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O Desejo (+10)

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Mensagem por Parukia Qua 11 Jul 2012 - 8:31

E finalmente, depois de tanto tempo, decido postar minha fic na Mythology. Eu a tinha bem avançada na Route One, até que, lamentavelmente, o fórum acabou. Triste, mas não vim aqui para falar das "tragédias" de minha vida, mas sim para trazer-lhes um trágico romance que tenta se passar por conto de fadas.

Devo dizer logo de início que é uma história longa. Já escrevi mais de 30 capítulos e ainda não cheguei ao final, por mais que esteja perto. Então, paciência para ler. Eu estarei trazendo um capítulo semanalmente, sempre às terças-feiras. "O Desejo" mistura vários temas, indo desde comédia e romance até aventura e mistério. E, é claro, ainda temos o tema de Pokémon incluso a isso tudo. Eu, pessoalmente, gosto muito dessa mescla.

A história também é narrada em primeira pessoa. Isso significa que há um narrador humano, perfeitamente capaz de erros ou mentiras, ou de simplesmente impor sua opinião para com os fatos. É por isso que existirão alguns "capítulos especiais" durante a Fanfic. Serão capítulos nos quais o narrador será mudado, e outro passará a contar (também em primeira pessoa) a história. Vocês verão que, certas vezes, há divergências entre as versões apresentadas. Gosto de pensar que "O Desejo" não trás os fatos, mas sim testemunhas, e cabe ao leitor pensar em como e por que as coisas aconteceram.

E, então, é isso. O Prólogo está aqui. Farei um Sumário também para auxiliar-lhes a leitura. Por favor, aproveitem a história e tenham uma boa leitura. E fiquem à vontade para comentar, é claro.




Sumário
O Desejo

Prólogo
Capítulo 1





Prólogo

Era uma vez... Ah, não sei a quem quero enganar. Esta história não é como um simples e inocente conto de fadas. Existem muitas coisas que aqui acontecerão que jamais seriam usadas nesse tipo de história, e que seus ouvintes jamais compreenderiam.

Se não quer ouvir uma história sobre um garoto procurado, uma mãe arrependida, uma briga entre amigos, um transformista misterioso e uma morte inexplicável que quase leva ao fim do mundo que conhecemos, sugiro que procure outro contador de histórias. Eu só posso avisá-lo. Se escolheu continuar me ouvindo, apenas continue, mas não se arrependa depois.

Estava escuro na cidade Azalea... Não, não. Perdão. A história não começa aqui, mas sim alguns meses antes disso, e na cidade Lilycove, em Hoenn. Lilycove sempre foi uma cidade portuária bem movimentada. Mas o movimento principal para a história não estava na cidade em si, mas no hospital.


- Vamos, me deixem passar! Eu preciso vê-lo!dizia um homem de jaleco branco, e bem apressado.

- Não, senhor, aguarde um pouco mais. Ele está bem. Sairá em pouco tempo.falavam as enfermeiras, tentando, inultimente, conter aquele homem.

Seguiu correndo pelo hospital, até que encontrou a porta que tanto queria. Rapidamente abriu-a. Era uma sala pequena, de luzes fracas e com alguns aparelhos. Havia também uma cama, e nela uma mulher. Segurava, alternando entre lágrimas de alegria e sorrisos, uma pequena criança nos braços, que mamava tranquilamente.


- Ele é... Lindo.disse o homem, esboçando um sorriso.

- Sim, ele é.respondeu a mulher, agora sorrindo para o homemEle será feliz conosco, e nós mais ainda com ele. Nós somos pais.

- Sim, Amélia. Nós somos pais. E cuidaremos bem dele... Do pequeno Drake...

Ah sim, a alegria de ser pai de uma criança... Já senti isso algumas vezes. Lamentalmente, esta história não é alegre, mas sim trágica.

Meses se passaram e, agora sim, estava escuro na cidade Azalea, em Johto. A lua podia ser vista claramente, era a única iluminação. Podiam-se ver alguns Murkrow e Noctowl voando. Zubats saiam de seus esconderijos para caçar, assim como Houndours. Era uma noite sossegada, em que todas as pessoas estavam deitadas em suas camas esperando o amanhã. Quer dizer, quase todas. Existia alguém que vagava pelas ruas da cidade. Apenas podia-se ver que usava um capuz que cobria todo o seu corpo, e que carregava consigo uma cesta coberta por um pano e uma carta amarrada à cesta.


