- LANGDON escreveu:
- Legal, tem uns acentos e palavras faltando em alguns lugares, mas não atrapalha. Algo me diz que esse Geo vai se lascar.
E eu tenho uma dúvida.
Se todo mundo é Pokémon, o que exatamente eles caçam? Pokémons não-inteligentes?
Bem, eu não diria Pokémon não-inteligentes, mas entendi o que dizer. Bem, nesse mundo existe dois tipos de ordens de Pokémon: aqueles que entram para a civilização e aqueles que continuam selvagens. Os civilizados, por conta de leis, não podem caçar outros que estejam em sua mesma ordem, ou seja, também civilizados. Os selvagens, como o próprio nome já diz, não obedece tais regras e têm toda a liberdade de comer qualquer espécie que satisfaça seu apetite. Confesso que parece estranho, mas acredito que esse modelo seja o mais próximo que consegui bolar para esse mundo.
Se tiver mais dúvidas, é só falar!
Quanto ao capítulo, gostaria de esclarecer uma coisa que esqueci de mencionar no capítulo anterior: Aqui não existe aquela coisa de só 4 movimentos por conta da mecânica do jogo. Então, para colocar mais realismo na estória, os Pokémon são capazes de ter o número de movimentos que lhes forem possível. Claro, obedecendo as regras daquilo que eles podem aprender e não de acordo com o tipo de sua espécie.
Então, não estranhem se um Pokémon aqui usar 5 movimentos diferentes em uma mesma batalha. Será algo normal nessa estória.
Bem, sem delongas. Boa leitura!
“Bom mesmo é ir à luta com determinação, abraçar a vida com paixão, perder com classe e vencer com ousadia, porque o mundo pertence a quem se atreve e a vida é "muito" para ser insignificante.” - Augusto BrancoCapítulo 2 – Teste de PoderesNo dia seguinte, Geo foi o primeiro a acordar. Tão cedo que notou pela janela os primeiros raios solares iluminando o céu já azul escuro para a nova manhã. Com pouco esforço, ele se levantou de sua cama e vestiu sua túnica para depois colocar sua pilha de feno de volta ao amontoado logo atrás da cama de Anora.
Muito para seu desconforto, nem mesmo ele podia controlar o barulho do feno que havia sido suficiente para acordar sua anfitriã.
– Acordou tão cedo. – Ela disse ao notar que Geo não estava mais no lugar onde estava sua cama. Seguido de bochecho, começou também a fazer o mesmo processo.
– Desculpa. É meio difícil mover o feno sem ter de acordar alguém.
– Não tem problema. Costumo a levantar a essa hora de qualquer jeito. – Pelo menos, era uma meia-verdade. Era mais cedo do que gostaria, mas podia se acostumar.
– Vamos comer? – Geo perguntou já de olho no balde de frutas que Anora tinha colocado na mesa ontem. Seu estômago já clamava por satisfação, sabendo que havia conseguido muita no dia anterior.
Anora deu uma risada de leve. Já devia ter esperado algo assim pela manhã.
– Vamos.
Com isso, Geo se sentou na cadeira frente à mesa de tronco e começou a explorar o conteúdo do balde. Tinha frutas Oran, Pecha, Sitrus, Maçã e de outros variados tipos. Ele pegou dez aleatoriamente e começou a devorá-las seguido de Anora com um banquete bem maior. Claro, sendo do tipo Dragão, sua demanda era estonteante comparada com uma de alguém da linhagem Ralts.
– Então, você sabe que horas esse Dojo abre? – Geo perguntou depois de engolir sua terceira fruta.
– Makuhita geralmente abre logo depois do Sol subir da linha do horizonte. – Anora olhou pela janela e viu a cor do céu que ficava cada vez mais clara. – Então, acho que ele já deve estar lá preparando tudo. Ele e a família Kanghaskan são as únicas pessoas por aqui abrem seus negócios cedo. Vai ser até bom porque não tem muita gente de manhã cedo, aí ele pode nos ajudar a treinar.
– Bem, eu só conheço aquilo é comum a todos Pokémon e a meus tipos. Por exemplo, evasão, precisão, força, as habilidades e entre outros. Agora não sei nada como treinar em termos do tipo Dragão. Portanto, se ele souber isso, então ficarei feliz em dar as honras.
