Walkers

por **Rush** Ter 11 Dez 2012 - 23:29

W A L K E R S

~x~

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"E naqueles dias os homens buscarão a morte, e não a acharão; e desejarão morrer, e a morte fugirá deles."
"Apocalipse 9.6"

"Medo. É isso tudo o que predomina neste mundo apocalíptico. Pobres e miseráveis humanos se esgueiram pelas ruas, escondidos, sem esperança. Em menos de duas semanas, o mundo inteiro já estava infestado. Confusos, a maioria era atacado. Suicídios aumentaram bruscamente ao mesmo tempo em que o número de andarilhos sem alma rastejavam-se pelo asfalto manchado de sangue.

Até os que morriam de causas naturais se levantavam doentes, olhares vazios e uma fome insaciável. Comiam uns aos outros, vermes, e até pedras se necessário. Mas seu apetite por carne fresca era monstruosa. Atacavam tudo com o cheiro da mesma, desde humanos até animais. Não paravam, quanto mais comiam, mais fome sentiam. Foi um caos sem saída.

Por mais que existissem grupos e cidades seguras, de alguma forma ou de outra o vírus invadia. Os vivos morriam, enquanto os mortos viviam. A única coisa que se restava a fazer, era se esconder. Sozinho. Silencioso. Sem esperança."

~x~

Seattle, King Country, Washington. 15h38min
Sete dias após o incidente.

[Stiles]

A brisa seca soprava-se em seu rosto pálido. Trajava consigo uma blusa de moletom azul escura, encapuzado com o seu tecido. Carregava consigo uma enorme mochila presa às suas costas. Dentro havia diversos utensílios, de remédios a comidas.Respirava forte enquanto sentia as gotas de suor escorrem pela maçã de seu rosto. Sua cara de trombadinha sempre lhe causou olhares tortos, o que chamava mais atenção pelo fato de sempre estar com seu skate – um mestiço, um shape com a logo da empresa ‘Zero’, tucks da BlackSheep. O qual utilizava para se locomover com facilidade.

As ruas estavam desertas. Parecia uma cidade fantasma. Inúmeros carros vazios estavam estacionados aleatoriamente, como seus motoristas houvessem abandonado os seus veículos. O barulho das quatro rodas de seu skate fazia um leve barulho ao deslizar pelo asfalto em que percorria. Logo percebia um som suspeito, parecia um gemido de algum animal, um grunhido horrível de dor e insatisfação. Como estava no meio da rua, olhou em sua volta, porém não via nada.

- Malditos. – Suspirava para si mesmo, segurando o tail de seu skate e o prendendo em sua enorme e lotada mochila. Por estar cheia de suprimentos, dificultava o seu caminhar devido o seu peso. Já estava se acostumando.

Retirava o capuz que cobria sua cabeça. Aquilo por um momento atrapalhava sua visão periférica. Caminhava devagar, percebendo que agora eram vários grunhidos, vindo de diversas direções. Assustado, retirava seu Skate. Não sabia por que havia o prendido na mochila. O segurava com força, se preparando para o pior. Caminhava em cautela, sabia que se baixasse a guarda, estaria morto.

- Gurr... – Um homem aparecia caminhando na estrada. Trajava ternos escuros, banhado em sangue que parecia escorrer de uma enorme ausência em seu ombro direito. De alguma forma, parecia que alguma coisa havia arrancado àquela parte do corpo a base de mordidas, estava horrível.

Não parecia estar consciente. Andava como um embriagado sem rumo. Seus passos eram pesados e tortos. Ele começa a caminhar em direção do rapaz vivo, aumentando a velocidade de seus passos e o volume de seus grunhidos. Parecia estar faminto.

- Não... Não... – Stiles notava que aquele som estava atraindo mais daquelas criaturas, todas com o mesmo aspecto. Sangrentas, com enormes e profundas cicatrizes. Elas agora haviam percebido a presença do vivo.

Suspirava de mau-humor, parecia haver uns sete monstros presentes, e os números só aumentavam com o tempo. Sem escolhas, se virava rapidamente e começava a correr o mais rápido que podia. É claro que carregando aquela pesada mochila apenas atrapalhava sua locomoção, mas não tinha escolha. Segurava seu Skate com as mãos, notando que não teria chance de coloca-lo no chão para poder montá-lo. Os walkers começavam a acelerar o passo, até no ponto em que corriam. Os mais lentos que ficavam pra trás estavam com o corpo muito danificado ou sem pernas.

Seu coração estava acelerado, e a sua respiração no mesmo ritmo. Aquilo havia o pego de surpresa, não sabia que em pouco tempo quase toda a cidade estaria infectada. Logo percebia que uma multidão já estava ativa, apenas escurando o barulho dos mortos que o perseguiam. Estava assustado, porém não iria desistir. Seus passos eram largos e rápidos, parecia que estava acostumado em fugir. Percebia que no fim de uma avenida, um carro estava estacionado ao lado de um caminhão, que por sua vez, estava próximo de uma pequena construção. Aquilo seria, talvez, a sua única chance de escapar.

