Pokémon: Saikyou no Chousen

Localizada ao extremo sul de Sinnoh, existe um grande arquipélago, que recentemente adquiriu o título de continente. A maioria das pessoas do continente de Spiritia vivem nas cidades costeiras, de forma que seu interior seja algo muito bem preservado e ainda pouco explorado, ironicamente este é todo o charme do continente, pois muitos turistas o visitam para desfrutarem de um contato direto com a natureza, que é o seu maior patrimônio. Os tipos climáticos são bem variados, já que existem desde Outbanks escaldantes até mesmo montanhas bem altas com um clima bem mais frio em relação as regiões litorâneas. Ao Sul do continente existe um conjunto de ilhas, locais ondem percorrem muitas lendas.

A cidade de York, é a maior cidade de Spiritia, tão grande que é necessária separá-la em distritos, para melhor localização. A cidade é dividida em York Sul, a parte costeira da cidade, onde é ocupadas por muitos turistas, quiosques e grandes feiras, também acontecem muitos jogos aquáticos por aqui durante todo o ano. York Norte, onde está localizada uma cadeia de montanhas e campos vastos, um lugar muito calmo e afastado de toda a bagunça da cidade grande, também é aqui onde ficam dois pontos importantes da cidade, primeiro o ginásio e o segundo é onde fica o Mt. Krathos, um local desafiador, onde existem vários treinadores pokémons que desafiam qualquer um para uma boa batalha, por aqui existe um sistema, onde é necessário vencer pelo menos três batalhas contra diferentes treinadores para que possa prosseguir até o ginásio e desafiar o líder. E por fim, temos York Central, aqui é onde ficam os grandes arranha-céus e o ponto principal de comércio da cidade, lojas para todos os lados, veículos e tudo o que uma cidade grande pode prestigiar.




"Montanhas, ar fresco e toda essa calmaria... Ai, não tem nada melhor do que esta parte da cidade, é uma pena que os turistas raramente visitam esta parte, mesmo aqui estando a segunda maior montanha do continente, acho que batalhas envolventes não é algo que... Bem, envolve todas as pessoas, não acha? Me chamo Kai Hughes, e acabo de assumir o cargo como líder de ginásio de York City, que até então estava no comando de meu avô Albert, negócio de família? Pensem o que quiserem, acontece que apesar de não parecer eu sou muito dedicado em meus treinamentos, e sou o aluno mais avançado de todo o Dojo, já possuo nível instrutor e acredite quando eu digo que isso é grande coisa. Mas toda essa calmaria tem seus contras, em dois meses não vieram mais do que seis desafiantes, talvez o trial que deve ser feito antes de me enfrentar acabe assustando a maioria... Bom, mas se não conseguem vencer três lutas contra os alunos do dojo, não conseguirão passar por mim... De forma alguma!"

Passeando pelas ruas de York Sul estava um jovem franzino de cabelos dourados, vestia-se como um lutador de artes marciais, tênis leve, sem meias e sua faixa muito bem amarrada, assim como a que estava em sua testa, realçando seu penteado. Carregava consigo um par de sacolas de compra, quando parou em frente à uma das feiras locais do bairro, logo ali estava uma de suas favoritas, os frutos do mar que o ancião de madeixas escassas vendia eram de longe os melhores de toda a região, pois eram pescados com muito gosto e amor a sua humilde profissão. Assim que dirigiu-se para lá, o velho logo o viu, sorridente como de costume.

— Oras, a cada vez que o vejo se parece mais com o seu avô! — disse o ancião.

— De quantos anos atrás está falando? — engraçou o jovem.

— Hum... Acho que perdi a conta... Gwahaha! — gargalhou. — Como andam as coisas por lá, Kai?

— Quieto e tranquilo, como de costume. Mamãe continua fazendo as coisas dela, sabe, ela é uma ótima cozinheira. Já o vovô, mesmo tendo passado o bastão para mim, continua como cabeça do dojo, e sempre está atrás de mim me corrigindo, sabe como é.

— Aquela tartaruga velha nunca muda! Bom, se veio aqui para peixe, tenho uns bons hoje. — mudou de assunto.