– Ah, e ele sabe. Há rumores que ele viajou pra várias partes do mundo com o intuito de aprender as artes de cada tipo de Pokémon e trazê-las para fortalecer os Resgatadores. Alguns até dizem que ele é o Pokémon mais forte da vila. – Anora explicou ao mesmo que comia sua décima sexta fruta. Isso não se deixou passar por Geo que só a observava de olho franzido. Mais pelo fato de como as pessoas eram capazes de surpreender suas expectativas. Ele não se lembrava se alguma vez ele encontrou algum Lendário em sua vida anterior ou sequer teve a chance, mas sabia de sua grandiosidade e sua reputação entre Pokémon como ele. E aqui estava um deles em sua frente, pedindo sua ajuda para realizar um sonho pessoal. Era até irônico.
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Não muito tempo depois, a dupla já se movia em direção aos limites da Praça Pokémon juntos pela primeira vez. Mesmo que ainda não tivessem entrado na vila propriamente dito, ambos já podiam ouvir vozes e as ocasionais gargalhadas que preenchiam o ar silencioso ao redor. Para Anora, algumas delas eram bem reconhecíveis. Mais precisamente, ela conseguia ouvir as vozes dos Irmãos Kecleon que eram os comerciantes mais conhecidos nas redondezas. Anos atrás, eles abriram um negócio permanente na vila por conta da demanda de suprimentos que os Resgatadores e os cidadãos locais tanto necessitavam. Graças aos dois, o lugar ainda mantinha sua estabilidade econômica apesar dos problemas ambientais lá fora.
A tenda dos Kecleons era uma das primeiras coisas que você veria assim que chegasse em Praça Pokémon. E lá seria a primeira parada para Anora em particular. Ela havia combinado no caminho com Geo que precisaria de alguns elixires energéticos para o treino da manhã.
Ao chegarem, os dois encontraram os irmãos conversando enquanto carregavam umas caixas de suprimentos que, pelo que parecia, tinha chegado bem cedo.
– Bom dia, senhores. – Anora cumprimentou.
Os Kecleon se viraram um pouco surpreso ao reconhecerem a voz familiar:
– Anora? O que faz acordada tão cedo, menina? – O Kecleon mais velho, Roxo, perguntou. Ele era especializado em vender pergaminhos de habilidades e esferas mágicas já que sempre fascinou em estudar conteúdos complexos do tipo. Seu irmão, Verde, era mais humilde pois se especializava na venda de utensílios e também comida.
– Estou indo treinar no Dojo de novo, então achei que seria melhor levar alguns energéticos.
– Ainda com o sonho de se juntar aos Resgatadores na cabeça? – Verde perguntou.
– Não achou mesmo que eu ia desistir, achou?
– Não, não achei. Você sempre é cabeça-dura quando coloca uma coisa nessa sua mente de dragão. – Roxo rindo junto com seu irmão. Enquanto isso, Geo observava a conversa com interesse. Os Irmãos não pareciam ser pessoas más e não pareciam estar rindo dela por maldade. Ele até notou que Anora tinha aquele ar de intimidade com os dois, o que pôde deduzir que ela os conhecia faz muito tempo.
Não demorou muito para Verde e Roxo também notarem a sua presença, o que até surpreendeu Geo. Se o que Anora disse ontem sobre a raridade de Gallades por ali, então os Irmãos devem ter viajado muito.
– Ora, ora, o que temos aqui. – Verde começou.
– Já faz um tempo que vimos um Gallade pela última vez. Mais tempo ainda ver um azul em nossas frentes. Amigo seu, Anora? – Roxo perguntou.
– Sim. Esse é Geo. Achei ele inconsciente ontem lá na Floresta das Árvores Baixas e quando acordou, me ajudou com minha amiga Butterfree a tirar o filho dela, Caterpie, de uma fissura. Ele também concordou em ser meu parceiro de equipe quando entrarmos para o exame dos Resgatadores próxima semana.
– É mesmo? Quanta generosidade, senhor. – Aqui vemos os Irmãos Kecleons botando as caixas no chão e para cumprimentar Geo pessoalmente. – Perdoe-nos por nossas maneiras, somos os Irmãos Kecleons. Sou Roxo e esse é meu irmão Verde, prazer em conhece-lo Geo.
