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Tópicos com a tag 002 em Pokémon Mythology Pikalove

Data/hora atual: Sex 19 Abr 2024 - 4:48

2 resultados encontrados para 002

Satoshi Chronic - The Journey of a Master

Respostas aos Comentário::


#002 – O Pokémon que Surge após a Chuva




Dois anos mais tarde…


Droga… dormi demais!” Pensou Satoshi bocejando, enquanto fazia seu caminho em direção ao laboratório do prof. Okido.

Charmander havia se mostrado muito hiperativo na noite passada, não querendo parar nem mesmo um segundo, fazendo com que Satoshi o acompanhasse em uma maratona de brincadeiras. No final, eles haviam ido dormir muito depois da meia-noite. Depois de dois anos cuidando e treinado Charmander, Satoshi sabia exatamente o quão cheio de energia ele era. Sempre disposto a treinar e a brincar… mesmo depois de um dia cansativo de treinamento, Charmander ainda se demonstrava ter muita energia para brincar.

Fazia dois anos, desde o dia em que havia encontrado Charmander ferido em uma das colinas de Pallet. A partir daquele dia os dois haviam desenvolvido um forte laço e, lentamente, crescido e amadurecido em conjunto. Satoshi ainda era um garoto, ele sabia que ainda tinha longo caminho a percorrer, mas sua mente estava focada e sua determinação queimava inabalável. Juntos, eles haviam treinado dia após dias… estudo e aprendido juntos… agora, havia finalmente chegado o momento em que Okido lhe entregaria sua licença e equipamento básico, para que eles pudessem sair em jornada.

Satoshi nem mesmo conseguia acreditar, que finalmente havia chegado o momento.

Ele havia sonhado com aquilo durante anos, era quase inacreditável… ele estava prestes a iniciar sua jornada… seu caminho em direção ao seu objetivo. Satoshi sabia que não seria fácil. Ele não tinha ilusões… ele sabia que o caminho que havia escolhido seria difícil… porém, isso não significava que ele se daria por vencido.

Satoshi teve seus pensamentos interrompidos, quando ele escutou sons de comemoração.

Olhando mais adiante, em frente ao laboratório do professor Okido, havia uma grande multidão. Dentre as pessoas, ele pode ver um grupo de cinco adolescentes mais velhas, vestidas como líderes de torcida, e um BMW conversível vermelho. Se aproximando um pouco mais, ele foi capaz de ver Shigeru Okido saindo de dentro do laboratório.

Shigeru tinha a sua idade e era neto do professor. Era um garoto inteligente, mas dono de uma personalidade irritante.

— Ora, ora… se não é Satoshi-kun. — Falou Shigeru, assim que o viu se aproximar, sua voz carregada de deboche. — Você chegou bem atrasado, não é mesmo? Provavelmente, não deve ter mais nenhum Pokémon para você. Eu, é claro, tenho o melhor. Afinal, meu avô é que cuida da distribuição e, obviamente, guardou o melhor de todos para mim. — Gabou-se, retirando uma pokébola do bolso e girando-a na frente de Satoshi.

Não mate o idiota, não mate o idiota, não mate o idiota…” repetiu para si mesmo em pensamento, quase como um mantra, mantendo seu temperamento forte sob controle. Depois de dois anos tendo de cuidar de um Pokémon de fogo hiperativo, Satoshi havia aprendido a controlar seu temperamento.

— Parabéns pelo seu Pokémon, Shigeru-kun. — Cumprimentou-o, forçando um sorriso educado.

As garotas vestidas de líderes de torcida começaram gritar e balançar os pompons, fazendo com que o ego – já nada pequeno – de Shigeru inflasse ainda mais.

— Muito obrigada, colegas e namoradas! Certamente, eu me tornarei um Pokémon Master! E mostrarei o nome dessa cidade, Pallet, ao mundo! — Exclamou Shigeru, seu peito inflado de orgulho, enquanto entrava na BMW vermelha, que estava sendo dirigida por uma mulher bonita, que deveria ter por volta dos 20 anos.

Conforme o carro se afastava, a multidão o seguia.

Satoshi observou aquilo um tanto frustrado.

Ele sabia que Shigeru tinha talento e, provavelmente, seria um bom treinador. Contudo seu ego era grande demais e, mais do que provavelmente, iria cegar seu juízo. Ao invés de tentar criar sua própria fama, ele usava a fama de seu avô para fazer-se melhor do que os demais.

Não sei se tenho pena dos Pokémons que ele vai capturar, ou daquelas garotas que vão ter de suportá-lo… definitivamente, tenho pena é dos Pokémons!

— Você demorou, Satoshi-kun. Charmander lhe deu um tempo difícil novamente? — Perguntou Okido, aparecendo ao lado do menino.

— Sim, a cada dia que passa, parece que ele fica ainda mais energético. — Comentou, dando uma risada, enquanto se virava para encarar o mais velho.

— Charmanders são caracterizados pelo seu vigor, o que sempre os ajuda durante as batalhas. Se ele está tão energético, isso significa que você o está treinando muito bem.

Satoshi sorri ao escutar aquilo.

Ele realmente esperava estar fazendo um bom trabalho com Charmander.

— Venha, vou lhe entregar sua licença e seu equipamento básico.

Os dois entraram no laboratório. O lugar não havia mudado muito com o decorrer dos anos, repleto de computadores e estantes com livros.

Satoshi viu a mesa com as três pokébolas, onde os iniciais de Kanto costumavam ficar. Elas estavam abertas, mostrando que já não possuíam qualquer Pokémon.

Internamente, ele agradeceu ao fato de já ter seu Charmander. Apenas o pensamento de que ele poderia ter se atrasado e, no final, ter ficado sem um Pokémon o aterrorizava.

— Aqui está, sua pokédex e as cinco pokébolas iniciais. — Falou Okido, lhe entregando uma pokédex vermelha e cinco pokébolas desarmadas. — Lembre-se, a pokédex é seu ID, se você tiver qualquer problema, basta usá-la para mostrar que é um treinador licenciado. Ela também vai lhe ajudar, mostrando todos os dados básicos sobre os Pokémons selvagens que você encontrar, e quando você os capturar ela vai lhe mostrar dados mais detalhados, tais como: ataques, gêneros e habilidades especiais. Por ser um iniciante nível zero, você pode carregar apenas seis Pokémons por vez, qualquer um depois disso será automaticamente transferido para o laboratório. Para substituí-los, basta você me ligar em qualquer Pokémon Center, então eu vou enviá-lo para você. Conforme você for subindo seu nível, você será capaz de manter mais Pokémons consigo. Entendido?

