Astral Zero
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Re: Astral Zero
Sério, é desconcertante ver você escrever assim e indo lá comentar na minha história falando que eu sou bom, chega a dar vergonha
Eu li só o capítulo 2. Ok, não é algo legal de se fazer porque teve fics que eu peguei e fui lendo tudo porque eu achei mais tranquilas de ler. Entretanto, você é um exímio escritor e isso é inegável. E acho legal porque isso não te faz metido, você vai em outras fics e comenta com uma personalidade de leitor comum e isso é uma coisa que algumas vezes é raro de se ver.
Bem, de todas as evoluções do Eeevee as minhas favoritas são Vaporeon, Umbreon e Glaceon. E... Glaceon <3
Entretanto, o Zoroark enquanto pokémon (estou me desvencilhando da personagem da fic) pra mim é uma incógnita em relação a gosto. As vezes eu acho ele uma cópia mal feita do Lucario, só que aí ele tem o Night Daze. Eu vi esse ataque no M13 e... Me apaixonei no momento em que vi. Inclusive ele vai aparecer na minha história hahah Então eu realmente desenvolvi um sentimento misto em relação a esse pokémon.
Só que um certo escritor chamado DarkZroroark me fez realmente esquecer o misto de lado e só considerar o Zoroark um pokémon extremamente foda. Agora... Mismagius me assustam então imagina como eu fiquei lendo sobre o que os Mismagius estavam fazendo a luz do dia... Imagina de noite?
Agora... A ÚNICA crítica que eu faço em relação a história é que tipo... Eu sou muito lerdo. Muito. Eu confundi os dois ataques do prólogo. Então pra eu conseguir pegar o que você tá descrevendo, mesmo que isso seja a sua intenção me atrapalhar enquanto leitor. Só que eu sou um leitor idiota então... Continue assim porque você é um dos melhores escritores que já vi e isso é algo que você tem que se orgulhar. E muito. Vou tentar ler o resto um pouco mais rápido, embora seja difícil hahah
Eu li só o capítulo 2. Ok, não é algo legal de se fazer porque teve fics que eu peguei e fui lendo tudo porque eu achei mais tranquilas de ler. Entretanto, você é um exímio escritor e isso é inegável. E acho legal porque isso não te faz metido, você vai em outras fics e comenta com uma personalidade de leitor comum e isso é uma coisa que algumas vezes é raro de se ver.
Bem, de todas as evoluções do Eeevee as minhas favoritas são Vaporeon, Umbreon e Glaceon. E... Glaceon <3
Entretanto, o Zoroark enquanto pokémon (estou me desvencilhando da personagem da fic) pra mim é uma incógnita em relação a gosto. As vezes eu acho ele uma cópia mal feita do Lucario, só que aí ele tem o Night Daze. Eu vi esse ataque no M13 e... Me apaixonei no momento em que vi. Inclusive ele vai aparecer na minha história hahah Então eu realmente desenvolvi um sentimento misto em relação a esse pokémon.
Só que um certo escritor chamado DarkZroroark me fez realmente esquecer o misto de lado e só considerar o Zoroark um pokémon extremamente foda. Agora... Mismagius me assustam então imagina como eu fiquei lendo sobre o que os Mismagius estavam fazendo a luz do dia... Imagina de noite?
Agora... A ÚNICA crítica que eu faço em relação a história é que tipo... Eu sou muito lerdo. Muito. Eu confundi os dois ataques do prólogo. Então pra eu conseguir pegar o que você tá descrevendo, mesmo que isso seja a sua intenção me atrapalhar enquanto leitor. Só que eu sou um leitor idiota então... Continue assim porque você é um dos melhores escritores que já vi e isso é algo que você tem que se orgulhar. E muito. Vou tentar ler o resto um pouco mais rápido, embora seja difícil hahah
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Battle Frontier
Sophomore
Capítulo 13 - Tag Battle! Flint and Volkner x Jake and Scarlett!
Capítulo 14 - Back to Battle Hall! The new Strategy!
Capítulo 15 - Always a Tie
Capítulo 16 - Catching 2 Spiders
Capítulo 17 - Seventh
Capítulo 18 - PokéRinger
Capítulo 19 - Battle Tower! 3 on 3 Battle!
Capítulo 20 - The Tower is Higher Now
Capítulo 21 - Ladies Fight! The luckiest day of Scarlett's Life!
Capítulo 22 - One is Good, Two is Better and Three Is Best
Capítulo 23 - The Frozen Trap Part 1 - Betrayal
Capítulo 24 - The Frozen Trap Part 2 - Runaway
Capítulo 25 - Chronicles I: The Tales of Amber and Leon
Kirkos- Membro
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Re: Astral Zero
Rapaaz, mas que capítulo épico. Parece que a cada capítulo que tu posta, mas épica a história vai ficando. De início, jurava que o Pokémon da oponente fosse um Feraligatr, então pensei "Essa vai dar trabalho", mas nah, o Croconaw apanhou feio. Apanhou rude.
Eu, como sempre, amei a desenvoltura de todos os personagens citados no capítulo - que tirando a Ariel, já foi 90% -, e admito que gostei pra caramba do ruivo. Ren me lembrou bastante do Shikamaru neste capítulo, parece que mesmo sendo bastante preguiçoso, ele é sábio e não precisa desse tipo de treinamento o qual considera "brincadeira". Logo, ou ele é muito sábio, ou ele é muito forte. Ou ambos né, nunca se sabe.
Gostei do momento de inicio de laços de amizade entre Taiyou e a Ruiva do Flareon, não sei se estou certo, mas acho que o motivo pela qual Rathy não interagiu com Taiyou, foi para que Julie pudesse conversar e ser simpática com o assassino.
Agora, sobre a luta... Meu deus do céu. Eu já imaginava que fosse acabar com aquela frase de efeito, e mesmo confirmando minha presunção, eu achei épico demais. Taiyou é muito, mas muito foda.
Eu quero ver se irá aparecer outras lutas, para ver a estratégia de outros personagens que não se assustem com a fodelosidade do Taiyou.
Bem, resumindo tudo, eu adorei - como sempre - esse capítulo. Espero que o próximo cap seja ainda mais épico.
Um abraço! Aguardo ansiosamente o prox cap.
Eu, como sempre, amei a desenvoltura de todos os personagens citados no capítulo - que tirando a Ariel, já foi 90% -, e admito que gostei pra caramba do ruivo. Ren me lembrou bastante do Shikamaru neste capítulo, parece que mesmo sendo bastante preguiçoso, ele é sábio e não precisa desse tipo de treinamento o qual considera "brincadeira". Logo, ou ele é muito sábio, ou ele é muito forte. Ou ambos né, nunca se sabe.
Gostei do momento de inicio de laços de amizade entre Taiyou e a Ruiva do Flareon, não sei se estou certo, mas acho que o motivo pela qual Rathy não interagiu com Taiyou, foi para que Julie pudesse conversar e ser simpática com o assassino.
Agora, sobre a luta... Meu deus do céu. Eu já imaginava que fosse acabar com aquela frase de efeito, e mesmo confirmando minha presunção, eu achei épico demais. Taiyou é muito, mas muito foda.
Eu quero ver se irá aparecer outras lutas, para ver a estratégia de outros personagens que não se assustem com a fodelosidade do Taiyou.
Bem, resumindo tudo, eu adorei - como sempre - esse capítulo. Espero que o próximo cap seja ainda mais épico.
Um abraço! Aguardo ansiosamente o prox cap.
Rush- Membro
- Idade : 29
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Data de inscrição : 10/06/2012
Frase pessoal : Agora você não tem mais waifu!
Re: Astral Zero
Bom, vamos lá.
Realmente, esse capítulo foi muito bom. Apesar do tamanho relativamente pequeno, comparado aos outros, foi um dos melhores capítulos da fic. O Taiyou me surpreende mais a cada dia que passa. A gente já sabe que ele é muito forte, mas parece que ele fica cada vez mais forte ainda.
Sério, essa batalha foi demais. Tipo, deu nem pro cheiro, o Taiyou e o Zoroark venceram com uma facilidade imensa. Ainda foi interessante ver que o Taiyou realmente não estava muito afim da batalha, e ainda no final usou a frase de efeito, como o Rush falou, deixando tudo bem mais legal ainda.
Também achei interessante o desenvolvimento do Taiyou e da Julie. Eu acho que, apesar das garotas acharem o Taiyou um tarado, elas até gostam dele. Gostar independente do jeito que for. Mas achei que a relação entre os dois foi bacana. Fico imaginando pra ver como vai se desenvolver mais o relacionamento o protagonista com as duas garotas, que já viraram suas amigas.
Esse Ren foi bem interessante também. Acho que concordo com o Rush, em questão dele talvez seja alguém bem forte e não quer ficar desperdiçando energia com esses treinos, considerados "brincadeira" por ele, talvez seja por isso que ele demonstrou tamanho desinteresse, e que fez o instrutor entender, como se já previsse, talvez.
Enfim, é só e boa sorte com a fic.
Realmente, esse capítulo foi muito bom. Apesar do tamanho relativamente pequeno, comparado aos outros, foi um dos melhores capítulos da fic. O Taiyou me surpreende mais a cada dia que passa. A gente já sabe que ele é muito forte, mas parece que ele fica cada vez mais forte ainda.
Sério, essa batalha foi demais. Tipo, deu nem pro cheiro, o Taiyou e o Zoroark venceram com uma facilidade imensa. Ainda foi interessante ver que o Taiyou realmente não estava muito afim da batalha, e ainda no final usou a frase de efeito, como o Rush falou, deixando tudo bem mais legal ainda.
Também achei interessante o desenvolvimento do Taiyou e da Julie. Eu acho que, apesar das garotas acharem o Taiyou um tarado, elas até gostam dele. Gostar independente do jeito que for. Mas achei que a relação entre os dois foi bacana. Fico imaginando pra ver como vai se desenvolver mais o relacionamento o protagonista com as duas garotas, que já viraram suas amigas.
Esse Ren foi bem interessante também. Acho que concordo com o Rush, em questão dele talvez seja alguém bem forte e não quer ficar desperdiçando energia com esses treinos, considerados "brincadeira" por ele, talvez seja por isso que ele demonstrou tamanho desinteresse, e que fez o instrutor entender, como se já previsse, talvez.
Enfim, é só e boa sorte com a fic.
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The Adventures of a Gym Leader - Capítulo 48
Dreams come true
Bar daora do clã dos Yu-Gi-Oh -q
Re: Astral Zero
Fala DZ! Peço minhas mais sinceras desculpas pelo atraso, parece que isto está ficando mais recorrente que deveria -q Mas sabe como que é, ter coisas a fazer, ler uma fanfic grande e ainda ter que maquinar o comentário -q Bem, deixando isto de lado, aí vai o que eu achei sobre o capítulo atual.
As fagulhas entre o protagonista e a ruiva parecem estar sei lá... Se apagando? Eles começaram com todos os pés esquerdos possíveis, mas hoje consegui reparar que estão diferentes -q Seria motivos para nossa Rathy ficar enciumada?
No momento em que Taiyou pensou nos Arkane Knights, ou melhor, viu o professor e lembrou-se deles... Ele foi rodeado por uma aura assassina e uma sensação de terror e angustia, sem dúvida que sofreu um trauma e tanto... Mas para alguém emitir uma aura assassina descuidadosamente deste jeito... Acredito que ele possua forte sentimento de vingança... Aqueles que seguem por este caminho buscam por poder, mesmo os que já são naturalmente fortes, imagino qual seria o objetivo dele.
Sobre a luta, bem, foi brincadeira de criança, não é? Creio que da forma que descreveu a batalha poderia ter sido decidida no instante em que teve início. Mas tem algo que me irrita no Taiyou -q Ele parece sofrer de algum tipo de excesso de confiança... Parece ter a necessidade de "humilhar" seus adversários. Sem dúvidas se tudo isto fosse real, ele seria uma pessoa que eu acharia insuportável, eu sou do tipo que se não for lutar pra valer, nem inicio alguma coisa, afinal... Se você vencer usando tudo o que tem será uma demonstração de respeito ao adversário e ao seu próprio poder, aqueles que tem poder, o usam. Mas como disse, caso tudo isto fosse real -q O Taiyou é um personagem interessante, ainda que muito misterioso, aguardo por mais detalhes sobre seu passado. Por hoje é só, até o próximo capítulo 0/
As fagulhas entre o protagonista e a ruiva parecem estar sei lá... Se apagando? Eles começaram com todos os pés esquerdos possíveis, mas hoje consegui reparar que estão diferentes -q Seria motivos para nossa Rathy ficar enciumada?
No momento em que Taiyou pensou nos Arkane Knights, ou melhor, viu o professor e lembrou-se deles... Ele foi rodeado por uma aura assassina e uma sensação de terror e angustia, sem dúvida que sofreu um trauma e tanto... Mas para alguém emitir uma aura assassina descuidadosamente deste jeito... Acredito que ele possua forte sentimento de vingança... Aqueles que seguem por este caminho buscam por poder, mesmo os que já são naturalmente fortes, imagino qual seria o objetivo dele.
Sobre a luta, bem, foi brincadeira de criança, não é? Creio que da forma que descreveu a batalha poderia ter sido decidida no instante em que teve início. Mas tem algo que me irrita no Taiyou -q Ele parece sofrer de algum tipo de excesso de confiança... Parece ter a necessidade de "humilhar" seus adversários. Sem dúvidas se tudo isto fosse real, ele seria uma pessoa que eu acharia insuportável, eu sou do tipo que se não for lutar pra valer, nem inicio alguma coisa, afinal... Se você vencer usando tudo o que tem será uma demonstração de respeito ao adversário e ao seu próprio poder, aqueles que tem poder, o usam. Mas como disse, caso tudo isto fosse real -q O Taiyou é um personagem interessante, ainda que muito misterioso, aguardo por mais detalhes sobre seu passado. Por hoje é só, até o próximo capítulo 0/
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Leia!
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Re: Astral Zero
Li o capítulo 3, acho que vai ficar clichê, mas... é desconcertante ver você escrever
Uma coisa que eu não havia mencionado, eu gostei da Rathy. Sei lá, eu achei ela uma personagem bem trabalhada, Mais uma vez o Zoroark subiu no meu conceito, o que tá me fazendo gostar cada vez mais desse bicho, eu ainda tô meio confuso desse lance do treinador levar o dano junto com o pokémon, acho que é mais por costume enquanto leitor mesmo, conforme eu for lendo acho que vou conseguir me adaptar melhor.
AHHHHHH UMA COISA QUE EU LI ENQUANTO PULAVA VOCÊ RESPONDENDO AOS COMENTÁRIOS: SANSA STARK
Eu voltei e vi que você se inspirou na Sansa pra criar a Rathy. Acredite: eu tava aqui com meus botões pensando "cara, ela me lembra alguém." Fatos reais aqui.
Enfim, eu curti a batalha do Zoroark com o Flareon, assim que eu li o título do capítulo eu já sabia que ia rolar um embate, que, diga-se de passagem sendo redundante pela enésima vez: você escreveu MUITO bem.
Eu vou ler o resto amanhã e acho que até domingo pareio com todo mundo pra não ficar fazendo uns comentários meio non sense de capítulos antigos.
É isso, você é foda, simples assim.
Uma coisa que eu não havia mencionado, eu gostei da Rathy. Sei lá, eu achei ela uma personagem bem trabalhada, Mais uma vez o Zoroark subiu no meu conceito, o que tá me fazendo gostar cada vez mais desse bicho, eu ainda tô meio confuso desse lance do treinador levar o dano junto com o pokémon, acho que é mais por costume enquanto leitor mesmo, conforme eu for lendo acho que vou conseguir me adaptar melhor.
AHHHHHH UMA COISA QUE EU LI ENQUANTO PULAVA VOCÊ RESPONDENDO AOS COMENTÁRIOS: SANSA STARK
Eu voltei e vi que você se inspirou na Sansa pra criar a Rathy. Acredite: eu tava aqui com meus botões pensando "cara, ela me lembra alguém." Fatos reais aqui.
Enfim, eu curti a batalha do Zoroark com o Flareon, assim que eu li o título do capítulo eu já sabia que ia rolar um embate, que, diga-se de passagem sendo redundante pela enésima vez: você escreveu MUITO bem.
Eu vou ler o resto amanhã e acho que até domingo pareio com todo mundo pra não ficar fazendo uns comentários meio non sense de capítulos antigos.
É isso, você é foda, simples assim.
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Capítulo 17 - Seventh
Capítulo 18 - PokéRinger
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Capítulo 21 - Ladies Fight! The luckiest day of Scarlett's Life!
Capítulo 22 - One is Good, Two is Better and Three Is Best
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Kirkos- Membro
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Re: Astral Zero
Boa noite a todos.
Primeiramente, eu peço desculpas pela enorme demora em postar este capítulo. O problema foi que, fora a faculdade que realmente deu uma apertada durante estes últimos meses, tive um pequeno bloqueio enquanto escrevia e, para coroar com chave de ouro, o arquivo do capítulo acabou corrompendo e eu precisei escrever tudo novamente. Obviamente, a boa-vontade para fazê-lo não era muita. Também há o fato de que estou planejando uma Fanfic para postar no Fanfiction.net, mas não vem ao caso agora. Enfim, deixemos isto de lado e vamos aos comentários:
Kirkos o/
Dei uma unificada nos comentários pois seria mais fácil responder tudo de uma vez. Primeiramente, obrigado pelos elogios. Honestamente não me importo muito se fores lendo a história com calma até porque eu costumo demorar um pouco entre um capítulo e outro. Quanto a questão Zoroark/Lucario eu nunca cheguei a ver esses dois Pokémons como sendo extremamente parecidos. A bem verdade, as únicas semelhanças visíveis entre os dois são o fato de terem sido introduzidos em um filme antes do restante de sua geração e terem uma aparência mais puxada para os canídeos. Sinto-me honrado em saber que tenha mudado positivamente sua visão do Pokémon ilusório. Na real, eu acho que ficaria meio estranho por no meio da descrição "Era tal ataque" ou "Estava utilizando aquela técnica". Sei lá, creio que interromperia a fluidez da história, mas em relação aos Pokémon que tenham um parceiro humano, no guia da história há o moveset deles. Qualquer coisa, é só conferir lá. Fico feliz que tenhas gostado da Rathy. Eu baseei ela mais na Sansa dos livros do que a da série por achar que haja uma inocência maior presente naquela - creio que a diferença de três anos entre ambas as versões da personagem seja uma boa explicação. Espero que gostes deste novo capítulo.
Rush o/
Fico feliz em saber que estejas gostando do rumo que a história vem tomando. Realmente, a luta teria sido bem mais interessante se o Pokémon adversário fosse um Feraligatr, mas eu planejava manter as habilidades plenas do Zoroark escondidas por enquanto, então escolhi o Croconaw mesmo. Realmente, quando penso nisso, há uma boa semelhança entre a personalidade do Ren e a do Shikamaru. Olha, vou ser sincero; o ruivo é de fato um Astralis bem poderoso, mas o motivo para não querer lutar foi puro desinteresse mesmo. O fato do Eohric ter aceito a réplica dele foi pelo fato de que isso já aconteceu algumas vezes. Eu criei o Ren como um personagem extremamente despreocupado e, talvez, um pouco cabeça-de-vento. E parece que acertaste o motivo para não ter havido uma interação entre a Rathy e o Taiyou neste último capítulo. Quanto a lutas equivalentes, creio que terá a final deste volume e as principais dos próximos volumes também. Só espera para ver. Espero que gostes deste novo capítulo.
Black~ o/
Alegra-me que tenhas gostado deste último capítulo. Realmente, de todos que eu escrevi até o momento, este foi o menor deles, mas o importante é que tenha ficado bom. Olha, vou dizer que o Taiyou ainda vai ter um belo aumento de força, visto que, ao menos temporariamente, ele não pode usar suas Viralts. Por outro lado, os adversários também se tornarão bem mais fortes, então haverá um equilíbrio entre eles. O uso da frase de efeito eu já havia estipulado faz um bom tempo para dar um tom mais badass ao personagem. Acertaste no ponto em dizer que elas gostam do Taiyou apesar de acharem ele um tanto pervertido, ainda que, no caso da Julie, seja mais confiar do que gostar propriamente. Quanto ao Ren, ele é o tipo de personagem que sofre de desinteresse por aquilo que não acha divertido, então resolve deixar estas coisas de lado. Apenas no volume 2 que ele irá mostrar suas forças, então aguarde. Espero que gostes deste novo capítulo.
xKai o/
Cara, nem te preocupes em demorar para comentar. Eu mesmo demoro para comentar e postar capítulos novos, então nem esquenta com isso. Na real, o que acontece é que eles estão "neutros" em relação ao outro. E nem, é só amizade mesmo. Nunca gostei muito do conceito de tsundere, então não planejo criar, ao menos por hora, alguém assim nesta história. Até hoje me pergunto o motivo dos japoneses pagarem tanto pau para esse tipo de personalidade. Quanto a aura que rodeou o Taiyou eu diria que seria algo mais próxima a uma de ressentimento e raiva do que terror e angústia. Realmente há um momento que houve algo entre eles e deixou o garoto bem desconfiado dos militares, mas isso será revelado mais para frente na história. Ele também não chega a buscar poder, apenas aceitou entrar na escola para confirmar uma informação. Não chego a sentir que ele tenha um excesso de confiança; é mais saber avaliar se um adversário é forte ou não. O que ele fez não chega bem a ser caracterizado como humilhar seu adversário, mas sim dar algumas dicas baseado em suas experiências passadas. Espero que gostes deste novo capítulo
Estático sob o portão de entrada esperava pacientemente pelas garotas. O sol brilhava em seu ápice, mas uma leve brisa amenizava o calor. Zoroark descansava sobre o galho de uma árvore, pretendendo estar dormindo. Percebera pela sua respiração que não estava. Ao contrário, tornava-se mais inquieto à medida que o tempo passava. Paciência nunca fora seu forte. Bem, ele próprio não podia argumentar muito. Só mantinha-se pacato por ter levado consigo um livro. Uma falta de etiqueta, mas conseguiria facilmente inventar uma desculpa para o ocorrido. No momento desejava apenas curtir a paz momentânea. Desde a sua “apresentação” no dia anterior recebera dezenas de convites para se juntar a equipes. Rejeitara educadamente alguns e para outros dissera que pensaria sobre o assunto. Honestamente não tinha intenção de fazê-lo. Desconfiava que este fosse o objetivo de Ariel, mas não havia motivos para se aprofundar no assunto. Voltara à atenção para o livro em suas mãos. Um exemplar em ótimas condições que detalhava as estratégias militares durante a Ranbal War e o impacto delas no campo de batalha. Não era a leitura mais agradável de todas, mas servia para distraí-lo. Seu sonho, sobretudo, era algo que queria esquecer. Garras gélidas e metálicas apertavam seu coração toda vez que recordava.
“Ei, Tai-tan!” – A voz ressoara em sua mente. O tom alegre que só ela era capaz de manter naquela instituição horrenda. – “Vamos nos casar quando crescermos, ok?! É uma promessa!” – Os olhos violeta brilhantes e os cachos negros esvoaçantes eram a imagem que lhe vinha à mente.
As chamas surgiram logo depois, consumindo seu sorriso. Cerrara os punhos com força. Não fosse o couro das luvas teria rasgado a própria pele com a pressão exercida. Outros rostos surgiram em sua mente. Todos perdidos para sempre naquele dia infernal. Nunca gostara dos deuses, mas passara a odiá-los após o evento. Os pesadelos não ajudavam a reduzir sua fúria. Uma nova imagem surgira diante de si. Fazia cinco anos que não a via, mas a visão era tão clara quanto possível. Falava em seu suave tom manipulador de costume, palavras que conhecia há muito. A única outra sobrevivente e família remanescente... Seria sua adversária. A ideia passava-lhe sensações estranhas. Não sentia nada ao defrontar outros, mas com ela... Não sabia se seria capaz de manter a calma. E, mesmo que conseguisse, não existiam garantias de triunfo. Sua perícia com a Viralt Excendeiss era boa a esse ponto. E também...
– Taiyou-san! – O chamamento abrupto afugentara seus devaneios. Espiara por sobre o ombro e vira Rathy e Julie correndo em sua direção. Detiveram-se a alguns passos dele, ofegantes. Por entre uma respiração entrecortada, a loira falara. – Peço desculpas... Pelo atraso...
– Francamente... – Queixara-se a outra, tão cansada quanto a amiga. – Só demoramos porque ficaste se arrumando por meia hora...
– J-Julie! – Exclamara a primeira, as faces corando intensamente. Parecia ter perdido a compostura. A cena lhe era estranhamente cativante. – N-Não era para ter dito...! – Sussurrara, lançando um rápido olhar ao garoto. A situação era divertida, mas decidira interferir antes que houvesse maiores problemas.
– Vamos, vamos... – Erguera as mãos em sinal de paz, esboçando um sorriso tranquilo. – O importante é que chegaram. Não é mesmo, Zoroark? – Sem qualquer sinal de advertência o canídeo caiu logo atrás das moças. A expressão de susto em seus rostos não tivera preço. O vulpino rira um pouco e depois respondera à pergunta com um aceno positivo de cabeça. – Cavalheiresco como de costume... – O animal dera um riso ríspido e agressivo como resposta. Boa educação nunca fora seu forte. Decidiu ignorar. – Mudando um pouco de assunto, poderiam me explicar este torneio do qual irão participar? Parece-me improvável que muitos Astralis participem com a Battre de Champions tão próxima...
– Simples; o prêmio é irresistível. – Replicara a morena, em tom casual. Parecia achar aquilo óbvio. – A dupla triunfante terá a oportunidade de desafiar um Regigigas. Haverá também a possibilidade de estabelecer um pacto com uma Military Class Viralt. – A última frase fizera-o empalidecer.
A ideia era ousada, tinha de reconhecer... E igualmente perigosa. Sabia não muito sobre o Pokémon colosso, mas o pouco de informação que tinha era o suficiente. Utilizados como guardiões dos antigos templos e posteriormente como armas de destruição em massa na Ranbal War estavam quase extintos agora, ainda que estátuas em tamanho real possam ser vistas em regiões remotas. Ariel certa vez falara-lhe de um confronto que tivera contra um. Fora uma das raras batalhas em que fora ferida com seriedade. A perspectiva das duas enfrentando algo assim não lhe agradava nem um pouco, mas, certamente, era mais seguro do que o outro prêmio. Military Class Viralts eram, falando brandamente, instrumentos apocalípticos com poder de dizimar uma cidade em poucos segundos. Em termos de poder puro eram imensuravelmente mais fortes que as outras, mas de controle igualmente difícil. Só Astralis extremamente habilidosos ou uma unidade de Arcane Knights conseguem manipulá-las. Foram todas seladas ou destruídas após a última guerra. Havia uma garotinha naquele lugar que fazia algo “diferente” com elas, mas supunha que já estivesse morta...
– Não é perigoso entregar algo assim como o prêmio de um torneio? – Loucura era um termo mais apropriado, mas decidira manter a compostura.
– Fique tranquilo, Taiyou-san. – Assegura-lhe Rathy, ostentando um olhar determinado. – O Regigigas está selado em um obelisco. E, se houver qualquer problema, a diretora disse que tinha um plano de contingência. – Reprimira um murmúrio irritado. A estratégia da Silver Witch muito provavelmente envolvia Gallade, Zoroark e ele próprio. Mais uma vez tornava-se parte de seus esquemas contra a vontade.
– Desde que vocês estejam a salvo... – Cedera por fim, dando-se por vencido. Discutir não ajudaria em nada. Decidira então mudar de assunto e voltara-se para o mamífero ilusório. – Poderias entregar o saco de dinheiro? Estou pensando em comprar um jogo de xadrez. – A resposta fora um estalar de língua em resmungo silencioso, claramente discordando. Um sorriso brotara em seus lábios. Sabia como contorná-lo. – Que pena. Ia comprar alguns doces para ti, mas como não queres...
O movimento fora mais rápido do que previra. Vira-o enfiar uma mão em sua exuberante juba e retirar de lá uma pequena bolsa de couro fechada por um barbante. Atirou-a em sua direção sem qualquer rodeio, mas pegá-la fora uma tarefa fácil. Comemorara internamente. Outro hábito que podia atribuir a Ariel, embora este fosse útil. Conheceram-na enquanto ele ainda não passava de um Zorua e a mulher mimara-o com quitutes desde então. Seu gosto por chocolate tornara-se uma ótima forma de “auxiliar” em suas decisões. Agitara o objeto em suas mãos. O tilintar das moedas era audível. Pesava consideravelmente para o seu conteúdo. Dois, talvez três quilos. Um pouco mais leve do que imaginara, mas daria para usar.
– Para que isso? – Perguntara Julie, evidentemente confusa. Não era a única; Rathy estava no mesmo estado. – Poderias simplesmente usar os cartões de crédito da Academia. Eles são válidos na cidade. – Explicara-lhe com alguma desconfiança. Pisava em gelo fino, percebera.
– Ah, eu prefiro pagar com as moedas... – A desculpa era mais esfarrapada que uma rede de pesca, mas fora a única que conseguira inventar. A diretora dera-lhe um dos cartões, vinculado a sua conta, no dia anterior. Sabia que ela não se importava, mas mesmo assim... A sensação de lhe dever dinheiro era estranha. – Não se preocupem; isto deve ser mais que o suficiente. Olhem. – Atirara a pequena bolsa na direção da loira. Vira a moça curvar-se de leve quando a agarrara. O saco era mais pesado do que imaginara, talvez? Seu olhar arregalado ao ver o conteúdo fora, de certa forma, cômico.
– São todas moedas de cinco mil Vitles?! – A pergunta abalara mais a amiga que o moço. Este retorquira com um sorriso tênue.
– Nós viajamos por alguns anos e não era atípico esbarrarmos com alguma proposta de serviço. – Elucidara tranquilamente. Era uma informação irrelevante; não havia qualquer problema em revelá-la. – Cuidar de crianças, trabalhar em alguma apresentação, participar de uma sessão de treinamento, afugentar algum Pokémon perigoso... Se pagasse bem nós topávamos. – Resolvera omitir os poucos contratos de assassinato que fizera pela Murders. – Como nunca parávamos em um local por muito tempo acumulamos uma boa quantia. – Deixou a cabeça pender para frente, cabisbaixo. – Uma pena que isso não sirva muito na Academia...
– Não se preocupe, Taiyou-san. – Dissera a loira em uma tentativa de animá-lo, embora sem muito efeito. – Os preços costumam ser ínfimos se comparados aos daqui. – Acabara a frase sorrindo gentilmente.
– Se você diz... – Murmurara enfim, dando-se por vencido. Era incontestável a veracidade das suas palavras, pensara. Não haveria cidadãos na área, caso contrário. Respirou fundo antes de erguer a cabeça. – Vamos então?
A atmosfera de cidadezinha do interior era palpável. Situada aos pés da montanha assimilava-se a um pequeno vilarejo colonial. Não era muito grande; estimava que a população não passasse de dois mil habitantes. As edificações eram de um belo estilo arquitetônico. Inteiramente artesanais, possuíam “exoesqueletos” de vigas de madeiras encaixadas na vertical e horizontal. Exemplares menores na diagonal davam-lhes sustentação e, em segundo plano, davam-lhes um charme a mais. O espaço entre as hastes era preenchido por tijolos de diversas cores, embora a predominante fosse um castanho claro beirando ao bege. As janelas eram todas retangulares e protegidas por venezianas externas. Os telhados eram inclinados, impedindo o acúmulo de água sobre as casas. As ruas eram calçadas por pequenos ladrilhos acinzentados. Arbustos floridos e árvores frutíferas intercalavam as estruturas humanas onde conseguiam. Um chafariz enfeitava o centro da cidade e, ao seu redor, pequenos estabelecimentos comerciais; cafés, restaurantes e pequenas lojas. Próximo ao limite leste da cidade fora construído um grande coliseu. Fazia sombra nos demais prédios, mas parecia-lhe bem menor do que o utilizado durante a última Battre de Champions. Obviamente era o local em que seria realizado o evento.
– Quem diria... Foi mais barato do que eu imaginava. – Comentara Taiyou, jogando o pequeno saco de couro para cima regularmente. Carregava um par de sacolas de plástico contendo mantimentos e seu passatempo na outra mão. Gastara menos que dez moedas com tudo, surpreendentemente econômico. Olhara por sobre o ombro. – Seu chocolate está bom? – A resposta do Pokémon raposa fora estalar a língua e desviar o olhar, claramente incomodado. Em uma mão trazia dois terços de uma barra do doce. Mudara o foco para as garotas. – E quanto a vocês?
– Hum, está ótimo. – Replicara Rathy com um sorriso, embora pudesse perceber certo desapontamento em seu tom. Tanto ela quanto Julie levavam em mãos um sorvete de casquinha. – Apesar de que eu ainda preferiria reembolsá-lo por isso, Taiyou-san. – Objetara, fazendo beicinho.
– Obrigado, mas me recuso a receber dinheiro por um presente. – Dispensara o jovem, com certa cortesia. Comprara as guloseimas por pura cordialidade e cavalheirismo. Ser pago por uma simples gentileza era... Sorrira maliciosamente. Hora de uma pequena brincadeira mal-intencionada. Girara sobre os calcanhares ostentando um olhar oblíquo. – É claro, não irei me opor se os honorários vierem de outra forma. – Apoiara o delicado queixo da loira sobre seu indicador e aproximara seu rosto do dela. – Topa? – Piscara um dos olhos comicamente.
– Eh? – Murmurara, sem entender. A ficha só caíra momentos depois. A vermelhidão de sua face era comparável apenas à de sua amiga. – T-Taiyou-san... I-Isso é...! – Lágrimas formavam-se na beira de seus olhos. É... Exagerara mais uma vez. Soltara-lhe a face com delicadeza e recuara alguns passos, mostrando-lhe a língua em uma expressão travessa. A reação foi um adorável beicinho enfurecido e enrubescer ainda mais. A reação fora leve. Em comparação, Julie só faltava manifestar sua Viralt e atacá-lo ali mesmo. – Idiota...!