Saltava no automóvel e pulava de veículo em veículo, até chegar ao caminhão. Com dificuldades, o escalava e dava um último pulo para ficar seguro no topo da construção, que parecia ser um pequeno mercado de frutas. Ainda estava ofegante, mas não iria descansar agora. Olhava aos seus lados, apenas procurando alguma forma de escapar do local, que estava rodeado de mortos-vivos. Os mesmos chegavam até a berrar, querendo saciar a carne fresca de Stiles.

Via que ao lado do mercado em que estava, possuía um prédio alto. Não poderia alcançar seu topo, mas alguma coisa nele podia o ajudar. Era uma escada de emergência, que, mesmo sendo arriscada e frágil, era a única saída no momento.

[Kyle]

Trevas, escuridão. O vazio corroía sua mente a cada segundo interminável que passava dentro de seu velho carro. Um Chevrolet conversível vermelho que tem desde sua adolescência, que pelo visto, não havia valido de nada.

Suspirava. Soltava a fumaça que estava presa em sua boca. Tragava, aproveitando o silêncio e a escuridão do momento. Mesmo seu carro não possuindo um teto, não temia em ser atacado, apenas apreciava aquele momento de paz que parecia nunca acabar. Não sabia se estava aliviado, ou sofrendo.

- Marcy, Emily, oh... – Dizia para si mesmo. Sua voz melancólica soava pelo local escuro em que se encontrava. Parecia estar dentro de uma garagem fechada, algum lugar dentro de um imóvel bem grande e espaçoso.

Via seu belo rosto no reflexo de seu retrovisor, pelo menos sua silhueta devido à ausência de luz. Passava sua mão direita pela sua testa, alisando seus cabelos lisos da coloração negra. Suas mãos ásperas, resultado de anos trabalhando como mecânico sentiam os oleosos fios de cabelo entre seus dedos - Aquilo o preocupava, já seria o sétimo dia em que não tomava um bom banho de água quente. - Logo deslizavam pelo seu rosto abaixo. Tampando o mesmo. Estava decepcionado, aflito. Sua melancolia parecia se espalhar pelo local, através de seu remorso e solidão, proporcionados com as recentes perdas e horríveis destinos.

- Até você, Elizabeth. – Suspirava. O cheiro do tabaco o agradava. Sentia seguro, mesmo sabendo que não estava. Era um sentimento confuso, misturado com a falta de esperança que predominava em seu ser. – Mortas. - Inspirava o ar acumulado em seus pulmões. - Todas mortas.

Fazia sinais negativos com a cabeça. Doía só de se recordar dos eventos. Ou pior, imaginar os que ainda estavam por vir. Percebia que o seu taco de baseball de aço que ganhara quando moleque estava em seu lado, no banco dianteiro de seu carro.

- Quem será que você vai matar amanhã, Miguel? – Ria, abrindo um sorriso vazio e sem alegria, nada além de tristeza. Ficava ali, fumando por mais um tempo. Até que se assustava com o barulho de seu walkie-talkie.

O segurava, sabia que era seu irmão, por isso o pegava mais rápido o possível, apertando em um botão para escutá-lo. Infelizmente, só ouvia chiados. Quer dizer, era o som que predominava. Se prestasse atenção, podia escutar vários grunhidos dos mortos vivos.

Ficava sério, em silêncio por um momento, apenas ouvindo aquele som que o deprimia. Então finalmente ficava tudo mudo, talvez pelo mau sinal. Por um momento seus olhos se encheram de lágrimas, e fungava, segurando o choro. Baixava a cabeça, ainda em silêncio, temendo que houvesse perdido seu irmão mais novo. Levava outro susto, porém maior do que o anterior, já que desta vez seria causado por um enorme som de uma bala sendo disparada.

Ficava confuso, sabia que Stiles não usava armas de fogo. Sabia que o som dos tiros iriam atrair mais e mais Walkers. Escutava vários sons das munições gastas e do estrondo que os corpos faziam ao cair no chão. Assustado, apenas prestava atenção. Um homem estava ofegante, parecia ser bem mais velho que seu irmão, e ao contrario dos demais, parecia estar vivo.

- Lucas?! Você está bem?! – Perguntava, com o coração batendo rapidamente.

Nada além de chiados. Agora, é esse o único som que poderia ser escutado. Parecia que não havia nenhum sinal desta vez, e que estava tudo perdido para aquele suposto sobrevivente. Mais uma vez baixava sua cabeça, ficando em silêncio. Ao aguardo de uma resposta.

-... Tem alguém ai? – Dizia a voz, meio desfigurada em consequência do chiado. - Por favor, responda! Tem alguém me ouvindo?

- Lucas? O que você fez com ele? – Kyle perguntava, aflito. Aquela não era a voz do seu irmão, e por isso temia que o homem fosse um bandido qualquer, que roubava dos sobreviventes para evitar o trabalho pesado.