- Não... Eles não estão mais nos seguindosussurrava para a cestaPreciso encontrar um lugar, eles não vão desistir tão facilmente.

Corria velozmente pelas ruas sombrias. Isso até que parou em frente a uma casa feita de madeira, com uma pequena luz acesa acima da porta e várias toras empilhadas ao lado. Então, a figura misteriosa aproximou-se vagarosamente da porta e colocou a sua cesta na frente dela.

- Esse parece ser um bom lugarfalava enquanto segurava o pano, que cobria a cesta, e o puxava cuidadosamente. Dentro da cesta estava um bebê que dormia tranquilamenteÉ agora que nós nos separamos. Sentirei muita saudade sua, mas esta família cuidará bem de você, meu filho.

Deixou uma única lágrima escapar de seus olhos e cair. A única gota caira no babê, que acordara. Por fim, tirou seu capuz. Era uma mulher, jovem, loira, mas com uma grande tristeza em seu profundo olhar.

- Adeus, meu filho. Eu não queria ter de fazer isso. Seu pai jamais permitiria, tenho certeza. Eu tentarei voltar quando as coisas se acalmarem. Até lá, aproveite sua nova vida terminava pondo a carta ao lado da cesta e batendo na porta da casa algumas vezes.

As luzes da casa acenderam e ela rapidamente se afastou, logo voltando a correr. A última coisa que a pequena criança pôde ouvir daquela doce mulher foi um eco sussurrante que vagou pelas ruas, dizendo: “Lembre-se que eu te amo, Drake, meu filho”.

Naquela hora, a porta de madeira se abriu vagarosamente. Um homem de cabelos quase brancos surgiu de dentro da casa. Olhou de um lado para o outro, procurando quem batera em sua porta, até que vira a cesta. Sem se importar com a criança, tomou a carta em suas mãos, leu o verso e gritou para dentro da casa:


- Josephine! Venha aqui! Olhe o que algum irresponsável deixou na nossa porta.

Uma mulher, aparentemente, alguns anos mais velha que o homem, apareceu por trás e, sentindo um misto de emoções, olhou atentamente o que havia em frente à porta.

- Ah, meu Deus! Deixaram um bebê para a gente! Isso é... É... É...a mulher gaguejava de espanto - É ótimo! Eu sempre quis um bebezinho e, graças aos céus, agora temos um!

O homem, que antes tinha um ar de superioridade, agora estava confuso com as palavras da esposa. Aquela não era a reação que ele desejava ver. Então, com certa arrogância, ele falou com sua grossa voz:

- Eu vou sair. Vou procurar os pais desse bebê e devolver – e saiu fechando a porta violentamente.

Horas depois, retornou ao lar. Parecia cansado, além de irritado. Quando entrou, viu a esposa com o bebê em seu colo, segurando uma mamadeira. A mulher logo questionou:

- Descobriu algo?

- Sim.admitiu com um suspiroMas teremos que ficar com a criança. É uma longa história, amanhã eu te conto.

Eles subiram vagarosamente uma pequena escada. No andar de cima, prepararam um berço improvisado e lá colocaram o bebê. Com a criança a salva, foram dormir. Muitas coisas aguardavam aquele pequeno bebê, que acabava de fazer parte de uma nova família: uma história trágica, um passado misterioso, outros pais e tantas outras coisas que eu sei explicar direito. Tudo seria revelado na hora certa... Claro que vai demorar alguns anos...

De tantos acontecimentos mirabolantes, inexplicáveis, engraçados, românticos, miseráveis e milagrosos que existem nesta simples história que lhes conto, há infinitos nomes, títulos que posso dar a isto. No entanto, existe um em particular que eu acho mais adequado. Sim. É por algumas coisas e outras que eu gosto de chamar esta minha história de “O Desejo”.