O restante do percurso fora feito sob uma atmosfera de inquietante silêncio. O único som era o ocasional riso mordaz de Zoroark. Teria de dar o troco posteriormente. Interromperam a caminhada somente ao alcançar a fachada do estádio. Cidadãos e, em menor abundância, alunos da Academia subiam as escadarias que levavam às arquibancadas. Estranhamente não via sinal de outras equipes. Focara nas garotas e começara a se arrepender do que fizera. A morena encará-lo com um olhar assassino não o incomodava, mas a expressão de filhote que caiu da mudança no semblante da loira era outra história. Suspirara pesadamente. Era hora de bancar o bom moço e ajeitar as coisas.
– Bem, é aqui que nos separamos. Mas antes... – Deu alguns passos, um tanto desconfortável. – Direi apenas uma vez, então escutem. – Pusera uma mão sobre a cabeça de ambas e despenteara levemente seus cabelos. – Deem o seu melhor. Estarei torcendo por vocês. – Esboçara um sorriso gentil.
– Taiyou-san... – Ouvira a loira murmurar, as faces corando levemente. Não deixara de perceber o ligeiro ânimo em sua voz. Ótimo. Fizera as pazes ao menos com uma.
– ... Obrigado. – Respondera a morena com a testa ainda franzida. Ao menos não parecia mais querer matá-lo. Um progresso considerável.
Dera um último sorriso encorajador antes de rodopiar sobre os calcanhares e se afastar. Tão logo se vira longe do campo de visão das moças sua expressão tornara-se séria. Algo estava errado. Os músculos de sua garganta estavam rígidos e o coração aparentava estar enclausurado entre gélidas garras metálicas. A sensação lhe era nova; não experimentara nada similar mesmo durante os cinco anos em que viajara pelo país. Ansiedade, talvez? Sacudira a cabeça de um lado para o outro na tentativa de afastar tal pressentimento, mas fora em vão. Seja como fosse, não era o único receoso. Zoroark rosnava baixo para qualquer um que se aproximasse demasiadamente. Um comportamento errático até para seus padrões. Necessitaria de cautela.
A arena surgira em frente aos seus olhos ao chegar às arquibancadas. Um campo circular, com um raio de pouco mais de quarenta metros e feito de terra batida alaranjada. Sobre cada seção da tribuna irrompia um pilar encurvado para dentro. Manilhas de energia eram projetadas destes e envolviam um obelisco alguns metros sobre o centro do campo de batalha. Provavelmente Regigigas, concluíra. Uma Military Class Viralt teria sido selada de forma mais efetiva e discreta. Um bom número de alunos já havia se reunido, incluindo Julie e Rathy. Chutava um número em torno dos trinta e seis. Surpreendentemente pouco, mas também compreensível. Não eram muitos os que tinham a confiança – ou a estupidez – indispensável para tentar controlar um ser tão perigoso quanto o Pokémon colosso. O número de espectadores não era muito também. Pouco mais de mil. Estranhara um pouco; disputas regulamentadas entre Astralis eram aludidas como espetáculos sublimes. Apenas metade da cidade ter aparecido era... Enigmático, no mínimo. Procurando por um assento para si, surpreendera-se ao avistar Iri. Aproximara-se calmamente e dera-lhe um toque gentil no ombro.
– Ah! – Ouvira-a exclamar, sobressaltada. O som fora inexplicavelmente encantador. Porém um sorriso formou-se em seu rosto quando o avistou. – Taiyou-san! Há quanto tempo! – Sua réplica fora sorrir timidamente.
– Creio que dizer isso por causa de dois dias seja meio drástico... – Coçara a nuca, sem muita ideia sobre o que dizer. Por fim dera de ombros. – Vieste torcer por alguém?
– Não. – Respondera com simplicidade, balançando a cabeça de um lado para o outro. – Bars e Lisichka estão ajudando o comitê disciplinar da Academia na segurança. Estou apenas esperando por eles. – Indicara um ponto ao moço com um dedo. Os lobos cinzentos percorriam as fileiras de espectadores na busca de problemas. Somente ao voltar a fitar o jovem é que percebera o canídeo ilusório. – Esse é o seu Pokémon, Taiyou-san?
– Bem... É uma boa pergunta. – Fora a única réplica que conseguira formular. Verdade seja dita nunca pensara muito no assunto. Franzindo a testa, ponderara por alguns instantes antes de prosseguir com a explicação. – Seria mais adequado alegar que ele seja meu companheiro espertalhão e ardiloso. – Ouvira-o dar um riso seco, mas pela expressão em sua face estava contente. – De toda forma, apresento-lhe Zoroark.
– Um prazer conhecê-lo, Zoro-chan! – Exclamara radiantemente a menina, saltando de seu assento e passando os braços ao redor do pescoço do Pokémon em um abraço caloroso.
Lamentavelmente não houvera um retorno. A única reação que o gesto conseguira fora deixar tanto Taiyou quanto Zoroark fora um olhar arregalado. Fitavam o vazio, perdidos em uma reflexão sombria. Era particularmente doloroso para o adolescente. Sentia um peso enorme sobre sua caixa torácica, coração e pulmões lutando desesperadamente por espaço. Zoro-chan. Antes de Iri só duas pessoas haviam chamado o vulpino negro por este nome. Seus únicos tesouros... Perdidas para sempre em meio às labaredas sete anos antes. Imagens fantasmagóricas surgiram em frente aos seus olhos, inalteradas mesmo após tanto tempo. Ambas sorriam, mas eram sorrisos tristes. A mais velha não tinha mais que dez anos e media menos de um metro e quarenta. Tal qual ele próprio possuía cabelos negros, mas os dela desciam até os ombros. Seus olhos eram como o céu noturno estrelado, capazes de encantar a todos. A segunda não passara do oitavo aniversário e era uns bons quinze centímetros mais baixa. Os cabelos eram ligeiramente mais longos que os da outra, lisos e de tom violeta. Uma mecha caía sobre um de seus olhos ametista. Suas expressões faciais eram adoráveis, algo que sempre o fizera sorrir. “Tolo”, uma pequena e vil voz gritava em sua mente. Prometera protegê-las e, no entanto, não pudera fazê-lo.
– Mitsuki... Ayumi... – Sussurrara quase silenciosamente, cerrando os punhos com força. Tendo o ouvido, a expressão do canídeo tornara-se sofrida. Era impossível culpá-lo; o Pokémon amava-as quase tanto quanto ele próprio.
– Taiyou-san? Tudo bem? – Questionara-lhe Iri, tendo reparado em seu semblante. Fitava-o preocupadamente, em um misto de apreensão e inocência.
– Não se preocupe. – Assegurara rapidamente, delineando um sorriso gentil. Aquele era seu fardo; um que carregaria sozinho. – O que acha de assistirmos ao combate juntos? – O sorriso radiante no rosto da moça servira para aquecer-lhe um pouco o coração. Sentaram-se em um dos bancos próximos enquanto que Zoroark deitara-se atrás deles. Não precisava nem vê-lo para saber de seu profundo desinteresse. Por sorte sabia de seu ponto fraco. – Tens certeza de que não queres observar? No caso de identificares alguém interessante posso pedir-lhe uma batalha mais tarde... – O animal resmungara um pouco, mas enfim pôs-se de pé e lançou um olhar aborrecido para a arena.
O badalar dos sinos da catedral dera início a disputa. No segundo seguinte lampejos de luz irromperam pelo campo de batalha enquanto Pokémons surgiam e Astralis conjuravam Viralts e feitiços. As duas agiram com a mesma velocidade, invocando Glaceon e Flareon e então correndo de encontro à amurada do coliseu. Aquela estratégia fora elaborada por Julie para compensar a falta de eficiência de ambas em combate a curta distância; o chicote dela era mais eficaz a médio alcance e sua própria arma era um arco. Se fossem cercadas seriam derrotadas muito rapidamente. Ter um muro as suas costas preveniria isso. A formação era simples; ela na retaguarda, a morena no centro e os dois mamíferos na linha de frente. Já em posição e concentradas, começaram a murmurar palavras em uma linguagem antiga. Um ponto arredondado de luz na cor anil irradiava de sua coxa esquerda. O mesmo ocorria com sua amiga, embora a tonalidade fosse vermelho sangue e a localização fosse a palma de sua mão direita.
– Vamos começar esta dança, Rathy! – Decretara Julie, açoitando o chão com Feurengue. O estalo combinado do impacto e do crepitar das chamas era desconcertante. Respondera com um sorriso confiante.
– Sim. É apenas natural que estejamos na posição mais ilustre deste salão de bailes. – Dissera, jogando os cabelos para trás com uma das mãos. Segurava com a outra o cabo azul de seu arco. A reação da amiga fora olhar em sua direção com uma sobrancelha arqueada, expressando curiosidade. – O quê?
– Tu ficas muito mais autoconfiante longe daquele garoto, sabias? – Dissera sob um olhar semicerrado. Uma vermelhidão tomara conta das faces da loira, o rosto do jovem tremulando em sua mente. Antes que pudesse haver uma réplica, a morena voltara-se para frente ostentando um semblante feroz. – Estão vindo!
Retesara de imediato a corda de sua arma com a mão livre. Uma flecha de gelo surgira entre suas mãos, cintilando sob o sol do entardecer. Prosseguindo velozmente em sua direção estavam dois Pokémons. Um era um enorme besouro azul de um metro e meio de altura. Um longo chifre com a extremidade bifurcada em forma de coração despontava de sua testa. De suas têmporas saíam antenas de ponta esférica. Seus olhos eram pequenos, ovais e amarelos. Dois espinhos despontavam de cada antebraço e outro par de suas coxas. Possuía uma longa garra branca em cada pé e o dobro disto nas mãos. O outro era um pequeno símio com pouco menos de sessenta centímetros. Sua cabeça era vermelha com um tufo de pelos espiralado sobre ela. Possuía olhos ovais, um nariz pequeno e largas orelhas com o interior alaranjado. Seu focinho, tronco e braços mirrados eram cor de creme. Suas mãos aparentavam não ter qualquer dedo, salvo os polegares. Da cintura para baixo seu corpo era coberto por pelos vermelhos, com pés pequenos e uma cauda com ponta em forma de flecha. Atrás destes estavam duas alunas da Cyan Class, com as Viralts em punho. Uma usava o que parecia ser uma cimitarra de gelo, enquanto que a outra brandia uma enorme marreta feita de rocha.
– Rathy, pare aquelas duas! Nós cuidaremos dos outros! – Coordenara Julie, agitando o chicote em sua mão como uma serpente pronta para o bote. Os mamíferos já avançavam, prontos para interceptar.
A resposta fora um simples aceno de cabeça. Fechando um dos olhos, mirara em certo ponto e disparara a flecha. A seta cruzara o campo com a mesma elegância e graça de um feixe de luz, fincando-se no solo em um baque surdo. Um muro de cristais de gelo, brilhando como um arco-íris, surgira em frente às adversárias, separando-as de seus Pokémons. O Pansear olhara para trás, surpreso. Um instante depois a Viralt da morena enrolara-se ao redor de seu tronco. Com um movimento brusco atirara o macaco de chamas para cima. Antes que o escaravelho azul pudesse sequer reagir Flareon já estava sobre ele, atingindo-o com o corpo envolto por chamas. Fora forte o suficiente para atirá-lo alguns metros para trás com marcas de queimadura decorando o centro de seu exoesqueleto. Descobrindo o que ocorria o macaco carmesim se recompôs e uniu as mãos. Formara-se uma bola de fogo laranja-amarelado entre elas; não fora capaz de dispará-la, contudo. Glaceon velozmente deixara-se envolver por uma aura turquesa. Com um abano de cabeça ligeiro e brusco projetara uma violenta tromba d’água contra seu adversário. Atingido pelo tornado, Pansear fora atirado contra as costas do besouro azul. Enquanto isso, rachaduras surgiam na parede de gelo com velocidade. Julie percebera o que ocorria de imediato.
– Droga! Estão quebrando a muralha muito antes do esperado! – Dissera, claramente contrariada. Esperava que tivessem pelo menos mais dois minutos antes de enfrentá-las. Teria de apressar seus planos. – Rathy, você conseguiria...
– Não menospreze minhas habilidades com o arco, Julie Vartouhi. – Avisara-lhe a loira, encaixando uma nova flecha em seu arco. Sua expressão era calma como uma manhã de inverno, mas fora substituída por um sorriso leve. – Trate apenas de derrotar esses dois. Eu cuido do resto.
– Entendi. – Murmurara após alguns instantes. Erguendo a mão livre produzira uma esfera de chamas com duas vezes o tamanho de sua cabeça. – É bom não ficar convencida somente por eu seguir seu plano desta vez. – Antes que uma réplica pudesse ser dita estalara seu chicote contra o solo. – Flareon, Flamethrower!
– Glaceon, mais uma vez: Water Pulse!
A reação fora imediata. Os cristais de gelo tomaram um tom bruxuleante após o mamífero avermelhado disparar um ciclone de labaredas vermelho-alaranjadas. Quase simultaneamente a morena lançara o orbe para o lado. Fizera um movimento em arco antes de chocar-se com a lateral do golpe de Flareon a alguns centímetros dos Pokémons adversários. A explosão que se sucedera tivera força mais que suficiente para atirá-los violentamente para trás. Glaceon instantaneamente saltara em meio aos dois, seu corpo e olhos envoltos por um brilho cianótico. Um redemoinho fora projetado ao seu redor, lançando-os brutalmente para os lados aonde permaneceram caídos, exaustos pelos golpes sofridos. A barreira de gelo cedera poucos instantes depois. As Astralis adversárias surgiram confiantes a princípio, mas hesitaram ao ver seus Pokémons derrotados. Aquilo trouxera um sorriso aos lábios da loira. Não poderia ter pedido por uma chance melhor.
– Glacial Ice Fangs, pierce my enemy! Freezing Arrow! – Recitara, diminuindo a quantidade de magia aplicada no último instante. Fizera a mira e disparara a flecha.
A seta prosseguira por alguns metros antes de explodir em incontáveis lascas de gelo, similar a uma chuva de granizo. A tempestade passara por Glaceon, durante o trajeto, mas não lhe causara qualquer mal. Era imune, afinal. As adversárias não tiveram tanta sorte. Alvejadas por múltiplos projéteis só tiveram tempo de gritar antes de caírem para trás, desfalecidas. Contudo, não aparentavam possuir qualquer ferimento. Um artifício básico dos Astralis; ao diminuir o percentual de poder mágico inserido a técnica passava a um estado intangível. Quando isto ocorria, o dano físico normalmente causado era convertido em psicológico. Tornava mais fácil derrotar adversários despreparados.
– E lá se vai a primeira dupla. – Dissera Julie, visivelmente satisfeita. Estalara o chicote contra o chão mais uma vez, fazendo centelhas voarem. – Que a próxima se apresente!
Era muito provavelmente a única pessoa não interessada no combate. Muito pelo contrário. O alvo de sua atenção estava na plateia. Sentada sobre um dos pilares permitira-se um leve riso. Como uma garotinha cruel. Como um demônio inocente. Balançava as pernas para frente e para trás calmamente e em ritmo constante.
– Eu estava com saudades, Taiyou... – Murmurara em um tom que mesclava frieza e carinho. Repousara o queixo sobre uma mão, os lábios nunca desmanchando o sorriso sombrio. – Apesar de que... No momento não és o teu “verdadeiro eu”... – Erguendo a outra mão, fezsurgir uma chama negra sobre ela. Não. Chamar aquilo de fogo seria simples demais. Parecia-se mais com uma alma inteiramente corrompida e selvagem. – Mas não se preocupe. Irei ajudá-lo a recuperar seu poder... – E, dito isso, esmagara a energia sombria em sua palma. Uma fumaça quase invisível escapara por entre os dedos e, sem que ninguém percebesse, entrara no enorme obelisco. – Mostre a todos... Meu cavaleiro negro.
Primeiramente, eu peço desculpas pela enorme demora em postar este capítulo. O problema foi que, fora a faculdade que realmente deu uma apertada durante estes últimos meses, tive um pequeno bloqueio enquanto escrevia e, para coroar com chave de ouro, o arquivo do capítulo acabou corrompendo e eu precisei escrever tudo novamente. Obviamente, a boa-vontade para fazê-lo não era muita. Também há o fato de que estou planejando uma Fanfic para postar no Fanfiction.net, mas não vem ao caso agora. Enfim, deixemos isto de lado e vamos aos comentários:
Kirkos escreveu:Sério, é desconcertante ver você escrever assim e indo lá comentar na minha história falando que eu sou bom, chega a dar vergonha
Eu li só o capítulo 2. Ok, não é algo legal de se fazer porque teve fics que eu peguei e fui lendo tudo porque eu achei mais tranquilas de ler. Entretanto, você é um exímio escritor e isso é inegável. E acho legal porque isso não te faz metido, você vai em outras fics e comenta com uma personalidade de leitor comum e isso é uma coisa que algumas vezes é raro de se ver.
Bem, de todas as evoluções do Eeevee as minhas favoritas são Vaporeon, Umbreon e Glaceon. E... Glaceon <3
Entretanto, o Zoroark enquanto pokémon (estou me desvencilhando da personagem da fic) pra mim é uma incógnita em relação a gosto. As vezes eu acho ele uma cópia mal feita do Lucario, só que aí ele tem o Night Daze. Eu vi esse ataque no M13 e... Me apaixonei no momento em que vi. Inclusive ele vai aparecer na minha história hahah Então eu realmente desenvolvi um sentimento misto em relação a esse pokémon.
Só que um certo escritor chamado DarkZroroark me fez realmente esquecer o misto de lado e só considerar o Zoroark um pokémon extremamente foda. Agora... Mismagius me assustam então imagina como eu fiquei lendo sobre o que os Mismagius estavam fazendo a luz do dia... Imagina de noite?
Agora... A ÚNICA crítica que eu faço em relação a história é que tipo... Eu sou muito lerdo. Muito. Eu confundi os dois ataques do prólogo. Então pra eu conseguir pegar o que você tá descrevendo, mesmo que isso seja a sua intenção me atrapalhar enquanto leitor. Só que eu sou um leitor idiota então... Continue assim porque você é um dos melhores escritores que já vi e isso é algo que você tem que se orgulhar. E muito. Vou tentar ler o resto um pouco mais rápido, embora seja difícil hahah
Li o capítulo 3, acho que vai ficar clichê, mas... é desconcertante ver você escrever
Uma coisa que eu não havia mencionado, eu gostei da Rathy. Sei lá, eu achei ela uma personagem bem trabalhada, Mais uma vez o Zoroark subiu no meu conceito, o que tá me fazendo gostar cada vez mais desse bicho, eu ainda tô meio confuso desse lance do treinador levar o dano junto com o pokémon, acho que é mais por costume enquanto leitor mesmo, conforme eu for lendo acho que vou conseguir me adaptar melhor.
AHHHHHH UMA COISA QUE EU LI ENQUANTO PULAVA VOCÊ RESPONDENDO AOS COMENTÁRIOS: SANSA STARK
Eu voltei e vi que você se inspirou na Sansa pra criar a Rathy. Acredite: eu tava aqui com meus botões pensando "cara, ela me lembra alguém." Fatos reais aqui.
Enfim, eu curti a batalha do Zoroark com o Flareon, assim que eu li o título do capítulo eu já sabia que ia rolar um embate, que, diga-se de passagem sendo redundante pela enésima vez: você escreveu MUITO bem.
Eu vou ler o resto amanhã e acho que até domingo pareio com todo mundo pra não ficar fazendo uns comentários meio non sense de capítulos antigos.
É isso, você é foda, simples assim.
Kirkos o/
Dei uma unificada nos comentários pois seria mais fácil responder tudo de uma vez. Primeiramente, obrigado pelos elogios. Honestamente não me importo muito se fores lendo a história com calma até porque eu costumo demorar um pouco entre um capítulo e outro. Quanto a questão Zoroark/Lucario eu nunca cheguei a ver esses dois Pokémons como sendo extremamente parecidos. A bem verdade, as únicas semelhanças visíveis entre os dois são o fato de terem sido introduzidos em um filme antes do restante de sua geração e terem uma aparência mais puxada para os canídeos. Sinto-me honrado em saber que tenha mudado positivamente sua visão do Pokémon ilusório. Na real, eu acho que ficaria meio estranho por no meio da descrição "Era tal ataque" ou "Estava utilizando aquela técnica". Sei lá, creio que interromperia a fluidez da história, mas em relação aos Pokémon que tenham um parceiro humano, no guia da história há o moveset deles. Qualquer coisa, é só conferir lá. Fico feliz que tenhas gostado da Rathy. Eu baseei ela mais na Sansa dos livros do que a da série por achar que haja uma inocência maior presente naquela - creio que a diferença de três anos entre ambas as versões da personagem seja uma boa explicação. Espero que gostes deste novo capítulo.
Rush escreveu:Rapaaz, mas que capítulo épico. Parece que a cada capítulo que tu posta, mas épica a história vai ficando. De início, jurava que o Pokémon da oponente fosse um Feraligatr, então pensei "Essa vai dar trabalho", mas nah, o Croconaw apanhou feio. Apanhou rude.
Eu, como sempre, amei a desenvoltura de todos os personagens citados no capítulo - que tirando a Ariel, já foi 90% -, e admito que gostei pra caramba do ruivo. Ren me lembrou bastante do Shikamaru neste capítulo, parece que mesmo sendo bastante preguiçoso, ele é sábio e não precisa desse tipo de treinamento o qual considera "brincadeira". Logo, ou ele é muito sábio, ou ele é muito forte. Ou ambos né, nunca se sabe.
Gostei do momento de inicio de laços de amizade entre Taiyou e a Ruiva do Flareon, não sei se estou certo, mas acho que o motivo pela qual Rathy não interagiu com Taiyou, foi para que Julie pudesse conversar e ser simpática com o assassino.
Agora, sobre a luta... Meu deus do céu. Eu já imaginava que fosse acabar com aquela frase de efeito, e mesmo confirmando minha presunção, eu achei épico demais. Taiyou é muito, mas muito foda.
Eu quero ver se irá aparecer outras lutas, para ver a estratégia de outros personagens que não se assustem com a fodelosidade do Taiyou.
Bem, resumindo tudo, eu adorei - como sempre - esse capítulo. Espero que o próximo cap seja ainda mais épico.
Um abraço! Aguardo ansiosamente o prox cap.
Rush o/
Fico feliz em saber que estejas gostando do rumo que a história vem tomando. Realmente, a luta teria sido bem mais interessante se o Pokémon adversário fosse um Feraligatr, mas eu planejava manter as habilidades plenas do Zoroark escondidas por enquanto, então escolhi o Croconaw mesmo. Realmente, quando penso nisso, há uma boa semelhança entre a personalidade do Ren e a do Shikamaru. Olha, vou ser sincero; o ruivo é de fato um Astralis bem poderoso, mas o motivo para não querer lutar foi puro desinteresse mesmo. O fato do Eohric ter aceito a réplica dele foi pelo fato de que isso já aconteceu algumas vezes. Eu criei o Ren como um personagem extremamente despreocupado e, talvez, um pouco cabeça-de-vento. E parece que acertaste o motivo para não ter havido uma interação entre a Rathy e o Taiyou neste último capítulo. Quanto a lutas equivalentes, creio que terá a final deste volume e as principais dos próximos volumes também. Só espera para ver. Espero que gostes deste novo capítulo.
Black~ escreveu:Bom, vamos lá.
Realmente, esse capítulo foi muito bom. Apesar do tamanho relativamente pequeno, comparado aos outros, foi um dos melhores capítulos da fic. O Taiyou me surpreende mais a cada dia que passa. A gente já sabe que ele é muito forte, mas parece que ele fica cada vez mais forte ainda.
Sério, essa batalha foi demais. Tipo, deu nem pro cheiro, o Taiyou e o Zoroark venceram com uma facilidade imensa. Ainda foi interessante ver que o Taiyou realmente não estava muito afim da batalha, e ainda no final usou a frase de efeito, como o Rush falou, deixando tudo bem mais legal ainda.
Também achei interessante o desenvolvimento do Taiyou e da Julie. Eu acho que, apesar das garotas acharem o Taiyou um tarado, elas até gostam dele. Gostar independente do jeito que for. Mas achei que a relação entre os dois foi bacana. Fico imaginando pra ver como vai se desenvolver mais o relacionamento o protagonista com as duas garotas, que já viraram suas amigas.
Esse Ren foi bem interessante também. Acho que concordo com o Rush, em questão dele talvez seja alguém bem forte e não quer ficar desperdiçando energia com esses treinos, considerados "brincadeira" por ele, talvez seja por isso que ele demonstrou tamanho desinteresse, e que fez o instrutor entender, como se já previsse, talvez.
Enfim, é só e boa sorte com a fic.
Black~ o/
Alegra-me que tenhas gostado deste último capítulo. Realmente, de todos que eu escrevi até o momento, este foi o menor deles, mas o importante é que tenha ficado bom. Olha, vou dizer que o Taiyou ainda vai ter um belo aumento de força, visto que, ao menos temporariamente, ele não pode usar suas Viralts. Por outro lado, os adversários também se tornarão bem mais fortes, então haverá um equilíbrio entre eles. O uso da frase de efeito eu já havia estipulado faz um bom tempo para dar um tom mais badass ao personagem. Acertaste no ponto em dizer que elas gostam do Taiyou apesar de acharem ele um tanto pervertido, ainda que, no caso da Julie, seja mais confiar do que gostar propriamente. Quanto ao Ren, ele é o tipo de personagem que sofre de desinteresse por aquilo que não acha divertido, então resolve deixar estas coisas de lado. Apenas no volume 2 que ele irá mostrar suas forças, então aguarde. Espero que gostes deste novo capítulo.
xKai escreveu:Fala DZ! Peço minhas mais sinceras desculpas pelo atraso, parece que isto está ficando mais recorrente que deveria -q Mas sabe como que é, ter coisas a fazer, ler uma fanfic grande e ainda ter que maquinar o comentário -q Bem, deixando isto de lado, aí vai o que eu achei sobre o capítulo atual.
As fagulhas entre o protagonista e a ruiva parecem estar sei lá... Se apagando? Eles começaram com todos os pés esquerdos possíveis, mas hoje consegui reparar que estão diferentes -q Seria motivos para nossa Rathy ficar enciumada?
No momento em que Taiyou pensou nos Arkane Knights, ou melhor, viu o professor e lembrou-se deles... Ele foi rodeado por uma aura assassina e uma sensação de terror e angustia, sem dúvida que sofreu um trauma e tanto... Mas para alguém emitir uma aura assassina descuidadosamente deste jeito... Acredito que ele possua forte sentimento de vingança... Aqueles que seguem por este caminho buscam por poder, mesmo os que já são naturalmente fortes, imagino qual seria o objetivo dele.
Sobre a luta, bem, foi brincadeira de criança, não é? Creio que da forma que descreveu a batalha poderia ter sido decidida no instante em que teve início. Mas tem algo que me irrita no Taiyou -q Ele parece sofrer de algum tipo de excesso de confiança... Parece ter a necessidade de "humilhar" seus adversários. Sem dúvidas se tudo isto fosse real, ele seria uma pessoa que eu acharia insuportável, eu sou do tipo que se não for lutar pra valer, nem inicio alguma coisa, afinal... Se você vencer usando tudo o que tem será uma demonstração de respeito ao adversário e ao seu próprio poder, aqueles que tem poder, o usam. Mas como disse, caso tudo isto fosse real -q O Taiyou é um personagem interessante, ainda que muito misterioso, aguardo por mais detalhes sobre seu passado. Por hoje é só, até o próximo capítulo 0/
xKai o/
Cara, nem te preocupes em demorar para comentar. Eu mesmo demoro para comentar e postar capítulos novos, então nem esquenta com isso. Na real, o que acontece é que eles estão "neutros" em relação ao outro. E nem, é só amizade mesmo. Nunca gostei muito do conceito de tsundere, então não planejo criar, ao menos por hora, alguém assim nesta história. Até hoje me pergunto o motivo dos japoneses pagarem tanto pau para esse tipo de personalidade. Quanto a aura que rodeou o Taiyou eu diria que seria algo mais próxima a uma de ressentimento e raiva do que terror e angústia. Realmente há um momento que houve algo entre eles e deixou o garoto bem desconfiado dos militares, mas isso será revelado mais para frente na história. Ele também não chega a buscar poder, apenas aceitou entrar na escola para confirmar uma informação. Não chego a sentir que ele tenha um excesso de confiança; é mais saber avaliar se um adversário é forte ou não. O que ele fez não chega bem a ser caracterizado como humilhar seu adversário, mas sim dar algumas dicas baseado em suas experiências passadas. Espero que gostes deste novo capítulo
Capítulo X - Ice and Fire Hellish Combo
Estático sob o portão de entrada esperava pacientemente pelas garotas. O sol brilhava em seu ápice, mas uma leve brisa amenizava o calor. Zoroark descansava sobre o galho de uma árvore, pretendendo estar dormindo. Percebera pela sua respiração que não estava. Ao contrário, tornava-se mais inquieto à medida que o tempo passava. Paciência nunca fora seu forte. Bem, ele próprio não podia argumentar muito. Só mantinha-se pacato por ter levado consigo um livro. Uma falta de etiqueta, mas conseguiria facilmente inventar uma desculpa para o ocorrido. No momento desejava apenas curtir a paz momentânea. Desde a sua “apresentação” no dia anterior recebera dezenas de convites para se juntar a equipes. Rejeitara educadamente alguns e para outros dissera que pensaria sobre o assunto. Honestamente não tinha intenção de fazê-lo. Desconfiava que este fosse o objetivo de Ariel, mas não havia motivos para se aprofundar no assunto. Voltara à atenção para o livro em suas mãos. Um exemplar em ótimas condições que detalhava as estratégias militares durante a Ranbal War e o impacto delas no campo de batalha. Não era a leitura mais agradável de todas, mas servia para distraí-lo. Seu sonho, sobretudo, era algo que queria esquecer. Garras gélidas e metálicas apertavam seu coração toda vez que recordava.
“Ei, Tai-tan!” – A voz ressoara em sua mente. O tom alegre que só ela era capaz de manter naquela instituição horrenda. – “Vamos nos casar quando crescermos, ok?! É uma promessa!” – Os olhos violeta brilhantes e os cachos negros esvoaçantes eram a imagem que lhe vinha à mente.
As chamas surgiram logo depois, consumindo seu sorriso. Cerrara os punhos com força. Não fosse o couro das luvas teria rasgado a própria pele com a pressão exercida. Outros rostos surgiram em sua mente. Todos perdidos para sempre naquele dia infernal. Nunca gostara dos deuses, mas passara a odiá-los após o evento. Os pesadelos não ajudavam a reduzir sua fúria. Uma nova imagem surgira diante de si. Fazia cinco anos que não a via, mas a visão era tão clara quanto possível. Falava em seu suave tom manipulador de costume, palavras que conhecia há muito. A única outra sobrevivente e família remanescente... Seria sua adversária. A ideia passava-lhe sensações estranhas. Não sentia nada ao defrontar outros, mas com ela... Não sabia se seria capaz de manter a calma. E, mesmo que conseguisse, não existiam garantias de triunfo. Sua perícia com a Viralt Excendeiss era boa a esse ponto. E também...
– Taiyou-san! – O chamamento abrupto afugentara seus devaneios. Espiara por sobre o ombro e vira Rathy e Julie correndo em sua direção. Detiveram-se a alguns passos dele, ofegantes. Por entre uma respiração entrecortada, a loira falara. – Peço desculpas... Pelo atraso...
– Francamente... – Queixara-se a outra, tão cansada quanto a amiga. – Só demoramos porque ficaste se arrumando por meia hora...
– J-Julie! – Exclamara a primeira, as faces corando intensamente. Parecia ter perdido a compostura. A cena lhe era estranhamente cativante. – N-Não era para ter dito...! – Sussurrara, lançando um rápido olhar ao garoto. A situação era divertida, mas decidira interferir antes que houvesse maiores problemas.
– Vamos, vamos... – Erguera as mãos em sinal de paz, esboçando um sorriso tranquilo. – O importante é que chegaram. Não é mesmo, Zoroark? – Sem qualquer sinal de advertência o canídeo caiu logo atrás das moças. A expressão de susto em seus rostos não tivera preço. O vulpino rira um pouco e depois respondera à pergunta com um aceno positivo de cabeça. – Cavalheiresco como de costume... – O animal dera um riso ríspido e agressivo como resposta. Boa educação nunca fora seu forte. Decidiu ignorar. – Mudando um pouco de assunto, poderiam me explicar este torneio do qual irão participar? Parece-me improvável que muitos Astralis participem com a Battre de Champions tão próxima...
– Simples; o prêmio é irresistível. – Replicara a morena, em tom casual. Parecia achar aquilo óbvio. – A dupla triunfante terá a oportunidade de desafiar um Regigigas. Haverá também a possibilidade de estabelecer um pacto com uma Military Class Viralt. – A última frase fizera-o empalidecer.
A ideia era ousada, tinha de reconhecer... E igualmente perigosa. Sabia não muito sobre o Pokémon colosso, mas o pouco de informação que tinha era o suficiente. Utilizados como guardiões dos antigos templos e posteriormente como armas de destruição em massa na Ranbal War estavam quase extintos agora, ainda que estátuas em tamanho real possam ser vistas em regiões remotas. Ariel certa vez falara-lhe de um confronto que tivera contra um. Fora uma das raras batalhas em que fora ferida com seriedade. A perspectiva das duas enfrentando algo assim não lhe agradava nem um pouco, mas, certamente, era mais seguro do que o outro prêmio. Military Class Viralts eram, falando brandamente, instrumentos apocalípticos com poder de dizimar uma cidade em poucos segundos. Em termos de poder puro eram imensuravelmente mais fortes que as outras, mas de controle igualmente difícil. Só Astralis extremamente habilidosos ou uma unidade de Arcane Knights conseguem manipulá-las. Foram todas seladas ou destruídas após a última guerra. Havia uma garotinha naquele lugar que fazia algo “diferente” com elas, mas supunha que já estivesse morta...
