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Mensagem por Kurosaki Mud Dom 3 Nov 2013 - 22:47

Olá pessoinhas : 3 Obrigado por comentarem o cap anterior. Cebolinha, eu entendo que seja bem clichêzones e piegas o clássico Hector e seu irmão, mas ficará muito bom se tudo que eu planejo der certo. -q Quanto a cena do Mack, não quis entrar em muitos detalhes, por isso fiz algo superificial, só para constatar aquele fato. O Ohlie ficando cego é só o começo madear, se prepara que só vem chumbo grosso y.y E o Izzy não tem como saber se a mãe dele tá viva ainda e não conseguiu voltar, o Mack terá de explicar, ele pode desconfiar, mas não afirmar nada -q. DZ, brigadão pelo comente tbm, eu juro que nas férias vou ler todos os caps atrasados da sua fic, é que esse ano realmente está fueda de entender algo na facul. .-. Caracas, nem lembrava dessa saga do Yugioh que vocês dois disseram, será que meu subconsciente pensou nisso?  Foi como expliquei, será um término diferente do que imaginam, eu acho '--' "Careca, zarolho e medroso, cada vez mais um partidão" - hauhauhaauh, amei a frase. Mas o Ohlie do futuro não é mais medroso, pelo menos e.e O Thor ainda não foi derrotado, só tomou um golpe na bagaça -q  Valeu por citar o erro, o enter desse meu teclado novo é próximo do colchete, por isso é bem capaz que apareçam mais desses -wiz.

O cap de hoje tem a introdução de novos elementos: O X-Proportion (um exemplo que não citei no capítulo abaixo foi o Gigante de sementes da Lúcia nos capítulos anteriores, se quiserem se aprofundar, é um exemplo bom), temos a revelação do SOBRENOME DO ZARCAG (Sim : )))) e algo chocante quanto a isso, temos lutas apelonas e um pouco de Zarcag extra aos fãs desta vez. Ficou um pouco maior do que meu normal, faço geralmente de 16 a 20 páginas com fonte grande, deu 22, então né. Tem uma diversidade de golpes, notei que usei cores diferentes (PS: O elemento trovão eu me confundo de coloco o amarelo ardeolho ou o dourado que não parece trovão, sempre posso confundir os dois x-x. Quanto aos golpes de metal, notem que eu coloco em cinza, mas ele não é um elemento, como já expliquei, é um sub-elemento da junção de ar com terra, é o que o Nigel pode ter se compararmos que o filho dele tem poderes de terra) E ao mesmo tempo bolei o cronograma do futuro com as lutas que faltam. Só uma ficou meio sem sal, mas vou tentar apimentar, será surpresa e.e As outras, garanto que terão reviravoltas e mortes chocantes :3. Pois bem, dúvidas de vocabulário, perguntem no coments que respondo da próxima, ok?


XXVII
A situação não estava muito favorável para os Stars. Cerca de duzentos soldados formavam um semicírculo cheio de fardas e cores, com capacetes compactos, semelhantes a Stormtroopers de Star Wars. A maioria deles, infelizmente, tinha poderes elementares. Ao fundo, lampejos de trovão e névoa venenosa sobrevoavam alguns deles, mostrando a força que guardavam.

No centro, Arithia fitava-os com uma malícia dúbia no rosto. Seus olhos pareciam estar mais venenosos do que nunca. O quimono esvoaçava um pouco rasgado pelos golpes que recebera dentro do teatro dourado e a pele parecia desgastada, mas depois de tanto tempo se passando por Zarcag do futuro, ela ainda estava inteirona.

- Cuidem das tropas, eu luto com a japagirl. - Adiantou-se Balicus, dando um passo para frente e virando uma bola quicante roxa e gigante.

A cada salto, os outros dois meninos dos Stars avançaram como cobertura. Yenna controlou as árvores em volta da parte direita dos soldados. Os galhos se retorceram na hora, virando pinças e porretes que avançavam em todas as direções. E grande parte eletrocutava os guerreiros.

Cerca de trinta deles caíram no chão, se retorcendo. No outro extremo do acampamento, Almura criava um terremoto que expeliu água quente na parte de frente do aglomerado. O calor era tanto que chegou a perfurar os trajes brancos deles. Eram mais quarenta fora de combate. Os outros 130 avançaram ao ataque.

Enquanto isso, Balicus tentava atravessar a barreira psíquica da oriental, que nem fazia muito esforço.

- Wind Whiff!

A mulher projetou ventos em volta do robusto, que cambaleou com uma lufada de ar direta e potente, como uma explosão concentrada.

O Star caiu em cima de três soldados que tentavam atacar Al. O trio logo ficou esmagado.

- Poison Corrosion!

Então, veneno começou a surgir como um miasma ao redor do campo de proteção, corroendo pedaços do que fora o escudo. O rapaz prosseguiu a tentativa de quebrar a defesa.

- Skull Punch!

O punho do gordinho de fechou em forma de uma caveira e projetou-se com veneno em volta.

- Psycho Reversal!

Um espelho com um tom arroxeado resplandeceu o golpe, que voltou para Balicus ainda mais potente, como um disparo de bala.

O Star só teve tempo de retirar o veneno que cobria a figa antes de ser nocauteado.

O soco o fez voar até outra parte das tropas, uma que tinha poderes elementares e lançava golpes a distância nas tendas. Como um strike de boliche, todos eles caíram e os golpes se mesclaram.

A mistura ocasionou em uma explosão concentrada, que desabou parte do penhasco em volta do acampamento. A grama começou a desabar como chuva, a terra se contorceu.

Quando Almura percebeu, era tarde para controlar. A fumaça cobria sua visão, mas notou que seu amigo inconsciente, e mais quinze soldados, caíram de uma altura considerável pela encosta de Kiev, sem chances de sobreviverem.

- Balicus! - Gritou ele.

Yenna usou algum golpe elétrico que expeliu a horda que lhe cobria por instantes. Lágrimas de raiva brotaram de seu olhar.

A considerar pela quantidade de inimigos, mais da metade já tinha sido espancada.

Arithia começou a flutuar com rapidez até a tenda em que o restante do grupo se localizava.

Almura agiu rapidamente e transformou o solo em areia movediça. Depois, jorrou água como gêiser pelo contingente que lhe cobria.

Em seguida, lançou uma bola de barro na cabeça da nipônica, que tombou com rispidez.

- Seu maldito índio!

- Hard Clay! - Respondeu irritado.

Um corpo de barro se concretizou em volta dela, como se uma pessoa estivesse enterrada embaixo da areia na praia, apenas com a cabeça para fora.

- Isso é pelo Balicus e meu chefe. Earth Sphere Cataclysm - Bradou o jovem levantando as mãos.

Como um tornado, toda a água que poderia ter em Kiev se juntou em uma bola. A imagem seria linda, se não fosse devastadora. Algumas plantas chegaram a secar, o que assustou Yenna.

- Al, não! Eu também estou com raiva, mas isso é exagero!

O homem ignorou o parceiro. Logo, um aquário enorme, sem vidro em volta, se estagnara com Almura e Arithia dentro.

- Preciso deter isso de alguma maneira. - Disse Yenna com pressa no pensamento.

Da cabana, Liscca apareceu apontando para a direita.

O menino-macaco olhou e entendeu o que a moça queria dizer.

Ela implantara um bola de fogo e ar gigantesca. Não era grosteca como a de água, mas mesmo assim consideravelmente enorme. Se as duas se chocassem, formariam um enorme vapor, entretanto, não inundaria o camping.

Yenna cuidou dos últimos soldados, que se distraíram com a esfera aquática. Em seguida, respirou fundo.

- Screech Acure! Berrou e soltou um guincho agudíssimo com eletricidade que ultrapassou um pedaço da esfera como se fosse ultrassom.

Não seria nem um por cento do necessário para cessar o ultimato de Almura, porém, conseguiu atravessar a barreira do som, sua real intenção.

Ele só conseguiu dizer: “Lançar o ataque para a direita”.

Al, mesmo concentrado e irritado, entendeu o recado. Arithia, com muito esforço, quebrou a prisão de argila em que estava e tentou escapar, tardiamente.

A bola gigante afundou-a profundamente. Em seguida, a bola de fogo se colidiu com força. Uma chuva de vapor exacerbado se espalhou pelo acampamento. Parte da água escoou pelos penhascos em volta, mas nada que comprometesse as tendas.

Alguns dos soldados que sobreviveram aos golpes anteriores, se queimaram como chuva ácida pela proximidade.

Como a cabana do restante dos Star se localizava um pouco mais longe da luta, ela não fora tão atingida, por pouco.

Já Yenna, teve parte das pernas queimadas, mas conseguiu sobreviver.

Almura apareceu após o vapor cessar. Estava ofegante, de joelhos. Seus cabelos trançados em bisnagas azuis ficaram sujos e soltos, parecendo um smurf jamaicano.

- Você pirou?! - Berrou Lis irritada.

Almura só conseguiu responder:

- Ela ainda está por aqui, viva.

Aquilo fez os sentidos dos outros dois se aguçarem. Não havia sinal da nipônica aparentemente. Alguns gemidos distantes dos soldados vivos quebravam o silêncio.

- Yen, precisamos formar uma barreira.

Almura tentou se levantar, mas parecia arriado. Sem forças, sua visão ficou turva e começou a fraquejar. Cuspiu sangue levemente. Só depois, notou um vulto se aproximando com dificuldade, em meio ao que restara do vapor.

Ele tentou apontar, mas não conseguiu. Caiu com um baque surdo.

Yenna correu para ajudar o vice-líder, mas Lis interveio.

- Pare! Preciso de você aqui!

Contudo, o menino prosseguiu, sem escutar a amiga. O guincho parecia ter provocado uma surdez levemente com o que estava na outra direção.

Um corte no seu dorso direito foi rápido e eficaz. O rapaz se estirou pelo chão, sagrando em um filete profundo.

Mais três movimentos, vindos de sabe-se lá onde. O Ape Warrior gritou de sofrimento e desmaiou.

O golpe final só não foi disparado por conta de Liscca, que contra-atacou o que pensou ser um vulto no vapor. Estava certa, atingindo Arithia em cheio.

- Sua maldita! - Falou Lis brava.

- Três já foram… - Ofegou a mulher. O golpe de cataclismo de Almura tinha realmente lhe atingido por pouco, os cabelos ainda mais desgrenhados e o quimono encharcado eram a prova disso. - Não sabia que o porquinho era tão bom a ponto de invocar um golpe de nível máximo. Aposto que era o único de vocês que poderia fazer isso, não é mesmo? Pois saiba que eu sempre serei mais forte, mesmo fraca como estou!

Arithia tremeluziu no ar e sumiu. Lis sabia o que era aquilo. Um dos ataques mais potentes do tipo vento, Slash Flash. Ela mesma tinha treinado fazer aquilo, mas era mais avançado do que sabia. Apenas lendas e pessoas com muita força elementar já tinham conseguido efetuar o movimento. E como a oriental portava o Numb III, aquilo só piorava a situação.

Mas Lis era esperta o suficiente para saber o ponto fraco de todos os golpes de vento. A rapidez do Slash Flash era a sua vantagem, porém, a potência do golpe se baseava em pequenos cortes ágeis. Provavelmente, o que a Star precisava fazer era simples.

Quando o primeiro ataque surgiu, Liscca esquivou e lançou um círculo de fogo em sua volta. O ar podia apagar as chamas, mas essa era a real intenção. O calor se estenderia até se tornar insuportável no corpo do adversário. Portanto, o calcanhar de Aquiles daquele movimento era a propagação da defesa. Saber onde ela atacaria, mais rápida que o vento. As labaredas se apagavam e a fumaça ia seguindo o rastro dela, indicando onde aconteceria o próximo ataque.

Com isso, Lis criou fogo por suas mãos e disparou por cima de sua escápula um punho incendiário.

Arithia caiu na hora, enquanto Lis só tinha pequenos cortes simples no rosto.

- Eu por acaso conheço esse golpe. - Retrucou a ruiva com desdém.

- Que ótimo… - Ofegou ela. - Se você é detentora de ar, só me resta o outro caminho. Será uma luta fogo contra psíquico, como já aconteceu tantas vezes.

A Star recapitulou histórias que Spike lhe contara quando era o líder. Mack lutara contra Zarcag, que estava possuído por Ignoto. O mesmo Zarcag combatera Merixa na Torre do Arco-Íris. E Polius e Mack se enfrentaram no topo da torre. Os dois elementos sempre se encontravam, independente das circunstâncias.

- Pode vir!

- Não querida, você não entendeu. - Respondeu a japonesa. - É uma questão de força desta vez. Como eu disse, existem golpes de máxima potência que elementares podem libertar. Seus amigos já presenciaram alguns e seu colega índio utilizou um agora. Eles são denominados X-Proportion.

- O quê? - Indagou ela um pouco pasma.

- Cada bielementar possui o seu. Eles são compostos dos dois elementos em perfeito equilíbrio. - Explicou Arithia - Porém, é necessário prática e talento. Polius só escolheu pessoas que soubessem usar esse tipo de ataque ou fossem propensas a isso. Portanto, todo general conta com um X-P. É claro que um dia, se você sobrevivesse, a sua força se equivaleria para projetar um. Entretanto, sua vida terminará aqui! Dark Breath Possession

A oriental se sentou e começou a entoar um cântico sombrio e fúnebre. Ao redor do acampamento, tudo foi desaparecendo, os soldados, as folhas secas, as tendas, Yenna, Almura, o resto de vapor e chuva, o céu. Lis só podia entreolhar para a escuridão vasta que lhe cobria.

O vento negro de Arithia consumiu toda a respiração da ruiva. A cada sugada de ar, o corpo dela de sentia mais pesado.

Lis tentou controlar o vento, mas parecia não haver gravidade naquilo. O fogo não funcionava sem oxigênio. Portanto, só restava a força física. Chutou a escuridão, mas nada acontecia.

Esse seria o seu fim? Desmaiar no escuro, sufocada?

- Não minha linda estrelinha, você não morrerá sem o ar, seria legal, mas tenho um plano melhor. - Respondeu Arithia, como se ouvisse seus pensamentos. A voz não vinha de um lugar específico, como um eco.

- Então você fará o quê, sua bruxa…

Logo ela percebeu a devastação que sentia. O peso do seu corpo estava insuportável. Não era à toa que a japonesa conseguira responder o pensamento de Liscca. O peso que sentia em seu corpo, era a própria Arithia. O nome do X-Proportion lhe fazia sentido agora. Dark era Escuro. Breath seria Respiração. E Possession, uma Possessão. Ela estava sendo possuída paulatinamente.

Mas não tinha mais salvação. Desmaiou no meio do negrume, derrotada.

~//~
Enquanto Arithia invadia o acampamento, Zarcag adormecia no colo de Sasha, ao mesmo tempo em que Spike se aventurava na mente do garoto.

O loiro mal sabia o que lhe aguardava na parte de fora, mas por dentro, a situação estava complicada.

Um mini Zarcag dormia em uma cama de cristais de ametista, no meio de uma ilhota. Ao seu redor, o rio era feito de ácido que alternava de cor, uma hora era malva, outra grená, depois azul celeste ou verde gosmento. Dentro dele, piranhas de dois metros cada uma, com aparência robótica e dentes afiados. Além disso, o que mais preocupava o garoto era uma serpente marinha, que deixava apenas suas escamas e barbatanas à mostra. Sibilava lentamente pelo leito de ácido, esperando para dar o bote.

Tudo isso dentro do cérebro de Zarcag, onde ele pisava naquele momento. O céu era escuro e oco, com relâmpagos roxos, que eram as sinapses nervosas passando pelos neurônios do rapaz. Ao longo do restante da massa encefálica, sangue e veias corriam para baixo.

- Como vou acordar esse idiota no meio de tantos desafios?

Spike tentou lançar um relâmpago em uma das piranhas. Nem isso ele conseguira. A eletricidade não funcionava bem naquele lugar.

-  Que porcaria!

Então, ele percebeu que um bote abandonado, na margem mais distante do rio, jazia intacto.

- Opa, pode ser a solução. - Disse a si mesmo.

Correu pela superfície molenga e chegou em minutos ao barquinho. Dois remos e um bilhete estavam dentro dele.

Para atravessar o leito da morte
Não basta apenas ter sorte
Use os instintos e seja forte
E jamais siga para o norte
- Que bilhetinho mais piegas e tonto. - Comentou o loiro, se enfiando dentro da canoa. Ele apanhou os remos. O rio ficou dourado, como os cabelos de Sasha. Começou a navegar, de costas para a ilha, como se estivesse disputando as Olimpíadas de Canoagem.

A primeira piranha passou rasante pelo bote. Ele se assustou e prosseguiu. Então, a segunda trombou no casco, pela parte de baixo. As ondas, verde-gosma naquele instante, corroeram um pedaço do sapato dele. Os remos e o barco, por incrível que pareça, eram imunes ao ácido.

- Eu preciso chegar logo nessa ilha.

O terceiro peixe esguichou um pouco da água, que estava cor-de-chiclete rosa, dentro do barco.

Naquele instante, algo inesperado surgiu. Cupcakes de cereja, sorvete de chocolate e trufas de morango brotaram. Spike olhou incrédulo se aquilo era verdade.

Colocou o remo na água rosada e tirou uma dúzia de jujubas. Experimentou uma e estavam docinhas, perfeitas.

- Mas que raios é esse rio?

Depois, o leito se tornou rubro. Espirrou um pouco da água e o sorvete de chocolate começou a arder em chamas.

- Uou! Então cada cor, é um tipo de rio. Interessante.

O Amphere voltou à margem e deixou a água se modificar em quinze tons diferentes. O grená libertava fragrâncias diferentes, como perfumes. O verde-gosma, o roxo malva e o verde-claro, eram ácidos diferentes, um era gosmento e queimante, outro parecia cortante e o terceiro lento e doloroso, mas ainda assim, letais. O azul celeste provoca frio e gelo, como um rio do Polo Norte. O marrom invocava carne, o que chamava a atenção das piranhas. O cinza deixava qualquer coisa felpuda. O laranja exalava um cheiro forte e ruim. O amarelo claro diminuía o tamanho de algo e o azul bebê aumentava. O preto fazia as coisas ficarem transparentes. O branco pintava algo de florescente. E o dourado, de quando ele entrara na água, ele não descobrira o efeito.

Cada um durava exatamente meio minuto até que o seguinte se estabelecesse, o tempo suficiente que uma pessoa hiperveloz como ele para atravessar.

Pensava em qual rio seria melhor nadar. Olhou pacientemente. Dos quinze, ele analisou as possibilidades. Nada que fosse letal seria bom. Os que libertavam carnes e doces, poderiam fazê-lo virar uma bala de caramelo gigante ou um filé mignon suculento, que seriam comida de serpente.

O felpudo não era má ideia, mas ao colocar o cadarço nele, notou que o pelo não parava de crescer, descontroladamente. Os dos cheiros causaram reações estranhas nos pedaços de borracha de sola que jogara para teste, dissolviam, se modificavam e viravam cambalhotas alucinantes. Também não queria virar picolé ou sopa para nadar no vermelho ou azul-escuro. O preto era ficar invisível para sempre, e o branco, uma baita sinal para dizer: “Ei, seus peixes mutantes, estou aqui, me comam!”.

Os que modificavam o tamanho eram os melhores no começo, mas viu que não iria diminuir de tamanho tão fácil. A não ser que molhassem em meio termo os dois. Ficaria gigante até poder pular a ilha e depois pequeno até voltar o tamanho normal.

Entretanto, um problema veio em sua mente. A ilhota era minúscula. Se um gigante saltasse naquilo, o mini-Zarcag afundaria e morreria no próximo tom de rio.

Restava então o dourado. Se não fazia nada, era a melhor opção. Quando o verde-claro deu lugar ao dourado, correu como um relâmpago. Mas assim como seus poderes de eletricidade, ele não conseguiu correr, muito menos como o relâmpago.

Afundou nos primeiros segundos, desesperado para retornar à margem. Entretanto, a serpente circulou o rio, tampando-o como uma rosquinha gigante.

Não dava para escapar. E para sua surpresa, as piranhas começaram a lhe cercar.

- Droga, já era.

Restava mais cinco segundos até a cor se modificar. O que viria a seguir? Spike Cozido? Mini Amphere? Number alucinógeno com flatulência? Ou Lobispike?

Apenas mergulhou e tentou escapar do cardume. Com um último movimento, olhou para trás. Para sua surpresa, os peixes estavam congelados no tempo. Um dos relâmpagos de sinapse lilás parecia parado para sempre para fora da água dourada.

- Blubulrulbrur… - Tentou falar, segurando a respiração. “O rio que congela o que está acima da superfície, o tempo verdadeiro. Só preciso prender a respiração e chegar à ilha.”

Com o restante de sua respiração, tomou fôlego e nadou até a encosta da ilhota. Emergiu com pressa e pulou no pedaço de terra, a segundos de não se tornar um Spike cortado por ácido roxo.

- Ufa. - Disse ofegante. Olhou para as piranhas ao fundo, voltando ao normal, nem sentindo o corte do rio malva. A serpente bufou, ainda tampando a outra margem como um bagel gigante. Fitou a cama de ametistas confiante. - Bora acordar o emo!

Deu um sacode no garoto. Nada aconteceu. Mais uma vez, e nada. Uma coceguinha no pé, sem sucesso. Tentou invocar eletricidade, mas não surtiu efeito.

- Como faço para te acordar? A não ser que…

Esperou o rio ficar dourado novamente. Quando o momento chegou, apanhou o garoto e tentou nadar pro outro lado. Só esperava que a serpente se afastasse.

Contudo, Zarcag parecia acorrentado à cama.

- Mas o que…

Então, ele notou. A cama tinha algemas coloridas, oito ao todo, prendendo o corpo do mini-Number III.

- Certo, vou analisar e ver o que fazer para quebrar.

Todas tinham um material parecido, mas pequenas mudanças de tom. Elas lembravam oito dos quinze rios. O vermelho, o amarelo, o verde-gosmento, o cinza, o dourado, o rosa, o preto e o grená.

- Será que eu devo jogar água deles nas correntes?

Apanhou um pedaço do lençol branco que cobria o menino e encharcou com a água cinza. Pelos começaram a crescer, mas deu tempo de molhar a algema de cor respectiva.

- Que droga! Eu nunca acerto essa porcaria.

Ele se recordou com bilhete. Nada dependia da sorte, deveria seguir os instintos e não seguir o norte. Ele achou que seria a direção, mas se tocou tardiamente que o Norte era no sentido de lógica. Nunca seguir a lógica.

O rio ficou marrom, o que transformava os objetos em carnes. Percebeu que todos eles se completavam, como yin e yang.

Jogou outra parte do lençol na margem úmida e disparou para tacar o trapo na algema rosa dos doces. A amarra se soltou, como mágica.

- Isso! É só jogar o rio oposto.

Então, continuou. Jogou o azul-escuro no vermelho, o azul-claro no amarelo, o verde-claro no gosmento, o roxo no cinza, o laranja no grená e o branco no preto. Só restou o dourado, sem par. Porém, a algema se quebrou sozinha, como a resolução do enigma.

- Bingo!

O mini-Zarcag acordou e olhou para Spike.

- Oie! - Disse o loiro de repente, sorrindo.

- Ah! - Respondeu o pequeno assustado.

Ele saiu correndo até a margem oposta.

O pequeno Number III se assemelhava a uma criança de quatro anos. Seria a forma subconsciente do Zarcag de trinta e dois anos, que dormia enquanto eles estavam lá.

- Ei, não tenha medo. Sou eu, seu Amphere mais odiado, seu amigo enche-saco. Simplesmente, o Spike...

Quando ele falou seu nome, a criança começou a gritar com um choro agudo. Os trovões de sinapse se bagunçaram e começaram a cair no loiro, como se fosse um para-raios.

- Que eletricidade é essa?

Clarões disparados de todos os cantos do cérebro explodiam em seu corpo, até o transportarem a outro lugar da mente.

Começou a imaginar que estava sonhando, mas não. Via em sua volta, cenas de flashbacks, como retratos em uma galeria, em uma parede verde-água, o córtex cerebral que guardava memórias. Sonhos não eram tão reais quanto aquilo.

Como quadros animados, os painéis exibiam imagens da vida de Zarcag. E em todas, gargalhadas e risos se espalhavam.

Ele no quartel general, com Alice, brincando de jogarem graxa entre si. Devia estar com trinta anos.

Na beira da piscina, tomando um copo de refrigerante de uva, embaixo de um guarda-sol. Na sua frente, os Numbers restantes deviam ter vinte anos na ocasião e brincavam, inclusive Mixa, ainda viva.

Aos dezoito, velho Joe e Spike faziam guerra de sorvete na FP e Zarcag apenas ria da ocasião.

Aos dezesseis, ganhava a primeira das muitas meias que recebera de amigo secreto.

Aos oito, abraçava um cachorro no meio da rua. O canino latia e abanava o rabo contente.

Aquilo representava imagens alegres de sua história. Não havia nada da guerra, da possessão de Ignoto em seu corpo, do assassinato de várias pessoas, inclusive dos pais de Nigel. E então, o Amphere apenas avistou uma imagem que fez os sentidos dele pararem. Uma passagem, dele bebê, ainda ficava pendurada no fundo do córtex, no canto.

Zarcag de dois anos agarrava os cabelos roxos da mãe. Era uma mulher linda e alegre. E ao seu lado, o pai.

Um cara de óculos, terno marrom e cabelos um pouco longos. Aquilo fizera Spike ficar boquiaberto. O cara era, ninguém menos, que Polius Kraft!

- Mas… o quê?

Polius entregou um carrinho ao garoto, que o abraçou sorrindo.

- O pai de Zarcag era o PK? E… ele sabia disso?

Então, o córtex titubeou. As paredes enegreceram e as imagens trocaram, ficando de ponta-cabeça.

Começava com a morte de Mixa, o Number I preferiu evitar ver aquilo, um ataque fatídico no corpo da amiga que fora dizimada, virando uma poça de água.

Depois, as lutas que ele fizera, os assassinatos, a prisão de Spike no caixão de ametista. Imagens que ele parecia querer esquecer.

E depois, Zarcag com dez anos, procurando comida em latas de lixo, quieto e cansado.

- Ele andava pelas ruas e nunca nos contou? Por quê?

O menino ainda presenciou uma cena pior. Polius brincava de lego com o filho. O pequeno respondeu:

- Papai, aco-ilis.

- Isso filho, uma torre de arco-íris.

Aquilo fez os olhos dele brilharem. Deixou o progenitor brincando e se levantou até o escritório, mancando até a prancheta de arquivos. O bebê olhava sem entender. Foi ali que a sanidade de PK se perdera. Começara ali o planejamento da arquitetura dos minichips. Tudo visando a destruição definitiva dos Numbs, como se aquilo fosse a salvação para a loucura.

A mãe de Zarcag olhava para ele com receio. Uma das imagens mostrava a mulher fugindo, levando seu filho.

Ela o jogou em uma canoa no rio, como aquela em que Spike tentara atravessar. O fluxo do riacho o levou para longe, seguindo a correnteza calma. Ao fundo, um clarão roxo mostrava o destino da mulher.

- Não! - Falou Spike.

Ele concluiu a história de seu amigo. Polius fugira da Europa depois de concluir os estudos, e tentou esquecer o que o pai morto e o projeto Numb. Deu certo por três anos. Até que o arco-íris despertou uma ira escondida nele. Tentou se conter, mas não resistiu, montou uma torre projetada para ser indestrutível, aperfeiçoou os protótipos dos guardiões e os minichips de diamantes. Ignoto criara um monstro em forma de humano.

Quando a mãe de Zarcag descobriu, fugiu com o filho. Percebeu que estava sendo seguida e que o projeto elementar já tinha resultados catastróficos, a criação do poder psíquico era parte disso. Abandonou o filho e pereceu nas mãos do ex-marido.

O pequeno Zarcag se criou na rua, com caridade e esperteza. Até encontrar o Numb III nas lixeiras da fronteira de Nova York.

Ignoto, seu avô, o possuíra e indicou ordens para acabar com a vida de seu ex-chefe, velho Joe. Matar o filho e a nora dele, prender o detentor do Numb I e recolher os outros antes de seus inimigos. O verdadeiro Zarcag tinha sua mente aprisionada em um casulo. O mesmo que naquele momento ocorria. Uma hibernação para se abstiver do mundo real.

- Ele sofre demais, é por isso que as imagens felizes são os amigos dele. Eu encho o saco dele, mas é porque não sabia seus motivos e sua infância sofrida. - Concluiu o loiro para si mesmo.

A imagem do garotinho no rio reluzia uma correntinha no pescoço dele. Ela escorregou pela nuca e caiu no rio, mas Spike conseguiu ler o nome gravado antes dela se perder na vastidão.

Zarcag Shaunter Kraft

E a mente começou a chacoalhar novamente.

As sinapses roxas estouraram e Spike acordou. Zarcag o acordou e ele parecia maior. Deveria ter nove anos de idade no momento.

- Ei, amigo, você tá legal?

Ele olhou em sua volta. O rio, no tom azul-escuro congelante, resplandecia. Os peixes e o réptil continuavam lá.

- Eu... estou. Precisamos sair daqui.

O rio trocou para o tom grená, dos cheiros agradáveis. Ao mesmo tempo, o pequeno Number III aumentou alguns centímetros.

- Como…

Entendeu novamente a lógica. A cada mudança do rio, o garoto cresceria um ano. Logo, após trinta segundos, teria onze anos. Esperaria até chegar aos trinta e dois.

- Ok. Vamos esperar então.

Contrariado pela sua rebeldia de não obedecer ninguém, o menino mostrou a língua para Spike e correu para o rio. Pulou no riacho grená.

- Ei, tá maluco?! - Gritou o rapaz desesperado.

Zarcag de dez anos começou a cheirar como amaciante e flores campestres. Porém, começou a quicar e dar cambalhotas pelo ar.

- Porcaria!

O riacho mudou de cor. Os pelos do menino aumentaram e suas pernas cresceram enquanto a água ficava verde-clara, ácido corrosivo.

As piruetas o levaram até quase o outro lado do rio, como um balão esvaziando sem sentido pelo ar.

- Socorro tio! Eu vou cair!

