Parece que o tema meio sombrio da fic não despertou muito interesse. Então vou tentar mudar um pouco o rumo. Vou manter o mistério, mas acrescentar o humor também. Espero que curtam e obrigados a todos que já comentaram.
04 – Dupla de Detetives
Os dois jovens treinadores que acabaram de sair do laboratórios do professor Wilson estavam muito contentes, pois finalmente havia recebido seus pokémons iniciais. Era eles Mark, um menino aparentemente tranqüilo, e John, de personalidade contraria ao outro, sendo imperativo e extrovertido. Mark havia ganho um Chikorita como pokémon inicial, enquanto que John havia sido um Cyndaquil. Enquanto eles voltavam para casa, conversavam sobre os fatos da cidade.
- Foi uma pena a mãe do Bob não ter deixado ele ir – fala Mark referindo-se ao terceiro garoto que iria ao laboratório.
- Tudo por causa do homem que o professor Wilson hospedou – Fala John pensativo – Mas sabe. Eu não acredito que tenha sido ele que tenha matado o tal homem.
- Logicamente não foi ele – fala Mark um pouco irônico – A não ser que ele tenha se transformado em uma fera selvagem.
- É isso que está me incomodando! – exclama John preocupado com a situação – Sabe de uma coisa, nós deveríamos começar a nossa jornada com uma investigação criminal!
- E como pretende? – fala Mark achando aquela idéia uma piada – Primeiro deveríamos ver o corpo e a essa altura já deve ter enterrado.
- Não seja tolo! – fala John tendo um ataque súbito de idéias – A policia está investigando o que aconteceu. Logo, o corpo deve estar no necrotério.
Ao ouvi falar em necrotério, Mark quase surto. John nem precisava mais falar, pois Mark já havia entendido tudo. E só a idéia de ir aquele lugar já lhe fazia sentir um tumulto em sua barriga.
- Por favor... – diz ele temeroso – Não vai me dizer que quer ir até lá para examinar o defunto!
John abre um sorriso muito conhecido do amigo. Era do tipo que tinha uma idéia na cabeça e quanto mais arriscada fosse mais determinada era a vontade de cumpri-la.
- Nós vamos, e agora mesmo!
E dizendo isso John já foi puxando o braço de Mark na direção de uma outra rua. O garoto bem que pensou em relutar. Mas por alguma razão acabou se deixando levar. Talvez lá no fundo ele também quisesse saber essa história ao fundo.
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Após desviarem da rota que levaria a suas casas e seguirem rumo ao necrotério, lá estavam Mark e John, em frente ao prédio. Uma casa bem simples e discreta. Haviam chegado até ali, mas agora via o maior desafio: como entrar e mexer no corpo.
- Vai sonhando se acha que irão deixar mexer no corpo – fala Mark vendo aquilo tudo como uma perda de tempo.
- Se tiver alguém para nos impedir! – fala John dando ênfase no se, em meio a um sorriso explicitamente criminoso.
Ele vai até uma das janelas e espia lá dentro. Vendo que a sala estava vazia, John trata de pegar sua pokébola e a jogar para cima. Nos céus ela se abre e libera Cyndaquil. O pokémon estranha um pouco, olhando para tudo ao seu redor, pois ainda era um pouco inexperiente. Em seguida, John na maior cara dura enfia a mão no bolso de Mark e pega a pokébola dela e libera seu Chikorita. Mark fica até assustado, pois nuinca havia visto seu amigo tão compenetrado.
- Cyndaquil, hora da sua primeira missão! – exclama ele – Lance seu Smokescreen dentro daquela sala!
Ele segurou seu Cyndaquil na altura da janela e ele tratou de aspirar bastante ar para em seguida liberado na forma de uma fumaça negra e toxica. A sala ficou toda envolta pela sala.
- Agora Chikorita! – exclama John ordenando ao outro pokémon, ignorando o fato dele não lhe pertencer – Use o Vine Whip para alcançar o alarme de incêndios!
Mark achou aquilo muita intromissão, até demais para seu melhor amigo.
- Ei! Não vai mandar no meu pokémon! – exclama ele sentido-se ultrajado.
- Calado! – exclama John ignorando-o – Vai Chikorita, acione o alarme de incêndios com seu cipó!
Chikorita fica um pouco confuso quanto a ter que obedecer, mas vendo que aquela parecia ser uma situação de extrema urgência, ele resolveu colaborar. Esticando seus cipós, ele alcançou uma espécie de botão bem vistoso e o apertou com força. Imediatamente um alarme ecoou por todo o prédio. Os garotos e seus pokémons trataram de se esconder em uma moita próxima. Alguns segundos se passaram e de repente um tumulto começa a ocorrer. A porta do prédio de abriu abruptadamente e uma legião de pessoas e pokémons que trabalhavam ali começaram a sair correndo o mais rápido que podiam. O desespero era tanto que alguns saiam pulando pela janela, esquecendo de qualquer deficiência ou dificuldade. Algum tempo depois o local ficou totalmente vazio. Essa foi a chance dos garotos. Com muito cuidado, John saiu do esconderijo e adentrou no necrotério bem rápido. Resignado, Mark não teve outro jeito se não entrar também.