– Não é perigoso entregar algo assim como o prêmio de um torneio? – Loucura era um termo mais apropriado, mas decidira manter a compostura.
– Fique tranquilo, Taiyou-san. – Assegura-lhe Rathy, ostentando um olhar determinado. – O Regigigas está selado em um obelisco. E, se houver qualquer problema, a diretora disse que tinha um plano de contingência. – Reprimira um murmúrio irritado. A estratégia da Silver Witch muito provavelmente envolvia Gallade, Zoroark e ele próprio. Mais uma vez tornava-se parte de seus esquemas contra a vontade.
– Desde que vocês estejam a salvo... – Cedera por fim, dando-se por vencido. Discutir não ajudaria em nada. Decidira então mudar de assunto e voltara-se para o mamífero ilusório. – Poderias entregar o saco de dinheiro? Estou pensando em comprar um jogo de xadrez. – A resposta fora um estalar de língua em resmungo silencioso, claramente discordando. Um sorriso brotara em seus lábios. Sabia como contorná-lo. – Que pena. Ia comprar alguns doces para ti, mas como não queres...
O movimento fora mais rápido do que previra. Vira-o enfiar uma mão em sua exuberante juba e retirar de lá uma pequena bolsa de couro fechada por um barbante. Atirou-a em sua direção sem qualquer rodeio, mas pegá-la fora uma tarefa fácil. Comemorara internamente. Outro hábito que podia atribuir a Ariel, embora este fosse útil. Conheceram-na enquanto ele ainda não passava de um Zorua e a mulher mimara-o com quitutes desde então. Seu gosto por chocolate tornara-se uma ótima forma de “auxiliar” em suas decisões. Agitara o objeto em suas mãos. O tilintar das moedas era audível. Pesava consideravelmente para o seu conteúdo. Dois, talvez três quilos. Um pouco mais leve do que imaginara, mas daria para usar.
– Para que isso? – Perguntara Julie, evidentemente confusa. Não era a única; Rathy estava no mesmo estado. – Poderias simplesmente usar os cartões de crédito da Academia. Eles são válidos na cidade. – Explicara-lhe com alguma desconfiança. Pisava em gelo fino, percebera.
– Ah, eu prefiro pagar com as moedas... – A desculpa era mais esfarrapada que uma rede de pesca, mas fora a única que conseguira inventar. A diretora dera-lhe um dos cartões, vinculado a sua conta, no dia anterior. Sabia que ela não se importava, mas mesmo assim... A sensação de lhe dever dinheiro era estranha. – Não se preocupem; isto deve ser mais que o suficiente. Olhem. – Atirara a pequena bolsa na direção da loira. Vira a moça curvar-se de leve quando a agarrara. O saco era mais pesado do que imaginara, talvez? Seu olhar arregalado ao ver o conteúdo fora, de certa forma, cômico.
– São todas moedas de cinco mil Vitles?! – A pergunta abalara mais a amiga que o moço. Este retorquira com um sorriso tênue.
– Nós viajamos por alguns anos e não era atípico esbarrarmos com alguma proposta de serviço. – Elucidara tranquilamente. Era uma informação irrelevante; não havia qualquer problema em revelá-la. – Cuidar de crianças, trabalhar em alguma apresentação, participar de uma sessão de treinamento, afugentar algum Pokémon perigoso... Se pagasse bem nós topávamos. – Resolvera omitir os poucos contratos de assassinato que fizera pela Murders. – Como nunca parávamos em um local por muito tempo acumulamos uma boa quantia. – Deixou a cabeça pender para frente, cabisbaixo. – Uma pena que isso não sirva muito na Academia...
– Não se preocupe, Taiyou-san. – Dissera a loira em uma tentativa de animá-lo, embora sem muito efeito. – Os preços costumam ser ínfimos se comparados aos daqui. – Acabara a frase sorrindo gentilmente.
– Se você diz... – Murmurara enfim, dando-se por vencido. Era incontestável a veracidade das suas palavras, pensara. Não haveria cidadãos na área, caso contrário. Respirou fundo antes de erguer a cabeça. – Vamos então?
A atmosfera de cidadezinha do interior era palpável. Situada aos pés da montanha assimilava-se a um pequeno vilarejo colonial. Não era muito grande; estimava que a população não passasse de dois mil habitantes. As edificações eram de um belo estilo arquitetônico. Inteiramente artesanais, possuíam “exoesqueletos” de vigas de madeiras encaixadas na vertical e horizontal. Exemplares menores na diagonal davam-lhes sustentação e, em segundo plano, davam-lhes um charme a mais. O espaço entre as hastes era preenchido por tijolos de diversas cores, embora a predominante fosse um castanho claro beirando ao bege. As janelas eram todas retangulares e protegidas por venezianas externas. Os telhados eram inclinados, impedindo o acúmulo de água sobre as casas. As ruas eram calçadas por pequenos ladrilhos acinzentados. Arbustos floridos e árvores frutíferas intercalavam as estruturas humanas onde conseguiam. Um chafariz enfeitava o centro da cidade e, ao seu redor, pequenos estabelecimentos comerciais; cafés, restaurantes e pequenas lojas. Próximo ao limite leste da cidade fora construído um grande coliseu. Fazia sombra nos demais prédios, mas parecia-lhe bem menor do que o utilizado durante a última Battre de Champions. Obviamente era o local em que seria realizado o evento.
– Quem diria... Foi mais barato do que eu imaginava. – Comentara Taiyou, jogando o pequeno saco de couro para cima regularmente. Carregava um par de sacolas de plástico contendo mantimentos e seu passatempo na outra mão. Gastara menos que dez moedas com tudo, surpreendentemente econômico. Olhara por sobre o ombro. – Seu chocolate está bom? – A resposta do Pokémon raposa fora estalar a língua e desviar o olhar, claramente incomodado. Em uma mão trazia dois terços de uma barra do doce. Mudara o foco para as garotas. – E quanto a vocês?
– Hum, está ótimo. – Replicara Rathy com um sorriso, embora pudesse perceber certo desapontamento em seu tom. Tanto ela quanto Julie levavam em mãos um sorvete de casquinha. – Apesar de que eu ainda preferiria reembolsá-lo por isso, Taiyou-san. – Objetara, fazendo beicinho.
– Obrigado, mas me recuso a receber dinheiro por um presente. – Dispensara o jovem, com certa cortesia. Comprara as guloseimas por pura cordialidade e cavalheirismo. Ser pago por uma simples gentileza era... Sorrira maliciosamente. Hora de uma pequena brincadeira mal-intencionada. Girara sobre os calcanhares ostentando um olhar oblíquo. – É claro, não irei me opor se os honorários vierem de outra forma. – Apoiara o delicado queixo da loira sobre seu indicador e aproximara seu rosto do dela. – Topa? – Piscara um dos olhos comicamente.
– Eh? – Murmurara, sem entender. A ficha só caíra momentos depois. A vermelhidão de sua face era comparável apenas à de sua amiga. – T-Taiyou-san... I-Isso é...! – Lágrimas formavam-se na beira de seus olhos. É... Exagerara mais uma vez. Soltara-lhe a face com delicadeza e recuara alguns passos, mostrando-lhe a língua em uma expressão travessa. A reação foi um adorável beicinho enfurecido e enrubescer ainda mais. A reação fora leve. Em comparação, Julie só faltava manifestar sua Viralt e atacá-lo ali mesmo. – Idiota...!
O restante do percurso fora feito sob uma atmosfera de inquietante silêncio. O único som era o ocasional riso mordaz de Zoroark. Teria de dar o troco posteriormente. Interromperam a caminhada somente ao alcançar a fachada do estádio. Cidadãos e, em menor abundância, alunos da Academia subiam as escadarias que levavam às arquibancadas. Estranhamente não via sinal de outras equipes. Focara nas garotas e começara a se arrepender do que fizera. A morena encará-lo com um olhar assassino não o incomodava, mas a expressão de filhote que caiu da mudança no semblante da loira era outra história. Suspirara pesadamente. Era hora de bancar o bom moço e ajeitar as coisas.
– Bem, é aqui que nos separamos. Mas antes... – Deu alguns passos, um tanto desconfortável. – Direi apenas uma vez, então escutem. – Pusera uma mão sobre a cabeça de ambas e despenteara levemente seus cabelos. – Deem o seu melhor. Estarei torcendo por vocês. – Esboçara um sorriso gentil.
– Taiyou-san... – Ouvira a loira murmurar, as faces corando levemente. Não deixara de perceber o ligeiro ânimo em sua voz. Ótimo. Fizera as pazes ao menos com uma.
– ... Obrigado. – Respondera a morena com a testa ainda franzida. Ao menos não parecia mais querer matá-lo. Um progresso considerável.
Dera um último sorriso encorajador antes de rodopiar sobre os calcanhares e se afastar. Tão logo se vira longe do campo de visão das moças sua expressão tornara-se séria. Algo estava errado. Os músculos de sua garganta estavam rígidos e o coração aparentava estar enclausurado entre gélidas garras metálicas. A sensação lhe era nova; não experimentara nada similar mesmo durante os cinco anos em que viajara pelo país. Ansiedade, talvez? Sacudira a cabeça de um lado para o outro na tentativa de afastar tal pressentimento, mas fora em vão. Seja como fosse, não era o único receoso. Zoroark rosnava baixo para qualquer um que se aproximasse demasiadamente. Um comportamento errático até para seus padrões. Necessitaria de cautela.
A arena surgira em frente aos seus olhos ao chegar às arquibancadas. Um campo circular, com um raio de pouco mais de quarenta metros e feito de terra batida alaranjada. Sobre cada seção da tribuna irrompia um pilar encurvado para dentro. Manilhas de energia eram projetadas destes e envolviam um obelisco alguns metros sobre o centro do campo de batalha. Provavelmente Regigigas, concluíra. Uma Military Class Viralt teria sido selada de forma mais efetiva e discreta. Um bom número de alunos já havia se reunido, incluindo Julie e Rathy. Chutava um número em torno dos trinta e seis. Surpreendentemente pouco, mas também compreensível. Não eram muitos os que tinham a confiança – ou a estupidez – indispensável para tentar controlar um ser tão perigoso quanto o Pokémon colosso. O número de espectadores não era muito também. Pouco mais de mil. Estranhara um pouco; disputas regulamentadas entre Astralis eram aludidas como espetáculos sublimes. Apenas metade da cidade ter aparecido era... Enigmático, no mínimo. Procurando por um assento para si, surpreendera-se ao avistar Iri. Aproximara-se calmamente e dera-lhe um toque gentil no ombro.
– Ah! – Ouvira-a exclamar, sobressaltada. O som fora inexplicavelmente encantador. Porém um sorriso formou-se em seu rosto quando o avistou. – Taiyou-san! Há quanto tempo! – Sua réplica fora sorrir timidamente.
– Creio que dizer isso por causa de dois dias seja meio drástico... – Coçara a nuca, sem muita ideia sobre o que dizer. Por fim dera de ombros. – Vieste torcer por alguém?
– Não. – Respondera com simplicidade, balançando a cabeça de um lado para o outro. – Bars e Lisichka estão ajudando o comitê disciplinar da Academia na segurança. Estou apenas esperando por eles. – Indicara um ponto ao moço com um dedo. Os lobos cinzentos percorriam as fileiras de espectadores na busca de problemas. Somente ao voltar a fitar o jovem é que percebera o canídeo ilusório. – Esse é o seu Pokémon, Taiyou-san?
– Bem... É uma boa pergunta. – Fora a única réplica que conseguira formular. Verdade seja dita nunca pensara muito no assunto. Franzindo a testa, ponderara por alguns instantes antes de prosseguir com a explicação. – Seria mais adequado alegar que ele seja meu companheiro espertalhão e ardiloso. – Ouvira-o dar um riso seco, mas pela expressão em sua face estava contente. – De toda forma, apresento-lhe Zoroark.
– Um prazer conhecê-lo, Zoro-chan! – Exclamara radiantemente a menina, saltando de seu assento e passando os braços ao redor do pescoço do Pokémon em um abraço caloroso.
Lamentavelmente não houvera um retorno. A única reação que o gesto conseguira fora deixar tanto Taiyou quanto Zoroark fora um olhar arregalado. Fitavam o vazio, perdidos em uma reflexão sombria. Era particularmente doloroso para o adolescente. Sentia um peso enorme sobre sua caixa torácica, coração e pulmões lutando desesperadamente por espaço. Zoro-chan. Antes de Iri só duas pessoas haviam chamado o vulpino negro por este nome. Seus únicos tesouros... Perdidas para sempre em meio às labaredas sete anos antes. Imagens fantasmagóricas surgiram em frente aos seus olhos, inalteradas mesmo após tanto tempo. Ambas sorriam, mas eram sorrisos tristes. A mais velha não tinha mais que dez anos e media menos de um metro e quarenta. Tal qual ele próprio possuía cabelos negros, mas os dela desciam até os ombros. Seus olhos eram como o céu noturno estrelado, capazes de encantar a todos. A segunda não passara do oitavo aniversário e era uns bons quinze centímetros mais baixa. Os cabelos eram ligeiramente mais longos que os da outra, lisos e de tom violeta. Uma mecha caía sobre um de seus olhos ametista. Suas expressões faciais eram adoráveis, algo que sempre o fizera sorrir. “Tolo”, uma pequena e vil voz gritava em sua mente. Prometera protegê-las e, no entanto, não pudera fazê-lo.
– Mitsuki... Ayumi... – Sussurrara quase silenciosamente, cerrando os punhos com força. Tendo o ouvido, a expressão do canídeo tornara-se sofrida. Era impossível culpá-lo; o Pokémon amava-as quase tanto quanto ele próprio.
– Taiyou-san? Tudo bem? – Questionara-lhe Iri, tendo reparado em seu semblante. Fitava-o preocupadamente, em um misto de apreensão e inocência.
– Não se preocupe. – Assegurara rapidamente, delineando um sorriso gentil. Aquele era seu fardo; um que carregaria sozinho. – O que acha de assistirmos ao combate juntos? – O sorriso radiante no rosto da moça servira para aquecer-lhe um pouco o coração. Sentaram-se em um dos bancos próximos enquanto que Zoroark deitara-se atrás deles. Não precisava nem vê-lo para saber de seu profundo desinteresse. Por sorte sabia de seu ponto fraco. – Tens certeza de que não queres observar? No caso de identificares alguém interessante posso pedir-lhe uma batalha mais tarde... – O animal resmungara um pouco, mas enfim pôs-se de pé e lançou um olhar aborrecido para a arena.
O badalar dos sinos da catedral dera início a disputa. No segundo seguinte lampejos de luz irromperam pelo campo de batalha enquanto Pokémons surgiam e Astralis conjuravam Viralts e feitiços. As duas agiram com a mesma velocidade, invocando Glaceon e Flareon e então correndo de encontro à amurada do coliseu. Aquela estratégia fora elaborada por Julie para compensar a falta de eficiência de ambas em combate a curta distância; o chicote dela era mais eficaz a médio alcance e sua própria arma era um arco. Se fossem cercadas seriam derrotadas muito rapidamente. Ter um muro as suas costas preveniria isso. A formação era simples; ela na retaguarda, a morena no centro e os dois mamíferos na linha de frente. Já em posição e concentradas, começaram a murmurar palavras em uma linguagem antiga. Um ponto arredondado de luz na cor anil irradiava de sua coxa esquerda. O mesmo ocorria com sua amiga, embora a tonalidade fosse vermelho sangue e a localização fosse a palma de sua mão direita.
– Vamos começar esta dança, Rathy! – Decretara Julie, açoitando o chão com Feurengue. O estalo combinado do impacto e do crepitar das chamas era desconcertante. Respondera com um sorriso confiante.
– Sim. É apenas natural que estejamos na posição mais ilustre deste salão de bailes. – Dissera, jogando os cabelos para trás com uma das mãos. Segurava com a outra o cabo azul de seu arco. A reação da amiga fora olhar em sua direção com uma sobrancelha arqueada, expressando curiosidade. – O quê?
– Tu ficas muito mais autoconfiante longe daquele garoto, sabias? – Dissera sob um olhar semicerrado. Uma vermelhidão tomara conta das faces da loira, o rosto do jovem tremulando em sua mente. Antes que pudesse haver uma réplica, a morena voltara-se para frente ostentando um semblante feroz. – Estão vindo!
Retesara de imediato a corda de sua arma com a mão livre. Uma flecha de gelo surgira entre suas mãos, cintilando sob o sol do entardecer. Prosseguindo velozmente em sua direção estavam dois Pokémons. Um era um enorme besouro azul de um metro e meio de altura. Um longo chifre com a extremidade bifurcada em forma de coração despontava de sua testa. De suas têmporas saíam antenas de ponta esférica. Seus olhos eram pequenos, ovais e amarelos. Dois espinhos despontavam de cada antebraço e outro par de suas coxas. Possuía uma longa garra branca em cada pé e o dobro disto nas mãos. O outro era um pequeno símio com pouco menos de sessenta centímetros. Sua cabeça era vermelha com um tufo de pelos espiralado sobre ela. Possuía olhos ovais, um nariz pequeno e largas orelhas com o interior alaranjado. Seu focinho, tronco e braços mirrados eram cor de creme. Suas mãos aparentavam não ter qualquer dedo, salvo os polegares. Da cintura para baixo seu corpo era coberto por pelos vermelhos, com pés pequenos e uma cauda com ponta em forma de flecha. Atrás destes estavam duas alunas da Cyan Class, com as Viralts em punho. Uma usava o que parecia ser uma cimitarra de gelo, enquanto que a outra brandia uma enorme marreta feita de rocha.
– Rathy, pare aquelas duas! Nós cuidaremos dos outros! – Coordenara Julie, agitando o chicote em sua mão como uma serpente pronta para o bote. Os mamíferos já avançavam, prontos para interceptar.
A resposta fora um simples aceno de cabeça. Fechando um dos olhos, mirara em certo ponto e disparara a flecha. A seta cruzara o campo com a mesma elegância e graça de um feixe de luz, fincando-se no solo em um baque surdo. Um muro de cristais de gelo, brilhando como um arco-íris, surgira em frente às adversárias, separando-as de seus Pokémons. O Pansear olhara para trás, surpreso. Um instante depois a Viralt da morena enrolara-se ao redor de seu tronco. Com um movimento brusco atirara o macaco de chamas para cima. Antes que o escaravelho azul pudesse sequer reagir Flareon já estava sobre ele, atingindo-o com o corpo envolto por chamas. Fora forte o suficiente para atirá-lo alguns metros para trás com marcas de queimadura decorando o centro de seu exoesqueleto. Descobrindo o que ocorria o macaco carmesim se recompôs e uniu as mãos. Formara-se uma bola de fogo laranja-amarelado entre elas; não fora capaz de dispará-la, contudo. Glaceon velozmente deixara-se envolver por uma aura turquesa. Com um abano de cabeça ligeiro e brusco projetara uma violenta tromba d’água contra seu adversário. Atingido pelo tornado, Pansear fora atirado contra as costas do besouro azul. Enquanto isso, rachaduras surgiam na parede de gelo com velocidade. Julie percebera o que ocorria de imediato.
– Droga! Estão quebrando a muralha muito antes do esperado! – Dissera, claramente contrariada. Esperava que tivessem pelo menos mais dois minutos antes de enfrentá-las. Teria de apressar seus planos. – Rathy, você conseguiria...
– Não menospreze minhas habilidades com o arco, Julie Vartouhi. – Avisara-lhe a loira, encaixando uma nova flecha em seu arco. Sua expressão era calma como uma manhã de inverno, mas fora substituída por um sorriso leve. – Trate apenas de derrotar esses dois. Eu cuido do resto.
– Entendi. – Murmurara após alguns instantes. Erguendo a mão livre produzira uma esfera de chamas com duas vezes o tamanho de sua cabeça. – É bom não ficar convencida somente por eu seguir seu plano desta vez. – Antes que uma réplica pudesse ser dita estalara seu chicote contra o solo. – Flareon, Flamethrower!
– Glaceon, mais uma vez: Water Pulse!
A reação fora imediata. Os cristais de gelo tomaram um tom bruxuleante após o mamífero avermelhado disparar um ciclone de labaredas vermelho-alaranjadas. Quase simultaneamente a morena lançara o orbe para o lado. Fizera um movimento em arco antes de chocar-se com a lateral do golpe de Flareon a alguns centímetros dos Pokémons adversários. A explosão que se sucedera tivera força mais que suficiente para atirá-los violentamente para trás. Glaceon instantaneamente saltara em meio aos dois, seu corpo e olhos envoltos por um brilho cianótico. Um redemoinho fora projetado ao seu redor, lançando-os brutalmente para os lados aonde permaneceram caídos, exaustos pelos golpes sofridos. A barreira de gelo cedera poucos instantes depois. As Astralis adversárias surgiram confiantes a princípio, mas hesitaram ao ver seus Pokémons derrotados. Aquilo trouxera um sorriso aos lábios da loira. Não poderia ter pedido por uma chance melhor.
– Glacial Ice Fangs, pierce my enemy! Freezing Arrow! – Recitara, diminuindo a quantidade de magia aplicada no último instante. Fizera a mira e disparara a flecha.
A seta prosseguira por alguns metros antes de explodir em incontáveis lascas de gelo, similar a uma chuva de granizo. A tempestade passara por Glaceon, durante o trajeto, mas não lhe causara qualquer mal. Era imune, afinal. As adversárias não tiveram tanta sorte. Alvejadas por múltiplos projéteis só tiveram tempo de gritar antes de caírem para trás, desfalecidas. Contudo, não aparentavam possuir qualquer ferimento. Um artifício básico dos Astralis; ao diminuir o percentual de poder mágico inserido a técnica passava a um estado intangível. Quando isto ocorria, o dano físico normalmente causado era convertido em psicológico. Tornava mais fácil derrotar adversários despreparados.
– E lá se vai a primeira dupla. – Dissera Julie, visivelmente satisfeita. Estalara o chicote contra o chão mais uma vez, fazendo centelhas voarem. – Que a próxima se apresente!
Era muito provavelmente a única pessoa não interessada no combate. Muito pelo contrário. O alvo de sua atenção estava na plateia. Sentada sobre um dos pilares permitira-se um leve riso. Como uma garotinha cruel. Como um demônio inocente. Balançava as pernas para frente e para trás calmamente e em ritmo constante.
– Eu estava com saudades, Taiyou... – Murmurara em um tom que mesclava frieza e carinho. Repousara o queixo sobre uma mão, os lábios nunca desmanchando o sorriso sombrio. – Apesar de que... No momento não és o teu “verdadeiro eu”... – Erguendo a outra mão, fezsurgir uma chama negra sobre ela. Não. Chamar aquilo de fogo seria simples demais. Parecia-se mais com uma alma inteiramente corrompida e selvagem. – Mas não se preocupe. Irei ajudá-lo a recuperar seu poder... – E, dito isso, esmagara a energia sombria em sua palma. Uma fumaça quase invisível escapara por entre os dedos e, sem que ninguém percebesse, entrara no enorme obelisco. – Mostre a todos... Meu cavaleiro negro.
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Dark Zoroark
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Re: Astral Zero
DZ! /o/
Fico muito feliz que você tenha voltado com a fic. Fiquei com medo que você tivesse abandonado o fórum, pois você ficou quase um mês ausente. :/ Não posso negar a felicidade que eu senti ao ver você postando um cap novo, pois além de confirmar que você não nos abandonou, foi a prova necessária para mostrar que a fan fic também está ativa. Enfim, bem vindo de volta!
Pra ser honesto, tive que ler o capítulo passado novamente para entender o início deste, mas percebi que realmente o espaço de tempo entre os dois não foi algo seguido, e houve uma pausa entre esses dois capítulos. Isso me aliviou um pouco, pois não me senti mal por ter esquecido do conteúdo... Que no final eu nem tinha esquecido! hahah E bem, falando sobre esse capítulo, como sempre, posso dizer que foi fantástico. Começo a gostar cada vez mais do relacionamento entre Rathy e Taiyou, a forma em que os dois fluem é algo bem gostoso de se ver. Gosto da combinação maliciosa do Taiyou com a inocência da loira. E pra melhorar ainda mais, o Zoro-Chan acaba completando esse triangulo carismático. Fico ansioso para ver a desenvoltura do Glaceon para ver se será possível um "casal" de personagens e Pokémons, embora ache difícil.
Bem, agora é canon que a Rathy sente alguma atração por Taiyou. Primeiro se arruma e depois a própria Julie percebe o comportamento mais focado quando longe do rapaz. Bem, pra ser honesto, eu não a culpo. O jeito que você descreve o rapaz mostra como o cara é... No mínimo, estiloso pra caralho. Parece que você tornou esse deslize de calcanhares para girar rapidamente um aspecto do Taiyou, e eu achei isso muito maneiro. Eu gostaria de fazer isso na vida real, mas acho que levaria um capote nas primeiras tentativas. AUEHAUE'
Outra coisa que eu gostei do capítulo, foi a aparição da Iri. Não que eu tivesse esquecido dela, mas achei que ela iria demorar para surgir, ou não teria uma participação tão envolvente a ponto de despertar uma lembrança triste tanto de Taiyou quanto do Zoroark. Pra ser honesto, de uma maneira inocente, eu achei bastante suspeito. Mas prefiro não criar nenhuma teoria da conspiração agora. AEUHAU'
Sobre as escolhas... Honestamente, eu não cheguei a ver o poder dessas Astralis Militares, mas eu achei que enfrentar um Regigigas algo BEM mais assustador. Quer dizer... É tipo enfrentar um colosso de Shadow of the Colossus no modo mais difícil, né? Um vacilo e tu morre. AUHUAE' Mesmo que morrer não seja uma opção, já que em caso de grandes riscos a batalha é interrompida. Mesmo assim... Eu sinto medo pela Rathy e pela Julie.
Pra finalizar, queria comentar sobre essa batalha. Eu me espantei bastante em ver o poder da loira. Já esperava algo habilidoso de Julie, já que ela chegou a empatar com Taiyou há alguns capítulos atrás, mas a Rathy realmente se destacou. É impressão minha, ou se aquele golpe tivesse atigindo em cheio seus oponentes, sem a omissão de seu verdadeiro dano, eles iriam morrer? o_o
Um detalhe que eu curti bastante, mas é bem off do assunto, é o fato do Zoroark poder ser manipulado com chocolate. AUEHAUEUA' Eu achei bem fofo e interessante, imagino que isso também possa ser usado como uma forma prejudicial, por um inimigo disfarçado ou coisa do tipo... Mas como citei antes, não irei criar nenhuma teoria da conspiração.
E finalizando nada, esqueci de comentar sobre essa aparição no final... Friend or Foe? A impressão que deu, é que ela é uma vilã que era aliada ao Taiyou... Que também era um vilão no passado. Isso me fez pensar... Será que ele causou a morte daquelas duas crianças que significaram tanto para ele? Talvez o trauma tenha sido tão grande porque ele tenha causado, e não por ele não ter detido... Mas bem, aguardo o plot pra descobrir.
É isso cara, parabéns por mais um capítulo sublime e magnifico. É realmente uma ótima leitura para se investir num tempo chuvoso como esse, aqui em SP. Salvou minha quarta feira, isso pode ter certeza.
Eu aguardo o próximo capítulo desde já, ansiosamente no fundo de meu coração, e caso você queira criar outra fan fic em outro forum, por favor, me avise para eu também poder acompanhar. Eu amo sua escrita e suas ideias, você tem um talento nato para isso.
Um abraço cara, até o proximo capítulo!
Fico muito feliz que você tenha voltado com a fic. Fiquei com medo que você tivesse abandonado o fórum, pois você ficou quase um mês ausente. :/ Não posso negar a felicidade que eu senti ao ver você postando um cap novo, pois além de confirmar que você não nos abandonou, foi a prova necessária para mostrar que a fan fic também está ativa. Enfim, bem vindo de volta!
Pra ser honesto, tive que ler o capítulo passado novamente para entender o início deste, mas percebi que realmente o espaço de tempo entre os dois não foi algo seguido, e houve uma pausa entre esses dois capítulos. Isso me aliviou um pouco, pois não me senti mal por ter esquecido do conteúdo... Que no final eu nem tinha esquecido! hahah E bem, falando sobre esse capítulo, como sempre, posso dizer que foi fantástico. Começo a gostar cada vez mais do relacionamento entre Rathy e Taiyou, a forma em que os dois fluem é algo bem gostoso de se ver. Gosto da combinação maliciosa do Taiyou com a inocência da loira. E pra melhorar ainda mais, o Zoro-Chan acaba completando esse triangulo carismático. Fico ansioso para ver a desenvoltura do Glaceon para ver se será possível um "casal" de personagens e Pokémons, embora ache difícil.
Bem, agora é canon que a Rathy sente alguma atração por Taiyou. Primeiro se arruma e depois a própria Julie percebe o comportamento mais focado quando longe do rapaz. Bem, pra ser honesto, eu não a culpo. O jeito que você descreve o rapaz mostra como o cara é... No mínimo, estiloso pra caralho. Parece que você tornou esse deslize de calcanhares para girar rapidamente um aspecto do Taiyou, e eu achei isso muito maneiro. Eu gostaria de fazer isso na vida real, mas acho que levaria um capote nas primeiras tentativas. AUEHAUE'
Outra coisa que eu gostei do capítulo, foi a aparição da Iri. Não que eu tivesse esquecido dela, mas achei que ela iria demorar para surgir, ou não teria uma participação tão envolvente a ponto de despertar uma lembrança triste tanto de Taiyou quanto do Zoroark. Pra ser honesto, de uma maneira inocente, eu achei bastante suspeito. Mas prefiro não criar nenhuma teoria da conspiração agora. AEUHAU'
Sobre as escolhas... Honestamente, eu não cheguei a ver o poder dessas Astralis Militares, mas eu achei que enfrentar um Regigigas algo BEM mais assustador. Quer dizer... É tipo enfrentar um colosso de Shadow of the Colossus no modo mais difícil, né? Um vacilo e tu morre. AUHUAE' Mesmo que morrer não seja uma opção, já que em caso de grandes riscos a batalha é interrompida. Mesmo assim... Eu sinto medo pela Rathy e pela Julie.
Pra finalizar, queria comentar sobre essa batalha. Eu me espantei bastante em ver o poder da loira. Já esperava algo habilidoso de Julie, já que ela chegou a empatar com Taiyou há alguns capítulos atrás, mas a Rathy realmente se destacou. É impressão minha, ou se aquele golpe tivesse atigindo em cheio seus oponentes, sem a omissão de seu verdadeiro dano, eles iriam morrer? o_o
Um detalhe que eu curti bastante, mas é bem off do assunto, é o fato do Zoroark poder ser manipulado com chocolate. AUEHAUEUA' Eu achei bem fofo e interessante, imagino que isso também possa ser usado como uma forma prejudicial, por um inimigo disfarçado ou coisa do tipo... Mas como citei antes, não irei criar nenhuma teoria da conspiração.
E finalizando nada, esqueci de comentar sobre essa aparição no final... Friend or Foe? A impressão que deu, é que ela é uma vilã que era aliada ao Taiyou... Que também era um vilão no passado. Isso me fez pensar... Será que ele causou a morte daquelas duas crianças que significaram tanto para ele? Talvez o trauma tenha sido tão grande porque ele tenha causado, e não por ele não ter detido... Mas bem, aguardo o plot pra descobrir.
É isso cara, parabéns por mais um capítulo sublime e magnifico. É realmente uma ótima leitura para se investir num tempo chuvoso como esse, aqui em SP. Salvou minha quarta feira, isso pode ter certeza.
Eu aguardo o próximo capítulo desde já, ansiosamente no fundo de meu coração, e caso você queira criar outra fan fic em outro forum, por favor, me avise para eu também poder acompanhar. Eu amo sua escrita e suas ideias, você tem um talento nato para isso.
Um abraço cara, até o proximo capítulo!
Rush- Membro
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Frase pessoal : Agora você não tem mais waifu!
Re: Astral Zero
Primeiramente, desculpa mesmo eu ter demorado tudo isso pra comentar, eu já tinha lido o capítulo semana passada, mas acabei nem comentando, mas enfim, deixemos essas intempéries para lá.
Bem, eu gostei bastante desse capítulo, ficou muito bom, apesar de também ter lido o final do capítulo anterior para entender melhor, mas, de toda forma, esse ficou muito bom e teve um desenvolvimento muito grande da relação entre o Taiyou e a Rathy, além da batalha, mas enfim.
A Rathy está aparentemente mostrando que sente algo pelo Taiyou, visto que ela demorou bastante para se arrumar - e ficou com vergonha quando a Julie falou isso - e ainda mostrou-se bem mais concentrada quando o Taiyou não estava junto a ela, vamos ver como isso vai se desenvolver durante o prosseguimento da fic.
Eu também me impressionei bastante com a Rathy lutando - muito por causa do seu jeito "menina fofinha - mas ela me surpreendeu bastante, demonstrando ser uma excelente lutadora, e também foi possível ver que há um entrosamento muito grande entre ela, a Julie e as duas eeveelutions. Vou esperar para ver uma luta contra outros adversários para ver como elas se saem. Eu também fiquei pensando que se a Rathy usasse toda a sua força, ela mataria os adversários.
Enfrentar um Regigigas? Isso me parece bem sinistro, visto que todo mundo sabe que ele pode atacar até a morte, tendo que interromper a batalha. Eu concordo com o Rush, de que mesmo que as Astralis Militares forem extremamente fortes, ainda parece mais sensato - pra dizer o mínimo - lutar contra elas do que contra um capiroto daqueles, como é o caso do Regigigas huhauha, mas enfim.
Eu fiquei bem "curioso" com aquela reação do Zoroark e do Taiyou ao ouvirem a Iri chamar o Zoroark de Zoro-chan, fiquei bem curioso de saber quem eram aquelas meninas - que para despertarem algo assim nos dois, devem ter sido realmente muito importantes. E achei bem engraçado um bichão daquele, todo independente, etc. ser subordinado com chocolates huahuhahauhahua, mas enfim.
Bem, acho que é só e boa sorte com a fic.
