Meus fangames de Pokémon! (Jasper e Spinel)

Citação :

Era um dia quente de verão; o jovem Bill observava o pôr do sol entre os prédios na grande metrópole de Rustbolt impaciente através da janela de seu quarto. No dia seguinte ele completaria dezesseis anos e não conseguia pensar em outra coisa a não ser em seu suposto presente de aniversário ou em terminar aquele jogo que estava na prateleira a mais de três meses.

- Amanhã, finalmente é o dia em que meus pais me prometeram. Eu não vou mais me isolar do mundo como fiz nesses últimos anos. Não é justo o mundo girar lá fora enquanto eu fico aqui dentro com medo do que pode acontecer nas ruas da...

Mas enquanto pensava alto, sua mãe o interrompe abrindo a porta do quarto e chutando uma réplica de Pokébola involuntariamente e fazendo um barulho notável.

- Bill, filhote. Já chamei todos os seus amigos para vir aqui amanhã bem cedo para a comemoração do seu aniversário. Não se faz dezessete anos todos os dias, sabia?
- Ah mãe!
- Mas me diga, porque está olhando assim para o pôr do sol? Não quer sair um pouco de casa e dar uma volta na vizinhança?
- Mãe, posso falar com a senhora sobre uma coisa que está me incomodando?
- Claro, Bill. É sobre aquele novo modelo de Pokégear? Olha, você sabe que dinheiro não é problema mas eu e seu pai estamos ficando muito preocupado com você todos os anos desistindo das suas comemorações de aniversário para receber um aparelho de última geração que sempre é substituído no ano seguinte.
- Eu acho que devia falar agora e só espero que você compreenda a minha situação.
- Sou toda ouvidos.
- Eu acesso a Pokénet todos os dias e só vejo crimes e assassinatos envolvendo Pokémons e humanos no mundo, eu tenho medo de sair de casa, medo de ir a rua e ser rendido por algum membro da equipe Rocket.
- Eu sabia, você não está querendo mais receber o seu primeiro Pokémon? Eu sabia, seu pai é o culpado e...
- Não é isso, mãe! Mas que droga, sempre que eu tento envolver Pokémons no assunto a senhora já vem com atitudes negativas. Eu não tenho culpa se a senhora só se interessava por concursos na sua adolescência e não queria saber de batalhas!
- Isso não é verdade! Eu já fui mais adepta dos Pokémons, filho e já vi coisas terríveis que aconteciam com Pokémons, quando éramos jovens, eu vivi acompanhada do seu pai e um dia ele teve de me deixar quando decidiu servir o exército americano. Fui recebe-lo em Kanto e logo ele não pode voltar para casa pois estava acompanhando seu tenente no ginásio de Vermillion.

- Eu já ouvi essa história mais de trinta vezes! Foi uma escolha do meu próprio pai como você mesma sempre diz! Eu não tenho culpa se você não me deixou partir quando completei a droga dos meus dez anos, eu amo os Pokémons mãe, e não é uma história triste de guerra e até mesmo egoísmo da sua parte que vai me fazer mudar de idéia!
- Não diga mais nada filho, você já tem idade para decidir o que quer fazer no dia do seu aniversário e amanhã você finalmente vai receber seu primeiro Pokémon...
- Eu não tinha a intenção de falar...

E assim, a mãe de Bill deixa o quarto e quando o menino decide olhar pela janela, o sol já havia ido embora.

- É, está chegando o dia.

Bill sentou-se na frente do computador e começou a acessar websites institucionais mantidos pela associação mundial de Pokémon. Alí ele começa a imaginar mil e umas possibilidades enquanto caminha por um admirável mundo novo mesmo que não como um treinador reconhecido ou um militar, professor ou quaisquer profissão que o remunerasse tanto quanto sua mãe desejava; além disso Bill também não tinha o contato constante do pai, ele sempre estava viajando entre as regiões do mundo Pokémon fazendo rondas de segurança e missões de paz desde quando a Equipe Rocket decidiu fazer um ataque massivo sob nova liderança.

Ele pesquisou sobre vários movimentos, tipos, cuidados e tudo mais relacionado a Pokémons durante muitas horas até adormecer de frente para o monitor de rosto de frente para muitas publicações relacionadas a Pokémons e jogos eletrônicos, suas duas grandes paixões.

No dia seguinte, Bill acordou meio atordoado, já era meio frequente que esse tipo de coisa acontecesse enquanto madrugava acessando a Pokénet ou jogando Pokémon Battle Revolution Online no seu Nintendo Wii.