Última edição por Parukia em Qua 8 Ago 2012 - 16:40, editado 2 vez(es)
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Mensagem por Mason T. Qui 12 Jul 2012 - 0:59

Está muito bom para um prólogo! O começo me lembrou fortemente de "Desventuras em Série", haha! Ainda está um pouco confuso, mas acredito que prólogos servem para dar apenas uma essência de como a história se desenrolará... Sobre a escrita, tente organizar um pouco mais as palavras, em certas passagens você põe muitos eventos demasiadamente reduzidos e acaba-se sem entendê-los por passarem rápido demais, no entanto, você deve conseguir resolver isto facilmente. Aguardo o próximo capítulo! Very Happy
Mason T.
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Mensagem por Parukia Ter 7 Ago 2012 - 21:49

De início, perdão pela (imensa) demora. Muitas coisas aconteceram. Pra começar, passei duas semanas praticamente sem internet. Depois foi a volta as aulas e absurdos de trabalhos e deveres escolares. E, devo lembrar, estou doente nesse exato momento. Como disse, muitas coisas aconteceram. Mas, claro, isso não importa, e sim o capítulo que vos trago.




Cap. 01 – Nova vida com a nova família

Esta é minha história. Não é um conto de fadas. Não é uma história feliz. Mas é a minha história. E quem sou eu? Ninguém muito importante, eu garanto. Até porque, se eu fosse importante, contaria uma história sobre mim, não sobre um jovem garoto que se chamava Drake.

14 anos haviam se passado. Muito tempo, de fato. O dia amanhecia com um sol que brilhava forte. A cidade Azalea estava pronta para mais uma linda manhã. Mas alguém não estava muito disposto para levantar...


- Drake, desça logo. Café da manhã!

A voz fina ecoava por toda a casa de madeira. No entanto, não fora suficiente para acordar o preguiçoso. O garoto embaixo das cobertas insistia em dormir um pouco mais. Seu quarto era pequeno e tudo o que tinha era a cama, o guarda-roupa e um espelho. Repentinamente, sua porta abriu rudemente, fazendo com que o menino se assustasse.

- Vamos logo, menino! Josephine está te esperando! Além de que temos muito trabalho hoje. Deixe de ser um molengão e vá comer, antes que eu te faça trabalhar por cada refeiçãodisse uma voz grossa que vinha da porta.

O garoto se apressou em sair da cama. Drake era um garoto de 14 anos agora. Tinha cabelos pretos totalmente desarrumados. Não era muito alto, mas era forte, talvez por causa dos trabalhos braçais que fazia diariamente.

Ele se apressou em descer, não dizendo nenhuma palavra para Edvaldo. Edvaldo era o dono daquela voz forte e grossa, mas, ao contrário do que deve estar imaginando, ele era um homem idoso de 71 anos. Seus cabelos já estavam totalmente brancos e só andava segurando uma bengala de madeira por causa de sua idade. Apesar das dificuldades, trabalhava com rigor como madeireiro na pacata cidade Azalea.

Drake correu para comer, descendo as escadas velozmente e sentando-se à mesa da sala. A casa era bonita. Simples, mas bonita. Os móveis de madeira, em sua maioria, estavam bem acabados, mas davam um ar mais rústico à morada. Havia também algumas prateleiras com objetos diversos nelas, o que incluía fotos, cuja grande maioria não mostrava o ranzinza Edvaldo antes de seus 60.

Uma fraca cantiga fez com que Drake parasse de observar a moradia. Então veio a seu encontro Josephine, que carregava um prato bonito e delicioso. Ela também era uma senhora de idade, quatro anos mais velha que seu marido Edvaldo, e uma dona-de-casa muito dedicada. Não deixava que sua velhice intervisse em seu trabalho ou em seu humor. Quando não estava cuidando da casa ou dos Pokémon que ajudavam seu marido, sempre procurava ter a companhia de seu filho, Drake. Ah, que doce mulher ela foi.

E aquele era um dia comum naquela casa comum localizada numa cidade comum. Josephine era a primeira a acordar, então seguia para a cozinha, cômodo onde passaria a maior parte do dia (e que era o mais arrumado apenas por isso). Sempre sorrindo sem medo de mostrar suas rugas, preparava o café da manhã e acordava Edvaldo. Comia com o velhinho pelo qual era apaixonada e o último acordava Drake, se este ainda não tivesse aparecido, como ocorria quase sempre. Após o café da manhã de toda a família, incluindo dos Pokémons, Drake e Edvaldo saíam em direção à Floresta Ilex, área florestal a oeste de Azalea e não muito longe da casa, para trabalhar, enquanto Josephine ficava em casa, preparando o almoço.