— Sim, o senhor não precisa se preocupar. — Afirmou Satoshi, guardando a pokédex e as pokébolas no bolso de sua jaqueta.

— Muito bem, dê o seu melhor Satoshi-kun. Estarei torcendo por você.

Satoshi sorriu e estava prestes a agradecer, quando a luz do laboratório começou a oscilar estranhamente, ligando e desligando.

— Mas o que…?

— Professor, o senhor está com problema na fiação? — indagou Satoshi, olhando ao redor um pouco desconfiado.

Ele já havia estado naquele laboratório milhares de vezes, e aquilo nunca havia acontecido.

— Impossível, o técnico apareceu ontem para fazer a manutenção do gerador! Não era para isso estar acontecendo!

— Se é assim, algo deve estar fazendo interferência no gerador. Talvez devêssemos dar uma olhada, se for apenas algum defeito o senhor pode chamar o técnico.

— Sim, vamos ver o que está acontecendo.

O gerador de força que abastecia o laboratório ficava nos fundo, dentro de um armazém, afastado do local onde Okido mantinha os Pokémons que ficavam sobre sua responsabilidade. Isso era para impedir que os Pokémons acabassem por danificar o aparelho, ou pior, se machucarem.

No momento em que eles se aproximaram no armazém, ambos notaram que algo estava de errado. Uma das grandes portas duplas de madeira, que sempre estavam fechadas por uma corrente grossa, estava aberta e a corrente estava no chão. Satoshi olhou para a corrente com atenção, notando que ela havia sido partida ao meio e que o lugar onde havia sido rompida estava visivelmente queimado.

— Parece que temos um visitante. — Comentou Okido, amaldiçoando-se por não ter trazido nenhum Pokémon para acompanhá-los.

Lentamente, eles espiaram para dentro do armazém, tentando encontrar o intruso.

Não foi muito difícil encontrá-lo.

Em frente ao grande gerador, esfregando as bochechas animadamente na estrutura elétrica e absorvendo a eletricidade do aparelho, encontrava-se um pequeno Pikachu. Satoshi havia visto fotos de Pikachus nos vários livros que Okido havia lhe dado para estudar, porém ele jamais havia visto um real. Ele sabia, depois de muitas conversas com o professor, que Pikachus eram tímidos e dificilmente vistos por humanos, apesar de não ser incomuns que eles fossem atraídos por aparelhos elétricos, já que essa era sua base natural.

— Isso não é bom! Se ele continuar a drenar a energia do gerador, isso pode sobrecarregá-lo! Há um limite para o quanto um Pikachu pode absorver de eletricidade! — Sussurrou Okido, olhando de forma nervosa para o pequeno roedor elétrico. — Me espere aqui, Satoshi-kun. Vou buscar um Pokémon para cuidar disso.

— Não precisa, professor. — Afirmou Satoshi, exibindo um sorriso confiante. — O senhor se esqueceu? A partir de agora eu sou um treinador licenciado, e posso me envolver em batalhas e capturar outros Pokémons.

Okido arregalou os olhos, um tanto surpreso com a afirmação confiante do menino.

— Você pretende capturá-lo? — Perguntou, apenas para ter certeza de que havia compreendido a intenção do menor.

— Claro! O senhor sabe que eu sempre gostei de Pikachus, não vou desperdiçar essa chance! — Afirmou, entrando no armazém, seus olhos avelã brilhando com a determinação.

Okido sorriu ao ver aquilo, encostando-se melhor na porta para observar como o menino se sairia.

Dois anos… esse havia sido o tempo que ele havia ensinado a Satoshi todo o básico sobre Pokémons. Durante esse tempo, ele havia visto aquele menino, que chorou de indignação na sua frente, crescer e amadurecer rapidamente.

Satoshi já não era mais uma criança.

Ele era um Pokémon Trainer.

Satoshi parou há alguns metros de distância, de onde o Pikachu estava, colocando a mão em seu cinto e retirando a pokébola de Charmander.

— Ei, Pikachu! Que tal uma batalha? — Perguntou alto, atraindo a atenção do pequeno roedor.

Pikachu ergueu os olhos castanhos acinzentados, olhando o garoto, que havia interrompido seu momento de prazer, com evidente desagrado.

— Charmander, conto com você! — Falou Satoshi, liberando seu Pokémon.

Charmander apareceu a menos de meio metro de distante de Satoshi, sua expressão sempre alegre e doce estava séria e concentrada, fitando o Pokémon elétrico a sua frente. Era verdade que Charmander era um Pokémon hiperativo e brincalhão, mas no momento em que Satoshi o chamava para uma batalha, sua personalidade mudava completamente.

Pikachu estreitou os olhos perigosamente, afastando-se do gerador, liberando faíscas de suas bochechas. Sem querer dar chances ao adversário, ele lança uma descarga elétrica na direção de Charmander.

— Evasiva e contra-ataque com Cortina de fumaça!

Charmander saltou para o lado, seu corpo se movendo com rapidez e desenvoltura, para então abrir a boca e liberar um espesso jato de fumaça escura na direção Pikachu.

O pequeno roedor começou a tossir olhando desesperadamente ao seu redor, com sua visão bloqueada pela fumaça escura.

Retalhar!

Charmander correu em direção a fumaça, enquanto uma luz branca envolvia o dedo médio de cada uma de suas mãos. Saltando para dentro da fumaça, não foi difícil para ele localizar o pequeno Pokémon atordoado com a fumaça, golpeando-o com força e o arremessando vários metros de distância.

Pikachu se levantou, rosnando irritado, encarando o Pokémon Shiny a sua frente com fúria, antes de correr em grande velocidade ao seu encontro, jogando seu pequeno corpo contra o dele, acertando-o no estômago.

O golpe havia sido forte o bastante para fazer Charmander recuar alguns metros, levando a mão ao local atingido. Os olhos verdes-mar brilharam de irritação.

Isso não é bom…” pensou Satoshi, reconhecendo o brilho nos olhos de Charmander.

— Charmander, acalme-se e concentre-se! — Ordenou, atraindo a atenção do Pokémon chama.

Obedecendo as palavras de seu treinador, Charmander fechou os olhos e inspirou lentamente. No momento em que seus olhos se abriram novamente, o brilho raivoso havia desaparecido, dando lugar a um brilho determinado e concentrado.

— Ótimo, Fúria do Dragão!