Bem, eu gostei bastante desse capítulo, ficou muito bom, apesar de também ter lido o final do capítulo anterior para entender melhor, mas, de toda forma, esse ficou muito bom e teve um desenvolvimento muito grande da relação entre o Taiyou e a Rathy, além da batalha, mas enfim.
A Rathy está aparentemente mostrando que sente algo pelo Taiyou, visto que ela demorou bastante para se arrumar - e ficou com vergonha quando a Julie falou isso - e ainda mostrou-se bem mais concentrada quando o Taiyou não estava junto a ela, vamos ver como isso vai se desenvolver durante o prosseguimento da fic.
Eu também me impressionei bastante com a Rathy lutando - muito por causa do seu jeito "menina fofinha - mas ela me surpreendeu bastante, demonstrando ser uma excelente lutadora, e também foi possível ver que há um entrosamento muito grande entre ela, a Julie e as duas eeveelutions. Vou esperar para ver uma luta contra outros adversários para ver como elas se saem. Eu também fiquei pensando que se a Rathy usasse toda a sua força, ela mataria os adversários.
Enfrentar um Regigigas? Isso me parece bem sinistro, visto que todo mundo sabe que ele pode atacar até a morte, tendo que interromper a batalha. Eu concordo com o Rush, de que mesmo que as Astralis Militares forem extremamente fortes, ainda parece mais sensato - pra dizer o mínimo - lutar contra elas do que contra um capiroto daqueles, como é o caso do Regigigas huhauha, mas enfim.
Eu fiquei bem "curioso" com aquela reação do Zoroark e do Taiyou ao ouvirem a Iri chamar o Zoroark de Zoro-chan, fiquei bem curioso de saber quem eram aquelas meninas - que para despertarem algo assim nos dois, devem ter sido realmente muito importantes. E achei bem engraçado um bichão daquele, todo independente, etc. ser subordinado com chocolates huahuhahauhahua, mas enfim.
Bem, acho que é só e boa sorte com a fic.
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The Adventures of a Gym Leader - Capítulo 48
Dreams come true
Bar daora do clã dos Yu-Gi-Oh -q
Re: Astral Zero
Olá DZ, olha cara este capítulo além de muito interessante foi totalmente fantástico! Além das descrições quase que perfeitas (poxa, dava pra saber absolutamente tudo o que se passava na mente dos personagens, não deixou faltar nada) o enredo está seguindo um caminho bastante interessante, estou realmente muito entretido com tudo isto, me pergunto quais outros mistérios e suspenses estarão aguardando mais adiante. Como de costume o Taiyou parece se divertir muito enquanto seduz a Rathy na maior cara de pau, não creio que se trate apenas de uma brincadeira meiga, acredito fielmente que existe um certo tom de maldade em tudo isto -q Neste capítulo o Zoroark, bem... Foi o Zoroark, tirando o fato de que Taiyou lhe revelou um segredo, sei como ele se sente, também sou tarado em chocolates, sou capaz de me vender facilmente por um snickers... E nem assim consigo engordar
A batalha foi simplesmente demais, apesar de bem simples, a estratégia da muralha de gelo foi aparentemente algo que qualquer um poderia ter feito com tais habilidades, porém da forma que foi usada se destacou bastante, acredito que o tenha feito assim para que futuras estratégias tenham um brilho maior, pelo menos eu espero que tenha sido este o objetivo. Tenho mais uma coisa para perguntar... Hm... Menina má, inocente e muito cruel, parece a antagonista da minha fic de Naruto, pelos adjetivos referidos, de onde você tirou a ideia dela? Eu apesar de não ter curtido muito o jogo, usei um pouco da personagem Lumina de Final Fantasy XIII - Lightning Returns. Eu adoro personagens assim, que mostram a crueldade com aquele ar de inocência, quase como se não se importasse ou fizesse o que faz sem saber se é certo ou errado...
Bom meu amigo, por hoje isto é tudo, espero ansioso pelo próximo capítulo.
A batalha foi simplesmente demais, apesar de bem simples, a estratégia da muralha de gelo foi aparentemente algo que qualquer um poderia ter feito com tais habilidades, porém da forma que foi usada se destacou bastante, acredito que o tenha feito assim para que futuras estratégias tenham um brilho maior, pelo menos eu espero que tenha sido este o objetivo. Tenho mais uma coisa para perguntar... Hm... Menina má, inocente e muito cruel, parece a antagonista da minha fic de Naruto, pelos adjetivos referidos, de onde você tirou a ideia dela? Eu apesar de não ter curtido muito o jogo, usei um pouco da personagem Lumina de Final Fantasy XIII - Lightning Returns. Eu adoro personagens assim, que mostram a crueldade com aquele ar de inocência, quase como se não se importasse ou fizesse o que faz sem saber se é certo ou errado...
Bom meu amigo, por hoje isto é tudo, espero ansioso pelo próximo capítulo.
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Leia!
Fanfic: Naruto: Another Story
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Re: Astral Zero
Olá, DZ. Eu sei, tem que ser muito cara-de-pau pra voltar assim do nada depois de tanto tempo. Peço desculpas por não ter continuado a acompanhar a fic. Bateu um desânimo pra leitura depois dos livros que tive que consumir pra escola que vou te falar... Enfim, vou me esforçar agora pra acompanhar.
Cara, você precisa postar os capítulos mais rápido! Assim não dá... Brincadeira, sei que é difícil conciliar a "vida real" com a escrita e com a PM. Mas agora sério, li eles todos esse final de ano, e precisei me segurar pra fazer a história durar alguns dias. Poderia ter lido tudo de uma vez fácil. Sua escrita é muito envolvente e a história sempre me deixa curioso sobre alguma coisa.
Vou fazer um comentário mais geral sobre os capítulos, citando só os acontecimentos maiores e que acho que possuem maior relevância (pelo menos por enquanto).
Gostei muito dos capítulos de interação que você escreveu. Achei engraçado o fato de nenhum Pokémon aparecer num capítulo de uma fan-fiction de Pokémon (eu nem tinha me tocado disso até ler os outros comentários hahaha). Mas isso não tornou o capítulo da visita da Rathy ao Taiyou pior. Também foi ótimo. Mas a garota nunca ter visto um cara sem camisa parece algo meio absurdo.
Achei incrível a batalha contra a Seviper (se não me engano) e o membro da Murders. O cara nem teve chance. Isso me trouxe uma dúvida: todas as pessoas que possuem Pokémons são necessariamente astralis e também tem viralts? Posso estar enganado, mas penso você não citou isso na história, pelo menos não diretamente. Achei fantástica a forma como o Taiyou agiu depois de perder dois sentidos, e ela me lembrou de uma habilidade do anime HxH (Hunter x Hunter), do qual já falaram sobre nos comentários (recomendo).
A capacidade de manipular memórias da Ariel parece meio OP. Isso abre muitas possibilidades. Mas penso que deva haver um limite para ela e também alguma barreira contra usos abusivos.
A Iri é uma personagem curiosa. Gostei da personalidade dela. Pra mim, o Taiyou viu ela mais como uma irmã mais nova, tanto que nem a provocou como fez com a Julie e com a Rathy. Eu só espero que ela não seja lobo em pele de cordeiro.
Sinceramente, ainda não tenho uma opinião completamente formada em relação ao Taiyou. Como você disse, a confiança dele vem da capacidade de avaliar a força do oponente, mas não deixa de ter um tom presunçoso. Mas que ele é f0d4 ele é.
Não duvido que a Rathy se torne minha personagem favorita logo logo pela personalidade fofa que ela possui e pelo fato dela ser aparentemente absurda com o arco (adoro personagens que usam arco). A combinação dela com a Julie e as eeveelutions foi muito boa, e mostrou o sincronismo que existe entre os quatro, embora sempre tenha o que melhorar.
O fato de uma criatura sanguinária e absurdamente forte tipo o Zoroark não se controlar quando o assunto são doces é um tanto quanto estranho, mas hilário. Assim como a forma do Taiyou de provocar as garotas. Cara abusado hahaha
Imagino o quanto as meninas citadas pelo protagonista lhe eram importantes e também ao Zoroark para os dois acabarem chocados pelo "ressurgimento" do antigo apelido do Pokémon, citado pela Iri.
A aparente vilã que você citou no final do capítulo me deixou perturbado. Essa combinação de suposta inocência e maldade pura me assusta um bocado.
Houve um momento no ultimo capítulo que a descrição ficou meio confusa, ou foi só uma confusão minha mesmo. Me diga qual foi o caso, por favor:
Acho que escrevi bastante. Considere de certo modo um pagamento pelo tempo sem me manifestar
Faz tempo que você não posta nada. Espero que não tenha desistido dessa sua história fantástica, sua criatividade é muita boa e você deveria ser proibido de parar alguma história.
Bem, é isso, boa sorte com a fic e aguardo ansioso seu próximo capítulo!
Cara, você precisa postar os capítulos mais rápido! Assim não dá... Brincadeira, sei que é difícil conciliar a "vida real" com a escrita e com a PM. Mas agora sério, li eles todos esse final de ano, e precisei me segurar pra fazer a história durar alguns dias. Poderia ter lido tudo de uma vez fácil. Sua escrita é muito envolvente e a história sempre me deixa curioso sobre alguma coisa.
Vou fazer um comentário mais geral sobre os capítulos, citando só os acontecimentos maiores e que acho que possuem maior relevância (pelo menos por enquanto).
Gostei muito dos capítulos de interação que você escreveu. Achei engraçado o fato de nenhum Pokémon aparecer num capítulo de uma fan-fiction de Pokémon (eu nem tinha me tocado disso até ler os outros comentários hahaha). Mas isso não tornou o capítulo da visita da Rathy ao Taiyou pior. Também foi ótimo. Mas a garota nunca ter visto um cara sem camisa parece algo meio absurdo.
Achei incrível a batalha contra a Seviper (se não me engano) e o membro da Murders. O cara nem teve chance. Isso me trouxe uma dúvida: todas as pessoas que possuem Pokémons são necessariamente astralis e também tem viralts? Posso estar enganado, mas penso você não citou isso na história, pelo menos não diretamente. Achei fantástica a forma como o Taiyou agiu depois de perder dois sentidos, e ela me lembrou de uma habilidade do anime HxH (Hunter x Hunter), do qual já falaram sobre nos comentários (recomendo).
A capacidade de manipular memórias da Ariel parece meio OP. Isso abre muitas possibilidades. Mas penso que deva haver um limite para ela e também alguma barreira contra usos abusivos.
A Iri é uma personagem curiosa. Gostei da personalidade dela. Pra mim, o Taiyou viu ela mais como uma irmã mais nova, tanto que nem a provocou como fez com a Julie e com a Rathy. Eu só espero que ela não seja lobo em pele de cordeiro.
Sinceramente, ainda não tenho uma opinião completamente formada em relação ao Taiyou. Como você disse, a confiança dele vem da capacidade de avaliar a força do oponente, mas não deixa de ter um tom presunçoso. Mas que ele é f0d4 ele é.
Não duvido que a Rathy se torne minha personagem favorita logo logo pela personalidade fofa que ela possui e pelo fato dela ser aparentemente absurda com o arco (adoro personagens que usam arco). A combinação dela com a Julie e as eeveelutions foi muito boa, e mostrou o sincronismo que existe entre os quatro, embora sempre tenha o que melhorar.
O fato de uma criatura sanguinária e absurdamente forte tipo o Zoroark não se controlar quando o assunto são doces é um tanto quanto estranho, mas hilário. Assim como a forma do Taiyou de provocar as garotas. Cara abusado hahaha
Imagino o quanto as meninas citadas pelo protagonista lhe eram importantes e também ao Zoroark para os dois acabarem chocados pelo "ressurgimento" do antigo apelido do Pokémon, citado pela Iri.
A aparente vilã que você citou no final do capítulo me deixou perturbado. Essa combinação de suposta inocência e maldade pura me assusta um bocado.
Houve um momento no ultimo capítulo que a descrição ficou meio confusa, ou foi só uma confusão minha mesmo. Me diga qual foi o caso, por favor:
Aquela estratégia fora elaborada por Julie para compensar a falta de eficiência de ambas em combate a curta distância; o chicote dela era mais eficaz a médio alcance e sua própria arma era um arco. Se fossem cercadas seriam derrotadas muito rapidamente. Ter um muro as suas costas preveniria isso. A formação era simples; ela na retaguarda, a morena no centro e os dois mamíferos na linha de frente.
Acho que escrevi bastante. Considere de certo modo um pagamento pelo tempo sem me manifestar
Faz tempo que você não posta nada. Espero que não tenha desistido dessa sua história fantástica, sua criatividade é muita boa e você deveria ser proibido de parar alguma história.
Bem, é isso, boa sorte com a fic e aguardo ansioso seu próximo capítulo!
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"O Ash ganhou a Liga Pokémon..."
"...das Ilhas Laranja!"
"...das Ilhas Laranja!"
Hyurem- Membro
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Frase pessoal : O Tempo é precioso, imutável e irrecuperável
Re: Astral Zero
Boa-noite.
Primeiramente, peço desculpas pela demora em trazer este capítulo. Fora o bloqueio que tive enquanto escrevia o último capítulo, houveram ainda os exames finais da faculdade, me mudei de casa e também voltei a jogar RPG tático. Vou tentar evitar que isso aconteça no futuro. Realmente, sinto muito pelo tempo de espera. Bem, dadas as explicações, vamos aos comentários:
Rush o/
Pode ficar tranquilo que até eu acabar essa história é pouco provável que eu saia do fórum. Fico feliz que tenhas gostado deste último capítulo. Que bom que estás gostando da química entre o Taiyou e a Rathy, afinal é uma das relações principais da história. O Glaceon terá um desenvolvimento posterior sim, mas não chegará a formar um casal com o Zoroark. Por mais que eu não tenha problemas com relacionamentos homossexuais, já tenho um par em mente para o Pokémon Dark que irá aparecer mais para frente na história. Contudo, posso dizer que os dois - Zoroark e Glaceon - se tornarão bons amigos com o tempo. Esse girar sobre os calcanhares foi algo que eu tirei de um amigo meu que faz street dance. Fiquei curioso quanto a estas possíveis teorias que falaste. Como eu disse anteriormente a Iri terá um papel bem importante durante o desenrolar da história então ela vai aparecer com alguma regularidade ao longo dos capítulos. Tem também o fato de que eu adoro usar personagens kawaii nas minhas histórias, outra razão para que ela tenha grande destaque. Achei legal a comparação do Regigigas aos colossos de Shadow of the Colossus e admito que peguei as lutas mais que épicas daquele jogo para desenvolver o combate contra ele. Não sei se o golpe dela realmente chegaria a matar as adversárias - não havia ponderado a possibilidade quando escrevi o capítulo- mas com toda a certeza deixaria-as no mínimo com graves ferimentos. O detalhe do Zoroark gostar de doces é algo que serve como descontração, mas admito que ele poderia ser coagido com o suborno certo. Quanto ao papel da garota misteriosa devo dizer que acertaste quase inteiramente sobre a identidade da nova personagem e as garotas que apareceram na mente do Taiyou, mas há algumas poucas diferenças. Espero que gostes deste capítulo.
P.S: Se quiseres, posso te mandar pelo Skype o primeiro capítulo da Fanfic que planejo postar no Fanfiction.net
Black~ o/
Nem esquenta com demora para comentar que eu estou infelizmente me tornando craque nisso. Fico feliz que estejas gostando do rumo da história. A relação entre a Rathy e o Taiyou será um ponto que será desenvolvido muito bem ao longo da história, visto que ambos são personagens principais. Eu honestamente fiquei surpreso com o fato de a força da loira ter surpreendido tanta gente, mas creio que, assim como explicaste, isso se deva ao fato de ela agir como uma "menina fofinha". Não sei se ela chegaria a matar as adversárias, mas com certeza teria ferido seriamente ambas. É bem verdade que enfrentar um Regigigas é uma loucura das grandes, mas no caso uma Military Class Viralt tem potência para destruir uma cidade inteira facilmente. A reação dos dois tem em base um trauma antigo que vai ser explicado mais profundamente posteriormente. Espero que gostes deste capítulo.
xKai o/
Primeiramente, fico feliz que tenhas gostado do capítulo. Honestamente, o Taiyou está apenas se divertindo um pouco às custas da garota, não chega a ser maldade nem nada do tipo... Só zoação mesmo. O Zoroark ser um chocólatra foi mais para dar um ar de descontração e infantilidade do moço. Realmente, a batalha foi um pouco curta pois pretendo ter um desenvolvimento maior nas mais importantes. Quanto a nova personagem, eu fiz ela uma versão ligeiramente mais séria que as personagens Excela e Veloce em Summon Night 5. Pela descrição do tipo de personagem de que tu gosta, tenho certeza de que irás adorá-la. Espero que gostes deste novo capítulo.
Hyurem o/
Não esquenta com acompanhar a história regularmente, man. Todo mundo tem uma vida e interesses fora do fórum, afinal. Entendo também um desânimo ocasional quanto a escrita/leitura, visto que também passo por isso. Esse capítulo na realidade demorou mais porque mudei de casa, aí demorou um pouco para arrumar tudo novamente. Fico feliz que estejas gostando dos capítulos. Realmente é um pouco bizarro um capítulo em uma Fanfic de Pokémon em que nenhum destes apareça. Eu só me toquei que isso havia ocorrido após terminar de escrevê-lo, e fico feliz em ver que o pessoal também tenha reparado neste detalhe. Quanto a batalha, era um Seviper mesmo - ficou realmente assim tão difícil perceber ^^'? Não, não é necessário que o personagem seja Astralis e possua uma Viralt para ter um Pokémon como parceiro. Eu não me lembro muito de que anime/jogo eu puxei a cena, mas fiquei surpreso em ver que há similaridades com Hunter x Hunter. No caso, a Ariel consegue manipular memórias por ser a Astralis mais poderosa do continente. Em geral, habilidades psíquicas são as mais difíceis de serem manipuladas por um Astralis comum. Fico feliz que tenhas gostado da Iri, pois adoro personagens com o tipo de personalidade dela. Acertasse quanto à visão que o Taiyou possui dela. Pode ficar tranquilo que ela é inocente dessa mesma maneira. Realmente, admito que ele é um tanto quanto presunçoso, mas não vejo problemas vendo que ele tem força para suportar este traço de personalidade. Também sou fã de personagens que saibam usar arco e flecha e/ou bestas; combinando isso com a personalidade da moça dá um resultado, na minha opinião, cativante. De fato, o sincronismo entre ela e a Julie é alto pois as duas são amigas de infância. O fato de o Zoroark se tornar um chocólatra foi bem por isso mesmo kkkk. Posso afirmar que as garotas citadas pelo Taiyou tem um grande impacto tanto nele quanto na história, mas demorará um pouco para que isso seja tratado mais a fundo. Quanto a personagem do final do capítulo, não diria que ela é uma vilã, mas sim uma anti-heroína. Pode deixar que irei continuar com esta história. Espero que gostes deste capítulo.
Um rugido gutural precedera a onda de choque que abalou o coliseu. O lugar inteiro pareceu estremecer como se tivesse sido atingido por um terremoto. O tempo parecia ter parado. Vozes morreram, presas no interior de inúmeras gargantas. Astralis e Pokémons aparentavam estar congelados, incapazes mesmo do mais simples movimento. Seu próprio coração pulou uma ou duas batidas. Até o habitual sorriso devasso de Zoroark fora dissolvido, seu rosto mostrando ansiedade pela primeira vez em muito tempo. Sentiu Iri apertar sua mão com força, tremendo levemente. Observou-a pelo canto do olho; sua face estava branca como leite e ostentava uma expressão de puro medo. Estava para dizer algo quando um som de explosão quase lhe estourou os tímpanos. Instintivamente agarrara a garota e pressionara-a contra seu peito, dando as costas para a arena. Observou por sobre o ombro. Inúmeras lascas de pedra minúsculas choviam sobre o campo de batalha. Mais acima, um gigantesco vazio apresentava-se em uma das faces do obelisco. Instantes depois, um poderoso raio laranja-amarelado fora projetado de seu interior e atingira a base de um dos pilares de sustentação do monumento. A estrutura tinha sua resistência natural ampliada por feitiços e, no entanto, metade dela fora facilmente aniquilada pelo ataque. Sem base, a corrente de energia rescindiu. Tinha de admitir; o poder do Pokémon colosso era muito maior do que esperava. Ariel evidentemente omitira alguns detalhes sobre seu encontro com a espécie. Aquilo beirava ao surreal de várias formas. Contudo, havia algo que lhe incomodava: Regigigas deveria estar selado em um sono profundo lá dentro. Seu despertar sugeria a ação de uma força externa. Com todos aqueles Astralis reunidos ali, a chance de algo assim passar despercebida era muito baixa. As únicas opções restantes eram...
Gritos de medo e terror trouxeram-no de volta à realidade. Virara em direção à comoção e sentiu-se empalidecer. O que restava do pilar destruído caía sobre uma área particularmente povoada do estádio. Reprimira um estalo de língua irritadiço. Os cidadãos estavam paralisados, fosse por medo ou choque. Francamente... Idiotice era algo sem limites mesmo. Teria de tomar as rédeas da situação antes que alguém se ferisse.
– Zoroark... Faça. – Sussurrara, ainda segurando Iri. Dada a situação, seu tom calmo era quase frio. Era um risco usar a técnica; se os Arkane Knights descobrissem nem Ariel seria capaz de mantê-lo a salvo. Todavia, ainda era melhor que a morte de dezenas.
Surpreendeu-se por não ouvir qualquer resmungo do canídeo sombrio antes que este se levantasse. Então a situação estava tensa a este ponto? Seus olhos brilharam em ciano antes que seu corpo fosse envolto por uma aura escarlate. Erguera um braço e, quase que imediatamente, toda a energia convergira sobre a palma de sua mão. Um orbe róseo, com o diâmetro de uma bola de vôlei, surgiu à sua frente. Era ligeiramente maior do que o recomendável; perderia poder, mas deveria desempenhar seu papel com perfeição. Vira o mamífero sorrir sombriamente antes de seus olhos tornarem-se carmesim. O globo escureceu significativamente e pequenos relâmpagos em tom obsidiana surgiram ao seu redor. Atirou-o em um misto de brutalidade e velocidade. Atingira o alvo a pouco mais de três metros acima das arquibancadas. Tão logo tocara a superfície da rocha o golpe aumentou exponencialmente até envolvê-la inteiramente. Amplas extensões de área se esfarelaram, transformando-se em pouco mais que punhados de areia. A reação continuou a acontecer até que nada mais restasse do pilar. O orbe desapareceu pouco depois. Uma grossa camada de areia caíra sobre os expectadores abaixo, mas estavam a salvo. Suspirara aliviado, mas se recompôs com a mesma velocidade. Não podia se dar ao luxo de relaxar.
– Saiam todos daqui e evacuem a cidade! – Exclamara, quase raspando a garganta devido à intensidade do tom. O silêncio dominante no estádio ajudara-o com isso; sua voz imperava absoluta. – Isso aqui não é mais um torneio! Sugiro àqueles que não queiram vir a falecer que abandonem as redondezas o mais rápido possível! – Voltara sua atenção para a arena. – O mesmo vale para os Astralis! Quem não estiver pronto para um combate real deve retornar à Academia! – "É matar ou morrer", concluiu mentalmente.
– T-Taiyou-san... – Ouvira a criança sussurrar contra seu peito. Vislumbrou sua face; o olhar era em grande parte uma mescla de fascínio e medo, mas havia também um toque de curiosidade infantil e, espantosamente, determinação. Sabia qual seria sua pergunta de antemão. – O que foi esse ataque de agora?
– Aceleração temporal massiva; Ruin Caduceus. – Definira, a ansiedade que sentia perfeitamente mascarada em seu tom. – Uma evolução do Night Daze.
Uma meia-verdade. A realidade era milhares de vezes mais complexa que um simples “upgrade”. Anos antes, o canídeo das trevas, na época ainda um Zorua, tivera um contato acidental com a Viralt de uma de suas companheiras e incorporou parte de seu poder. Isto é, o envelhecimento superacelerado da matéria. As estimativas de Ariel eram de que qualquer coisa que fosse alvejada de raspão envelheceria duzentos anos instantaneamente. Exposição prolongada ampliava exponencialmente o efeito. Água virava sal, rocha e seres vivos tornavam-se nada além de pó... Supérfluo dizer que a Silver Witch proibira-o de utilizá-la em seres-humanos e Pokémons. Assustador a princípio, inofensivo quando comparado ao original. O golpe do vulpino dificilmente superava a marca de um décimo do poder dela. Era um vislumbre do tipo de monstros criados naquele lugar.
O ruído de algo se partindo despertara-o de seu transe momentâneo. Não precisou olhar para saber do que se tratava. Com a ausência de uma das correntes mágicas as outras não foram capazes de prender o obelisco e se despedaçaram também. Esta era a falha maior do feitiço; apesar de forte, sua integridade era extremamente delicada. Sem a estrutura de sustentação presente, o monumento rapidamente despencou em direção ao solo. Felizmente os Astralis e Pokémons abaixo tiveram o bom senso de reagir e sair da área de impacto. Os que estavam desmaiados foram retirados pelos demais. Ótimo. Não teria de se preocupar com uma admoestação posteriormente. Areia e fragmentos de rocha ocultaram a luz do sol poente enquanto o caos se alastrava pelas arquibancadas. Histeria em massa... Tudo que precisava. Espectadores se erguiam, em pânico, tentando fugir o mais rápido possível. Os próprios combatentes retiravam-se às pressas, reenclausurando seus parceiros para protegê-los. Pusera-se de pé momentos antes de um segundo rugido abalar as estruturas do coliseu.
Do meio dos escombros surgira um gigantesco Pokémon humanoide com pouco mais de quatro metros e vinte de altura. Assemelhava-se extremamente a um golem branco, agora que o via de perto. Sete circulares e vermelhos “olhos” estavam arranjados sob o que parecia ser um padrão. Seis gemas preciosas envolviam seus olhos, três de cada lado de seu torso. As superioras eram vermelhas, as centrais azuis e as inferiores prateadas. Seus braços eram longos e grossos como toras. Três dedos da cor da neve idênticos aos humanos desprendiam-se destes. Suas pernas eram curtas e musculosas. Argolas douradas revestiam seus pulsos e ombros. Uma seção oblíqua de seu tronco que parecia servir como centro nervoso da criatura era tingido do mesmo tom. Seu corpo era coberto por rajas negras e um musgo verdejante cobria seus pés e omoplatas. Erguera os braços logo antes de criar um par de esferas azuis em frente às suas mãos. Girando seu tronco de um lado para o outro as disparou brutalmente sem um alvo em específico. O som e a onda de choque da explosão decorrente fizeram o mundo vibrar ao seu redor. O primeiro atingira a cobertura do estádio, fazendo com que parte desta ruísse sobre os assentos abaixo. O segundo viajara em direção à seção do estádio em que estavam. Sentiu Iri apertar-lhe o braço, atemorizada. O vulpino negro agira antes do impacto. Viu-o saltar para frente estender as mãos para os lados. Um campo de força turquesa envolvera-os e bloqueara a esfera. O que o jovem viu a seguir o fez arregalar os olhos. Mesmo reprimindo a técnica, Zoroark fora atirado de encontro aos bancos de rocha, rachando-os com a colisão. Jogou a cabeça de um lado para o outro e levou a mão de encontro a uma das têmporas, visivelmente desorientado.
“Quem foi o idiota que pensou que dar um monstro desses para um adolescente seria uma boa ideia...?” – Era tudo em que conseguia pensar. Cambaleante, o mamífero sombrio parara ao seu lado, seus olhos fixos em Regigigas. Sua expressão facial era uma mistura de raiva e entusiasmo. Ótimo, pensou. Agora eram duas as feras que teria de controlar. Agarrou a sacola com suas compras e entregou-as para a criança. – Iri, saia daqui agora. Eu e o Zoroark iremos evacuar todos os que estiverem aqui e depois tentaremos conseguir o maior tempo possível. – Mesmo que a troco de sua própria vida, pensara sombriamente. Não tinha ilusões; sem suas Viralts, o máximo que poderiam fazer era atrasar o colosso.
– Não! – A recusa tomara-o de surpresa. Apesar dos ombros tremendo e do medo na voz, seu olhar mostrava determinação. – Eu... Eu sou uma Astralis também! Então eu também vou lutar! – A bravura seria admirável se não fosse suportada por temor e insegurança.
– Não seja tola! – Gritou subitamente, uma cólera repentina infundida em seu tom. Só percebera a raiva ao ver lágrimas de medo surgindo nos olhos azuis da menina. Até mesmo Zoroark parecia chocado com seu descontrole. Respirou fundo e exalou o ar pela boca. – Desculpe. É só que... Isso aqui não é brincadeira. Um passo em falso e é morte certa. – Explicara com uma calma maior. Olhando o rosto ainda temeroso da garota, decidiu ser franco. – E eu não iria me perdoar se algo lhe ocorresse. – Já perdera demais por uma vida, remoera sobriamente.
– Taiyou-san...! – Murmurara a garota, um leve rubor tingindo suas faces. O semblante do adolescente era inexplicavelmente nebuloso. Engolindo em seco pusera uma mão sobre as deles. O couro das luvas era frio, mas macio. – Por favor, me deixe ajudar! M-Mesmo que eu não possa combater, deve ter algo que eu possa fazer. – Proferiu, fitando-o esperançosamente. Fitaram as feições um do outro antes de o garoto suspirar pesadamente.
– Francamente... Eu realmente não consigo te dizer não. – Comentara com um sorriso tímido. Uma nova explosão deixara-o circunspecto, contudo. – Escute. Não se afaste muito de mim e depois que todos tiverem saído vá também. – Não pode deixar de ver o rosto dela se iluminando com cada nova palavra que dizia.
– Sim! Wafuu! – Exclamara alegremente, atirando os braços para o ar. Juntou os dedos em um arco e levou-os aos lábios, produzindo um leve assobio. Em instantes seus dois canídeos estavam ao seu lado, aguardando por instruções. – Bars! Lisichka! Temos que procurar por quem estiver preso entre escombros ou ferido, ok? – Responderam com alguns latidos. – Então, usem Odor Sleuth, por favor!
Ladraram uma segunda vez em concordância antes de erguerem os focinhos. Um brilho esverdeado tomara conta de suas narinas. Tinha de admitir; estava impressionado. O valor daquela técnica em combate era nulo, mas em outras situações era uma mão na roda. Taticamente falando, habilidades de rastreamento eram extremamente úteis na Battre de Champions. Cautela com um adversário poderoso nunca era demais. Os lobos farejavam o ar sobre suas cabeças, vez ou outra girando a cabeça para outra direção. Tinha de admitir que eram bem treinados. Uma terceira explosão o fez focar sua atenção em Zoroark. O vulpino fitava o golem colérico com uma intensidade assustadora mesmo para seus parâmetros. Seus olhos cintilavam e os membros tremiam de excitação. Droga; estava demasiadamente entusiasmado. Na pior das hipóteses iria ferir algum inocente em meio ao frenesi do combate. Teria de apelar à astúcia se quisesse acalmá-lo.
– Pensa direito, Zoroark. – Falara na tentativa de um diálogo racional. Seu tom era contraditório; sendo franco, tinha poucas esperanças de que o Pokémon o ouvisse desta vez. Fazia tempo que não o via tão agitado. – Esse monstro vai ficar preso aqui por algum tempo. Terás a chance de enfrentá-lo mais tarde, mas há vidas em jogo aqui. Toda a ajuda é valiosa. – Aproximara-se antes de sussurrar. – Se não por mim, faça pela memória delas, ok?
Estava realmente se odiando por usar essa cartada. Deixava-o sempre com um gosto ruim na boca, e o Pokémon ilusório sabia disso. Fosse por indulgência ou respeito às garotas, o animal murmurou uma praga enfurecida enquanto exalava o ar de seus pulmões. Observou intensamente o adolescente por alguns instantes, certamente irritado. Quase uma criança tendo de sair de uma festa. Por fim deu meia-volta e subiu alguns degraus a passos pesados. É... Caso sobrevivessem ao dia, aquela noite seria turbulenta. Deu de ombros, um sorriso tímido tracejado em seus lábios. Bom, nessas circunstâncias o Pokémon teria todo o direito de protestar. Por hora, só queria resgatar o maior número possível de pessoas e torcer para que certa dupla de Astralis já tivesse saído do estádio.
Todo passo daquele monstro provocava um novo tremor que abalava o coliseu. Graças às explosões que causara com seus ataques, cada vibração parecia ser suficiente para ruir com a estrutura. Escombros e poeira enchiam a arena que momentos antes estivera repleta de adolescentes e Pokémons. Não sabia nem mesmo se todos haviam escapado. Passou a mão por sobre a têmpora, estremecendo de dor ao sentir o fluido vermelho e quente escorrer de sua testa. Um fragmento de rocha lhe atingira o rosto posteriormente à segunda explosão. O corte felizmente não era profundo, mas o sangue que escorria dificultava sua visão. Suas madeixas douradas estavam coladas em seu cenho. Cambaleava um pouco devido à tontura que sentia. Seu companheiro caminhava alguns metros à frente, esgueirando-se por entre os destroços do obelisco. Vez ou outra a avistava por sobre os ombros com um olhar preocupado. Fora o pó que cobria seus pelos estava perfeitamente bem. A despeito da situação dava-lhe um sorriso tranquilizador sempre que o fazia. Carregava o arco em uma das mãos, apertando-o com mais força a cada passo que dava. Um novo abalo sísmico a fizera perder o equilíbrio, mas uma mão agarrou-lhe o pulso antes que caísse.
– Tome cuidado, Rathy. – Alertou-lhe Julie, seus olhos flamejantes brilhando com uma determinação perigosa. Salvo uns poucos fios de cabelo desalinhados e alguma sujeira em suas faces aparentava estar bem. Flareon caminhava cuidadosamente ao seu lado, os olhos fixos em Regigigas. – Tens certeza que não queres que eu cauterize este corte? – Inclinara a cabeça para o lado. Com um estalar de dedos criou uma pequena chama sobre o indicador.
