O Jogo Matrimonial

Observo, curiosa, mas demonstrando uma cara de desinteresse. Já era tarde no ano letivo para fazer trotes: Logo aquela reunião não era algo para os novatos. E o que diabos aquele cara vestido de robô queria? Tinha um cachorro também, embora pensasse que animais eram proibidos na escola. E parecia que um monte de gente aqui não sabia nem como agir em público.

Muitos pensamentos diversos percorrem a minha mente. E, como sempre, os piores saem pela minha boca. Estufo o peito, mexo no cabelo, aponto para o garoto e digo para ele.

- Sério, esse seu cosplay é muuuuito esquisito. As pessoas realmente tem coragem de vir assim pra escola?

Cecil olha em volta novamente, ignorando os comentários aflitos de todo mundo, exceto de Noah, que parecia ter feito uma pergunta pertinente.

- Sim, Noah. - Ela o encara por alguns segundos, seus olhos azuis brilhando ainda mais, vocês poderiam jurar que o ser exalava uma aura azul-clara, mas isso seria bobagem, certo? - 15 anos, duas irmãs, problemas de ansiedade social, certo, certo.

Seus olhos retornam ao brilho normal.

- Sou um construto dos deuses Apollo e Diana, mandada aqui para... força-los... - Sua cabeça de um pequeno tilt. - Desculpas, força-los não, instrui-los a entrar no Jogo Matrimonial.

Ela se abaixa levemente e bagunça a pelagem de Pronome.

- Alguma objeção?

Solto um risinho, olhando para a pessoa ao meu lado com cara de deboche. O que diabos aquela... Pessoa? Acho que era uma pessoa... Enfim, o que diabos ela tinha falado? Não fazia sentido. Um jogo? Por favor né, até parece que eu ia entrar na gincana infantil dos otakus.

- Pfff, boa pegadinha, mas não achei muito convincente ainda.

[Antes do post do Mori]

Que garoto mal educado, fazendo um escândalo desses! Revirei meus olhos. Não curto esse tipo de pessoa. Bad boy preguiçoso.

- Hmph. 


Vicktoria se pronunciou tentando ofender Cecil, fiquei indignado. Pessoas não deveriam se ofender assim, deveríamos se organizar e ouvir. 


- Vamos manter a calma, Vicktoria. Deixe Cecil falar e guarde seus pensamentos ofensivos para si mesmo. Todo mundo vai interagir melhor assim. 

---

 

[Depois do post do Mori]

Oh, Cecil respondeu bem até. Ela sabe muito sobre as pessoas, interessante. Continuo não aceitando o que essa garota diz, não faz sentido! Só existe um Deus e não é a Apollo e nem Diana, ela é louca. Mas ignorando todo esse papo de religião, jogo matrimonial? Eu nunca ouvi falar. Deve ser um RPG mesmo, pode ser interessante. 

- Nenhuma objeção aqui. 

Sorri para Pronome.

rosno para a humana que se aproxima. "grrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr"

É, pelo jeito é uma daquelas festas malucas...

Me sento com duas garotas ali perto.

- E aí...

Ponho meus fones e me desligo do mundo.

Cecil encara novamente, cada um deles.

- Eu sou um automato dos deuses Apolo e Diana, eu não vou repetir. - Ela ergue o braço totalmente enrijecido, como um ponteiro de relógio, apontado para o peito de Kyoko.

Seus olhos brilham novamente, a luz descendo pela joia em seu pescoço, até seu braço, de onde uma onda de energia empurra a garota para trás, fazendo-a cair sentada alguns metros atrás, sem maiores machucados.

- Vocês humanos são tão incrédulos e complicados, mesmo com as evidencias em suas frentes não conseguem entender o obvio. - Ela coça seu cabelo artificial. - Mas ainda sim, eu não consigo entender esse seus contextos de gênero.,

Para quem prestasse atenção poderia notar que o tom de voz do robo trocava entre uma carinhosa e doce voz feminina e uma dura e rígida voz masculina.

- Eu não estou interessado em os unir em suas tradições terrenas de matrimonio, vim aqui recruta-los, nem que seja a força. - Ela encara cada um deles novamente nos olhos.

- Diana e Apollo devem estar chegando, façam as perguntas que são devidas antes que cheguem.

mim aproximo do gritador lhe lambo a face, aponto a pata para meu dona.

É, agora aquilo me assustou!

Me levanto, tiro meus fones e me aproximo de Cecil (nem tanto, haja visto o que aconteceu com a outra garota).

- Tá, Diana e Apollo vão chegar, e então?

Pronome se mostrou bem feroz rosnando para a garota, deve ser super protetor com sua dona.

Depois dessas palavras de Cecil e daquela magia que a garota soltou, comecei a suar. Meu abdômen pareceu congelar naquele momento. Eu por algum motivo acredito que algo vá acontecer, deve ser um sinal! Deus sempre me ajuda nas horas que eu mais preciso, ele deve estar tentando me avisar. Ela fala sobre deuses e é claramente uma garota estranha com poderes esquisitos, mas eu não posso acreditar nisso, deve ser um truque ou alguma obra do satã. Hum! Deus vai me proteger! Não tenho nada a temer, só preciso perguntar. Com minhas mãos tremendo, aceno para Cecil.

- O que vai acontecer quando eles chegarem? - Fiz uma leve pausa, respirei fundo. - Vamos sair ilesos? 

Cecil se move lentamente para trás, de modo que quanto mais a garota se aproximasse sua distancia continuasse a mesma.

- E ai vocês serão alistados nos dois Matrimônios e jogaram um jogo de vida ou morte. - Ela disse isso em seu tom feminino, quase maternal.

- Ilesos? - Sua voz imediatamente para o tom masculino, vocês podem perceber que toda vez que isso acontece seus seios desaparecem, sua figura se torna menos voluptuosa e seus ombros mais largos.

- Isso depende de vocês, me desculpe, não fui informado muito sobre o jogo. - Ela se vira e segue até a borda do terraço, e olha pra cima, depois se vira e retorna para sua posição inicial, tudo isso dá maneira mais mecânica possível, os sons que rangem de dentro dela são aqueles de engrenagens, e seus movimentos eram compassados como de relógios.