Os olhos de Charmander foram envolvidos por uma luz branca, enquanto a chama em sua cauda cresceu rapidamente. Ele abriu a boca, formando uma imensa bola de fogo, antes de dispará-la na direção de Pikachu.

O pequeno roedor arregalou os olhos, em choque com a força do ataque, vendo-se paralisado por um único segundo. Segundo esse que havia sido mais do que suficiente para que o ataque lhe atingisse com força, jogando-o contra uma das vigas de madeira. Seu pequeno corpo bateu com força no chão.

Ofegante, Pikachu abriu os olhos, lutando com suas patinhas para se levantar. Sua visão estava turva, a inconsciência parecia querer levá-lo. Sua última visão, antes de perder completamente os sentidos, havia sido daquele garoto humano retirando uma pokébola de dentro do bolso. Pikachu soube que, no momento em que acordasse novamente, ele pertenceria aquele menino.

— Muito bem, pokébola vai! — Gritou Satoshi, lançando uma das pokébolas vazias em direção ao Pikachu.

No instante em que a pokébola acertou o Pokémon caído, ela se abriu e puxou o pequeno roedor para dentro. Três movimentos de resistência e a pokébola foi lacrada, consumando a captura.

Satoshi soltou uma exclamação de vitória, para correr para pegar a pokébola, para então abraçar Charmander.

— Você foi incrível, Charmander, estou muito orgulhoso de você! — Elogiou, erguendo o Pokémon no alto e girando no mesmo lugar, fazendo com que o Pokémon chama soltasse um ronronar feliz. — Nossa família acaba de crescer um pouco mais.

Charmander soltou um ‘charr’ manhoso, antes de lamber a bochecha esquerda de Satoshi.

Durante aqueles dois anos, Charmander havia aprendido a não apenas respeitar, mas verdadeiramente amar o jovem treinador. Ele reconhecia as fraquezas e os defeitos que o menino tinha, assim como ele sabia que Satoshi reconhecia as suas. A gratidão que havia sentido, quando Satoshi o salvara no passado, havia evoluído e criado um vínculo muito forte entre os dois. Charmander sabia que faria qualquer coisa para fazer seu treinador feliz, assim como também sabia que Satoshi faria o impossível para protegê-lo.

O som de palmas trouxe os dois de volta a realidade, fazendo com que eles encarassem Okido, que estava parado na porta do armazém, observando os dois com um brilho de satisfação em seu seus olhos.

— Excelente trabalho, vocês dois. Parece que todo o treinamento que vocês fizeram durante esses dois anos, rendeu bons frutos.Satoshi sorriu ao escutar aquilo. Ele estava muito orgulhoso do desempenho de Charmander, mas ele sabia que ambos tinham longo caminho.

— Obrigado, mas ainda temos de crescer muito.

Okido concordou, satisfeito ao ver que a pequena vitória não havia nublado o julgamento do menino.

— Enquanto você continuar fiel a sua maneira de ser e aos seus Pokémons, tenho certeza de que irá conseguir alcançar seus objetivos, sejam eles quais forem. O mais importante, é sempre se lembrar de que o mundo é um lugar muito vasto. Existem muitos treinadores mais fortes e com muito mais experiência, contudo, você nunca deve ver uma derrota como algo ruim. Lembre-se de que faz parte da natureza humana aprender mais com suas derrotas do que com suas vitórias. É claro que eu não estou dizendo para você perder sempre!

Satoshi riu com a última frase.

Sem se conter, ele correu até o mais velho e lhe abraçou com força.

Durante os últimos dois anos, aquele homem havia lhe ensinado muito e tentado lhe preparar para seguir o difícil caminho que havia escolhido. Satoshi tinha certeza de que ele seria alguém completamente diferente, se Okido não houve lhe ensinado e Charmander não houvessem surgido em sua vida.

Ele estava imensamente grato a esse fato.
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[size=13]~::{Quebra de linha}::~



Após sair do laboratório do professor Okido, Satoshi havia encontrado sua mãe junto com vários vizinhos e amigos, lhe esperando segurando cartazes e faixas, todos com frases de incentivo. Despedir-se não havia sido fácil, principalmente porque Hanako não havia conseguido superar o fato de que seu filho, já não era mais um garotinho e sim um jovem pronto para iniciar uma jornada.
Saindo de sua cidade natal, oferecendo um último aceno a todos, Satoshi marchou em direção a Rota 1.

Após algumas horas de caminha, ele encontrou-se em uma ampla campina, onde ele podia ver facilmente vários Pokémons, dentre eles um bando desconfiando de Spearow. Satoshi havia lido sobre o temperado daqueles Pokémon e a última coisa que desejava, era ser atacado por eles, por isso havia mantido uma distância segura.

Sentando-se a sombra de uma árvore, para descansar um pouco, ele retirou as pokébolas de Charmander e Pikachu, chamando seus dois Pokémons para fora.

No momento em que saiu da pokébola, Charmander soltou uma exclamação de alegria, correndo para se sentar no colo de Satoshi, esfregando sua cabeça contra o peito do treinador, fazendo com que o mesmo risse. Pikachu, no entanto, havia se mantido parado olhando desconfiança para dos dois. Era mais do que evidente que o pequeno roedor não confiaria em Satoshi, apenas porque ele o havia capturado.

Satoshi sorriu ao ver a desconfiança do Pokémon amarelo, estendendo mão em um convite silencioso.

— Está tudo bem. Eu não vou te machucar.

Pikachu virou o rosto de forma impertinente, mas ainda encarou a mão estendida com o canto dos olhos, obviamente curioso para tocá-la.

Charmander grunhiu incentivando o menor a aceitar a mão que o moreno lhe oferecia.

— Nee Pikachu, meu objetivo é me tornar o mais forte Pokémon Master do mundo. Mas eu não posso fazer isso sozinho, preciso da sua ajuda. Você aceita ser parte da minha família e lutar ao meu lado? Eu não vou forçá-lo a isso a me obedecer ou a gostar de mim. Se você quiser, eu posso libertá-lo, mas eu realmente gostaria que ficássemos juntos. — Falou tranquilamente, seu olhar jamais vacilando.

Pikachu piscou surpreso ao escutar aquelas palavras.

Seus olhos castanhos cinzentos olharam para aquele humano, quase como se não acreditasse naquelas palavras. Porém, a sinceridade estava evidente nos olhos do menino. De tudo o que ele havia dito, nada havia surpreendido mais Pikachu, do que o pedido para se fazer parte da ‘família’.