Ao se levantar, ele encontra um bilhete próximo à sua Pokégear, já que era meio que um ritual matinal colocar a Pokégear no bolso e partir rumo ao banheiro a fim de fazer sua higiene matinal.

- Ah, legal! A casa em silêncio e um bilhete com caligrafia suspeita do lado.

O menino guarda sua Pokégear e vai lendo o bilhete enquanto vaga pelos corredores da casa rumo ao banheiro.

- Se você quiser ver seus pais de volta, dirija-se ao café da rua abaixo e venha sozinho.

Ao ler essas palavras, o menino entra em pânico silencioso assim voltando ao seu quarto, trancando a porta com duas fechaduras e relutante lendo o bilhete inúmeras vezes, acontecer isso justamente no dia do seu aniversário, quando ele achava que de uma vez por todas ele nunca mais teria medo do mundo lá fora.

- E... Eu não consigo. Mas por que comigo? Eu não saio de casa, poucas pessoas me conhecem, meus pais não costumam falar de mim para os amigos e raramente os vejo quando não estou estudando ou jogando... Não entendo!

O menino olha para sua Pokégear e começa a digitar o número de emergência a fim de informar a polícia sobre o ocorrido, mas ao olhar para sua foto de proteção de tela onde está entre seus pais na praia de Aeri; ele muda sua atitude drasticamente e começa a trocar suas roupas para algo mais casual com que pudesse andar na rua em um dia tão quente.

- Eu não sei o que vou fazer, mas... Seja o que Deus quiser!

E assim Bill deixa seu apartamento em mais uma rara ocasião e parte rumo ao Pokafé de Rustbolt em busca de seus pais.

Citação :

Na rua, ele amedrontado olha para os dois lados tentando não demonstrar o quanto se sentia mal por estar alí e caminhando rápido entre as pessoas ele chega à frente do Pokafé.
- É agora, eu não posso ficar sem fazer nada enquanto meus pais estão lá dentro provavelmente nas mãos de algum Rocket.
Então quando Bill finalmente alcança a maçaneta, uma mão forte o puxa pelo ombro e o empurra para dentro do estabelecimento.
- Isso é uma surpresa, Feliz Aniversário!!
Bill assustado olha para todos animados a sua volta inclusive sua mãe que estava um pouco envergonhada por ter feito isso com o filho imaginando o que teria passado pela cabeça de Bill. Este por sua vez olha para a mão ainda em seu ombro e ao seguir o braço pode ver através da camisa de gola e cor cáqui cheia de medalhas no peitoral, que se tratava de um militar americano. E não era qualquer militar americano, era...
- Mas, pai?!
Sim, o pai de Bill havia chegado da longínqua região de Kanto e estava alí em sua frente portando óculos escuros, com o cabelo com aquele mesmo corte de antes e a expressão severa mas divertida de sempre.
- É claro, quando foi que eu perdi o aniversário do meu filho único? Ainda mais a um ano de distância do alistamento militar! Está feliz? Imagina só batalhar ao lado do seu velho mundo a fora?
Bill queria muito batalhar pelo mundo, defender as pessoas, fazer dele um lugar melhor onde ninguém teria que passar pelo que Bill havia passado; mas ele não estava certo se tinha a força e a coragem suficiente para isso.
- Claro...
- Não foi convincente, o que está se passando pela sua cabeça, filho?
- É só que, não é o que eu gostaria de pensar hoje...
- Então pense em coisas boas, filho. Não é sempre que se completa dezessete anos, sabe?
- É, a mãe diz a mesma coisa...
- Então ela está certa, vamos comemorar!
O Pai de Bill, Saul, era um sujeito meio relaxado em relação a vida e gostava de a levar de modo onde todos estariam melhor enquanto estivessem em sua presença, mas muito dedicado a sua carreira e família. Embora vivesse a maior parte do tempo ausente de seu lar e isso o causasse um pouco de depressão, após a última viagem do exército à Hoenn, o Tenente Surge decidiu que Saul estaria liberado para umas férias de tempo indefinidas com a sua família, mas logicamente continuaria sendo remunerado.
- Então, pai quando você volta para Hoenn?
- Filho, se as coisas continuarem como estão, só volto no próximo ano fiscal por que? Já quer que eu volte logo quando acabei de chegar?
Bill desviou seu olhar desanimado para o chão.
- Ei, fica tranquilo seus amigos estão aí e você ainda nem abriu o seu... Ah meu Deus! Esqueci de te entregar o seu presente!
- Mas?!
Saul entrega a Bill uma grande e branca caixa com uma Pokéball mordida em destaque.
- Mas um PokéPad?
- Acho que você não vai querer saber do PokéPad quando ver o que mais está na caixa; e acho que você sabe muito bem do que estamos falando, né garoto esperto? Agora vamos porque você tem que curtir a festa.
- Está certo.
Assim Bill vai em direção aos seus amigos e a tarde daquele dia ficou marcada na memória do futuro jovem líder de ginásio como um dos momentos mais felizes de toda a sua vida.

