ego23

Você está sentado num longo banco, numa estação de trem. Pelas vidraças no teto e nas paredes você consegue ver séries de cardumes de peixes passeando, sem preocupações. Um relógio anuncia que agora são 02:30. A estação não deveria estar mais cheia para essa hora? Deve ser de tarde que os trens passam, e alias, ninguém limpou esse lugar? Não deveriam ter tantos panfletos jogados no chão.

Do seu lado está um pequeno rádio a pilha. 

O som dele se transforma aos poucos em chiado e é substituído por uma música tão clichê, que mesmo não sabendo o nome, você sabe que já a ouviu. O sucesso do último verão, com certeza. Quando foi que começaram a fazer estações de trem embaixo d'água? Você deveria ter lido no jornal, parece algo importante, do tipo que todas as pessoas ficam sabendo e chamam o prefeito para fazer algum discurso.

No fundo da cabeça, uma pergunta aparece:

Aqui não é meu quarto... eu não devia estar aqui sem supervisão né?

Ryo pensa, sentada no banco ao lado do radinho de pilha, a música a acalma, talvez se ela continuar sentada alí alguém vai vir busca-la.
Com seus finos braços ela segura o pequeno rádio próximo de seu ouvido esquerdo.

Eu deveria estar aqui? Afinal ninguém pertence a lugar nenhum, seria possível que esse lugar é apenas um fruto da minha imaginação? No entanto há pessoas que também estão tão confusas quanto eu neste lugar. Então eu acho que não deveria estar nesse lugar, vou ver se uma conversa fiada com alguém resolve alguma coisa, afinal nem todo mundo aqui parece ter um corpo concreto, talvez o rapaz encapuzado possa me dar alguma informação.

- Licença Senhor, tudo bem com você? Bem confuso este lugar, certo? Você tem algum motivo para estar aqui? Eu aqui sinceramente não sei, hahahaha.

Espero que dê certo.

Mia observa a interação dos dois homens em silencio, não havia nada mais interessante para fazer naquele local desconhecido, ver o que estava acontecendo enquanto esperava era a única forma para calar um pouco os pensamentos confusos que possuia

Rondeau para de se chacoalhar, levantando lentamente da cadeira e estendendo a mão para cima.

-Com licensa, bom dia meu nome é Rondeau (Pronuncia-se "Rondó")
e eu realmente quero saber... O que estamos fazendo aqui? Eu não lembro de ter chegado aqui com meus próprios pés, de fato eu nem lembro de ter saído de meu Workshop hoje... Não que eu espere que alguém saiba, eu só quero ter certeza mesmo.
Rondeau diz, com incomodo.

"Err... se não é você que veio me buscar então eu não sei te explicar, hmmmm"

Ryo belisca a própria bocheca algumas vezes


"Ah é, meu nome é Ryo. Alguém pode me levar pra casa?"

- Primeiramente, eu me chamo Mia e estou tão perdida quanto qualquer um de vocês

A garota se levanta e vai em direção ao grupo de pessoas



- Mas não acho que tenha muita coisa a ser feita no momento... estamos em uma estação de trem, deveríamos apenas... esperar por um trem

Ryo observa o globo flutuante

Ryo considera a presença do globo flutuante algo realmente inexperado e estranho

Ryo espera que o globo flutuante possa leva-la para casa