Não tem nada a ver com isso.


- Então o que tem a ver? 


- Eu não to com cabeça pra isso agora.


- Cara, você tá sem cabeça pra isso desde que soubemos da academia! - Elevou a voz. - A gente precisa decidir o que vamos fazer!


- Eu achei que pra você já estava decidido.


Kaleo soltou a última frase com a voz normal, mas pelo silêncio imediato que Oliver fez, provavelmente soou de um jeito mais nocivo do que pretendia.


- Cara, qual o seu problema?! - Oliver perdeu a paciência. - Além de não querer falar sobre isso você está irritado o tempo todo já tem vários dias!


- Nenhum! - Kaleo falou alto de volta na defensiva.


- Então me diz um motivo pra gente não organizar um plano decente agora que tivemos essa sorte!


- Eu não…


- Me diz! Por que você ainda está perdendo tempo na loja do seu Manuel em vez de treinando pra seleção? - Elevou mais uma vez o tom de voz.


Kaleo sentiu a garganta apertar. Tentou falar alguma coisa, mas não conseguiu.


- Me explica, na boa! Por que eu não estou vendo nenhuma lógica pra gente estar parado desse jeito. Eu posso ser muito burro, mas pra mim parece que você está de má vontade!


Oliver foi se erguendo enquanto falava e elevando o tom de voz progressivamente até chegar ao nível que parecia uma briga real. Kaleo foi sentindo a garganta apertar a cada questionamento e a raiva subindo a  cabeça. Até que deixou escapar pela boca sem perceber, na mesma altura que o amigo estava falando.


- Então me explica, por que eu não enten…!


- POR QUE EU ESTOU COM MEDO!


E ao deixar as palavras saírem, se deu conta que essa era a verdade. Desde o último dia de aulas ou até antes, estava tomado pelo medo.


- Eu estou com medo! - Repetiu, sentindo a voz embaçar, mas insistindo. - De não ser bom o bastante! Medo de nunca conseguir nada e ser só mais um zé ninguém! Medo das coisas que o Jason… Não! Que as pessoas falam estarem certas!


Seu amigo só ficou encarando-o meio abismado. Tinha certeza que nunca tinha agido desse jeito na frente dele.


- Eu também sinto medo, mas...


- Não é a mesma coisa Oliver! Você não entende?! - Rosnou. - Eu não tenho ninguém, Oliver! Ninguém! O seu avô pode até ser um otário, mas pelo menos você tem o nome da sua família e uma casa e profissão se as coisas não derem certo! O que eu tenho?!


Oliver engoliu seco e não conseguiu encarar Kaleo nos olhos.


- Eu sou um Alpha, Oliver! Você sabe muito bem o que acontece com a gente, não sabe?!



- Eu não…


- Até o seu avô sabe, não é?! Diz aquela frase lá…


- Cara…


- Diz!


- “Os Alphas só prestam pra fazer festa, filhos e limpar meu jardim.” - Repetiu meio envergonhado.


- Exatamente! - Bateu uma mão na outra. - É assim que o mundo me vê, cara! E sinceramente as vezes parece que tudo contribui pra que isso seja verdade. 


-  Eu não…



- E agora a gente gasta tua grana inteira pra que? Pra eu ter uma chance minimamente melhor, acabar falhando mesmo assim pra um idiota tipo o Jason entrar?! E aí além de falhar pateticamente na única coisa que eu deveria ser bom na vida, ainda vou deixar meu único amigo falido!


O surto de raiva passou com as últimas palavras, mas o aperta na garganta e a tristeza de perceber que tudo que tinha falado era a mais pura verdade não. Cobriu o rosto e ficou respirando nas palmas das mãos. Sentiu os olhos arderem e resolveu continuar daquele jeito para que pelo menos Oliver não o visse chorar. 


Permaneceu por longos minutos em silêncio escondendo a cara, até que uma onda mais forte bateu em suas pernas e o fez perceber que deveria falar alguma coisa. Começou a inspirar profundamente para voltar ao controle, molhou a cara com a água e decidiu encerrar o assunto. 