– N-Não... Eu estou bem. – Recusara educadamente. Feitiços de fogo eram utilizados no tratamento de feridas somente como primeiros-socorros em campos de batalha. Certa vez ouvira falar de uma única magia curativa deste elemento, mas nunca confirmara o fato. Preferia suportar a dor por mais algumas horas a queimaduras. – Melhor não desperdiçar suas energias. Precisaremos de tudo que tivermos para derrotar aquele monstro. – Reunira toda a confiança que tinha em um sorriso indulgente antes de jogar os cabelos para o lado. – Será embaraçoso se não conseguires me acompanhar.
– Ficando convencida agora, é? – Rebatera em um misto de irritação e divertimento. Algo em seu sorriso deixou a loira com um frio na espinha. – Imagino se conseguirás manter a compostura se certo alguém surgir por aqui. – Sem esperar por uma resposta apertou o passo, seu rabo-de-cavalo balançando de um lado para o outro. Parara o suficiente apenas para ver o rosto da amiga ruborizar.
A réplica não veio. Não tinha como dá-la. “Afinal, sou um Astralis que perdeu a capacidade de usar Viralts.” As palavras que lhe foram confidenciadas pelo adolescente ressurgiram em sua mente. Trairia sua confiança se revelasse a informação. Mordeu o lábio inferior com força, uma súbita dúvida tomando forma. Ele não faria aquilo, não é mesmo? Impossível... Não naquele estado. Seria suicídio. Por alguma razão, sentia o coração preso entre garras gélidas. Ficara difícil até de respirar. Jogou a cabeça de um lado para o outro na tentativa de remover tais pensamentos e seguiu a amiga.
A primeira visão que tiveram fora de gelar o sangue. Regigigas havia cessado com os ataques erráticos e irregulares e se dirigia, ainda que lentamente, às arquibancadas. O local estava quase deserto a primeira vista, mas era difícil saber se não havia ninguém enterrado sobre os escombros. Se ele arrebentasse qualquer ponto para escapar do estádio... Seria um massacre. Viram-no erguer um braço antes de ter o punho envolvido por um ciclone de energia alaranjada. O vento se deformava ao seu redor, ondulando perigosamente. Não foram necessárias palavras, apenas uma rápida troca de olhares. Retesou a corda de seu arco. Três flechas de gelo surgiram entre seus dedos, reluzindo sob o sol do entardecer. Fizera mira rapidamente e disparara. Atingiram o gigante no anel dourado que revestia seu ombro. Extensos cristais saltaram ao longo da estrutura, pontiagudos como lanças. Limitaria, ainda que pouco, seus movimentos. Um risco negro cruzara os céus a frente de seus olhos. O chicote da amiga enrolara-se ao redor do antebraço Chamas envolveram-no, cintilantes como o sol. Causariam de pouco a nenhum dano, mas provavelmente atrairiam sua atenção. Dito e feito. A energia ao redor de seu punho fora dispersa. Permaneceu imóvel por alguns instantes. Estranhamente aquilo fez um arrepio gélido correr pela sua espinha. O Pokémon virou-se brutalmente, o braço esticado passando perigosamente das arquibancadas. Julie tivera de recolher a Viralt para não ser arremessada ao ar. Formara-se uma esfera azul com o diâmetro de um metro e meio entre seus dedos. Arremessou-a em uma mescla de violência e selvageria. Não poderiam desviar; a força destrutiva era incomensuravelmente maior que a das anteriores.
– Droga! – Murmurara a morena, estalando a língua. Não esperava tanto poder em um único ataque. – Flareon, impeça-o com Flamethrower!
– Glaceon, Ice Beam! – Proferira a loira. Retesou a corda do arco, uma flecha de gelo surgindo entre seu indicador e o dedo médio.
A resposta de ambos os animais fora imediata. O Pokémon flamejante inspirou o máximo de ar que pode. Exalando pela boca, lançou junto um ciclone de chamas vermelho-alaranjadas. Ao seu lado, o mamífero cerúleo emitia um leve brilho de sua testa. Abrira as mandíbulas levemente e uma esfera azul bebe formara-se em frente ao seu focinho. Relâmpagos azulados foram projetados de seu interior e seguiram rumo ao movimento adversário. A moça fizera mira rapidamente e disparara a flecha. O dardo explodira a meio caminho e dera origem a inúmeros cacos de gelo. A colisão com a esfera parecera ter efeito retardado; sua velocidade fora diminuindo gradativamente. Explodiu pouco antes de parar por completo. O impacto da onda de choque tivera força suficiente para atirar brutalmente os quatro para trás.
Estirada sobre o solo, seu corpo inteiro doía. A colisão fora mais violenta do que esperava. Seu peito parecia ser esmagado por uma enorme pressão. Fizera menção de se erguer, mas uma súbita tontura lhe apossara. O vômito subira-lhe a garganta, mas conseguira contê-lo. Suas roupas estavam empoeiradas e rasgadas em alguns pontos. Sua Viralt estava a um braço e meio de distância da sua cabeça. Julie apoiava-se sobre um joelho, sua respiração em um ritmo entrecortado. Carregava seu chicote em uma de suas mãos, as labaredas ardendo muito tenuemente. Os Pokémons mantinham-se de pé, embora cambaleassem hesitantemente, aturdidos. O esforço que tivera de fazer para se sentar esgotara-a quase que completamente. Levou uma das mãos à testa ao sentir a cabeça tornar-se leve. Precisariam de um tempo para recuperarem suas forças; isto era evidente. Infelizmente, aquilo era algo que lhes faltava. Um novo urro encheu seus ouvidos. Um par de anéis constituídos por orbes de energia cor de neve envolveram diagonalmente o corpo de Regigigas. Conforme a luminescência diminuía as esferas davam lugar a lascas de pedras cinzentas e afiadas. Socou o ar a sua frente e, ao fazê-lo, disparou os pedregulhos. A reação fora imediata. Erguera-se, ainda que desajeitadamente, e agarrou o arco com mãos trêmulas. Rodopiou sobre os calcanhares e rapidamente fez mira, uma nova seta gélida surgindo entre seus dedos. Ao dispará-la viu-a explodir e transformar-se em incontáveis aves. Viu a morena estalar o chicote contra o chão, criando instantaneamente um ciclone de chamas. Conseguiram deter parte das rochas, mas outras as atingiram. Incontáveis feridas surgiram em sua pele macia, tingindo-a de vermelho. O mais grave viera segundos depois, quando um dos fragmentos atravessou-lhe uma coxa. A dor foi imediata. Provavelmente quebrara um osso. Caíra para trás com um grito doído, as mãos envolvendo a perna perfurada. Lágrimas brotavam de seus olhos e, apesar de resistir, desciam-lhe pelas faces. A dor era tal àquele ponto. Ouviu algo que poderia ter sido Julie chamando seu nome, mas não estava certa. Uma sombra subitamente cobrira-lhe o corpo. Ao erguer a cabeça não pôde evitar empalidecer. O Pokémon colossal estava a poucos metros de distância e encarava-a fixamente. Sem exprimir qualquer som a fera erguera um braço. Uma aura dourada circundara seu punho, emanado uma assustadora quantidade de energia.
– Flames of conflagration, become the envoy of my will and do my bidding. Blaze Star!
O encantamento fora dito rapidamente, mas conseguira entendê-lo com perfeição. Tornara a face para o lado a tempo de ver a morena lançar uma dúzia de estrelas flamejantes na direção do colosso. Entre elas, Flareon avançava envolto em um manto de labaredas vermelho-alaranjadas. Uma trilha negra era deixada na areia por onde passava. Ao saltar, os projéteis fusionaram-se ao seu torso. Seu corpo imediatamente começou a brilhar em carmim, o fogo que o rodeava intensificando na mesma proporção. Atingira o braço do gigante com força suficiente para repeli-lo para o lado e cancelar a técnica. Antes que o pequeno mamífero retornasse ao solo, Glaceon abrira a boca e lançara uma leva de relâmpagos azul-bebê. Alvejaram o ombro do titã e congelaram-lhe meio antebraço. Não resistiria por muito tempo; um simples flexionar de seus músculos o livraria daquilo. Dava-lhes, contudo, segundos preciosos. Rathy levantou-se com dificuldades, a perna ameaçando ceder a qualquer instante. Julie alcançou-a e passou um de seus braços por sobre seus ombros, ajudando-a a se manter de pé.
– Consegues andar? – Perguntou-lhe a amiga, a preocupação transparecendo em seu tom. Assentiu de leve com a cabeça. Dando-se por satisfeita, a moça tornou sua atenção para a batalha. – Flareon! Glaceon! Contenham-no enquanto eu tiro a Rathy daqui!
Os mamíferos investiram no mesmo instante. Enquanto avançava, um brilho branco tomou conta do corpo do animal flamejante. Múltiplas cópias suas surgiram, avançando envoltos por um manto de energia. Por sua vez, o Pokémon glacial abriu a boca, um brilho cianótico tomando-a inteiramente. Com um sopro, expulsou todo o ar de seus pulmões. Minúsculos cristais de gelo eram carregados pela lufada de ar. Passara por um dos pés de Regigigas, criando uma fina crosta ao seu redor. Um por um, os Flareons assaltaram-no. Atingiam-no incessantemente, mas o gigante parecia não sentir. Não esboçava qualquer reação; meramente estudando o vazio. Por fim, após outra série de investidas, rugiu a plenos pulmões, cingindo a si mesmo com uma aura alaranjada. Instantes depois, emitiu uma onda de energia por todo seu corpo. Os clones eram destruídos tão logo o campo de força os atingia. Por fim, o original fora alvejado e arremessado para cima. O colosso ergueu um de seus braços e, velozmente, desceu-o de encontro ao animal flamejante. Momentos antes de ser ferido, Glaceon o afastou com um rápido empurrão. Entretanto, o mamífero álgido finou por sofrer o impacto. A força do tapa impeliu-o violentamente contra o solo. Um baque audível ecoou pela arena, seguido pelo grito angustiado do Pokémon. Encolheu-se um pouco, choramingando silenciosamente em dor.
– Glaceon! – O grito de desespero escapou por entre os lábios da loira, seus olhos arregalados de medo. Tentava se aproximar, mas Julie a segurava com força. Seu sangue pareceu gelar ao ver o colosso erguer novamente o braço pronto para o golpe final, um turbilhão de energia envolvendo seu punho.
– Muito obrigada, meu jovem. – Agradeceu-lhe uma idosa, deitada sobre um leito improvisado. Fora alguns arranhões e contusões, não parecia estar muito ferida. Sorria fracamente, mas a gentileza era mais que evidente.
– Não se preocupe, senhora. Apenas descanse e concentre-se em ficar melhor. – Respondera-lhe calmamente, esboçando um sorriso calmo. Desviou o foco de sua atenção para o par de alunos que transportavam a maca. Queriam fugir a princípio, mas ofereceram sua ajuda rapidamente após Zoroark ter tido uma pequena “conversa amigável” com os dois. – Tirem-na daqui e depois se afastem o máximo que puderem. Se houverem outros sobreviventes eu me encarrego de tirá-los do estádio.
Não se fizeram necessárias outras palavras; a dupla anuiu rapidamente e se retirou, passando com cuidado pelos destroços. Quando finalmente desapareceram, permitiu-se um suspiro cansado. Era pouco provável que encontrasse outros sobreviventes àquela altura; os poucos remanescentes estariam presos em bolsões de ar dentre os escombros. A alguns metros, Iri percorria as arquibancadas apressadamente. Ralara os joelhos durante a confusão, mas se sentia alguma dor conseguia disfarçar com perfeição. Seus Pokémons acompanhavam-na durante o trajeto, atentos a qualquer movimentação. Quando a moça virou a cabeça em sua direção, fez-lhe sinal para que se aproximasse. Agachou-se sobre um dos joelhos e depositou suas mãos sobre os ombros da criança. Vira-a estremecer com o contato, mas recuperar-se com a mesma velocidade. Aquilo conseguiu trazer-lhe um sorriso aos lábios.
– Você pode sair agora. Volte para a Academia e fique por lá. – Instruiu-a. Conseguiu manter-se calmo, apesar da situação. Ao ver que a criança iria retrucar, foi ágil em prosseguir. – Não precisa se preocupar. Irei apenas dar uma última olhada em busca de sobreviventes e então sairei daqui. – Esboçou um leve sorriso reconfortante.
Era mentira. O que faria a seguir beirava ao suicídio, mas ao menos poderia salvar Rathy e Julie. Verdade seja dita, teve a vontade de entrar no combate assim que as vira enfrentando a criatura. Os rosnados e impulsos violentos de Zoroark tornaram-se mais frequentes após a visão. Não podia repreendê-lo; ele próprio estava longe do seu habitual estado de tranquilidade. O que dera na cabeça das duas para resolverem combater Regigigas ia além de sua compreensão. Por um lado, os riscos da batalha aumentavam consideravelmente. Por outro... Era impossível negar que, se conseguisse o auxílio das garotas, teriam uma chance de derrotar ou ao menos atrasar o golem sem a necessidade de usar suas Viralts. Mesmo que elas não causassem grandes ferimentos ao Pokémon gigante, abririam oportunidades ao vulpino sombrio só de retardá-lo. Em último caso, as tiraria de lá mesmo que a custada própria vida. O mais curioso era o vazio que sentia mediante a possibilidade de morrer. Era engraçado, de certa forma. Supunha que para alguém que perdera quase tudo que lhe importava falecer não era uma perspectiva de toda ruim. E, se toda a baboseira religiosa que escutara durante a vida tivesse algum fundamento, encontrá-los-ia muito em breve.
– E-Entendido, Taiyou-san. – Respondeu Iri com algum receio, o tom de decepção evidente em sua voz. Não tinha jeito dessa vez: colocá-la-ia em perigo caso consentisse com seu desejo. Bom, supunha que poderia recompensá-la posteriormente. Viu a criança dar meia-volta e afastar-se com passos ligeiros e curtos. Bars e Lisichka seguiam-na de perto, galgando tranquilamente. Dera pouco mais que uma dúzia de passos antes de se virar com um sorriso encorajador. – Fique em segurança.
Permaneceu com uma expressão calma até que ela se afastasse. O sorriso então morreu e deu lugar a feições sóbrias. Sem uma palavra, levou os dedos aos lábios e assobiou. Em instantes, Zoroark pusera-se ao seu lado. Uma fina camada de poeira revestia todo seu corpo, mas era o único indício de anormalidade em seu corpo. Seus arfares constantes eram um sinal de que sua paciência estava se esvaindo rapidamente. O olhar, contudo delatava uma jovial animosidade mediante ao chamado. Seu espírito de luta queimava com tal intensidade que o garoto começava a ter pena de Regigigas. O mais provável era que o canídeo negro atacasse-o brutalmente até sentir-se satisfeito. Um destino triste, mas antes um adversário do que ele próprio. Vislumbrou rapidamente o Pokémon sombrio e lhe deu um leve aceno de cabeça. Podia jurar que um pequeno sorriso se fizera presente em suas feições.
– Glaceon! – O súbito grito aterrorizado fizera-os arregalar os olhos involuntariamente. Virou a cabeça de imediato em direção ao som. A visão fez sua expressão tornar-se sombria. Não havia mais tempo a perder. Era hora de agir. Sede de sangue fluía por toda a extensão de seu corpo.
– Zoroark. – Chamou friamente. O Pokémon avançou alguns passos, pronto para a ordem. A felicidade outrora presente em sua face fora substituída pela expressão de um predador observando sua presa. – Elimine-o.
O canídeo avançou de imediato. Relâmpagos negros revestiram seus braços e suas garras tornaram-se escarlates. Orbes compostos de aros negro-azulados formaram-se em frente à palma de suas mãos. Fora atingi-lo com uma das esferas entre os olhos. Uma explosão se sucedeu, projetando trovões obsidiana por entre as frestas de seus dedos. Um novo ruído surgira entre os chiados de faíscas; um grito abafado de dor do colosso. Recuou um passo, vacilante. Triunfante, o Pokémon sombrio prosseguiu com o assalto, forçando o adversário para trás. Com dificuldades, o golem gigante desferiu um soco envolto por um turbilhão de energia dourada em direção ao vulpino. Não podia ver de onde estava, mas Taiyou tinha certeza de que um sorriso teria surgido na face de seu parceiro. Aproveitando da pouca distância entre os dois, a raposa ilusória encostou os pés no tórax de Regigigas, tomou impulso e saltou para trás em uma cambalhota ascendente. Olhando para baixo, abriu a boca e disparou uma torrente de chamas vermelho-alaranjadas. Foram atingir o arbusto sobre o ombro direito do Pokémon. A reação fora imediata; dera um grito de agonia ensurdecedor e caíra sobre um joelho. Sem dar descanso, Zoroark pousou graciosamente sobre o solo e avançou novamente. O adolescente deu um riso curto e seco; o animal estava se divertindo mais do que julgava ser possível. A euforia em combater um adversário poderoso sempre foi um de seus maiores prazeres.
– Ora, ora. Parece que o Zoroark-chan não mudou nada nesses últimos anos... Que nostálgico. – Disseram de forma tranquila e gentil às suas costas. E, pela primeira vez em muito tempo, suas forças o deixaram. Seu coração pareceu ter parado por alguns segundos. Aquela voz... Impossível. Um par de braços envolveu seu pescoço e alguém pressionara seu próprio corpo contra o dele. O calor do contato e a fragrância de tulipas e rosas descartavam a possibilidade de ser um mero devaneio. Sentiu-a apoiar o queixo sobre seu ombro, os lábios roçando levemente sua orelha. – Tive muitas saudades suas, Taiyou.
Tão logo sentiu ela se afastar um pouco, virou-se em sua direção. A visão que tivera lhe fez arregalar os olhos. Estava mais velha e seu corpo se desenvolvera consideravelmente desde a última vez que a vira, mas era ela sem sombra de dúvidas. Tinha por volta dos dezessete anos de idade e era talvez uma cabeça menor que o adolescente. Seus cabelos azul meia-noite eram ondulados e longos, descendo-lhe até a base das costas. Uma elegante franja cobria-lhe a testa. Seus olhos eram como ametistas, cintilando serenamente em sua bela face. Seu corpo era extremamente voluptuoso, com amplos seios e uma cintura fina. Usava um vestido de seda branco que exibia muito de seu decote e seu colo faiscante. Além disso, certas... “áreas” do vestido eram quase transparentes. Vestes cor-de-rosa, desenhadas como um par de caudas de escorpião, cobriam-lhe os seios e outra idêntica, mas de tom azul-marinho, tudo à cima das coxas. Um pequeno adorno felpudo, alvo como neve de inverno, envolvia folgadamente seu pescoço. Uma rosa alabastrina decorava-lhe os cabelos e outra no mesmo tom de seus olhos estava presa à cintura de seu vestido. Havia outras quatro, todas vermelhas como sangue; duas em seu colar e outras duas sobre seus sapatos cor-de-rosa. Em uma das mãos, carregava Excendeiss; uma enorme foice, negra como azeviche que era maior que a própria garota. O interior da lâmina era escarlate e sua base era como a ponta de uma alabarda.
– Valen... Tina... – Foi tudo que pôde pronunciar.
Primeiramente, peço desculpas pela demora em trazer este capítulo. Fora o bloqueio que tive enquanto escrevia o último capítulo, houveram ainda os exames finais da faculdade, me mudei de casa e também voltei a jogar RPG tático. Vou tentar evitar que isso aconteça no futuro. Realmente, sinto muito pelo tempo de espera. Bem, dadas as explicações, vamos aos comentários:
Rush escreveu:DZ! /o/
Fico muito feliz que você tenha voltado com a fic. Fiquei com medo que você tivesse abandonado o fórum, pois você ficou quase um mês ausente. :/ Não posso negar a felicidade que eu senti ao ver você postando um cap novo, pois além de confirmar que você não nos abandonou, foi a prova necessária para mostrar que a fan fic também está ativa. Enfim, bem vindo de volta!
Pra ser honesto, tive que ler o capítulo passado novamente para entender o início deste, mas percebi que realmente o espaço de tempo entre os dois não foi algo seguido, e houve uma pausa entre esses dois capítulos. Isso me aliviou um pouco, pois não me senti mal por ter esquecido do conteúdo... Que no final eu nem tinha esquecido! hahah E bem, falando sobre esse capítulo, como sempre, posso dizer que foi fantástico. Começo a gostar cada vez mais do relacionamento entre Rathy e Taiyou, a forma em que os dois fluem é algo bem gostoso de se ver. Gosto da combinação maliciosa do Taiyou com a inocência da loira. E pra melhorar ainda mais, o Zoro-Chan acaba completando esse triangulo carismático. Fico ansioso para ver a desenvoltura do Glaceon para ver se será possível um "casal" de personagens e Pokémons, embora ache difícil.
Bem, agora é canon que a Rathy sente alguma atração por Taiyou. Primeiro se arruma e depois a própria Julie percebe o comportamento mais focado quando longe do rapaz. Bem, pra ser honesto, eu não a culpo. O jeito que você descreve o rapaz mostra como o cara é... No mínimo, estiloso pra caralho. Parece que você tornou esse deslize de calcanhares para girar rapidamente um aspecto do Taiyou, e eu achei isso muito maneiro. Eu gostaria de fazer isso na vida real, mas acho que levaria um capote nas primeiras tentativas. AUEHAUE'
Outra coisa que eu gostei do capítulo, foi a aparição da Iri. Não que eu tivesse esquecido dela, mas achei que ela iria demorar para surgir, ou não teria uma participação tão envolvente a ponto de despertar uma lembrança triste tanto de Taiyou quanto do Zoroark. Pra ser honesto, de uma maneira inocente, eu achei bastante suspeito. Mas prefiro não criar nenhuma teoria da conspiração agora. AEUHAU'
Sobre as escolhas... Honestamente, eu não cheguei a ver o poder dessas Astralis Militares, mas eu achei que enfrentar um Regigigas algo BEM mais assustador. Quer dizer... É tipo enfrentar um colosso de Shadow of the Colossus no modo mais difícil, né? Um vacilo e tu morre. AUHUAE' Mesmo que morrer não seja uma opção, já que em caso de grandes riscos a batalha é interrompida. Mesmo assim... Eu sinto medo pela Rathy e pela Julie.
Pra finalizar, queria comentar sobre essa batalha. Eu me espantei bastante em ver o poder da loira. Já esperava algo habilidoso de Julie, já que ela chegou a empatar com Taiyou há alguns capítulos atrás, mas a Rathy realmente se destacou. É impressão minha, ou se aquele golpe tivesse atigindo em cheio seus oponentes, sem a omissão de seu verdadeiro dano, eles iriam morrer? o_o
Um detalhe que eu curti bastante, mas é bem off do assunto, é o fato do Zoroark poder ser manipulado com chocolate. AUEHAUEUA' Eu achei bem fofo e interessante, imagino que isso também possa ser usado como uma forma prejudicial, por um inimigo disfarçado ou coisa do tipo... Mas como citei antes, não irei criar nenhuma teoria da conspiração.
E finalizando nada, esqueci de comentar sobre essa aparição no final... Friend or Foe? A impressão que deu, é que ela é uma vilã que era aliada ao Taiyou... Que também era um vilão no passado. Isso me fez pensar... Será que ele causou a morte daquelas duas crianças que significaram tanto para ele? Talvez o trauma tenha sido tão grande porque ele tenha causado, e não por ele não ter detido... Mas bem, aguardo o plot pra descobrir.
É isso cara, parabéns por mais um capítulo sublime e magnifico. É realmente uma ótima leitura para se investir num tempo chuvoso como esse, aqui em SP. Salvou minha quarta feira, isso pode ter certeza.
Eu aguardo o próximo capítulo desde já, ansiosamente no fundo de meu coração, e caso você queira criar outra fan fic em outro forum, por favor, me avise para eu também poder acompanhar. Eu amo sua escrita e suas ideias, você tem um talento nato para isso.
Um abraço cara, até o proximo capítulo!
Rush o/
Pode ficar tranquilo que até eu acabar essa história é pouco provável que eu saia do fórum. Fico feliz que tenhas gostado deste último capítulo. Que bom que estás gostando da química entre o Taiyou e a Rathy, afinal é uma das relações principais da história. O Glaceon terá um desenvolvimento posterior sim, mas não chegará a formar um casal com o Zoroark. Por mais que eu não tenha problemas com relacionamentos homossexuais, já tenho um par em mente para o Pokémon Dark que irá aparecer mais para frente na história. Contudo, posso dizer que os dois - Zoroark e Glaceon - se tornarão bons amigos com o tempo. Esse girar sobre os calcanhares foi algo que eu tirei de um amigo meu que faz street dance. Fiquei curioso quanto a estas possíveis teorias que falaste. Como eu disse anteriormente a Iri terá um papel bem importante durante o desenrolar da história então ela vai aparecer com alguma regularidade ao longo dos capítulos. Tem também o fato de que eu adoro usar personagens kawaii nas minhas histórias, outra razão para que ela tenha grande destaque. Achei legal a comparação do Regigigas aos colossos de Shadow of the Colossus e admito que peguei as lutas mais que épicas daquele jogo para desenvolver o combate contra ele. Não sei se o golpe dela realmente chegaria a matar as adversárias - não havia ponderado a possibilidade quando escrevi o capítulo- mas com toda a certeza deixaria-as no mínimo com graves ferimentos. O detalhe do Zoroark gostar de doces é algo que serve como descontração, mas admito que ele poderia ser coagido com o suborno certo. Quanto ao papel da garota misteriosa devo dizer que acertaste quase inteiramente sobre a identidade da nova personagem e as garotas que apareceram na mente do Taiyou, mas há algumas poucas diferenças. Espero que gostes deste capítulo.
P.S: Se quiseres, posso te mandar pelo Skype o primeiro capítulo da Fanfic que planejo postar no Fanfiction.net
Black~ escreveu:Primeiramente, desculpa mesmo eu ter demorado tudo isso pra comentar, eu já tinha lido o capítulo semana passada, mas acabei nem comentando, mas enfim, deixemos essas intempéries para lá.
Bem, eu gostei bastante desse capítulo, ficou muito bom, apesar de também ter lido o final do capítulo anterior para entender melhor, mas, de toda forma, esse ficou muito bom e teve um desenvolvimento muito grande da relação entre o Taiyou e a Rathy, além da batalha, mas enfim.
A Rathy está aparentemente mostrando que sente algo pelo Taiyou, visto que ela demorou bastante para se arrumar - e ficou com vergonha quando a Julie falou isso - e ainda mostrou-se bem mais concentrada quando o Taiyou não estava junto a ela, vamos ver como isso vai se desenvolver durante o prosseguimento da fic.
Eu também me impressionei bastante com a Rathy lutando - muito por causa do seu jeito "menina fofinha - mas ela me surpreendeu bastante, demonstrando ser uma excelente lutadora, e também foi possível ver que há um entrosamento muito grande entre ela, a Julie e as duas eeveelutions. Vou esperar para ver uma luta contra outros adversários para ver como elas se saem. Eu também fiquei pensando que se a Rathy usasse toda a sua força, ela mataria os adversários.
Enfrentar um Regigigas? Isso me parece bem sinistro, visto que todo mundo sabe que ele pode atacar até a morte, tendo que interromper a batalha. Eu concordo com o Rush, de que mesmo que as Astralis Militares forem extremamente fortes, ainda parece mais sensato - pra dizer o mínimo - lutar contra elas do que contra um capiroto daqueles, como é o caso do Regigigas huhauha, mas enfim.
Eu fiquei bem "curioso" com aquela reação do Zoroark e do Taiyou ao ouvirem a Iri chamar o Zoroark de Zoro-chan, fiquei bem curioso de saber quem eram aquelas meninas - que para despertarem algo assim nos dois, devem ter sido realmente muito importantes. E achei bem engraçado um bichão daquele, todo independente, etc. ser subordinado com chocolates huahuhahauhahua, mas enfim.
Bem, acho que é só e boa sorte com a fic.
Black~ o/
Nem esquenta com demora para comentar que eu estou infelizmente me tornando craque nisso. Fico feliz que estejas gostando do rumo da história. A relação entre a Rathy e o Taiyou será um ponto que será desenvolvido muito bem ao longo da história, visto que ambos são personagens principais. Eu honestamente fiquei surpreso com o fato de a força da loira ter surpreendido tanta gente, mas creio que, assim como explicaste, isso se deva ao fato de ela agir como uma "menina fofinha". Não sei se ela chegaria a matar as adversárias, mas com certeza teria ferido seriamente ambas. É bem verdade que enfrentar um Regigigas é uma loucura das grandes, mas no caso uma Military Class Viralt tem potência para destruir uma cidade inteira facilmente. A reação dos dois tem em base um trauma antigo que vai ser explicado mais profundamente posteriormente. Espero que gostes deste capítulo.
xKai escreveu:Olá DZ, olha cara este capítulo além de muito interessante foi totalmente fantástico! Além das descrições quase que perfeitas (poxa, dava pra saber absolutamente tudo o que se passava na mente dos personagens, não deixou faltar nada) o enredo está seguindo um caminho bastante interessante, estou realmente muito entretido com tudo isto, me pergunto quais outros mistérios e suspenses estarão aguardando mais adiante. Como de costume o Taiyou parece se divertir muito enquanto seduz a Rathy na maior cara de pau, não creio que se trate apenas de uma brincadeira meiga, acredito fielmente que existe um certo tom de maldade em tudo isto -q Neste capítulo o Zoroark, bem... Foi o Zoroark, tirando o fato de que Taiyou lhe revelou um segredo, sei como ele se sente, também sou tarado em chocolates, sou capaz de me vender facilmente por um snickers... E nem assim consigo engordar
A batalha foi simplesmente demais, apesar de bem simples, a estratégia da muralha de gelo foi aparentemente algo que qualquer um poderia ter feito com tais habilidades, porém da forma que foi usada se destacou bastante, acredito que o tenha feito assim para que futuras estratégias tenham um brilho maior, pelo menos eu espero que tenha sido este o objetivo. Tenho mais uma coisa para perguntar... Hm... Menina má, inocente e muito cruel, parece a antagonista da minha fic de Naruto, pelos adjetivos referidos, de onde você tirou a ideia dela? Eu apesar de não ter curtido muito o jogo, usei um pouco da personagem Lumina de Final Fantasy XIII - Lightning Returns. Eu adoro personagens assim, que mostram a crueldade com aquele ar de inocência, quase como se não se importasse ou fizesse o que faz sem saber se é certo ou errado...
Bom meu amigo, por hoje isto é tudo, espero ansioso pelo próximo capítulo.
xKai o/
Primeiramente, fico feliz que tenhas gostado do capítulo. Honestamente, o Taiyou está apenas se divertindo um pouco às custas da garota, não chega a ser maldade nem nada do tipo... Só zoação mesmo. O Zoroark ser um chocólatra foi mais para dar um ar de descontração e infantilidade do moço. Realmente, a batalha foi um pouco curta pois pretendo ter um desenvolvimento maior nas mais importantes. Quanto a nova personagem, eu fiz ela uma versão ligeiramente mais séria que as personagens Excela e Veloce em Summon Night 5. Pela descrição do tipo de personagem de que tu gosta, tenho certeza de que irás adorá-la. Espero que gostes deste novo capítulo.
Hyurem escreveu:Olá, DZ. Eu sei, tem que ser muito cara-de-pau pra voltar assim do nada depois de tanto tempo. Peço desculpas por não ter continuado a acompanhar a fic. Bateu um desânimo pra leitura depois dos livros que tive que consumir pra escola que vou te falar... Enfim, vou me esforçar agora pra acompanhar.
Cara, você precisa postar os capítulos mais rápido! Assim não dá... Brincadeira, sei que é difícil conciliar a "vida real" com a escrita e com a PM. Mas agora sério, li eles todos esse final de ano, e precisei me segurar pra fazer a história durar alguns dias. Poderia ter lido tudo de uma vez fácil. Sua escrita é muito envolvente e a história sempre me deixa curioso sobre alguma coisa.
Vou fazer um comentário mais geral sobre os capítulos, citando só os acontecimentos maiores e que acho que possuem maior relevância (pelo menos por enquanto).
Gostei muito dos capítulos de interação que você escreveu. Achei engraçado o fato de nenhum Pokémon aparecer num capítulo de uma fan-fiction de Pokémon (eu nem tinha me tocado disso até ler os outros comentários hahaha). Mas isso não tornou o capítulo da visita da Rathy ao Taiyou pior. Também foi ótimo. Mas a garota nunca ter visto um cara sem camisa parece algo meio absurdo.
Achei incrível a batalha contra a Seviper (se não me engano) e o membro da Murders. O cara nem teve chance. Isso me trouxe uma dúvida: todas as pessoas que possuem Pokémons são necessariamente astralis e também tem viralts? Posso estar enganado, mas penso você não citou isso na história, pelo menos não diretamente. Achei fantástica a forma como o Taiyou agiu depois de perder dois sentidos, e ela me lembrou de uma habilidade do anime HxH (Hunter x Hunter), do qual já falaram sobre nos comentários (recomendo).
A capacidade de manipular memórias da Ariel parece meio OP. Isso abre muitas possibilidades. Mas penso que deva haver um limite para ela e também alguma barreira contra usos abusivos.
A Iri é uma personagem curiosa. Gostei da personalidade dela. Pra mim, o Taiyou viu ela mais como uma irmã mais nova, tanto que nem a provocou como fez com a Julie e com a Rathy. Eu só espero que ela não seja lobo em pele de cordeiro.
Sinceramente, ainda não tenho uma opinião completamente formada em relação ao Taiyou. Como você disse, a confiança dele vem da capacidade de avaliar a força do oponente, mas não deixa de ter um tom presunçoso. Mas que ele é f0d4 ele é.
Não duvido que a Rathy se torne minha personagem favorita logo logo pela personalidade fofa que ela possui e pelo fato dela ser aparentemente absurda com o arco (adoro personagens que usam arco). A combinação dela com a Julie e as eeveelutions foi muito boa, e mostrou o sincronismo que existe entre os quatro, embora sempre tenha o que melhorar.