– O prazer é meu, Irmãos Kecleon. – Geo disse enquanto apertavam as mãos.
– Então, você vai ajudar nossa garota no treinamento pro exame? – Verde perguntou.
Geo assentiu. – Sim, é o mínimo que posso fazer para retribuir o trabalho de ter sido solidária comigo ontem.
– Entendo. Anora é sempre prestativa quando se trata de fazer o possível para ajudar os outros. Acho que vem da natureza de ser uma Latias. – Verde disse. – Só um instante, vou pegar uns Elixires de Energia lá atrás da tenda.
– Então, o que o traz aqui? Deve ter sido uma viagem e tanto de lá de Tresjura até Resco. – Roxo perguntou, certamente sem ter consciência do estado de Geo.
– Eu não me lembro se realmente sou de Tresjura. Na verdade, nem me lembro como cheguei aqui antes acordar. Anora me disse que estou passando por um estado de amnésia. – Ele disse sendo honesto.
– Amnésia? Hmm... Pelo que sei, o único que poderia te ajudar nessa ocasião seria Alakazam, meu jovem.
Geo franziu a testa. – E quem seria esse?
– Alakazam é o líder da Equipe Helios, uma das melhores equipes que andam por esse continente. Há rumores que ele sabe de tudo que passa pelo mundo devido a seu alto QI e também é a mente que coordena tudo dentro da equipe. Junto com ele, está Tyranitar, que usa sua carapaça dura para defender seus companheiros em caso de um ataque, e Charizard, que usa suas chamas poderosas para lançar o terror sobre seus inimigos. – Anora explicou. Ela não os conhecia pessoalmente, muito pelo fato de raramente vê-los na Praça Pokémon. Mas os rumores de suas aventuras eram bem comentados pelos cidadãos.
– Mas nem tente, garoto. Já faz meses desde a última visita deles aqui. – Roxo acrescentou.
Geo ficou desapontado, apesar de seu rosto não ter mostrado tal reação com a nova informação. Mas ele estava disposto a espera-los voltar já que o máximo que podia fazer quanto a isso. Era o tempo em que poderia se dedicar em ajudar Anora com os Resgatadores.
– É uma pena. Mas não se preocupem com isso. Não é nada urgente. – Ele disse finalmente.
– Pronto! Aqui está. – Verde voltou com um saco com seis garrafas pequenas dentro. – Vão com calma quando começarem a beberem isso, certo? Eles dão dor de barriga e às vezes diarreia se tomarem tudo de vez.
– Pode deixar. Bem, acho que vamos indo. Quanto custa cada? – Anora perguntou já buscando o dinheiro em sua bolsa.
– Ah não, querida. Esses são por conta da casa. Serve tanto de desejo de boa sorte e também boas-vindas para Geo. – Verde sorriu suavemente.
– Oh, não precisava, pessoal. Mas obrigada pela gentileza.
– O prazer é nosso, Anora. Afinal, queremos ver nossa menina lá no topo algum dia. – Verde disse.
– Bem, então nos vemos depois. Tchau! – Anora se despediu juntamente com Geo que apenas assentiu silenciosamente e retomaram seus caminhos originais em direção ao Dojo.
– Voltem sempre!
Um silêncio se apoderou da dupla enquanto eles continuaram a trafegar quietos pelas ruas da Praça Pokémon, até que Geo decidiu iniciar uma conversa dessa vez.
– Anora. – Geo falou o nome dela em um tom que significava que ele tinha uma pergunta.
– Hmm?
– Como você veio parar nessa vila? Sabe, você é uma Lendária. Todos nós, Pokémon ordinários melhor dizendo, achamos que seu tipo sempre vivia em lugares muitas vezes escondidos do público. Me perdoe se estou me intrometendo em alguma parte pessoal de sua vida, mas não posso negar que estou curioso.
Anora ficou um pouco surpresa com a repentina declaração, mas ao mesmo tempo feliz em saber que Geo estava tentando se abrir mais. No entanto, o assunto que tinha tocado não era um dos preferidos dela.
– Muitas pessoas já me fizeram essa pergunta, mas não é uma coisa que gosto de falar. – Ela disse com tristeza. Geo imediatamente notou sua mudança de humor e tentou consolá-la:
– Desculpa. Se não quiser contar, não tem problema.