[spoiler=Terceiro Capítulo]A noite caiu sobre a cidade de Rustbolt e os amigos de Bill já estavam exaustos após tanto festejar. Saul ao ver isso decide que já é hora de todos retornarem as suas casas.
- Foi realmente muito boa a festa, hein?
- S-sim!
Bill estava ofegante, nunca jogara tantos jogos de movimentos em fração de horas com amigos antes.
- É... Bill, a gente se vê ano que vem na escola... Disse Alice com um sorriso tímido no rosto.
- Ah, é c-claro! Bill respondeu de jeito sem graça.
- Então vamos embora? Disse Éclair, a mãe de Bill paciente com o filho enquanto todos já haviam deixado o local.
- Sim, mãe.
Saul fechou a conta da festa de seu filho e logo alcançou a família no meio da rua enquanto caminhavam para casa, já era a noite e as luzes da cidade tinham um efeito de poluição visual estonteante.
- Sentia falta das luzes de Rustbolt.
- Pai, falando em luzes como vai o Jolteon?
- Estou pensando em o soltar quando chegarmos em casa, não diga a sua mãe.
- Não dizer o que, querido? Disse Éclair com um tom meio ameaçador.
- Ah você me pegou! Era sobre as músicas que comprei para ele colocar no PokéPad, não esquente a cabeça, amor. Disse Saul transpirando; se havia uma força contra a qual ele não deveria lutar contra era a sua esposa e sua mania de organização dentro de casa.
- É verdade isso, Bill?
- Ah, claro. Mal posso esperar para fazer os downloads.
- Engraçado, eu pensei que íamos soltar o Jolteon no cercadinho que mandei montar recentemente para ele na área de circulação do apartamento, mas se não é isso.
- Ela nos pegou, não tem como mentir para a sua mãe. Lamentou Saul mas ao mesmo tempo sorridente em saber que sua esposa se preocupava até mesmo com o bem estar de seu companheiro de batalhas, um Jolteon.
Ao chegar em casa a família logo tratou de relaxar. Bill foi direto ao banheiro tomar um banho e em seguida vestiu seus pijamas de Pokéballs e foi a encontro de sua mãe na sala que assistia um Dorama enquanto bebia uma xícara de chá fumegante ao lado de um grande Jolteon deitado aos pés do sofá.
- Ei Jolteon.
- Jol! Reagiu o Jolteon feliz por ver Bill após um longo ano.
- Bill, seu pai está na varanda e quer falar com você, tem algo a ver com o que está na caixa.
Bill havia esquecido da caixa e tratou logo de correr em direção a caixa, removeu rapidamente a tampa que a mantinha fechada e encontrou uma Pokéball ; vorazmente ele a agarrou e foi em direção a varanda.
- Pai?
- Achei que já era hora, e como estava no meu último e-mail antes de chegar: eu estaria chegando com o seu primeiro Pokémon. Não está ansioso para o libertar?
Então, o menino sem pensar duas vezes atira a sua Pokéball no chão liberando um pequeno Pokémon desajeitado que ao ver o menino e o pai, correu para atrás de um vaso de plantas que ficava na borda da varanda.
- Esse é um Torchic; chega com os cumprimentos do Prof. Birch da cidade de Littleroot. Explicou Saul a seu filho.
- Ei Torchic, fique tranquilo. Está frio e você pode cair lá embaixo se ficar aí no canto. Bill disse pacientemente ao pequeno Pokémon.
O Torchic ao olhar para baixo de onde estava, pode ver toda uma avenida movimentada, pessoas para todos os lados, uma multidão. Assustado, o Torchic pula em direção a Bill e vê que não tem mais para onde fugir.
- Cuide bem do seu Pokémon, Bill. Agora vamos entrar e ter uma boa noite de sono porque já está tarde e você tem aula amanhã bem cedo. Ah e Torchic, você também.
- Tor-torchic!
Antes mesmo da chegada de seu Pokémon, Bill já havia adquirido um Pokénest através da Pokénet e alí mesmo em seu quarto Torchic ciscou inúmeras vezes sobre a sua nova cama até que finalmente caiu no sono, enquanto isso Bill estava deitado mexendo com o seu presente de aniversário até que adormeceu.
- Amanhã vai ser um dia cheio, Bill. Disse Saul ao filho adormecido enquanto observava o Torchic mais relaxado.