E, neste exato momento, Drake e Edvaldo terminaram o café da manhã e já adentravam a Floresta Ilex. Sua missão lá era simplesmente coletar madeira. Este era o trabalho que o velho fazia todo dia. Edvaldo logo liberava os seus companheiros para que pudessem ajuda-lo nisso:


- Vamos! Temos muito trabalho hoje!

Lançando-as para cima, seis Pokébolas, esferas de parte superior vermelha e inferior branca, abriram-se, liberando seis diferentes seres, os quais eu prefiro chamar de Pokémons. São criaturas curiosas os Pokémons, eu admito. São também companheiros, amigos e aliados sempre que precisamos. Eles são animais, mas pensam e têm emoções. Seguem o instinto, mas raciocinam e são capazes de criar e de modificar o ambiente. E, o mais intrigante, eles são naturais, são criaturas da própria natureza, mas são mágicos, têm poderes impensáveis e capacidades extraordinárias. Sim, estes são os Pokémons. Eu poderia falar por horas sobre essas fantásticas criaturas, mas a história não é assim... Vamos voltar a ela.

A primeira a surgir da esfera alvirrubra foi uma Heracross. Era um grande besouro azul, bípede, com um enorme chifre, cuja forma lembrava um coração. Ela farejava e indicava as melhores árvores para serem cortadas, marcando-as com pequenos cortes com seus chifres. Voava sempre na frente do grupo.

Após ela, destacava-se um inseto com lâminas no lugar das mãos. Era de cor verde, também bípede, e lembra-me um louva-a-deus, exceto pelos dois pares de asas. Seu nome era Scyther, e tinha como dever cortar as árvores. O formato de suas “mãos” ajudava-lhe bastante nisso, porém fazer um corte perfeito demorava algum tempo. Era o mais lento... Digo, o segundo mais lento.

Ainda ajudando a cortas as árvores, um Pinsir fazia um veloz trabalho, porém bastante imperfeito. Era um Pokémon de cor marrom, de pernas curtas e braços finos, cada qual com três dedos. Sua boca era repleta de dentes. A única parte de seu corpo que chamava mais atenção que sua boca era seus chifres grandes e espinhosos que mais pareciam pinças.

Como terceiro e último ajudando a cortar as árvores, Edvaldo tinha Scizor. Era outro inseto, mas de cor vermelha. Tinha quatro asas que lhe ajudavam a se mover rapidamente, cortando muitas árvores em pouco tempo. Porém, suas mãos em forma de pinça faziam cortes irregulares. Seus olhos amarelos e brilhantes davam-lhe um ar de força. Como cada uma de suas garras tinha duas manchas, uma no lado esquerdo e outra no lado direito, eram confundíveis com cabeças. Isso dava uma aparência um tanto ameaçadora para o Pokémon. Se você olhasse bem, poderia perceber muitos arranhões nas garras deste Scizor, proveniente de um enorme desgaste em batalhas.

Não mais cortando árvores, um velho Pokémon ajudava no trabalho. Chamava-se Venusaur. Era um dinossauro quadrúpede com uma enorme flor cor-de-rosa nas costas. Ao redor da flor, existiam quatro folhas de uma cor próxima do marrom. Isto indicava que o Venusaur de Edvaldo era bastante velho. Ainda podíamos notar nos olhos vermelhos do Pokémon uma falta de brilho. Parecia cansado ou, no mínimo, triste. Mesmo assim, trabalhava com bastante empenho. Arrancava com uma facilidade assustadora o que restava de cada tronco com poderosíssimos cipós e plantava uma semente que se tornaria uma nova árvore a ser usada num novo dia de trabalho.

Por último e menos importante, um pequeno Farfetch’d ainda não sabia fazer muita coisa. Era apenas uma ave marrom e branca, de bico amarelo e pés de pato. Também era, de longe, o mais novo daquela equipe, principalmente se comparado a Venusaur ou a Scizor. Tentava cortar as árvores, mas os companheiros eram bem mais rápidos, tentava encontrar árvores boas, mas novamente não era muito veloz e tentava plantar, mas... Não sabia plantar uma árvore. Farfetch’d ainda estava em experiência. Era o único realmente dispensável nesta grande equipe.

