Danger Days

Uma pequenina figura se destacava na porta de uma casa. Seu nome era Pepper. Sua figura apresentava um ar desleixado, o que casava perfeitamente com ela. Os cabelos presos num rabo de cavalo precário nas costas, as roupas comuns que tentavam gritar um quê de individualidade, a mochila jogada na calçada. Tudo estava indo muito bem, em termos. Afinal, era o último dia de aula.

Os planos para o resto do dia saltavam em sua mente. Ao abrir a porta de casa, a garota notou algo preso embaixo dela: Uma carta. Curiosa, rasgou o envelope e se pôs a ler o papel. Num segundo, a expressão da garota mudou radicalmente. Esperou um minuto, ou dois; leu e releu o pequeno papel. O que estaria acontecendo? Finalmente, ela soube o que fazer.

A garota saiu correndo pela rua deserta, o bilhete amassado na mão. Sua mente se encontrava embaralhada por pensamentos que não duravam muito, mas contribuíam para a confusão geral. Pepper não olhava para as casas, ou ao menos prestava atenção no seu caminho. Ela já estava habituada demais para errar um passo sequer. E os momentos se transformavam em minutos, enquanto avançava pelo caminho. Numa sucessão de cores e formas, seu destino já estava se formando no horizonte.

O velho casarão se projeta no fim de uma ruela deserta. Seus antigos donos, certamente, não se preocuparam em manter as aparências. A tinta que recobria as paredes, que um dia eram coloridas de um tom de azul, estava descascada e cheia de falhas. Grandes janelas com suas cortinas fechadas tomavam estas paredes, os vidros de algumas estavam quebrados ou desaparecidos totalmente. Apesar de todos os infortúnios, aquele era o único local que ela poderia chamar de lar. Esbaforida, se ajeitou e tentou recuperar o fôlego. Bateu na porta.