- Moleque retardado, só dá trabalho! - Berrou Spike, tentando controlar os trovões da sinapse, sem sucesso.

E para piorar, a serpente se moveu. Virou-se para abocanhar o menino. A água verde alvejante respingou nele, quase o ferindo. As roupas chamuscaram levemente, como chuva ácida.

- Cobra feia! Sai daqui!

Spike usou toda sua força e arrancou o batente da cama de ametista. Jogou como um dardo no réptil marinho, acertando no casco dela.

Aquilo desviou sua atenção quanto ao Zarcag de onze anos. A coisa guinchou de irritação e esqueceu o garoto-balão.

- Ufa, valeu tio!

- Não me chama de tio, seu pentelho! - Urrou ele.

Porém, o efeito dos gases cessou, fazendo-o cair na água verde.

Spike fechou os olhos, mas se lembrou de algo importante. Passaram trinta segundos.

E depois daquela cor, viria a…

Nem pensou duas vezes, saltou no rio no exato momento em que ficou dourado.

Mergulhando, ultrapassou piranhas e a serpente por baixo do líquido e resgatou o menino de doze anos, levando-o à borda.

- Espera...aqui...seu inconsequente. - Ordenou ofegante.

Ele concordou sem pestanejar.

Após exatos e longos dez minutos, distraindo-se enquanto conversavam, Zarcag atingiu sua forma original, de 32 anos.

Não pensou em lhe contar sobre Polius Kraft ou sua mãe e o sobrenome dela. Ainda. Apenas esperou a mudança, até o rio virar amarelo-claro, quando ele atingiu a idade necessária.

Nem precisaram aguardar mais. O cérebro brilhou fortemente e evaporou. As piranhas viraram moléculas, a serpente uma dúzia de átomos e o rio, as sinapses, o negrume do céu, tudo ficou dizimado.

~//~
O capitão N olhou para o vulcão cheio de água, preocupado com o próximo movimento de Raysa.

A general e ele lutavam até aquele momento, totalizando duas horas. Estavam em um jogo de gato e rato, fogo daqui, vento dali, água mais adiante e umas declarações amorosas e xingamentos de vez em quando.

Kiwa com certeza acabaria com a nojentinha em segundos, ficaria fula de ciúmes.

A ruiva veio por trás. Nigel interceptou com um escudo aéreo, evitando uma explosão de água e vapor.

O fogo fez a corrente de ar ficar abafada. As bolhas do vulcão pareciam ainda piores. Tudo era questão de tempo até ele se cansar. Precisava acabar logo com aquilo. Porém, foi surpreendido novamente:

- Geiser Dance!

Uma quantidade razoável de jatos de água quente atacaram o capitão, que voou desviando rapidamente.

- Air Evasion!

O homem desviou pela boca do vulcão, patinando tranquilamente na atmosfera.

- Magma Cover! - Exclamou ela irritada.

Um turbilhão de lava brotou de uma das extremidades da montanha, como um cometa incandescente sem fim. Rodopiou como uma furadeira até Nigel, que tentou desviar. Porém, aquele ataque parecia teleguiado, pronto para lhe perseguir caso fosse necessário.

- Breath Slicer! - Atacou ele como defesa.

O vento que libertou começou a cortar o magma como uma fruta sendo descascada. No começo, deu certo, mas para a surpresa dele…

- Caiu como um patinho! - Disse Raysa mostrando a língua e esticando para baixo a pálpebra de um dos olhos, parecendo uma menina espoleta.

Do núcleo do turbilhão, água quente saiu de maneira potente, contornando o contragolpe e acertando o Number.

Aquilo lhe fez cambalear. Estava tonto devido ao esforço perdido e a surpresa.

- Vamos acabar com isso. N-Weapon!

O Numb VI ressoou em sua perna e começou a se quebrar.

Libertou um par de asas metálicas. Porém, pareciam de um arcanjo, tocando no chão, bem superiores a de sua versão de 2014.

- Roll Wings!

As penas começaram a serpentear em um ciclo contínuo, parecendo duas correias de bicicletas.

Fragmentos metálicos de diferentes formas e tamanhos se espalharam pelo vulcão. Um deles acertou Raysa no braço, que começou a sangrar.

- Muito bem garotão. Um quase X-Proportion, eu presumo. Utiliza-se do metal para criar um simulacro, mesmo ele não sendo um elemento. Seria esse seu golpe final?

- Não sei do que está falando. Esse é apenas meu quinto golpe mais forte.

Aquilo fez os olhos da general arregalarem.

- Quinto? Faça-me o favor, deveria ser o mais fraco, isso sim. Essas peninhas são ridículas…

Antes de concluir a frase, os fragmentos das asas se uniram em menos de um segundo, mirando um alvo. Como um boneco de vudu, a mulher foi atingida por todos eles.

- Na verdade, a primeira parte é uma distração. Eu utilizo o ar para juntar as Metallic Feathers e converto numa bomba de espinhos em uma única direção.

O corpo dela pegou fogo e as partes de metal derreteram.

- Interessante. - O corpo dela tinha golpes superficiais, entretanto ela ignorou.

- Vejo que fiz o primeiro grande estrago.

- É aí que você se engana. O meu ataque será melhor. Scald Cross!

Uma torre de fogo e outra de água saíram das mãos de Raysa. As duas tomaram formas retas e se chocaram, formando uma cruz devastadora que encobriu todo o local com luzes, calor e gotículas.

Logo, aquilo se transformou numa hélice gigantesca, que começou a varrer e consumir toda a parte direita do vulcão, inclusive Nigel.

- Shield Tempest!

Os ares da região se sugaram como um vácuo de buraco negro. O fogo se extinguiu ao ter o oxigênio sugado. Raysa colocou uma esfera líquida na cara. Ela poderia respirar embaixo de água? Apesar de não saber, a torre de água nem chegou perto dele, que se protegia com um cubículo de ventos.

- Este é o meu quarto ataque mais forte. Sugo todo o ar para criar um escudo. E depois…

O ar retornou como uma explosão. Aquilo abalou a general de Rubi, que se assustou com o impacto. Voou até a parede com um impulso fulminante.

- Se...esse é o seu quarto mais forte...quer dizer que tem outros três?

O capitão apenas concordou.

- Acho que só tenho uma alternativa. Meu X-Proportion. - Aquilo fez Nigel olhar com estranhamento a ela. - Blaze Swim Room!

Uma labareda azul pequena surgiu em suas mãos. Logo, a chama começou a se espalhar em todas as direções. Em questão de segundos, parecia um emaranhado de pequenas brasas em tom ciano, uma corda de pisca-pisca de Natal que dava voltas pelo vulcão.

- O que pretende fazer?

- Apenas observe…

As labaredas se juntaram até formar uma espécie de papel de parede. Logo, o comandante percebeu que elas formaram um cubículo, cobrindo Raysa e ele.

Perto delas, se sentia lento, como se estivesse embaixo da água.

- Que diabos são essas chamas?

Como ondulações hipnóticas, elas o confundiam.

- Meu ataque é uma prisão Nini. Dentro dela, só um pode sair vivo. Essa é a regra. As ondas deixam detentores de elementos que não sejam água e fogo com alucinações. E ambos os combatentes ficam com a velocidade em modo de mergulho. Esse fogo não pode ser apagado, nem com água e muito menos ar. Portanto, acho que sabemos quem vencerá.

O capitão apenas indicou um gesto com a mão, levantando alguns dedos.

- Faltam três golpes mais fortes. Isso não será páreo para eles.

Raysa nadou como um tubarão pela água invisível ao ataque. O fogo azul cobria suas mãos também. A luta recomeçara, em seu estágio final.

~//~
No porão da Frozen Pig, no ano de 2014, Velho Joe, Counie, Ohlie e Zarcag fitavam a estranha estrutura da máquina do tempo.

Parecia uma estrutura de ferro com penduricalhos e parafusos dispersos. Se existisse uma rebinboca da parafuseta, com certeza estaria naquela coisa.

Os quatro deram um passo para trás. A última experiência tinha sido catastrófica. A explosão teve de obrigá-los a reconstruir tudo, com o pouco que recuperaram. É claro que as ajudas de Counie e Ohlie tinham sido fundamentais, a menina conseguira criar um dos ingredientes faltantes a partir das seivas de árvores e o rapaz usava a força bruta para conseguir outros instrumentos.

- Bem, só falta ligar agora. - Respondeu Joe cansado, esfregando o suor da testa. Trabalhara por semanas afinco para remontar a esperança dos Numbs.

- Iremos para o futuro então? Será que não alteraremos para algo pior? - Indagou Counie.

- Talvez… é por isso que estive pensando. De acordo com a capacidade da máquina, pode ser que apenas um de nós consiga passar pelo portal com segurança e certeza de que nada será atipicamente alterado. Caso ocorra um efeito borboleta futurístico, imagino o apocalipse que qualquer alteração possa causar.

O quarteto se entreolhou.

- Um só então… quem é o mais apto? - Indagou ele pensativo.

- Eu voto no Zarcag. - Disse Counie sorridente. - Ele é o Number que falta para a era, não é?

- Eu concordo. - Falou Ohlie ajeitando a jaqueta. - Você pode relatar os males que Arithia está fazendo como espiã. É o melhor a ser escolhido.

Joe apenas assentiu.

- Você arriscaria?

Zarcag apenas deu um leve sorriso e avançou calmamente até a máquina.

- Eu ficarei bem. Não temo a morte mais do que temo a vida. Vamos lá!

Velho Joe ajustou alguma porca com uma chave de boca e a invenção ganhou vida.

- O segredo para o funcionamento desta máquina é um protótipo de Numb com o resto da vida de Tuani. Não chega a ser o oitavo, mas um anterior aos outros sete. Mantive em segredo até de Ignoto, mas não consegui desenvolver o Numb Zero.

Aquilo fez o trio piscar um pouco incrédulo.

- É por isso que não teremos outra máquina. Os produtos utilizados aqui estão disponíveis, mas a essência dela, não é possível resgatar. Por isso, se precisarem retornar, esqueçam. Boa viagem Zarcag, obrigado por tudo.

Uma lágrima escorreu no olho direito do garoto, que prosseguiu em direção ao equipamento. Uma luz clara e forte fez um estampido forte surgir e a invenção sumiu, tal qual o Number.

- Deu certo? - Fraquejou Counie preocupada.

- Não temos como saber. Só nos resta esperar e…

Um barulho na porta de entrada os assustou.

- As proteções contra jornalistas! - Lembrou Ohlie.

Counie foi rápida e pegou sua pá ultraveloz, cavoucando o chão como uma britadeira.

Os três pularam e fugiram de um provável adeus à Frozen Pig.

~//~
Sasha viu uma pessoa adentrar na tenda. Assustou-se a princípio. Pelo fato de deixar Spike dentro da mente de outra pessoa, aquilo lhe gastava todo o poder, não podendo se defender do inimigo.

Porém, era Liscca, cabisbaixa e com uma expressão estranha.

- Lis, graças a deus!

A ruiva não respondeu. Sasha entendeu. Aquela não era sua amiga. Apenas o corpo estava lá.

- Essa não…

A zumbi Lis criou uma lâmina de fogo no braço direito e atingiu a amiga com veracidade. Sasha caiu de cabeça no chão.

- Não! - Gritou ao ver a real intenção.

O próximo golpe era direto em Zarcag. Mirou no pescoço do homem e, na hora de fincar, ele acordou.

- Psycho Blast!

Lis se afastou como um ímã de polaridade reversa, voando longe. Uma aura roxo-escura saiu de seu nariz. Arithia se materializou, fraca, olhando para a cena.

Os poderes de Sasha voltaram instantaneamente. Spike brotou de algum lugar perto da cama, com os punhos eletrizantes.

- Essa mulher não desiste nunca, caramba! - Exclamou o Number I, incrédulo. Lançou uma centelha no que era o vulto.

Ela se esvaiu pela saída da tenda numa evasiva ágil.

Entretanto, Arithia foi nocauteada do lado de fora. Balicus, em sua forma bolota, deu um encontrão com sua pança na cara da oriental, que caiu.

- Balicus! - Conseguiu dizer Lis, fraca do lado de dentro da cabana.

- Não se preocupem, estou bem. Transformei-me em uma poça de ácido. Só me feri levemente. O duro foi escalar esse penhasco.

Ao longe, Almura carregava com dificuldade Yenna. Ele ainda parecia exausto de seu X-P.

Arithia estava quase desmaiando, em meio aos Stars e aos Numbers.

- Jamais vocês me matarão. - Exaltou com força a palavra “vocês”. - Desta vez não tenho escapatória, só me resta, o suicídio…

Spike eletrocutou a mão dela que segurava os leques afiados. Ela gemeu protestando.

- É melhor prendê-la por algum tempo…

Zarcag concordou. Criou o caixão de ametista, que Spike já conhecia. Ao menos, o sarcófago era apropriado para aquela múmia. O corpo flácido virou uma estatueta rara, no meio do caixote. Antes da tampa da estrutura se fechar, o Numb III saiu dela, indo direto ao seu verdadeiro dono.

- Acho que o poder dela sumiu para que o Numb pressentisse minha volta. – Explicou o Number. – Ela não ficará para sempre, porém, neste momento precisamos ao menos descansar.

Todos concordaram ofegantes.

Entraram na tenda e começaram a cuidar das feridas enquanto o dia amanhecia. Os Stars, Spike e Zarcag tinham resistido a general surpresa. Mas ainda restavam oito e Polius Kraft. Portanto, muitas surpresas ainda viriam.
Continua...

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Mensagem por DarkZoroark Dom 24 Nov 2013 - 6:05

Mud o/
Antes de qualquer outra coisa, peço-lhe desculpas por ter demorado três semanas para vir aqui comentar. Já tinha lido o capítulo antes, mas só agora surgiu tempo para fazer um review sobre ele. Estou desde o fim de Outubro em uma sequência de provas e trabalhos avaliados que me impediram de fazê-lo mais cedo. Contudo, agora que estou de férias, não podia deixar de passar por aqui e dar meu parecer sobre seu último capítulo. Então, sem mais delongas, vamos lá:
WTF? Zarcag é filho do Kraft?! Shocked Agora, falando sério, achei a revelação bem inesperada - se bem que, após ter lido as "explicações pré-capítulo" que postasse eu já tinha esperado por algo assim - mas que pode dar uma boa história a ser desenvolvida. Vou ficar ansioso para ver como se decorrerá.
A parte do quebra-cabeça que o Spike precisou fazer para chegar ao Zarcag me lembrou bastante de alguns livros que já li - como Deltora Quest, por exemplo. Isso de o lago mudar de cor a cada minuto, trocando também o efeito foi bastante curioso e legal. Fiquei meio que com pena do Amphere. Como se já não bastasse ter feito isso, ainda teve de pensar em um jeito de despertar o emo e aguentar a versão criança dele causando problemas. Serviu de babá e nem dinheiro recebeu no final XD.
Outro ponto que achei bem interessante foram os X-Proportion. Um tanto OP em relação aos adversários, ok, mas ainda assim é algo que chama a atenção e dá um destaque maior àqueles que podem usá-lo - Falando nisso, se os Generais já contam com tamanho poder no arsenal me dá medo de ver o que será que ele tem.
Quanto aos Stars e a Arithia foi bem como tu disse; meio apelativa a luta para o lado da oriental, mas isso mostra o quão forte ela é. Se bem que foi totalmente dominada pelo Zarcag - é aí que eu me refiro. Bom também saber que ele recuperou seu Number. Imagino que o povo que está na Ucrânia vá demorar um pouco para voltar a aparecer visto que estão curando seus ferimentos mas que ainda vão dar o que falar, isso com toda certeza farão.
Mudando para a batalha entre o Nigel e a Raysa devo dizer que fica melhor a cada momento. O Number detonando ela aliás. Fico esperando para ver quais serão os três ataques mais fortes que ele possui. Quanto ao X-Proportion da general me lembrou um tanto da técnica que o Kisame usou quando lutou contra o Bee de criar um grande domo de água e atacar com uma velocidade muito superior. Prevejo um final triste para essa luta de ex-amigos, mas tudo pode acontecer.
Agora em relação ao passado; Yay, Zarcag tá de volta a ativa. Meio chato que os outros não puderam ir também, mas creio que seja para dar mais destaque ao pessoal que já está no futuro.

Mud escreveu:Os três pularam e fugiram de um provável adeus à Frozen Pig.
Essa parte, inclusive me lembrou de algum momento em um anime ou mangá em que algo assim aconteceu - não me lembrou qual seria. Isso deixa a pessoa emocionada, acredito, mas imagino que os repórteres não irão parar por aí. Prevejo muitas desventuras hilariantes para o trio que continua no passado.
Erros eu não encontrei nenhum e, como de costume sua escrita está ótima. Realmente dá gosto de ler uma história tão bem escrita. Fico no aguardo do seu próximo capítulo para ver como ele irá se decorrer.ninja 

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Mensagem por Kurosaki Mud Sáb 21 Dez 2013 - 1:23

Bom, primeiramente, eu demorei um pouquinho por conta da época de fim de ano e dos trabalhos e provas e.e Mas compensei, escrevi vinte e quatro páginas na fonte habitual, a média anda crescendo .--. Amei o final do capítulo, particularmente. Tem muito Zarcaguismo aos fãs dele e muita coisa boa, creio eu. Enfim, DZ, valeu pelo comente amigones, Isso do Zarcag ser filho do Polius, teremos mais detalhes pela frente, pode apostar. E quando um autor se apega por um personagem, quer escrever cada vez mais, eu gosto muito do trio Sasha, Spike e Zarcag, um triângulo amoroso praticamente huahauah. Sempre quis ler Deltora, mas nunca tive a oportunidade -q. Obrigado pelo comente, pessoal, aproveitem as férias e leiam o cap hein kk


XVIII

A fumaça do chá de camomila tomou conta da cabana ucraniana dos Stars. Liscca preparava tudo com delicadeza, suas chamas brilhavam e cintilavam enquanto o aroma se espalhava. Spike estava sentado com uma xícara em mãos, olhando para Zarcag e Sasha.

Ao fundo, Yenna e Almura dormiam exaustos, enquanto Balicus ajeitava ataduras e cobertores nos dois. O cansaço aparente dava lugar ao alívio.

A bebida não demorou a ficar pronta e Lis jorrou o líquido esverdeado nas cumbucas.

Enquanto bebericava, o Amphere se sentia cada vez melhor. Os amigos estavam a salvo.

Não se esquecera de como teve de abandonar sua versão futurística e sobre a verdade que apenas ele sabia: Polius Kraft era o pai de Zarcag.

Olhava para o marmanjo de trinta e dois anos, com seus cabelos quase enrolados lilás e o estilo de charlatão acabado. Parecia um mágico bêbado que voltara em casa para tentar dormir. Ao perceber que estava sendo observado, acenou contente e Spike retribuiu.

Ainda não era a hora de contar.

- Estava pensando… - Disse Sasha, interrompendo os pensamentos do loiro. Sentada de joelhos à luz da fogueira, a garota parecia cansada e ainda mais bonita, ao menos para Spike. - Arithia seria a suposta décima general. Será que existem mais escondidos? Estamos mesmo jogando de acordo com os planos de Polius?

Após uma pausa, Zarcag foi o primeiro a responder.

- Não acho que seja assim. Se realmente fosse, Arithia não teria perdido.

- Eu não posso confiar. Da última vez que pensamos que ela tinha morrido, voltou e quase acabou com a gente na torre do arco-íris. - Lembrou o loiro.

O caixão parecia reluzir a ametista de suas paredes na medida em que a conversa rolava solta.

- Se tivermos mais generais, por que teríamos apenas dez pedras na fortaleza de Polius? - Indagou Balicus. - São nove generais de pedras e o líder com diamante. Será que há uma pedra de Turmalina?

Spike piscou ao perceber que algo tinha lhe chamado a atenção, então, percebeu. Os leques de Arithia estavam em cima da cama de Almura. Ele os apanhou e notou que dividiam uma pedrinha azulada no eixo das alças.

- Acho que vocês estão certos. Há um enigma ainda não decifrado.

O Amphere retirou os suportes dos abanadores e juntou a turmalina em um só fragmento, unindo duas metades idênticas.

Por um instante, a coisinha brilhou. Depois um feixe de luz começou a emergir do núcleo, até espalhar uma neblina pela tenda, mais densa que a fumaça do chá.

- O que raios é isso? - Indagou Spike surpreso. - É melhor prenderem a respiração.

Logo, foram cobertos por uma névoa ofuscante. A sala recebia luzes claras do fogo dos candelabros ainda, mas parecia uma tenda de cartomante. Então, as vozes começaram a ecoar distantes, como suspiros.

- Capitão Ohlie, aguente firme! Precisamos estancar o machucado dos seus olhos. - Disse Elisa Hernania, a enfermeira dos RP.

- Eu te amo. Essa é a verdade. - Falou uma voz de homem. Não dava para distinguir, era parecida com Kalel ou Nigel do futuro.

- Não! - Gritou Heshy do passado desesperado, como nunca ouviram antes.

- Nem sempre o que é bom será bom. Nem sempre o que é mal será mal. Mas às vezes, ser mal e ser bom dependem do coração, e não da índole. - Vociferou uma voz velha que parecia de um réptil.

As pedras começaram a tremer no meio da balbúrdia. A neblina baixou, começando a se dissipar. Logo, as mesas, toldos, velas e camas eram visíveis novamente.

Todos pareciam assustados. Yenna e Almura ainda dormiam, enquanto o resto só trocava olhares.

- O que foi isso? - Indagou Lis piscando incrédula.

- São coisas que podem ter acontecido ou ocorrerão. - Concluiu Zarcag. - Acho que era um feitiço que a pedra absorveu. Chama-se Névoa dos Suspiros, eu li isso em um livro uma vez no meu dicionário arcana, quando estudei esoterismo ainda jovem. Algumas pedras preciosas conseguem absorver energias ou feitiços mágicos e combiná-los. Acho que a mistura do elemento Ar e do Numb Psíquico possa ter possuído a turmalina.

Um silêncio se instaurou na barraca. Apenas o ronco de Yenna era audível.

- Então, essas vozes eram reais…

- Mais do que isso. Todas as frases são suspiros. Se me lembro bem, tudo o que ouvimos são referentes a pessoas que conhecemos. Pode já ter acontecido, pode vir a acontecer, não dá para saber. Mas todas elas foram ditas antes de uma grande perda.

Spike ficou sem reação. Lembrou-se das quatro frases. Elisa, a enfermeira dos RP, gritou o nome de Ohlie. Ele poderia ter perdido a visão ou até mesmo a vida. Nigel ou Kalel perderiam algo depois de revelar seu amor para sabe-se lá quem. Heshy viu algo que lhe deixou desesperado. E aquela voz reptiliana, era de dar calafrios.

- Precisamos agir o quanto antes. Nós estamos a salvo, mas nossos aliados correm perigo. - Respondeu ele.

- Mas o que podemos fazer? - Indagou Balicus do outro lado da cabana.

- Tentar nos reunir. Eu ainda tenho a fibra ótica no meu bolso. É claro que a maluca do caixão ali modificou isso para cairmos em outros lugares, mas acho que dá para voltarmos aos Estados Unidos ainda.

- Todos nós? Cada um de vocês não precisou de uma para poder se transportar aqui? - Perguntou Sasha com convicção.

- Eu posso amplificar o raio de teletransporte psíquico. E Spike a eletricidade da fibra. São os dois elementos necessários para percorrer um caminho mais longo. - Explicou o Number III.

- E quanto a Yenna e Almura? - Perguntou Liscca.

O Amphere assentiu e respondeu:

- Lá eles têm um hospital na base improvisada. A primeira voz da Névoa era da enfermeira do acampamento. Quanto mais ajuda tivermos, será melhor.

Todos ficaram indecisos, até que Sasha respondeu:

- Acho que poderíamos no separar. Balicus e Lis ficam aqui, eles ainda estão feridos e precisam cuidar dos rapazes. Não faz sentido levarmos mais trabalho para os rebeldes. Vamos eu, você e Zarcag. Qualquer coisa, deixamos o relógio comunicador aqui e nos contatamos em algum caso de extrema emergência. A gente consegue arrumar um jeito de manter unido.

Aquilo pareceu agradar a todos.

- Só uma questão ainda fica pendente. E a japagirl no caixão? - Perguntou Zarcag apontando o polegar para a ametista gigante.

- Quanto mais longe ela ficar de Polius, melhor. Ela fica, mas vamos levar a pedra de turmalina. Ela ainda pode ser útil.

O consenso foi unânime. Logo, Spike apanhou a pedrinha e entregou o relógio para Balicus. Zarcag saiu segurando a fibra ótica com Sasha. Quando o loiro os seguiu, o trio deu as mãos. A proteção do fio se desfez e um flash pequeno os tirou de vista, como se teletransportassem. O lugar, ainda era um mistério.
 

~//~

A Irlanda futurista se resumia em luzes e cores por toda a parte. Tons de rosa e roxo bruxuleantes na cidade de Dublin cobriam as folhas das árvores. O asfalto parecia manchado de espuma e névoa em um tom grená. A cidade exalava uma espécie de aroma doce e enjoativo.

- Pelo visto, somos nós três.

Merixa ajeitou os óculos escuros e olhou para os dois Heshys. “Logo ele, duplamente”, pensou a pequena roqueira. “Meu coração não aguentaria ver o meu melhor amigo ser morto uma vez, quem diria duas”.

No centro da cidade irlandesa, encontrava-se um castelo alto com portas de madeira, paredes de mogno e ébano conjuntas e uma fortaleza repicada. As torres não tinham sinais de sentinelas na encosta e o local todo parecia quieto, inóspito.

A fumacinha vermelha corria nos pés deles como miasma, causando uma estranha coceira.

- Você vive nessa era, amiguinho. Onde estamos e o que é aquele castelo? - Perguntou a garota para o guardião do futuro.

- Se meus conhecimentos de geografia não estiverem enferrujados, estamos na capital da Irlanda. A cidade morreu em um massacre dois anos e meio atrás, por uma das generais que tomou posse do local. Se não me engano, ela não tem guardas e nem povoado, uma das poucas exceções.

Um calafrio percorreu a espinha de Merixa. Talvez a fina miasma de baladinha em seu tornozelo pudesse ser o sangue dos habitantes, tirado a força pela general.

- Quem é a ditadora daqui? - Indagou.

- Michelle Ambrosier, general de Ametista. - Disse o homem tácito. - A mais forte depois de Polius Kraft.

Sem alternativas, o trio avançou pela cidade-fantasma adentrando a avenida principal.

A devastação era visível em todos os lugares. Ossos corroídos, crânios jogados, a miasma cada vez mais forte, a atmosfera mais pesada. Tabernas com leprechauns caídos, potes de ouro de brinquedo com moedas quebradas, copos de cerveja estraçalhados. O verde símbolo do país virara um magenta asqueroso, manchado de sangue.

- Eu acho que o Neeway não iria comemorar um dia de São Patrício com facilidade aqui. - Lembrou Heshy do passado.

Merixa se lembrou de que o amigo dos fones de ouvido morava lá, antes de se unir a PK na torre do arco-íris. Ele, ela mesma, e os outros três brigaram com as famílias, se tornaram órfãos do mundo. Na época, se interessaram por uma proposta cabível, que na verdade era uma arapuca. Acabaram machucando gente inocente, os amigos que cultivam na atualidade. E lá estava Polius no poder novamente, desta vez, do mundo. Nem as pessoas ingênuas tiveram escapatória. Era triste demais imaginar que os crânios que pisavam naquele instante faziam parte de uma população que nem pôde lutar, se defender, fugir.

- Estamos chegando perto. - Disse Heshy do futuro erguendo o queixo devagar.

Mas a menina pareceu ignorar. Queria entender se algum dia poderia rever sua vida no passado. A sua cidade natal. Os amigos que um dia teve. Os vinis do seu quarto.

- Devemos abrir? - Perguntou a versão do passado do tristonho.

O outro concordou. Eles ergueram puxadores enquanto ela ficava absorta em seus pensamentos.

Os discos realmente faziam falta. Clássicos dos Beatles, dos Rolling Stones, do Queen. Nem um MP3 ou Ipod para compartilhar as músicas naquele momento. Às vezes, uma música pode fazer a diferença. Um ânimo que ela precisava desde que foi para o futuro. Pensou em trilhas que ela gostava escutar no parque. Uma em especial. Por incrível que parecesse, não era rock, sim uma música simples e reconfortante que ela ouvia quando pequena.

Uma valsa.

A porta do castelo irlandês abriu e para a surpresa dela, uma melodia ecoava pelo ambiente amplo que era o salão de entrada.

Não era qualquer uma, mas sim a música que ela queria. Coincidência? Quem sabe.

As notas soavam leves pelas abóbadas que lhe cercavam. Paredes de mármore e madeira que davam um ar provençal ao lugar. O chão liso e escorregadio composto de reflexos de luz. E vitrais que deixavam os raios de Sol entrar, se ocultando pelo lugar. Uma igreja.

O detalhe que mais chamava a atenção eram os espelhos do fundo. Refletiam e enganavam os olhos, a impressão era de ampliar o cômodo milhares de vezes, um imenso infinito.

A melodia prosseguiu sutil. Merixa só entrava cada vez mais no salão. Os dois Heshys pareciam estar lá atrás ainda. Teriam eles segurado as portas? Ela não se importava. Sentia o ar reverberar o que ela precisava.

E então, os dançarinos apareceram. Como mágica, rodopiavam ao ritmo da música em pares. A pele um pouco cinzenta, vestindo trajes do século XVII, vestidos carmim, fraques marinhos, abotoaduras exageradas. Joias exuberantes como colares de pérola e brincos dourados embelezavam o que pareciam ser as mulheres. Todos cobertos por máscaras de um carnaval de Veneza. E dançavam de acordo com a canção, numa sincronia perfeita.

- A Valsa das Memórias. - Lembrou ela, deixando uma lágrima escorrer levemente.

Um dos dançarinos estava só. Não dava para ver seu rosto. Estendeu a mão direita com delicadeza para a dama, abrindo caminho entre os pares.

Merixa sorriu de leve. Até uma roqueira tinha sentimentos de vez em quando. Quando ela tocou, era tarde demais.

Heshy do futuro gritava e a menina só percebera naquele momento, em que caía e o seu mundo desabava. Os dançarinos continuaram a dançar, a ignorando. A música parara.