O trabalho havia começado. Todos... Digo, quase todos eram muito rápidos. Heracross voava na frente, dando chifradas em várias árvores. Scizor cortava metade do tronco das árvores com cada golpe de suas garras. Scyther preparava suas lâminas e cortava cada árvore perfeitamente, apesar da lentidão. Pinsir apenas usava suas pinças para cortar todas as árvores em seu caminho, constantemente derrubando uma árvore errada por engano. Venusaur arrancava o que restava de cada tronco e plantava uma nova semente. Por fim, Farfetch’d tentava acompanhar o grupo, falhando vergonhosamente, no entanto.

Você deve se perguntar agora, o que Drake e Edvaldo precisam fazer quando se tem uma equipe como essa? Eu lhe respondo: muita coisa! Regar as árvores novas e sementes, consertar os cortes de Pinsir e Scizor, já que estes eram irregulares, e partir cada tronco em três toras, tudo isso levava o dia inteiro. E como Edvaldo estava um tanto debilitado por causa da idade, não era capaz de trabalhar o suficiente para completar as tarefas. Logo, Drake fazia a maioria do trabalho.

Eles trabalhavam até o cair da noite, com apenas uma pausa para o almoço. Era um trabalho duro. De noite, voltavam para casa, cansados, onde eram recebidos por Josephine que, alegre, os elogiava pelo esforço e dedicação. Para terminar o dia, comiam um delicioso jantar e dormiam. Porém, o último não aconteceu neste dia.

E lá estava Drake, sentado em sua cama lendo um livro do renomado, porém já falecido, Prof. Carvalho, especialista em Pokémon. Ele pensava o tempo todo que “um dia iriam lhe deixar sair em uma jornada”. Era um desejo do garoto. “Mas este desejo dificilmente se tornará realidade” pensava ele logo em seguida. Seus pais eram velhos, precisavam dele por perto. Mesmo sendo rude, solitário e, às vezes, até rabugento, o garoto tinha muito afeto pelos pais.

Já os velhos também não dormiam. Apenas conversavam em seu quarto:


- Você ainda não contou a ele!disse a grossa voz de Edvaldo.

- Não posso dizer a elefalava Josephine, contendo as lágrimas - Drake vai ficar muito triste por nós termos mentido para ele todo esse tempo.

- Eu não ligo para o que esse garoto senteo velho elevava o tom da voz, rudementeEle não é meu filho. Nunca foi e nunca será. Mas ele não sabe disso e tem que saber!Então respirou fundo e continuou a falarPare de mentir para você mesma, Josephine. Você sabe que ele também não é seu filho.

- Está bemdisse num suspiro, que enfatizava suas expressões já tristesNós vamos contar a ele. Amanhã de manhã.

- Muito bem, entãofalou esboçando um pequeno sorriso em sua cara enrugada Estou ansioso por amanhã.

E deitaram-se na cama os dois velhinhos. Um querendo que o amanhã nunca chegasse, e outro querendo o início do amanhã para dar fim a uma de suas preocupações. Ah, como são curiosas as revelações da vida. Você nunca sabe como o outro vai reagir... E o tempo sempre passa tão devagar... Como a noite em que estavam. Nem Edvaldo, nem Josephine, muito menos Drake dormiam. E nenhum deles também ousava dizer nada. Foi só uma noite longa e silenciosa... Até que o garoto não aguentou e dormiu, e seus roncos passaram a ecoar pela casa. Fora isso, só uma noite longa e silenciosa...

- Drake, desça. Café da manhã!

A mesma voz fina de antes tomou conta da casa assim que o sol raiou. Mas, como no dia anterior e na maioria dos dias passados, Drake não se levantou com esse chamado. No entanto, havia uma diferença nesse dia: Edvaldo não foi chamá-lo.

Depois de quase uma hora, o garoto se levantou e desceu as escadas. Na cozinha, encontrou Edvaldo e Josephine com sorriso de satisfação e um ar de tristeza, respectivamente. Isso era bem incomum no começo de um dia.