– Não, acho que você tem o direito de saber. Até porque seremos parceiros daqui a pouco e parceiros devem se conhecer bem para formar uma boa equipe, não?
Geo assentiu.
– Bem, como estamos perto do Dojo então vou lhe contar a versão resumida. A verdade é que não sei de onde eu vim. Choquei sozinha debaixo de uma árvore perto de onde agora é a casa. Até hoje fico surpresa como nenhum selvagem quebrou meu ovo para me comer. – Anora deu risada breve antes de continuar. – Enfim, fui forçada a sobreviver sozinha desde que nasci. Aprendi a coletar as frutas certas para comer, aprendi a conviver as noites chuvosas e por aí vai. Com 12 anos, eu vim pela primeira vez para cá. Na época, os Irmãos Kecleons ainda eram recém-chegados na vila e tive a audácia de roubar uma maçã deles.
Geo deu um leve sorriso. – Imagino que não tenha dado certo.
– Não, não deu. Eles me pegaram antes que eu pudesse sair voando de volta pro meu esconderijo. Você devia ver a cara deles quando perceberam que eu era uma Latias.
– Não é difícil de imaginar.
– Enfim, eles me deram uma bronca e me ensinaram o significado de roubar. Depois que contei, bem, minha situação, eles passaram a me oferecer comida em troca de alguns favores. Na maioria, era só entregar umas encomendas. Daí em diante, passei minha vida crescendo por aqui e conhecendo o pessoal até os dias de hoje.
Ao terminar o relato, Geo se viu sem palavras para poder se expressar mas estava ao mesmo tempo admirado. Sobreviver sozinho desde criança não é para qualquer um.
– Deve ter sido uma vida difícil, a sua. – Ele finalmente teve coragem de dizer.
– No começo foi. Mas depois que você pega o jeito, as coisas ficam mais simples. – Ela sorriu para levantar o ânimo entre os dois.
E bem a tempo, porque estavam a poucos pés de distância do Dojo.
– Aí está ele. O Dojo de Makuhita.
Institivamente, Geo colocou uma das mãos na maçaneta da porta de madeira e a abriu para Anora, com o intuito de mostrar cavalheirismo. Ela agradeceu e entrou no prédio seguida logo atrás por seu parceiro.
O prédio não era lá muito luxuoso, nem havia necessidade para ser do tipo. As paredes eram feitas de pedras de granito, com janelas casualmente decorando-as para a luz natural entrasse nas salas. A temperatura dentro era morna e confortável no momento, mas era capaz de se adaptar de acordo com a estação de cada trimestre. Primeiramente, eles entraram no que parecia ser uma recepção onde havia um Sawk atrás de balcão de madeira.
Assim que os dois entraram, ele imediatamente botou os olhos em Geo e o encarou como se tivesse o inspecionando. Anora, que havia notado a reação, sabia o motivo do comportamento:
– Geo, abaixe o capuz. Eles não gostam de gente que escondem o rosto por aqui. Instauraram essa regra depois de um roubo. – Ela explicou.
– Oh, desculpe. – Ele disse num tom alto suficiente para o recepcionista ouvir e depois, tirou o capuz.
– Assim está melhor. – O Sawk disse. – Em que posso ajuda-los?
– Oi, Sawk. O senhor Makuhita está livre no momento? – Anora perguntou.
– Bom dia. Sim, ele está. O que precisam dele?
Dessa vez, Geo entrou na conversa:
–Precisamos que ele nos ajude com treinamento do tipo Dragão, mais especificamente para Anora aqui. Eu irei treiná-la na base Psíquica.
– Entendo. Tudo que você tem a fazer é preencher esse formulário com suas informações pessoais e suas maestrias. Depois vou passar o papel para Makuhita que o avaliará em uma batalha antes de poder lecionar. Sinto muito, mas são regras do Dojo. Ninguém leciona aqui sem a aprovação dele. – Sawk explicou.
Geo franziu a testa e se virou para Anora:
– Você não me falou nada disso.
– Acho que esqueci de mencionar. – Ela respondeu um pouco envergonhada pelo deslize.
