[Finalizado] The Lyrics Of That Song

Únicos

Chovia. Meu cotovelo estava apoiado no balcãozinho da janela, e meus olhos, focados na tempestade d’água. Minha mente não conseguia pensar em quaisquer outros assuntos. Você, apenas você. Sua imagem rondava meu cérebro como um filme.
Sua face, linda demais. Seu sorriso, simplesmente incrível como nenhum outro, branco como a neve, radiante como o sol talvez nunca fosse. Penso em tua pessoa até nestes dias, na qual seria impossível nos encontrarmos.
Barreiras para o nosso romance? Não haveria. Eu sinto. Ah, meu coração e minha alma... Envoltos de suas mãos confortantes, quentes. Esta sensação me deixava mais alegre, tranquila.
Não entendo. Por quê? Podíamos ser felizes juntos. Para onde teria ido, enquanto ainda não havia me deixado? Quero viver ao teu lado. Naquele momento que vi teu caminhar, o teu modo de resolver... Não quis arriscar-me a perder esta chance.
Sua gentileza, casual como nunca havia visto igual. Tudo acontecera apenas por acaso, mas ainda sim por obra do destino... Sua feição repleta de alegria e positividade, indescritível a sensação. Mal conseguia eu acreditar, que, parado na minha frente estava meu sonho. Aquilo que por tanto tempo estive pedindo. Meu desejo momentâneo era te abraçar. Meu coração palpitava porque finalmente havia percebido que sim, eu podia.
Serei única, agirei como apenas uma, inconfundivelmente. Quero proteger-te a todo custo, abandonar-te jamais. Fique comigo, por favor, lhe suplico... Pois meu coração não discorda em dizer te amo. Ninguém mais, ninguém menos do que tu, pessoa na qual meu amor insiste em escolher.
Tu és o tipo de pessoa que só temos a chance de conhecer uma vez. É como milagre! Ao teu lado, meu desejo é de viver, para a eternidade e talvez muito mais além. Quero te contar e compartilhar meus pensamentos, não ousarei mantê-los ocultos.
Duas estrelinhas radiantes ilustravam o nosso céu azul-escuro. Seriam como nós, um dia? A ilustração que demonstra o poder do destino, que não mudará por nós, nem a nosso favor.
Somos como pequenas gotas de chuva, assim como as de minha janela, não somos? Sempre unidos, nunca pensando em se separar. Até um dia cairmos no mar e nos perdermos, não?
Nossa vida recomeça em nosso reencontro, passando a ser o que não deu tempo antigamente. Ficar juntos eternamente, até que um dia a morte nos separe, já que você, amor é tudo para mim. Arriscar, pondo nossos laços nesta aposta mental de loteria, onde valeria literalmente tudo.
Nossas vidas se cruzarão um dia, mesmo em caminhos sem rumo, sem possíveis chances de haver encontros. Permaneça sem chorar, um dia iremos abrir nossos corações um para o outro. Nossas lágrimas aprisionadas irão finalmente ser usadas; para expressar o momento na qual vivemos para que aconteça.
Ajudar-te-ei a seguir teus sonhos, aqueles que integravam o livro que tanto lias, diga-me: quando coletamos pequenas coisas um sobre o outro que ainda não conhecemos, os laços entre nós se fortalecerão, de certo, não concordas?

Pareça único, quero tentar acreditar. Amor eterno pode realmente ser possível! Provar-te-ei isto. Podemos gravar isto um no outro, neste destino que nos favorecendo está. Diga-me: tens alguma razão para discordar, tanto o que desconfiar e demonstrar desconfortáveis ações?

O destino quer demonstrar-nos confiança, fugir não resolverá. Juntos formaremos um laço imbatível, criaremos um medo invisível e iremos ser um casal... Invencível! Uniremos nossas mãos, e um ao outro aqueceremos, nos dias de neve. Sentir a paz que brotará em nossos olhares, já que isto é a eternidade que brilha somente porque nós percebemos.

Podemos ser aliados, ser como primavera e outono, verão e inverno... Opostos, mas únicos. Quero fazer muitos rostos felizes, ao lado de tua gentileza, e poder dizer que um dia...

Serei única, e irei te proteger. Fique comigo, eu te amo... Não irei ocultar-te o que passas em minha mente. Minha vida resume-se em dizer que agora...