- São fantasmas de miasma! - Berrou Heshy correndo. - A fumaça vermelha que vimos lá fora é veneno alucinógeno, eu devia ter percebido. Isso não afeta detentores de água como a gente.

Ele apontou para sua versão do passado, que apoiou uma Merixa fraca no ombro. A garota parecia ter recebido um baque súbito, deixando seu corpo fraco e dolorido.

Da mão que ela encostara-se ao fantasma de miasma que era o dançarino, uma massa roxa vívida consumia sua mão.

- Esses seres são fantasmas servos da general. Ela esperava nossa chegada e hipnotizou Merixa com a névoa grená. Provavelmente eles distribuem veneno irreversível em que os toca.

- Mas… a versão dela é bielementar de fogo e veneno, não é?

- Isso não quer dizer que a do passado seja. Assim como você não consegue fazer isso aqui…

Ele estendeu os dois braços e criou um mistura de gelo e flocos de neve no braço da menina. O envenenamento ficou cada vez mais devagar.

- Isso vai segurar a substância na corrente sanguínea por algum tempo. Mas temos de agir depressa. Precisamos de um antídoto.

- Isso eu posso lhes oferecer. - Respondeu uma voz no alto das abóbodas, surgindo de um dos vitrais.

A mulher tinha um corte de cabelo estranho, pendurado até os ouvidos. Brincos dourados com ametistas combinavam com a roupa de luxo. Uma máscara que cobria os olhos e um batom púrpura eram seu rosto. O coque violeta e as roupas da mesma cor exalavam uma aura maligna.

- É a mãe do Zarcag? - Indagou Heshy assustado.

- Não, é ela. - Respondeu o do futuro.

Michelle Ambrosier estalou os dedos e um relâmpago magenta bradou pelo salão. Os fantasmas de miasma pararam de dançar e se juntaram em sua frente, numa fileira unida.

- Vou propor um desafio. Enfrentem meus servos do submundo primeiramente, quero notar as fraquezas de vocês. Depois, um dos dois deverá se oferecer e enfrentar a Sala de Espelhos, onde está o antídoto. O outro me enfrenta. Topam?

A dupla se entreolhou com receio. Não tinham ideia do que seria a Sala de Espelhos, mas provavelmente analisar as fraquezas ao enfrentar o exército era pior ainda. Mesmo assim, deram um passo adiante e disseram em uníssono:

- Aceitamos os desafios.

Os fantasmas vieram em horda numa fração de segundo. Velozes e assustadores. Os vestidos e fraques evaporaram e se tornaram parte deles. As máscaras pareciam ainda mais aterradoras.

- Umbrella Beam! - Falou o garoto de 2014. Raios de plasma aquático percorreram os espectros como se fossem balas de revólver.

- Frost Plague! - Bradou o do futuro. Como um vento, uma epidemia de gelo ultrapassava os fantasmas onde quer que ele tocasse, congelando-os e fazendo a maioria evaporar.

Mais da metade já tinha ido embora quando começaram a aparecer mais, multiplicando-se sem pausas.

- Eles são infinitos? - Indagou o menor dos dois. Seu braço começara a ficar dormente de tanto manusear o guarda-chuva.

- É o que parece. Tem algum ponto fraco neles que não estamos vendo. - Respondeu o mais velho. Um deles tocou Merixa, que gemeu de dor - Espere aí, acho que sei como resolver esse problema.

Ele sacudiu os dois braços tatuados com força para o alto, enquanto preparava seu guarda-chuva para a roqueira.

- É melhor usar o seu por via das dúvidas também, “mini-eu”. - Sugeriu o homem.

Nuvens azuladas começaram a aparecer sem distinção, como a névoa vermelha em seus calcanhares.

- Hail Storm!

A chuva começou leve e fina, como uma garoa de verão. Porém, em questão de segundos, uma tempestade de granizo criou um holocausto fantasmagórico. Na mesma medida que surgiam, os servos de veneno se esvaiam.

Até que uma hora, o gelo já ficava vermelho pelo miasma e cobria toda a fumaça térrea. E o exército fora disseminado.

- Uau! Incrível, eu do futuro! Ainda bem que os nossos Equip XX são resistentes para aguentar esta tormenta.

Michelle estava sentada de pernas cruzadas, balançando a cabeça e sorrindo maleficamente, num estrado de mármore.

- Excelente! Minhas expectativas foram até superadas! Vai ser uma honra lutar com a versão mais velha, que derrotou os meus dançarinos! Se quiserem salvar a vida da menina, sugiro que o pequeno corra até aquele espelho ali.

Um dos vidros começou a tremeluzir como se fosse uma miragem. A dupla trocou um último olhar e assentiram.

Ele atravessou o portal e a estrutura parou de se distorcer. Merixa deu um último gemido no canto direito, encolhida com o braço congelado.

- Somos só nós dois general. Será uma luta e tanto.

- Faça-me o favor. Você não durará dois minutos de pé se eu não brincar. - Respondeu ela taciturna e gélida.

A luta entre um Guardião experiente e a General mais poderosa estava prestes a começar.

~//~

Nigel desviou de um golpe cortante de ar. Mesmo sendo o seu elemento, não queria lutar e controlar aquilo. Hector parecia um psicopata que perdera tudo. Sua boina caíra e os cabelos desgrenhados lhe davam um aspecto de usuário de drogas.

O galã espanhol parecia perder o juízo para salvar a vida do seu irmão. Suas pupilas dilatadas tiraram o encanto do olhar dele.

- Sinto muito Nigel, mas eu vou ter que te matar!

Outra vez, o garoto desviou com dificuldade. Kiwa batia no tubo de vidro esverdeado enquanto Victor, o irmão do general, chorava constantemente.

- Escuta, a gente não precisa lutar, vamos encontrar uma saída Hec, não se preocupe.

Sem dar ouvidos, ele avançou como um carro em movimento, desta vez, cortando o ombro direito do rapaz.

- Já chega! - Respondeu o menino impaciente. - Aerial Bridle!

Amarras invisíveis prenderam o corpo do hispânico, que se rebateu como se algo lhe segurasse pelos braços e pernas.

- São amarras fortes, não acho que você vai conseguir controlá-las facilmente.

Depois de um tempo se relutando, o homem parou, ofegante.

- Ouça um pouco antes de partir pra agressão. - Pediu ele com calma. Hec ficou em silêncio. - A gente precisa atacar os tubos. Pense comigo, se Kiwa e Victor morrerem serão dois a menos para a gente, é claro, mas você se tornará um aliado para nosso lado. Mais um problema para Polius.

Pela primeira vez Hector olhou habitualmente para Nigel desde que o desafio começara.

- Se eu te mato, ou vice-versa, nós iremos acabar perdendo. Não há garantia de que os reféns sobrevivam.

O general pareceu confuso no começo, mas concordou em seguida.

- Por isso, precisamos nos focar e destruir aquela estrutura.

- Mas é puro diamante, a única coisa que quebraria aquilo seria…

- Diamante. - Respondeu o Number sorridente.

Porém, os cacos da estrutura hexagonal tinham desaparecido, como se PK previsse o movimento.

- Como iremos arranjar diamante em tão pouco tempo? Ele vai descobrir se um de nós fugirmos daqui e matará os reféns. - Respondeu Hector.

- Realmente. - Respondeu o menino desapontado. - Mas tenho outro plano.

Ele cochichou para o espanhol o seu plano e ambos pareceram concordar.

- É uma boa ideia Nigel. Mas sinto lhe dizer que a única opção que me resta e que seja viável, é matar você.

Aquilo fez o garoto piscar confuso e incrédulo até receber um soco potente na cara. O Number rodopiou no céu e caiu de frente ao tubo onde Victor chorava.

Hector correu como um búfalo e socou vorazmente o solo seco e infértil onde o menino pendia. Antes de acertá-lo o mais novo evadiu agilmente como um relâmpago. O soco perfurou parte do chão. Nigel correu ao outro lado perto do tubo de Kiwa, onde começou a disparar bolas de ar.

Algumas atingiram o general que não parou até realizar uma segunda tentativa de seu Ultra Air Punch.

Novamente, o jovem desviou, fazendo outra cratera se abrir.

Ambos se encararam com fúria, quando disseram em conjunto:

- Agora!

Os dois focalizaram energia na estrutura dos tubos, soltando uma lufada de ar potente no chão.

O vendaval ergueu a cúpula levemente, auxiliado pelas crateras recém-formadas como buracos. Poderia ser impossível quebrar o diamante, mas não movê-lo. Esse era o plano, tirar a engenhoca sem que PK percebesse.

E dera certo. No momento em que o troço explodiu para matar os reféns, já estava nos ares. Apenas estilhaços voaram.

- Victor!

- Kiwa!

Os dois gritaram em busca dos reféns, mas só avistaram poeira.

- O que…

Polius surgiu de um dos estilhaços.

- Parece que subestimei o trabalho em equipe dos dois. Meus parabéns. Mas saibam que os dois entes queridos de vocês não estavam aí desde o começo. Seria apenas divertido ver vocês se matarem. Fiquem a vontade para criarem uma aliança, mas não garanto que seus tesouros vivam para sempre.

Aquilo fez os dois ficarem boquiabertos e irritados. A comunicação com Kraft se desfez instantaneamente.

- Fomos idiotas em acreditar que os dois estavam aqui! - Berrou Hector chutando o solo mais uma vez, de maneira irada.

- Devíamos ter imaginado. É a natureza de PK, só ele sai ganhando. O que sobrevivesse teria o peso de uma vida em mãos e ainda se preocuparia para salvar o refém. Agora estamos no mesmo barco amigo.

Hec se virou para Nigel e lhe estendeu a mão.

- Pode contar comigo. Irei conceder a pedra de Lápis Lazuli para abrir aquela fortaleza. Iremos salvar Kiwa e Victor.

O Number sorriu em retribuição apertando a mão que lhe fora oferecida:

- Bem-vindo ao time rebelde Hector Ramirez!

~//~

- Vamos parar por hoje. - Pediu Steve do passado, caindo de cansaço no asfalto de uma avenida abandonada.

O céu avermelhado com relâmpagos era inimaginável nas circunstâncias normais, mas desde que chegaram em Nova York, aquela atmosfera sufocante retornara. Não dava para distinguir se era dia ou noite. O relógio digital de uma fachada de mercearia marcava 07h00min PM, por isso sabiam que período estavam.

As TVs da loja de eletrodomésticos ameaçavam voltar e chuviscavam sem ter o que transmitir. Imaginar uma filial do Wal-Mart sem ninguém dentro se transformara em uma situação coloquial.

- Ok, você venceu fracote. - Respondeu o brutamontes do futuro. Sangue escorria de sua boca devido ao último confronto com uma tropa poliana elementar. Venceram com dificuldade, o problema maior foi uma tríade de poderes de Terra que jogara rochas violentas na cabeça da dupla. Com medo que uma das pedras atingisse Carl, seu filho, Steve do futuro se usou como escudo. No fim, conseguiram destruir o trio e atravessaram a fronteira. Ao entrarem na cidade, já estavam no território do soberano Kraft. Por isso, todo cuidado era pouco para a situação.

O trio entrou numa danceteria. O globo de metal pendia torto, preste a cair no próximo tremor que acontecesse.

Atrás do balcão, encontraram alguns limões podres, dois pacotes de amendoim, uma garrafa de água e uma de vodka.

- Enfim uma recompensa. - Agradeceu o homem mais velho, dando uma cara de satisfação para a bebida alcoólica que abria.

Steve do passado triturou alguns amendoins e tentou fazer o bebê engolir, enquanto comia um pouco ao mesmo tempo. Em seguida, virou a garrafa d’água para o menininho.

- Ei, toma um gole disso aqui. - Sugeriu o mais velho, oferecendo a vodka.

- Eu não bebo. E nem idade tenho para isso, cara! - Respondeu ele irritado.

- Nessas condições, o que é ilegal e o que não é já deixou de ser questionável. - Argumentou o brutamontes.

- Minha resposta ainda é não. - Finalizou o garoto.

Quando terminaram a refeição improvisada, tentaram dormir na sala dos fundos.

No instante em que se ajeitaram, um barulho de vidro quebrando veio de frente da loja.

- Sabemos que você está aí pirralho! - Disse uma voz grave masculina.

- Somos sete, todos com poderes de elementos. - Respondeu outro.

- Não tem para onde correr! - Enfatizou um terceiro.

Steve do futuro tentou se levantar, mas cambaleou para a direita, dando um soluço.

- Você bebeu demais! - Respondeu o do passado irritado, com a voz baixa.

- Acontece né. Os meus reflexos podem ficar mais enfraquecidos, mas ainda posso dar uma surra neles.

Um chute tentou arrebentar a porta que separava a pista de dança da sala onde estavam.

- Vamos nos preparar. - Apressou-se o menor com um soco a postos.

O outro, mesmo embriagado, concordou.

- Parem! - Berrou uma voz feminina das tropas. - Avistamos ele, a duas quadras daqui! Não percam mais o tempo de vocês, vamos ajudar o resto!

Passos foram ouvidos com reclamações:

- Merda, jurava que eu seria o primeiro a arrancar a cabeça daquele inútil.

- Calminha Gordon, eu terei o prazer de empalhar aqueles fios de cabelo lilás na parede do palácio de diamante! - Amenizou outra voz.

E os ruídos cessaram.

Steve do passado observou a entrada cautelosamente, para se certificar de que estavam sozinhos. Após a confirmação, virou-se para sua versão do futuro e falou:

- Já foram. Quem será que procuravam?

- Um garoto. E de cabelos lilás… - Balbuciou o grandalhão um pouco zonzo.

Depois de fechar a porta, o menor sugeriu:

- Seria... Zarcag?

- Não. - Respondeu o outro. - O do futuro não é mais o “pirralho” que você conhece. A não ser que…

-... O do passado retornou de algum jeito. - Explicou o menino, concluindo.

Os dois decidiram se separar. O brutamontes ficaria na danceteria, cuidando de Carl e esperando o efeito do álcool sair de seu corpo. O menor investigaria a cidade em busca de Zarcag do passado, isso se de fato fosse ele.

O pequeno Steve subiu os três andares de escada do edifício, que servia como prostíbulo na parte superior. Abriu uma porta onde um quarto fedorento continha uma janela para a parte de trás da avenida principal. Abriu a vidraça como se fosse a saída de uma caverna que não era avistada há séculos. Mesmo com a atmosfera tóxica, aquilo clareou o cômodo. Encontrou um cano da calha externa e se pendurou, passando para um edifício próximo. Em menos de uma hora, já tinha passado uma quinzena de construções sem ser percebido. De vez em quando, uma tropa ou algum soldado passava na rua, mas não olhavam para o alto.

Enfim, ele aterrissou num pet shop, distante o bastante do edifício da balada. Seria perfeito para despistar as tropas de seus amigos.

Massageou o Numb II em seu abdômen e torceu para que desse certo. A luz dele começou a ressoar, vermelho vívido. Quando vira aquilo pela última vez? Talvez na época da torre do arco-íris. Era uma conexão entre Numbs. Sabia que se outro estivesse perto, eles começariam a brilhar, só precisavam querer isso. Por isso, o simples toque de vontade de Steve fora o suficiente para recriar a conexão. O brilho significava a resposta, outro Number estava perto.

Não hesitou e saiu do prédio. Uma dupla de elementares que corria pela rua se assustou com a aparição repentina do garoto.

Os dois tinham poderes de eletricidade, lançando relâmpagos em sua direção. O rapaz usou seu braço elástico como um estilingue e o outro como um míssil, formando um ataque fatídico.

- Slingshot Punch!

Os dois receberam o punho na cara, caindo instantaneamente de dor. Um desmaiara, o outro parecia ferido, mas consciente.

- Você vai fazer um favorzinho para mim!

Com a mão preparada como ameaça, o soldado não teve escolha.

Teve de disparar relâmpagos ao céu, formando uma mensagem:

“Number, aqui! Use o toque!”

Não demoraria muito para uma grande quantidade de tropas correr naquela direção. Steve socou o recruta de eletricidade para que não reagisse ou lhe dedurasse, deixando-o desmaiar. Depois, subiu na cobertura do pet shop novamente, esperando a balbúrdia.

Em menos de dois minutos, um contingente de polianos olhava confuso os companheiros nocauteados. Procuravam em volta algum sinal de vestígio. Steve ficava parado no quarto andar do edifício, observando tudo pela fresta de uma persiana. O local estratégico permitia que ele notasse tudo, sem ser percebido. Apenas um olhar atento e muito experiente conseguiria fitá-lo.

A frase lançada fora perfeita. Só ele e outros Numbers entenderiam o que era “toque”. Ele já confirmara que havia um detentor de Numb por perto. Se o outro tocasse, saberia que era verdade. Já as tropas, achariam que a dupla tentara interceptar quem era o perseguido, mas foram detidas. Antes de desmaiar, o recruta teria enviado a mensagem ao céu para os companheiros. O toque poderia ser subentendido como “alarme”.

- Ele deve ter detido Jale e Ferror aqui. - Respondeu uma mulher de cabelos curtos e roupa mais larga. Parecia ser uma comandante. - Vamos fazer uma varredura pelas ruas próximas. Não descartem as edificações.

Passos subiam as escadas do pet shop. Steve precisaria apenas ficar escondido. Só iriam procurar pela parte visível do cômodo, não embaixo da cama mais distante, ao lado da persiana. Uma centena de polianos deve ter passado pelo quarto pelas cinco horas seguintes, até que pareceram desistir. O garoto ficara muito bem camuflado.

Quando se sentiu seguro, decidiu massagear o seu Numb. A luz estava muito intensa. Isso significava que o outro Number estava muito próximo dele.

Olhou pela fresta devagar, com cuidado triplicado para não ser pego em flagrante. Viu que apenas um soldado permanecia quieto onde antes a multidão se encontrava.

- É ele. - Respondeu com um sorrisinho torto no rosto.

Parecendo perceber a presença do rapaz, o soldado virou a cabeça para a janela do quarto andar. Ele usava capacete e mochila. Andou até entrar no prédio.

Steve aguardou os passos cessarem. Girou a maçaneta. Sem o capacete, o rosto jovial de Zarcag sorria:

- Ei, é aqui que um Number II está?

O menino saiu e o abraçou:

- Não desapareça mais!

O mais velho retribuiu o abraço. Quem imaginaria que um dia, o tão solitário e taciturno Number III seria perceptível a um gesto de carinho?

Os dois se sentaram no chão e começaram a colocar o papo em dia.

Steve contou como tudo acontecera desde que o emo desaparecera ao tocar em Zarcag do futuro. O treinamento, sua viagem ao interior dos EUA, a morte de Counie do futuro e de seu filho Peter, o desaparecimento de Counie do passado ao tocar nele, a jornada até chegarem a NY, o plano que ele bolara na discoteca onde estavam Carl e sua versão do futuro e por fim, o plano para chamar a atenção dele.

- Que história hein! Agora é minha vez…

O Number III contou como acordara no passado, a ajuda que dera a Velho Joe, as visões da arca e de seu eu futuro, que ele descobrira ser Arithia, a troca das fibras óticas, o trabalho que acontecera para fazer a máquina do tempo funcionar, a aparição de Ohlie como aliado e de Counie de volta àquela era (aquilo alegrara demasiadamente o menino) e a segunda tentativa dele de vir ao futuro.

- Quando cheguei aqui, apareci bem no meio de um acampamento poliano. Estamos no norte de Nova York, precisava chegar ao Centro. Mas minha aparição provocou caos no local. Fugi o quanto antes. Minha primeira decisão foi nocautear os elementares psíquicos com o poder da mente. Eram cerca de trinta, penetrei em cada um e derrotei todos!

- Uau! Deve ter dado trabalho. - Comentou Steve surpreso.

- E como deu! Penetrei pelas mentes mais fortificadas possíveis e causei um choque mental. Se um deles estivesse acordado agora, provavelmente notariam minha presença e a do seu grupo. – Ele ressaltou com um pigarro involuntário. - Depois que fugi para a cidade, a tropa inteira desse setor me perseguiu até aqui. Claro que usei meus poderes para ficar escondido numa loja de calçados. Mas eles realmente eram bons, cada vez chegavam mais perto. Até que tive uma ideia, derrotei um soldado de gelo e roubei a roupa dele. Misturei-me nas tropas e, alguns minutos depois, vi a mensagem no céu. Fui para um beco abandonado e toquei no meu Numb. Quando ele brilhou, meu coração disparou! Sabia que tinha gente por perto!

- Ótimo, ainda bem que minha ideia deu certo. Agora precisamos retornar à discoteca. - Respondeu o Number II, lembrando-se dos afazeres.

- Sim. Pegamos sua versão do futuro e Carl, depois iremos ao centro, rumo à antiga base. - Respondeu Zarcag.

Uma explosão longínqua os assustou subitamente.

- O que foi isso?! - Perguntou o menino mais novo.

Os dois subiram depressa à cobertura. Um elementar de grama notou a presença dos dois, mas nem teve tempo de respirar antes de gritar por reforços.

No topo da edificação, tinham uma boa vista da cidade, dos soldados correndo em direção à explosão. Vinha de um prédio em chamas, quinze quadras ao sul.

- Essa não! É perto da discoteca! - Gritou Steve assustado.

- Vamos lá! - Urrou Zarcag, usando seus poderes para levitar a dupla.

Ignorando os disparos distantes dos recrutas que os avistavam, ambos pareciam um helicóptero de aura roxa.

Aterrissaram no prédio vizinho com dificuldade. Deviam ter uns dois ou três rasgos na roupa pelos raspões dos ataques.

Correram pelas escadas, que se enchiam de soldados como um formigueiro.

Steve e seu corpo flexível expeliram centenas, antes mesmo de reagirem, jogando-os pelas janelas, pisoteando-os com seu mega-pé, socando-os com super-braços.

Zarcag disparava ametistas por todos os lados, derrotava vários pelo choque mental, levitava batalhões com telecinese, disparava raios psíquicos.

Até que chegaram ao prédio da discoteca.

Carl chorava de algum lugar indecifrável, causando um pânico incerto. Da casa de shows, um Steve do futuro de três metros de altura, como um monstro gigante, recebia golpes de várias direções e tentava esmagar as tropas com uma das mãos. Com a outra, segurava um pedaço da alvenaria que antes era a danceteria, para que não caísse. O local estava em chamas incandescentes e potentes.

Steve do passado procurava desesperadamente Carl. Até que notou um pequeno ponto atrás do brutamontes, onde ele segurava a estrutura. O choro vinha de lá.

Ignorando os soldados que tentavam lhe enfrentar, o rapaz ultrapassou tudo como um rolo compressor. Sua pele ardia, queimava, congelava, recebia choques, mas nada lhe abalava. Quando chegou à discoteca, viu que o bebê continuava enrolado em um cobertor, com seu pranto alto.

Um soldado gordo e bigodudo ria, preparando um ataque de veneno.

- É uma pena matar uma criaturinha como você. Mas eu não sentirei nenhum remorso.

A voz era familiar. Steve se lembrou dela, mais cedo, na própria casa de shows. Um homem protestando que não encontrara ninguém para decapitar. Seu nome era Gordon, ou algo assim.

Steve agiu rapidamente, antes de uma poça ácida corroer a criança. Inchou sua mão o máximo que conseguiu e esmigalhou o gorducho, esmagando-o na parede. A outra mão elástica apanhou Carl. Steve do futuro pareceu notar a presença de sua versão do passado e largou a estrutura. Conseguiu combater aqueles que lhe machucavam com muito mais força.

Zarcag permanecia no meio da rua, disparando ataques em todas as direções. Quando avistou Steve, pediu para se aproximar. Ele invocou uma espécie de cobertura púrpura em Carl, como se fosse uma gelatina. A criança cessou o choro, como um acalanto maternal lhe cobrindo na hora certa.

- Pronto. Ele está seguro de quaisquer ataques que não sejam psíquicos. - Respondeu o Number. - Como nocauteei todo o exército mental deles, apenas eu conseguiria lhe atacar por algum tempo. Mesmo assim, coloque-o em um lugar seguro.

Sorrindo em agradecimento, o menino colocou o bebê longe da confusão e voltou para ajudar os amigos.

Mas nem precisou se esforçar demais. Zarcag tinha derrotado a maioria deles. Exausto, ele se sentou em uma amurada quebradiça e suspirou de cansaço.

Steve do futuro espancou um último soldado, que o do passado reconheceu como a comandante de cabelos curtos.

- Conseguimos! - Urrou ele de alegria.

Em concordância, Steve do passado tentou cumprimentar o amigo, mas Zarcag interveio com telecinese, afastando os dois.

- Não! Se vocês se tocarem, o do passado retorna a 2014!

O menino explicou o processo de retorno que descobrira com suas visões e experiências. As três maneiras de retornar em ordem seriam: 1- Tocar na versão do futuro. 2- Em caso de falecimento da versão futurista, a pessoa com que teve mais laços na era atual servirá como portal entre os tempos. 3- Caso a pessoa possua um Numb que o outro já utilizou, poderá tocar no indivíduo que o detém atualmente. Só funciona se as anteriores estiverem inválidas.

- Foi muita sorte vocês não terem se tocado durante esse tempo todo.

- Nem me fale. - Respondeu o grandalhão, sem entender direito o que tinha sido explicado.

- Vamos pegar Carl e partir para o sul. - Sugeriu Steve do passado.

O trio caminhou pela avenida, apenas vendo o prédio pegar fogo e as tropas dizimadas ficarem sem reação. A atmosfera ainda pesada, já não exalava solidão para ambas as partes.

~//~

Izzy segurou sua lágrima quando Alice contou a verdade. Merixa se sacrificara heroicamente para salvar a vida dela e de Mack na Amazônia. Ao menos, a general de Esmeralda caíra. Sua mãe sempre lhe aconselhava sobre todos os problemas. Mas sabia que a realidade em que viviam era um futuro que não existiria mais se Polius fosse derrotado. Um dia, esperava que seu pai e sua mãe se encontrassem e ele nascesse novamente, do mesmo jeitinho. Só não queria mais sofrer, sabia que perder as pessoas de seu convívio aconteceria cedo ou tarde.

O Number IV ainda lutava bravamente com Thor Vanille. Os ataques se equivaliam a todo o momento, alguns suspiros de “Radical” eram ouvidos frequentemente.

Alice naquele momento ajudava Elisa no hospital rebelde. Ohlie perdera de fato a visão. Não havia volta. Enquanto isso, ele tentava se concentrar no computador, estabelecer conexão entre os relógios.

Era bem fraca, em alguns pontos funcionava, em outros não. Mas após muito esforço, ele conseguiu.

Muitos visores apareceram, com a imagem de Numbers diferentes em cada parte do globo terrestre. Só funcionava se o usuário aceitasse a chamada de vídeo. Pouco a pouco, os chuviscos tornaram-se pessoas e paisagens. Dias e noites, verões e invernos, sóis e chuvas. Cada parte do mundo se diferenciava à sua maneira.

No Alasca, Mixa parecia enfrentar alguém, pois tropeçava e observava tudo com desconfiança.

Na Ucrânia, um garoto corpulento com roupas justas olhava curioso para o aparelho, cutucando-o.

Na Irlanda, Merixa urrava de dor enquanto flashes de luz coloridos cobriam o fundo do lugar. Seus braços parecia imobilizado por gelo, as veias pendiam podres como trapos de tecido velho.

Leo e Kiwa pareciam em situação normal em Nova Délhi. Talvez um pouco de barulho atrapalhasse-os de vez em quando.

Cris e Kalel, no Outback, apesar de suarem, pareciam em condições aceitáveis também. Ambos emitiam sorrisos envergonhados.

Na África do Sul, Nigel estava bastante abatido, mas fitava o visor brilhante. Uma mão ficara apoiada em seu ombro, dando a entender que ele carregava algum ferido.

No norte de Nova York, Steve piscava para a coisa como se nem lembrasse que aquilo estava no bolso até emitir uma luz com a mensagem: “Izzy convidou você para uma Chamada de Vídeo”.

De todas as regiões que ainda tinham representantes rebeldes, apenas Java não tinha nenhum aparelho aceso.

- Graças aos céus, consegui!

- Izzy, é você? - Indagou Kiwa animada.

- Sim, consegui acessar a rede central dos comunicadores de pulsos! Como estão as coisas em seus respectivos lugares? E quem é você na tela da Ucrânia?

- Meu nome é Ballicus, sou um recruta do esquadrão especial de Spike.

- Spike? Porque ele não está com o relógio?

Um urro atrás do próprio Izzy fez ele se preocupar. Olhou para Mack caído no chão, inerte. Uma pancada forte do general de Topázio o pegou de surpresa.

- Droga.

Thor ia matar o garoto. Não daria tempo de ele chegar para socorrer. Poderia lançar relâmpagos para distrair, só que o vilão também era elementar de trovão, de nada adiantaria.

De repente, um lampejo pelo lado direito da cena chamou a sua atenção. Em meio aos destroços, um trio de silhuetas surgiu.

Uma moça loira com roupas claras e coladas no corpo e lábios carnudos. Um rapaz loiro e jovem e um homem de cabelos encaracolados e roxos.

- Spike! Zarcag!

Os dois olharam para o menino que apontava freneticamente para a luta que iria acabar do outro lado. Como foguetes, os três correram até o local e interceptaram Thor. Zarcag do futuro levitou o menino, Sasha criou um escudo em Mack e Spike retirou o amigo do lugar.

- Está a salvo amigão. - Tranquilizou o Amphere.

- Obrigado homem-tomada. - Brincou o Number de fogo em resposta.

Izzy soltou um suspiro de alívio. Zarcag e Sasha começaram um terceiro round com o general de Topázio enquanto Spike se aproximava do menino.

- Parece que você conseguiu estabelecer comunicação, não é?

O garotinho concordou. Mack pareceu dormir um pouco enquanto se ajeitava numa rocha de alicerce destruída.

- Mas tem um ser estranho no seu comunicador. – Mostrou o rapazinho com desdém para o gordinho.

O garoto olhou para a tela e acenou:

- E aí Ballicus?

O Star sorriu em resposta com um cumprimento cordial.

- Posso explicar rapidamente aos nossos aliados o que descobrimos? São informações de extrema urgência.

