Chapter 3
Oak Lab: Zane And Cleffa´s Trial For A Pokédex
- Ganhaste uma Cleffa? – indagou Max completamente escandalizado. O garoto tinha aberto tanto os olhos que eu pensei que estes lhe fossem saltar da cara.
Tinha acabado de subir para o quarto para contar a Max acerca do presente que a minha mãe tinha acabado de me dar. Cleffa descasava agora na sua pokébola, cuja qual eu erguia, com alguma dificuldade, devido ao facto de estar a tremer nervosamente. O meu melhor amigo olhava para a esfera como se esta fosse um pequeno tesouro.
- Posso vê-la? – perguntou entusiasmado.
Sorri ao notar que ele estava tão feliz com a ideia de eu ter um pokemon, como eu próprio estava. Lancei a pokébola ao ar e chamei pelo Pokémon.
- Cleffa, hora de aparecer. – disse com convicção.
O pokemon fada surgiu com um grande alarido a minha frente e viu-se perante Max, que saltou da cama e aterrou em frente a Cleffa, que olhou para ele num misto de escândalo e terror.
- Ela é fantástica! – exclamou o garoto, erguendo o pokemon no ar e colocando-o frente a frente com a sua cara. – E parece ser bastante amigáv…
Max, foi lançado para cima da cama, tal não foi a força com que Cleffa o havia socado. O pokemon caiu no chão, mas rapidamente se ergueu, olhando para mim enquanto o meu amigo gemia de dor.
- Cleffa… - dizia eu andando lentamente para trás enquanto o pokemon avançava na minha direcção. – Sou, eu… O teu treina..
A ultima visão que tive antes de desmaiar, foi Cleffa pular na minha direcção e girar a sua pequena mãozinha para trás, ganhando balanço.
Acordei, o que me pareceu meros minutos depois com um grito incrivelmente alto. Todas as coisas que estavam penduradas nas paredes do quarto haviam caído para o chão, olhei em meu redor para me aperceber que nada estava no seu devido lugar.
- Wow… - Exclamou Max perplexo encarando o pequeno pokemon que estava em cima de uma cadeira virada ao contrário, em um canto do quarto. – Acho que aquilo foi um Hyper Voice!
Apressei-me a olhar para Cleffa também. O pokemon encarava-me com um ar de desafio. Apercebi-me que teríamos muito trabalho pela frente até sermos a dupla mais forte do mundo. Voltei a pegar na pokébola e chamei-a de volta, para fora das nossas vistas.
Alguns minutos depois, após me ter ajudado a limpar toda aquela destruição causada por Cleffa, Max voltou a atirar-se para cima da minha cama e limitou-se a dizer, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
- Sabes que não podes ser considerado um treinador pokemon ainda!
Olhei para ele desconfiado.
- Porquê? – indaguei.
O garoto sentou-se e apressou-se a informar-me.
- Mesmo tendo um pokemon, ainda tens que ter uma pokedex e inscrever-te para a liga. – disse ele. – E a única pessoa que pode dar-te ambas essas coisas é o professor oak.
Sentei-me a seu lado e pensei no que me dissera. Realmente era verdade. Professor Oak dera os starters e as pokedex aos outros três garotos da nossa classe.
- Então só há uma coisa a fazer. – informei levantando-me – Temos que ir visitar o Professor!
Max ergueu-se quase de imediato.
- Pensei que nunca mais dissesses isso. – exclamou ele com um sorriso.
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Passados vinte minutos estávamos os dois tocando a campainha do laboratório. Não levou muito tempo até que o Professor Oak abrisse a porta e olhasse para nós com ar de espanto.
- O que posso fazer por vocês crianças? – perguntou ele.
Ergui a pokébola de Cleffa para que o homem a conseguisse ver e disse com uma segurança que desconhecia possuir.
- Professor, eu vim pegar a minha pokedex!
O homem olhou para mim como se eu tivesse dito que queria todo o seu dinheiro.
- Como assim a tua pokedex? – perguntou – Os três treinadores da minha classe já foram escolhidos. E tenho a certeza que Artico, Alice e Marco farão um excelente trabalho representando a escola de Viridian. Sugiro que voltes a fazer o teste no próximo mês Zane.
