Diário de Condemner4000 - A viagem as terras da Liferulagem

Estou aqui, escrevendo na primeira página desse meu novo e virgem diário. Escreverei aqui as minhas aventuras e, possivelmente, as desventuras encontradas na terra dos Liferulers, conhecida como Liferulea.

Aqui, a lista de materiais que estou levando comigo:
-Meu fiel diário, capa de couro, na minha família desde 1939.
-Minha caneta de Tinteiro, e uma pena da Rara Wargle, que só nasce nos alpes.
-Chapéu, roupas pretas e capa. Naquela terra, quanto menos você for notado, melhor.
-Mapa de Liferulea, desenhado por anciãos. O mapa data de 1890, antes da ida de Charlius Sheenauns a Liferulea. Desde então, nenhum Nerd voltou vivo de lá.
-iPod. Fiel escudo protetor das mandingas macumbentas daquela terra.
-Livros de J.R.R Tolkien, para divertimento e concentração no objetivo.
-Livro de gírias: Entrei num popular site Liferuler, o Orkut, e compilei as gírias mais importantes da linguagem Liferuler.

Termino essa entrada no diário, com uma frase "Que a força esteja conosco".

Entrada N*2, 4 de março de 2011 - (17:37)

É com grande pesar que me despeço da terra verde e linda que chamo de casa. Entrando no navio, em direção aquele nemesis. Meu coração palpitava mais forte a cada minuto que eu ficava naquele deque, esperando o Navio zarpar. Essa primeira página do diário marca tanto o começo, como o possível fim de minha vida nerd. Agradeço a todos aqueles que me ajudaram nessa jornada, e espero poder voltar para contar a história.

Assinado: Condemner4000

04/03/2011 (21:12)

O navio zarpou zarpou do porto exatamente as 21:12. Estávamos esperando a tempestade que caia passar, a fim de não corrermos (mais) riscos. Ancorados no Backbone, a última conexão nerd da terra, se olharmos do ponto de vista da minha viagem. Navegamos por mares até então desconhecidos por mim. De repente, ouço uma comoção no convés: Funk. Ouvi dizer que foi um erro na ambientação, mas eu sabia que tinhamos um caso de CCD no navio.

(21:57)

Cheguei, após 3 horas de espera, ao porto principal de Liferulea. Ouvia-se, ao longe, zumbidos parecidos com os de vuvuzelas (não duvido nada que fossem).Desci do navio com passos cuidadosos, sempre olhando ao redor para ter certeza de que não estava sendo observado.
Estava com alguns papéis contendo informações do paradeiro do meu amigo Luccas e, possivelmente, o VNC. Uma fina garoa caía sob minha capa preta e chapéu de couro, enquanto me dirigia ao "Hotel" (um quarto nas proximidades do porto). No caminho, ví um ser sentado ao lado de uma lixeira, recitando palavras sem sentido e num tom perturbador. Se não me engano, era algo como "créu", ou algo parecido. O mais estranho é que ele se mexia freneticamente em um padrão muito estático, parecendo que ele havia ensaiado, e seus olhos estavam fixos em mim. Acredito que ele estava me amaldiçoando. Deixei-o para trás e, logo em seguida, avistei minha "moradia" nessa terra.
Entrando no mesmo, senti um odor de urina e fezes, tão forte que tenho certeza que apaguei por alguns segundos.
E aqui estou, descrevendo meu primeiro dia nesse fim de mundo esquecido por Deus e abraçado pelas trevas eternas e frias.

Assinado: Condemner4000.

05/03/2011 (7:30h)

O começo de um novo dia. Me levantei da cama, vesti minha roupa (não vesti minha capa, já que fazia muito sol e calor). Tomei um café vagabundo que haviam me trazido (como sinto falta do café de nossa terra!) Não tinha muito tempo a perder. Saí do meu quarto e percebi muito movimento (algo que não se vê em nossa terra). Percebi que aqui a maioria das "pessoas" tem computadores em casa (Pasmém!), e a maioria mal sabe escrever (existem escolas aqui, mas estão depredadas e ouvi dos professores entrevistados que ninguém vai).

Andei alguns quilómetros, analisando a terra e procurando por meu amigo e grupo. Descobri, ouvindo duas pessoas conversarem, que era carnaval. Senti medo. Sabia que era a pior festa do mundo, e possivelmente seria engolido pelas forças liferuleanas se não saísse dalí a tempo.

(17:50)

Depois de andar muito e coletar informações com os moradores (muitos me olharam como se eu fosse um n00b) descobri que aqui, nerds são humilhados e zuados. Isso me fez pensar que ainda podem existir nerds nesse mundo, escondidos por medo. Uma outra coisa que me fez pensar assim foi o uso de vocabulário nerd por uma pessoa nesse mundo. Acho que ainda existe chance de salvamento em massa.

Aqui acabo meu o meu dia. Sinto os efeitos dessa terra malígna no meu cérebro. Possivelmente fumavam maconha no quarto ao lado. Felizmente, achei revendedores de café bom aqui, e coca cola. De qualquer maneira, estou começando a me sentir estranho.

06/03/2011 (8:00h)
Sozinho, sentado no canto do quarto. Estava com um pouco de fome, já que hoje não tinham me trazido o pão duro e o pó de café que me trouxeram ontem. Estava esperando, não queria colocar minha roupa antes de comer. Meu medo era ter pego um começo da doença. Dizem que você não percebe, até você não conseguir mais lembrar de onde veio.

Estava com meu fiel iPod em mãos. Analisando certos registros, ouvindo uma música para tampar o som que vinha de fora. A qualquer momento, sabia que, mesmo com fome, teria que sair dalí. O cheiro me deixava enojado.

(8:45h)
Saí do quarto e me dirigi ao centro da cidade (se é que se pode chamar aquilo de cidade). Queria ver se conseguia comprar algum artefato carnavalesco, para que nós pudéssemos estudar. Passando por avenidas lotadas de "foliões", meu nojo aumentava a cada instante. Mas a vontade de entrar naquele meio aumentava. Mesmo que ela fosse minúscula. Eu sabia que tinha algo errado comigo. Voltei imediatamente ao quarto, depois de pegar o primeiro artefato que achei.

(9:15h)
Chegando ao quarto, percebi em cima da mesa um pequeno pacote de café, jogado na mesa. Ele tinha caído em cima do pão, mal feito e com um buraco no meio. Sentei-me, logo depois de preparar o café, e comecei a estudar o artefato:

Segundo a crença dessa terra, quem não bebe cerveja é um "bichinha". A lenda diz que esse é a bebida sagrada deles (pff...) e que sem ela, os liferulers não teriam a capacidade mental que tem (Numa escala de 0 a 10, -15). Vem em garrafas de vários tamanhos, mas a que encontrei vem num tamanho incrível de 1 litro. O usuário se vicia após o uso contínuo da mesma. Após a análise, coloquei-a no recipiente nº1, em isolamento total.

(21:00h)
Percebi que tinha ficado quase 12 horas analisando aquele artefato ao mesmo tempo interessante e assustador. Não tinha comido nada. Estava até pensando em ir a casa da pessoa que "dirigia" a hospedaria. Quando fui sair, ví que tinha comida largada na porta de minha moradia. Preparei-a e fui deitar em minha cama. Estava num estado crítico, e ainda era meu terceiro dia: Meu iPod estava com quase metade da bateria. Sem ele, estava mais suscetível a macumbas e outros lixos encontrados nessa terra. Espero que consiga sair daqui com pelo menos metade do que era antes de vir.