– Tudo bem. Eu aceito os termos. – Assim, Geo pegou uma caneta e começou a escrever. Não tinha muita coisa para anotar, sendo que só tinha a data de nascimento que foi forjada, sua idade atual, seu nome, sua espécie Pokémon e uma lista de habilidades conhecidas que foi a parte que mais demorou para completar já que ele sabia muitas.
Assim que terminou, Geo entregou de volta o papel para Sawk. Ele fez um breve estudo do formulário antes de aprovar e voltar a olhar para a dupla.
– Me acompanhem, por favor. – Sawk se levantou e se dirigiu para a porta que dava acesso ao resto da academia. Institivamente, Geo e Anora o seguiu.
Depois de passar pela porta, Geo se viu em um grande salão cheio de equipamentos. Havia sacos de areia para treinar técnicas de ataque físico, tinha algumas salas de meditação, uns atiradores de bolas franeladas que serviam para praticar desvio e também uma arena onde os duelos aconteciam. Makuhita era o único que estava no espaço do Dojo e mais especificamente na arena onde estava treinando alguns golpes contra um adversário imaginário. Ele estava absorvido no que fazia que nem percebeu o grupo se aproximar.
– Senhor Makuhita? – Sawk o chamou.
– Sim?
– Há um jovem aqui que deseja lecionar no Dojo, particularmente Anora.
Ao ouvir o nome familiar, Makuhita parou sua luta e se virou para ver Anora e Geo logo atrás de Sawk. O Pokémon saiu da arena e caminhou até a Latias que recebeu um forte abraço dele.
– Anora? É bom vê-la novamente. Achei que não voltaria mais depois de ter, bem, falhado no seu exame.
– Eu também pensava, mas agora parece que fui concedida mais uma chance. Dessa vez, terei um parceiro. - Ela apontou para Geo. – Geo aqui concordou em formarmos uma equipe quando passássemos no exame.
Makuhita agora fitava Geo. – Oh, mas isso é maravilhoso! E vai ser seu treinador até o exame da próxima semana?
– Sim, senhor. Na verdade, eu soube que o senhor tem experiência em treinamento Dragão. Será que pode nos ajudar nessa parte? Eu consigo dar conta do resto. – Geo respondeu.
– Confiante você hein? Isso é bom em um guerreiro, mas tem certeza que consegue manter a palavra mesmo sabendo que tenho avalia-lo primeiro? Sawk, me dê o formulário por favor.
Sawk fez o que lhe foi ordenado e entregou o papel a Makuhita. Ele deu uma breve olhada assim como seu assistente tinha feito, mas, ao contrário dele, Makuhita não aparentou mostrar sequer reação.
– É, você parece ser bom mesmo. Certo, os termos da avaliação são os seguintes: Primeiro, você deve aguentar a batalha por três minutos. Se você desmaiar, será instanteneamente desqualificado. Segundo, habilidades como Teleport são proibidas por óbvias razões. E terceiro, o espaço estará somente limitado à arena. Consequentemente, se você sair por qualquer motivo que seja, será desqualificado. – Makuhita fez uma pausa para que Geo tivesse tempo de processar tudo o que disse. – Estamos de acordo?
– Estamos. – Geo assentiu sem menores relutâncias.
Por fim, os lutadores se posicionaram na arena a poucos metros um na frente do outro. Como Sawk era o único disponível com experiência em ser juiz de partida, ele ergueu a mão significando que a luta estava prestes a começar. Segundos depois, baixou a mão.
Geo não perdeu tempo e começou com uma sequência de Agility, Sword Dance e Zen Headbutt. Mas antes que pudesse fazer contato, seu adversário desviou no último segundo o que o fez se desequilibrar.
Makuhita aproveitou essa oportunidade com uma combinação de Bulk Up e Ice Punch, mas graças ao Agility de Geo ele também não conseguiu fazer contato.
Geo arregalou os olhos de pura surpresa. Droga, ele é muito rápido mesmo tendo um corpo gordo como aquele. Se não tivesse usado Agility, com certeza teria perdido já. Mas ele também tinha suas surpresas.
– Nada mal. Nada mal mesmo, Geo! A maioria dos meus desafiantes perdem logo nos primeiros 20 segundos e você conseguiu passar. Mas ainda só estou aquecendo!
– Digo o mesmo!