Aquele garoto considerava os Pokémons sua família? E estava pedindo para que ele se juntasse a ela.

Pikachu sentiu um calor gostoso se aninhar em seu peito.

Sorrindo, o Pokémon elétrico caminhou até o moreno, colocando sua pequena pata sobre a mão estendida.

Satoshi sorri.

Ele havia realmente gostado de Pikachu, mas não seria capaz de forçá-lo a ser seu Pokémon. No final, ele estava verdadeiramente aliviado.

Aproveitando o momento de pausa, Satoshi abriu a mochila e pegou a ração Pokémon e um saquinho com brownies. Colocando a ração em uma tigela, para que os dois Pokémons, que não hesitaram em começar a comer. O moreno observou os dois com satisfação, enquanto comia um dos brownies, que sua mãe havia lhe preparado para a viagem. Na terceira mordida, ele sentiu aquela vontade de beber leite para ajudar o brownie a descer. Vasculhando a mochila, ele encontrou cinco garrafas térmicas, cada uma com um rotulo diferente.

Suco de abacaxi, chocolate quente, limonada, leite e latte.

Ao que parecia, sua mãe havia sido determinada em garantir que ele teria um pouco de cada uma de suas bebidas favoritas.

Servindo-se do leite, ele quase suspirou de prazer no primeiro gole.

Não havia nada melhor do que brownie e leite.

Olhando para o lado, ele viu que Charmander e Pikachu encaravam o copo em sua mão, seus olhinhos brilhando.

— Querem? — Perguntou, indicando o copo com leite.

Os dois Pokémons assentiram rapidamente, sem tirar os olhos do copo de leite que Satoshi segurava.

Pegando mais dois copos de dentro da mochila, o moreno serviu uma dose generosa de leite para cada um dos Pokémons, lhes entregando junto com um brownie. Leite não estava completo sem um pedaço de brownie, assim como brownie não estava completo sem leite.

Ele observou enquanto os dois comiam, liberando suspiros de prazer. Foi então que Satoshi se lembrou do que Okido havia lhe dito sobre a pokédex. Curioso para saber o que a ferramenta dizia sobre seus Pokémons, ele a tirou do bolso, apontando para Charmander e Pikachu.



Charmander, Pokémon lagarto de fogo. A chama em sua cauda arde desde o nascimento, acredita-se que se sua chama se apaga o Charmander morre.
Gênero: Macho.
Habilidade: Chama, quanto Charmander se tornar fraco ou cansado, seus ataques de fogo se tornaram mais fortes.
Capacidade: Energia Solar, na presença de fortes raios de sol, Charmander tem o poder de seus ataques de fogo aumentado.
Personalidade: Alegre.
Ataques: Rosnado, Cortina de Fumaça, Fúria do Dragão, Retalhar, Presa de Fogo, Lanças Chamas.


Pikachu, Pokémon rato elétrico. Em duas bochechas existem duas pequenas bolsas elétricas, quando ameaçado, ele dispara fortes rajadas elétricas em seus adversários.
Gênero: Macho.
Habilidade: Estática, quando entra em contato físico com o adversário, pode paralisá-lo.
Capacidade: Para-raios, atrai os raios para seu corpo, aumentando sua ataque especial.
Personalidade: Calmo.
Ataques: Choque Elétrico, Chicote de Cauda, Ataque Rápido, Onda Trovão, Agilidade, Multiplicar.



Satoshi sabia que seu Charmander era forte, mas ele não esperava que Pikachu fosse igualmente forte. Obviamente, os dois tinham espaço para melhoras, mas isso não significava que eles não estavam em ótimas condições. Assim que chegasse a cidade de Veridiana, ele ligaria para o professor, lhe pedindo para enviar alguns vídeos de ataques… salves alguns ataques do tipo solo para Pikachu e um novo ataque do tipo elétrico fossem bons… Charmander também precisava aprender novos ataques… talvez um ataque do tipo dragão ou um do tipo lutador.

Seus pensamentos foram interrompidos, quando Charmander levantou-se de um pulo, soltando um ‘charr’ ansioso e apontado para alguma coisa à frente deles. Olhando na direção em que o Pokémon de fogo lhe apontava, Satoshi viu um pequeno Pidgey ciscando o chão atrás de pequenos insetos e minhocas, não muito longe de onde estava.

Ele direcionou a pokédex para o Pokémon pássaro:


Pidgey, um Pokémon do céu. É o mais gentil e fácil de capturar. É o melhor alvo para um treinador iniciante.



Devido ao fato do Pidgey ser um Pokémon selvagem, a pokédex não podia lhe dar mais nenhuma informação sobre ele.

Um sorriso confiante se desenhou em seus lábios, enquanto se levantava do chão.

— Muito bem, vamos pegá-lo, Pikachu!

Pikachu arregalou os olhos, soltou um ‘chuu?’ inquisitivo, para depois apontar para Charmander, que ainda estava feliz comendo seu brownie.

— Não, o Charmander não vai batalhar, é a sua vez. Além do mais, Pidgey é um tipo voador, um tipo elétrico tem vantagem. Você pode terminar seu brownie depois.

Pikachu suspirou, colocando seu brownie sobre a grama, junto com o copo com leite, antes de se levantar e correr, se colocando entre seu treinador e o Pidgey selvagem. Sua cauda estava em riste para cima, e suas bochechas liberavam faíscas. Satoshi sorriu ao ver que Pikachu havia entrado em seu ‘modo batalha’.

Assim que o Pidgey notou o Pokémon elétrico, ele se virou abrindo as asas, pronto para fugir para longe.

— Não deixe que ele fuja, paralise-o com a Onda Trovão!

A reação de Pikachu foi rápida, liberando uma pequena descarga elétrica na direção do Pidgey, que não havia conseguido se afastar o suficiente. No momento em que o corpo do Pokémon pássaro foi atingido pela corrente elétrica, ele soltou um arrulhar de dor, caindo no chão enquanto correntes elétricas passavam por seu corpo, impedindo-o de se mover corretamente.

Ataque Rápido!

Pikachu disparou em alta velocidade na direção do Pidgey caído, acertando-o com força, fazendo com que seu corpo batesse contra uma pedra próxima.

Aproveitando o momento, Satoshi retirou uma pokébola vazia de dentro do bolso, armando-a e lançando na direção ao Pidgey caído. Acertando o Pokémon caído, a pokébola o puxou para dentro para então se fechar e, quase que instantaneamente, se lacrar.