Spike se sentou e saudou quem quer que lhe estivesse ouvindo. Contou toda a sua história na Ucrânia, a descoberta do traidor que era Arithia, como a venceram, a morte de sua versão do futuro, o método para voltarem ao passado e, é claro, os Stars.

O papo começou a esquentar e eles conversavam rapidamente o básico.

Kalel e Cris disseram que estavam próximos da base australiana, que parecia sempre se afastar enquanto andavam. Merixa explicou que estava envenenada e Heshy do futuro enfrentava Michelle naquele instante, enquanto o do passado procurava o antídoto em algum lugar onde o comunicador não funcionasse.

Leo e Kiwa admitiram estarem perdidos, mesmo naquelas circunstâncias desérticas, Nova Délhi era uma cidade confusa. Mixa falou sobre um plano que ela e os Neeways estavam exercendo para nocautear toda a tropa de guardas do Alasca e conseguissem enfim, enfrentar o general de Safira numa espécie de “iglu fortificado”. Os dois guardiões de trovão, naquele momento, usavam eletricidade em uma engenhoca, sem poderem ativar seus comunicadores.

Steve contou sua trajetória pelos Estados Unidos e a morte de Counie do futuro. Disse também sobre a volta para 2014 da versão do passado e o retorno de Zarcag a 2029.

Nigel, por sua vez, contou do rapto de Kiwa do futuro e da aliança de Hector. Aquilo fez a maioria discordar a princípio, mas o garoto teve pulso firme e falou que eles não tinham nada a perder.

Ballicus falou rapidamente do caixão de ametista que prendia Arithia e das declarações da pedra de turmalina. Kalel e Merixa pareceram trêmulos com as declarações da Névoa dos Suspiros.

Por fim, Izzy relatou o que aconteceu na Amazônia e na base de NY. A morte de sua mãe, a luta de Mack e o fato de Ohlie perder a visão.

- Bem, acho que temos vários problemas, realmente. Mas ao menos, temos quatro pedras até agora. Topázio, Esmeralda, Turmalina e Lápis Lazuli. Ainda temos chances pessoal, faltam apenas seis!

- E quanto ao capitão N? - Indagou Leo.

- Creio que ele está em Java. Pode até ter visto o comunicador brilhar, mas não atendeu. - Respondeu.

- Tudo bem. Agora, pelo menos, sabemos como retornar ao passado. - Lembrou Mixa. – Tomem cuidado com suas versões do futuro. E no meu caso, precisaríamos encontrar o Numb VII desta era.

- Que provavelmente está sob posse de Polius. – Contou Kalel. – Por outro lado, não temos mais um traidor no time!

- Eu não estaria comemorando antes da hora se fosse vocês. - Comentou uma voz nova no meio da conversa.

O visor apontou para Nova York, no centro. Aquela voz fez

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Mensagem por Löwen Sáb 28 Dez 2013 - 2:47

Passei o que, 1 ano e meio sem entrar na pm frequentemente? Cara, tinha esquecido como essa e outras das suas fics são geniais <3 Parabéns, sério :3

sdds

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Mensagem por Hyurem Ter 31 Dez 2013 - 17:27

Mud, voltei \o/
Cara, antes de tudo quero pedir desculpas por não ter comentado a fic nesses últimos 4, quase 5 meses. Tava acontecendo umas coisas na minha vida pessoal que não me permitiam prestar muita atenção em muitas coisas, principalmente fazer um comentário razoável. Foi mal XD

Bem, devo te elogiar pelo seu trabalho e esforço nessa história. Lembro quando comecei a lê-la e o seu propósito era de apenas 7 capítulos. Agora ela já tem 28 e continua sendo extremamente boa, inclusive evoluiu. Sempre que começo a ler um capítulo não consigo parar, e nunca me senti entediado (o que é muita coisa pelo tamanho dos seus capítulos) e sempre há em que pensar sobre sua fic. Sempre mistérios, muitos mistérios, que frustram de vez em quando mas a tornam uma história única. Meus parabéns!

Não vou conseguir falar de cada capítulo que faltou individualmente, mas os combates em geral foram ótimos, me sinto vendo a luta enquanto te vejo narrando. Acho que não me surpreendi tanto assim com a revelação de que Polius é o pai do Zarcag, mesmo assim fiquei surpreso. Ignoto dominou e controlou o corpo do próprio neto para se vingar? LoL XD
Os X-Proportion formam um grupo de técnicas interessantes, embora pareçam muito apelativas. Mas acho que quem consegue chegar a tal nível deve mesmo ter alguma vantagem mesmo, e os mocinhos acabam vencendo de qualquer jeito Laughing 

Acho que é isso. De novo peço desculpas pela minha ausência, e peço que leve esse projeto até o fim como fez com Soli e Luna Smile
Bem, boa sorte e até mais!

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Mensagem por .Korudo Arty. Sex 10 Jan 2014 - 5:42

Mud! Primeiro, gostaria de falar que adorei seu avatar porque ele é azul, achei ele o melhor dentre todos esses aí <3

Quanto a Seven... bem, eu tenho que te contar uma coisa triste. É que eu lia esses últimos capítulos e simplesmente não prestava atenção ao que tava lendo, ficava me distraindo, divagando e quanto terminava a leitura não sabia o que ocorreu. Só fui perceber isso recentemente e estou morto de preguiça de reler os capítulos que me perdi KKKK' Entretanto, esse último capítulo eu li com toda atenção e ele até que me ajudou a situar-me. Ele tá ótimo, como sempre. A história é super legal. Inclusive, tava pensando dia desses de reunir os capítulos no Word, um após o outro e salvar, deve dá mais de cem páginas e seria tipo um livro, aí eu poderia reler mais calmamente. KKKKK'

Bem, falando agora desse capítulo em específico... eu gostaria de te perguntar o que tanto você tem com a palavra 'miasma'. Eu acho essa palavra tão estranha, mas todo capítulo da Seven que tem uma fumacinha tu fala da miasma KKKK' Devido a minha falta de atenção nos outros capítulos eu fiquei consideravelmente perdido nesse capítulo, inclusive, tô meio sem saber qual Star é qual e quem tá em qual lugar com quem. Mas deu pra entender o básico. Eu gostei do reencontro do Zarcag com o Steve, acho que estávamos precisando dessa lufada de esperança. Também fiquei muito surpreso com a revelação de que Zarcag é filho do Polius O.o Mas achei uma sacada interessante.

Então, Mud, eu não tenho muito o que dizer. A Seven continua sendo um primor de fanfic, os capítulos gigantescos me dão um pouco de preguiça, mas sua narração e escrita bem objetiva e sem grande enrolação facilita bastante. Você também consegue fazer com que a história não caia no tédio, que as cenas continuem sempre bem dinâmicas e atraentes. Espero o próximo capítulo que, sem dúvida, lerei com atenção novamente KKKK' Valeu.
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Mensagem por Kurosaki Mud Sex 10 Jan 2014 - 23:09

Olá pessoal da PM : ))
Hoje, trago mais um capítulo da Seven. É claro que quero comentar os comentários e fazer um anúncio importante: A Seven concorre ao PMA de melhor Outras Fics do ano com outras cinco 'o' OMG, corre negada, bora votar na Seven *--*
Aos coments, agradeço a todos eles, cada um me anima mais para concluir a seven :3 Low, sdds, se for você né, porque a mudança de Nicks na PM me cafunde a todo instante e.e Obrigado pelo elogio amigo, fico feliz que goste da fic. Hyu, que bom que voltou : D, Obrigado pelos elogios também, ainda bem que alguém notou essa ligação do avô controlando o neto na primeira temporada huahuauha. Quanto aos X-Proportion, eles são meios apelativos, mas não foi à toa que Polius escolheu esses generais né =p. Acho que você vai se surpreender com essa de os mocinhos sempre vencem, talvez ainda nos próximos dois caps, aguarde uahuaha. Arty <3 O que importa é a intenção, você leu de bom coração e boa vontade para me alegrar, fico contente por isso.  Acho que quando terminar a Seven, (falo dqp sobre isso), eu vou revisar e aprimorar os primeiros caps que estão mais pobres em relação às duas temporadas seguintes. Além disso, seria legal terem como um livro de recordação xD. Vou explicar rapidinho o que você não entendeu, vê se te ajuda: miasma é uma espécie de veneno fino, é o poder principal da Michelle, a general de Ametista. Nesse cap e nos próximos você ainda vai ler mais sobre isso, imagine apenas como uma névoa venenosa, importante para quem comanda esse elemento. Quanto quem está em cada lugar, acho que no cap 24 (senão me engano) eu postei onde todos eles estavam, quem iam enfrentar e o que poderia acontecer na fic, antes do capítulo. Espero que te ajude e deixa a preguiça de lado mininu : >

Pessoal, seguinte, venho anunciar que a Seven tem data para acabar (aleluia para alguns, e tristeza para outros). Será apenas em outubro, sim, vai demorar ainda u.u Se tudo der certo e eu postar um capítulo por mês como eu faço, acho que tudo dará certo. Meu cronograma de fic seguirá até o capítulo 38 (estamos no 29) e mais um epílogo, que nesse caso não planejei nada ainda.
E assim que ela acabar, lanço a minha nova fic, se eu conseguir me segurar de ansiedade até lá. Chamará Forecast, o estilo de escrita é igual ao de sempre, só muda a história toda @-@ E não será de Pokémon, de novo. Espero que me acompanhem nessa jornada literária, tanto na Seven quanto na Forecast. E que venha o PMA 2014 para a fic : 3´

O capítulo a seguir foi de longe um dos que menos gostei em termos de desenrolar da história. Eu mesmo senti que o que estava no meu cronograma ficou pesado para a fic, especialmente n segundo bloco na sala de espelhos, logo vocês lerão. Este capítulo deixará momentos de tensão no ar e histórias a serem desenroladas, especialmente a de Kalel. E no final, uma explicação que abrange todas as temporadas sobre a criação dos Numbs será feita, por isso, recomendo que se quiserem mais detalhes, releiam o capítulo II, o V e o XXIX, que contém pedaços importantes da história da Seven. Mas se tiverem preguiça, como eu, bolei uma linha do tempo que conclui este capítulo, só leiam ela quando eu recomendar na última parte, está em parênteses na fala do Velho Joe e.e

PS: Cap que vem é o trinta, a cada cinco cap, um Mixa Talk-Show, não se esqueçam ;3 O entrevistado da próxima vez será o Spike, mandem perguntas nos moldes das entrevistas anteriores para ele. Serão apenas mais dois MM-Talk Show, um depois do cap 30 em fevereiro e um em julho depois do cap 35. Vou cobrar vocês de mandarem questões hein u.u

XXIX
O comunicador explodiu no pulso de Mixa. Ela se assustou, porém, viu que a pane não era nociva. Mas ver Kiwa do futuro sofrendo e seus amigos em apuros não era muito animador.

Neeway do futuro se aproximou preocupado com o barulho provocado pela explosão. Tanto seu relógio quanto o de sua versão do passado tinham ficado com Mixa.

- Está tudo bem? - Indagou ele encarando-a. Seu olho de vidro ainda lhe deixava com um pouco de medo.

- Na verdade, não muito…

Quando encontraram Neeway do passado, disparando descargas elétricas no gerador da armadilha deles, ela contou para os dois o que tinha acabado de assistir.

Alguns fatos pareceram se sobressaírem para o homem mais velho. Especialmente os três modos de se retornar ao passado, a vinda de Hector para o lado dos rebeldes e a façanha de Spike do futuro ao reunir um grupo de bielementares secretos.

- Arithia era a traidora então. E todos desconfiavam de mim, não é mesmo? - Ironizou ele.

- Não fale assim. Eu não suspeitava de você. - Respondeu Mixa com melancolia.

- Nem eu. - Esforçou-se o outro Neeway ao responder. - Aliás, acho que falta pouco aqui.

O gerador ficou carregado em questão de segundos. A peça se interligava em um fio que cobria a neve ao redor do grande iglu. A base do Alasca tinha o formato idêntico da moradia dos esquimós, só que trinta vezes ampliada. A única entrada e saída ficava ao leste, com um portão de metal gigantesco, preso a um registro do tamanho de uma roda de trator.

Em volta do igluzão, cerca de sessenta soldados polianos montavam guarda. Pelos relatos dos outros, aquela era uma base bem protegida, algo que os outros talvez não enfrentassem. Merixa afirmara que Michelle usava fantasmas de miasma. Já Ballicus, explicara que o teatro dourado, a base ucraniana, tinha mais soldados do que o grande iglu. Outros, como Hector, preferiam viver sozinhos e isolados, sem o auxílio das tropas. Bobby Baloone era, aparentemente, medroso. O fato de a fortaleza ser bastante fortificada apenas confirmava as suposições.

O plano de Mixa e dos guardiões veio de Neeway do futuro. Encontraram um antigo depósito de ferramentas um pouco distante da base, conseguindo o que precisavam para montar a arapuca. O fio já rodeava a edificação, a uma segura distância dos guardas. O gerador tinha energia carregada para que cada um dos recrutas caísse por conta da alta voltagem. O problema apenas se concentrava em atrair os soldados para a engenhoca.

E essa era a parte de Mixa. Usaria seu elmo de invisibilidade, o seu N-Weapon, para subir no centro do iglu. De lá, invocaria uma onda gigante que cairia pela superfície lisa e pegaria os guardas de surpresa. Sendo levados pela correnteza, os dois Neeways se certificariam que o fio alcançasse a extensão da onda, que conduziria a eletricidade e eletrocutaria todos. Talvez algumas vidas fossem perdidas, mas eles não teriam opção.

- Só me preocupo com uma coisa. Eu não serei atingida pela descarga elétrica?

- Não. O fio só atingirá quem estiver em solo. Basta ficar lá em cima até que desligamos o gerador. - Explicou Neeway do futuro. - Acho que podemos agir.

Mixa se concentrou para que seu Numb VII virasse o seu N-Weapon.

- Wet Helm. Não uso isso desde que lutei contra Arithia na torre do arco-íris. - Ela comentou. Depois da ocasião, só vira o capacete quando aquilo virara a armadura que Mack usara contra Polius.

“Mack”. Ele quase perdera para Thor Vanille. Agora, devia estar desacordado no hospital rebelde. O coração de Mixa doía de angústia, só de estar longe dele. A do futuro podia ter escolhido Neeway, mas ela amava o ruivo bobinho.

Sabia que só poderia voltar ao acampamento rebelde depois de vencer o general de safira. Ajeitou o elmo na cabeça e logo percebeu que sua invisibilidade dera certo.

Iria deixar os pés em forma de água líquida, rasante. Aquilo não deixaria pegadas na neve para que os soldados percebessem.

Chegou ao campo de visão das tropas. Nenhum se movera. Quando se aproximou de um dos soldados, sentiu um raio rasante lilás percorrer suas costas.

- Uma intrusa. Ao seu lado recruta Warden! - Falaram dois outros inimigos.

- Onde? Não enxergo nada.

Mixa decidiu que seu disfarce não serviria para nada. Achou que seu elmo refletiria poderes de leitura de mente, mas estava enganada. Sabia que aqueles dois eram soldados do elemento psíquico. Disparou jatos de água cortantes nos dois, que caíram.

As dezenas de tropas do lado sul, onde ela estava, começaram a atirar para o local em que aparecera. Dois raios chegaram a acertar Mixa, que corria para a superfície lisa do iglu. Sua pele sangrava levemente de um lado por conta da rajada de folhas que recebera e parecia normal de onde viera o segundo raio. Por sorte, foi um ataque aquático.

Subiu a estrutura escorregadia com dificuldade. Cada tijolo parecia uma tortura impossível a ser realizada. Os dois lesados psíquicos pareciam se levantar e gritavam instruções a atiradores, especialmente de eletricidade e grama, que afetavam mais elementares de água.

Porém, Neeway do futuro decidiu agir. O ar em volta dos soldados pareceu sufocá-los, deixando-os desmaiar.

Quando Mixa alcançou o cume arredondado do iglu, disparou o pequeno tsunami em todas as partes.

A onda consumiu os soldados, confusos de um lado e desesperados por outro. Neeway do passado encostou ao longe o fio e a mágica aconteceu. O choque cobriu o chão em volta do iglu, acertando a tropa inteira como mosquitos numa raquete elétrica. Com uivos de agonia e dor, um por um pereceu. Mixa chorava de tristeza.

“Poderia ser o Mack. Ou Spike, Steve, Merixa, Leo, Heshy. Ou Alice.”, ela pensava. Mas não adiantava.

Quando o genocídio terminou, os dois Neeways apareceram e falaram para Mixa:

- Vamos entrar.

- Isso está errado! Mortes desnecessárias, eles não fizeram mal a ninguém. Só foram postos como guardas para não sofrerem a tortura de Polius.

- Mixa, não temos o poder de escolher nesta era. Se recusassem a serem guardas, morreriam. Se sobrevivessem após derrotarmos Bobby, PK os mataria também. É por isso que lutamos! Para que na era de vocês, esse futuro não aconteça e Polius deixe de existir!

As palavras de Neeway do futuro eram lógicas, mas nada superava os sentimentos dela.

- Eu sei… só estou perplexa pelo holocausto que fizemos. - Respondeu com uma voz chorosa.

- Se quiser ficar aqui fora, tudo bem. A gente não liga. - Afirmou Neeway do passado sutilmente.

- Obrigada, mas eu vou entrar. - Falou engolindo o choro. - Vocês não podem perder a vida. Precisamos vencer o general.

Mesmo com o gosto salgado de suas lágrimas na língua, Mixa deslizou pela parede escorregadia, como se estivesse em uma bolha de plástico de parque aquático.

Neeway do futuro se adiantou e rodou o gigante registro com dificuldade. A porta da escotilha abriu soltando uma névoa gelada e eles entraram.

Por dentro, tirando o fato de estar mais frio e escuro, o iglu parecia vazio.

- Essa não. Pode ser uma armadilha. Saiam! - Ordenou Neeway.

No mesmo instante, a porta de ferro se fechou com um baque surdo e tudo ficou na mais completa escuridão.

De repente, uma brisa mais gélida e devastadora assumiu o controle do interior do iglu. Parecia que alguém deixou o ar condicionado com graus negativos por dez anos dentro de um frigobar.

Mixa e Neeway do passado começaram a tremer na hora.

- Q-que frio! V-vou ter u-uma hipotermia em b-breve. - Balbuciou a menina chacoalhando as mãos.

Ao contrário dos adolescentes, Neeway do futuro parecia intacto.

- É uma mistura interessante. Criar uma friagem que impede o combatente de lutar. - Comentou para si mesmo. - Pena que o golpe não funciona em elementares de ar.

O guardião futurista fez um movimento com as mãos, como se estivesse empurrando alguma coisa invisível. Depois, uma rajada mais calorosa e aconchegante cobriu a dupla de aliados.

- O que você fez? - Indagou Mixa coçando um nariz prestes a espirrar.

Neeway do futuro olhou de relance para ela com seu olho de vidro.

- Desviei a corrente aérea. Aposto que esse medroso quis evitar um combate corpo a corpo, matando os inimigos à distância. Seria uma lástima eu ser mais forte e corajoso que ele, não é mesmo?

Um relâmpago sucumbiu na parede mais afastada nos recônditos pontos do iglu. Uma silhueta explodiu em pedaços, fazendo um barulho grave.

- O que era aquilo? - Indagou Neeway do passado.

- Um balão, eu acho. Ele não está aqui. Brincou com a gente esse tempo todo. Melhor sairmos e explodir o iglu.

Antes que eles pudessem dar mais um passo, uma rachadura trincou nos pés do trio. E mais uma, onde o balão estourara, surgiu. Várias fissuras apareceram e se uniram.

Logo, o chão de gelo se quebrou. Mixa deslizou para a direita e se segurou na borda. O guardião do passado quase caiu, mas segurou-se firme com seu Equip XX, o fone de ouvido, que estava preso numa lasca das beiradas. Já Neeway do futuro, apenas levitou com leveza.

Embaixo de tudo, o general de safira estava sentado numa superfície redonda de gelo e um piso de estalagmites o cobria. Só dava para se apoiar nas bordas com dificuldade, sem que caíssem nas pontas congeladas que perfurariam seus corpos. Além das beiradas, o centro onde pendia Bobby era a única chance de escaparem da morte.

- Tudo ao seu favor, pelo visto. - Falou Neeway do futuro, que flutuava do lado norte do iglu, inda a uma pequena beirada. - Tentou nos matar com a brisa. Viu que somos resistentes a ela e partiu para as estalagmites no chão, num golpe surpresa. Como escapamos, só lhe resta o combate corpo a corpo. Como tudo aqui dentro é de gelo, inclusive o chão em que pisamos, o menor escorregão resulta em nosso fim.

- Exatamente, meu caro.

Bobby parecia um lutador de sumô com vestes azuis e brancas dentro de um tatame. O único rabo de cavalo trançado em sua cabeça careca e os óculos escuros pequenos lhe fazia parecer um musicista cego. Segurava uma flauta azulada com uma linda safira encravada. Aquela era a pedra que precisavam.

- Quem será meu primeiro oponente, ou melhor, aquele que melhor receberá a morte digna que merece?

Nem precisaram se manifestar. O trio atacou em conjunto com golpes à distância.

- Shock Shot!

- Water Whip!

- Aerial Vórtex!

O impacto dos três golpes quase chegou a Baloone, que tocou sua flauta com doçura. Uma camada de gelo brotou da superfície redonda e serviu de escudo. Nenhum dos golpes a ultrapassou.

- Comigo, o combate é corpo a corpo. Provarei que não sou medroso, Sr. Sparkling.

O trio de bonzinhos se entreolhou preocupado.

- Mas se quiserem, posso usar golpes distantes também.

A flauta ecoou novamente e aconteceu o que eles mais temiam.

O chão das beiradas se despedaçou.

Neeway do futuro levitou com seus poderes de ar. O do passado usou seus fones de ouvido do Equip XX para se pendurar na versão futurista. Mas Mixa nada tinha, além de um poder de água e um elmo de invisibilidade.

Seu corpo caiu rumo ao abismo de pontas de gelo, que cintilavam azuis para virarem rubras.

~//~

Heshy estava completamente zonzo. Cambaleava confuso por onde quer que pisasse. Seus olhos pareciam enganá-lo a qualquer custo.

Do que se lembrava? Ao chegarem à Irlanda, o miasma vermelho criava ilusões aos olhos das pessoas. Ele e sua versão do futuro ficaram imunes por conta do elemento água purificar a névoa, entretanto, Merixa fora pega. Agora, estava infectada por um veneno mortífero por tocar em um fantasma da neblina escarlate.

Heshy do futuro estancara a passagem de toxinas na corrente sanguínea, congelando o braço da menina. A general de ametista aparecera e propôs um desafio. Um entrava num desafio para conseguir o antídoto de Merixa. O outro lutava com ela.

Agora, parado sobre o centro do cômodo, raciocinava. Os espelhos da sala em que se localizava formavam ilusões por todos os cantos. A névoa que cobria tudo era rosa choque, o que causava um efeito psicodélico em quem avistasse o reflexo.

“Reflexo”. A coisa mais estranha naquele momento era isso. Os espelhos não refletiam a imagem de Heshy direito, pois a sala se enchia de fumaça tóxica.

O rapaz precisou molhar o lugar para descobrir como andar sem topar de cara com o vidro. As gotas pingaram pelas vidraças e evaporaram rapidamente. Parecia um cubículo sem saída. Oito espelhos formavam o local, sendo seis paredes, um chão e um teto.

Tentou socar todos eles, sem sucesso. Deviam ser feito de diamantes, impossíveis de se quebrar. Então, qual era o desafio daquela vez?

Depois de muito procurar, enfim notou o que acontecia. O teto onde escorriam gotículas abafadas tinha uma mensagem no vapor embaçado.

“Para sair da sala de espelhos, basta servir o fluxo”.

“O fluxo”. O que poderia ser isso? A sala tinha espelhos, veneno e... Ele! Só pensou em duas possibilidades: o miasma e a água.

O fluxo de veneno não saía do lugar, batendo e voltando em todas as direções. Restou a outra opção: inundar a sala. Em cinco minutos, metade do cubículo ficou alagado. A água pairou, sem se movimentar para saída alguma.

Heshy já estava ficando bravo. Que raios de fluxo era aquele? Onde estava a saída?

Socou a parede mais próxima com força, sem ver o reflexo. Mais uma vez. Três, quatro, dez vezes, por conta da raiva. Merixa morrendo do lado de fora e ele não conseguia resolver um enigma inútil! A sua mão direita já sangrava e as gotas vermelhas caíram no chão aquoso.

Logo, a água ficou vermelha e um pouco do veneno em sua volta sumiu.

- Sangue… - Ele falou tardiamente. - O fluxo de sangue. Essas gotas foram minúsculas para formar uma corrente. Se eu juntar mais quantidade disso...

A resposta veio instantaneamente. Para sair da sala, deveria oferecer seu sangue. Até o miasma sumir.

O problema é que seus ataques de água não eram dolosos o suficiente para lhe causarem feridas que poderiam ser curadas mais para frente. Portanto, precisaria se chocar mais vezes contra a parede.

“Preciso salvar Merixa”, afirmava para si mesmo irritado. Raspou um cotovelo. “Minha versão do futuro tem razão, eu a amo!” Socou. Chutou. Trombou. Deu uma cabeçada. Sentia o líquido vermelho cair de si e fluir pelo alagamento, de diferentes partes. Doía cada vez mais. Não tanto quanto seu coração apertado e o desejo de salvar a parceira. Logo, a fumaça tóxica evaporou, até desaparecer por completo.

Arfando, Heshy viu a sala se quebrar com estilhaços e ele aparecer ao lado de Merixa. Ao fundo, clarões turquesa, ciano, rosa e amarelo se mesclavam, um espetáculo de luzes da morte, resultado do confronto de sua versão do futuro com Michelle.

- Merixa. - Falou ele fraco. A menina tinha uma palidez clara no rosto, enquanto o resto do corpo se enchia de veneno. O gelo do braço derretia cada vez mais, não servindo mais para tampar a corrente tóxica.

Heshy apenas viu um frasco verde cair de onde ficara o cubículo. Seria outro veneno ou o antídoto? Se não testasse, de qualquer jeito, ela já estaria morta.

Com muita dificuldade e dor, fez a menina bebericar o líquido esmeralda. Quando largou o vidrinho para o lado, desabou inerte no chão. A mistura de dor e alívio se estampava em seu rosto.

~//~

Chegar ao Outback não fora uma tarefa simples. A geografia do mundo atual podia ser caótica, com a Irlanda repleta de fantasmas venenosos, Nova York apocalítica e Johannesburgo desértica.

Mas não era maluca na Austrália. O deserto já era por si só um desafio e tanto, antes mesmo de virar uma base poliana. Cactos como arames farpados. Sol escaldante na cabeça. Tempestades de areia constantes. “Ótimo lugar para passar um primeiro encontro.”

Kalel e Cris estavam de mãos dadas em frente ao platô Uluru. A pedra gigante castanha continuara a mesma por fora. E por dentro, parecia oca. Mais atrás, ouviam tropas se enfrentando. A situação parecia estar empatada.

- Acho bom tomarmos cuidado para entrar. - Aconselhou Cris ao ver o novo namorado tentar escalar a montanha.

- Confie em mim, vamos tentar subir. - Ele estendeu a palma de sua mão e fez a moça se levantar.

Com dificuldade, escalaram o platô até o topo. No primeiro passo em falso, porém, o chão cedeu. Abraçados, os dois despencaram montanha adentro. Muita poeira e terra seca cobriu a cabeça de ambos, que deviam ter algumas pequenas fraturas por todo o corpo.

- Você está bem? - Indagou ele preocupado.

- Acho que sim. - Falou Cris assustada, dando uma leve tossida por conta do pó. Suas mãos perceberam rapidamente que o chão era liso e escorregadio, como se abrigasse um shopping ou algo do gênero. Mesmo assim, priorizou a saúde do namorado antes de descobrir o que tinha dentro do Uluru. - E você?

- Melhor impossível. Ainda mais do seu lado. - Brincou Kalel.

De repente, luzes azuis brotaram do chão em uma sequência segmentada, revelando uma passarela iluminada que serpenteava por dentro das rochas de barro terracota. Assemelhava-se a uma pista de voos. E na ponta do caminho, um homem de cabelos loiros e ralos, piercing no nariz e expressão séria, os aguardava.

- Bem-vindos, minha família. Esperei muito tempo por este momento. - Falou a voz grave de Kihar Moonblank.

Kalel se levantou, já colocando as mãos em posição de combate. Pequenas ondas psíquicas se formavam em suas palmas.

- É melhor se preparar para apanhar, irmão! Não deixarei que faça mal a mais ninguém no planeta.

Os olhos negros e profundos de Kihar piscaram para baixo, esperando esta atitude.

- Você entendeu errado Kalel. Eu esperei este momento para fugirmos. Venha comigo para a Lua!

O casal de rebeldes deu um passo para trás, confusos. O que o general queria dizer? Lua? Seria possível?

- Você nunca me receberá de volta! Você matou todos os nossos parentes e vizinhos. A vila Noom-ha foi desolada por seus ideais! Você é um traidor da nossa família, seu verme! - Berrou Kalel irritado, lançando uma lâmina lilás de fragmentos psíquicos.

- Para variar, você entendeu errado! - Respondeu Kihar no mesmo tom de voz. Desviou da onda com um rolamento pela pista de decolagem, ficando de pé logo em seguida. - Irei explicar o que na verdade aconteceu na noite em que você sumiu! Basta ler os meus pensamentos!

O homem estendeu os braços em sinal de redenção. Kalel sabia que, se lesse a mente do irmão, saberia se ele dizia a verdade ou não. Eis uma vantagem de ser elementar psíquico.

Segurou na mão de Cris com mais força. Se fosse ler a mente dele, iria junto dela. Aproximou-se com cuidado e esvaziou a mente de outros problemas.

E logo, se sentiu assistindo a um filme da vida dos Moonblank.

A floresta escura formava uma clareira ao redor deles. Sapos coaxavam frequentemente e insetos zumbiam agitados. O contraste natural de uma vila africana. A Lua refletia seus raios de luz na vila de choupanas tenras de sapê e adubo. A palha caía com o vento e a terra batida rodeava seus pés. Pedras disformes e tocos compunham o cenário nas imediações.