O fato de uma criatura sanguinária e absurdamente forte tipo o Zoroark não se controlar quando o assunto são doces é um tanto quanto estranho, mas hilário. Assim como a forma do Taiyou de provocar as garotas. Cara abusado hahaha
Imagino o quanto as meninas citadas pelo protagonista lhe eram importantes e também ao Zoroark para os dois acabarem chocados pelo "ressurgimento" do antigo apelido do Pokémon, citado pela Iri.
A aparente vilã que você citou no final do capítulo me deixou perturbado. Essa combinação de suposta inocência e maldade pura me assusta um bocado.
Houve um momento no ultimo capítulo que a descrição ficou meio confusa, ou foi só uma confusão minha mesmo. Me diga qual foi o caso, por favor:Aquela estratégia fora elaborada por Julie para compensar a falta de eficiência de ambas em combate a curta distância; o chicote dela era mais eficaz a médio alcance e sua própria arma era um arco. Se fossem cercadas seriam derrotadas muito rapidamente. Ter um muro as suas costas preveniria isso. A formação era simples; ela na retaguarda, a morena no centro e os dois mamíferos na linha de frente.
Acho que escrevi bastante. Considere de certo modo um pagamento pelo tempo sem me manifestar
Faz tempo que você não posta nada. Espero que não tenha desistido dessa sua história fantástica, sua criatividade é muita boa e você deveria ser proibido de parar alguma história.
Bem, é isso, boa sorte com a fic e aguardo ansioso seu próximo capítulo!
Hyurem o/
Não esquenta com acompanhar a história regularmente, man. Todo mundo tem uma vida e interesses fora do fórum, afinal. Entendo também um desânimo ocasional quanto a escrita/leitura, visto que também passo por isso. Esse capítulo na realidade demorou mais porque mudei de casa, aí demorou um pouco para arrumar tudo novamente. Fico feliz que estejas gostando dos capítulos. Realmente é um pouco bizarro um capítulo em uma Fanfic de Pokémon em que nenhum destes apareça. Eu só me toquei que isso havia ocorrido após terminar de escrevê-lo, e fico feliz em ver que o pessoal também tenha reparado neste detalhe. Quanto a batalha, era um Seviper mesmo - ficou realmente assim tão difícil perceber ^^'? Não, não é necessário que o personagem seja Astralis e possua uma Viralt para ter um Pokémon como parceiro. Eu não me lembro muito de que anime/jogo eu puxei a cena, mas fiquei surpreso em ver que há similaridades com Hunter x Hunter. No caso, a Ariel consegue manipular memórias por ser a Astralis mais poderosa do continente. Em geral, habilidades psíquicas são as mais difíceis de serem manipuladas por um Astralis comum. Fico feliz que tenhas gostado da Iri, pois adoro personagens com o tipo de personalidade dela. Acertasse quanto à visão que o Taiyou possui dela. Pode ficar tranquilo que ela é inocente dessa mesma maneira. Realmente, admito que ele é um tanto quanto presunçoso, mas não vejo problemas vendo que ele tem força para suportar este traço de personalidade. Também sou fã de personagens que saibam usar arco e flecha e/ou bestas; combinando isso com a personalidade da moça dá um resultado, na minha opinião, cativante. De fato, o sincronismo entre ela e a Julie é alto pois as duas são amigas de infância. O fato de o Zoroark se tornar um chocólatra foi bem por isso mesmo kkkk. Posso afirmar que as garotas citadas pelo Taiyou tem um grande impacto tanto nele quanto na história, mas demorará um pouco para que isso seja tratado mais a fundo. Quanto a personagem do final do capítulo, não diria que ela é uma vilã, mas sim uma anti-heroína. Pode deixar que irei continuar com esta história. Espero que gostes deste capítulo.
Capítulo XI - The Giant's Rage
Um rugido gutural precedera a onda de choque que abalou o coliseu. O lugar inteiro pareceu estremecer como se tivesse sido atingido por um terremoto. O tempo parecia ter parado. Vozes morreram, presas no interior de inúmeras gargantas. Astralis e Pokémons aparentavam estar congelados, incapazes mesmo do mais simples movimento. Seu próprio coração pulou uma ou duas batidas. Até o habitual sorriso devasso de Zoroark fora dissolvido, seu rosto mostrando ansiedade pela primeira vez em muito tempo. Sentiu Iri apertar sua mão com força, tremendo levemente. Observou-a pelo canto do olho; sua face estava branca como leite e ostentava uma expressão de puro medo. Estava para dizer algo quando um som de explosão quase lhe estourou os tímpanos. Instintivamente agarrara a garota e pressionara-a contra seu peito, dando as costas para a arena. Observou por sobre o ombro. Inúmeras lascas de pedra minúsculas choviam sobre o campo de batalha. Mais acima, um gigantesco vazio apresentava-se em uma das faces do obelisco. Instantes depois, um poderoso raio laranja-amarelado fora projetado de seu interior e atingira a base de um dos pilares de sustentação do monumento. A estrutura tinha sua resistência natural ampliada por feitiços e, no entanto, metade dela fora facilmente aniquilada pelo ataque. Sem base, a corrente de energia rescindiu. Tinha de admitir; o poder do Pokémon colosso era muito maior do que esperava. Ariel evidentemente omitira alguns detalhes sobre seu encontro com a espécie. Aquilo beirava ao surreal de várias formas. Contudo, havia algo que lhe incomodava: Regigigas deveria estar selado em um sono profundo lá dentro. Seu despertar sugeria a ação de uma força externa. Com todos aqueles Astralis reunidos ali, a chance de algo assim passar despercebida era muito baixa. As únicas opções restantes eram...
Gritos de medo e terror trouxeram-no de volta à realidade. Virara em direção à comoção e sentiu-se empalidecer. O que restava do pilar destruído caía sobre uma área particularmente povoada do estádio. Reprimira um estalo de língua irritadiço. Os cidadãos estavam paralisados, fosse por medo ou choque. Francamente... Idiotice era algo sem limites mesmo. Teria de tomar as rédeas da situação antes que alguém se ferisse.
– Zoroark... Faça. – Sussurrara, ainda segurando Iri. Dada a situação, seu tom calmo era quase frio. Era um risco usar a técnica; se os Arkane Knights descobrissem nem Ariel seria capaz de mantê-lo a salvo. Todavia, ainda era melhor que a morte de dezenas.
Surpreendeu-se por não ouvir qualquer resmungo do canídeo sombrio antes que este se levantasse. Então a situação estava tensa a este ponto? Seus olhos brilharam em ciano antes que seu corpo fosse envolto por uma aura escarlate. Erguera um braço e, quase que imediatamente, toda a energia convergira sobre a palma de sua mão. Um orbe róseo, com o diâmetro de uma bola de vôlei, surgiu à sua frente. Era ligeiramente maior do que o recomendável; perderia poder, mas deveria desempenhar seu papel com perfeição. Vira o mamífero sorrir sombriamente antes de seus olhos tornarem-se carmesim. O globo escureceu significativamente e pequenos relâmpagos em tom obsidiana surgiram ao seu redor. Atirou-o em um misto de brutalidade e velocidade. Atingira o alvo a pouco mais de três metros acima das arquibancadas. Tão logo tocara a superfície da rocha o golpe aumentou exponencialmente até envolvê-la inteiramente. Amplas extensões de área se esfarelaram, transformando-se em pouco mais que punhados de areia. A reação continuou a acontecer até que nada mais restasse do pilar. O orbe desapareceu pouco depois. Uma grossa camada de areia caíra sobre os expectadores abaixo, mas estavam a salvo. Suspirara aliviado, mas se recompôs com a mesma velocidade. Não podia se dar ao luxo de relaxar.
– Saiam todos daqui e evacuem a cidade! – Exclamara, quase raspando a garganta devido à intensidade do tom. O silêncio dominante no estádio ajudara-o com isso; sua voz imperava absoluta. – Isso aqui não é mais um torneio! Sugiro àqueles que não queiram vir a falecer que abandonem as redondezas o mais rápido possível! – Voltara sua atenção para a arena. – O mesmo vale para os Astralis! Quem não estiver pronto para um combate real deve retornar à Academia! – "É matar ou morrer", concluiu mentalmente.
– T-Taiyou-san... – Ouvira a criança sussurrar contra seu peito. Vislumbrou sua face; o olhar era em grande parte uma mescla de fascínio e medo, mas havia também um toque de curiosidade infantil e, espantosamente, determinação. Sabia qual seria sua pergunta de antemão. – O que foi esse ataque de agora?
– Aceleração temporal massiva; Ruin Caduceus. – Definira, a ansiedade que sentia perfeitamente mascarada em seu tom. – Uma evolução do Night Daze.
Uma meia-verdade. A realidade era milhares de vezes mais complexa que um simples “upgrade”. Anos antes, o canídeo das trevas, na época ainda um Zorua, tivera um contato acidental com a Viralt de uma de suas companheiras e incorporou parte de seu poder. Isto é, o envelhecimento superacelerado da matéria. As estimativas de Ariel eram de que qualquer coisa que fosse alvejada de raspão envelheceria duzentos anos instantaneamente. Exposição prolongada ampliava exponencialmente o efeito. Água virava sal, rocha e seres vivos tornavam-se nada além de pó... Supérfluo dizer que a Silver Witch proibira-o de utilizá-la em seres-humanos e Pokémons. Assustador a princípio, inofensivo quando comparado ao original. O golpe do vulpino dificilmente superava a marca de um décimo do poder dela. Era um vislumbre do tipo de monstros criados naquele lugar.
O ruído de algo se partindo despertara-o de seu transe momentâneo. Não precisou olhar para saber do que se tratava. Com a ausência de uma das correntes mágicas as outras não foram capazes de prender o obelisco e se despedaçaram também. Esta era a falha maior do feitiço; apesar de forte, sua integridade era extremamente delicada. Sem a estrutura de sustentação presente, o monumento rapidamente despencou em direção ao solo. Felizmente os Astralis e Pokémons abaixo tiveram o bom senso de reagir e sair da área de impacto. Os que estavam desmaiados foram retirados pelos demais. Ótimo. Não teria de se preocupar com uma admoestação posteriormente. Areia e fragmentos de rocha ocultaram a luz do sol poente enquanto o caos se alastrava pelas arquibancadas. Histeria em massa... Tudo que precisava. Espectadores se erguiam, em pânico, tentando fugir o mais rápido possível. Os próprios combatentes retiravam-se às pressas, reenclausurando seus parceiros para protegê-los. Pusera-se de pé momentos antes de um segundo rugido abalar as estruturas do coliseu.
Do meio dos escombros surgira um gigantesco Pokémon humanoide com pouco mais de quatro metros e vinte de altura. Assemelhava-se extremamente a um golem branco, agora que o via de perto. Sete circulares e vermelhos “olhos” estavam arranjados sob o que parecia ser um padrão. Seis gemas preciosas envolviam seus olhos, três de cada lado de seu torso. As superioras eram vermelhas, as centrais azuis e as inferiores prateadas. Seus braços eram longos e grossos como toras. Três dedos da cor da neve idênticos aos humanos desprendiam-se destes. Suas pernas eram curtas e musculosas. Argolas douradas revestiam seus pulsos e ombros. Uma seção oblíqua de seu tronco que parecia servir como centro nervoso da criatura era tingido do mesmo tom. Seu corpo era coberto por rajas negras e um musgo verdejante cobria seus pés e omoplatas. Erguera os braços logo antes de criar um par de esferas azuis em frente às suas mãos. Girando seu tronco de um lado para o outro as disparou brutalmente sem um alvo em específico. O som e a onda de choque da explosão decorrente fizeram o mundo vibrar ao seu redor. O primeiro atingira a cobertura do estádio, fazendo com que parte desta ruísse sobre os assentos abaixo. O segundo viajara em direção à seção do estádio em que estavam. Sentiu Iri apertar-lhe o braço, atemorizada. O vulpino negro agira antes do impacto. Viu-o saltar para frente estender as mãos para os lados. Um campo de força turquesa envolvera-os e bloqueara a esfera. O que o jovem viu a seguir o fez arregalar os olhos. Mesmo reprimindo a técnica, Zoroark fora atirado de encontro aos bancos de rocha, rachando-os com a colisão. Jogou a cabeça de um lado para o outro e levou a mão de encontro a uma das têmporas, visivelmente desorientado.
“Quem foi o idiota que pensou que dar um monstro desses para um adolescente seria uma boa ideia...?” – Era tudo em que conseguia pensar. Cambaleante, o mamífero sombrio parara ao seu lado, seus olhos fixos em Regigigas. Sua expressão facial era uma mistura de raiva e entusiasmo. Ótimo, pensou. Agora eram duas as feras que teria de controlar. Agarrou a sacola com suas compras e entregou-as para a criança. – Iri, saia daqui agora. Eu e o Zoroark iremos evacuar todos os que estiverem aqui e depois tentaremos conseguir o maior tempo possível. – Mesmo que a troco de sua própria vida, pensara sombriamente. Não tinha ilusões; sem suas Viralts, o máximo que poderiam fazer era atrasar o colosso.
– Não! – A recusa tomara-o de surpresa. Apesar dos ombros tremendo e do medo na voz, seu olhar mostrava determinação. – Eu... Eu sou uma Astralis também! Então eu também vou lutar! – A bravura seria admirável se não fosse suportada por temor e insegurança.
– Não seja tola! – Gritou subitamente, uma cólera repentina infundida em seu tom. Só percebera a raiva ao ver lágrimas de medo surgindo nos olhos azuis da menina. Até mesmo Zoroark parecia chocado com seu descontrole. Respirou fundo e exalou o ar pela boca. – Desculpe. É só que... Isso aqui não é brincadeira. Um passo em falso e é morte certa. – Explicara com uma calma maior. Olhando o rosto ainda temeroso da garota, decidiu ser franco. – E eu não iria me perdoar se algo lhe ocorresse. – Já perdera demais por uma vida, remoera sobriamente.
– Taiyou-san...! – Murmurara a garota, um leve rubor tingindo suas faces. O semblante do adolescente era inexplicavelmente nebuloso. Engolindo em seco pusera uma mão sobre as deles. O couro das luvas era frio, mas macio. – Por favor, me deixe ajudar! M-Mesmo que eu não possa combater, deve ter algo que eu possa fazer. – Proferiu, fitando-o esperançosamente. Fitaram as feições um do outro antes de o garoto suspirar pesadamente.
– Francamente... Eu realmente não consigo te dizer não. – Comentara com um sorriso tímido. Uma nova explosão deixara-o circunspecto, contudo. – Escute. Não se afaste muito de mim e depois que todos tiverem saído vá também. – Não pode deixar de ver o rosto dela se iluminando com cada nova palavra que dizia.
– Sim! Wafuu! – Exclamara alegremente, atirando os braços para o ar. Juntou os dedos em um arco e levou-os aos lábios, produzindo um leve assobio. Em instantes seus dois canídeos estavam ao seu lado, aguardando por instruções. – Bars! Lisichka! Temos que procurar por quem estiver preso entre escombros ou ferido, ok? – Responderam com alguns latidos. – Então, usem Odor Sleuth, por favor!
Ladraram uma segunda vez em concordância antes de erguerem os focinhos. Um brilho esverdeado tomara conta de suas narinas. Tinha de admitir; estava impressionado. O valor daquela técnica em combate era nulo, mas em outras situações era uma mão na roda. Taticamente falando, habilidades de rastreamento eram extremamente úteis na Battre de Champions. Cautela com um adversário poderoso nunca era demais. Os lobos farejavam o ar sobre suas cabeças, vez ou outra girando a cabeça para outra direção. Tinha de admitir que eram bem treinados. Uma terceira explosão o fez focar sua atenção em Zoroark. O vulpino fitava o golem colérico com uma intensidade assustadora mesmo para seus parâmetros. Seus olhos cintilavam e os membros tremiam de excitação. Droga; estava demasiadamente entusiasmado. Na pior das hipóteses iria ferir algum inocente em meio ao frenesi do combate. Teria de apelar à astúcia se quisesse acalmá-lo.
– Pensa direito, Zoroark. – Falara na tentativa de um diálogo racional. Seu tom era contraditório; sendo franco, tinha poucas esperanças de que o Pokémon o ouvisse desta vez. Fazia tempo que não o via tão agitado. – Esse monstro vai ficar preso aqui por algum tempo. Terás a chance de enfrentá-lo mais tarde, mas há vidas em jogo aqui. Toda a ajuda é valiosa. – Aproximara-se antes de sussurrar. – Se não por mim, faça pela memória delas, ok?
Estava realmente se odiando por usar essa cartada. Deixava-o sempre com um gosto ruim na boca, e o Pokémon ilusório sabia disso. Fosse por indulgência ou respeito às garotas, o animal murmurou uma praga enfurecida enquanto exalava o ar de seus pulmões. Observou intensamente o adolescente por alguns instantes, certamente irritado. Quase uma criança tendo de sair de uma festa. Por fim deu meia-volta e subiu alguns degraus a passos pesados. É... Caso sobrevivessem ao dia, aquela noite seria turbulenta. Deu de ombros, um sorriso tímido tracejado em seus lábios. Bom, nessas circunstâncias o Pokémon teria todo o direito de protestar. Por hora, só queria resgatar o maior número possível de pessoas e torcer para que certa dupla de Astralis já tivesse saído do estádio.
Todo passo daquele monstro provocava um novo tremor que abalava o coliseu. Graças às explosões que causara com seus ataques, cada vibração parecia ser suficiente para ruir com a estrutura. Escombros e poeira enchiam a arena que momentos antes estivera repleta de adolescentes e Pokémons. Não sabia nem mesmo se todos haviam escapado. Passou a mão por sobre a têmpora, estremecendo de dor ao sentir o fluido vermelho e quente escorrer de sua testa. Um fragmento de rocha lhe atingira o rosto posteriormente à segunda explosão. O corte felizmente não era profundo, mas o sangue que escorria dificultava sua visão. Suas madeixas douradas estavam coladas em seu cenho. Cambaleava um pouco devido à tontura que sentia. Seu companheiro caminhava alguns metros à frente, esgueirando-se por entre os destroços do obelisco. Vez ou outra a avistava por sobre os ombros com um olhar preocupado. Fora o pó que cobria seus pelos estava perfeitamente bem. A despeito da situação dava-lhe um sorriso tranquilizador sempre que o fazia. Carregava o arco em uma das mãos, apertando-o com mais força a cada passo que dava. Um novo abalo sísmico a fizera perder o equilíbrio, mas uma mão agarrou-lhe o pulso antes que caísse.
– Tome cuidado, Rathy. – Alertou-lhe Julie, seus olhos flamejantes brilhando com uma determinação perigosa. Salvo uns poucos fios de cabelo desalinhados e alguma sujeira em suas faces aparentava estar bem. Flareon caminhava cuidadosamente ao seu lado, os olhos fixos em Regigigas. – Tens certeza que não queres que eu cauterize este corte? – Inclinara a cabeça para o lado. Com um estalar de dedos criou uma pequena chama sobre o indicador.
– N-Não... Eu estou bem. – Recusara educadamente. Feitiços de fogo eram utilizados no tratamento de feridas somente como primeiros-socorros em campos de batalha. Certa vez ouvira falar de uma única magia curativa deste elemento, mas nunca confirmara o fato. Preferia suportar a dor por mais algumas horas a queimaduras. – Melhor não desperdiçar suas energias. Precisaremos de tudo que tivermos para derrotar aquele monstro. – Reunira toda a confiança que tinha em um sorriso indulgente antes de jogar os cabelos para o lado. – Será embaraçoso se não conseguires me acompanhar.
– Ficando convencida agora, é? – Rebatera em um misto de irritação e divertimento. Algo em seu sorriso deixou a loira com um frio na espinha. – Imagino se conseguirás manter a compostura se certo alguém surgir por aqui. – Sem esperar por uma resposta apertou o passo, seu rabo-de-cavalo balançando de um lado para o outro. Parara o suficiente apenas para ver o rosto da amiga ruborizar.
A réplica não veio. Não tinha como dá-la. “Afinal, sou um Astralis que perdeu a capacidade de usar Viralts.” As palavras que lhe foram confidenciadas pelo adolescente ressurgiram em sua mente. Trairia sua confiança se revelasse a informação. Mordeu o lábio inferior com força, uma súbita dúvida tomando forma. Ele não faria aquilo, não é mesmo? Impossível... Não naquele estado. Seria suicídio. Por alguma razão, sentia o coração preso entre garras gélidas. Ficara difícil até de respirar. Jogou a cabeça de um lado para o outro na tentativa de remover tais pensamentos e seguiu a amiga.
A primeira visão que tiveram fora de gelar o sangue. Regigigas havia cessado com os ataques erráticos e irregulares e se dirigia, ainda que lentamente, às arquibancadas. O local estava quase deserto a primeira vista, mas era difícil saber se não havia ninguém enterrado sobre os escombros. Se ele arrebentasse qualquer ponto para escapar do estádio... Seria um massacre. Viram-no erguer um braço antes de ter o punho envolvido por um ciclone de energia alaranjada. O vento se deformava ao seu redor, ondulando perigosamente. Não foram necessárias palavras, apenas uma rápida troca de olhares. Retesou a corda de seu arco. Três flechas de gelo surgiram entre seus dedos, reluzindo sob o sol do entardecer. Fizera mira rapidamente e disparara. Atingiram o gigante no anel dourado que revestia seu ombro. Extensos cristais saltaram ao longo da estrutura, pontiagudos como lanças. Limitaria, ainda que pouco, seus movimentos. Um risco negro cruzara os céus a frente de seus olhos. O chicote da amiga enrolara-se ao redor do antebraço Chamas envolveram-no, cintilantes como o sol. Causariam de pouco a nenhum dano, mas provavelmente atrairiam sua atenção. Dito e feito. A energia ao redor de seu punho fora dispersa. Permaneceu imóvel por alguns instantes. Estranhamente aquilo fez um arrepio gélido correr pela sua espinha. O Pokémon virou-se brutalmente, o braço esticado passando perigosamente das arquibancadas. Julie tivera de recolher a Viralt para não ser arremessada ao ar. Formara-se uma esfera azul com o diâmetro de um metro e meio entre seus dedos. Arremessou-a em uma mescla de violência e selvageria. Não poderiam desviar; a força destrutiva era incomensuravelmente maior que a das anteriores.
– Droga! – Murmurara a morena, estalando a língua. Não esperava tanto poder em um único ataque. – Flareon, impeça-o com Flamethrower!
– Glaceon, Ice Beam! – Proferira a loira. Retesou a corda do arco, uma flecha de gelo surgindo entre seu indicador e o dedo médio.
A resposta de ambos os animais fora imediata. O Pokémon flamejante inspirou o máximo de ar que pode. Exalando pela boca, lançou junto um ciclone de chamas vermelho-alaranjadas. Ao seu lado, o mamífero cerúleo emitia um leve brilho de sua testa. Abrira as mandíbulas levemente e uma esfera azul bebe formara-se em frente ao seu focinho. Relâmpagos azulados foram projetados de seu interior e seguiram rumo ao movimento adversário. A moça fizera mira rapidamente e disparara a flecha. O dardo explodira a meio caminho e dera origem a inúmeros cacos de gelo. A colisão com a esfera parecera ter efeito retardado; sua velocidade fora diminuindo gradativamente. Explodiu pouco antes de parar por completo. O impacto da onda de choque tivera força suficiente para atirar brutalmente os quatro para trás.
Estirada sobre o solo, seu corpo inteiro doía. A colisão fora mais violenta do que esperava. Seu peito parecia ser esmagado por uma enorme pressão. Fizera menção de se erguer, mas uma súbita tontura lhe apossara. O vômito subira-lhe a garganta, mas conseguira contê-lo. Suas roupas estavam empoeiradas e rasgadas em alguns pontos. Sua Viralt estava a um braço e meio de distância da sua cabeça. Julie apoiava-se sobre um joelho, sua respiração em um ritmo entrecortado. Carregava seu chicote em uma de suas mãos, as labaredas ardendo muito tenuemente. Os Pokémons mantinham-se de pé, embora cambaleassem hesitantemente, aturdidos. O esforço que tivera de fazer para se sentar esgotara-a quase que completamente. Levou uma das mãos à testa ao sentir a cabeça tornar-se leve. Precisariam de um tempo para recuperarem suas forças; isto era evidente. Infelizmente, aquilo era algo que lhes faltava. Um novo urro encheu seus ouvidos. Um par de anéis constituídos por orbes de energia cor de neve envolveram diagonalmente o corpo de Regigigas. Conforme a luminescência diminuía as esferas davam lugar a lascas de pedras cinzentas e afiadas. Socou o ar a sua frente e, ao fazê-lo, disparou os pedregulhos. A reação fora imediata. Erguera-se, ainda que desajeitadamente, e agarrou o arco com mãos trêmulas. Rodopiou sobre os calcanhares e rapidamente fez mira, uma nova seta gélida surgindo entre seus dedos. Ao dispará-la viu-a explodir e transformar-se em incontáveis aves. Viu a morena estalar o chicote contra o chão, criando instantaneamente um ciclone de chamas. Conseguiram deter parte das rochas, mas outras as atingiram. Incontáveis feridas surgiram em sua pele macia, tingindo-a de vermelho. O mais grave viera segundos depois, quando um dos fragmentos atravessou-lhe uma coxa. A dor foi imediata. Provavelmente quebrara um osso. Caíra para trás com um grito doído, as mãos envolvendo a perna perfurada. Lágrimas brotavam de seus olhos e, apesar de resistir, desciam-lhe pelas faces. A dor era tal àquele ponto. Ouviu algo que poderia ter sido Julie chamando seu nome, mas não estava certa. Uma sombra subitamente cobrira-lhe o corpo. Ao erguer a cabeça não pôde evitar empalidecer. O Pokémon colossal estava a poucos metros de distância e encarava-a fixamente. Sem exprimir qualquer som a fera erguera um braço. Uma aura dourada circundara seu punho, emanado uma assustadora quantidade de energia.
– Flames of conflagration, become the envoy of my will and do my bidding. Blaze Star!
O encantamento fora dito rapidamente, mas conseguira entendê-lo com perfeição. Tornara a face para o lado a tempo de ver a morena lançar uma dúzia de estrelas flamejantes na direção do colosso. Entre elas, Flareon avançava envolto em um manto de labaredas vermelho-alaranjadas. Uma trilha negra era deixada na areia por onde passava. Ao saltar, os projéteis fusionaram-se ao seu torso. Seu corpo imediatamente começou a brilhar em carmim, o fogo que o rodeava intensificando na mesma proporção. Atingira o braço do gigante com força suficiente para repeli-lo para o lado e cancelar a técnica. Antes que o pequeno mamífero retornasse ao solo, Glaceon abrira a boca e lançara uma leva de relâmpagos azul-bebê. Alvejaram o ombro do titã e congelaram-lhe meio antebraço. Não resistiria por muito tempo; um simples flexionar de seus músculos o livraria daquilo. Dava-lhes, contudo, segundos preciosos. Rathy levantou-se com dificuldades, a perna ameaçando ceder a qualquer instante. Julie alcançou-a e passou um de seus braços por sobre seus ombros, ajudando-a a se manter de pé.
– Consegues andar? – Perguntou-lhe a amiga, a preocupação transparecendo em seu tom. Assentiu de leve com a cabeça. Dando-se por satisfeita, a moça tornou sua atenção para a batalha. – Flareon! Glaceon! Contenham-no enquanto eu tiro a Rathy daqui!
Os mamíferos investiram no mesmo instante. Enquanto avançava, um brilho branco tomou conta do corpo do animal flamejante. Múltiplas cópias suas surgiram, avançando envoltos por um manto de energia. Por sua vez, o Pokémon glacial abriu a boca, um brilho cianótico tomando-a inteiramente. Com um sopro, expulsou todo o ar de seus pulmões. Minúsculos cristais de gelo eram carregados pela lufada de ar. Passara por um dos pés de Regigigas, criando uma fina crosta ao seu redor. Um por um, os Flareons assaltaram-no. Atingiam-no incessantemente, mas o gigante parecia não sentir. Não esboçava qualquer reação; meramente estudando o vazio. Por fim, após outra série de investidas, rugiu a plenos pulmões, cingindo a si mesmo com uma aura alaranjada. Instantes depois, emitiu uma onda de energia por todo seu corpo. Os clones eram destruídos tão logo o campo de força os atingia. Por fim, o original fora alvejado e arremessado para cima. O colosso ergueu um de seus braços e, velozmente, desceu-o de encontro ao animal flamejante. Momentos antes de ser ferido, Glaceon o afastou com um rápido empurrão. Entretanto, o mamífero álgido finou por sofrer o impacto. A força do tapa impeliu-o violentamente contra o solo. Um baque audível ecoou pela arena, seguido pelo grito angustiado do Pokémon. Encolheu-se um pouco, choramingando silenciosamente em dor.
– Glaceon! – O grito de desespero escapou por entre os lábios da loira, seus olhos arregalados de medo. Tentava se aproximar, mas Julie a segurava com força. Seu sangue pareceu gelar ao ver o colosso erguer novamente o braço pronto para o golpe final, um turbilhão de energia envolvendo seu punho.
– Muito obrigada, meu jovem. – Agradeceu-lhe uma idosa, deitada sobre um leito improvisado. Fora alguns arranhões e contusões, não parecia estar muito ferida. Sorria fracamente, mas a gentileza era mais que evidente.
– Não se preocupe, senhora. Apenas descanse e concentre-se em ficar melhor. – Respondera-lhe calmamente, esboçando um sorriso calmo. Desviou o foco de sua atenção para o par de alunos que transportavam a maca. Queriam fugir a princípio, mas ofereceram sua ajuda rapidamente após Zoroark ter tido uma pequena “conversa amigável” com os dois. – Tirem-na daqui e depois se afastem o máximo que puderem. Se houverem outros sobreviventes eu me encarrego de tirá-los do estádio.
Não se fizeram necessárias outras palavras; a dupla anuiu rapidamente e se retirou, passando com cuidado pelos destroços. Quando finalmente desapareceram, permitiu-se um suspiro cansado. Era pouco provável que encontrasse outros sobreviventes àquela altura; os poucos remanescentes estariam presos em bolsões de ar dentre os escombros. A alguns metros, Iri percorria as arquibancadas apressadamente. Ralara os joelhos durante a confusão, mas se sentia alguma dor conseguia disfarçar com perfeição. Seus Pokémons acompanhavam-na durante o trajeto, atentos a qualquer movimentação. Quando a moça virou a cabeça em sua direção, fez-lhe sinal para que se aproximasse. Agachou-se sobre um dos joelhos e depositou suas mãos sobre os ombros da criança. Vira-a estremecer com o contato, mas recuperar-se com a mesma velocidade. Aquilo conseguiu trazer-lhe um sorriso aos lábios.
– Você pode sair agora. Volte para a Academia e fique por lá. – Instruiu-a. Conseguiu manter-se calmo, apesar da situação. Ao ver que a criança iria retrucar, foi ágil em prosseguir. – Não precisa se preocupar. Irei apenas dar uma última olhada em busca de sobreviventes e então sairei daqui. – Esboçou um leve sorriso reconfortante.
Era mentira. O que faria a seguir beirava ao suicídio, mas ao menos poderia salvar Rathy e Julie. Verdade seja dita, teve a vontade de entrar no combate assim que as vira enfrentando a criatura. Os rosnados e impulsos violentos de Zoroark tornaram-se mais frequentes após a visão. Não podia repreendê-lo; ele próprio estava longe do seu habitual estado de tranquilidade. O que dera na cabeça das duas para resolverem combater Regigigas ia além de sua compreensão. Por um lado, os riscos da batalha aumentavam consideravelmente. Por outro... Era impossível negar que, se conseguisse o auxílio das garotas, teriam uma chance de derrotar ou ao menos atrasar o golem sem a necessidade de usar suas Viralts. Mesmo que elas não causassem grandes ferimentos ao Pokémon gigante, abririam oportunidades ao vulpino sombrio só de retardá-lo. Em último caso, as tiraria de lá mesmo que a custada própria vida. O mais curioso era o vazio que sentia mediante a possibilidade de morrer. Era engraçado, de certa forma. Supunha que para alguém que perdera quase tudo que lhe importava falecer não era uma perspectiva de toda ruim. E, se toda a baboseira religiosa que escutara durante a vida tivesse algum fundamento, encontrá-los-ia muito em breve.
– E-Entendido, Taiyou-san. – Respondeu Iri com algum receio, o tom de decepção evidente em sua voz. Não tinha jeito dessa vez: colocá-la-ia em perigo caso consentisse com seu desejo. Bom, supunha que poderia recompensá-la posteriormente. Viu a criança dar meia-volta e afastar-se com passos ligeiros e curtos. Bars e Lisichka seguiam-na de perto, galgando tranquilamente. Dera pouco mais que uma dúzia de passos antes de se virar com um sorriso encorajador. – Fique em segurança.
Permaneceu com uma expressão calma até que ela se afastasse. O sorriso então morreu e deu lugar a feições sóbrias. Sem uma palavra, levou os dedos aos lábios e assobiou. Em instantes, Zoroark pusera-se ao seu lado. Uma fina camada de poeira revestia todo seu corpo, mas era o único indício de anormalidade em seu corpo. Seus arfares constantes eram um sinal de que sua paciência estava se esvaindo rapidamente. O olhar, contudo delatava uma jovial animosidade mediante ao chamado. Seu espírito de luta queimava com tal intensidade que o garoto começava a ter pena de Regigigas. O mais provável era que o canídeo negro atacasse-o brutalmente até sentir-se satisfeito. Um destino triste, mas antes um adversário do que ele próprio. Vislumbrou rapidamente o Pokémon sombrio e lhe deu um leve aceno de cabeça. Podia jurar que um pequeno sorriso se fizera presente em suas feições.
– Glaceon! – O súbito grito aterrorizado fizera-os arregalar os olhos involuntariamente. Virou a cabeça de imediato em direção ao som. A visão fez sua expressão tornar-se sombria. Não havia mais tempo a perder. Era hora de agir. Sede de sangue fluía por toda a extensão de seu corpo.
