Conspiração dos Kadabras.[1]
[1]Título provisório.
Nossa, eu visitando área de Fan-Fics, para postar a minha própria? Acho que deve ser uma surpresa para muitos, visto que, desde que me registrei no fórum, dá para contar nos dedos o número de vezes que entrei aqui. Ainda assim, sempre que entrava, ia para a seção de One-Shots, gosto muito desse tipo de texto. Sim, isso faz de mim um inexperiente, então conto com a ajuda de vocês para me auxiliarem com a fic.
Não desistirei dela. Eu comecei escrevendo acho que era janeiro, escrevi os dois primeiros capítulos e parei. Quando voltei para escrever o terceiro, meu computador quebrou e eu perdi os arquivos (D:), fiquei desmotivado e desisti. Isso acho que durou uma semana, então eu comecei a re-escrever pelo que me lembrava e chegou no resultado que está hoje. Minha ideia inicial era fazer logo todos os capítulos e ir postando de um a um, mas depois do ocorrido pensei melhor e resolvi construí-la pouco a pouco. Já fiz dois capítulos, incluindo o presente neste post, então espero que gostem.
Vocês devem estar se perguntando porquê não tem nenhum tipo de instrução ou lista de personagens. Bom, há duas razões. A primeira: eu sou preguiçoso e ainda não tenho os eles todos definidos. A segunda: Quero que vocês, leitores, deduzam com base nas suas ações o comportamento, caráter, características físicas do personagem. Dar tudo de mão beijada não estimula tanto o raciocínio quanto se você "conhecer" o personagem. Com isso você deverá ser capaz de prever suas decisões. E sim, as personagens, em sua maioria, são esféricas.
Aviso:
Como se trata de uma Fan-Fic, estou tratando os pokémons como os animais da terra em que a estória se passa. Não usarei letra inicial maiúscula no nome dos pokémons, tal como não se usa em “camundongo”, por exemplo. O mesmo se aplica para “pokémon” e “animal”.
Vocês me dizem se gostaram ou não dessa ideia, é uma tentativa de aproximar mais o leitor ao universo da estória. Caso não tenham gostado eu edito os capítulos para se ajustar ao padrão que estão acostumados.
Introdução:[1]
Uma escura imensidão é tudo o que vejo. Nunca conheci outro mundo que não o do afastamento. Porque não fugir? Se eu contasse o número de vezes que já pensei nisso... A dor é imensurável, mas dessa vez estou determinado a permanecer lutando, quero sair a qualquer custo. Sinto um feixe de luz passando, seguido de pequenos devaneios, mas estou confiante desta vez. Depois de algumas tentativas, sucesso. O mundo começa a se abrir, o espectro de luzes começa a penetrar em minha pupila, era doloroso para se acostumar. O fundo passa do negro representante da solidão para um azul bem radiante. Olha para baixo, vê o isolamento novamente, então desvia sua visão a cima. Claro, quase branco, com algumas perturbações. O cenário estático que vivia era bem diferente, sem vida. Se bem que este também não aparenta possuir outras criaturas, apenas alguns contornos e pontos mais escuros na pintura tão perfeita que se formara. Uma sensação de nostalgia começou a bater, é como se eu já tivesse estado aqui, mas repreendi esta memória depois de tanto tempo na câmara da ignorância em que estava.
- Que lugar é este? – questiona-se ao observar o reflexo de árvores no espelho da natureza. - Quem sou eu? – Fala mais intensamente.
- Eu sempre vi esse mundo nos meus sonhos e lembranças. – Pára, recorda-se de sua infância, agora acessível.
O reflexo, calmo e límpido, difícil de imaginar que tal fenômeno possa realmente existir. As folhas caindo em sua direção marcam um distúrbio, seguido de uma sombra veloz que atravessa o além ao seu redor. Tudo parecia tão igual que tal contraste de cores não poderia ser outra delas.
- Quem é você? – perguntou um pouco surpresa a criatura ao avistar uma sombra indo ao além. - Espere! – Clama desesperado por respostas às suas perguntas.
A sombra some de sua vista. O ser ignoto sai do oceano para procurá-la e avista uma montanha. Ela era cercada por uma grande floresta de pequenas árvores. Árvores amareladas, com suas folhas sendo levadas a um destino desconhecido, indicavam o início do outono. O céu, límpido, o mar, um reflexo. Nada, que não o som sereno do vento, podia ser ouvido naquele lugar utópico.
- Eu... já vi esse mundo com alguém. – Pronuncia com um pouco de angústia. - Eu não me esqueço disso.
Tudo entra em um breu. A montanha, as árvores, tudo some. Quem acreditaria que algo tão real poderia se dissipar tão simplesmente? A criatura não confiava no que acontecia.
Bolhas. Tudo o que via agora eram bolhas. O fundo incolor começa a desaparecer, e o sujeito avista sombras, várias delas. Todas estavam fixando seus olhares a ela.