- Drake, sente-se, por favor. Eu e Edvaldo temos uma coisa muito importante para falarfalou Josephine, com um suspiro.

O menino não tinha a menor ideia do que poderia ser. Sua mente não tão brilhante jamais formularia algo como o que estava para acontecer. Mas, com um pensamento esperançoso, pensou que os velhos finalmente o deixariam partir em uma jornada. Apesar de estar terrivelmente errado, disse com certa animação e um pequeno sorriso:

- Claro, podem falar.

Mas a resposta que chegou a seus ouvidos foi algo chocante. Algo que eu garanto que ninguém jamais quer ouvir em sua vida. O que Josephine disse, com uma enorme tristeza, foi:

- Nós não somos os seus pais.

O garoto, antes tinha um sorriso de animação, agora tinha um rosto de tristeza, espanto, choque. Tudo ao mesmo tempo. Era um misto de emoções. Nem eu sei explicar direito como ele se sentiu. Na verdade, acho que não consigo sequer imaginar. Mas vou tentar. Pense em seus pais, aquelas pessoas que lhe trataram com amor e carinho, lhe mostrando o caminho certo desde sua mais antiga lembrança. Depois pense neles sozinhos e você com uma outra família, totalmente diferente. Difícil, não? Conseguiu imaginar? Infelizmente, eu falhei.

- Eu lamento ter escondido isso de você por tantos anos, Drake, meu querido. Mas você precisa saber a verdade. Eu sinto muito.completou a mulher, abraçando o garoto com lágrimas nos olhos.

Certamente ninguém conseguiria conter as lágrimas em uma situação como essas. Quer dizer, só Edvaldo que permaneceu quieto o tempo todo, só mostrando uma expressão séria em sua face idosa. Não estava de todo feliz com aquilo, mas também não estava triste. Digamos que... Tinha coisas mais importantes para se preocupar.

Já Drake, ó que pobre coitado. Não sabia o que sentia. Raiva por não terem lhe contado antes... Tristeza por pensar que seus verdadeiros pais tinham o abandonado... Talvez até um pouco de alegria em saber que o ranzinza Edvaldo não era seu pai verdadeiro... Daquele misto de emoções, só conseguiu expressar dúvida:


- M... Ma... Mas...balbuciava entre soluços e pausas para pensarComo? Eu... Eu... Sempre morei nessa casa. Vocês sempre cuidaram de mim. Como não são meus pais? Por que eles me deixaram? Por quê?

O garoto estava inconformado, de fato. Qualquer um ficaria. Mas foi nesse exato momento que Edvaldo se levantou e explicou o que aconteceu naquele dia, 14 anos atrás... Sua fala era como sempre. Bem diferente de Drake que se enrolava nas palavras ou de Josephine que mal conseguia abrir a boca. Alguns diriam até que o velho era um insensível... Outros que ele já passou por coisas bem piores...

E começou a contar a história. Sim, uma história dentro da minha história. Você ainda verá muito disso.


- Nós encontramos você dentro de uma cesta que estava em frente à nossa porta...

Agora me deixe continuar. Ao ver a cesta, como você sabe, ele saiu. Foi procurar os pais do garoto que estava em sua porta. Vagou pelas ruas escuras de Azalea, procurando qualquer sinal de alguém que pudesse ter deixado o Drake bebê em sua porta. Viu, no entanto, alguém que lhe observava... Alguém que, assim que notou que havia sido visto, passou a fugir. Edvaldo, é claro, apenas seguiu o sujeito. Era difícil seguir a pessoa que fugia, principalmente à noite. Mas ela estava em desvantagem: não conhecia a cidade. Eventualmente, o fugitivo viu-se num beco sem saída. Ao virar-se para retornar, deparou-se com a figura do ainda não tão velho Edvaldo.

- Acalme-se, eu só quero conversar. Você sabe alguma coisa sobre a criança que estava em minha porta?

A pessoa não respondeu. Enquanto Edvaldo se aproximava vagarosamente, o fugitivo apenas olhava de um lado para o outro, procurando uma escapatória. Vendo-se completamente cercado, sacou um pequeno aparelho esférico branco e vermelho, uma Pokébola, e abriu-a. Em pouco tempo, já estava montado numa criatura gigantesca e amarela de asas pequenas, mas que mesmo assim se preparava para voar para longe.