Terminando a troca de palavras, Geo surpreendeu Makuhita pelas costas com Extreme Speed e o desferiu um Low Kick para manda-lo ao chão. Só que tinha muitos anos de experiência em combate e sabia que se não levantasse logo seria o fim. Logo, usou suas mãos para impedir a queda e depois rolar para se levantar. Usando o momentum, ele também contra-atacou com o mesmo golpe para produzir o mesmo efeito em Geo. O Gallade não teve tempo de reagir e caiu no chão também, mas rapidamente se levantou.
Enquanto isso, Anora observava a luta com bastante interesse e ansiedade. Tinha de admitir que era realmente uma garota de sorte ao escolher Geo como futuro parceiro. Ele era impressionantemente magnífico em batalha! Não sabia bem descrever aqueles complicados movimentos que até a fazia se perder muitas vezes, mas sabia que qualquer um que esteve de igual para igual com Makuhita era digno de tamanha admiração. Ela até ficou corada de vergonha ao lembrar que era por causa dela que Geo estava lutando com tanta pressão daquele jeito. Mas logo deixou a questão de lado e voltou a se concentrar em assistir a luta.
Quase um minuto e meio haviam se passado. Os ataques de ambos competidores ficavam cada vez mais ameaçadores e suas táticas cada vez mais astutas. Ambos já mostravam os primeiros sinais de cansaço após o uso de vários tipos de combinações e também alguns ferimentos em seus corpos deixavam as coisas mais difíceis para os dois. Mas nenhum dos dois queria dar a vitória ao outro e por isso continuaram firmes.
Mais especificamente para Makuhita, essa estava sendo sua melhor avaliação que já teve durante toda a história do Dojo. Claro, Sawk também fez um excelente trabalho ao quebrar o desafio quando quis ser professor, mas as semelhanças com a de agora paravam aí. Pois nessa luta, ele parecia estar... se divertindo melhor dizendo, o que não passou despercebido por Geo.
– Se divertindo? - Geo perguntou entre fôlegos.
Makuhita deu uma gargalhada de aprovação. - Me divertindo? Estou adorando essa luta, garoto! Você é muito bom, tenho de admitir. Poucos me forçaram a usar meu poder máximo num teste desses. - Poder máximo entre aspas, considerando que se ambos lutassem com força total era muito provável que alguém saísse com sérios ferimentos. Os dois estavam tomando cuidado com seus ataques para que não acontece coisa do tipo.
– Falta um minuto e dez segundos pelas minhas contas.
– Então, não vamos perder tempo! Em guarda! - Makuhita avançou para a posição de Geo, mas, quando estava prestes a chegar, ele criou várias imagens de si mesmos que ficaram correndo em volta de seu adversário.
Geo percebeu o que Makuhita estava fazendo. O velho truque de ilusão óptica do Double Team. Se tratava de um movimento que criava imagens do usuário e as fazia correr em volta do oponente, deixando-o confuso enquanto tenta determinar qual deles é o verdadeiro. Mas Geo sabia que Double Team tinha um pequeno defeito contra Psíquicos, o que provavelmente não tomou em consideração no calor do momento. Pokémon do tipo Psíquico eram capazes de identificar a energia vital de outros Pokémon e era uma habilidade bem útil na medicina, psicologia ou até mesmo em situações como aquela.
Por isso, foi fácil para ele calcular seu próximo movimento segundos depois. Quando notou o verdadeiro Makuhita, preparou um Hi-Jump Kick que acertou em cheio na barriga dele com tamanha força que o mandou para o chão ao sentir tanta dor. Com o nocaute feito, Geo se aproximou de seu adversário indefeso e elongou a lâmina de seu braço direito a colocou perto do rosto de Makuhita.
– Se rende? - Geo disse.
– Ainda falta quinze segundos... - E logo, Makuhita o surpreendeu com um contra-ataque rápido de Close Combat. A ferocidade de seus punhos foi tamanha que Geo não conseguiu se defender direito da sequência veloz de murros em várias partes de seu corpo. No final, ele acabou se ajoelhando ao perder o equilíbrio de suas pernas já cansadas. Entretanto, Makuhita já estava preparando outro ataque e sabia que se tomasse esse, seria seu fim.
Para sua sorte, Sawk deu o sinal para parar a luta imediatamente. - Acabou o tempo! Batalha impressionante vocês dois. - Ele exclamou empolgado.