- Que lugar é esse? Quem sou eu? – Pergunta novamente. - Quem me trouxe aqui? – Angustiado pelo silêncio dos contrastes.
- Quem sou eu? Porque estou aqui? Não. Eu sempre estive aqui.
O ser então começa a se lembrar daquele lugar. Um paraíso que, na verdade, não passava de uma mentira. Sentimento de desperdício, conflito existencial, sua mente estava encoberta por uma nuvem de idéias, todas chocando-se, opostas.
- Eu ainda não nasci neste mundo. - O quebra cabeça estava se formando. - Quem sou eu? – Pensa impaciente.
Inquieta, a criatura se libera. Vidros são estilhaçados, líquido é derramado para todos os lados e todas as sombras direcionam seus olhares àquela direção. Eles vão correndo para lá.
– Ele acordou! – Grita empolgada uma silhueta. – Conseguimos! – O Mewtwo... É perfeito.
Emoção toma conta da mente dos pesquisadores. Todo o seu duro trabalho parecia, finalmente, ter rendido resultados. Eles estavam felizes por dentro, mas guardavam seus sentimentos para dar continuidade com o projeto. Perder esta oportunidade logo agora, tão perto de alcançarem seus objetivos, poderia ser o fim.
- Mewtwo? – Pergunta o incógnito.
– Nós fizemos você nascer a partir do pokémon mais raro do mundo.
– Veja... – Aponta ela seu dedo indicador para um quadro com uma gravura aparentemente antiga de um pokémon. – Aquele é o pokémon mais raro do mundo, o mew.
Respostas. Elas saciam nossa vontade por querer saber mais. Mas isso é uma faca de dois gumes, pois para cada resposta surgem milhares de perguntas. Mewtwo sentia-se estranho, amargurado por terem surgido tantos novos questionamentos.
– Mew? – Diz o pokémon ao olhar para o quadro. – É meu parente? É meu pai? Minha mãe?
– Poderíamos dizer “amigo”, mas ele não é. – Faz uma pausa, desvia o olhar por alguns segundos e esboça um leve sorriso. – Você foi criado para ser mais forte que o mew.
– Por quem? Eu não tenho pai nem mãe, então deus? – Interroga, olhando fixamente às sombras. – Foi deus quem me criou?
- Os deuses que lhe deram vida são chamados de humanos.
- Vocês? Humanos me criaram?
Os cientistas então trocam apertos de mão e abraços, comemorando a nova era que estava por vir, esquecendo-se totalmente do pokémon.
Mewtwo olha fixamente para suas mãos, pensativo. Lembra-se então da montanha que rasgava o céu, e da sombra vista em seu sonho. “Será aquele... Mew?”, pensa.
- Quem sou eu? – Questiona-se novamente, enquanto olha os humanos celebrando e esquecendo-se de sua existência, tratando-o como um objeto que pode ser facilmente descartado de sua vida, sem remorso. Não aguenta a omissão de informações, quer saber a verdade por trás de seu passado.
- Qual é o propósito de minha vida? – Colérico.
Mewtwo estava confuso e abandonado, não via razão para sua existência. Sentia um vazio no seu coração, um vazio que não poderia ser preenchido apenas com palavras. Um vazio que começou a ser tomado por uma chama, a mesma que corrompia sua inocente alma. Essa força de natureza misteriosa apenas tendia a crescer mais e mais, enquanto lembrava-se da dor que sentia. Bulbassaurtwo, Squirtletwo, Charmandertwo... Aitwo, seus únicos e verdadeiros amigos sumiram sem razão certa, deixando-o solitário em seus sonhos. Culpar os humanos parecia ser a dedução mais lógica para ele. A raiva, uma das primeiras emoções sentidas por Mewtwo o fez extravasar uma descarga elétrica que percorreu todo o laboratório, mergulhando-o em chamas.
- O que foi isso? Ativem o sistema de segurança agora!
Múltiplos braços mecânicos aparecem e direcionam-se ao Mewtwo, tentando atacá-lo, mas ao se aproximarem, são desintegrados por um denso campo de energia. Ele começa a crescer, destruindo tudo o que engole.
- Nós conseguimos... Criamos o pokémon mais forte de todos. – Diz o cientista, já consciente de seu destino.
- Aaah! – Grita Mewtwo, concentrando todo o seu poder.
De repente, uma explosão. O som foi tão alto que poderia se equiparar a uma bomba atômica. A força das ondas de choque eram tão intensas que percorreram centenas de quilômetros para se dissipar O laboratório foi apagado, restando apenas estilhaços que logo afundaram na imensidão do oceano. Os humanos foram todos mortos, e poucos pokémons conseguiram sobreviver, mas estavam duramente feridos. A vingativa criação então cessa o ataque.
[1] Este capítulo é uma referência ao filme Pokémon: Mewtwo vs Mew. Os textos foram retirados do mesmo, com algumas leves alterações e representações. O próximo capítulo será mais criativo.Black: Fanfic trancada por inatividade. Caso queira reabri-la mande uma MP a qualquer FFM.