- Acho que o que falei ontem só vale pra mim… Pega seu milagre e aproveita, mano.


- Você só pode estar de sacanagem. - Oliver declarou como se estivesse num argumento político civilizado.


- Que?


- Você só pode ter bebido demais se acredita que essa merda toda que falou é verdade. - Rosnou. Antes que Kaleo pudesse responder, levantou a mão e continuou. - Pra começar, você sabe muito bem como meu avô é! Quantas vezes ele já ameaçou me deserdar?


- Eu sei, mas…


- Você acha que o nome da minha família vale alguma coisa por que eu recebi esse convite? Que eu tenho um plano B de continuar aqui cortando lenha e fazendo pokébolas de segunda?! Você só pode estar bêbado! Meu avô mal tem dinheiro pra manter aquela casinha de merda que a gente mora! 



Kaleo ensaiou falar alguma coisa, mas foi cortado.


- Me escuta! - Declarou falando mais alto ainda. - Sabe o que me disseram naquela merda de lugar?


Oliver apontou em direção ao oceano, provavelmente na direção da ilha da Academia.


- Que meus testes foram piores do que um participante normal. A médica que me atendeu disse que deveria ter me recusado, mas ficou com pena de mim! - Então ele começou a travar no meio das frases, como fazia as vezes quando estava muito nervoso. - Ela di… disse com.todas as palavras! Com todas as palavras que eu não iria durar um mês lá dentro!


- Eu não sabia… - Respondeu consternado.


- Pe… pelo menos você é você! - Apontou com as duas mãos em sua direção. - Sempre foi confiante e nunca deixou ninguém dizer o que fazer. Eu nunca te vi duvidar de nada… Olha pra mim! Eu sou pequeno, fraco e não tenho nada de especial. A única coisa que eu tenho e você não, é meu avô! E ele não vai durar pra sempre!


Andou pra frente nervoso, catou seu barquinho da areia e balançou como se fosse jogá-lo longe.


- E daí que o mundo enxerga você desse jeito? FODA-SE! O mundo se… sempre enxergou a gente desse jeito! E até hoje você nu… Nunca deixou falarem merda na sua cara!



Oliver ficou parado suspirando. Tinha se tocado que tinha tido uma explosão emocional, e como não era do seu feitio, ficou imediatamente meio sem graça por ter gritado tanto. Percebeu que quase quebrou seu barquinho sem querer, então foi andando em direção ao oceano com ele na mão evitando encarar o amigo.


Kaleo fico parado olhando-o andar metros pra frente mar adentro. Não sabia o que sentir nem o que dizer. Só ficou observando a cena passivamente. 


Um vulto passou no canto do seu olho esquerdo e o assustou. Ele virou o rosto rápido achando que alguém tinha chegado de surpresa, mas descobriu que não havia ninguém lá. Vasculhou a praia inteira com o olhar, mas tirando pouquíssimas pessoas espalhadas nos cantos, o lugar estava vazio.


Oliver voltou devagar com o macacão todo molhado de mar. Passou por Kaleo e continuou andando na direção de volta para a cidade. - Você me disse uma vez que desistir é igual a admitir que é verdade. Ou alguma coisa do tipo.


Ele se lembrava. Quando Oliver duvidou que conseguiria hackear a pokebola roubada do avô.


- Eu não sei se é verdade ou não. Mas sei que não quero… Não. Não vou conseguir fazer isso sem você, cara... - Finalizou com um soco forte no braço de Kaleo e continuou andando em direção a cidade.


Mais do que qualquer coisa, essas últimas palavras pesaram demais no seu peito e na sua mente. Continuou estático só olhando o oceano e o horizonte mais além. Por algum motivo teve a impressão de ouvir a música da lua bem no limite da sua audição. 


Então isso era o máximo que iria fazer? Sentir pena de sí mesmo?



Chorou sozinho por um longo minuto olhando o mar. Quando terminou, limpou o rosto rápido na água e virou-se para trás procurando o amigo.