-... Eu acho que vi seu irmão... – Dizia, ainda com falhas na comunicação. -... Ele escapou desses... Monstros. Mas ele deixou uma mochila para trás.

Kyle ficava preocupado. Aquela mochila seria o único meio de coletar vários suprimentos de uma vez, seria de enorme ajuda. Tinha noção de que carregar várias coisas iria dificultar em fugir dos zumbis, mas Stiles estava ciente disso, tanto que por saber fazer parkour, sempre se ofereceu para pegar suprimentos. Tentava se focar na conversa pelo walkie-talkie, porém o sinal apenas dificultava o entendimento entre os dois. Kyle podia perceber que o homem gritava enquanto dava vários tiros, logo fazendo o aparelho desligar.

- Merda. – Suspirava um tanto aliviado em saber que Stiles estaria vivo, já que deixara a mochila para trás e assim fugir. Mas a mochila era muito importante, precisava de reserva de alimentos e bebidas, mas aquilo era mais por prazer, já que estavam longe de acabar por completo, se ingeridos com moderação.

Pegava uma espécie de controle que se encontrava no porta-luvas e ligava o carro, fazendo o barulho enquanto o mesmo dava a partida. O portão automático do local abria aos poucos, iluminando o ambiente. Não perdia tempo, já dava ré o mais rápido que podia, com intuito de procurar seu irmão e a mochila.

por **Black~** Ter 11 Dez 2012 - 23:49

Bom, a fic ta muito boa, gostei. Você escreve de um jeito diferente, mas é bacana. Aquela parte do walkie-talkie não entendi muito bem, nada que uma outra leitura não resolva. Enfim, não tenho muito pra falar, é só e boa sorte com a fic.

por Pokaabu Qua 12 Dez 2012 - 1:02

Ai odeio zumbis, acho eles tão, previsíveis... Por que você não fez uma fic sobre unicórnios? Ninguém faz uma fic com unicórnios? Farei uma fic com unicórnios. Enfim, sua escrita ta ótima como sempre, mas já to cansado de zumbis, a história fica muito previsível, "vou achar a cura, tenho que sobreviver até lá arrancando as cabeças deles."

Até a próxima.

por Umbreon_NICE Qua 12 Dez 2012 - 9:00

Mais uma fic de Zumbi. Na leitura eu não achei nenhum erro gramátical, sua narração é muito boa mesmo, só achei que pudesse criar uma descrição mais diferente das outras fics de Zumbi, claro que seguindo o padrão da história e do tema. Percebi também uma certa repetição não necessária dos nomes dos personagens, como "Kyle". Os dialogos estão de acordo com a narração e descrição, tudo bem feito.
Sobre a história, as vezes é preciso inovar no antigo. Fazer algo que já é muito usado, como esse tema, e dar a ele um ar novo, com algo de diferente. Sobre os personagens, tenho quase certeza que o Kyle é o principal, mas ele bem que poderia morrer, um principal que morre em uma fic? Isso seria interesante, até porque no fim do mundo, a morte não escolhe ninguem. Boa sorte na fic.

por DarkZoroark Qua 12 Dez 2012 - 14:42

Rush o/
Entrei hoje de manhã para dar uma olhada por aqui e quando vejo já tinhas postado esta fanfic. Apesar de ser um tema meio batido (ainda mais depois do lançamento de The Walking Dead), a sua realmente é a melhor que li ultimamente.
O tom de desespero e solidão que deixastes evidente durante o prólogo/capítulo 1 foi muito legal e realista. Gostei bastante. Achei o Kyle um tanto melancólico, mas até que ficou bem legal. O Stiles me parece uma pessoa bem legal, mas um pouco desligado. Estou curioso para saber quem salvou ele. Me pareceu muito um xerife de cidade do faroeste.
Erros eu não achei nenhum (quanta novidade... ¬¬'). Sua descrição e narração ão realmente ótimas, permitindo que se tenha uma imagem clara do que ocorre durante o decorrer da história. Aguardo seu próximo capítulo.

por Sally Qui 13 Dez 2012 - 17:21

Rush! õ/ Ao contrário dos meus coleguinhas aqui, eu amo zumbis de paixão, são meu vício... UASHAUSHU' Então certamente você já sabe que adorei, embora seja apenas o primeiro episódio. Como disse o Zoroark, amei aquele ar dele estar solitário na cidade, consegui sentir bastante emoção naquela parte que ele ficou cercado, sinceramente eu pensei que ele ia cair e os zumbis iam matar ele (devido a mochila pesada) '-' ... Sua escrita com certeza continua muito boa, narração cheia de emoção, descrição ótima e envolvente, parabéns! Não percebi nenhum erro... Well, não tenho muito o que falar, apenas espero que você saiba o que fazer com a história e não a torne em apenas ''uma busca por sobrevivência'' clichê. Boa sorte e até o próximo, siga assim! õ/

By~Murilo:Tópico trancado por inatividade. Caso queira reabri-lo, contate um FanFic Moderador.

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