Uma figura de quimono se aproximou calma e quieta como um ninja matador. Usava um coque preso por hashi e um batom vermelho sangrento que se sobressaía da pele alva.

- Por favor, vim atrás de Konoa Moonblank, o líder da aldeia. - Falou a doce voz da oriental ao léu. - Meu nome é Arithia Sensu.

Kihar saiu da primeira moradia, cansado e com os olhos inchados. Era bem mais jovem, devia ter uns vinte anos. No lugar do piercing, tinha um pedaço de osso no nariz e outro na orelha. Trajava vestes mais leves, feitas com penas coloridas e presas.

- Isso não será possível moça. Ele faleceu ontem a noite, vítima de hanseníase. - Respondeu sério, segurando o choro.

Atrás dele, um menino menor, com dreads, saiu preocupado da choupana. Era Kalel Moonblank, com dezoito anos.

- O que foi irmão? O que ela quer saber sobre o nosso pai?

Arithia pareceu surpresa, dando um leve sorriso no canto do rosto.

- Ora, vejam só. Então vocês são filhos de Konoa. Esta informação iria me passar despercebida. - Sussurrou ela com a mesma tranquilidade assustadora.

Kihar virou-se com um olhar de reprovação nos olhos. Um instantâneo: “Você estragou tudo”.

- Seu pai já recebeu duas chamadas de meu superior, o senhor Kraft. Houve relatos de que, após matar uma ave rara desta região, ele conseguiu se comunicar com plantas e até mesmo voar. Seria verdade?

- Perdoe-me, mas isto não é da sua conta, Sra. Sensu. - Advertiu Kihar.

- Ah, é sim. Kraft está em busca de detentores de poderes distintos como o seu pai. Ele irá construir um novo mundo. Todas as aldeias serão bem-vindas nele. Os mais fortes, reinarão. Já pensaram nesta possibilidade.

Kihar fez seu irmão recuar ainda mais. Ele parecia fraquejar diante da estranha.

- Não queremos saber de mais nada Sra. Sensu. O assunto se dá por encerrado a partir de agora. Boa noi…

Kihar caiu no chão, batendo a cabeça no solo de barro. Na época, Kalel não entendia, mas agora sabia o porquê. Arithia era uma elementar de ar. Tirara a corrente de respiração do irmão mais velho e prendera o garoto menor numa espécie de esfera de ar. Kalel passara dois anos de sua vida preso num cativeiro, onde recebera doses cavalares de uma substância roxa e torturas inimagináveis. Tudo, até ele aprender a controlar a grama. Fez sua cela brotar carvalhos e flores coloridas. Ficara feliz de aprender algo que seria útil para escapar de lá. Queria rever a família, achou que o fato de herdar os dons sobrenaturais de seu pai fosse suficiente. Mas se enganou e continuou encarcerado.

Tentando aperfeiçoar ainda mais os poderes, desenvolveu outra habilidade. A leitura de mentes. Logo, descobriu-se seu talento bielementar. Polius Kraft pareceu se interessar pelo rapaz e o convidou por meio de mensagens formais para ser um de seus generais. Em resposta, o garoto recusou e acabou com a segurança da prisão Fugiu do lugar.

Demorou mais um ano para conseguir chegar à sua vila, junto de tropas rebeldes. Quando enfim aparecera, tinha sido tarde demais. Tudo estava em cinzas. Descobrira anos depois que seu irmão tinha passado para o lado do mal. Boatos da comunicação rebelde revelaram que ele repensou na proposta de Arithia e também desenvolveu poderes bielementares. Aceitou o convite de ser o general de obsidiana e destruiu a vila inteira, sem deixar um ser vivo sequer. Fora a gota d’água para Kalel, que decidiu melhorar seus poderes para confrontar um dia seu irmão. E enfim, estava de frente para ele.

Mas aquilo fora a visão que o mais novo tinha. O mais velho, depois de se levantar perante o golpe de Arithia, procurou desesperado o irmão mais novo. Ojika Moonblank, a anciã da família, explicou que ele fora sequestrado.

- Não! Primeiro perdemos nosso pai e líder, e agora Kalel! Como iremos viver? Estão prestes a matar os mais fracos, vovó!

A anciã pareceu concordar com o rapaz.

- Só nos resta uma alternativa. Fugir.

Os anos que se passaram foram de muito trabalho e desenvolvimento tecnológico para a vila. Como Noom-ha tinha sido fundada por astrônomos, sabiam exatamente como construir naves espaciais que conseguiam suportar a atmosfera lunar e se estagnarem como casas anti-gravitacionais. Apenas precisavam do material de construção.

O dia da partida seria no final de dezembro de 2026. Na virada do ano. Enquanto os aldeões se organizavam para construir as espaçonaves, Kihar ficou responsável para trazer o irmão de volta.

Descobriu onde ele estava, mas não tinha como retirá-lo do cativeiro. O plano foi ter de se entregar e virar voluntário no lugar do irmão. Foi submetido à mesma tortura de Kalel. Aprendeu dois elementos: terra e luta. Aceitou ser o general de obsidiana.

Coincidentemente, obsidiana era a pedra de meteoros e superfícies espaciais. Ele só fingia ser general poliano para resgatar Kalel e fugir para a Lua, junto de sua família.

Quando chegara dezembro de 2026, ouviu boatos de naves saindo da atmosfera terrestre rumo ao espaço. Aquilo o animou. Se construísse mais uma nave, poderia levar o irmão ao satélite natural da Terra e a aldeia não enfrentaria a ditadura poliana.

Esperou pacientemente até aquele dia. Tinha construído a última das naves. A base secreta do Outback. A pista de decolagem para a nave. Tudo daria certo.

E Kalel e Cris saíram dos pensamentos de Kihar, que já falava com a voz animada:

- Está vendo irmão? Estamos salvos deste mundo perdido! Só precisamos entrar em Moonia-32, a minha nave!

Kalel deixou algumas lágrimas escapar, de alívio e felicidade. Correu abraçou o irmão. Cris ainda ficou parada no fundo do platô, sem reagir.

- Vamos! Graças a você, veremos nossa família novamente! Desculpe por causar tantos problemas! Só que… - Ele pareceu fraquejar ao notar que sua nova namorada não se mexera. - Eu quero levar Cris comigo.

- É claro! Não tem problema ficarmos com uma pessoa a mais. Ela será bem-vinda.

Cris pela primeira vez levantou a cabeça com uma expressão séria e sensata que Kalel nunca vira em seu rosto.

- Ele está mentindo.

O rapaz ficou perplexo com a afirmação da moça.

- O que…

- Você sabe como entrei para a aliança dos rebeldes, Kalel? Eu fui vistoriar uma chacina encontrada no oceano antártico, em janeiro de 2026, assim que desenvolvi o elemento da água. Havia destroços de naves espaciais e corpos carbonizados impossíveis de serem identificados. Os modelos das naves se chamavam Moonia, numeradas de 1 a 31.

O garoto tremia de medo, sem saber em quem acreditar. Se o que Cris dissera fosse verdade, Kihar mentia e sua família... morrera.

- Não acredite nela meu irmão. Temos a chance de escapar para a Lua. Você irá rever todos os seus amigos e…

- Amigos? - Falou a loira do outro lado com tom de descaso. - Faça-me o favor! Kalel, ele está te enganando, seus verdadeiros amigos estão lutando e morrendo para que tenhamos um futuro melhor. Não há como fugir dessa guerra e deixar para trás um mundo onde Polius reinará! O que vai acontecer com Kiwa, o capitão N, ou as crianças, se abandonarmos nossa missão?

O homem trocava olhares com as duas pessoas que mais amou em toda sua vida, depois de seu pai. Por que era tudo tão complicado?

- Eu... não sei.

- Mas eu sei Kalel. Eu te amei por essas últimas horas como nunca fiz antes em toda a minha vida. - Arfou ela emotiva, segurando o choro a cada palavra. - Só que agora tomei uma decisão. Kihar, se quer mesmo fugir, me entregue a pepita de Obsidiana.

O general fitou a moça com uma cara de desgosto, diferente do sorriso que dera ao encontrá-los.

- Não sei onde está a pedra.

- É claro que sabe! Você é o general de Polius, ele lhe entregou o fragmento! - Disse Cris veemente. - Kalel, basta ler os pensamentos dele e ver se mente ou não! É impossível não saber onde a pedra está!

- Já fiz isso. - Respondeu o rapaz. - Não havia sinais de mentira…

- Viu só? Quem mente é ela, irmão! Já tentou ler a mente de sua namorada?

Kalel olhou para Cris com dúvida e ressentimento.

- Você não precisa de motivos para saber se estou mentindo ou não. - Afirmou com lágrimas mornas nos olhos, que caíam em sua blusa. - Meus sentimentos são sinceros em relação a você. O fato de ele dizer a verdade não significa que o plano de viagem para a lua funcionou. Aposto que ele também não sabia…

- Já chega! Devemos partir agora, decida-se Kalel!

- Eu concordo. - Respondeu Cris ríspida. - Ou eu, ou ele!

Kalel olhou freneticamente para os dois lados. Não queria estar naquela situação. Tinha receio das decisões que tomaria.

- Meu coração diz… que um guerreiro não foge da luta. Se quero que minha vila volte da lua sã e salva, eu devo seguir os rebeldes. - Ele falou com um pesar no coração.

E naquele instante, uma rocha surgiu no final da pista de decolagem e fez Cris ser esmagada com a parede do platô, da forma mais inesperada possível.

~//~

O capitão N fez uma nota mental. “Jamais fique preso em uma jaula de labaredas azuis com sua ex-amante”.

Aquela prisão improvisada dentro do vulcão era perfeita para acabar com qualquer oponente. Raysa se locomovia muito rápido na atmosfera aquosa em que estavam, parecendo um tubarão brincando com a comida. O calor exacerbado deixava quem entrasse sufocado. Além disso, o lugar era alucinante, toda vez Nigel via duas generais ou metade dela.

- Viu só Nini? Nem mesmo seus outros três super golpes vencerão meu X-Proportion!

Raysa avançou como um lobo prestes a morder um carneiro, preparando um golpe mortífero em seu confidente.

- Flash Attack! - Disparou ela com o braço em chamas.

- Aerial Blender! - Gritou bravamente o Number.

Assim que Nigel planejou o ataque, a invencível prisão de labaredas, onde apenas um sairia vivo, recebeu cortes superficiais feitos por uma lâmina invisível. E não só o cubo, as paredes do vulcão se racharam como uma tesoura cortando uma maquete de feira de ciências.

- O que você fez? - Indagou a general irritada. A atmosfera aquosa começou a dissipar e o braço dela não pegava mais fogo.

- Meu terceiro golpe mais forte é um liquidificador invisível que corta qualquer superfície não-viva com a ajuda do ar. Quem disse que os meus ventos não apagam suas chamas, Rayray? - Ironizou ele.

A ruiva começou a se descabelar por inteira. Aquele tinha sido seu ataque mais forte. Como poderia derrotar o capitão N, se ele era muito mais poderoso?

Desabou de joelhos no chão, em sinal de redenção. Em sua volta, as lâminas do ataque aéreo pareceram preparar uma erupção no vulcão, que tremia com força, preste a soltar magma. Fumaça saía do chão de uma arena que ficaria inóspita. O Number VI se aproximou e apenas disse:

- Sabe Raysa, acho que antes desta luta, os meus momentos mais divertidos foram ao seu lado. Eu ainda amo Kiwa, mas o seu jeito sensual e as brincadeiras que você faz… mostram um lado que sempre quis conter. Nem tudo acabou para a gente. Por isso… - O capitão se abaixou e agarrou a mulher no colo. - Eu quero te propor uma trégua. Não sei que tipo de acordo você fez com Kraft, mas não ligo de voar pelos céus te carregando sem compromisso.

Raysa arregalou os olhos surpresa por estar sendo levada para fora do vulcão. Flutuar nos braços de uma pessoa que ela sempre amou era inimaginável.

- Eu trabalhei para Kraft para que você voltasse para mim, Nini. - Respondeu ela com o rosto corado. - Mas sei que seus sentimentos por Kiwa são maiores. Acho que sempre soube e quis que não fosse verdade. Não ia te matar. Apenas ia te fazer meu escravo para fetiches.

Nigel soltou uma risada imaginando a cena.

- Esquece isso, tá bom? Você seria bem mais forte na aliança rebelde. Aliás, seu irmão seria outro bem-vindo.

- Não vejo Thor há anos. - Falou, ajeitando a cabeça de lado enquanto via o vulcão exalar fumaça. - Ele é diferente de mim. Enquanto fiz maldades pelo amor, Thor realmente idolatra a ditadura de Polius. Acha que tudo é um jogo, que dominar o mundo lhe trará riquezas jamais vistas antes. A base da Ucrânia é uma prova disso.

Os dois sobrevoaram uma ilha que parecia intacta ao mundo poliano, com árvores e pássaros visíveis.

- Eu não trocaria dinheiro nenhum do mundo por esse som. - Nigel respondeu ouvindo o cantarolar das aves abaixo.

- Você acha que os rebeldes vão me aceitar? - Indagou a ruiva.

- É claro que sim. E se recusarem, eu mesmo cuidarei disso.  - Ele apanhou a fibra ótica dele e perguntou em seguida: - Vamos para Nova York, general de Rubi?

- Ao seu dispor, capitão N.

Os dois podiam não se amar de verdade, Sabiam que o jogo deles era fugir da rotina, rir e se divertir por poucas horas. Raysa só exagerara um pouco na dose ao se aliar ao lado ditador. Por isso, ambos tinham conhecimento de que Polius Kraft pode até acabar com as selvas, os desertos, as geleiras e os pântanos. Mas não seria forte o suficiente para destruir uma amizade colorida como a deles.

O flash azul indicou o fim da saga em Java, com outro general se alistando aos rebeldes. Quatro já tinham ido, faltavam apenas seis.

~//~

Joe, Counie e Ohlie saíram da loja de roupas em direção ao cybercafé Sheep Dream. Trajando roupas velhas e comuns para não chamar a atenção de qualquer câmera que os tivesse flagrado na FP, os três entraram no café com wi-fi para discutirem o próximo passo sobre ajudar os amigos do futuro.

Marcus pediu dois cappuccinos e um frappuccino de morango para a mesa deles. Ao fundo, um televisor com um repórter mostrava a imagem dos possíveis jovens que faziam parte do grupo terrorista de “mágicos”, responsáveis por fenômenos bizarros no ano anterior no Central Park, na Estátua da Liberdade e no World Trade Center. O mais atual golpe aconteceu no planetário e nas ruas de Nova York, onde uma teia de calor e eletricidade consumiu lojas. Suspeitavam que Velho Joe hipnotizasse as crianças para serem seus servos adolescentes de terrorismo.

- Quanta besteira. Minha pobre Frozen Pig coberta por estes ratos do jornalismo sensacionalista. - Praguejou ele. Tinham se sentado à mesa mais ao canto, com almofadas vinhas e um sofá carmim. O som era abafado e ninguém escutaria a eles tão facilmente. Counie passara na república dos Numbers e guardiões para apanhar um laptop e um tablet, que seriam de grande ajuda naquele instante.

- Não consigo ficar sentado comendo e bebendo um brunch enquanto não recebemos notícias dos outros. - Reclamou Marcus Ohlie virando o copo de café na boca. - Por que não vamos atrás dos generais nessa era, ou de Polius Kraft?

- Eu já respondi essa questão outra vez, Ohlie. - Afirmou Joe com uma expressão carrancuda enquanto cruzava os braços. - Se mexemos nesta era, o futuro pode dar até imortalidade aos polianos! Além disso, muitos generais podem estar sendo ameaçados ou inclusive controlados por PK. De que adianta matar o garoto Vanille dessa era se ele é inocente?

- Mas, Sr. Joe. - Chamou Counie tirando a bebida de morango dos beiços sujos de chantilly. - Sempre quis entender como desenvolvemos nossos poderes elementares. Por que as outras pessoas não têm essa capacidade?

Joe bebericou o café e falou:

- Em meus estudos na Europa, na época em que era cientista, descobri que uma combinação de átomos e mecanismos podiam virar receptores de poderes. Só que para desenvolver estes elementos, os objetos precisam ter um fragmento de alma pura e dada de bom grado. Sendo assim, quem utiliza os objetos, ganha a capacidade de controlar o elemento que tem mais aptidão. Fiz os sete Numbs pensando nos chakras humanos e os dividi em condução de eletricidade que percorre o atrito dos corpos, combate físico de luta, habilidades mentais psíquicas, incineração do calor humano, germinação de plantas que abastecem um ser, correntes de respiração aéreas do sistema vital e o fluxo da água essencial os homens. Os três elementos que vocês viram no futuro são novos até para mim.

Uma pausa aconteceu e ele prosseguiu:

- O pai de Polius, Ignoto, era meu assistente, como vocês bem sabem. Tinha noção dos meus planos e sabia como converter aquilo para o mal da humanidade, em ganância e soberba. Virou a alma que encarnou no Numb psíquico durante um acidente no laboratório. Já Polius, sempre visitava seu pai e eu nas pesquisas, quando voltava da escola. Quando cresceu e descobriu a verdade dos Numbs e da morte de seu pai, planejou se vingar de mim. Ouvi boatos que antes do projeto da torre arco-íris, ele precisava descobrir outra maneira de armazenar elementos nas pessoas, desenvolvendo o plano de seu pai. E conseguiu.

Counie fez um barulho de vazio no copo de frappuccino e Joe continuou:

- O maluco tinha uma mente bipolar, como vocês bem lembram. Ao mesmo tempo em que era um homem sério e brincalhão com a mulher e o filho, sofria de esquizofrenia e deixava seu temperamento científico maléfico tomar conta. Ele descobriu como funcionava o projeto dos Numbs e pegou objetos de sua casa para fazer o teste. Eram coisas simples, vocês inclusive seguram duas delas agora.

Counie e Ohlie entenderam o que ele queria dizer. Os Equip XX deles, a pá e a marreta, mesmo escondidos sobre as roupas, seriam perfeitos para atingirem os alvos nas horas necessárias, focalizando poder.

- Mas ele não precisou de uma vida cedida de bom grado? - Perguntou Marcus curioso.

- Quase isso. Aí é que está a diferença. No projeto dele, um simples sacrifício seria o suficiente para dar início ao seu exército. Ele matou a mulher dele. O filho conseguiu escapar, pelo jeito. Desde o projeto dos Numbs até o aperfeiçoamento do plano para usar mortes de qualquer natureza, consigo contabilizar 26 anos. Puxa, o tempo passa bem rápido né? (Sugiro que leiam antes da continuação, a linha do tempo no final do capítulo para entenderem melhor essa parte =p).

Os dois adolescentes deram uma pequena risada.

- E Polius conseguiu controlar nossas mentes na torre. - Lembrou Ohlie. - Por isso, fomos cobaias perfeitas para os testes.

- Sim. Ele reuniu os Numbers para ver quem se saía melhor: suas criações ou as minhas. Só que ele se dissipou com a luta contra Mack. Assim como seu pai, deve estar apenas em formato de aura, reconstituindo um corpo para sobreviver ao tempo atual e comandar no futuro.

Counie pareceu ter um baque ao ouvir aquilo.

- Espera, se ele está sem corpo agora, quem garante que ele tem um no futuro?

- Mesmo se não tiver, consegue comandar pessoas fortes naquela era. Ainda é perigoso. - Constatou Joe. - Mas o que me intriga é que nem os novos generais e muito menos qualquer pessoa que agora consegue controlar o elemento parece ter matado alguém para usar os poderes. Foi como se desenvolvessem os poderes a partir do nada.

- E eles nem têm recipientes como os Numbs e os Equip XX. - Recordou Marcus Ohlie.

- Pois é… só se Polius estivesse trabalhando nisso! Um novo método onde qualquer pessoa tivesse a capacidade de desenvolver elementos, sem a ajuda de recipientes! Podemos fazer alguma coisa ainda, garotos. Acho que devemos visitar a casa dos Kraft.

- Até que enfim um pouco de ação! - Comemorou o valentão esticando os braços. - Se acharmos a causa dos novos poderes, podemos tentar avisar ao pessoal do futuro.

Os dois concordaram. Não iriam destruir nada que vissem, mas uma ajuda aos amigos em 2029 seria muito útil. Logo, pagaram rapidamente enquanto Counie procurava no notebook as manchetes de um assassinato em 1999, no qual Joe se recordava ser o que Polius matara a esposa. Ao achar, logo localizaram a antiga residência dos Kraft e correram para o norte de NY, deixando para trás o tédio que lhes acercava.

Continua...


Caro leitor, uma linha do tempo para ajudar você:

·         1984 - Ignoto Kraft e Joe Freedow iniciam o projeto para criar poderes sobrenaturais às pessoas necessitadas. Joe tinha sua família morando nos EUA e Kraft era divorciado. Seu filho Polius estudava na Croácia, onde eles moravam, e passava as férias na Pensilvânia com a mãe.

·         1985 - Tuani Freedow, mulher de Joe, morava na casa da filha Alexandra Freedow, até sofrer um AVC. Joe pediu para ela passar os últimos dias de sua vida ao seu lado, na Croácia. Ela se mudou para lá e ajudou a montar os Numbs.

·         1986 - A dupla de cientistas descobre que só falta uma vida cedida de bom grado para desenvolver o projeto dos Numbs. Tuani sofre o segundo AVC em junho e pede para ser a cobaia. Joe recusa e Kraft aceita. Tuani falece em setembro, cedendo sua boa vontade aos Numbs. Kraft decide trair Joe e o ataca, para que possa usar Tuani e consiga criar um exército maléfico de Numbs. Joe ejeta os projéteis até a casa de sua filha. A explosão mata Ignoto, que vira uma parte do Numb III. Joe foge para os EUA.

·         1989 - Polius descobre os antigos planos dos Numbs e um diário de Ignoto. Descobre que Joe é responsável pela morte do pai.

·         1991 - Sem sucesso ao encontrar os Numbs, já que não caíram na casa de sua filha, Joe funda a sorveteria Frozen Pig, como um trabalho próprio, com o resto do dinheiro de suas pesquisas.

·         1994 - Até este ano não há sinais de onde foram parar os sete Numbs. Polius se casa com Amélia Shaunter.

·         1996 - Zarcag, filho do casal Kraft, nasce.

·         1999 - Polius desenvolve o trabalho do pai e consegue colocar em prática a criação de recipientes elementares sem uma morte que seja de bom grado, podendo ser feita por qualquer assassinato. Amélia vê o marido louco e foge. Coloca Zarcag num leito e o abandona. Amélia Shaunter morre de assassinato pelo marido. Zarcag é acolhido pelo orfanato Santa Clara.

·         2000 - Polius desenvolve o projeto de micro chips com diamantes e conclui os Equip XX. O próximo passo seria planejar a torre.

·         2003 - Zarcag foge do orfanato e vive como um garoto de rua.

·         2007 - Fevereiro- O primeiro Numb, III, é encontrado por Zarcag numa lixeira soterrada de Nova York, no extremo noroeste. Ignoto domina a mente do garoto quando ele toca no Numb.

·         2007 - Maio - O segundo Numb, I, é encontrado em um galpão abandonado em Washington, por um ladrão de gangues, Spike Thunker. Os roubos dele se aprimoram e ele fica conhecido como “O Amphere”.

·         2007 - Agosto - Zarcag/Ignoto, com seus poderes desenvolvidos, assassina Takero Freedow e Alexandra Freedow em sua casa, procurando os Numbs restantes. O filho de dez anos deles, Nigel, observa tudo escondido, segurando o choro para não ser percebido. Nigel segue o assassino sem que ele perceba até o centro de Washington, o próximo passo do rapaz, onde há boatos de um Number agindo.

·         2007 - Novembro - Spike e Zarcag se confrontam. O loiro é preso no caixão de ametista, até que Zarcag/Ignoto decida como proceder com o garoto. Nigel não consegue chegar ao galpão e não vê Zarcag aprisionando Spike. Ele perde o rastro de Zarcag. O vilão parte para Nova York em busca dos cinco Numbs restantes e do paradeiro de Joe. Nigel vira morador de rua, assim como Zarcag antes era.

·         2012 - Janeiro - Na área 51 tentam dissecar Spike. O toque humano quebra o caixão de ametista e ele sai do lugar, até Nova York, onde deve deter Zarcag. O restante, vocês já se lembram melhor, é só recordar os capítulos anteriores de Seven, onde começa essa jornada, no instante em que Mack acha o Numb IV. Acontece toda a primeira temporada durante o ano.

·         2013 - A torre arco-íris está pronta e Polius descobre o que aconteceu com os Numbs verdadeiros e seu pai. Em seguida, no mês de março, inicia-se a segunda temporada que vai até o prelúdio da terceira.

·         2014 - Temporada atual.

Espero que tenha esclarecido u.u
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Mensagem por DarkZoroark Ter 28 Jan 2014 - 6:13

Mud o/
Antes de qualquer coisa, peço desculpas por não ter comentado o último capítulo. Eu havia lido e já até tinha planejado o esboço de como seria o comentário, mas por conta de um jogo que eu havia encomendado ter chegado eu, como um perfeito viciado, deixei tudo de lado e me foquei no mesmo. Fora que tá dose de superar a preguiça. - esse comentário era pra ter saído semana passada - Mil desculpas. Bem, dei uma parada no resto tudo e estou voltando aos eixos. Como não podia deixar de ser, tinha de vir comentar aqui. Sem mais delongas, vamos ao comentário:
Bem, assim como dissestes durante a introdução do capítulo, este ficou um pouco mais dark que os outros, mas não vejo muitos problemas quanto a isso. Sempre vai haver alguma parte em que a história vai tomar este rumo. Anyway, o capítulo ficou bem legal. Vamos analisar por partes:
A batalha no campo de gelo - esqueci qual é o país ^^' - parece estar tomando um rumo bem interessante. A estratégia da Mixa e dos Neeways para passar pelos soldados Polianos, apesar de não ter dado completamente certo, foi muito legal. O tal do Bobby me lembrou muito o Honda de Street Fighter. Houve alguma base nisso ou é só impressão minha? Uma dúvida minha: O corpo da Mixa não é feito de água? Se for, porque ela tava preocupada em atingir as estalactites?
A parte do Heshy foi bem tensa mesmo. Ter de usar sangue para combater o miasma foi uma coisa bem inovadora e sinistra, convenhamos. Pelo jeito vai ser o Heshy do futuro e uma Merixa enfraquecida que vão ter de enfrentar a general da ametista. É, parece que não vai acabar muito bem para o lado deles...
Já o outback australiano foi triste bagarai... A Arithia ferra com mais gente que o Majin Buu pô ú.ú. Foi no mínimo inusitado a história sobre a vila do Kalel e do Kihar conhecerem os segredos da viagem espacial, o triste fim deles e a vida de escravos durante a ditadura. Quero ver agora como que ele e a Cris vão derrotar o irmão ou, no mínimo, convencê-lo a se voltar contra o Kraft.
E finalmente a conclusão do combate contra a Raysa com um resultado tanto quanto inesperado para mim. - Eu sinceramente tinha achado que ela ia acabar morrendo no final de tudo - Sou só eu ou o Capitão N tá bem OP em relação ao restante da resistência? O cara dominou completamente a batalha contra uma das Generais sem nem precisar usar seu movimento mais poderoso. Aí já tá de sacanagem.
A parte do passado me pareceu ter servido mais para uma recapitulação do que qualquer outra coisa. Até que no final ficou interessante com a decisão de eles irem até a casa dos Kraft para investigar o que está acontecendo - sinto que vai ser muito estranho e dahora o que ocorrer lá, mas espero para ver se isso será verdade ou não.
Quanto a descrição e narração,  acho que já deixei claro o quanto eu acho boa. Vou ficar aguardando o próximo capítulo com a entrevista do Spike e já deixo as perguntas mais abaixo:
1- Comida favorita?
2- Estilo musical favorito?
3- Sonho mais esquisito que já teve?

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Mensagem por cbm Qui 30 Jan 2014 - 19:40

ai que capirotage meu Zarkie é filho do Polius
sem palavras sobre esse plot twist

Quanto à batlha da Arithia com os Stars... Essa mulher tinha que ter feito uma carnificina pra sei lá, os numbers ficarem com raiva dela e ela levar um supapo. Sei lá, eu não gostei da batalha no geral, ficou enjoativa. O meu maior problema é, de longe, o fato de eu não ter gostado dos Stars. Na verdade de nenhum deles. :/ Não sei se acho eles superficiais ou algo assim, mas simplesmente não me descem.

Mud Hunter escreveu:O punho do gordinho de fechou em forma de uma caveira e projetou-se com veneno em volta.

errinho

Acho que sofri do mesmo problema que o Arty lá em cima. Simplesmente eu lia, lia e lia e depois tinha que ler tudo de novo porque não sabia o que tinha acontecido. E sim, eu também não sei quem é quem nos Stars.

Tá, agora vamos falar de coisa boa, vamos falar de Tekpix tô me sentindo jogando Tekken (o que amo) ao ver a história dos Kraft, que lembra a história do Jin/Kazuya/Heihachi, mas só de longe mesmo.
E eu também notei essa da Mixa e o corpo de água dela, ficou meio confuso. E EU S2 HESHY, sério, ele é meu favorito da galerinha da Torre, agora sou Zarcager e Heshyer.

E aí chega o povo que o nome começa com K. Novamente não me animo. Não me apeguei as personagens do futuro, exceto Izzy e Alice ESSEDOIS, eu acho que nenhum deles possui a essência dos personagens iniciais e não fica tão legal quando o destaque está neles.

Sei que esse foi o meu review mais crítico pra Seven, eu acho, mas é porque realmente não tô gostando tanto quanto eu poderia estar >:

ou quem sabe o problema seja eu mesmo -q

Perguntas pro Spike:
1 sabia que seu recalque bate no Zarcag e volta em forma de III?
2 Sabia que até o Heshy tá melhor que você agora?
3 mentira, eu amo você, tá bom?

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Mensagem por Hyurem Dom 9 Fev 2014 - 10:51

Mud!
Era pra eu ter comentado há bastante tempo, mas e a preguiça? XD Me desculpe por isso.