— Isso! — Exclamou, correndo para pegar a pokébola no chão.

Seus olhos se voltaram para Pikachu, que havia voltado correndo para se sentar ao lado de Charmander, para voltar a comer seu brownie e terminar seu leite. Satoshi riu daquilo, retomando seu lugar ao lado de seus Pokémons, fazendo um afagando gentil embaixo da bochecha esquerda de Pikachu, que soltou um ‘chuu’ manhoso e feliz com o carinho.

— Bom trabalho menino. Nossa família acabou de ganhar mais um membro. — Elogiou.

Ele chamou o pequeno Pidgey para fora, colocando-o sentado em um montinho de grama a sua frente, para então retirar um frasco de poção e de antiparalisia.

Pidgey observou aquele garoto humano retirar os frascos de remédio de dentro da mochila, com desconfiança evidente. Ele encolheu-se quando outra onda de eletricidade passou por seu corpo, provocando-lhe dor.

— Isso pode doer um pouco, mas vai fazer com que se sinta melhor. — Exclamou, aplicando os medicamentos no Pokémon.

Pidgey soltou um ‘pruu’ agoniado.

Aquilo doía muito!

Porém, assim como a dor havia começado, ela havia terminado rapidamente e Pidgey se viu capaz de se mover livremente. Soltando um arrulhar feliz, ele bateu as asas e voou ao redor da árvore, apenas para testar.

Satoshi sorriu, satisfeito que o pequeno não estava mais com dor.

Erguendo a mão em um sinal silencioso, viu Pidgey manobrou no ar antes de pousar suavemente no pulso do treinador, fazendo com que este sorrisse satisfeito.

— Bem vindo à família, Pidgey. — Sussurrou gentilmente, coçando suavemente abaixo do pequeno pico rosado, fazendo o Pokémon arrulhar manhosamente arrepiando suas penas.

Retirando a pokédex do bolso, ele a apontou para o pequeno Pidgey:


Gênero: Macho.
Habilidade: Olho Vivo, impede que sua precisão seja afetada.
Capacidade: Grande Picada, impede que sua deseja seja reduzida.
Personalidade: Audaz.
Ataques: Ataque de Areia, Ventania, Ataque Rápido, Proteção, Multiplicar.



Um trovão ecoou no céu, fazendo com que Satoshi erguesse o olhar assustado. Ele podia ver algumas nuvens escuras no horizonte, espreitando e ameaçando causar uma tempestade.

— Devemos ir. — Falou, chamando Pidgey de volta para a pokébola.

Quando tirou a pokébola de Pikachu do bolso, pronto para chamá-lo de volta, a expressão assustada que o roedor elétrico lhe deu, o deteve por um momento.

— Você não gosta da pokébola, Pikachu? – Perguntou um pouco surpreso.

Ele sabia que haviam Pokémons que não gostavam do confinamento, porém ele não esperava que Pikachu fosse ser um desses.

— Eu não vou forçá-lo a ficar nela, então. Você pode viajar comigo aqui fora. — Decidiu, guardando a pokébola de Pikachu dentro da mochila, para então olhar para Charmander, que o encarava em silêncio. — Você quer ficar aqui fora também, Charmander?

Charmander soltou um ‘charr’ suave, acenando com a cabeça.

— Certo, mas se começar a chover, você sabe que vai ter de entrar na pokébola. — Lembrou, pois sabia o quão perigoso era para Charmander ficar exposto a chuva.

Rapidamente, ele recolheu suas coisas, colocando a mochila em seus ombros e Pikachu pulou para se acomodar em seu ombro, enquanto Charmander se acomodou em seus braços.

Ele voltou a seguir o caminho em direção à cidade de Veridiana, tentando ser o mais rápido possível, mantendo o um olho atento nas nuvens de tempestade. Quase duas horas depois, os trovões estavam mais constantes e menos espaçados, assim como as nuvens negras já cobriam quase que todo o céu. O vento estava mais forte e um cheiro característico de chuva.

Satoshi procurou um lugar afastado das árvores, mais perto de algumas rochas, para montar sua barraca. Nem mesmo dois segundos depois que ele havia terminado de montar a barraca e entrado na mesma a chuva havia começado com força, não parecendo que iria parar tão rapidamente.

Charmander e Pikachu bocejaram, piscando de forma sonolenta.

Satoshi sorriu compreensivo, afinal, os dois haviam batalhado naquele dia e deveriam estar cansados. E com aquela chuva, ele tinha certeza de que um pequeno cochilo não era uma má ideia. Ajeitando seu saco de dormir, ele retirou seus tênis, seu colete e boné, deixando-os em um canto da barraca com sua mochila, para se deitar confortavelmente. Pikachu acomodou-se sobre seu estômago, enquanto Charmander aconchegou-se ao lado de seu corpo.

O último pensamento de Satoshi, antes de adormecer, era que ele estava realmente feliz.

Tornar-se um Pokémon Trainer havia sido a melhor decisão de sua vida.
~::{Quebra de linha}::~

Satoshi abriu os olhos preguiçosamente, olhando ao seu redor um pouco confuso.

Demorou alguns minutos, até que ele conseguisse se lembrar de onde estava e como havia terminado ali. Um pequeno sorriso se desenhou em seus lábios, quando seus olhos avelã olharam para Pikachu e Charmander enrolados contra seu corpo.

Espreguiçando-se, ele se sentou, fazendo com que os dois Pokémons abrissem os olhos sonolentos.

— Vamos ver se a chuva já parou.

Pikachu bocejou, levantando-se de seu lugar sobre o estômago do moreno, permitindo que ele saísse da barraca.

Satoshi não pode deter um suspiro de satisfação, quando saiu da barraca e foi recebido pela brisa fresca, carregada pelo cheiro característico de terra molhada.

A chuva havia, em fim, terminado, deixando uma camada agradável de orvalho cobrindo a grama. As nuvens começaram a se dissipar, permitindo que os raios de sol começassem a aparecer e o céu azul surgisse por dentre as nuvens. Tudo isso, fazia com que aquele cenário se tornasse maravilhoso.

Pikachu pulou em seu ombro, esfregando a bochecha contra a sua; enquanto Charmander se agarrou em sua perna. Ambos lhe oferecendo um sorriso amplo, seus olhos brilhando em uma promessa silenciosa de apoio.

Foi então que Satoshi viu algo, que ele não podia explicar.

Em meio às nuvens, atravessando um brilhante arco-íris, um Pokémon dourado voava. Suas penas brilhavam, refletindo os raios de sol.