Anora rapidamente voou até Geo, preocupada com a fisionomia dele após um ataque terrível como aquele Close Combat. Ela mesma já teria sido nocauteada de vez se tivesse no lugar dele.
– Geo, está tudo bem? – Ela perguntou colocando sua garra direita no ombro direito dele que reagiu um pouco a seu toque. Parecia que o corpo dele estava todo tenso.
– Tirando alguns ferimentos e uma leve dor de cabeça, estou bem. Pelo menos valeu a pena no final. Agora vou poder treinar você. – Ele disse.
– Sério Geo, não precisava ter ido tão longe assim por minha causa. Podíamos ter.... – Mas antes que pudesse terminar, ele levantou sua palma indicando que queria falar.
– Anora, relaxe. Eu não prometi a você que nós vamos formar uma equipe juntos? – Ela assentiu ainda um pouco relutante. – Então, aqui estou eu cumprindo minha palavra.
Ao ouvir aquilo, Anora não conseguiu evitar mostrar sua alegria em seu grande sorriso. Ela o abraçou tão forte que algumas partes do corpo dele gritaram de dor o que a fez se parar quase que instantaneamente.
– Obrigada, Geo. Vou retribuir o favor. – Ela disse ainda sorrindo.
– Ótimo, porque eu vou cobrar. – Ele brincou.
– Own, que casal bonito! – Os dois olharam para Makuhita e Sawk que observavam toda a conversa com caras marotas. Geo e Anora coraram de vez.
– Nós não somos um casal! – Eles gritaram quase que ao mesmo tempo.
– Tá, tá, me engana que eu gosto. – Depois, Makuhita se dirigiu a Geo e o ajudou a se levantar. – Meus parabéns, Geo. Já faz três anos que meu último desafiante venceu o desafio para lecionar nesse Dojo. Sawk aqui foi essa pessoa. Você lutou muito bem hoje, até o ponto em que você me forçou a usar Close Combat. Uma habilidade que raramente uso por conta do cansaço que ela deixa depois, mas você aguentou como um verdadeiro guerreiro. E por provar seu valor debaixo desse humilde teto, eu lhe nomeio Professor do Dojo Makuhita. Carregue esse título com honra!
Seguiram-se uma série de aplausos para Geo. Por algum motivo inexplicável, ele ficou com vergonha apesar de ainda só terem eles dentro do salão. Mas não era tão ruim assim, ele achou. O discurso foi até um pouco extravagante e até desnecessário porque ele não tinha a intenção de trabalhar ali. Pelo menos, não no momento.
Então, ele recusou o título:
– Obrigado, senhor. Mas, nunca foi minha intenção trabalhar aqui. Só precisa de seu espaço para o treinamento com Anora para o exame da próxima semana.
– Estou sabendo. Mas permita-me dizer que a posição de Professor aqui é vitalícia. Portanto, você será sempre bem-vindo aqui tanto como aluno para mim e como Professor para os outros que necessitarem do estabelecimento. Pense a respeito no dia em que você precisar de um trabalho.
– Se o senhor insiste, está bem então. Vou considerar sua oferta.
– Ótimo! Agora descanse um pouco, certo? Foi uma luta intensa e seu corpo precisa recuperar as forças. Até porque Anora precisa do treinamento Dragão com urgência se ela quiser ter uma chance contra os avaliadores do exame. Então, tome esse tempo e descanse.
– Sim, senhor. – Geo agradeceu.
– Sawk, pegue algumas frutas Sitrus e dê a ele. – Depois Makuhita se virou para Anora. – Vamos começar?
Notas Finais do Capítulo:Essa foi a primeira batalha Pokémon que escrevi em minha vida inteira. Tive até que assistir aquela bosta de anime pra ter algumas referências pra ver a metodologia e modificar para uma luta só entre Pokémon sem aqueles comandos dos treinadores. Então, se eu tiver feito alguma coisa errada ou se achar que preciso melhorar, por favor não hesitem em dizer, okay?
Também, como vocês devem ter notado, já comecei a dar os primeiros sinais do romance entre as personagens principais. Mas, ainda está muito cedo para o romance propriamente dito mostrar as caras, então será um caminho lento até chegar no momento certo.