Enfim, o capítulo teve um foco bem diferente dessa vez, só coisas sinistras, tipo o Heshy usando o próprio sangue pra combater o miasma e a amizade colorida do Nigel e da Raysa. É sinistro u.u
Vejo que Neeway do futuro sabe ser frio quando necessário, convenceu o do passado e Mixa a matarem todos aqueles soldados... Bem, concordo, é um mal necessário. Só não entendi porque a Mixa e os dois ficaram tão preocupados quando ela caiu na direção das estalactites. Ela é feita de água, não é?  scratch 
Como Kihar conseguiu moldar as lembranças pra evitar que Kalel visse a mentira? Isso não fez sentido, só se alguns elementais conseguirem burlar os poderes psíquicos.
Narração e descrição continuam ótimas.
Bem, é isso, aguardo o próximo capítulo!

Agora as perguntas para o Spike:
1- Tipos de filme que gosta?
2- Gosta de Pokémon? Se sim, qual o preferido?
3- Como vai a relação amorosa dele com Zarcag?

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Mensagem por Kurosaki Mud Dom 9 Fev 2014 - 20:21

Yo pessoal, como vão? Chegamos ao capítulo 30, até que enfim : ) Agora só faltarão oito, mas dois especiais entrevistas e mais um epílogo -qq Tudo isso explicarei lá embaixo, peço a colaboração de vocês para que não desistam e me ajudem a concluir esse projeto : )
Pois bem, o capítulo a seguir está melhor que o anterior, não é tão sangrento, ok? (só o finzinho) e o melhor, tem surpresinha no final \o/ kk
Brincadeiras a parte, eu agradeço muito aos comentários DZ, Hyu e cebolitos, eu vou comentar rapidamente algumas coisas no geral:
Booby = Honda? Nopes, pensem nele como um daqueles faquires indianos, só que muito obeso, e.e
Quem vencerá a Michelle? - Vejam nesse capítulo e DZ, você acertou, adianto isso.
Kihar e Kalel - Ficará para o próximo capítulo, não se preocupem, acho que ficará legal se der tudo certo.
Arithia - Praguinha duzinferno e.e E olha que eu cogitei fazer a do passado vir ao futuro, mas abandonei essa ideia, ainda está debilitada no passado após a torre do arco-íris.
Capitão N e Raysa - Sim, ele é o mais forte, não é a toa que é o líder -q. Tnetei demonstrar isso em uma luta, N e Neeway são os mais fortes dos rebeldes nessa era. E a amizade colorida é para provocar a Kiwa mesmo huhu
Stars - Eles ainda terão destaque, mas minha favorita é a Sasha, por isso, ela tem muito mais destaque que Lis, Balicus, Almura e Yenna.
Mixa caindo nas estacas - Vocês tentam ser adivinhões, mas vão quebrar a cara, só digo isso u.u Se preparem que ainda tem muito a vir dessa luta no próximo capítulo (que aliás, vai ser um dos maiores eu acho)
As lembranças do Kihar - Hyu, essa é para te explicar, tipo, nada que o Kalel viu foi mentira. Ele só viu as naves partindo, e não as naves caindo. Portanto, Kihar não mentiu, ele sente amor ainda pelo irmão e acredita que fugir da Terra é a melhor solução. Mas Cris ao discordar, torna-se uma inimiga. Kalel fica dividido entre o amor da vida dele e o irmão, sacou? -q
Ah, a entrevista do Spike vai ficar para depois do capítulo, não tive tempo ainda já que estou escrevendo a Forecast ao mesmo tempo. Curtam o capítulo e leiam depois o que escrevi lá embaixo.

XXX

Leo observou a confusão de animais selvagens na Índia. Por incrível que parecesse, eles eram a maioria, ainda havia alguns humanos que estavam ligados a Polius ou simplesmente aceitaram suas condições de ditador, transitando sem rumo num caos interminável. Alguns cavalos selvagens avançavam em cima de latarias velhas, emitindo o som de buzinas que deixavam a atmosfera do local um tanto quanto barulhenta.

- Precisamos encontrar o general de Ônix! - Tentou sobrepor sua voz enquanto conversava com sua mãe, na versão de 2014.

- Eu sei! Eu aposto que deve ser naquela direção, parece mais tranquila e ampla! - Respondeu Kiwa apontando para o leste, enquanto colocava a outra mão na orelha para abafar o som.

Os dois se misturaram na multidão, que sequer notou suas presenças. Quando se aproximaram de um ponto onde o chão estava finalmente visível, Kiwa teve uma ideia:

- Cotton Voice! - Exclamou com a palma da mão esquerda levantada. Dois pequenos pedaços de algodão brotaram dos dedos, em bolinhas idênticas, do tamanho de um dedal.

A Number V entregou um para Leo, pedindo para que fosse colocado no ouvido. O som de fora parou imediatamente e ela falou como um sussurro. “É a nossa solução. Podemos nos comunicar sem ter que gritar, os algodões têm sementes que ecoam a minha voz e a sua para quem usa um desses. É uma pena que só funcionem em curta distância.”

Perceberam que a área em que pararam tinha prédios baixos e uma coloração mais acinzentada, como se um incêndio tivesse consumido grande parte dos arredores.

- Desabitaram este pedaço para construírem algo. Mas não vejo nada de grande por aqui. - Responde Kiwa ao raciocinar a causa do despovoamento.

- Espere! Tem algo estranho por aqui. - Constatou Leo com uma cara de dúvida. Seus cabelos castanhos sopravam ao vento, enquanto se concentrava estagnado.

Depois de procurar, finalmente descobriu:

- Há um pedaço a noroeste, atrás daqueles casarões queimados, que possui uma alteração no solo. Há uma grande quantidade de metal. Deve estar há uns dez quilômetros daqui.

- Isso não faz sentido. - Afirmou ela. - Por que a base estaria distante desta parte queimada? Pode ser um chamariz, uma armadilha...

De repente, uma mulher saiu trôpega do meio de um dos prédios cinzas. Devia ter uma idade bem avançada e tossia com dificuldade por trás das costas corcundas.

- Minha nossa. Precisamos ajudá-la! - Exclamou a menina.

- Não. Pode ser uma armadilha, como você acabou de falar! - Respondeu o rapaz desconfiado.

- Eu sinto que não. Se uma única vida estiver correndo perigo, é meu dever salvá-la. - Argumentou ela correndo em direção à mulher.

“Igualzinha a minha mãe”, pensou Leo sorrindo de relance. Logo, ele se juntou a Kiwa e auxiliou a idosa a se levantar.

- Muito obrigada meus queridos. - Falou ela com uma voz bem anormal, gasta pela fumaça dos incêndios e pelo tempo. O sotaque hindu ainda se destacava por cima do inglês pronunciado.

Kiwa discretamente projetou folhas de árvores gigantes que pareciam aquecer quem quer que fosse. Colocou como uma manta por cima da mulher.

- Sabem… sei que você é uma elemental de grama mocinha. Meu marido e meu filho também eram assim. Eu já fui uma de poderes psíquicos. E pensar que só durou três meses, cof cof. - Ela deu uma pausa para respirar. - Desde que ganhamos os poderes, lutamos a favor de nossa liberdade. Mas então veio aquele cientista maluco com sua frota de robôs. Ele se mostrou um aliado e falou que deteria Polius Kraft. Mas nos enganou! Matou minha família e quase morri pelo incêndio dos robôs. Foi um aviso aos indianos. Sabíamos de que lado ele estava, esse desonroso!

- Tudo bem senhora, fique calma. Estamos tentando deter esse déspota doente. - Explicou Leo com seriedade, ajeitando-a num canto mais claro daquela hora gris.

- Percebo no coração de vocês dois, meus jovens. Sei que terão a força para passar pelos obstáculos desse psicopata. Mas lembrem-se, nem sempre o que é bom será bom. Nem sempre o que é mal será mal. Mas às vezes, ser mal e ser bom dependem do coração, e não da índole. - Concluiu ela, com um último suspiro. Fechou os olhos e pereceu no colo de Kiwa.

- O que ela quis dizer com isso? - Indagou Leo sem entender.

Naquele mesmo instante, perceberam que os animais selvagens e a algazarra da cidade começou a se dispersar por medo. Focos de incêndio e fumaça saíam da confusão. Um porco voou longe com o corpo carbonizado. Até mesmo alguns polianos pareceram surpresos com o que acontecia.

Então, o primeiro robô surgiu. Tinha meio metro de altura, o corpo cilíndrico e um visor vermelho onde seriam os olhos. Um R2-D2 bem mais simples e tenebroso. Um raio laser saiu de seu olho, quase acertando a mão de Leo.

- Que diabos… primeiro as tropas do Vader, agora isso! Quanta criatividade!

Logo, uma tropa de centenas deles saiu do meio da multidão; No fundo, o silêncio ganhou uma proporção absurda.

- É hora de agirmos! - Exclamou Leo, já transformando o solo em uma pedra magnética, pronta para destruir.

~//~

Em Nova York, Thor Vanille, um pouco ferido, lançou mais uma teia elétrica e flamejante nos rebeldes.

Primeiro cegou Marcus Ohlie. Depois, nocauteou Mack Branford. E agora, um casalzinho piegas, Zarcag e Sasha. Os rebeldes pareciam pragas que não tinham fim!

Desviou de uma bola de neve levantada com telecinese, lançada pela garota loira. Precisou acertá-la com a teia, de ímpeto, disparando-a pelas ruínas da parte direita.

Zarcag flutuava sorrateiramente, aproximando-se dele e disparando chutes e pontapés psíquicos. O rapaz se defendia o máximo possível, mas um ou outro escapavam por sua defesa.

- Psykick!

- Snowfly!

Apesar de serem incômodos, os dois não conseguiam surtir o resultado que queriam. Thor Vanille parecia uma máquina, que só repetia a palavra “Radical”.

- Estou cansado de vocês dois! Electro Burn Tornado! Radical!

O X-Proportion do general criou um vórtice de chamas e relâmpagos, incinerando as ruínas em sua volta. Zarcag fitou Sasha por apenas um segundo e ela olhou instantaneamente para ele. Comunicaram-se pela mente:

“Um choque mental duplo é a única salvação”.

Por anos que se passaram para descobrir mais artimanhas sobre os dez elementos, uma das técnicas mais aniquiladoras que conseguiram efetuar foi o Shock Mind. O choque mental duplo era a união de duas formas astrais que poderia paralisar o cérebro de alguém por tempo indeterminado. Em troca, os atacantes não poderiam retornar aos seus corpos de carne e osso, sobrevivendo como almas psíquicas.

Os dois uniram as mãos antes de o tornado os alcançar. Seria uma decisão dura, mas Thor poderia ferir mais gente. Um pouco trêmulos pelo suor e indecisão, ambos virariam as formas psíquicas e lançariam em segundos um raio direto na mente do general. Não haveria outro jeito, ele ficaria paralisado para sempre no futuro com a potência daquele ataque. E eles, jamais retornariam ao formato físico.

- Shock Mind! - Disseram em uníssono.

A mente dele estava próxima demais para ser verdade. Vulnerável, sem defesa alguma, frágil. Mas por apenas um segundo, tanto o choque mental quanto o tornado de chamas e eletricidade tiveram de cessar, antes mesmo de começarem a ganhar forma.

O capitão N segurava Raysa no colo, quando surgiu no meio das ruínas, com um pequeno clarão. Usou a fibra ótica e apareceu no mesmo instante. O casal parecia cansado e tinham alguns ferimentos. Assim que notaram a luta, a general interveio:

- Thor, pare! - Exclamou a irmã mais velha pisando no chão pela primeira vez, desde o vulcão de Java.

O rapaz, meio confuso, fitou a moça com desconfiança.

- Ray… É você mesmo?

A general correu em direção ao irmão para lhe dar um abraço.

- Você é uma ilusão daquele colar… - Ele falou com a cara amarrada. Referia-se ao N-Weapon de Zarcag, que poderia causar ilusões. - Estudei os golpes de cada um. Não é minha irmã de verdade.

Antes de lançar um golpe flamejante em cima dela, Raysa conseguiu tocar nele. O calor humano, o jeito de olhar. Não, ela era de verdade. Tinha de ser real.

- Eu… estou confuso! Droga! Isso não é nem um pouco radical!

- Estamos do lado errado, Nigel me convenceu disso. A gente se separou por tanto tempo que até desconfiamos do que o outro seria capaz. Mas ainda podemos mudar, nosso poder é forte demais para vencer Polius e ajudar os rebeldes. Temos a força, temos um ao outro. Seríamos felizes juntos.

Nigel observou tudo com uma expressão séria. Se Thor recusasse a proposta, Raysa seria morta. Isso seria inevitável. Foi um truque arriscado e ele sabia disso. Ao mesmo tempo, apenas um laço fraternal poderia acalmá-lo.

- Eu… acredito em você. Mas eles jamais iriam me aceitar, mana. - Respondeu o general de topázio sinceramente.

- Não seja por isso. - Respondeu o capitão N com veemência. - Eu sou o líder dos rebeldes, e caso você se renda Vanille, eu serei o primeiro a te aceitar em nossas dependências.

Mais ao fundo, outro clarão pequeno surgiu. Um homem de aparência hispânica, com cabelos curtos e um rapaz com a aparência do capitão, só que com metade do tamanho, se seguravam em apoio.

- Hector… - Comentou Thor com estranhamento. - Você também…

Os dois perceberam o pequeno contingente ao lado e ficaram sem reação.

- Está vendo maninho? - Falou Raysa com calma. Era aquele momento que seria decisivo. - Precisamos nos unir. PK esteve nos enganando, nos obrigando a fazer maluquices por todo esse tempo.

Thor, cansado, cedeu ao comentário da irmã. Abaixou os braços e a cabeça. Pareceu um rendimento no começo, porém, estava longe disso. Disparou fogo pelas mãos, para sobrevoar a todos. Raysa saltou para trás com o impulso inesperado e se assustou com a atitude do irmão.

O rapaz se teletransportou para algum lugar, onde eles não conseguiriam mais localizar.

- Para onde ele foi? - Indagou Sasha curiosa.

- Dentro da fortaleza principal. Eu e Hector podemos até tentar fazer o mesmo e invadir o cristal, mas aposto que Polius bloqueou nossa presença. - Explicou Raysa.

- Sim. Todos os generais podem ir e vir à base de PK. Ao menos, podíamos. - Completou o general de Lápis Lazuli.

- Isso quer dizer que ele não aceitou. Vai ficar do lado ditatorial. - Completou Zarcag com uma cara de irritação.

Thor tinha fugido de medo e receio. E aquilo poderia agravar a situação. Quanto mais aliados poderosos os rebeldes tivessem, melhor seria. Por isso, não comemoraram a fuga de Vanille.

~//~

Thor chegou apressado à sala de Polius, com todos aqueles diamantes e paredes de cristal. O ditado ficava de pernas cruzadas no trono principal, com os olhos fechados. Parecia relaxar num SPA, mas a verdade é que observava várias cenas de luta entre rebeldes e aliados.

- Vejo que fugiu da sua luta, Vanille. - Respondeu PK com desdém, sem abrir as pálpebras. - Nos meus planos, você matava todos eles que apareceram de uma vez só. Odeio peças fajutas no meu jogo.

O rapaz não respondeu, indeciso. Se tentasse se redimir, seria pior?

- Cegou o pateta careca. Quase matou o Branford. Eu realmente gostava de você Thor, mas acho que agora, algo mudou.

Ele estalou os dedos e uma porta de diamante com a saída dos fundos apareceu.

- Eu ainda tenho uma grande estima por você, meu jovem. Não irei te matar. Só quero que vá lá e derrote a todos. Com isso, conquistaremos o mundo por completo. Você será dono das maiores riquezas do globo! Ainda há chances de ser um poliano.

Um pouco trêmulo, ele comentou:

- Minha irmã… ela não merece morrer. Ela está confusa...

Polius continuou com sua cara séria e respondeu:

- Não, de fato ela é uma pessoa digna. Só que também não poderá sair ilesa. Se você matar todos, menos Raysa, te prometo que posso perdoá-la no meu novo mundo. Assim está bom, Vanille?

Thor concordou e saiu pela porta dos fundos com pressa. Polius apenas respirou fundo, dizendo a si mesmo.

- Este idiota podia ter fuzilado seis deles de uma só vez. Meus generais não são tão bons como imaginei. Assim que todos os porcos morrerem, Thor Vanille será o primeiro dos sobreviventes a ser degolado.

~//~

Joe, Counie e Ohlie chegaram à antiga residência de Polius Kraft. Uma pequena casa abandonada, no norte da cidade. As pessoas da rua ignoravam o local, como se fosse um casarão histórico tombado como patrimônio. As lendas de assombração dos último anos aumentavam o terror.

- É aqui. - Comentou a única menina do grupo, consultando o notebook. O mapa indicava o ponto exato em que paravam.

- Precisamos encontrar algo que o Polius desta era esteja desenvolvendo, que possa transformar alguns habitantes do mundo em elementares, sem a presença de recipientes.

Ohlie concordou, tomando dianteira e entrando sorrateiro pela porta dos fundos do casarão. Ele tentou avistar alguma coisa, mas só notou uma aranha capenga tecendo sua teia na janela.

- Tudo limpo, pelo jeito. Se bem que limpo é força de expressão, isso tá um nojo! Não conhecem nenhuma diarista?

Counie diminuiu a folhagem do local, para que passassem pelo quintal sem obstáculos. Quando alcançaram a entrada lateral, Ohlie quebrou a porta com um soco, permitindo que sua mão a atravessasse e girasse a maçaneta.

- Vamos entrar.

Marcus foi o primeiro, seguido de Joe e Counie. O chão rangia com seus passos e a luz do Sol entrava depois de tanto tempo ao ambiente. A poeira do local seria o pesadelo de qualquer asmático. O mofo que se formava nas paredes indicava um pouco de umidade infiltrada. Tudo que havia na casa parecia obsoleto e antigo, nem fotos de família apareciam. Seria um lar perfeito para cenas de um filme de apocalipse nos anos 1990.

- Parece que nenhum ser humano entra aqui faz um tempo. Diria que uns quinze anos, no mínimo. - Constatou Velho Joe.

- Ei, aqui tem uma coisa interessante. - Exclamou Ohlie do outro lado da sala, perto de uma lixeira.

Os três se aproximaram cautelosamente em uma bancada, com a luz do notebook iluminando-os. Papéis soltos com cartogramas e gráficos indicavam índices de epidemias pelo mundo. A gripe suína de 2009, a peste negra da Idade Média, tudo que indicasse doenças e infecções de escala global poderia ser encontrado lá.

- Que estranho. O que será que ele pretendia com isso?

Counie apanhou um papel amassado que estava no chão, empoeirado. Desdobrou com cuidado e retirou a sujeira com as mãos:

- Possessão Molecular. Processo de distribuição e contágio de átomos K para a atmosfera. Teste concluído com êxito na torre, possessão efetivada. - Ela leu as anotações manuscritas em voz alta, sem entender direito o que significavam. - O que é isso?

Joe leu o papel com calma, pensando no que aquilo poderia indicar.

-Um átomo, é isso! Ele pode estar desenvolvendo uma epidemia que transmite os poderes elementares. - Concluiu o idoso. - E quem respira esse átomo K, ou pega essa doença, pode desenvolver um dos dez elementos. Pode não ser tão impossível assim, visto que tinha conhecimentos de meus experimentos e de seu pai, além dos microchips de diamantes.

- E o que ele quis dizer com teste concluído com êxito na torre, possessão efetivada? - Indagou Marcus Ohlie confuso.

- Quando vocês foram os guardiões, foram possuídos por aquele troço roxo, uma aura. Podia ser o primeiro teste do átomo. Quem respira, desenvolve elementos, mas ao mesmo tempo, fica sob comando de Kraft.

Houve uma pausa no diálogo depois das palavras de Joe. Era muita informação para assimilarem com pressa, precisavam imaginar os próximos passos de Kraft.

- Espera um pouco! - Constatou Counie alarmada. - Isso quer dizer que qualquer elementar no futuro que não possua um recipiente…

- Estará sob domínio de Kraft involuntariamente. - Concluiu Velho Joe. - Não que a pessoa de fato queira isso, muito menos que esteja agindo sob comando dele nesse exato momento. Mas Alice e os outros que não possuem um Numb ou Equip XX, podem ser servos de PK quando ele precisar! Esse plano é assustador, tornar aliados dos rebeldes em pessoas más!

- Precisamos avisar os outros… - Respondeu Ohlie, prestes a se virar para correr. Mas uma sombra na porta, uma mulher idosa, fitava-os desconfiada. Os olhos dela estavam roxos como jabuticabas maduras.

- O que estão fazendo aqui?

Uma aura saiu da mulher, que tombou no chão. A forma astral roxa e mal feita ilustrava um sinistro Polius Kraft de 2014.

O troço se aproximou de Marcus Ohlie, que tentou dar um soco potente. Mas penetrou suas narinas como o ar que lhes cercava, respirando os átomos K.

Joe precisou agir depressa. Procurou alguma coisa para deter aquilo. Notou que um aspirador de pó portátil, jogado no canto da sala, parecia ainda funcionar.

Ele o ligou com a potência máxima e sugou o que era o atual Polius.

Ohlie respirou aliviado e Counie parecia pasma, sem reação, no fundo da sala.

- Estou vivo… eu acho. - Comentou o guardião de luta ofegante.

- O aspirador não vai segurar ele por muito tempo. Precisamos sair daqui. Lembrem-se que o maldito não pode ser detido, senão todos que estão no futuro podem morrer.

Counie apanhou os planos e cartogramas da mesa e o trio partiu em disparada para o sul, o mais longe possível de Kraft.

~//~

Mack nunca achou que ficaria em um hospital de guerra improvisado, vendo seus amigos sofrerem. Spike cuidava dos ferimentos nas costas, Ohlie tinha uma faixa nos olhos que tampava o fato de estar cego, Alice tinha uma pequena contusão no tornozelo. Tudo numa tenda gigante, cheia de macas e camas, com um odor forte de sangue coagulado e dejetos de doenças. Ao fundo, mais uma multidão se aproximava, seriam mais feridos? Polianos? Para seu alívio, eram rebeldes, são e salvos. Thor fugiu e os ataques das tropas deram uma trégua. Enfim, haveria tempo para descansar.

- Como está a situação atual? - Perguntou o capitão N.

- Perdemos metade dos soldados pelo mundo senhor, quase um quinto deles está ferido e não temos muito elementares disponíveis. - Respondeu Izzy com a preocupação evidente.

- E a situação dos que enfrentam os generais?

- Hector e Raysa passaram para o nosso lado e nos cederam o rubi e a lápis lazuli, a pepita de Topázio continua aqui, mas Thor ainda está vivo. A suposta nova pedra de Turmalina de Arithia também ficou conosco. Fora essa, só temos mais a de Esmeralda conquistada por Mack e Alice. Os generais de ametista, obsidiana, ônix, água marinha e safira estão sendo disputadas neste instante, senhor! - Completou Izzy.

- Certo. Vamos fazer uma pausa de uma hora. Depois disso, os principais encarregados do exército que puderem se dirigir à tenda de comando devem se reunir comigo para decidirmos os próximos passos.

Antes de o hospital ficar mais calmo, Izzy se aproximou de Mack, que respirava cansado.

- Sei que você quer evitar falar sobre isso, mas é meu dever como filho saber o que aconteceu com minha mãe.

O ruivo virou a cabeça de maneira desconfortável, com um olhar incômodo. Não era a hora certa para aquilo. Mesmo assim, ele começou a relatar calmamente o que aconteceu na Amazônia. Quando chegou à parte do sacrifício de Merixa, segurou o choro e apertou a mão do menino de moicano azul-chiclete.

- E foi isso. Sua mãe virou uma fênix que voou bravamente pela floresta, Izzy. Foi um anjo das asas flamejantes. A salvadora de minha vida e de Alice.

Izzy deixou algumas lágrimas escaparem até dizer:

- Obrigado, Mack. Eu precisava mesmo saber. Não foi culpa de ninguém, exceto de Polius.

O menino se afastou cabisbaixo, sem dizer mais nada. O hospital voltou a ficar em silêncio.

O Number IV ficou absorto em seus pensamentos, disposto a vingar a morte de Merixa e de tantos rebeldes que se sacrificaram para um mundo justo. Por isso, não podia esperar para tirar esparadrapos e gazes do seu corpo, para que voltasse à sua era, são e salvo.

~//~

Um trovão sacudiu o pequeno palácio de ametista, em Dublin. Dentro dele, quatro formas vivas tentavam sobreviver perante lutas e ataques.

A primeira era Heshy. O garoto se contundiu seriamente para passar pela sala de espelhos e dar a vida ao antídoto que salvaria Merixa. Já ela, parecia reagir bem à cura. O braço tinha apenas mais uns pontos roxos que sumiam gradativamente. Poderia lutar tranquilamente em alguns instantes.

E mais ao fundo, uma luta entre Heshy do futuro e Michelle, a general de ametista, parecia não ter fim.

- Você sabe que estou apenas brincando com você, não é guardião?

Ofegante, ele não se deu ao trabalho de responder, disparando mais um ataque potente:

- Ice Whirlpool!

Um redemoinho de gelo surgiu debaixo da mulher, que se defendeu com uma poça de veneno corrosiva. Lascas congeladas viravam poeira em segundos.

- É inútil, não fez sequer um ferimento em mim. Mas acho que tenho um pouco de misericórdia de você. Quero acabar logo com isso.

Ela invocou uma nuvem de veneno com eletricidade rósea em seu interior. Parecia uma tempestade feminina em miniatura.

- Paralyze Storm!

A nuvem atingiu a cabeça de Heshy e desceu pelo corpo, como uma infestação de formigas. Ele berrou de dor e sentia cada pedaço de seu corpo adormecer.

Michelle disparou mais um raio e acertou-o com força, sendo que um elementar de água, poderia sofrer o dobro de dano com um relâmpago. O impacto fez com que ele fosse disparado ao saguão do palacete, onde sua versão passada e Merixa estavam.

A menina, que ainda estava consciente, se assustou. A nuvem de paralisia tinha cessado, mas Heshy do futuro estava debilitado e fraco. O corpo ficava com cortes pequenos e avermelhados.

- Essa não… - Ela disse com um pesar na voz. Precisava agir antes de morrer ao lado dos guardiões de água.

Mas era muito tarde para tentarem fazer algo. A general de ametista flutuava monstruosamente, já preparando um relâmpago para acertar o trio e fazê-los desaparecer.

Heshy do futuro, no meio dos dois adolescentes, conseguiu sussurrar algo:

- Merixa, desculpe. Eu sou fraco perante ela. Não é a toa que se denomina como a segunda mais forte. Precisamos de um Number ou alguém mais forte. - Disparou ele com dificuldade, cuspindo um pouco de sangue.

- Eu sei. Não fale mais nada Heshy, você está debilitado. Podemos sair dessa, confie em mim - Pediu ela, com um pouco de doçura.

- Sim. Sair dessa. - Concordou com a cabeça levemente. - Vocês dois. Eu não consigo. Cuida bem dele para mim, tudo bem?

- O quê? - Indagou ela sem entender o que o amigo pretendia.

Heshy do passado pareceu despertar um pouco naquela hora. Percebeu que não conseguia se mexer e que estavam perdidos. Gritou um “Não” desesperado, com a voz abafada. E entendeu o que iria acontecer, mas não pôde evitar. O outro Heshy se levantou rapidamente, antes do relâmpago rosa atingi-los. Primeiro, tocou em Heshy do passado, que sumiu instantaneamente. Depois, encostou nela, que também desapareceu.

Ele sabia. Tinha sentido que Merixa do futuro se fora, como se o estivesse esperando para um novo começo, em algum lugar. Sem ela, apenas ele poderia fazer a Merixa de 2014 retornar ao passado com segurança.

E o raio violeta veio. O fim era certo, sem dúvidas. Mas, ele podia complicar um pouco a vida de Michelle. Todo guardião que usasse seu poder mais forte, morria. Counie e Merixa fizeram isso, mesmo sem ele saber. Agora, era a vez dele.

- Snow Pour!

O corpo dele virou neve, que se espalhou quando o trovão lhe atingiu. A água misturada ao gelo proporcionou uma inundação no castelo e realmente pegou a general desprevinida. O lugar recebeu estacas frígidas em vários cantos, até desabar, como um palácio de papel. Ela escapou a tempo de ver sua base cair. Mas seu sorriso continuava fixo. Não se podia deter a melhor das generais com apenas água e neve. Por isso, ela apenas lançou uma gota de veneno na neve lúcida que um dia foi Heshy, nas ruínas de Dublin. O tom vermelho fez a massa parecer sangue. E ela amava ver a morte diante de seus olhos.

Continua...







Situação atual dos personagens da Seven - para clarear as nossas mentes : )

Numbers:

Spike Thunker - No hospital rebelde, ferido levemente.

Steve Branford. - Quase chegando à base rebelde de Nova York, ferido levemente.

Zarcag Shaunter Kraft - Junto de Steve, sem ferimentos aparentes.

Mack Branford – Ferido um pouco gravemente, se recuperando no hospital.

Kiwa Sunkert -  Na Índia, prestes a enfrentar o general de Ônix.

Nigel Freedow - De volta aos rebeldes, ferido levemente.

Mixa Pineclear - Caindo da base de gelo em direção às estacas congeladas, numa luta com o general de Safira.


Guardiões:

Neeway Sparkling –  Junto de Mixa, lutando contra o general de Safira. Sem ferimentos.

Marcus Ohlie – No passado, junto de Joe, fugindo de Polius Kraft de 2014. Sem ferimentos.

Merixa Turnwhade – Retornará ao passado, sem ferimentos e sem o veneno.

Counie Brywood – Junto de Ohlie e Joe, fugindo de PK 2014.

Heshy Bubleedow – Semi-consciente, retornando ao passado, ferido gravemente.


RP:


Alice Pineclear - Ferida levemente, no hospital rebelde.

Izzy Bubleedow Turnwhade – Ferido levemente, na base rebelde.

Leonardo Sunkert Freedow - Junto de Kiwa, na Índia, indo enfrentar o general de Ônix.

Cristina Unkerville – Foi ferida gravemente pelo general de Obsidiana, não se sabe o que aconteceu ainda.

Kalel Moonblank – No Outback, junto de Cris e seu irmão Kihar (o general de Obsidiana). Escolheu defender os rebeldes no penúltimo capítulo postado.