Seja único, quero tentar acreditar. Arriscar-me a perder, arriscar-me a te provar. Amor eterno entre nós, a gente, eu e você. Vamos gravar um no outro, a marca da amizade que aos poucos se intensifica e torna-se outro sentimento. Vamos contar com o destino que mostra-nos confiança.

Já que enquanto viver ao teu lado, a vida continuará a ter sentido. E que com o calor de tuas mãos, as minhas se aqueçam ferozmente. Mesmo nos dias frios, mesmo no sol escaldante do verão, quero sentir tua presença quente e acolhedora.

Sentir a paz brotar em nossos corações, desde que não sejam simples ilusões. Que façam da vida algo melhor e mais descente, que sorri e alegra calmamente.

Já que o sempre é o nosso eterno amanhã... E isto é a eternidade que brilha somente porque nós percebemos. Construir nosso futuro, saber organizar...

Não ser nunca imaturo, e saber aceitar. Seremos como um só, nesta vida que aguarda-nos. Escolhi você para ser meu exemplo, para aconselhar-me nos momentos de dor.

Saber me dar carinho, e também me dar amor. Saber quando é hora de parar, quando é hora de desistir. E não importa o que aconteça, o importante é não deixar de sorrir.

Mine

A noite estava bela. A enorme lua que sempre estava banhada de milhares de estrelas ao seu redor, iluminava o nosso caminho. Finalmente voltava ao meu reino com os sobreviventes da grandiosa missão cujo fomos recrutados a cumpri-la a qualquer custo. Durante o embarque, no humilde Brigue – o navio de madeira - o qual navegamos estava lotado, e agora? Vazio. A maioria estava morta. Sacrificados como animais, para vontade e prazer de vosso rei, e “segurança de vosso reino”.
Estava ali, sentado na ponta da cabine dianteira, acima do casco sólido de madeira de nosso navio. O vento bagunçava meus cabelos longos e negros. Aquela sensação... Era horrível com o passar dos milhares pensamentos que eu refletia de dentro de minha tão conturbada e traumatizada mente.

- Livre? – Me perguntava. Meus olhos azuis secos não produziam mais nenhuma lágrima de sofrimento ou de dor. Acredite, nenhum homem mereceria passar pelo que eu e meus companheiros soldados passamos.

Desde o meu nascimento, sei que morrerei. E entre esse espaço de tempo, bem, é meu, o meu mais precioso tesouro. Algo que ninguém... Jamais poderá obter ou roubar de mim – minha vida, minha mente. Não iria perder isso, não para um mero dragão cuspidor de chamas.
Todavia, meus companheiros... Meus melhores amigos perderam. Dos duzentos que foram apenas nove retornaram. Eu, quatro soldados da realeza, um pescador, um mensageiro, e bem, mais dois bastardos que foram mandados para pagarem as duas dívidas pelos seus crimes. Apenas essa minoria sobreviveu. Apenas essa minoria conseguiu retornar após o grandioso ato de matar o cuspidor de chamas, coisa que milhares haviam tentado – sem sucesso.
Traumatizados, apenas ficávamos em silêncio, escutando um dos bastardos cantarolando uma música enquanto afiava algumas flechas puramente de madeira, sem pontas metálicas. Começava assobiando, fazendo com que o mensageiro começasse a cantar. Quando me dei por conta, todos aqueles porcos imundos estavam cantando, sorridentes, comemorando, bebendo rum.

- Por quê? - Pensei eu. Na verdade, já sabia da resposta. Não deixarei a morte dos meus queridos companheiros em vão, não irei apenas lamentar-me, devo comemorar os seus gloriosos feitos, não? Nah. Nunca fui de festas. Nunca gostei de me embebedar até cair sem consciência enquanto babo rum.

Minha consciência ainda pesava. A dor ainda corroía meu ser enquanto meu sangue fervia de dentro de minhas veias. O ar enchia os meus pulmões vazios com a solidão do nada, do terror.

Por incrível que pareça, ver aqueles idiotas cantando e dançando causaram um leve sorriso no canto de meu rosto. Todos estavam entre amigos, todos seriam uma lenda quando retornassem. Heróis. Com tudo, com exceção de uma grandiosa coisa que tal dragão havia causado – uma ruptura na alma, uma cicatriz, que por mais que tentamos curar, não irá se cicatrizar. O vazio, a ausência da vida de todas as pessoas que morreram queimadas na chama ardente do demônio cuspidor de chamas. Todas as famílias, reis, soldados, camponeses, vidas inocentes.

Bem, quem sabe uma garrafa de rum, apenas para comemorar nosso feito, han?