Satoshi jamais havia ouvido falar de um Pokémon tão bonito. Rapidamente, ele retirou a pokédex de dentro de seu bolso e a apontou em direção ao pelo Pokémon dourado.

Ho-Oh, lendas afirmam que este Pokémon voa os céus do mundo continuamente, em suas magníficas asas de sete cores.


Satoshi sentiu um arrepio percorrer sua coluna.

Um Pokémon Lendário.

Ele havia visto, em seu primeiro dia como um Pokémon Trainer, um Pokémon Lendário.

Um sorriso amplo, cheio de confiança e determinação surgiu em seus lábios.

Aquilo tinha que ser um sinal.

Um sinal que ele, definitivamente, se tornaria um Pokémon Master!

— Charmander, Pikachu. Vamos continuar a nossa jornada! — Exclamou animada, fazendo com que os dois Pokémons exclamassem em concordância.

~::{Continua...}::~


Notas finais da autora::
por Ookamisama
em Dom 24 Jan 2016 - 22:20
 
Procurar em: Fanfics Pokémon
Tópico: Satoshi Chronic - The Journey of a Master
Respostas: 3
Vistos: 5971

Satoshi Chronic - The Journey of a Master

SATOSHI CHRONIC - THE JOURNEY OF A MASTER



Autora: Ookamisama
Gênero: Aventura, ação, amizade, angust, drama, mistério;
Avisos: Linguagem imprópria, violência mediana;
Sinopse: As escolhas em nossa vida mudam nosso destino. Aos oito anos, o jovem Satoshi (Ash) depara-se com um Charmander Shiny gravemente ferido. Após ajudar o pequeno Pokémon, este se torna seu parceiro e juntos eles almejam o topo mais alto. Em uma jornada repleta de perigos e mistérios, Satoshi e Charmander se esforçam para crescerem fortes e unidos. Grandes aventuras, grandes rivais... um destino a ser cumprido.
Avisos: Pokémon não me pertence. Nessa fanfic estarei fazendo uso do meu direito como ficwriter, alterando personalidades e acontecimentos da história original. Nessa fanfic, estarei reescrevendo a história original, da forma como eu sempre imaginei e desejei que ela fosse.


Dicionário Básico:


Personagens:


Rivais:
Sumário:


#001 ~ Pokémon Ferido




Satoshi não conseguia desmanchar o sorriso de seu rosto, enquanto observava as nuvens deitado em uma das colinas que rodeavam a pequena cidade de Pallet. Ao seu lado, descansando sobre a grama verde, encontrava-se um Ponyta.

Aquele estava sendo um dia incrível.

Pela primeira vez, o professor Okido havia deixado que ele saísse para brincar com um dos Pokémons que residia no laboratório. Não havia sido fácil convencer o pesquisador sobre isso, mas depois de insistir muito, Okido havia lhe deixado levar um Ponyta bebê, cujo ovo havia chocado há alguns dias. Durante toda a manhã, Satoshi havia brincado com o Pokémon de fogo nas colinas. Eles haviam apostado corrida, brincado de esconde-esconde, e Ponyta até mesmo havia deixado que ele o montasse. Agora, após horas de diversão, os dois deitaram sob a sombra de uma árvore, aproveitando o calor aconchegante do sol e a brisa suave.

Movendo-se para ficar de lado, Satoshi observou com os olhos brilhando com múltiplas emoções, enquanto o pequeno Ponyta dormia.

Ele amava Pokémons.

Para ele, aquelas criaturas eram maravilhosas… eram mágicas. Nunca poderia haver nada mais maravilhoso do que isso. Talvez fosse porque ele era apenas uma criança, e ainda não conhecia muito sobre o mundo, mas esses eram seus pensamentos e sentimentos.

A cada dia, Satoshi sonhava ansiosamente pelo dia em que completaria 10 anos. Nesse dia, lhe seria dada a permissão de possuir uma licença Pokémon e o direito de viajar pelo mundo. Se fechasse os olhos, por um único segundo, ele era capaz de ver-se em grandes batalhas, percorrendo o mundo em grandes aventuras, desafiando os mais fortes treinadores e batalhas épicas e… finalmente… tornando-se o mais forte de todos… tornando-se um Pokémon Master.

O som de algo se mexendo em meio aos arbustos fez com que Satoshi se sentasse rapidamente. Ponyta abriu os olhos, se colocando pé em frente ao menino em uma postura defensiva, seus olhos castanhos avermelhados brilhando intensamente.

Satoshi levantou-se, olhando para o arbusto que se movia com receio.

Ele sabia que, em sua maioria, os Pokémons não atacavam sem um motivo. Porém, ele também sabia que havia Pokémons mais territoriais… que não hesitariam em atacar, caso sentissem que seu território estava sendo invadido. Ponyta ainda era um Pokémon bebê… prof. Okido havia lhe dito que ele precisaria de muito tempo e treinamento, até que pudesse entrar em uma batalha real.

Satoshi temia que o Pokémon que aparecesse, acabasse por ferir Ponyta, porque ele sabia que - não importasse o que surgisse – o cavalo de fogo enfrentaria para tentar lhe proteger, já que eram amigos.

Os medos e anseios do menor foram interrompidos quando surgiu um Pokémon pequeno, com não mais do que cinquenta centímetros, semelhante a um lagarto com pele dourada, olhos azuis esverdeados e uma cauda onde brilhava uma fraca chama. Satoshi o reconheceu quase que imediatamente, era um Charmander. Prof. Okido tinha um no laboratório, pois ele era um dos iniciais em Kanto. Contudo, aquele Charmander era completamente diferente do que havia no laboratório, pois o que havia visto lá tinha a pele laranja avermelhada.

Satoshi estava quase pulando animadamente. Ele sabia que não deveria ser comum para um Pokémon ter uma cor diferente do padrão. Contudo, toda a sua animação desapareceu, quando o Charmander caiu sobre a grama ofegante. Só nesse momento, é que ele percebeu que o pequeno Pokémon dourado estava coberto com vários ferimentos e havia uma coleira de ferro apertando seu pescoço.

— Ei! Você está bem?! — Gritou preocupado, correndo em direção ao Pokémon caído.

Charmander se agitou, rosnando de forma agressiva, tentando acuá-lo. Em reação, Ponyta bateu o casco contra a grama, relinchando em aviso para que o Charmander não atacasse.

Satoshi recuou um passo, engolindo nervosamente.