Versões do futuro:

Spike Thunker - Morto

Steve Branford - Junto de sua versão do passado e de Zarcag, indo à base dos rebeldes.

Zarcag Shaunter Kraft - Ferido levemente depois da luta com Thor Vanille.

Mack Branford – Preso no calabouço da fortaleza de Polius.

Kiwa Sunkert – Capturada por Polius, é refém também.

Nigel Freedow – Capitão N - Um pouco ferido depois da luta com Raysa, está de volta à base.

Mixa Pineclear – Morta

Neeway Sparkling – Enfrentando o general de safira.

Marcus Ohlie – Ferido gravemente, perdeu a visão.

Merixa Turnwhade – Morta

Counie Brywood – Morta

Heshy Bubleedow – Morto


Polianos:


Polius Kraft – Na sua base de diamantes.

Michelle Ambrosier – Sem ferimentos aparentes.

Kihar Moonblank – Ainda sem feridas, jogou a cunhada para longe e provavelmente vai enfrentar o irmão.

Theodore Zentro – Não deu as caras ainda.

Lúcia Linlity– Morta

Thor Vanille – Fugiu de medo após ver a irmã, mas pretende matar todos os rebeldes, exceto Raysa.

Raysa Vanille – Ajudando os rebeldes agora.

Hector Ramirez – Ajudando os rebeldes também.

Bobby Baloone – Lutando contra os dois Neeways e Merixa.

General de Água Marinha – Não deu as caras também.

Arithia Sensu - Presa em um caixão de ametista, ferida gravemente.


Stars:

Almura Johnson – Ferido gravemente na Ucrânia

Liscca Schentziëgr – Ferida levemente na Ucrânia

Balicus Willy – Ferido levemente na Ucrânia

Sasha Ginger – No hospital rebelde, sem ferimentos aparentes.

Yenna Kalfari – Ferido gravemente na Ucrânia


Outros:


Velho Joe - Junto de Counie e Ohlie, descobrindo a verdade sobre a proliferação de elementos.

Galera, sei que a fic está num rumo um pouco chato e não estou com tanta vontade nesses dois últimos capítulos, mas, garanto que o próximo era o capítulo que estava esperando, aqui vai o cronograma que estou planejando:

Dividi a terceira temporada em quatro momentos. A primeira já foi, quando a Alice chegou ao passado e eles conheceram o futuro; A segunda é a atual, que vocês estão lendo com as lutas entre generais e rebeldes, que terminará no próximo capítulo. A terceira será a fase da tríade, durará apenas quatro capítulos, em breve entenderão. E por fim, a fase final, que irá durar três capítulos.

 
Cronograma de Capítulos

Entrevista com Spike - Meados do mês ou em março

Capítulo 31 - Último da fase de batalhas, garanto que teremos as seguintes conclusões de lutas: Kalel e Cris vs Kihar, Leo e Kiwa vs Theodore, Mixa e Neeways vs Booby e algumas explicações pendentes e uma pitada de romance, hehe.

Capítulo 32 - Abril -  Uma luta com vários contra um e uma das maiores revelações que estive guardando : )

Capítulo 33 - Maio - A continuação do 32, a conclusão da mega luta citada acima e uma surpresa de Polius.

Capítulo 34 - Junho - Fase tríade, sem poder revelar nada.

Capítulo 35 - Julho - Fase tríade, capítulo final, não posso revelar também.

Entrevista com Mack ou Velho Joe ou Alice - Meados de Julho, vocês irão decidir ou eu mesmo -q.

Capítulo 36 - Agosto - Fase final

Capítulo 37 -Setembro -  Fase final

Capítulo 38 - Outubro  - Último capítulo da saga futuro.

Epílogo - Outubro ou Novembro e acaba aí.

Vai durar um pouquinho ainda, mas passa rápido, vocês vão ver u.u E meu novo projeto está lindo, já fiz cinco capítulos e mostrei para amigos da vida real, todos amaram e.e Enfim, espero contar com vocês leitores, até o final da Seven. ;3

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Mensagem por Kurosaki Mud Dom 23 Fev 2014 - 13:37

Holá pessoas! Sei que o capítulo anterior não teve coments, mas não desistirei! Aqui está a entrevista com o Spike, espero que se divirtam e que leiam o capítulo que postei antes, por favor ç.ç



Especial III - Spike

Um palco com veludo vermelho coberto, cortinas caídas com tranças douradas, um grande sofá feito de colchão d´água florescente na cor roxa, uma mesa com cadeira em mogno, um carpete dourado, holofotes e um grande telão.

Esse é o cenário do fabuloso, espetacular, estupendo: Mixa Mix – Talk Show,

A apresentadora é uma linda menina de cabelos azuis e pele lisa, roupas do estilo black tie e elásticos no couro cabeludo.

- Olá a todos, sou Mixa Pineclear e esse é o MM Talk Show! E mais uma vez, a porcaria da introdução não mudou (.-.)

- E eu estou sendo novamente chantageado. – Disse Steve triste (ç.ç).

- Cunhadinho! Que bom que você veio! Dessa vez eu nem molharei seus jogos de Pokémon ou seu 3DS!

- Você trancou a Counie, minha namo... coleguinha (u.u) no banheiro da sorveteria! E está com a única chave! (ò.ó)

- Não sei do que você está falando... (A chave está no meio dos seus seios, num pingente.). – Ah, queria lembrá-los que devido a nossa verba e mania de aproveitar cenários da Seven, estamos na maravilhosa Java, Indonésia!

- Dentro de um vulcão em erupção. Temos mais dez minutos até a lava começar a subir! (Lembrou o perspicaz Steve u.u)

- Calado reles mortal! Eu possuo a chave de seu coração! (Mixa com a cara do fantasminha do mal : o)

- Chama logo a porcaria do entrevistado! (hunf :/)

- Ok! Hum, hoje temos o maravilhoso Amphere, Spike Thunker!

Rojões, confetes, serpentinas. O loiro entra pela porta do lado do vulcão.

- Vulcões têm porta? – Indagou Steve ajeitando a câmera.

- Bem-vindo ao MM loiro tonto! – Anunciou a apresentadora.

- Por que o tal do Mud me mete nessas roubadas? (‘-‘)

“Falta de personagem engraçado, a audiência da fic tá caindo, bora trabalhar meu filho, senão vai dar uns pegas na Arithia u.u”.

- Sente! Vamos começar com as perguntas dos leitores! Do Sr. DZ, qual é a sua comida favorita?

- Qualquer uma que meu estômago aceite.

- Alguma específica?

- Eu curto vitaminas. Teve uma vez que eu tomei tanto que quase fui demitido da sorveteria. E passei mó mal depois. Ah, bons tempos! (:3)

- Eu lembro desse caso. (‘—‘ – Releiam o MMTS número 1) – Próxima pergunta! Estilo musical preferido...

- Rap. Sou fã de Eminem, Wiz Khalifa e Usher. As perguntas estão fáceis, não é? (medin .---.)

- Por enquanto, madear. Agora sofra com essa! Sonhos mais esquisito que já teve:

- Coelhos assassinos. Só isso. (Assobios discretos e uma cara de nervoso).

- Mud, pressiona ele por favor! (Mixa má e.e)

“É bom falar, senão te mato na fic.”

- Tá legal! Sonhei que o Zarcag passava requeijão na minha cama e dançava Macarena enquanto eu assistia preso numa cadeira! Ele começou a lamber tudo e depois... Urgh!

- Aha! Revelações! Ele te lambeu, foi? (: ))))

- Não, ele mordeu meu sapato e vomitou. Se bem que eu acho que isso não foi um sonho, eu tava um pouco bêbado e...

- Chega! Por favor, pelo amor de Deus, eu quero sair desse programa o quanto antes! – Implorou Steve ç.ç.

- Calado criatura! Mais um chorinho e ponho a chave na fogueira! Próxima pergunta, do leitor cbm! Sabia que seu recalque bate no Zarcag e volta em forma de III?

- Nada a ver, uso o Mud de escudo e retorna em forma de I. Deal with it! (u.u)

- Sabia que até o Heshy tá melhor que você agora?

- Belo leitor, ele foi trucidado na parede de espelhos, estava a beira da morte e voltou no passado! Eu ainda estou firme e forte, pronto para uma nova luta!

- Mas a sua versão do futuro teve uma morte ridícula, a do Heshy foi heroica... – Lembrou Steve calmo (‘-’)

- Pow, de que lado você está Steve? – (ò.ó).

- Última pergunta desse leitor, que achei sensacional. Ele se desculpou, dizendo que te ama...

- Eu odeio ele, ponto final.

- É verdade. No seu coração, só cabe o Zarcag, né? (e.e – Mixa 2x0)

- Já chega! Eu vou embora daqui!

- Posso ir junto? – Pediu Steve desesperado (ç.....ç).

“Os dois ficam agora!”

- Ok, ok! – (reclamaram os dois u..u).

- Vamos para um rápido intervalo, a gente já volta com o MMTS!

~//~

Um oferecimento, Fones Way, desde a torre do arco-íris, a melhor marca de fones de ouvido! Eletrizantes, eficazes e chocantes! Garanta já o seu!

Tintas Capilares Sévi! Quer ficar com os cabelos de que cor? Azul-escuro Nigel talarico? Loiro-Banana Spike? Roxo macabro Zarcag? Azul-Vocaloid Mixa? Ou a nova novidade, tintas com mechas inclusas, especial série Irmãos Vanille! Não perca a oportunidade e fique com um arco-íris de madeixas em sua casa!

E o patrocínio do autor, em breve, uma fanfic nova, que vai fazer você duvidar que o futuro, não pode ser previsto. – Forecast, em outubro.

~//~

- Estamos de volta! O nosso convidado está aqui, senhor Spike!

O loiro acena contra sua vontade.

- Dois minutos para a lava surgir. – Lembrou Steve assustado (o.o).

- Ok, assistente. As últimas perguntas vêm do nosso leitor Hyu! Que tipo de filmes você gosta?

- Ação, pancadaria e sangue! Tudo isso com atores musculosos e gatas me conquistam!

- Sei... e porquê você me pediu emprestado o filme Uma canção de amor, na semana passada? (Mixa entregando o jogo e.e).

- Er... foi para eu assistir com a minha namorada!

- PARA TUDO! VOCÊ TEM UMA NAMORADA?! QUAL O NOME DA INFELIZ? (O.......O)

- Leavy Shumptar. A menina bonita que mora atrás da casa do Steve, conheci ela na época em que morava lá. – Admitiu Spike.

- Mas... a Leavy se mudou dois meses depois que você chegou. – Lembrou novamente, o prestativo Steve ‘-‘.

- AHÁ! PEGO NO FLAGRA! Assistiu com nosso amigo Zarg, não foi? – Mixa 3x0 (iupi : D)

- Que ultraje! Toda hora voltam nesse tema ridículo! Só vocês dois acham isso! (ò.ó)

A lava aparece lentamente no canto do estúdio.

- Ah, a lava! Vamos logo com essa porcaria! – Gritou Steve tenso (ç.ç).

- Ok. Perguntaram e você curte Pokémon e qual seu favorito?

- Sim, eu curto. E gosto do Raichu. (Nenhuma mórbida semelhança entre ele e o Sgt. Surge, hoho).

- Por fim, a última pergunta. Como vai a sua relação amorosa com Zarcag? (AHÁ, ATÉ OS LEITORES? PONTO FINAL PARA MIM, 4X0, TOMA ESSE CHOCOLATE, HUE).

- Argh! Até os leitores estão insinuando isso?

A lava pega na ponta do pé de Steve que berra:

- ADMITE LOGO INFERNO! EU QUERO SAIR DAQUI VIVO E COM A MINHA NAMORADA SOLTA DO BANHEIRO DO ESTÚDIO!

- Peraí, banheiro do estúdio? Só tem uma porta no vulcão, que está logo ali, onde eu entrei! (Spike caindo a ficha o.o).

- Opa, acho que descobriram que a Counie nunca foi presa, né (xD – Mixa se ferrou).

- Fui! (#partiu voltar para a base de Nova York, Steve com os camaradas.).

- Manda um abraço pro Zarcag, por mim! (falou Spike, virando trovão e sumindo).

- Ei, esse gesto, esse abraço...

“Mixa, a lava tá subindo na sua bancada”.

- Ah, droga! Justo no furo da semana! Enfim, até mais leitores ignóbeis, escolham quem deve ser o último entrevistado desse lindo programa, depois do capítulo 35! Escolham entre o fofo do Mack, a linda da Alice ou o chato do Velho Joe (#partiu para o Alasca).

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Mensagem por cbm Dom 23 Fev 2014 - 14:19

Ah, seu filho da mãe! Você tinha que ter me esperado comentar ç.ç

De novo eu li há um tempo, vou só dar uma olhada por cima de novo pra lembrar o que eu quero comentar.

Ok, sobre o novo crossover (Já vimos Fairy Tail, Reborn, Saint Seiya, Naruto, etc.), que é Star Wars. Eu não sou muito fã não e.e Sei lá, não consigo ver um robô de meio metro como algo assustador. Só me imagino indo até lá e dando uma bicuda nele pra ele ir embora -q

Quando a Raysa falou "nosso poder é forte demais para vencer Polius." eu achei meio confuso. Tipo, o poder deles é suficiente?

O ditado ficava de pernas cruzadas no trono

O ditado? -QQQ e.e

Mas meu Deus, Polius já tá com os joguinhos sádicos colocando o Thor contra o resto da galera por causa da irmã. >>:

E AI CARAMBA, QUE CRUELDADE! Eu amo o Izzy, mas ele pareceu mais uma vez superficial ao levar numa boa o fato de a mãe dele ter morrido. Ele era mais sentimental no começo desse arco. >>:

MAS O QUÊ?! JURO QUE SE VOCÊ MATOU MESMO O HESHY EU PARO DE LER ESSA FIC! É MELHOR ELE RODAR A BAIANA E ACABAR COM A RAÇA DESSA PIRANHA OU EU BATO EM VOCÊ, MUD!

Rachei com a história do vulcão na entrevista -q E que história foi essa do Zarkie lambendo sapato? KKK Então deste ponto em diante estou shippando Spikag (é isso mesmo produção?) Essa Leavy aí é mór migué. O nome dela na verdade é Zarcag. Mas falando sério, é melhor o Zarcag e o Spike terminarem juntos depois dessa entrevista -q

Ok, mas pra terminar, eu quero o Mack na próxima. E estarei esperando por notícias mais felizes, senhor Mud >>:

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Mensagem por DarkZoroark Qua 12 Mar 2014 - 23:06

Mud o/
Cara, já peço desculpas de antemão por não ter comentado no último capítulo. Acabei ficando meio folgado nas férias e me desliguei de todo o resto mesmo. Enfim, agora que a faculdade tá para começar to voltando a ativa e não podia deixar de dar meu parecer aqui, né? Vou falar um pouco de cada um dos capítulos, então prepare-se para um comment duplo:
Capítulo XXX - Se por um lado a história tá tomando um rumo bom para os rebeldes, nesse ela tomou um rumo completamente diferente. Achei interessante e inovadora a maneira com que a Kiwa usou os dentes de leão. Meio que me lembrou quando as Equipes Gai e Kakashi tentaram invadir a base da Akatsuki lá no começo do Shippuuden.
Fiquei na dúvida no final do capítulo se o Thor realmente continua sendo leal ao Polius ou se fez uma atuação básica pra tentar enganá-lo. Ainda prevejo um final triste para essa história...
A parte do passado foi mais tensa do que eu esperava. Isso de o Kraft aparecer e atacá-los foi realmente sinistro. Agora virou terrorista pelo jeito, mas admito que foi uma explicação muito legal para o súbito aumento de poderes de todos. Agora só imagino o pessoal da Frozen Pig se virando contra os Guardiões e Numbers. Curti o lance a lá Caça Fantasmas para impedir ele XD.
Meio triste o momento entre o Mack e o Izzy com aquele tendo de explicar sobre a mãe deste... Pelo fim dessa parte eu imagino que a convicção do Number vá aumentar e ele muito provavelmente - para não dizer certamente - irá fazer alguma loucura (louco para ver caso ocorra).
A última parte foi bem triste, tenho de admitir. Ainda bem que a Merixa e o Heshy do passado foram salvos, mas agora caí a dúvida de onde eles vão retornar. No estado em que ele está vai ser difícil de chegar a um hospital caso apareçam muito longe de um. Agora eu entendi por que a Counie morreu em circunstâncias tão misteriosas capítulos atrás. Espero para ver como que os rebeldes irão lidar com a Michelle.
Entrevista - Quase morri de rir lendo ela. O "caso romântico" do Spike e do Zarcag deu muito o que falar e rir. A Mixa só faz aprontar nos momentos dela - e o Steve só se dá mal também ú.ú. Para a última das entrevistas eu realmente fico em dúvida de qual escolher, afinal todos são personagens de grande importância na história. Por mim aquele que escolheres está ótimo. Só vou ter que pensar em umas perguntas bem daquelas vergonhosas para o último entrevistado.
Bem, por horá é só. Fico no aguardo do seu próximo capítulo.

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Mensagem por Kurosaki Mud Sex 11 Abr 2014 - 21:27

Bem pessoal, tive problemas técnicos essas duas últimas semanas. Duas semanas difíceis no trabalho e na facul e me atrasei com a fic. Ela estava pronta desde março, no final dele ao menos. E era para eu ter postado dia 3 de abril, mesmo com o atraso, não era tanto. Peço desculpas ç.ç
Bem, eu tentei postar esse capítulo 8 vezes e a formatação da PM está foodendo com ele. Ele está bem fora da formatação atual, sugiro que deem um Ctrl C e Ctrl V e espacem ele em algum lugar para lerem melhor, porque ficou todo grudado que nem arroz de tia x-x Eu tinha escrito um coment enorme sobre o cap e os coments, animado e tals, mas o explorer e o chrome apagaram ele .-. Os principais assuntos eram:
- Agradeci os coments do cebolex e do DZ, não esquentem com isso, eu adoro vcs.
- Tbm shippo Spikag mas não posso demonstrar isso ainda na temática da fic -q
- ASPIRADORES DE PÓ SÃO FOODAS
- O cap de hoje fará vocês lembrarem de algo que não me baseei em algum anime pra varia -q. Mas podem me chamar de algum autor alheio que adora matar personagens, porque dessa vez eu exagerei e matei acho que uns seis x-x Mas ficou legal.
- O cardápio inclui: A conclusão da luta de Mixa (amei escrever isso, sério, e chupem pensadores que acham que ela é imortal pq o corpo é de água -q), conclusão luta Kihar, Cris e Kalel, Joe e suas peripécias no presente (com participações extras) e o grupo que tava sumido ainda, Kiwa e Leo contra o cientista de ônix.
- Me empolguei muito para fazer esse cap, algo que não sentia há uns três caps com tanta veemência, amei fazê-lo e espero que gostem de lê-lo. Só a formatação da PM tá acabando com o coitadin .---.

Enjoy it!

XXXI
 
Mixa pairava pelo ar, pensando no contra-ataque que iria realizar. “Meu corpo é feito de água, talvez o general não saiba disso. Eu finjo que me destroço nas estalagmites e retorno com um golpe na barriga dele. Neeway o prende, pegamos a pedra e vamos embora. Sem mortes, sem perdas, tudo certo.”
Mas não pareceu dar certo. Na posição que estava, iria cair em duas estacas de gelo no chão do iglu. Um ser humano comum viraria espetinho de churrasco e morreria instantaneamente. Contudo, ela não chegou a encostar nas estalagmites. Neeway do futuro se esforçou para segurá-la com uma corrente aérea. Parecia ficar cansado ao tentar aquilo, como se alguma coisa lhe obstruísse para usar o elemento Ar.
Com um pouco de força, empurrou o corpo da menina para a base de gelo central, onde Booby tocava sua flauta em uma melodia sincronizada.
- Filho de uma égua. - Xingou o guardião de trovão do futuro. - Mixa, ele sabe que seu corpo é feito de água. Por isso, colocou uma barreira de ar em volta para que ele ficasse concreto. Isso te mataria, com certeza, como se a água virasse pedra. E o pior é que não estava preparado, eu tive de usar toda a minha força para quebrar o ataque dele. Tivemos sorte, devo admitir.
A Number VII ficou abismada com o que ouviu. Ficou a segundos de morrer, salva pelo menos confiável dos rebeldes. Ela não achava Neeway do futuro ruim, só que parecia mesmo estar escondendo alguma coisa.
Os dois rapazes pousaram na mesma parte de gelo, o único lugar onde os pés estavam seguros em solo frio e escorregadio. Booby prosseguiu a melodia de assobios da flauta doce.
- Vocês dois, para trás. - Pediu o guardião futurista. O A dupla de adolescentes obedeceu de imediato. - Electro Mill!
Neeway começou a girar os braços, como se fosse carregar uma grande quantidade de eletricidade. Logo, o ataque assemelhava-se a uma hélice que soltava centelhas, com uma velocidade impressionante. Com um salto voraz, ele pulou em cima do general de Safira.
Booby, em contrapartida, criou novamente sua Ice Barrier, bloqueando o moinho de relâmpagos. Desta vez, ambos pareceram se igualar, deixando rachaduras nos icebergs e desgastando ainda mais Neeway do futuro.
- Vamos aproveitar que ele não conseguiu se defender! - Sugeriu Neeway do passado, disparando um fone de ouvido elétrico. - Viper Phone!
O objeto penetrou no combate e acertou uma brecha onde estava o braço de Baloone, enroscando-se naquilo.
- Neeway, não! - Berrou o próprio na versão futurista.
- Frost Link!
O general balofo aumentou a frequência da flauta e um som agudo e estonteante ecoou pelo iglu. Mixa tampou os ouvidos, sentindo a brisa fria se intensificar ao redor. Neeway de 2014 nem se mexeu, como se estivesse sendo congelado em cada órgão, cada pedacinho do corpo. O fio que seria o ataque serviu como condutor de friagem.
O guardião do futuro soltou algo pela boca, uma espécie de sopro cortante de ar. A brisa acertou o fone de ouvido, que se rompeu. Neeway do passado caiu de joelhos no chão frio, com o olhar paralisado.
- Não sinto minhas pernas e mãos. - Balbuciou ele, tremendo pelo corpo inteiro.
Mixa o abraçou com força. Ainda lhe restava o calor humano, não era a solução, mas podia ser uma ajuda.
- Minha nossa, isso foi assustador. - Comentou ela, esfregando suas mãos na canela do amigo.
Neeway do futuro cessou o moinho elétrico e recuou dois passos. A barreira de Booby, bem fragilizada, continuou de pé.
- O maldito é bem experiente. Não podemos usar um golpe físico por causa da barreira. Um ataque à distância resulta em congelamento. Se for um ataque especial, lançado de longe, poderemos ter alguma chance de estraçalhar a barreira, sem danos.
Mixa concordou com ele. Afastou-se da versão do passado que ainda tinha a cara de espanto e falou em voz baixa para o amigo do futuro:
- Eu tive uma ideia. Apenas me siga e ataque quando eu disser “agora”.
A menina começou a focalizar partículas de umidade no meio das mãos. Logo, elas viraram esferas do tamanho de bolas de tênis, concentrando o líquido transparente. Seria um espetáculo a parte para um museu marítimo, só que o momento exigia muito dela.
- Moisture Fall!
Logo, as bolas começaram a se multiplicar e atingiram a barreira frágil. Booby pela primeira vez se moveu, deslizando como um pinguim pelo chão. Mixa tentou dizer seu “agora”, mas era tarde demais para acertá-lo. A barriga enorme permitia que se movesse como uma betoneira gigante. Um pouco mais para a direita, e ele cairia nas estalagmites. As pernas roliças pareciam não aguentar o peso, fazendo com que ele se movesse daquele jeito.
- Freeze Spin! - Exclamou ele, começando a rodopiar como um pião. Um camada de gelo cobriu sua silhueta em segundos. E logo, começou a avançar como uma roleta descontrolada, tentando acertar quem estivesse no caminho.
- Não toquem nele! - Advertiu Neeway do futuro. - Se ele encostar em alguém, a pessoa ficará congelada e o impacto a fará cair nas estacas!
Mixa cessou o golpe de esferas aquáticas contínuas, evitando um confronto direto com Booby. Neeway do passado recebia ajuda de sua versão do futuro, levitando com um pouco de altitude para não ficar na área do pião.
- Eu vou parar o golpe. Assim que isso acontecer, tentem jogá-lo ao chão de estalagmites. Nem mesmo ele é capaz de aguentar ser perfurado pelo gelo.
Neeway do futuro uniu as mãos com uma pequena distância relativa. Alguns pequenos relâmpagos e faíscas saíam de seus dedos, como se fossem fios de barbantes numa cama de gato.
- Riband Spark! - Exclamou ele ao jogar a eletricidade no pião humano.
Os fios acertaram boa parte do corpo de Booby, que recebeu uma descarga eletrostática alta. O general cessou o pião, como se fosse um búfalo nervoso segurado por rédeas. Não adiantaria usar o Frost Link, já que a eletricidade não seria afetada pelo gelo.
- Isso garoto, agora vem me pegar! - Provocou o guardião.
Os dois foram para o ar, iniciando um combate aéreo. Alguns relâmpagos e pedaços de gelo começaram a cair.
- Você é irritante, Sparkling! - Balbuciou o malvado gorducho.
- É só me entregar a pedra, vamos lá! - Retrucou Neeway.
Quando um trovão acertou a perna do general, a vantagem pareceu ceder aos rebeldes. Porém, Booby teve de tomar uma medida drástica:
- Icy Tornado Bomb! - Gritou ele com os membros estendidos.
- Isso deve ser aquele X-Proportion! - Avisou Neeway do futuro. O do passado estava abraçado a Mixa, tentando ainda se esquentar. - Protejam-se!

Booby tocou uma última nota aguda e o iglu sacudiu violentamente. Um pequeno tornado de neve e gelo pareceu tomar conta do local, com uma força tremenda. Depois, foi diminuindo até se conter dentro da flauta, até explodir.
Mixa e Neeway do passado receberam uma grande quantidade de nevasca, ficando apenas com a cabeça e os braços para fora. Pareciam atolados, mas ainda vivos. Já Neeway do futuro não teve a mesma sorte. Pareceu perder os movimentos ao ficar com parte do corpo congelado e começou a cair como um míssil em direção às estalagmites.
- Não! - Berrou Mixa ao entender o que ia acontecer.
E ela apenas notou um movimento ao seu lado. Neeway do passado, com seu braço livre, disparou os fones de ouvido, pescando sua versão do futuro com rapidez. O guardião futurista caiu no chão ensopado de neve e gelo picado, ao lado dos dois adolescentes.
- Ainda bem. - Respondeu Mixa. - Você está bem?
O adulto abriu os olhos com dificuldade, tentando entender como foi salvo.
- Eu acho que sim… - Respondeu com a voz fraca, dando uma tossida gasta. - Onde está Booby?
Mal ele perguntou e um clarão azulado surgiu por detrás do trio. O obeso, um pouco ferido, mas inteiro, preparava uma espécie de lâmina de gelo, que acertaria Neeway do passado em cheio.
- Winter Saw!
A lâmina rodopiou como uma serra, até quase pegar nas costas do rapaz. Mas Neeway do futuro foi mais rápido, mesmo com toda a dificuldade, conseguiu tocar na versão do passado, que sumiu antes de ser dividido em duas partes.
Mixa olhou assustada para o que aconteceu, assistindo o desaparecimento de seu amigo. Ainda que ele estivesse seguro, não era legal vê-lo sumir.
- Neeway… - Falou um pouco desanimada, enquanto tentava retirar o corpo da neve.
O guardião do futuro se levantou com dificuldade. Tossiu duas vezes, até se ajeitar direito. Booby pousou no campo de gelo, respirando com dificuldade.
- Mixa. - Chamou afetuosamente Neeway do futuro, cansado. - Eu sei como acabar com ele, mas você não vai gostar.
Ela piscou sem compreender o significado da frase.
- Se tiver algo relacionado a perder mais alguém, eu…
- Você tem que entender que isso não é uma questão de sobreviver e ser bonzinho. Tem horas que algumas mortes são necessárias para o futuro melhor.
Mixa sacudiu o corpo, tentando sair da nevasca, sem sucesso.
- Não, vidas sempre devem ser poupadas! Isso é errado, Neeway! Não quero que mais ninguém morra aqui!
O general flexionou os pés, respirou fundo e saltou até o corpo de Booby, pegando-o desprevenido.
- Lamento muito, querida. Essa é a minha decisão.
Neeway do futuro levitou com seu poder de ar, carregando o general de safira, que se rebatia como um porco prestes a ir ao abate. O peso atrapalhava, entretanto, a força era muito superior.
- Estou selando as estalagmites com uma barreira de ar. Portanto, não adiantará manipular o gelo. E para me certificar de que não errarei o golpe, irei junto.
- Pare, Neeway! O que está fazendo? - Perguntou Mixa desesperada. Conseguiu tirar um pedaço dos seios da neve, mas ainda assim, sentia a corrente de ar de Booby, desde que entrou no iglu, percorrendo-a como uma aura de solidificação. O corpo não viraria água até que ele cessasse aquilo.
- Não há outra maneira! - Respondeu o guardião de trovão colocando a mão no olho de vidro. Ele retirou a bolinha que lhe representava. - Eu te amei muito Mixa. Tanto sua versão futurista, quanto a sua versão do passado. Espero que consiga suas respostas em breve. Não sou eu que decido o que é a verdade e o que é mentira. Portanto, apenas saiba que te amei e que nunca causei mal a RP.
Ele jogou a bolinha para perto da garota, que rolou até o montinho de neve.
Booby ainda se rebatia e urrava de raiva. A menina conseguiu tirar um pouco do amontoado de neve da barriga, perto de deter o trágico futuro que ela sabia que iria acontecer.
- Pare Neeway, eu também gosto muito de você! Não quero que faça isso!
O homem arrancou a flauta dos lábios do general e jogou para a superfície de gelo, ao lado de Mixa. A pedra de Safira reluzia de um jeito cintilante e bonito.
- Adeus, Mixa.
A menina conseguiu soltar a perna direita, mas não tinha mais tempo. E com um relâmpago forte e arrematador, ela viu os dois corpos caírem nas estalagmites, sendo perfurados sem defesa. A barreira de ar sumiu e seu corpo virou água de novo. O iglu começou a desabar, como se ficasse de pé apenas pela força de Booby.
Mixa quebrou a flauta e pegou a pepita de Safira cravada no topo. Recolheu o olho de vidro e apanhou a fibra ótica que ficou protegida em seu casaco.
O iglu desabou e um clarão fez a Number sumir. Apenas gelo e lágrimas mornas restaram.
 