Mal subiu alguns metros, porém, que ficou impossibilitado de voar mais. A pessoa olhou o que prendia seu Pokémon e apenas viu um conjunto enorme de cipós segurando o dragão. Os cipós eram do Venusaur de Edvaldo. Antes que a pessoa pudesse fazer algo, viu o homem, erguido por Scizor que voava, bem diante de si. Foi nessa hora que Edvaldo pôde tentar dar uma olhada melhor no sujeito, o que não conseguiu, visto que este trajava um capuz o qual lhe cobria todo o corpo.


- É um belo Dragonite o seufalou olhando para o Pokémon, depois retornando o olhar para a pessoaMas isso não responde a minha pergunta: você sabe alguma coisa sobre aquele bebê?

A pessoa ainda demorou a responder. Esperava para ver se o dragão conseguiria romper as vinhas, sem sucesso. Sem mais alternativas, falou:

- Sim. Eu sei tudo sobre ele. É o meu filho, no final das contassuspirouÉ uma pena que eu não possa ficar com ele, seria arriscar a nós dois. Então, por favor, tenha a bondade de cuidar do Drake até que ele cresça. E entregue a carta para ele quando estiver mais velho. Eu tenho que ir agora.

E uma pequena quantidade de eletricidade começou a fluir nas antenas do dragão. Seguiu, então, até o braço da criatura, por fim até sua mão e ponta dos dedos, que rapidamente tocaram as vinhas. E, ao final de tudo, Venusaur foi eletrocutado, e forçado a soltar Dragonite, que fugiu com a pessoa em suas costas. E em pouco tempo, já era impossível localizá-los na escuridão da noite. A única pista de Edvaldo desaparecera.

Edvaldo fez uma pequena pausa. As lembranças logo se desfizeram, estava de volta a sua modesta casa. E, bem diante de si, Drake parecia não acreditar no que ouvia.


- Entãofinalizou o velho - Eu voltei para casa. Contei tudo para Josephine no dia seguinte. Decidimos que iríamos cuidar de você. Até ter idade suficiente para saber a verdade... E é isso.

O silêncio tomou conta do ambiente. Não se ouvia nada dentro daquela pequena casa de madeira. Edvaldo apenas encarava seriamente o garoto, enquanto Josephine, segurando o choro, o olhava de perto. Isso até que Drake explodiu com perguntas:

- Mas quem era ele? Qual o nome dele? Por que me abandonou aqui? Qual...

- Eu não sei
gritou Edvaldo encerrando a sessão de perguntas do meninoEu não sei de nada. Se quiser descobrir alguma coisa, tente ler a carta que deixaram. Está guardada no armário há catorze anos. E antes que você venha com mais um milhão de perguntas bobas: não! Eu não li aquela carta.

Edvaldo estava com uma cara de raiva, era certamente uma pessoa muito impaciente. Drake abaixou a cabeça. Estava pensando em uma resposta para todas as suas perguntas. Josephine, após enxugar as lágrimas, levantou-se, foi em direção ao armário da pequena cozinha e pegou um envelope extremamente empoeirado. Apenas entregou-o nas mãos do garoto, sem coragem de dizer nada, e voltou a sentar à mesa.

Drake olhou para o envelope e, com um assopro, viu aquela nuvem de poeira deixar o papel e voar pela cozinha. Leu, então, o verso, que dizia: “Por favor, cuide do meu filho, Drake. Entregue esta carta para ele”. O resto estava ilegível. Por fim, o garoto abriu cuidadosamente o envelope velho. Então, arregalou os olhos para o que havia dentro dele: dinheiro. Além do que mais lhe interessou: uma folha de papel com uma mensagem. Entregou as notas para Edvaldo, sem nem olhá-las direito, e pegou a folha.

Desdobrou-a com cuidado, apesar de, estranhamente, não parecer ser um papel velho. Leu a carta em voz baixa:

“Drake, peço desculpas por você estar tão triste e confuso. Quero que saiba que não foi minha intenção deixá-lo com outra família. Você deve estar com raiva de mim agora. Não lhe culpo. Mas saiba que eu ainda te amo. Tentarei voltar o mais rápido possível.