Mal haviam adentrado no local, os garotos sentiram suas narinas serem invadidas por um odor muito peculiar e desagradável. Era um fedor terrível de formol. Ainda assim, eles começaram as buscas. Passando pelo o que parecia ser a recepção do local, eles invadiam o corredor onde ficavam os quartos dos defuntos. Os garotos então chegaram à frente de uma sala que na porta havia os dizeres “Investigação Criminal”. John não hesitou em entrar. Chegou a uma sala bem grande, com varias macas com lençóis encobrindo possíveis corpos. Ao ver tantos, John acaba por se decepcionar.
- Como vamos achar em meio a tantos? – lamenta ele desanimado.
- Bem... – fala Mark concentrando-se – Se não me engano, o nome do tal homem era... era... Astrogildo! É esse nome mesmo! Nunca esqueceria um nome desses!
- Assim facilita tudo! – exclama John reavivando seu animo – Só deve ter um Astrogildo! Vamos procurar!
Os dois passaram de maca em maca, olhando a ficha com os dados que ficavam na cabeceira. Após algum tempo de busca, John finalmente a encontra, não propositalmente na parte mais afastada da sala. Os dois ficam ali, em frente ao corpo coberto, ainda meio hesitantes, esperando ver qual deles seria capaz de retirar o lençol. Por fim, John mesmo resolve agir. Um pouco tremulo, ele vai puxando o lençol bem devagar, temendo o que poderia acabar vendo. Não agüentando aquela aflição de ter que esperar, Mark tem um acesso de ímpeto e arranca o lençol de uma vez. Os dois ficam um pouco perturbados quando vêem a situação do corpo.
Mesmo como os curativos, era bem visível os rasgões e cortes em sua pele, além de furos por toda parte. Seu rosto estava deformado. Com os lábios rasgados, e com o nariz rasgado ao meio. Como o corpo estava nu, os dois viram que o corpo havia sido aberto, devido aos vários pontos em sua barriga. Mas não parecia ter sido um corte cirúrgico, visto que não era uniforme e seguido, mas em vários pontos.
- Bem, eu não sei você, mas eu não estou vendo como iremos achar o culpado só olhando esse horrível corpo – fala Mark tentando achar uma maneira de sair o mais rápido dali. Aquela visão estava enojando ao ponto de que poderia vomitar a qualquer momento.
Mas John continuava a observar o corpo minuciosamente, procurando qualquer pista, ou algo que apontasse para alguma coisa. Até que uma coisa lhe chama a atenção.
Ahá! Eu sabia! Olha só! – grita ele dando um susto no amigo.
John apontava para o braço do homem. Mark olha para o local, mas não vê nada demais.
- Olha! São queimaduras! Isso significa que ele foi atacado por um pokémon tipo fogo! – fala John sentido-se triunfante.
- Ou qualquer outro que saiba algum tipo de raio – fala Mark jogando um balde de água fria no parceiro – E sabe o que eu vejo? Que as suspeitas caem mesmo sobre o forasteiro. Afinal, ele tem um Mightyena que pode muito bem saber Hyper Beam.
- Mas já é um passo dado... – fala John não querendo perder as esperanças.
- Muito curto! O que pretende fazer agora? Interrogar todos na cidade que tenha um pokémon tipo fogo ou que saiba uma técnica que queima? Vai ser como procurar uma agulha em um agulheiro!
- Hunf! Você e seu pessimismo! – exclama John perdendo a paciência – Vá lamber sabão!
Sentindo-se meio derrotado, John resolve deixar o necrotério. Era visível que estava chateado, e Mark sentia-se triste por ele. Mas conhecendo o amigo como conhecia, sabia que ele não iria desistir tão fácil. Ainda assim ele foi tentar persuadi-lo mais uma vez a desistir.
- É melhor deixar essa investigação com a policia. Além do que, daqui a pouco todos esquecerão o que aconteceu.
John suspira. Talvez o amigo tivesse razão. Ainda assim, lá no fundo ele sabia que aquilo ainda não havia acabado.
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Um novo dia surge no mundo pokémon, irradiando os primeiros raios do sol surgindo de detrás das colinas, enchendo a todos com novas energias para enfrentar o novo dia que acabava de nascer. Todos menos John. O garoto havia acordado chateado, ainda pensando no dia anterior. No seu primeiro mistério não havia tido muito êxito. Resignado, ele se arruma e vai até a sala para tomar café. No caminho logo surge Cyndaquil para acompanhá-lo. Chegando à sala, ele vê seu pai e sua mãe conversando. Pela altura com que conversavam, parecia ser algo importante e confidencial.
- Aconteceu alguma coisa? – indaga ele surgindo de supetão.
Os pais de John levam um susto. Por terem sido pegos de surpresas, eles acabaram por não terem outra escolha se não contar.
- Mataram outro homem essa noite – fala o pai.
- Do mesmo jeito que o homem que mataram ontem – completa a mãe.
John age com indiferença, fingindo não se importar. Mas por dentro seu coração vai a mil por hora. Ele toma seu café rapidamente e depois dispara para a casa de Mark. Ele bate a porta e assim que o amigo a abre, John despeja tudo obre ele.
- Eu sabia! Eu sabia! Esse mistério está longe de acabar! Temos que fazer alguma coisa!
- Você tá louco? Do que está falando?1 – exclama Mark assustado com o comportamento do menino.
- Assassinaram outro homem! Vamos! Temos que investigar! – fala John puxando o braço do outro.
- Ah não! Eu não quero ir ao necrotério de novo! – reluta Mark.
- Que necrotério meu filho! O corpo está no hospital! Vamos!
- Ai eu detesto hospitais! – lamenta Mark sendo arrastado pelo amigo.