- Oliver! - Chamou. Vendo que ele ainda estava nos limites da areia. - Diz pro Seu Manuel que hoje eu estou doente pra trabalhar!


Oliver virou-se de volta ficou encarando-o com cara de bobo e respondeu em tom jocoso. - Não vai ficar fudido por isso?


- Não se eu me despedir primeiro! - E rindo se virou de volta pro mar. 


Percebeu que seu barquinho ainda estava em sua mão, então foi andando em direção a água para deixá-lo lá.


- “Então Lugia subiu até os céus e virou a lua, para que pudesse continuar governando as marés e mantendo as ondas sempre em movimento.” - Recitou enquanto ia andando pela água rasa. 


Decidiu que iria ficar ali por um bom tempo.






É isso meus queridos. Esse capítulo foi desafiador por ser uma transição e a resolução do problema moral deles antes da ação começar. No próximo vamos com tudo com o objetivo de entrar na academia.
Abraços :3
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Brijudoca
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Brijudoca


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Frase pessoal : make brazil emo again


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MensagemAssunto: Re: Pokemon Stories: Good Omens   Pokemon Stories: Good Omens Icon_minitimeDom 30 Ago 2020 - 16:19

Hey yo Tshaman, tudo bem?

Perdão pela demora, parece que o mundo está meio que tentando se reestabelecer mesmo com essa maldita pandemia não dando nem sinal que está perto do fim, e isso vem minando o pouco tempo livre que eu tenho. Mas antes tarde do que nunca né?

Antes de falar do capítulo, gostei de você ter dado o seu ponto de vista sobre os personagens e levado numa boa o que a gente comentou. Olha que vamos cobrar esse desenvolvimento hein hahaha e ainda sobre a sua resposta ao meu comentário, não me entenda mal sobre a questão dos palavrões, eu acho que faz parte e, inclusive nesse capítulo eu achei bem mais natural os momentos que ele foram inseridos, meu problema com os outros é que não parecia algo que uma pessoa falaria no momento, sei lá né. Eu mesmo uso bastante na minha fic (inclusive estou aguardando você passar por lá rssss)

Esse capítulo foi muito legal, na questão de desenvolvimento de personagens, me fez simpatizar muito mais com o Oliver e também entender um pouco do que se passa na cabeça do Kaleo. A briga final deles teve uma resolução bem bonitinha, bem anime kkkkk mas tô curtindo a amizade deles.

O plot do avô do Oliver ser o Kurt trouxe todo um significado mais especial para aquele lance das pokebolas que você trouxe no primeiro capítulo, achei bem maneiro que você o seu universo vai se passar na realidade dos jogos e trazer os personagens que já conhecemos pra narrativa.

Achei no mínimo bizarro esse monte de teste pra entrar na academia de super soldados kkk Mas me chamou a atenção esse lance de que algumas pessoas podem ter habilidades especiais. Obviamente minha cabeça já puxou pro lado xmen da coisa, com os malucos soltando raios haha Acho que logo que conhecermos a galera da academia você já vai mostrar o que essas pessoas "especiais" podem fazer.

Não tenho muito o que dizer da rinha, além de amém pelo Machop ter descido a lenha naquele macaco ridículo de unova. Curioso imaginar a everstone como um anabolizante pra deixar o pokemon não evoluído mais forte (mas o item que faz isso é a eviolite né? Acho que a everstone só previne a evolução, mas whatever)

De erros, percebi você usando o "por que" de forma equivocada umas duas vezes (recomendo até rever essas malditas regras pois em um momento deveria ser "porquê" e no outro "porque", e em ambas estava "por que" ), e ainda um probleminha de vírgulas, mas nada que atrapalhasse a leitura.

No mais, fico feliz que você esteja gostando de postar a fic aqui. Não estranhe que às vezes a gente some, mas se demoramos pra comentar é porque tentamos sempre fazer um comentário útil e não só ler por ler né haha

Um abraço o/
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