— Acertou no ponto velhote! Aqui está a lista que minha mãe pediu.


Logo ao lado, havia um banco de praça onde um homem estranho repousava enquanto fazia uma leitura de seu jornal, utilizava de um chapéu marrom, roupas sociais e também óculos escuros, parecia observar o jovem líder de ginásio, no mais completo anonimato.

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Não demorou mais do que meia hora para que o rapaz estivesse de volta para York Norte, onde fica sua residência. Andava de skate em uma velocidade considerada impressionante, executava algumas manobras radicais, utilizando algumas cercas do local, o que acabara por chamar a atenção de Albert, que caminhava pela estrada ao lado de um pokémon cor de rosa, que parecia estar em posição de meditação, este era Medicham. Uma curiosa pedra presa em um brinco estava em uma das "orelhas" do pokémon, algo semelhante estava enfeitava o bastão de defesa, que também servia como bengala para o ancião.

— Kai, porque deixou Riolu em casa enquanto foi para cidade? Deveria tê-lo levado. — perguntou.

— Ah isso... O Riolu estava meio chateado comigo, porque ao invés de treinar eu fui... Praticar iô-iô... Mas não tem problema! Depois que ele ver os doces que eu trouxe ele vai me perdoar.

Assim que o garoto disse tais palavras, um lampejo tão rápido como a sombra de um falcão rompera toda aquela calmaria. Um pequeno canídeo de tonalidades azul e preta em sua maior parte, seus olhos vermelhos ansiavam pelo o quê Kai carregava em uma de suas sacolas, rodeando o garoto enquanto tentava farejar algo. Assim que percebeu a insistência do canino, o jovem vasculhou as sacolas, encontrando algumas embalagens de chocolates, vazias.

— Ou talvez eu tenha comido todos no caminho... Desculpa Riolu! Juro que quando for na cidade de novo você vem comigo e te compro todos os doces que quiser... É claro que comerei alguns também... — desculpou-se.

Riolu o encarou com muita suspeita, cruzou os braços e virou-se de lado, porém já estava tudo bem entre eles. Nada que uma boa comida caseira não fosse melhorar, agora era só entrar para entregar os ingredientes para sua mãe, ouvir algumas ligeiras broncas de seu avô e então voltar para o ginásio, colocar seu treinamento em dia, ao mesmo tempo que aguardava por um desafio.

Já dentro daquela modesta residência, o garoto logo deixou as sacolas de compra sobre a mesa da cozinha, lá estava uma mulher de meia idade, muito bonita por sinal, longos cabelos negros com mexas mais claras, pele bronzeada e um grande sorriso de satisfação por ver o filho em casa. Kai dirigiu-se até a mulher para lhe dar um longo abraço, a mãe que sendo bastante coruja acaba por prolongar mais aquele momento, deixando o garoto constrangido na presença do avô.

— O garoto já é um pouco grandinho, não acha? — implicou o avô, que era mais disciplinado.

— Não tem problema vô... — disse o rapaz, vermelho. — É melhor não cutucar a fera, para preservar o bom sabor da comida. — brincou.

— Oras, mas será que você só pensa em comer? — perguntou a mãe, com um leve tom de ironia.

Riolu se fazia presente, mas apenas observa, até que quando ouve a última parte da conversa o mesmo solta um ruído e levanta os braços, como se estivesse concordando plenamente com aquela interrogativa.

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Do lado de fora da residência, um sujeito bem vestido novamente se aproxima. Retirou lentamente seus óculos escuros, e observou atento aos arredores, logo percebeu que não estava muito distante do ginásio, dirigiu-se para lá. O prédio do ginásio se parece com um templo budista, sua estrutura feita em madeira, de finíssima qualidade, ostentava uma visão rara de se ver, contando com vários sinos e estatuetas referentes a certas entidades, até mesmo algumas que se referem a certos pokémons. Ali, logo na entrada, havia um aviso bem claro e nele continha regras, mais do que regras eram condições para o desafio ser iniciado. Assim que terminou de ler o homem em questão achou tudo bem curioso, olhou para o extremo norte e achou que seria uma boa ideia ir até o Mt. Krathos, pois achava tudo aquilo bem interessante.