~//~
 
Grama não funcionava em robôs. Humanos tinham a pele macia e mais fácil de cortar. Máquinas, não.
Kiwa cravou cipós rasteiros nos corpos de mais três, fazendo-os se chocarem brutalmente. A horda tinha diminuído bastante, graças aos ataques de Leo, principalmente. Por sorte, eram frágeis, mesmo sendo irritante com os raios laser e tiros de plasma.
- Que porcaria, a torre está próxima, não podemos amarelar! - Advertiu o garoto enquanto disparava pedaços de terra nos pedaços de lata.
Kiwa teve uma ideia ao ver que os robôs os alcançavam:
- Use o magnetismo para repeli-los um pouco. Eu tenho um plano!
Leo concordou. Virou-se em poucos segundos e usou uma onda de magnetismo, algo que ele ainda precisava aperfeiçoar. Pareceu funcionar no começo, expelindo o bando de metal para alguns metros atrás. Entretanto, logo retornaram como se fossem teleguiados.
Enquanto isso, a menina cultivava uma espécie de semente, que cresceu monstruosamente no solo. Logo, um tronco de sequoia enorme apareceu caído, servindo como barricada.
Em instantes, um a um dos robôs se chocou com a madeira ou com os parceiros, explodindo e parando de funcionar.
Depois de dez minutos, apenas três restaram, deixando Leo pronto para exterminá-los.
- Esses foram os últimos. Podemos ir com calma até a torre…
Leo parou de falar, ficando boquiaberto com o que via. A estrutura que antes estava a meio quilômetro deles, se aproximou como se estivesse andando. A terra abaixo dela se movia com facilidade, abrindo caminho para mover a edificação.
- Não é uma torre. - Observou Kiwa perspicaz. - É um farol!
Realmente, era um farol. Parecia oco por dentro, com espaço para uma luz no topo. Mesmo assim, nada mudava o fato de ser assustador.
Os dois ficaram de frente para a construção, sem reação. Kiwa recordou da torre arco-íris, que entrara com seus amigos. Só que aquela não tinha tantas cores e nem andares surreais.
- Vamos entrar nisso? - Indagou Leo enxugando o suor da testa.
Meio relutante, ela concordou. Precisavam deter o general de Ônix, que criava o caos dentro da Índia. Tinha acabado com famílias, elementares, rebeldes e substituiu Nova Dehli por uma cidade robótica. A dupla entrou pela porta pequena do sopé, prontos para qualquer desafio.
Por dentro, o farol escondia um pântano. Lama e água misturados no solo, como a areia movediça do quinto andar da torre arco-íris. A diferença, é que continha bolhas cor de rosa gigantescas em seus arredores. Uma névoa da mesma cor percorria tudo, como se fosse um gás tóxico.
Acima deles havia pequenas ilhotas flutuantes com grama rala e aparência sombria. Uma escada de terra molhada se erguia até a ilha central, que ficava circundada por outras cinco.
- Embaixo um pântano e acima… plataformas de grama? - Perguntou Leo tentando entender a estrutura.
- Cuidado! - Advertiu Kiwa com rispidez, observando um objeto se aproximar do amigo.
Leo deu um salto para trás, quase tocando no pântano de bolhas rosadas. O projétil que veio em sua direção parecia uma bexiga d’água de cor fúcsia.
- O que foi isso?
De repente, mais bexigas começaram a surgir como disparos potentes. Explodiam levemente, deixando uma névoa venenosa ao redor. Kiwa começou a chicotear algumas em reação defensiva, enquanto Leo expelia a maioria com magnetismo e terra.
- De onde elas vêm? - Perguntou o menino repelindo outra bexiga. Estavam sendo atacados por algo que não enxergavam, precisavam agir depressa.
Depois de escaparem de mais uma sequência, Kiwa descobriu o lugar:
- Ali, na ilhota central!
E tinha razão. Pareciam chover saindo de dentro da ilha do meio. Alguém as jogava enquanto se divertia, obrigando-os a pagarem um mico mortal.
- Vou até lá! - Avisou Leo.
Ele impulsionou suas ondas magnéticas no chão, enquanto flutuava para as misteriosas ilhas. No centro da principal, para sua surpresa, estava apenas um computador portátil preto em cima de uma cadeira.
- Que diabos é isso…
Ele mal respondeu e uma bexiga saiu da tela do computador. Com uma rápida evasiva, ele tentou atingir o computador com um pulso magnético. Porém, a máquina ficou intacta.
- Bem-vindos à minha fortaleza. - Respondeu uma voz de homem um pouco robótica. Então, um holograma surgiu da tela do computador, como se um fantasma saísse de dentro do maquinário. A imagem era de um homem pequeno, com óculos brilhantes e jaleco de farmacêutico. Os cabelos penteados perfeitamente mostravam como ele era meticuloso e arrumado.
- Eu sei quem você é. Theodore Zentro, general de Ônix. Só não esperava que fosse… um holograma. - Deduziu Leo com uma encarada.
- Não vou sujar minhas mãos ao vencer vocês. O soberano Kraft precisa de minha ajuda no momento, portanto, matarei os dois antes que possam raciocinar.
Uma leva de bexigas coloridas começou a voar novamente, carregadas de veneno em seu interior.
Leo tentou repelir todas, mas o impacto daquele movimento foi forte demais. Ele caiu da ilhota com uma bexiga acertando-o no abdômen. Não conseguia enxergar o pântano ou Kiwa mais abaixo. O veneno do balão deveria ser paralisante.
- Leaf Cushion!
Kiwa, de algum lugar, projetou uma folha verde e gigantesca, que serviu como uma almofada para amortecer a queda de Leo. Porém, o pântano começou a ganhar vida. A lama aguacenta passou a engolir Kiwa, onde antes ficava a entrada do farol. O lamaçal pareceu sugar seu poder elementar de grama, fazendo a cama-folha sumir.
Leo, ainda paralisado, caiu diretamente em cima de uma das bolhas rosas, que estourou com o impacto. Então, tudo ficou coberto com uma neblina cor de rosa, que exalava o cheiro do mal.
 
~//~
 
Kalel corria desesperado para o canto onde haviam entrado no platô. A terra exalava uma poeira forte por cima do chão de pista de decolagem. As lágrimas dele caíam como a água das torneiras de sua vila.
- Cris! - Ele berrou irritado, levitando a pedra que a acertou. A moça tinha a cara ferida, com hematomas grandes no supercílio e na bochecha direita. O olho inchado mudou a cor para vermelho latejante. Parecia querer desabar inconsciente, se desligando daquele lugar horrível.
Kalel a abraçou com força, uma veracidade que superou sua pose de machão. Ao fundo, Kihar avançou devagar, com os braços cruzados.
- Essa tola acha que pode lhe enganar, irmão. Não está vendo? Quer usar da compaixão para te persuadir! Uma ingrata, sem coração!
Com o ódio mais elevado que já sentiu em seu peito, Kalel respondeu irritado:
- Cala a boca! Você é um crápula, sanguinário! Um soldadinho medroso dessa guerra horrorosa! Seu covarde de meia figa! Psy Wavin!
Ele se levantou e disparou uma onda psíquica com força, em direção a Kihar. O irmão se defendeu com uma coluna de terra.
- Parece que não tem mais jeito. Ela realmente venceu. Ground Punch! - Urrou o general, preparando um golpe com a mão direita.
O punho dele se fechou com uma camada de areia, que começou a controlar a terra do platô. Colunas e pilares de solo se erguiam como abismos brutais, com o intuito de acertar os inimigos sem misericórdia. As estruturas balançavam mortalmente por todos os cantos.
Kalel se defendeu com uma barreira psíquica e disparou um pouco de sementes do seu braço para o pilar de terra mais próximo.
- Erosion Root!
Uma aura esverdeada cobriu os pilares como uma praga, corroendo-os por dentro igual a uma erosão.
- Knuckle Earth! - Proferiu Kihar com um soco no chão, sacudindo o Outback inteiro.
Kalel caiu com o terremoto e a barreira atrás de Cris sumiu. A força do impacto foi tanta que algumas pedras deslizaram do platô.
- Jungle Shield! - Vociferou o rebelde.
Plantas e cipós selvagens apareceram no solo infértil, até uma altura suficientemente maior do que o casal. Os dois se esconderam do deslizamento de rochas natural no meio das árvores.
- Tectonic Plate! - Disse Kihar com raiva.
Uma placa gigantesca, com o dobro de tamanho da que acertou Cris, surgiu instantaneamente, para esmagar a dupla sem chances de sobrevivência.
- Zap Drops!
Dessa vez, Cris reagiu. Ela libertou uma pequena chuva das mãos, com gotas carregadas de eletricidade estática. A pequena umidade paralisou o platô por completo, segurando-o por alguns segundos.
- É melhor corrermos! - Advertiu ela como se segurasse um piano com apenas uma mão.
Segurando a nova namorada no colo, Kalel saltou com rapidez pelo platô, vendo logo em seguida sua pequena selva de cipós se tornar panqueca vegetal.
- Vocês não vão escapar! - Berrou o general longínquo, avançando com uma velocidade incrível.
- Cris, fuja que eu cuido dele!
- E deixar que ele te mate? Até parece! Mirror Spark!
A rebelde projetou pequenos espelhos d’água ao redor dos dois, como se fossem um escudo. Quando finalmente Kihar se aproximou, ela disparou uma carga elétrica gigante, protegendo-os do perigo, que se rebatia pelos espelhos com perfeição.
- Earth Cover! - Disse o general com tranquilidade.
Seu corpo parecia o de um soldado que atravessava um lamaçal. A terra lhe cobria para servir de camada antieletricidade, mas Cris era mais esperta.
- Caiu como um pato! - Exclamou ela com sagacidade. Água começou a jorrar dos espelhos, limpando a camada de terra que evitava os raios. Logo, Kihar estava sem sua proteção, sofrendo uma descarga elétrica fortíssima no meio da barreira.
Ele recuou com dificuldade dos espelhos d’água. Fraco e com partes do corpo paralisadas, não teve outra escolha.
- Irmão, vamos nos reunir com nossa família. Seja sua vontade, ou não! Mega Landslip Plateau!
O Outback reverberou com tremores fortes, como se a Austrália fosse dividia em duas partes. O platô começou a desabar violentamente. Kihar pensava que o suicídio fosse a única alternativa.
Kalel começou a correr loucamente para a única brecha fora daquele lugar, segurando a mão de Cris.
Mas ela se soltou, por vontade própria. Eletrocutou Kihar sem que ele esperasse, deixando-o cair no chão do platô. Uma rocha desabou na sua cabeça, provavelmente dando um fim ao rapaz. Cris correu como nunca até o general e apanhou a obsidiana que precisavam para quebrar a fortaleza. Kalel gritava desesperado, como se nada mais no mundo importasse.
Cris lançou a obsidiana com seu poder de eletricidade, de modo a parar nas mãos do namorado. E as rochas desabaram em conjunto, acertando-a em todas as direções. Kalel apenas apanhou a pepita e saiu pela brecha, sem olhar para trás.
Assim que a poeira baixou, o Outback já não era mais o mesmo. O platô principal desabou. Kalel não pegaria sua fibra ótica para voltar ao acampamento, sem saber se seu amor sobreviveu.
Procurou em cada rocha, pedregulho e lasca. Demorou uma, duas, seis horas. Até que encontrou o corpo, feito de água, se reconstituindo no centro do desabamento.
Ela estava viva, gravemente ferida, mas ainda assim viva. Ele a carregou com cuidado, lhe deu um beijo morno na bochecha que não sangrava e falou:
- Nada me importaria se eu escolhesse a viagem ao espaço, a morte de mãos dadas ou uma ditadura sem fim. A única coisa que sei é que eu te amo. Essa é a verdade e que se dane o mundo.
E se teleportou com ela para Nova York, abandonando o solo seco australiano.
 
~//~
 
Kiwa observou Leo se levantar no meio da bolha rósea. O ácido tinha lhe causado uma mancha corrosiva nas costas, como uma marca de queimadura. Enquanto isso, a lama se mexia em seus pés, lembrando uma enchente devastando casas.
- Leo, você está bem? - Perguntou ela sem conseguir se movimentar.
- Sim, eu acho. A bexigada foi pior que a queda, devo admitir. - Explicou ele. - Não senti nada além de um contato com a substância. Não arde, nem queima.
- Que estranho... - Disse Kiwa fazendo um pequeno esforço nos calcanhares, como se tentasse sair de um montinho de concreto solidificado. - Bem, enquanto você se levanta daí, poderia me ajudar aqui.
O rapaz, cortês e cavalheiro como sempre, conseguiu desviar o montinho de terra nos pés de sua “mãe”. Os dois ficaram de ombros entre si, de modo a ter um campo de visão em 360º para qualquer movimento de Theodore.
- Fique atenta! Estou sentindo um tremor forte que vem das ilhas.
- Er… eu acho que sei porquê. - Respondeu Kiwa um pouco assustada.
Uma sombra cobriu os dois brevemente. Leo só teve tempo de virar e assistir Kiwa, inutilmente, tentar protegê-los de um grande impacto formado de terra.
A dupla foi arremessada para longe, batendo as costas e a cabeça na parede oeste do farol. Pareciam adolescentes que saíram de um desabamento de terra, uma catástrofe como um terremoto. Leo cuspiu pedaços de lama enquanto afastava o excesso de terra de sua volta.
- O que foi aquilo? - Perguntou ele com uma cara de desgosto.
- Só consegui ver uma mão gigante… uma escultura de argila. - Explicou Kiwa.
Mal ela terminou de explicar e o pântano todo alçou voo, como um turbilhão terrestre. As bolhas de veneno se juntavam em uma massa de bolo gigante, que flutuava sob suas cabeças. As ilhas entraram no caos, sendo sugadas no furacão. Logo, aquilo ganhou traços humanoides, braços, pernas, cabeça. No coração, o computador que projetou o holograma de Theodore. As ilhas se misturaram à terra, compondo um corpo vegetal. As bolhas ficavam nos ombros, joelhos, cotovelos e orelhas.
- Que coisa é essa?
- Swamp Poison Goliath! - Exclamou uma voz reverberada.
O gigante de terra era ágil como um atleta. Tentou socar os rebeldes como moscas na parede, mas ambos conseguiram desviar a tempo.
- Droga, não dá para bobear com um troço desses! - Avisou Leo. - O jeito é atacar o quanto antes! Earth Shot!
Pedaços de terra surgiram como bombas catapultadas do solo até o colosso, que nem sentiu o ataque.
- Terra contra terra não vai ser muito útil. Deixe-me tentar. - Pediu Kiwa, respirando fundo. - Angry Forest!
Uma pequena floresta ao lado deles surgiu rapidamente. As árvores se sacudiram violentamente até lançarem suas folhas como navalhas afiadas no humanoide. Mas elas evaporavam antes mesmo de atingirem o alvo.
- O quê? É impossível, eu mirei diretamente nele! - Protestou a Number V.
- Abaixa! - Exclamou Leo ao ver uma onda de barro passar rasante sob suas cabeças. - Essa coisa não é qualquer tipo de ataque, é um X-Proportion. Ele usou três palavras para falar o nome do golpe.
- X-Proportion… aquilo que citaram na reunião dos relógios antes de entrarmos completamente na cidade? - Indagou ela pensativa. - Golpes fatais vindos de cada general, um ultimato.
- Exato. E ele disse Swamp Poison Goliath. Golias foi uma figura bíblica que representava um gigante. O pântano está no corpo dele, mas fora as bolhas, falta o…
- Veneno! - Gritou Kiwa empurrando o “filho” para longe de um jato corrosivo. Ela conseguiu criar uma barreira de cipós, mas o ácido penetrou a defesa e acertou parte dos ombros dela.
Leo se levantou rapidamente e segurou o corpo da garota para que não caísse na poça recém-formada. Gemendo com um pouco de dor, Kiwa disse:
- Isto arde bem mais do que o veneno da bolha. E as folhas que joguei, provavelmente foram dissipadas por um pouco disso. Se ele tiver uma barreira corrosiva, eu preciso que você a retire para que possamos dominar a terra.
A criatura de pântano ergueu sua perna direita e tentou pisotear a dupla. Leo bolou uma barreira magnética e moveu-se para a esquerda em um rápido recuo.
- Eu tive uma ideia, torça para funcionar. Quando eu der o sinal, use o máximo de poder que você conseguir! - Advertiu à parceira.
Com um aceno positivo, Kiwa se ajoelhou enquanto uma fumaça tóxica saía dos ombros queimados, que queimavam em carne viva.
- Estou pronta!
Leo notou que o gigante ainda se distraía com a possibilidade de derrubar a pequena proteção magnética que cobria Kiwa, por isso, aproveitou a oportunidade de atacá-lo pelas costas.
- Reverse Pole! - Atacou contundente ao se aproximar do dorso colossal.
Ele lançou ondas imperceptíveis pelas costas do Golias para que o veneno se esvaísse naturalmente. A névoa começou a sair como uma fumaça fétida e asquerosa dos flancos enormes. As bolhas se estouravam sozinhas, deixando apenas a camada de terra e a grama suja das ilhas notáveis.
- Deu certo. O veneno se reverteu com a polaridade do meu ataque e atingiu a terra com grama. Ele mesmo vai absorver o máximo que conseguir de miasma ácida até não aguentar mais. - Comentou Leo, virando-se para a Number. - Kiwa, o cubra por completo com toda a vegetação que conseguir! Ele vai explodir se nenhuma brecha esvaziar o veneno!
A menina concordou e instintivamente disparou as mais diversas flores, folhas, cipós, trepadeiras e galhos que conseguia. Logo, o gigante recebeu uma camada de camuflagem enquanto inchava como um baiacu. As plantas negaram qualquer furo da camada, e igualmente às bexigas que os rebeldes receberam ao entrar, o Golias explodiu.
Camadas de terra, veneno e planta voaram por dentro de todo o farol. As paredes lisas e quase limpas se tornaram o pesadelo de qualquer faxineira. Leo protegeu a si mesmo e Kiwa com uma camada magnética perfeita, evitando os dejetos repugnantes.
- Conseguimos! - Comemorou ela.
Assim que a chuva de lama ácida cessou, os dois procuraram o laptop que ficava no coração do gigante. Quando enfim o encontraram, perceberam que estava totalmente quebrado e sem nenhuma pedra preciosa.
- O quê? Onde está a ônix? - Perguntou Kiwa confusa enquanto virava a máquina de cabeça para baixo.
- Sabe… eu estive pensando. - Falou Leo desconfiado. - Mesmo para a tecnologia de 2029, é muito raro ver um simples holograma com um notebook realizar aquelas centenas de golpes potentes. Seria preciso de alguém por perto para isso. E se não me engano, a altura desse farol é desproporcional se compararmos o lado de fora e o de dentro.
Kiwa entendeu o recado e fez uma árvore crescer rapidamente sob seus pés. Os dois permaneceram no alto da copa até Leo disparar um raio de terra que perfurou o teto da torre. Uma salinha escura se projetou lotada de computadores e um homem magricela de óculos parecia surpreso com a descoberta.
- Olá Theodore. Belo jaleco. - Brincou o adolescente, já segurando-o com magnetismo.
O cientista se encolheu perplexo por terem descoberto seu esconderijo. Ele se defendia com os braços assustado.
- Qual e o problema Theo? Só sabe lutar na vida virtual? Tem medo de joguinhos reais? - Sacaneou Leo.
- Saiam de perto de mim! Eu exijo distância seus fedelhos! - Disparou ele com ojeriza nos olhos.
Leo o intimidou com mais um pequeno raio de terra e o cientista tomou um belo susto. Desesperado, ele correu pela pequena sala, até tropeçar na vala que tinha se formado pela abertura. Theodore caiu como um saco de laranjas de um avião. A boca aberta berrava de medo, como se não tivesse salvação.
Kiwa tentou salvá-lo com um cipó, mas não foi rápida o bastante. Ele desabou em um dos galhos da árvore e o ramo perfurou sua garganta, que sangrou instantaneamente. Theodore morreu na hora.
- Minha nossa! - Exclamou Kiwa perplexa, tentando retirar o galho do pescoço do general.
Leo apanhou um anel de ônix na sala escura e apalpou gentilmente a mão da amiga.
- Não se esforce. Você está ferida nos ombros, precisamos te levar ao hospital rebelde. Ele queria nos matar e teve o que mereceu, morreu nas mãos de alguém bem mais forte do que os rebeldes ou Polius.
Segurando o choro, ela concordou e o abraçou fortemente. Corado, Leo apanhou a fibra ótica do bolso e os dois sumiram da Índia.
 
~//~
 
Joe segurou a chave inglesa mais uma vez para virar alguma peça mecânica no novo protótipo que tinha inventado. Counie e Ohlie apenas o observavam com curiosidade.
Tinham escapado provisoriamente de Kraft em sua forma astral. Mesmo sem corpo, ele quase penetrara em Marcus e tinha possuído uma idosa. Nunca se sabe quando um fantasma roxo aparecerá num campo de futebol americano e tomará posse da vida dos jogadores, que irão trucidar o trio que se opôs a ele.
Joe explicou rapidamente que, assim como a máquina do tempo fajuta, ele tinha um protótipo de inalador portátil que purificava qualquer partícula, mesmo que ela tivesse poderes sobrenaturais. As peças eram mais simples, mas ainda assim difíceis de conseguir. Ohlie foi atrás da maioria enquanto Counie servia de guarda-costas do inventor. Eles tinham se escondido na garagem da república na qual os guardiões e alguns Numbers residiam. Quando finalmente terminou, Joe anunciou:
- Fiz mais do que previ pelo jeito. Com um simples clique nesse botão vermelho - Ele apontou para a superfície do inalador. - Todo o átomo K existente num raio de milhões de quilômetros será sugado. Eu só preciso de uma análise, e para isso…
Ele colocou o dedo no nariz de Ohlie, que se assustou com a ação. Tirando uma meleca, era possível notar uma bolinha roxa no catarro.
- Isso deve bastar. - Explicou ele ao retirar o átomo K que ficou preso na tentativa de possessão com uma pinça. - Eu coloco no decodificador de substâncias e bem, só preciso pensar em como levá-lo ao futuro.
- O quê? Você está dizendo que não pode ativá-lo aqui? - Perguntou o guardião metido a valentão,
- É claro que não, seu cabeça-oca! Se eu acabar com o átomo nessa era, todas as pessoas que estão no futuro e que eram do passado irão desaparecer! - Exclamou o idoso.
- Então faça eles voltarem para cá! - Argumentou o rapaz.
- Também não dá certo. Eles não largariam a guerra agora em seu ápice, além de não me certificar que o inalador vai funcionar. Se ele volta e o átomo continua, não teremos mais salvação.
- Mas como iremos levar isso ao futuro? - Indagou Counie.
- Acharemos uma solução…
Ele foi interrompido com uma sombra roxa que penetrou a fresta da porta da garagem.
- Droga, é ele! Eu vou fugir com o inalador, tentem interceptá-lo!
Counie disparou discos de grama e Ohlie tentou dar um soco, porém acabaram sendo inúteis.
- Só possuímos ataques físicos! Não temos algum elemento como psíquico ou fogo que poderiam barrar essa aura! - Advertiu Counie ao desviar da coisa roxa.
O fantasma avançou diretamente a Joe, que não conseguiu fugir a tempo com o inalador. Cercado, ele pensou em ativar o botão e sugar a criatura. Mas se fizesse isso, perderia seus jovens, seus Numbs, sua única família. Preferiria arriscar a vida e morrer do que deixá-los sem existência.
Quando Joe desistiu de fugir e abriu os braços para Polius Kraft em sinal de redenção, uma labareda explodiu a porta da garagem. Um relâmpago atingiu diretamente a aura maligna, que recuou da direção de Joe.
- Electro Cage! - Disparou a voz de um jovem.
A substância índigo se contraiu e ficou presa numa esfera de eletricidade. A cada tentativa de fugir, se recuava instantaneamente.
Na porta da garagem, Neeway tremendo de frio mantinha a esfera viva, enquanto Merixa com cara de acabada segurava um Heshy inconsciente.
Os cinco guardiões do bem tinham se reunido novamente.
 
~//~

Mack se levantou da cama do hospital ao perceber que um clarão surgiu nas ruínas. Com lágrimas nos olhos, Mixa apareceu segurando uma pedra de safira pequena e brilhante. Ela correu para abraçá-lo, mas com cuidado para não machucá-lo. Ela também possuía ferimentos e contou que Neeway do passado voltara a 2014 e o do futuro se sacrificou para matar o general balofo. O rapaz não sabia se ficava triste pela perda ou aliviado por não estar mais ameaçado, já que o próprio Neeway o encarara antes das batalhas. Mixa não quis desgrudar de Mack por nem mais um segundo durante a estadia.
Mais tarde, Kalel apareceu carregando Cris, que teve de ser atendida às pressas. Ele relatou a todos sua brava luta com o irmão, enquanto observava a pedra de obsidiana nas mãos. Os dois comandantes da Rebel Pig foram dirigidos a um tratamento intensivo para curar os ferimentos.
Depois, Zarcag e os dois Steves chegaram ao acampamento, após percorrerem o caminho a pé pela cidade. Mack abraçou o irmão fortemente e pediu para nunca mais se separarem por tanto tempo.
A última visita do dia foram Leo e Kiwa, que precisaram recorrer aos médicos para curarem os ferimentos. Elisa Hernania, a enfermeira dos rebeldes, disse que o veneno que atingiu os ombros da menina era comum e tinha salvação. Mas o que Leo recebeu ao encostar nas bolhas, não lhe causava nenhum malefício e continuava brilhando, como tinta lilás florescente. Ninguém que conhecia o elemento na RP pareceu saber sua origem.
Mack esperou a balbúrdia dos refugiados se acalmar para pensar nos resultados. De mortos, metade dos soldados rebeldes do mundo, fora Merixa e Neeway do futuro. A maioria dos generais tinha sido derrotada ou morta em combate. Alguns brutalmente, outros por acidente. Sacrifícios, perdas para os dois lados.
Tinham no grupo 8 das 10 pedras: a esmeralda de Lúcia na Amazônia, o rubi de Raysa na Ilha de Java, a lápis lazuli de Hector na África do Sul, o topázio roubado de Thor Vanille, a turmalina que estava em posse da general surpresa Arithia na Ucrânia, a obsidiana de Kihar na Austrália, a ônix de Theodore na Índia e a safira de Booby no Alasca. Faltavam apenas a Ametista de Michelle na Irlanda com o grupo que ainda não havia retornado, composto por Merixa e os Heshys, além da água marinha com o general misterioso de sobretudo que residia no Havaí.
- Só duas pedras para colocarmos as mãos nesse tirano. - Comentou a si mesmo, enquanto Mixa dormia encostada no seu ombro direito. Se reunissem as nove pedras (a turmalina serviu apenas para revelar suspiros que iriam ao futuro), poderiam abrir a crisálida que protegia a fortaleza de Polius Kraft.
Enquanto ficava pensativo, percebeu um relâmpago forte surgir no meio do acampamento rebelde, uns 500 metros à sua direita.
Os guardas elementares já ficaram de prontidão, esperando um ataque inimigo. Um pequeno barulho de burburinhos acordou quem dormia naquela madrugada e a maioria se preparou para enfrentar o visitante indesejado. Mack também correu para lá, acompanhado de Mixa.
A clareira em que o relâmpago caiu tinha uma multidão de soldados cercando um único ser humano. A maioria apontava lanças que atiravam raios elementares e ataques com apenas um gatilho de ser disparado.
A figura que apareceu no trovão e foi circundada pela multidão se tratava de Thor Vanille.
- Mano. - Comentou Raysa com os olhos arregalados, em um dos cantos da roda.
- Irmã… - Ele comentou sorridente, dando um passo para frente. Uma lança de gelo disparou um raio congelante no pé dele, apenas para afastá-lo. Thor pigarreou confiante e prosseguiu seu discurso. - Rebeldes, eu decidi o caminho que devo seguir. Estava com medo esse tempo todo de Polius, mas vi que as chances de ganharmos são altas. Por isso, estou do lado rebelde, é minha palavra de honra. Pela minha irmã, pela minha hombridade e meu caráter.
Raysa olhou fixamente nos olhos do irmão. Saberia se não era um truque, e ele estava falando a verdade.
Após um forte abraço, o acampamento comemorou a chegada de mais um membro, embora o capitão N e alguns outros ainda olhassem torto para ele.
- Fico feliz que tenha decidido pelo lado correto. A mamãe ficaria orgulhosa.
Ao redor, todos fitavam a cena, estivessem desconfiados ou felizes.
Mas a alegria durou apenas aquele instante. O capitão N, com seus ouvidos afiados pelo vento que tanto sabia controlar, agiu rapidamente e, por um segundo, poupou milhares de vidas do acampamento.
- Aerial Redome!
Ele construiu com os ventos uma redoma que cobriu Thor e Raysa e os separou do restante da multidão. No mesmo instante, um pequeno microchip de diamante acoplado no pescoço de Thor, pequeno como uma lantejoula, explodiu violentamente.
Tripas e fogo voaram por toda a proteção, e felizmente não conseguiram passar.  Assustados, o grupo ficou observando sem reação o que por milésimos de segundo não foi a morte coletiva dos rebeldes.
Uma voz reverberou pelo local.
- Parabéns Capitão N! Evitou a morte de todos, como eu esperava. Dos meus dez generais, quatro morreram pelas mãos de vocês, uma está aprisionada em um caixão ridículo em Kiev, um está no seu acampamento com um refém em minhas mãos e dois viraram geleia agora mesmo. Das pedras, oito vocês possuem. Minha linda Michelle transformou o trio de vocês em picadinho na Irlanda. E meu general de Água Marinha é tão forte quanto ela. A guerra ainda mal começou rebeldes! Quem se opõe a mim, não tem vida. Seja no passado, no presente ou no futuro.
A voz cessou e o pânico se instaurou no acampamento.

Continua...

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