- Mas professor… - chamou Max ajoelhando-se perante o homem, juntando as mãos e com lágrimas nos olhos, visivelmente fingindo desespero – Você não pode dizer isso. O Zane tem um pokemon. Mostra-lhe o teu pokemon Zane!
Lancei a pokebola ao ar e em menos de um segundo, Cleffa estava a minha frente. Tanto eu como Max recuamos alguns passos. O professor olhou para o meu pokemon admirado e perguntou.
- Onde foi que conseguiste esta Cleffa meu jovem?
- Foi a minha mãe que comprou ela. – apressei-me a responder.
O Professor ficou em silencio durante alguns segundos, como se estivesse ponderando o que eu acabara de lhe contar. De seguida, sorriu e cruzou os braços olhando de Cleffa para mim.
- Creio que há algo que eu possa fazer. – Informou ele – Zane, proponho-te uma batalha. Se tu e o teu pokemon a conseguirem vencer, terei todo o gosto em entregar-te uma pokedex.
Olhei para ele incrédulo.
- Uma batalha? Contra o senhor? – eu olhava do Professor, para Max, para Cleffa, tentando perceber se era mesmo verdade. O homem voltou a sorrir.
- Creio que uma batalha contra mim seria deveras desequilibrada. – disse ele – Na verdade, irás enfrentar um dos meus assistentes. Blaze podes vir aqui por favor? – Chamou.
Um garoto de cabelos curtos ruivos, que combinavam estranhamente com as sardas que tinha na cara surgiu ao lado do Professor, aparentemente ele estava apenas á espera de ser chamado.
- Sim professor?
- Gostaria que tivesses uma batalha com o jovem Blaze, por favor. – Pediu o homem.
O garoto de nome Blaze tirou uma pokebola do seu casaco e correu para o lada oposto ao meu, gritando em seguida para que eu conseguisse ouvi-lo.
- Muito bem Zane, prepara-te para enfrentares o meu Pokémon mais forte!
E dito isto, lançou a pokebola ao ar, libertando em um feixe de luz, um pokemon com o aspecto de um rato rouxo, com a base do seu corpo num branco felpudo. Reconheci-o como sendo um Rattata. Baixei-me para ficar mais ou menos a altura de Cleffa e disse-lhe:
- Cleffa, preciso da tua ajuda para vencer esta batalha. Posso contar contigo?
O pokemon ignorou-me por completo e correu para ficar frente a frente com Rattata. Coloquei-me atrás dela e preparei-me para a batalha.
- Visto que estão todos prontos irei dar início. – informou o Professor – A batalha irá terminar quando um dos pokémons estiver incapaz de batalhar. Comecem!
Vs. - Rattata usa Tackle! – ordenou Blaze ao seu pokemon. O pokemon rato começou a correr na direcção de Cleffa, pronto a acertá-la.
- Cleffa, esquiva-te do ataque e acerta-lhe com Pound! – disse claramente. Contudo, ao invés de seguir as minhas ordens Cleffa aproveitou o tempo que tinha até Rattata chegar perto de si para soltar um dos seus poderosos gritos, lançando o pokemon a voar para perto do seu treinador.
Seguidamente, sem qualquer tipo de ordem minha, Cleffa começou a correr na direcção do adversário, “puxando” o seu pequeno bracinho atrás, para o que eu sabia ser Pound.
- Rattata, vamos esquivar esse ataque e usar Focus Energy! – instruiu Blaze ao seu pokemon. Rattata conseguiu desviar do ataque com um pulo, fazendo com que Cleffa tropeçasse e caísse no chão. Logo em seguida, o rato começou a brilhar fortemente.
- Continua com Tail Whip! – disse Blaze.
- Cleffa, contra-ataca com Hyper Voice! – Implorei desesperadamente.
Rattata fazia uma estranha dança, balançando a sua cauda de um lado para o outro, enquanto Cleffa voltava a me ignorar, erguendo-se e preparando-se para acertar um novo Pound.
