[PARTE FINAL] Dangan Ronpa: RE - ESCAPE FROM PLASTIC BEACH

OFF: Post sério, acabou a brincadeirinha.

Shelly leva uma mão a testa, como tivesse sido atacada por uma leve e súbita enxaqueca. Ela então balança a cabeça em um gesto de desaprovação, abaixa sua mão novamente e encara o Monokuma.


- Eu imaginei que era nisso que você queria chegar. Descobrir quem é o verdadeiro mastermind, certo?

Parecia complicado, mas ao mesmo tempo... Decisório... Se ao menos eles pudessem solucionar esse caso, pensou Shelly, o Capitão ficaria sem mais truques para despejar sobre eles. Talvez essa fosse a maior chance de escapar com vida.

Ela queria acreditar que se eles solucionassem esse caso, finalmente eles estariam livres. Não, ela tinha que acreditar que eles finalmente estariam livres!


- Então... Por mais uma vez, e pela última, vamos aos fatos. - Shelly respira fundo, como se estivesse prestes a fazer um discurso para uma multidão e precisasse espantar o medo de palco. - O verdadeiro mastermind... É a pessoa culpada por nos colocar nessa ilha. Ele nos sequestrou, nos manteve cativos, ameaçou nossas vidas e nos forçou a matar uns aos outros em um jogo sádico por algum motivo desconhecido. Supostamente, ele também é o autor dos eventos que desencadearam o 'fim do mundo' como o conhecemos, e é a pessoa que verdadeiramente está 'controlando' o Monokuma, o Kurokuma e provavelmente também o Shirokuma. - Ela lança um olhar frio sobre o trio de ursos. - Ao longo desses... Doze? Onze ou doze dias que passamos na ilha, nós achamos que sabíamos quem era o mastermind: O sujeito que se autodenomina Ptah Shugeb Toth. Durante um julgamento, ele rudemente nos interrompeu para, se eu me lembro bem, caçoar de nós. - Shelly faz uma cara de frustração e solta um 'tsc' quase inaudível. - Recentemente, porém, após a execução de Rin pelo assassinato de Luke, Ptah foi executado pelo Monokuma. Com suas últimas palavras, ele declarou que não era o VERDADEIRO mastermind. Cabe a nós descobrir de quem ele estava falando.

A engenheira para de falar por alguns segundos e olha ao redor da sala, parando um instante em cada rosto espalhado ao redor das bancadas.


- Hoje, tivemos a oportunidade de investigar a casa de Ptah, a Plastic Beach. O primeiro cômodo da mansão era algum tipo de sala de comando, de onde Ptah provavelmente monitorava nossas atividades nas ilhas. Felizmente não haviam câmeras nos banheiros... - Shelly estremece levemente. - O primeiro andar da mansão era cheio de escadas que não levavam a lugar nenhum, mas eventualmente uma levou até o segundo andar, onde ficava o escritório de Ptah e os... quartos. O escritório de Ptah havia sido decorado com... O cadáver... De nosso colega... Jöhan T. Falk... Além de decorações egípcias roubadas de algum museu ou tumba. Também havia porta-retratos de todos nós em atividades cotidianas, até o Kameko, além de três itens interessantes sobre sua escrivaninha: Uma cópia do 'Journal of Everyone's Lives' em sua primeira edição pós-apocalíptica, com uma foto nova de nossa colega 'falecida' Moe na capa, um pôster de um novo filme de estrelando Jöhan T. Falk e um CD novinho de Lee Mushumi, agora em carreira solo após a morte de seu irmão.

Shelly encara Lee por um segundo antes de continuar a falar.

- O primeiro quarto investigado estava vazio. O segundo continha uma cama, uma estante e uma escrivaninha, com uma pilha de livros espalhados pelo chão. Sobre a escrivaninha, havia um bloco de notas com uma folha removida e um vaso de margaridas. Dentro dos livros, havia várias notas interessantes que parecem falar sobre o planejamento do 'Jogo de Vida ou Morte'. Uma faixa pendurada na parede também dizia 'Parabéns por mais um sucesso', em comic sans, devo acrescentar. - Shelly limpa a garganta. - O terceiro quarto era todo decorado em ouro, provavelmente o quarto do Ptah. Aparentemente não havia nada de importância nele além de vários recibos documentando a compra de grandes quantidades de lixo. O próximo quarto era decorado em um estilo minimalista, com um golfinho de pelúcia em cima da cama. Eu reconheci imediatamente esse como sendo o quarto da Emi, e os prêmios nobel que ganhamos juntas estavam nele. O último quarto aparentava ter pertencido a Yukari, e estava decorado com espadas, bichinhos de pelúcia e livros de receitas. Os demais quartos estavam trancados.

Shelly para para respirar, aparentemente cansada de falar.

- Por fim... ufa... No porão da mansão, encontramos uma bomba atômica desativada. Isso... Não conclui os fatos, mas deve bastar como um resumo.


- Para iniciar a discussão, acho que a pergunta chave desse caso seria... Existe alguma prova concreta de que Ptah não é o verdadeiro mastermind?

- Essa pergunta tornaria sem objetivo este jogo perverso. - dizia apenas olhando para cima, ponderando então retirava a estranha pelúcia de meu bolço e a colocava em cima da bancada - Acho que deveríamos tentar entender os três itens que se encontravam na escrivaninha. Tem um trecho naquele jornal que me intriga.

Tossia para limpar minha garganta e continuava:

- "Moe Walker parece bastante feliz após sua participação no jogo de vida e morte." Bastante intrigante, não concordam?

- Mas Moe morreu. Não faria sentido que ela fosse a mastermid. Se isso é um julgamento, devemos achar o culpado e o executar. Se Moe morreu, não há o que executar. Acho que não é isso... - Lee encara o chão. - Eu nunca fui bom nesses julgamentos, mas... Se existe um mastermind, ele deve ser alguém vivo, não? D-digo, não há como alguém morto comandar isso mesmo após a morte de Ptah. Q-quer dizer... Até há, mas... Não, isso é coisa da minha cabeça. Focamos nos vivos. - Ele olha pro urso. - Eu nunca te pedi nada, pelo contrário, sempre te evitei, mas hoje é diferente. Preciso da sua palavra que me responderá uma pergunta.

Lee encara o urso.

- O mastermind é um de nós?