— Calma… está tudo bem… eu só quero te ajudar. — Falou, tentando manter sua voz o mais tranquila possível, estendo a mão em sinal para que Ponyta não atacasse.

Charmander o encarou em silêncio por alguns segundos. Seus olhos verdes-mar refletiam seu medo.

Verde-mar encarou avelã.

Os segundos pareceram uma eternidade, até que Charmander finalmente lhe deu um aceno positivo, permitindo-o que ele se aproximasse.

Sorrindo, Satoshi se ajoelhou ao lado do pequeno Pokémon, observando-o com atenção seus ferimentos e a coleira de ferro. Tentou abrir a coleira usando as mãos, mas parecia que estava soldada.

— Maldição… eu não consigo tirar isso… — rosnou, fazendo força em uma tentativa inútil de abrir a coleira.

Ponyta se aproximou, cutucando Satoshi com o focinho, batendo o casco no chão para lhe chamar a atenção.

Satoshi piscou, olhando para o Ponyta confuso, por um segundo.

— Você está dizendo que pode quebrar a coleira, Ponyta? — Perguntou, recebendo um relinchar em resposta. — Certo, mas tome cuidado para não machucá-lo.

Ele se afastou, dando espaço para que Ponyta, que ergueu a pata golpeando a lateral da corrente, com cuidado para não acertar o Pokémon ferido. Com três golpes precisos, a coleira quebrou, permitindo que Satoshi a retirasse aliviado. Contudo, ele sabia que não era o suficiente. Aquele Charmander estava muito ferido e ele não tinha nada que pudesse usar para curá-lo. Satoshi sabia que o prof. Okido poderia curar aquele Pokémon rapidamente, mas ele não sabia se seria capaz de convencer o pequeno a deixar que o levasse.

— Charmander, eu não posso te curar, mas eu conheço alguém que pode. Você me deixa te levar até ele?

Charmander olhou inseguro para aquele humano. Ele estava com medo… mas aquele humano era tão novo e estava tentando lhe ajudar… soltando um grunhido fraco, ele concordou.

Satoshi sorriu, pegando Charmander no colo com cuidado.

Ponyta deitou-se no chão, fazendo sinal para que o menor a montasse, o que ele agradeceu infinitamente. Ajeitando-se sobre o lombo do Pokémon cavalo de fogo, colocando Charmander contra seu peito segurando-o com o braço direito, enquanto passava o esquerdo em volta do pescoço de Ponyta.

— Vamos Ponyta!

Mais do que prontamente, Ponyta se ergueu e começou a correr em direção à cidade. Apesar de ainda não ser muito veloz, o pequeno equino não demorou muito para adentrar as ruas da cidade, mesmo com o peso extra em suas costas.

Assim que chegaram em frente ao laboratório, Satoshi saltou de cima do Pokémon e correu pelas escadas, em direção à porta quase que a socando desesperado, para que alguém o atendesse. Nem mesmo dois minutos depois, e a porta foi aberta, revelando um assustado professor Yukinari Okido.

— Satoshi-kun? O que houve? — Perguntou preocupado, olhando para o menino a sua frente.

— Professor! O senhor tem que ajudá-lo! — Exclamou, mostrando o Charmander ferido.

A expressão preocupada de Okido se tornou séria.

— Entre. — Mandou, dando espaço para que o menor entrasse, sendo seguido pelo Ponyta.

Okido deixou Satoshi esperando sentado no sofá na sala junto com Ponyta, enquanto levava Charmander para dentro da sala de tratamento.

Satoshi estava nervoso, observando o relógio se mover lentamente, com Ponyta deitado no chão ao lado do sofá.

E se Charmander não resistisse?

Não! Charmander tinha que ficar bem! Satoshi não sabia como reagiria se algo acontecesse com o pequeno Pokémon.

Quem poderia ter machucado um Pokémon daquele jeito?

Era verdade que ele não conhecia muito sobre o mundo, mas ele não conseguia entender. Pokémons eram criaturas tão incríveis e bonitas… como alguém poderia machucá-los daquela forma?

Seus olhos arderam, enquanto uma súbita vontade de chorar preencheu seu peito. Ele fungou, esfregando os olhos com força, tentando fazer com que as lágrimas fossem embora.

Não é justo… Pokémons são incríveis… por que alguém os machucaria…?” pensou, perdendo a luta contra as lágrimas.

— Não precisa chorar, Satoshi-kun. Charmander vai ficar bem. — Afirmou Okido, colocando a mão sobre a cabeça do menino, afagando os fios rebeldes.

Surpreso, Satoshi ergueu os olhos cor-de-avelã, vendo a expressão aliviada do homem mais velho.

— Ele vai ficar bem mesmo? — Murmurou, afastando as lágrimas, revelando o rosto vermelho e um tanto inchado.

Okido sorriu e assentiu, sentando-se ao lado do menino.

— Ele estava bem machucado, mas consegui estabilizá-lo e agora ele está dormindo. — Afirmou, vendo o menor suspirar aliviado. — Satoshi, você sabe como Charmander ficou tão machucado?

— Não… eu estava descansando com o Ponyta, quando ele apareceu… ele já estava muito machucado e tinha uma coleira de ferro no pescoço.

— Hunters. — Concluiu Okido, sentindo uma onda de raiva queimar em seu peito, onda a qual ele precisou controlar para não assustar o menino mais novo.

— Hunters? O que são Hunters, professor?

— Hunters, Satoshi-kun, são pessoas cruéis que caçam Pokémons raros, para vendê-los no mercado negro. Não é incomum para algumas pessoas capturar e depois vender um Pokémon, contudo o que diferencia os Hunters, são seus métodos. Eles ferem os Pokémons ao ponto de deixá-los aleijados permanentemente ou, pior, matá-los. — Explicou cuidadosamente, tentando fazer sua explicação o mais simples possível, para que alguém da idade de Satoshi compreendesse.

Okido sabia que, normalmente, os adultos evitavam falar de assuntos como morte e crimes em frente a crianças da idade de Satoshi. Provavelmente, porque eles queriam prolongar a inocência que elas possuíam. Porém, Okido sabia que o menino almejava ser um Pokémon Master. Se o menino realmente queria isso, ele teria de compreender que o mundo não era um lugar tão maravilhoso quanto imaginava. Havia trevas… havia pessoas cruéis, que não se importavam em matar, se isso significava que eles teriam lucro.

Os olhos de Satoshi se arregalaram. De repente, ele sentiu seu peito doer e seu corpo tremer ao som daquelas palavras.