- Essa batalha foi divertida, mas já terminou. – informou-me Blaze – Rattata usa Quick Attack!
- ZANE FAZ QUALQUER COISA!! – gritou Max de um dos lados do “campo de batalha”.
Olhei para Cleffa, ainda carregando Pound e pronta para chocar contra aquele rato que corria agora a uma velocidade estonteante contra ela. Fechei os olhos. Ouvi o estrondo. Sabia que a batalha tinha acabado e Cleffa estava muito provavelmente derrotada. Tomei coragem para os voltar a abrir.
Ambos os pokemons ainda se encontravam de pé. Parecia que tinham chocado a meio campo e nenhum deles estava pronto para se dar por vencido ainda.
- Rattata vamos usar Quick Attack novamente! – ordenou Blaze. Contudo, o seu pokemon não se mexeu. Olhava para Cleffa com um ar deveras estranho, e devo até dizer, aparvalhado. Não consegui conter o riso.
- È a habilidade especial de Cleffa. – informou o Professor – Cute Charm faz com que pokemons do sexo oposto fiquem apaixonados pelo usuário. Rattata não será capaz de atacar a sua amada.
- Será que essa habilidade funciona com pokémons gays? – perguntou Max passando a mão pelos cabelos, sendo ignorado por todos.
Sorri, finalmente consegui ter um momento de esperança em vencer esta batalha.
- Nesse caso nós atacaremos. – disse – Cleffa, usa Pound!
Mais uma vez, ao invés de usar o movimento que eu lhe havia pedido, Cleffa começou a entoar uma agradável melodia, que não levou muito tempo a fazer efeito, pois logo Rattata caía por chão, adormecido.
- Rattata não consegue lutar mais! – julgou o Professor – Zane e Cleffa são os vencedores.
- Basicamente a Cleffa venceu. – comentou Max – Não me pareceu que o Zane tenha feito grande coisa…
Blaze e eu recolhemos os nossos pokemons de volta nas pokebolas e dirigimo-nos para perto de Max e do Professor.
- Creio que venci. – disse eu um tanto embaraçado. – Uma promessa é uma promessa, Professor.
O homem sorriu para mim, tirando um pequeno instrumento de um dos seus bolsos e entregando-mo, rapidamente reconheci a pokedex assim que peguei nela.
- De facto tens razão Zane. – disse ele – A partir de hoje podes considerar-te o quarto treinador da minha classe a partir numa viagem. Desejo-te boa sorte meu jovem.
- Professor? – chamou Max – Porque a Cleffa não ouve os comandos dele?
O homem ficou em silencio durante alguns segundos antes de responder com uma reconfortante precisão.
- Alguns pokemons têm fortes personalidades e estilos próprios de batalhar. – informou – Cabe ao treinador saber se a melhor opção é tentar “domesticar” essas mesmas características ou adaptar-se a elas. Creio que Zane e Cleffa terão que aprender a conviver mutuamente e a trabalhar juntos.
Assenti com a cabeça, acho que percebera o que ele estava a dizer. Mas isso não importava agora. Sou finalmente um treinador. Irei começar a minha jornada, capturar pokemons, treiná-los, enfrentar os melhores treinadores do mundo, ginásio, tudo… até finalmente me tornar o campeão de Kanto.
- Já sabes para onde vais a seguir? – perguntou Blaze.
Sorri-lhe e respondi logo em seguida, ainda segurando a pokebola de Cleffa.
- A cidade de Viridian. A nossa primeira batalha de ginásio está á espera. – disse.
- Então o melhor é começarmos a andar! – afirmou Max, colocando um braço por cima dos meus ombros.
Olhei para ele surpreendido.
- Como assim “começar-mos a andar”? – perguntei.
Ele mostrou-me a língua e passou a mão pelos cabelos.
- Achas mesmo que eu vou perder toda essa aventura? – questionou – E além disso, há um pokemon algures por aí que está destinado a ser o meu parceiro e eu acho que é hora de o encontrar.
E dito isto gargalhou. E continuou ás gargalhadas enquanto nos dirigíamos para minha casa.
Continua…