– Zoroark. – Chamou friamente. O Pokémon avançou alguns passos, pronto para a ordem. A felicidade outrora presente em sua face fora substituída pela expressão de um predador observando sua presa. – Elimine-o.
O canídeo avançou de imediato. Relâmpagos negros revestiram seus braços e suas garras tornaram-se escarlates. Orbes compostos de aros negro-azulados formaram-se em frente à palma de suas mãos. Fora atingi-lo com uma das esferas entre os olhos. Uma explosão se sucedeu, projetando trovões obsidiana por entre as frestas de seus dedos. Um novo ruído surgira entre os chiados de faíscas; um grito abafado de dor do colosso. Recuou um passo, vacilante. Triunfante, o Pokémon sombrio prosseguiu com o assalto, forçando o adversário para trás. Com dificuldades, o golem gigante desferiu um soco envolto por um turbilhão de energia dourada em direção ao vulpino. Não podia ver de onde estava, mas Taiyou tinha certeza de que um sorriso teria surgido na face de seu parceiro. Aproveitando da pouca distância entre os dois, a raposa ilusória encostou os pés no tórax de Regigigas, tomou impulso e saltou para trás em uma cambalhota ascendente. Olhando para baixo, abriu a boca e disparou uma torrente de chamas vermelho-alaranjadas. Foram atingir o arbusto sobre o ombro direito do Pokémon. A reação fora imediata; dera um grito de agonia ensurdecedor e caíra sobre um joelho. Sem dar descanso, Zoroark pousou graciosamente sobre o solo e avançou novamente. O adolescente deu um riso curto e seco; o animal estava se divertindo mais do que julgava ser possível. A euforia em combater um adversário poderoso sempre foi um de seus maiores prazeres.
– Ora, ora. Parece que o Zoroark-chan não mudou nada nesses últimos anos... Que nostálgico. – Disseram de forma tranquila e gentil às suas costas. E, pela primeira vez em muito tempo, suas forças o deixaram. Seu coração pareceu ter parado por alguns segundos. Aquela voz... Impossível. Um par de braços envolveu seu pescoço e alguém pressionara seu próprio corpo contra o dele. O calor do contato e a fragrância de tulipas e rosas descartavam a possibilidade de ser um mero devaneio. Sentiu-a apoiar o queixo sobre seu ombro, os lábios roçando levemente sua orelha. – Tive muitas saudades suas, Taiyou.
Tão logo sentiu ela se afastar um pouco, virou-se em sua direção. A visão que tivera lhe fez arregalar os olhos. Estava mais velha e seu corpo se desenvolvera consideravelmente desde a última vez que a vira, mas era ela sem sombra de dúvidas. Tinha por volta dos dezessete anos de idade e era talvez uma cabeça menor que o adolescente. Seus cabelos azul meia-noite eram ondulados e longos, descendo-lhe até a base das costas. Uma elegante franja cobria-lhe a testa. Seus olhos eram como ametistas, cintilando serenamente em sua bela face. Seu corpo era extremamente voluptuoso, com amplos seios e uma cintura fina. Usava um vestido de seda branco que exibia muito de seu decote e seu colo faiscante. Além disso, certas... “áreas” do vestido eram quase transparentes. Vestes cor-de-rosa, desenhadas como um par de caudas de escorpião, cobriam-lhe os seios e outra idêntica, mas de tom azul-marinho, tudo à cima das coxas. Um pequeno adorno felpudo, alvo como neve de inverno, envolvia folgadamente seu pescoço. Uma rosa alabastrina decorava-lhe os cabelos e outra no mesmo tom de seus olhos estava presa à cintura de seu vestido. Havia outras quatro, todas vermelhas como sangue; duas em seu colar e outras duas sobre seus sapatos cor-de-rosa. Em uma das mãos, carregava Excendeiss; uma enorme foice, negra como azeviche que era maior que a própria garota. O interior da lâmina era escarlate e sua base era como a ponta de uma alabarda.
– Valen... Tina... – Foi tudo que pôde pronunciar.
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Dark Zoroark
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Re: Astral Zero
Eita, rapaz, muita treta
Excelente capítulo, DZ! Suas narração e descrição foram ótimas, embora eu tenha ficado meio perdido em relação ao posicionamento do Regigigas dentro do coliseu. A princípio, eu não havia imaginado uma arena muito grande, mas quando o colosso começou a se movimentar ficou claro que não tinha imaginado o lugar da maneira correta XD
Achei interessante como você abordou a fúria do Pokémon lendário, ainda mais porque ontem mesmo vi um dos filmes do anime e nele o Regigigas até tentou ajudar as pessoas. São dois extremos bem distantes. Mas a raiva dele faz sentido, não deve ser fácil ficar aprisionado em um obelisco por sei lá quanto tempo. E a diferença de poder entre ele e os Astralis e seus parceiros ficou muito evidente.
Me fiz a mesma pergunta que o Taiyou quando vi as duas garotas tentando enfrentar o lendário. Mas pra mim fica mais fácil a resposta do que pra ele: "Precisa existir algum outro problema, querido protagonista. Acostume-se"
Agora deu pra ver direito a força do Zoroark. O pobre Croconaw do outro capítulo nunca teria chance contra um Pokémon que consegue causar danos consideráveis a um lendário do calibre de Regigigas. Devo admitir que fiquei um pouco surpreso com o poder do Zoro-chan também, principalmente pelas perspectivas sombrias do companheiro dele em relação ao combate. Mas talvez o dano desferido no colosso tenha sido maior também pelo elemento surpresa e quando ele se virar para enfrentar diretamente o canídeo das trevas este vai ter problemas maiores.
O Taiyou tem uma séria fraqueza em relação à Iri. Creio que isso ainda pode ser utilizado contra ele em algum momento, para persuadi-lo a decisões que normalmente não tomaria. E ainda bem que ela é boazinha mesmo XD
Quanto à Valentina... Se não foi criada para ser uma vilã, então vai ser o personagem que gosta de ver o circo pegar fogo, penso eu. Não sei bem qual a relação dela com o Taiyou, mas ou se consideram irmãos (ou são, vai saber) ou já tiveram alguma paixãozinha um pelo outro. Talvez pendendo mais pra segunda opção pela abordagem dela. E pelas roupas também, porque, sei lá, não vejo uma possível irmã dele usando esse estilo de Shonen Ecchi. Seria ela o sex appeal da sua fanfic? Além disso, talvez tenhamos presenciado o nascimento de um triângulo amoroso, daqueles bem saudáveis mesmo(sqn) em que uma garota é fofinha, linda e boazinha e a outra é malvada, sensual e dominadora. Embora talvez a Rathy não se encaixe tão bem assim na primiera opção depois que se acostumar ao Taiyou.
Se eu tivesse imaginção e talento eu teria adorado fazer uma arte de cada personagem da sua história. As descrições deles são ótimas, mas você não pode (nem deve, eu diria) falar detalhadamente das características físicas de todos a cada nova aparição. Mas isso acaba gerando um problema pra mim, porque acabo esquecendo um detalhe ou outro na concepção que crio de cada um. Bom, fica a dica, se puder arranjar um desenhista pra por no papel sua imaginação seira ótimo.
Bom, creio que seja isso. Não há muito mais a falar do caítulo, exceto que foi muito bom. Parabéns por ser esse [otimo escritor que é, e eu fico no aguardo do seu próximo capítulo!
PS: Dessa vez fui o primeiro \o/
Excelente capítulo, DZ! Suas narração e descrição foram ótimas, embora eu tenha ficado meio perdido em relação ao posicionamento do Regigigas dentro do coliseu. A princípio, eu não havia imaginado uma arena muito grande, mas quando o colosso começou a se movimentar ficou claro que não tinha imaginado o lugar da maneira correta XD
Achei interessante como você abordou a fúria do Pokémon lendário, ainda mais porque ontem mesmo vi um dos filmes do anime e nele o Regigigas até tentou ajudar as pessoas. São dois extremos bem distantes. Mas a raiva dele faz sentido, não deve ser fácil ficar aprisionado em um obelisco por sei lá quanto tempo. E a diferença de poder entre ele e os Astralis e seus parceiros ficou muito evidente.
Me fiz a mesma pergunta que o Taiyou quando vi as duas garotas tentando enfrentar o lendário. Mas pra mim fica mais fácil a resposta do que pra ele: "Precisa existir algum outro problema, querido protagonista. Acostume-se"
Agora deu pra ver direito a força do Zoroark. O pobre Croconaw do outro capítulo nunca teria chance contra um Pokémon que consegue causar danos consideráveis a um lendário do calibre de Regigigas. Devo admitir que fiquei um pouco surpreso com o poder do Zoro-chan também, principalmente pelas perspectivas sombrias do companheiro dele em relação ao combate. Mas talvez o dano desferido no colosso tenha sido maior também pelo elemento surpresa e quando ele se virar para enfrentar diretamente o canídeo das trevas este vai ter problemas maiores.
O Taiyou tem uma séria fraqueza em relação à Iri. Creio que isso ainda pode ser utilizado contra ele em algum momento, para persuadi-lo a decisões que normalmente não tomaria. E ainda bem que ela é boazinha mesmo XD
Quanto à Valentina... Se não foi criada para ser uma vilã, então vai ser o personagem que gosta de ver o circo pegar fogo, penso eu. Não sei bem qual a relação dela com o Taiyou, mas ou se consideram irmãos (ou são, vai saber) ou já tiveram alguma paixãozinha um pelo outro. Talvez pendendo mais pra segunda opção pela abordagem dela. E pelas roupas também, porque, sei lá, não vejo uma possível irmã dele usando esse estilo de Shonen Ecchi. Seria ela o sex appeal da sua fanfic? Além disso, talvez tenhamos presenciado o nascimento de um triângulo amoroso, daqueles bem saudáveis mesmo
Se eu tivesse imaginção e talento eu teria adorado fazer uma arte de cada personagem da sua história. As descrições deles são ótimas, mas você não pode (nem deve, eu diria) falar detalhadamente das características físicas de todos a cada nova aparição. Mas isso acaba gerando um problema pra mim, porque acabo esquecendo um detalhe ou outro na concepção que crio de cada um. Bom, fica a dica, se puder arranjar um desenhista pra por no papel sua imaginação seira ótimo.
Bom, creio que seja isso. Não há muito mais a falar do caítulo, exceto que foi muito bom. Parabéns por ser esse [otimo escritor que é, e eu fico no aguardo do seu próximo capítulo!
PS: Dessa vez fui o primeiro \o/
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"...das Ilhas Laranja!"
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Re: Astral Zero
DÊÊÊ ZÊÊÊÊ
Peço imensas desculpas pela demora deste comentário, acabei não tendo o tempo livre que pensei ter. Tive que ler em partes, mas finalmente conclui essa leitura maravilhosa. Cara, que capítulo épico. Mesmo que demorada a frequência da postagem de capítulos, Astral Zero é algo que me deixa sempre empolgado para o próximo capítulo.
Essa luta foi sensacional. A força do Regigigas como oponente, lutando contra Rathy e Julie... Eu honestamente, pensei mais de uma vez que a Julie ou o Flareon fossem morrer. Cheguei a pensar que o Glaceon seria esmagado pelo colosso. Meu coraçãozinho não pode sentir tanta adrenalina como essa, mas mesmo assim eu quero ver maaaaiiisss.
Lembra quando eu disse que Suiguetsu iria vencer do Zoroark? Então... Nem fodendo. Agora que eu vi uma amostra do verdadeiro poder desse Zoroark, cara, eu to chocado. Taiyou e Zoroark são a dupla mais incrívelmente fantásticamente forte que eu já presenciei na área de fics. Não é atoa que Ariel os considera como os tais. Essa desaceleração massiva do tempo me deixou de queixo caído... Isso é um ataque que mata o oponente na hora (ou nas horas aceleradas HAHAHA SOU ENGRAÇADO, RIA), mas pela promessa curiosa, me pergunto se Taiyou chegou a usar contra algum humano.
E CARA... O Zoroark sambou lindamente na cara do Regigigas. Eu amei esse capítulo, sério. Eu amei de verdade mesmo. Esse até agora, é meu cap preferido. Só por mostrar a superioridade do Taiyou como lutador, sua Astralis motherfucking OP - isso que foi demonstrada em uma fraca quantidade -, e as habilidades do Zoroark lutando contra o colosso... Eu fiquei empolgado a luta inteira. Eu amei de paixão esse capítulo.
Agora a pergunta é, como será que o Regigigas vai morrer? Creio que por ele ter machucado Rathy e Julie - além dos sobreviventes não importantes -, o Taiyou não vai ter piedade. Só espero que essa Valentina não atrapalhe... Pera.
Essa é a mesma Valentina que até então havia morrido e deixado tanto o Taiyou quanto o Zoroark bolados? Isso aumenta ainda mais minhas expectativas no próximo capítulo. Quero também ver a reação do Taiyou ao vê-la com roupas tão... Peculiares e provocantes.
Cara. Posta rápido, por favor. Eu to muito empolgado com o próximo capítulo.
Um abraço, até esse fds com o novo cap. Até mais!
Peço imensas desculpas pela demora deste comentário, acabei não tendo o tempo livre que pensei ter. Tive que ler em partes, mas finalmente conclui essa leitura maravilhosa. Cara, que capítulo épico. Mesmo que demorada a frequência da postagem de capítulos, Astral Zero é algo que me deixa sempre empolgado para o próximo capítulo.
Essa luta foi sensacional. A força do Regigigas como oponente, lutando contra Rathy e Julie... Eu honestamente, pensei mais de uma vez que a Julie ou o Flareon fossem morrer. Cheguei a pensar que o Glaceon seria esmagado pelo colosso. Meu coraçãozinho não pode sentir tanta adrenalina como essa, mas mesmo assim eu quero ver maaaaiiisss.
Lembra quando eu disse que Suiguetsu iria vencer do Zoroark? Então... Nem fodendo. Agora que eu vi uma amostra do verdadeiro poder desse Zoroark, cara, eu to chocado. Taiyou e Zoroark são a dupla mais incrívelmente fantásticamente forte que eu já presenciei na área de fics. Não é atoa que Ariel os considera como os tais. Essa desaceleração massiva do tempo me deixou de queixo caído... Isso é um ataque que mata o oponente na hora (ou nas horas aceleradas HAHAHA SOU ENGRAÇADO, RIA), mas pela promessa curiosa, me pergunto se Taiyou chegou a usar contra algum humano.
E CARA... O Zoroark sambou lindamente na cara do Regigigas. Eu amei esse capítulo, sério. Eu amei de verdade mesmo. Esse até agora, é meu cap preferido. Só por mostrar a superioridade do Taiyou como lutador, sua Astralis motherfucking OP - isso que foi demonstrada em uma fraca quantidade -, e as habilidades do Zoroark lutando contra o colosso... Eu fiquei empolgado a luta inteira. Eu amei de paixão esse capítulo.
Agora a pergunta é, como será que o Regigigas vai morrer? Creio que por ele ter machucado Rathy e Julie - além dos sobreviventes não importantes -, o Taiyou não vai ter piedade. Só espero que essa Valentina não atrapalhe... Pera.
Essa é a mesma Valentina que até então havia morrido e deixado tanto o Taiyou quanto o Zoroark bolados? Isso aumenta ainda mais minhas expectativas no próximo capítulo. Quero também ver a reação do Taiyou ao vê-la com roupas tão... Peculiares e provocantes.
Cara. Posta rápido, por favor. Eu to muito empolgado com o próximo capítulo.
Um abraço, até esse fds com o novo cap. Até mais!
Rush- Membro
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Frase pessoal : Agora você não tem mais waifu!
Re: Astral Zero
Yo!
Bom, antes de qualquer outra coisa, venho pedir desculpas pela enorme demora em trazer este capítulo. Além da volta as aulas na faculdade e alguns horários bem loucos que estou tendo de enfrentar, tive um bloqueio master em certa parte do texto. Realmente eu estava sem ideias de como prosseguir com o texto até alguns dias atrás, mas por fim superei e consegui terminar o que escrevia. Vou tentar não demorar tanto com os próximos.
Dando agora boas notícias, fico feliz em anunciar que nos aproximamos da conclusão do 1º volume da Astral Zero! Serão dois capítulos, contando com este que estou postando agora, e um epílogo antes de passarmos para o próximo volume. Irei postar juntamente ao epílogo uma pequena prévia do que virá pela frente. E vamos aos comments:
Hyurem o/
Primeiramente, fico feliz que tenhas gostado do capítulo. Na verdade, eu próprio não tinha muita ideia das dimensões do coliseu antes de começar a escrever o embate das garotas contra Regigigas. Creio que possa ter aumentado suas proporções enquanto escrevia, ainda que sem intenção. Confesso que baseei a personalidade dele mais no que aparece em um episódio do anime do que no do filme mesmo - na real, nem me lembrava da aparição dele. A fúria dele também não é inteiramente natural; houve alguns fatores que ajudaram a irritá-lo tanto. Realmente, a força dele é imensurável se comparada à Rathy e Julie. Resta a dúvida de como ele será derrotado. Na verdade acertaste bem no ponto certo ao dizer que o dano maior que o Zoroark causou ao colosso era proveniente do elemento surpresa. Não leva a mal; ele ainda vai ser capaz de lutar bem contra o gigante, mas sua situação ficará bem mais complicada uma vez que o golem branco voltar sua atenção para ele. Há também um motivo pelo qual ele é tão forte; creio que uma das frases do Taiyou irá esclarecer isso. Concordo também que ele não consegue discordar com tanta facilidade com a Iri. Isso se deve às experiências de seu passado. Cara, quanto a Valentina eu próprio tenho dificuldades em descrever seu papel com exatidão. Creio que 'anti-heroína' seja o termo mais aproximado do que tenho preparado para ela. Quanto a relação entre os dois... Bem, ela é um pouco complicada. Se fosse dizer, creio que a relação dos dois é mais próxima de um laço fraternal do que romance mesmo. O que ela faz com ele é, em sua maior parte, apenas provocação. Na realidade, isto de recontar as características físicas de um personagem vez ou outra é algo que vejo rotineiramente em alguns livros como a Trilogia dos Espinhos e até mesmo As Crônicas de Gelo e Fogo. Eu só tenho a tendência de me aprofundar mais nas características físicas nestes momentos. Espero que gostes deste novo capítulo.
Rush o/
Mano, nem esquenta em relação a demora de comentários visto que eu próprio demoro consideravelmente para postar capítulos e, em menor escala, comentar também. Fico feliz que tenhas gostado do capítulo tambéme peço desculpas pela demora em trazer este capítulo... Então, um dos pontos que eu mais quis retratar foi a enorme força do Regigigas. Eu cheguei a considerar dar alguns ferimentos mais graves para as garotas, mas isso talvez se tornasse um empecilho posteriormente e então descartei a ideia. Cara, pior que eu ainda não tenho certeza se o Zoroark venceria uma batalha contra o Suiguetsu. Apesar de que o Ruin Caduceus é um movimento forte ele demora algum tempo para ser carregado e não é tão difícil de esquivar. Creio que o Feraligatr ainda teria uma boa chance de derrotá-lo. Enfim... Acertaste quanto a promessa que ele fez a Ariel de não usá-lo em seres vivos. A única questão é em quem foi que ele usou - isso eu não me sinto tão inclinado a revelar agora. Em relação as habilidades do Taiyou, elas serão mais exploradas durante o próximo capítulo e o final deste. O conceito de piedade não é algo que exista no vocabulário do Zoroark e do Taiyou, mas eles não vão chegar a matar o Regigigas pelo simples fato de que eu tenho planos para ele posteriormente. A Valentina não havia sido dada como morta, mas sim desaparecida. A interação entre ela e o Taiyou foi uma que eu tomei um cuidado extra para deixar crível. E quanto as roupas, honestamente ele não se importa muito. Espero que gostes deste novo capítulo.
O ocaso caía sobre a cidade, tingindo-a de um laranja espectral. A atmosfera do ambiente era macabra. As ruas estavam vazias, as casas abandonadas. Alguns objetos estavam espalhados pelas ruas, consequência de uma fuga às pressas. Percorria lentamente o município, observando o que poderia ser descrito como um local abandonado. Os estudantes haviam realizado um excelente trabalho na evacuação, percebera. Detivera-se abruptamente ao sentir algo estranho sob um de seus pés. Recuou o passo e mirou o chão abaixo. Uma pequena boneca de pano estava largada ali, um sorriso tímido que encantaria qualquer criança bosquejado em sua face. Observou impassível por alguns segundos antes de se curvar e agarrar o brinquedo. Ao fazê-lo, a luz irradiou na joia de sua ombreira e, por um momento, os arredores foram coloridos em tons de verde e orquídea. Examinou-a com uma expressão solene e, com um suspiro desanimado, voltou a largá-la no solo. Torcia para que quem a perdera conseguisse reavê-la. Levantou-se taciturnamente e vislumbrou o coliseu ao longe. Um segmento das muralhas havia cedido e se transformado em escombros. Avançou lentamente, seu olhar ostentando resolução e austeridade. Suas ordens eram claras; deveria intervir somente em último caso. Por hora, apenas verificaria como o cavaleiro negro se sairia. Exalou o ar de pulmões indiferentemente. O excesso de confiança que a Silver Witch tinha no adolescente extrapolava os limites do justificável. Presumia que ele próprio também, se concordara com o plano da mulher. Deixou seus pensamentos de lado com um de dar de ombros e prosseguiu com seu caminho.
Uma nova saraivada de pedras afiadas como navalhas foi lançada contra Zoroark. O animal sorriu sombriamente. Avançou sem demora, as garras de suas mãos tomando um tom escarlate. Surpreendentemente, avançava por entre a chuva de rochas sem grandes dificuldades; pulverizava as que vinham em sua direção com golpes rápidos e precisos e utilizava outras como apoio para saltos e acrobacias. Vez ou outra torcia seu corpo para desviar de alguns projéteis. Aqueles que não eram destruídos alvejavam o solo, formando crateras e dispersando fragmentos por toda arena. Vez ou outra uma voava rumo às garotas, mas era destruída por Julie. Posicionando-se diretamente sobre o adversário, o vulpino negro transpôs os braços em “X” sobre o peito. Ao descruzá-los disparou um raio composto por aros negros e azuis. Regigigas instintivamente levantara um dos braços para se proteger. O golpe batera contra uma das várias listras que decoravam o membro, mas aparentemente não produzira grandes efeitos. Impeliu seu outro punho contra o Pokémon ilusório, um violento ciclone dourado envolvendo-o. Não chegou a intimidá-lo, contudo. Seus olhos cintilaram em ciano brevemente. Seu corpo contorceu-se bizarramente antes de dividir-se em um bando de Murkrows. Debandaram em esquiva ao golpe e agilmente envolveram o colosso, cercando-o por completo. Converteram-se novamente em clones do canídeo e, unindo as mãos em frente ao tórax, lançaram uma rajada de raios de círculos negros. A resposta viera na forma de um agitar de braços. O golem branco atirou-os para os lados, alvejando as raposas em uma demonstração de pura força selvagem. Era inútil. Os animais esvaeciam em fiapos de névoa assim que os atingia. O verdadeiro só se revelou depois de todas as cópias sucumbirem. Ainda metamorfoseado como um corvo rasgou as nuvens no céu e desceu em rasante, retornado à sua forma original somente quando já estava próximo ao adversário. Um sorriso atipicamente maléfico decorava sua face. Inclinou a cabeça para trás e, ao lançá-la para frente, disparou uma lufada de cintilantes chamas vermelho-alaranjadas. Com precisão mortal, atingira novamente um dos arbustos nos ombros de Regigigas. O grito de dor resultante pareceu estimular seu desejo de luta, se o brilho vermelho que tomara seus olhos indicasse algo. Ergueu a pata direita, as garras recuperando o assustador fulgor escarlate e arremetera-as contra as costas do colosso. Três ínfimas marcas de arranhão surgiram, mas traziam o brilho e a cor inconfundível de sangue com elas. Encostou os pés sobre o dorso do oponente e usou o impulso para se afastar. Ao pousar finalmente, lambeu o líquido que lhe recobria as garras.
Todavia, seus olhos estavam cegos ao mundo. Seus ouvidos nada escutavam. Até mesmo os músculos pareciam ter se tornado pedra. Todo seu foco era direcionado à garota à sua frente. Valentina Luen Fylim. Nunca esqueceria seu nome. Não a via há cinco anos, mas o sorriso que mesclava malícia e inocência confirmava sua identidade. Só aquele lugar conseguiria produzir um gesto com ambos os extremos. Engoliu em seco. Em parte, passara a última meia-década procurando-a e, agora que enfim a encontrara era incapaz de falar.Estalou a língua, reprimindo uma praga silenciosa. Tornara-se muito emotivo quanto a isso. Emotivo de mais para o próprio gosto. No entanto, era difícil não sentir-se feliz e aliviado. Aquela era a única família que lhe restava; saber que estava bem lhe alegrava o coração. Respirou fundo, abrandando suas emoções. As palavras que Ariel lhe confidenciara voltaram à sua mente. Até averiguar a verdade por trás delas teria de ser prevenido.
– Zoroark-chan tornou-se bem mais forte nesses últimos anos. Mesmo que sua ferocidade tenha crescido na mesma proporção. – Reparou a garota, curvando-se de leve para o lado para observá-lo. O sorriso em seu rosto era gentil e leve. Endireitando-se após alguns instantes, voltou sua atenção para o jovem. – Fico feliz em ver que estás bem, Taiyou. – Seu hálito cheirava a rosas e morangos. Não mudara em nada.
– Ainda bem. – Foi tudo que conseguiu sussurrar, esboçando um sorriso tênue. Sem entender, a moça inclinou a cabeça para o lado. O adolescente imediatamente avançou e envolveu-a em seus braços. Fosse outra pessoa teria corado ao sentir os seios pressionados contra seu peito, mas conhecia-a bem demais para isso. Os olhos da garota se arregalaram com o contato inesperado. – Tive medo de nunca mais vê-la ou que estivesse morta, Valentina.
– Sinto muito por preocupá-lo. – Desculpou-se a primeira, suas feições suavizando. Retribuindo o abraço, levou uma de suas mãos à nuca do jovem e afagou-lhe os cabelos em um ritmo reconfortável. Subitamente, seus olhos foram tomados pela tristeza.– Eu realmente gostaria de continuar ao seu lado, mas receio que sejamos adversários. – A angústia em sua voz era palpável. Era uma situação que nenhum dos dois gostava.
– Sim. Fiquei sabendo. – Replicou apaticamente. Desvencilhando-se da moça, fitou o céu alaranjado sobre suas cabeças por um instante. Depois, com um suspiro desanimado voltou a fitá-la. Esboçava um sorriso infeliz, mas seus olhos demonstravam curiosidade. – As recentes ações da Aristocracia Alfa conquistaram o interesse da Silver Witch, principalmente as que se referem a você e Liguria Aquallir. – A réplica da moça fora um despreocupado riso leve.
–Aposto que ela não é a única. – Observou, sua voz mesclando sedução e insinuação. Uma provocação vazia; nutria apenas amor fraternal por ela. Ainda assim, era revigorante. – Imagino que queiras conversar? – Quando não houve resposta, ela prosseguiu. – Criei uma barreira sensorial ao nosso redor. Não poderão nos ver, ouvir ou mesmo sentir nossa presença. – Aquilo não o surpreendia. Há muito sabia a extensão de suas habilidades. Algo desse nível não era nada para ela. – Podemos nos sentar. – Não era uma pergunta. Sem dizer uma palavra, Taiyou retirou o casaco e estendeu-o sobre o banco mais próximo. Valentina o olhou por um instante antes de sentar-se no local que lhe fora dado, gentileza evidente em sua face. – Obrigada.
–Se minha memória não falha, você nunca gostou de assentos empoeirados. – Dialogou, pondo-se ao seu lado. O tumulto e a destruição causados por Regigigas culminaram por pulverizar poeira ao longo de todo o coliseu. – Além do que, você me conhece; sempre faço todo o possível pela minha família. – Seu olhar tornara-se triste terminada a frase.
Com um rugido que mais parecia um grito de guerra o colosso uniu as mãos em frente ao tórax. Várias marcas de garras eram vistas ao longo de seu corpo e os arbustos em seus ombros estavam chamuscados. Por outro lado, Zoroark não ostentava qualquer injúria e, a julgar por sua expressão, se deliciava com o combate. Uma esfera azul, com pouco mais de um metro de diâmetro formou-se entre os dedos do primeiro e, em seguida, fora arremessada violentamente em sua direção. Atingira parte do que outrora fora o obelisco e dizimou-a completamente. Estalou a língua, frustrado. Desviar seria simples como respirar, mas isso abriria um rombo descomunal no coliseu e possivelmente matar as garotas. O primeiro cenário talvez entristecesse a Silver Witch; o segundo certamente irritaria a ela, Taiyou e um bom número de famílias nobres. Adiantou-se alguns passos e jogou os braços para os lados. Um campo de força turquesa formou-se ao seu redor, enclausurando-o inteiramente. Lufadas de vento e rajadas de energia encheram a atmosfera quando globo e barreira colidiram. Zoroark retrocedeu alguns centímetros de imediato, suas patas deixando rastros de arrasto no solo. Mesmo que o escudo protegesse-o de ferimentos, era praticamente ineficaz ao barrar a onda de choque. Fora eventualmente jogado forçadamente para trás, mas não antes de conter efetivamente o golpe. Recompondo-se rapidamente, vislumbrou o gigante de soslaio preparando-se um ataque. Estalou a língua em um sonoro “tsc”. Encostou uma das mãos no solo arenoso, os olhos emitindo um leve brilho cianótico. Longas e grossas raízes, verdejantes como a copa de uma árvore no auge da primavera, brotaram do chão e lançaram-se sobre o colosso como serpentes dando o bote. Enrolaram-se ao redor de seus braços, restringindo seus movimentos. A princípio desconcertado, Regigigas logo começou a arrancá-las do chão com simples força bruta... Só para vê-las desaparecer como névoa matinal. Zoroark não hesitou e, fazendo valer a oportunidade, atacou. Estendera um dos braços, disparando um raio de aros azuis e negros ao mesmo tempo em que exalava uma rajada de chamas vermelho-alaranjadas. O primeiro atingira o peito do colosso, em uma de suas joias acinzentadas; o segundo acertara o musgo que crescia em seu pé direito. Não causara muito dano com o primeiro, mas as labaredas alastraram de imediato, tornando seu tornozelo um mar infernal. O gigante urrou em dor enquanto levava as mãos ao pé ferido, tentando desesperadamente apagar o fogo que o consumia.
– Como esperado do Zoroark-chan. Ter vantagem mesmo que sobre tal adversário é impressionante. – Enalteceu Valentina, apoiando a face sobre uma das mãos. Um cintilar inquietante brincava em seus olhos cor de ametista, mas o sorriso e tom de voz eram gentis. Sua atenção logo se voltara para os quatro outros residentes da arena. – Ainda assim, me pergunto por que só ele tenha conseguido ferir significativamente Regigigas?
– Surpreende-me que ainda não tenhas percebido. – Conjecturou Taiyou, o olhar fixo no embate. Não lhe parecia que o vulpino tivesse a vantagem no combate; muito pelo contrário, na verdade. O adversário provara-se bem resistente e se fizesse um acerto que fosse estaria tudo acabado. Zoroark morreria ou ficaria tão perto disso que não teria forças para desviar de uma investida seguinte. Verdade seja dita, agiria se pudesse, mas duvidava que a barreira que envolvia a si e a garota fosse ser desfeita antes de concluir a conversa dos dois. – Rathy, Julie, Glaceon e Flareon são habilidosos, mas... Há um abismo de diferenças entre aqueles que foram treinados para combater e os criados para matar. Simples assim. – “Além do que, nenhuma delas treinou dois anos sob a supervisão direta da Silver Witch.”, refletira. A garota pareceu divertir-se com sua explicação, notara. – Então, por que criaste toda essa confusão? – Tinha uma boa ideia da razão, mas confirmar suas suspeitas não iria doer.
– Como sabes que fui eu? – A inocência em sua voz poderia iludir uma multidão de desconhecidos. Não colava com ele. Vendo que não funcionaria, a moça deu de ombros e tornou a observar o combate. – Parte do trabalho. Pediram que eu adquirisse os prêmios dessa competição. Roubar a Viralt foi fácil; havia meia-dúzia de Arkane Knights protegendo-a. Eliminá-los foi brincadeira de criança. – Mostrou-lhe um pequeno anel coberto por runas. Um cristal branco e translúcido decorava-o lindamente, mas o poder em seu interior enviou calafrios por sua espinha. Com um sorriso, tornou a guardá-lo. – Restava apenas capturar Regigigas. Seria inconveniente fazê-lo com muitas testemunhas, então usei uma Damned Soul. – Aquilo o fez estalar a língua. Damned Soul; seria mais correto chamá-las de “fantasmas de Viralts”. Quando uma era destruída permeada em sentimentos negativos excessivamente fortes, ás vezes perdia tudo o que já fora e tornava-se não mais que labaredas de loucura e violência. Extremamente perigosas também. Se manipuladas corretamente, poderiam levar homem, Pokémon ou Viralt a um estado de fúria cega e irrefreável. – Eu planejava enfrentá-lo assim que a arena ficasse vazia, mas aí você e as Onee-chans ali resolveram fazê-lo por mim.
“E é claro que optasse em apenas assistir ao show.” – Observou silenciosamente. Não que pudesse culpá-la. Preocupar-se apenas consigo mesmo e seu esquadrão; lições primordiais naquele lugar. Contudo, algo o incomodava. A garota não parecia estar contando toda a verdade. Se quisesse apenas defrontá-lo a sós, seria fácil para ela usar o poder de Excendeiss e teleportar o obelisco que o enclausurava para centenas de quilômetros de distância. E havia ainda outra informação. – O membro da Murders que eu tive de dar cabo foi ideia sua também?