— P… por quê…? Por que eles fazem isso?! Pokémons são criaturas incríveis! Eles são nossos amigos! Eles são…

Satoshi não conseguiu completar sua frase, antes que pudesse se conter, as lágrimas voltaram a transbordar por seu rosto, fazendo com que sucumbisse ao choro.

Okido sorriu tristemente, afagando os cabelos negros do menino.

— Infelizmente, Satoshi-kun, existem pessoas más lá fora. Pessoas que só pensam em poder e dinheiro. Para essas pessoas, Pokémons são apenas um meio para um fim.

— Não é justo… — fungou, tentando limpar as lágrimas que escorriam por seu rosto.

— Sim, não é justo.

Um suave ‘charr’ atraiu a atenção do menor, que ergueu os olhos avelã em direção à porta da sala de tratamento, vendo o pequeno Charmander dourado olhando para os lados, como se estivesse procurando por algo.

Assim que os olhos verde-mar do Pokémon se fixaram nos olhos de Satoshi, o pequeno Pokémon de fogo soltou um grunhido alegre e saiu correndo na direção do menino, saltando para seu colo e o abraçando. Pego de surpresa pela atitude do Pokémon, o moreno piscou confuso, antes de passar os braços ao redor do corpo pequeno de Charmander. Lentamente, um pequeno sorriso se desenhou nos lábios do menino, enquanto ele acariciava o Pokémon em seus braços.

Okido sorriu ao ver a interação entre os dois.

Satoshi podia ter aprendido que o mundo não era tão suave, mas seu coração ainda era puro e, pessoalmente, ele duvidava que um dia deixasse de ser.

— Você está se sentindo melhor, Charmander?

O Pokémon ronronou em concordância, aconchegando-se mais nos braços de Satoshi.

— Nee, professor, por que o Charmander tem a cor diferente do que aquele que o senhor tem? — Perguntou curioso, piscando para o mais velho.

— Porque esse Charmander é um Pokémon Shiny.

— Pokémon Shiny?

— Sim, basicamente são Pokémons que nascem com uma coloração diferente da natural. São muito raros e muito mais fortes do que um Pokémon de coloração comum. Provavelmente, era por isso que os Hunters o queriam. Esse rapazinho teve muita sorte em conseguir fugir e depois ser encontrado por você.
Satoshi assentiu, entendendo o que o mais velho dizia, apesar de que ele ainda não gostava da ideia da existência de Hunters. Olhando para aquele pequeno Charmander em seus braços, Satoshi sentiu um forte instinto protetor.

— Charmander parece gostar muito de você. — Comentou Okido, sorrindo para o menino.

Charmander ronronou em resposta, erguendo a cabeça e lambendo a bochecha esquerda do menino, fazendo com que este risse.

— Eu também gosto dele.

— Se é assim, porque você não o torna o seu primeiro Pokémon? — Sugeriu Okido, sorrindo de forma marota.

Satoshi arregalou os olhos ao escutar aquilo, olhando para o Pokémon em seus braços, quase como se não acreditasse no que o mais velho havia lhe sugerido. Charmander o olhou nos olhos, quase como se estivesse esperando que o moreno dissesse algo.

— M… mas… eu só tenho oito anos… preciso esperar mais dois anos antes de me tornar um treinador… — murmurou, sentindo um misto de nervosismo e alegria.

— Não exatamente. As regras afirmam que você só pode receber uma licença e viajar após os dez anos, não há regras que lhe proíbam de manter um Pokémon consigo antes de completar os dez anos, desde que você seja monitorado por alguém mais experiente. Se você prometer cuidar e treinar o Charmander adequadamente, eu não vejo nenhum problema em você mantê-lo.

Satoshi sentiu seu estômago se contorcer, quase como se houvessem borboletas dentro dele.

— C… Charmander… você quer seu meu Pokémon? — Perguntou ansioso.

Charmander soltou um alto e empolgado ‘charr’ e começou a lamber o rosto de Satoshi, fazendo o menor rir contente.

— Acredito que isso seja um ‘sim’. — Comentou Okido rindo, tirando uma pokébola vazia de seu bolso, armando-a e estendendo-a para o menino. — Aqui, use-a para pegá-lo.

Satoshi concordou, pegando a pokébola e pressionando-a levemente contra a cabeça do Pokémon, fazendo com que a pokébola se abrisse e puxasse o Charmander para dentro, para depois de fechar e se selar.

Os olhos avelã observaram a pokébola com um brilho quase fascinado.

Ele tinha um Pokémon!

Um Pokémon que era seu, apenas seu!

De repente, a cena de Charmander ferido preencheu seus pensamentos, fazendo com que sua onda de felicidade diminuísse significativamente.

Seu Charmander era um Pokémon Shiny… isso significava que haveria muitas pessoas que iriam querer machucá-lo ou roubá-lo. Satoshi não podia permitir que isso acontecesse. Ele precisava se tornar forte… ele precisava tornar Charmander forte… para que aquilo jamais acontecesse.

— Professor, eu quero lhe pedir uma coisa. — Falou, sua voz se tornando incrivelmente séria e um tanto tensa, surpreendendo o homem mais velho.

— Peça.

— O senhor pode me ensinar? — Perguntou, um brilho determinado surgindo em seus olhos. — Eu quero aprender tudo sobre os Pokémons. Quero me tornar um bom treinador… alguém capaz de fazer o Charmander forte e protegê-lo de pessoas que podem querer examiná-lo.

Aquilo surpreendeu um pouco Okido.

Ele sabia que ser responsável por um Pokémon, gradualmente, faria Satoshi amadurecer. Todos os garotos eram iguais, afinal. Sempre eufóricos e ansiosos demais, acreditando que seriam invencíveis no momento em que tivessem um Pokémon. Com o passar do tempo, todos amadureciam e compreendiam as responsabilidades e dificuldade de se tornarem um Pokémon Trainer. Contudo, ele nunca pensou que Satoshi compreenderia tão rapidamente. Se ele fosse realista, Okido estava esperando que o menino ficasse hiper, começando a falar coisas bobas sobre estar a um passo de se tornar um mestre Pokémon.

Okido sorriu.

Ao que parecia, tornar-se responsável por um Pokémon tão jovem, havia feito muito bem para Satoshi.

— Seria um prazer ensiná-lo, Satoshi-kun.
~::{Continua...}::~

Notas finais da autora:
por Ookamisama
em Qua 20 Jan 2016 - 21:06
 
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Tópico: Satoshi Chronic - The Journey of a Master
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