O Samurai

Desde tempos antigos as terras são povoadas de forma grotesca, sem sentido e principalmente desordenadamente. As vezes são notáveis os esforços de nobres de terras distantes e bem sucedidas em falhar miseravelmente a ascender algum tipo de reino, capital, cidade ou até mesmo vila. É uma pena ter de relatar contos antigos e ver como eles influenciam ainda hoje, porém é ainda mais triste viver sobre a desolação de mãos negras e poderosas que agem em conjunto para seus vis interesses e egoístas sentimentos monetários.

Um reino um pouco menos pobre e vazio se ergue entre muitas construções, conjuntos e grupos políticos para formar uma reunião de anciões de diversas áreas, a fim de, pelo menos, apaziguar o que antes se chamaria de sociedade. E isso deu certo até o limite onde as companhias corporativas começaram a se sentir ameaçadas com tanto desenvolvimento em tão pouco tempo. Alguns centros comerciais e grandes campos agrícolas foram os primeiros a serem afetados, por exemplo. A economia se tornou algo que parecia iluminar a escuridão de tantas dívidas, juros e uma enorme burocracia que só servia para desanimar aqueles que queriam ter um pouquinho a mais.

Chamado de Safira, o reino se desenvolveu e se dividiu entre pequenas cidades e vilarejos ao longo de um extenso braço aquático que se ergueu séculos atrás. A capital, Jade, tem uma forte economia, além de um poder bélico militar e científico capaz de se sobrepor ante as ameaças das grandes empresas como a Kazekage Corp., a Schmidt Inc., a Valente e a mais recente monstruosidade corporativa Alekseeva. Todas cobrindo áreas diferentes nos assuntos mais comuns, necessários e importantes no mundo inteiro. Verdadeiros monopólios em seus ramos que buscam avassalar qualquer outro concorrente que tenta se opor contra a mão de ferro de tais corporações.

O fim dos tempos está claramente próximo. Muitas indústrias operárias foram substituídas por grandes fabricas de armas, além de crescente poder militar nos núcleos empresarias de cada uma das gigantes. 

As guerras ocorreram como ondas antes que qualquer um pudesse perceber. Erradicando grandes aglomerações populacionais e destruindo completamente grandes cidades, inclusive as mais desenvolvidas. A queda da metrópole de Uzmov foi o que fez com que os olhos do mundo se voltassem ao que estava acontecendo, pelo menos até este momento, por debaixo dos panos. Soldados foram eliminados, armas de fogo se tornaram algo extremamente raro e de difícil manuseio, grandes armas militares desapareceram e a maior parte da tecnologia e conhecimento bélico também se foi com a chacina que ocorreu nos abrigos científicos nos topes dos cumes gelados, estes que eram em grande parte fortalezas para esconder o ápice do desenvolvimento tecnológico, medicinal e principalmente nuclear. As eras passaram como vento na praia, arrastando tudo o que podia antes de se chocar contra uma impenetrável rocha imóvel e imponente. O fim se deu quando cinco reis, de reinos distintos e distantes, formaram a última das alianças, prometendo paz e nunca mais guerra. Ao que tudo indicava um novo sol parecia brilhar para todos.

Sem dúvidas isso era apenas fachada para uma nova corrida egoísta e sem sentido começar novamente. Ao que antes eram corporações empresárias de grande valor no mercado agora se tornaram nada mais do que organizações, em sua maioria secreta, que contrabandeia, trafica e pirateia os mais diversos tipos de mercadoria. Senhores de terras e grandes nomes na economia e na política se tornaram verdadeiros vilões para os infelizes que tentavam descobrir o que se escondia nas sombras dos segredos do mundo, porém eram como deuses bondosos e gentis para os ignorantes, ou aqueles que se faziam assim, com tantos atos bondosos em nome da paz e igualdade.

O reino de Safira tentava se manter distante das proezas malignas do mundo, porém era claramente difícil não se envolver com o que englobava o lógico e imprescindível. O conselho, que nesta época mal se reunia, teve de fazer uma reunião de emergência. Algo deveria ser feito e de fato foi! Centros militares foram erguidos secretamente em partes diferentes do país em busca de um único objetivo: reunir os capacitados a defender o reino mais uma vez. Dez Casas de Guerra, como eram chamadas, foram construídas as pressas nas localidades menos imagináveis. E em cada uma delas um guerreiro se manteve de pé, com honra invejável e poder inigualável. Distribuídas pelo reino elas realizam torneios e o vencedor é nomeado como um Samurai.