Existem pessoas muito más nesse mundo e elas querem me pegar. Querem pegar você. A única solução foi deixá-lo, assim eles me seguiriam e não achariam você. Não posso dizer quem são eles, você certamente sairia e tentaria me resgatar, acabando como seu pai. Tenho certeza de que ele faria isso em seu lugar.

Drake, eu quero que você não deixe essa família, não deixe essa cidade. Está seguro aí. O mundo não é um lugar seguro. Se você sair, eles o encontrarão. Saiba que não é apenas a minha vida e a sua que estão em risco. O mundo está em risco. Esse dinheiro que lhe dei é para que possa viver mais confortavelmente. Eu lamento muito por tê-lo deixado. Mas lembre-se que eu sempre vou te amar, Drake, meu filho.

Com amor de sua mãe
Amélia”

Várias lágrimas caíram dos olhos do garoto. Realmente era uma situação triste, mas muitas perguntas ainda estavam sem resposta. Talvez nosso jovem herói descobrisse uma hora. Não, ele vai descobrir, eu sei. E talvez “eles” descubram Drake uma hora. Eu queria que este não acontecesse.

Drake enxugou suas lágrimas, guardou a carta em seu bolso e, por fim, gritou em um ato de determinação, honra e idiotice:


- Eu quero sair em uma jornada!

O silêncio novamente tomou conta do lugar. Edvaldo não esboçou nenhuma reação diferente. Josephine apenas conseguiu coragem para enxugar suas próprias lágrimas. Não sei se ela teria coragem de lhe negar, mas sei que eu tenho coragem de terminar este capítulo.

Ah, que história. Ela me traz algumas lembranças, sabia? Pode não ser a história mais feliz, ou a mais misteriosa, ou mesmo a melhor que eu tenho, mas é sem dúvida a minha favorita. Sim. A história de Drake, seus pais adotivos e muitos outros personagens que estão por vir... Ah, como eu adoro contar essa história. E tenho certeza de que você adorará os próximos capítulos.





Antes que perguntem, sim, todos os capítulos são grandes assim, têm por volta de 10 páginas. Este, especialmente, é bastante introdutório. Fala do cotidiano da família. Além, é claro, de apresentar três personagens e mostrar vagamente mais dois. Vemos logo a "estrela" dessa história, Drake, já com catorze. E também o não tão simpático idoso, Edvaldo, e sua esposa simpática, Josephine. Também há o pontapé inicial para a história: o garoto pedindo permissão para sair de casa numa jornada. E como vai será essa jornada... Ai só na próxima semana. Se eu não me esquecer, é claro. Devo logo alertá-los de que minha memória é bem ruim.

Mason... Juro que não sei o que dizer. Comparar minha modesta historinha a "Desventuras em Série"... Nossa. Ficarei convencido por algum tempo depois disso. Eu, pessoalmente, sou um fã da série. Ainda não tive o prazer de terminá-la, restam-me alguns livros para ler, mas adoro muito principalmente o estilo de escrever de Lemony Snicket. Confesso que muito me inspirei nele. Outra obra que me inspirou nessa história foi o livro machadiano "Dom Casmurro", outra excelente história. De Machado, o que mais me impressionou foi o modo como a história torna-se ambígua pelo simples fato de termos um narrador em primeira pessoa, coisa que se repete na minha história. Tenho um gosto especial por esses livros. Enfim, acabei me estendendo um pouco demais. O prólogo realmente não é claro, e isso foi intencional. É, afinal, apenas o "prólogo", não é a história em si, mas algo bem introdutório a ela. O mesmo vale para a rapidez dos fatos. Se vires, numa hora, os pais estão no hospital com um recém-nascido, e noutra só a mãe aparece, fugindo de [insira spoiler aqui]. É claro que será necessário acompanhar toda a história para entenderes o que aconteceu. Bom, boa leitura.

@ Pepe Akemi Says: Hq inativa por mais de um mês, logo que isso acontece ele é trancado, caso queria reabri-lo só mandar uma Mp a qualquer Fan Fic Moderador. Trancado.
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