– Sim. Peço desculpas por qualquer problema que tenha lhe causado. – Confirmou tranquilamente. Exalou o ar de seus pulmões pesadamente; a honestidade da garota era muitas vezes cansativa. Com um riso leve, Valentina prosseguiu. – Honestamente, só o fiz porque ela queria ver o nível de suas habilidades. – Não precisava perguntar quem. A forma com que a moça falou e os pelos eriçados em sua nuca lhe diziam tudo. – Admito que também estava curiosa em vê-lo em ação. A despeito das suas limitações, lutaste surpreendentemente bem. – Ela sabia sobre sua situação, compreendeu de imediato. Era tudo o que precisava...
Rugindo furiosamente, Regigigas lançou um soco em sua direção. Uma aura dourada cobria seu braço até a altura do cotovelo. Tracejando um sorriso pretensioso, Zoroark saltou para trás. O gigante findou por atingir o solo, criando imediatamente uma profunda e larga cratera e ocasionando um tremor similar a um terremoto. Parte do coliseu ruiu mediante as ondas de choque, mas aquilo não concernira os combatentes nenhum pouco. O colosso rapidamente ergueu sua outra mão, disparando uma chuva de rochas acinzentadas. Mesmo à distância, Taiyou julgara ver o sorriso no rosto do Pokémon ilusório acentuar. Suas garras resplandeceram, escarlates como sangue fresco, e relâmpagos negros envolviam suas mãos. Seguiu-se uma sequência de movimentos ágeis e graciosos, convertendo as pedras em pouco mais que pó e fragalhos. Contudo, um pequeno número de fragmentos foi capaz de lacerar sua pele. Uma escoriação em seu braço esquerdo, outra próxima a um rim e uma terceira que lhe rasgara horizontalmente sua bochecha. Aquilo lhe fez dar um riso seco. Dizimou as últimas com mais uma série de golpes; as poucas pedras que passaram por ele caíram sobre as arquibancadas. Aterrissou calmamente a poucos metros do gigante branco, seus olhos assumindo uma coloração azul-esverdeada. Um tornado rubro de energia irrompeu ao seu redor antes de convergir sobre a palma de uma de suas mãos na forma de um orbe róseo. Era pouco maior que um melão, mas a pressão de seu núcleo era incomensurável. Com uma expressão demoníaca e arrogante,o vulpino negro avançou a passos largos. A reação viera em segundos. Regigigas ergueu um dos punhos, cintilando em um gélido tom azul. Lançou um novo soco, cristais de gelo decorando o ar por onde passava. Brincadeira de criança. Sem deixar de prosseguir, esquivou do golpe com uma pirueta e pousou sobre o braço do titã. Antes que pudesse haver qualquer reação, Zoroark saltou novamente e atingiu-o no peito com a esfera. O orbe expandiu imediatamente, tornando-se tão largo quanto o tronco do titã. Lufadas violentas de vento eram expulsas de seu centro, abafando o grito de dor de Regigigas. A força do golpe jogou-o vários metros para trás, quase fazendo com que desabasse sobre uma seção das arquibancadas. Quase. No último instante, a energia cessou e o golem viu-se caindo para frente, tendo de se apoiar sobre um joelho para não se esfacelar sobre o solo. Afastando-se antes que houvesse chances para um contra-ataque o vulpino sombrio aterrissou a alguns metros de distância do colosso. Arfava, percebeu de imediato o adolescente sem, contudo, se espantar. Ruin Caduceus era uma técnica que consumia grandes reservas de estamina. Usar um Night Daze após um intervalo de tempo tão curto iria obviamente cansá-lo. Cerrou com força os punhos, mas manteve a cabeça no lugar.
– E então? Sobre o que se trata esta nova Liguria Aquallir? – Perguntou, a voz fria como uma gélida manhã de inverno. Quando a moça lhe respondeu com um riso entretido, não pode evitar franzir levemente a testa. Sem mais jogos então. Era hora de ir direto ao ponto. –Tendo em vista que somos duas das quatro pessoas que sabem que ela não vive mais, pergunto-me porque estás revivendo um fantasma do passado?
– É bem verdade o que disseste. – Assentiu Valentina, um leve toque de entretenimento em sua voz. Despreocupada como de costume. – Contudo, é possível dizer que ela é digna de envergar o manto de Liguria Aquallir. – Curiosamente a frase fez os pelos de sua nuca se arrepiarem. A forma com que a jovem elaborara o argumento sugeria que não era apenas de sua força e habilidades de que falava. Deveria haver algo... “especial” nela. – Incidentalmente, pergunto-me se mantiveste contato com Lápis? – A dúvida, ao menos daquela vez, pareceu-lhe livre de segundas intenções.
– Não. – Negou calmamente, meneando a cabeça de um lado para o outro. – Admito que considerei a possibilidade algumas vezes, mas seria difícil manter contato constantemente viajando. – “E também não queria preocupá-la”, acrescentou silenciosamente. Entristecê-la não contribuiria em nada. Com um suspiro cansado, decidiu mudar de assunto. – Vais me contar a razão de teres entrado na Battre de Champions? – Indagou, olhando-a diretamente.
– É raro vê-lo perguntar algo que já sabes a resposta. – Brincou tranquilamente a garota. Aquilo fez seu estômago gelar; quase como se houvesse levado um murro. – Há um desejo que pretendo realizar. Liguria Aquallir compartilha de meus interesses, então uma aliança entre nós era benéfica para ambas. Simples assim. – Explanou, balançando suas pernas para frente e para trás em ritmo constante. Sua inocência contradizia completamente a frieza dos termos.
– Impossível. – As palavras escaparam hesitantemente de sua garganta após alguns instantes, quase um sussurro. – Seu pedido foi cumprido cinco anos atrás... – Ou não? Havia partes de sua memória sobre aquele período que eram nebulosas. Sempre que tencionava recordar os eventos que antecederam a perda de suas Viralts uma forte dor de cabeça lhe afligia. Se aquilo fosse verdade... – O que aconteceu naquele dia, Valentina? – Indagou, em um tom que não admitia discussões. A moça fitou-o seriamente pela primeira vez, como que o avaliando. Por fim, desviou o olhar e deu um suspiro misto de aborrecimento e resignação.
– Mesmo que eu lhe descrevesse os acontecimentos não há nada que possas fazer no seu estado atual. Isso só criará preocupações desnecessárias. – Elucidou tranquilamente, pondo-se de pé. Tomou Excendeiss em suas mãos e, com um movimento ágil, cortou o espaço a sua frente. O som de vácuo sendo criado encheu seus ouvidos. Por onde a lâmina da foice passara havia agora um rasgo escuro. Aquilo não o impressionava; romper o tecido espacial era sua especialidade. – A barreira irá se desmaterializar assim que eu for embora. – Alertou-o com seu tom rotineiro. Olhando em sua direção, acrescentou. – Estarei aguardando-o ansiosamente na Battre de Champions, Taiyou. Garanto que verás muitas coisas surpreendentes. – Novamente, sentiu a existência de um subtexto por trás das palavras. – Não hesite.
– Espere, Valentina! Ainda há coisas que preciso saber. – Estendeu uma das mãos na tentativa de agarrá-la e impedi-la de partir. Uma descarga elétrica o fez recuar. Sua luva de couro fora chamuscada, percebeu de imediato. Faíscas ametista cobriam a lâmina da foice, emanando uma sensação perigosa. A garota dirigiu-lhe um último olhar, uma mescla de desculpas e alerta permeados lá. O jovem estalou a língua, um bocado irritado. – Droga. – Foi tudo que foi capaz de dizer antes de ela entrar no portal e desaparecer.
Permanecera tenso por alguns instantes, antes de respirar fundo e exalar o ar calmamente pela boca. Tinha de se acalmar. A fúria era em muitas ocasiões uma tentação doce e bem-vinda, mas não naquela. De nada adiantaria esquentar sua cabeça e deixar-se ser levado pela raiva. Não traria Valentina de volta assim. O jeito era aceitar seu desafio; encontrar ela e Liguria Aquallir na Battre de Champions, derrotá-las e descobrir toda a verdade. O mais estranho era que, apesar de tudo, sentia seu peito leve pela primeira vez em anos. Ter visto que a moça estava viva e bem eliminara muitas das preocupações que permeavam seu coração. Contudo, suas últimas palavras ainda o intrigavam; suporte emocional não era do feitio dela. Haveria ali algum significado oculto? Sem que Taiyou percebesse, as costas de suas mãos começaram a esquentar.
Sorrindo efervescentemente, Zoroark ziguezagueou pela arena em esquiva a uma série de relâmpagos cerúleos lançados por Regigigas. Breves estouros sobrevinham toda vez que uma das descargas elétricas impactava o solo, erguendo camadas de poeira e originando marcas negras como azeviche. Desdobrou um braço e flexionou as garras, escarlates tanto pela coloração natural quanto pelo sangue do colosso. Fabricou uma esfera formada por argolas negras e roxas e, rodopiando para escapar de um novo raio, disparou um raio de anéis de seu interior. A mira era no ponto médio entre quatro dos seus olhos, mas um braço cruzado fora o receptor. Àquela altura sabia que golpear as toras de sequóia que o titã chamava de braços era um exercício de futilidade. Não era teimoso ao ponto de não perceber isso. Mas, se a vida lhe ensinara algo, era como ser intransigente e tirar máximo proveito dessa característica. Avançou com o sorriso se alargando em seu rosto, ainda sustentando o Dark Pulse. Quando estava a meia dúzia de passos recuou a mão e saltou para frente. Esperava ter calculado corretamente. Um segundo a mais ou a menos e seria arremessado de encontro às arquibancadas com força suficiente para quebrar todas as suas costelas. Era um risco, mas não existiam batalhas que merecessem ser travadas e estivessem isentas deles. A sorte lhe sorriu. Os dedos do Pokémon colossal passaram a centímetros de seu rosto quando este recolheu o braço. Riscos vermelhos cruzaram o ar. No instante seguinte, tinha as garras cravadas quase até a base em um dos olhos do adversário. Dois segundos antes de uma reação. Mais três antes que o gigante gritasse como um homem torturado. Para Zoroark, esse era o mais belo aspecto da dor; independentemente de suas diferenças, todos eram iguais perante o sofrimento. Encostou os pés sobre o tórax do golem e lançou-se para trás. Sangue jorrou da ferida e tingiu-lhe o tórax de um vermelho tão escuro que poderia se passar por vinho. Atordoado e – obviamente – furioso, Regigigas erguera um dos braços na sua direção. Uma esfera vermelho-alaranjada formara-se em frente à palma de sua mão. Um raio de energia fora projetado de seu interior após poucos segundos. Reprimiu um estalo de língua irritadiço. Sentia uma vontade quase irrefreável de arrancar uma das salsichas gigantes que o golem chamava de dedos, mas se conteve. Primeiro sair da enrascada; depois a diversão. Seus olhos tomaram um tom azulado e um campo de força turquesa envolveu seu corpo. O ataque adversário atingiu-o momentos depois. Descobriu imediatamente que fora sábio em se proteger. Aquele golpe estava em um nível diferente dos anteriores. Um acerto direto transformaria seu corpo em cinzas. A barreira interrompera a técnica, mas não a onda de choque. Sentiu-se como se atingido por um trem. A força bruta do impacto expeliu o ar de seus pulmões à força. Fora arremessado para trás como uma boneca de pano, colidindo contra as arquibancadas. A rocha estalou sob suas costas e rachaduras surgiram. Com alguma dificuldade, o vulpino sombrio pôs-se de pé e cuspiu algum sangue. O lado direito de seu tórax queimava intensamente. Muito provavelmente quebrara uma ou duas costelas na colisão. Respirar causava-lhe arrepios de dor. Possivelmente estava com um dos pulmões perfurado. Segurou um xingamento entre os dentes. Ter de usar Ruin Caduceus novamente em tão pouco tempo seria arriscado, mas poderia se provar necessário. Por uma vez, viu-se desejando que Taiyou estivesse participando do combate.
O rugido da besta consumiu seus canais auditivos uma vez mais. O idiota que achou que seria uma boa ideia dar cordas vocais àquele Pokémon deveria estar apodrecendo no inferno. Avançava em sua direção e, ou era impressão sua, ou estava bem mais rápido do que antes. Não pode deixar de sorrir. A situação era tensa, mas mesmo assim era difícil não se empolgar diante de tal adversário. Somente o Gallade da Silver Witch conseguira deixá-lo em um estado de furor semelhante no passado. Pôs-se em guarda instintivamente. Regigigas ergueu um dos punhos, uma aura dourada envolvendo-o até a altura do cotovelo. A resposta veio em forma do fulgor escarlate que tomara posse de suas garras. Seria simples esquivar e cegar outro de seus olhos. A imagem o fez sorrir de forma macabra enquanto arqueava as pernas para o salto.
Não foi necessário pular. Momentos antes que reagisse um chicote negro agarrou o braço do colosso, chamas laranja-avermelhadas surgindo ao longo de sua extensão. Um segundo ataque emergiu sob seu braço; quase um míssil de fogo. Em seu interior, um pequeno mamífero carmesim com uma densa juba amarela. A força exercida era ínfima se comparada ao golpe do gigante, mas conseguira desviar sua trajetória ainda que minimamente. O punho atingira alguns lances de escadaria à sua direita. Escombros, poeira e ar atingiram-lhe o rosto enquanto a onda de choque deixava-o aturdido por alguns instantes. Recompondo-se, abriu a boca e lançou uma baforada de fogo em um dos ombros da fera. Mais uma vez o arbusto pegou fogo e o gigante recuou alguns passos cambaleantes, visivelmente em agonia. Aproveitando-se do deslize, Zoroark fitou o mamífero flamejante e ladrou-lhe algumas ordens. Após alguns segundos de olhar hesitante que mais pareceram horas, o animal enfim assentiu e disparou uma rajada de chamas contra um dos pés do colosso. O musgo incendiou-se no mesmo instante, causando outro grito de dor por parte de Regigigas. Ergueu um dos braços em um ataque cego de fúria e lançou-o em um arco horizontal contra as arquibancadas. Por onde passava, um rastro de destruição era criado. Zoroark desviou prontamente com um salto enquanto Flareon corria em ziguezague por entre as rochas que despencavam sobre o campo. A investida do gigante não acabara por ali. Erguera rapidamente a outra mão e disparara uma nova leva de pedregulhos pontiagudos. Reprimindo um xingamento o vulpino negro voltou-se para trás e envolveu suas garras em uma luz escarlate. Seguiu-se uma sequência de golpes velozes e esquivas. Estilhaços atingiam o solo ao passo que os projéteis eram esmigalhados ou evitados através de piruetas e acrobacias. Vez ou outra um novo ferimento se abria em sua pele, mas nenhum suficientemente grave ao ponto de impedir seu progresso. Quando a chuva de minérios enfim cessou Zoroark olhou de soslaio por sobre o ombro e estalou a língua. Estava na pior localização possível dentro daquele coliseu; centímetros à frente das garotas. Seria incapaz de desviar das técnicas do gigante sem que elas fossem feridas ou mortas. E o maldito bastardo parecia saber disso. Ainda tinha o trunfo de usar a Ruin Caduceus mais uma vez, mas se o fizesse ficaria sem energias para continuar o combate. Pesava os prós e contras em sua mente enquanto observava Regigigas retirar o braço dos escombros e voltar-se em sua direção. Sangue corria livremente de seu olho destroçado, mas uma névoa sombria quase imperceptível escapava também. Uma Damned Soul, percebera. Aquilo conseguira moldar um sorriso amargurado em seu rosto. A situação tornara-se definitivamente mais interessante. Bradando violentamente, o Pokémon colossal lançou-se em uma nova investida. Enquanto corria um de seus punhos fora envolto por um manto de energia dourada. Zoroark inalou fundo e ergueu uma de suas mãos. Para melhor ou pior, era hora da cartada final.
Seu semblante tranquilo contradizia o caos em que o coliseu estava imerso. Cruzando as arquibancadas arruinadas, Taiyou deixou seus instintos assumirem controle sobre o seu corpo. O mundo pareceu crescer ao seu redor. Olfato, audição, visão, tato, percepção espacial... Tudo havia sido drasticamente ampliado. Habilidades que lhe foram ensinadas durante a infância e posteriormente refinadas pela Silver Witch que o tornavam mais perigoso que o habitual. Canalizara tudo aquilo em Regigigas. Observou-o investir em direção às garotas, mas foi a reação do vulpino sombrio que o fez franzir o cenho. Seria ruim se fizesse aquilo. Com um leve indício de incômodo atravessando sua face, desabilitou temporariamente os limitadores de seu corpo. Um segundo depois sua velocidade havia aumentado exponencialmente. Era uma jogada arriscada; ao remover os limites impostos inconscientemente pelo seu cérebro tornava-se possível adquirir velocidade e força que beiravam ao impossível. Porém, manter o desempenho físico em níveis sobre-humanos por muito tempo inevitavelmente destruiria seu corpo de dentro para fora. Vasos sanguíneos explodiriam, fibras nervosas e órgãos seriam rasgados... A imagem não era bonita ou atrativa. Mesmo curtos intervalos tinham seu preço. Suas pernas estavam superaquecendo rapidamente e os músculos gritavam de dor. Seus pulmões ardiam em brasa e, curiosamente, suas mãos queimavam mais intensamente que o resto do seu corpo, mas não causavam qualquer sensação de desconforto. Com aquela velocidade levou cerca de quinze segundos para dar a volta na galeria e posicionar-se atrás das garotas. O que faria a seguir seria digno de um conto romântico se não fosse tão perigoso. Observou atentamente enquanto o colosso preparava-se para desferir o golpe. Respirou fundo.
Saltou para frente no instante seguinte. Voltou a restringir suas habilidades físicas imediatamente. Arriscava danos musculares permanentes se a mantivesse ativa por mais tempo. Ariel talvez fosse capaz de restaurá-los eventualmente, mas teria de suportar ao menos uma semana de tratamento intensivo. Conteve um riso amargurado; aquilo ia doer. Muito. Colocando-se entre Regigigas e os outros, cruzou os braços sobre o peito em “X” e aguardou pelo impacto que nunca veio. Subitamente um vulto negro e vermelho tomara conta de seu campo de visão. Abriu um sorriso cansado. Zoroark não o deixaria esquecer aquele salvamento tão cedo. Uma esfera translúcida de tom turquesa envolveu a ambos. Protegera-os efetivamente do golpe, mas ainda assim foram atirados para trás. O vulpino sombrio dissipou a barreira e pousou tranquilamente sobre as quatro patas. Taiyou não tivera tanta sorte com a aterrissagem. Anos sem treinamento intenso obviamente enferrujariam algumas de suas habilidades; só desejava que tivesse sido alguma menos propensa a causar-lhe alguma forma de dor. O pouso fora mal-executado, a julgar pelo som de estalo vindo da sua perna. A dor viera quase instantaneamente em uma onda que o deixou cego e de joelhos. Com toda certeza havia fraturado o fêmur. Surpreendentemente pouco, tendo em vista que a ideia original envolvia fragmentar muitos outros ossos e provavelmente sofrer de hemorragia interna. O Pokémon ilusório fitou-o em um misto de incredulidade e acusação. Respondeu com um dar de ombros.
– I-Idiota! – Ralharam-lhe raivosamente. Reconhecera a voz como sendo de Julie. – Por acaso está querendo se matar?! – Apesar da agressividade, não conseguiu evitar notar certo alívio em sua voz. Aquilo conseguiu trazer um sorriso à sua face.
– T-Taiyou-san... – Chamara Rathy com um tom cansado. Encarou-a de soslaio por sobre o ombro. A rocha incrustada em sua perna deixara-o preocupado, embora mantivesse um semblante calmo. – Por quê...?
– Quem sabe? – Replicara ambiguamente, quase em um motejo. – Síndrome do cavaleiro branco, vício em adrenalina, idiotice crônica... Podem escolher. – Honestamente, o mais provável era uma combinação dos três fatores. Pondo ambas as mãos ao redor do membro ferido, deitou-se sobre as costas e aplicou pressão. – Zoroark, pode entreter nosso amigo agigantado enquanto eu brinco de encaixe?
O canídeo sombrio gargalhou calorosamente e voltou-se na direção de Regigigas. Seus olhos relampejaram em uma coloração azul-clara. Imediatamente um paredão de chamas irrompeu do solo entre o grupo e o colosso. Lagartos de fogo emergiam da superfície, cuspindo brasas por suas línguas bifurcadas. Aquilo parecera deter o avanço do colosso momentaneamente. Taiyou mordeu o lábio e, exercendo pressão, provocou um novo estalo em sua coxa. O gosto de sangue encheu a boca, mas ao menos não gritara. Erguendo-se em um salto, testou a perna ferida. Ainda lhe causava agonia, mas podia por peso sobre ela. Não teria problemas para se locomover.
– Eu não acredito. Não é que ele colocou o osso quebrado de volta no lugar? – Comentara a morena com os olhos arregalados de descrença. Ao eu lado, Flareon encarava o moço boquiaberto. Com um suspiro cansado, levou uma das mãos de encontro à testa. – Pelo amor de Deus; só de pensar já me sinto mal.
– Nesse caso, pegue a Rathy e se afaste o máximo que conseguir. – Aconselhara, visando-as com uma expressão sombria. – A situação está prestes a ficar turbulenta. – Só não tinha certeza de para qual lado.
– Não pode fazer isso, Taiyou-san! – Exclamara a loira. Tentou se erguer, mas voltou a cair, sangue esguichando da coxa. – Sem suas Viralts é impossível! – Seu tom de voz era uma mescla de preocupação e cansaço.
– Não tenho como ter certeza até tentar. – Redarguira jovialmente. Viu o gigante golpear a barreira algumas vezes, sem sucesso, antes de seu semblante tornar-se frio. – Só sei que estou farto de perder quem me é importante enquanto apenas observo. – Falhara com sua família e isso custara suas vidas. Não deixaria que as duas também morressem. Pela primeira vez em muito tempo sentia um real desejo de luta. Um pulso de energia irradiou das costas das suas mãos e se dispersou pelo seu corpo. Avançou um passo. – Já cansei. – Outro passo. – Não sou um cavaleiro em uma armadura brilhante; não posso prometer que serei capaz de tornar esse mundo um lugar melhor. – Fitando o fogo, respirou fundo e cerrou as pálpebras ao exalar. Quando voltou a abri-los, uma chama parecia queimar em seu interior. Esboçando um sorriso sombrio, manifestou sua sede de sangue. – Mas sabe... Ainda sou capaz de matar os que ameaçam quem importante para mim.
E então suas luvas explodiram em clarões de luz.
Bom, antes de qualquer outra coisa, venho pedir desculpas pela enorme demora em trazer este capítulo. Além da volta as aulas na faculdade e alguns horários bem loucos que estou tendo de enfrentar, tive um bloqueio master em certa parte do texto. Realmente eu estava sem ideias de como prosseguir com o texto até alguns dias atrás, mas por fim superei e consegui terminar o que escrevia. Vou tentar não demorar tanto com os próximos.
Dando agora boas notícias, fico feliz em anunciar que nos aproximamos da conclusão do 1º volume da Astral Zero! Serão dois capítulos, contando com este que estou postando agora, e um epílogo antes de passarmos para o próximo volume. Irei postar juntamente ao epílogo uma pequena prévia do que virá pela frente. E vamos aos comments:
Hyurem escreveu:Eita, rapaz, muita treta
Excelente capítulo, DZ! Suas narração e descrição foram ótimas, embora eu tenha ficado meio perdido em relação ao posicionamento do Regigigas dentro do coliseu. A princípio, eu não havia imaginado uma arena muito grande, mas quando o colosso começou a se movimentar ficou claro que não tinha imaginado o lugar da maneira correta XD
Achei interessante como você abordou a fúria do Pokémon lendário, ainda mais porque ontem mesmo vi um dos filmes do anime e nele o Regigigas até tentou ajudar as pessoas. São dois extremos bem distantes. Mas a raiva dele faz sentido, não deve ser fácil ficar aprisionado em um obelisco por sei lá quanto tempo. E a diferença de poder entre ele e os Astralis e seus parceiros ficou muito evidente.
Me fiz a mesma pergunta que o Taiyou quando vi as duas garotas tentando enfrentar o lendário. Mas pra mim fica mais fácil a resposta do que pra ele: "Precisa existir algum outro problema, querido protagonista. Acostume-se"
Agora deu pra ver direito a força do Zoroark. O pobre Croconaw do outro capítulo nunca teria chance contra um Pokémon que consegue causar danos consideráveis a um lendário do calibre de Regigigas. Devo admitir que fiquei um pouco surpreso com o poder do Zoro-chan também, principalmente pelas perspectivas sombrias do companheiro dele em relação ao combate. Mas talvez o dano desferido no colosso tenha sido maior também pelo elemento surpresa e quando ele se virar para enfrentar diretamente o canídeo das trevas este vai ter problemas maiores.
O Taiyou tem uma séria fraqueza em relação à Iri. Creio que isso ainda pode ser utilizado contra ele em algum momento, para persuadi-lo a decisões que normalmente não tomaria. E ainda bem que ela é boazinha mesmo XD
Quanto à Valentina... Se não foi criada para ser uma vilã, então vai ser o personagem que gosta de ver o circo pegar fogo, penso eu. Não sei bem qual a relação dela com o Taiyou, mas ou se consideram irmãos (ou são, vai saber) ou já tiveram alguma paixãozinha um pelo outro. Talvez pendendo mais pra segunda opção pela abordagem dela. E pelas roupas também, porque, sei lá, não vejo uma possível irmã dele usando esse estilo de Shonen Ecchi. Seria ela o sex appeal da sua fanfic? Além disso, talvez tenhamos presenciado o nascimento de um triângulo amoroso, daqueles bem saudáveis mesmo(sqn)em que uma garota é fofinha, linda e boazinha e a outra é malvada, sensual e dominadora. Embora talvez a Rathy não se encaixe tão bem assim na primiera opção depois que se acostumar ao Taiyou.
Se eu tivesse imaginção e talento eu teria adorado fazer uma arte de cada personagem da sua história. As descrições deles são ótimas, mas você não pode (nem deve, eu diria) falar detalhadamente das características físicas de todos a cada nova aparição. Mas isso acaba gerando um problema pra mim, porque acabo esquecendo um detalhe ou outro na concepção que crio de cada um. Bom, fica a dica, se puder arranjar um desenhista pra por no papel sua imaginação seira ótimo.
Bom, creio que seja isso. Não há muito mais a falar do caítulo, exceto que foi muito bom. Parabéns por ser esse [otimo escritor que é, e eu fico no aguardo do seu próximo capítulo!
PS: Dessa vez fui o primeiro \o/
Hyurem o/
Primeiramente, fico feliz que tenhas gostado do capítulo. Na verdade, eu próprio não tinha muita ideia das dimensões do coliseu antes de começar a escrever o embate das garotas contra Regigigas. Creio que possa ter aumentado suas proporções enquanto escrevia, ainda que sem intenção. Confesso que baseei a personalidade dele mais no que aparece em um episódio do anime do que no do filme mesmo - na real, nem me lembrava da aparição dele. A fúria dele também não é inteiramente natural; houve alguns fatores que ajudaram a irritá-lo tanto. Realmente, a força dele é imensurável se comparada à Rathy e Julie. Resta a dúvida de como ele será derrotado. Na verdade acertaste bem no ponto certo ao dizer que o dano maior que o Zoroark causou ao colosso era proveniente do elemento surpresa. Não leva a mal; ele ainda vai ser capaz de lutar bem contra o gigante, mas sua situação ficará bem mais complicada uma vez que o golem branco voltar sua atenção para ele. Há também um motivo pelo qual ele é tão forte; creio que uma das frases do Taiyou irá esclarecer isso. Concordo também que ele não consegue discordar com tanta facilidade com a Iri. Isso se deve às experiências de seu passado. Cara, quanto a Valentina eu próprio tenho dificuldades em descrever seu papel com exatidão. Creio que 'anti-heroína' seja o termo mais aproximado do que tenho preparado para ela. Quanto a relação entre os dois... Bem, ela é um pouco complicada. Se fosse dizer, creio que a relação dos dois é mais próxima de um laço fraternal do que romance mesmo. O que ela faz com ele é, em sua maior parte, apenas provocação. Na realidade, isto de recontar as características físicas de um personagem vez ou outra é algo que vejo rotineiramente em alguns livros como a Trilogia dos Espinhos e até mesmo As Crônicas de Gelo e Fogo. Eu só tenho a tendência de me aprofundar mais nas características físicas nestes momentos. Espero que gostes deste novo capítulo.
Rush escreveu:DÊÊÊ ZÊÊÊÊ
Peço imensas desculpas pela demora deste comentário, acabei não tendo o tempo livre que pensei ter. Tive que ler em partes, mas finalmente conclui essa leitura maravilhosa. Cara, que capítulo épico. Mesmo que demorada a frequência da postagem de capítulos, Astral Zero é algo que me deixa sempre empolgado para o próximo capítulo.
Essa luta foi sensacional. A força do Regigigas como oponente, lutando contra Rathy e Julie... Eu honestamente, pensei mais de uma vez que a Julie ou o Flareon fossem morrer. Cheguei a pensar que o Glaceon seria esmagado pelo colosso. Meu coraçãozinho não pode sentir tanta adrenalina como essa, mas mesmo assim eu quero ver maaaaiiisss.
Lembra quando eu disse que Suiguetsu iria vencer do Zoroark? Então... Nem fodendo. Agora que eu vi uma amostra do verdadeiro poder desse Zoroark, cara, eu to chocado. Taiyou e Zoroark são a dupla mais incrívelmente fantásticamente forte que eu já presenciei na área de fics. Não é atoa que Ariel os considera como os tais. Essa desaceleração massiva do tempo me deixou de queixo caído... Isso é um ataque que mata o oponente na hora (ou nas horas aceleradas HAHAHA SOU ENGRAÇADO, RIA), mas pela promessa curiosa, me pergunto se Taiyou chegou a usar contra algum humano.
E CARA... O Zoroark sambou lindamente na cara do Regigigas. Eu amei esse capítulo, sério. Eu amei de verdade mesmo. Esse até agora, é meu cap preferido. Só por mostrar a superioridade do Taiyou como lutador, sua Astralis motherfucking OP - isso que foi demonstrada em uma fraca quantidade -, e as habilidades do Zoroark lutando contra o colosso... Eu fiquei empolgado a luta inteira. Eu amei de paixão esse capítulo.
Agora a pergunta é, como será que o Regigigas vai morrer? Creio que por ele ter machucado Rathy e Julie - além dos sobreviventes não importantes -, o Taiyou não vai ter piedade. Só espero que essa Valentina não atrapalhe... Pera.
Essa é a mesma Valentina que até então havia morrido e deixado tanto o Taiyou quanto o Zoroark bolados? Isso aumenta ainda mais minhas expectativas no próximo capítulo. Quero também ver a reação do Taiyou ao vê-la com roupas tão... Peculiares e provocantes.
Cara. Posta rápido, por favor. Eu to muito empolgado com o próximo capítulo.
Um abraço, até esse fds com o novo cap. Até mais!
Rush o/
Mano, nem esquenta em relação a demora de comentários visto que eu próprio demoro consideravelmente para postar capítulos e, em menor escala, comentar também. Fico feliz que tenhas gostado do capítulo também
Capítulo XII - Awaken
O ocaso caía sobre a cidade, tingindo-a de um laranja espectral. A atmosfera do ambiente era macabra. As ruas estavam vazias, as casas abandonadas. Alguns objetos estavam espalhados pelas ruas, consequência de uma fuga às pressas. Percorria lentamente o município, observando o que poderia ser descrito como um local abandonado. Os estudantes haviam realizado um excelente trabalho na evacuação, percebera. Detivera-se abruptamente ao sentir algo estranho sob um de seus pés. Recuou o passo e mirou o chão abaixo. Uma pequena boneca de pano estava largada ali, um sorriso tímido que encantaria qualquer criança bosquejado em sua face. Observou impassível por alguns segundos antes de se curvar e agarrar o brinquedo. Ao fazê-lo, a luz irradiou na joia de sua ombreira e, por um momento, os arredores foram coloridos em tons de verde e orquídea. Examinou-a com uma expressão solene e, com um suspiro desanimado, voltou a largá-la no solo. Torcia para que quem a perdera conseguisse reavê-la. Levantou-se taciturnamente e vislumbrou o coliseu ao longe. Um segmento das muralhas havia cedido e se transformado em escombros. Avançou lentamente, seu olhar ostentando resolução e austeridade. Suas ordens eram claras; deveria intervir somente em último caso. Por hora, apenas verificaria como o cavaleiro negro se sairia. Exalou o ar de pulmões indiferentemente. O excesso de confiança que a Silver Witch tinha no adolescente extrapolava os limites do justificável. Presumia que ele próprio também, se concordara com o plano da mulher. Deixou seus pensamentos de lado com um de dar de ombros e prosseguiu com seu caminho.
Uma nova saraivada de pedras afiadas como navalhas foi lançada contra Zoroark. O animal sorriu sombriamente. Avançou sem demora, as garras de suas mãos tomando um tom escarlate. Surpreendentemente, avançava por entre a chuva de rochas sem grandes dificuldades; pulverizava as que vinham em sua direção com golpes rápidos e precisos e utilizava outras como apoio para saltos e acrobacias. Vez ou outra torcia seu corpo para desviar de alguns projéteis. Aqueles que não eram destruídos alvejavam o solo, formando crateras e dispersando fragmentos por toda arena. Vez ou outra uma voava rumo às garotas, mas era destruída por Julie. Posicionando-se diretamente sobre o adversário, o vulpino negro transpôs os braços em “X” sobre o peito. Ao descruzá-los disparou um raio composto por aros negros e azuis. Regigigas instintivamente levantara um dos braços para se proteger. O golpe batera contra uma das várias listras que decoravam o membro, mas aparentemente não produzira grandes efeitos. Impeliu seu outro punho contra o Pokémon ilusório, um violento ciclone dourado envolvendo-o. Não chegou a intimidá-lo, contudo. Seus olhos cintilaram em ciano brevemente. Seu corpo contorceu-se bizarramente antes de dividir-se em um bando de Murkrows. Debandaram em esquiva ao golpe e agilmente envolveram o colosso, cercando-o por completo. Converteram-se novamente em clones do canídeo e, unindo as mãos em frente ao tórax, lançaram uma rajada de raios de círculos negros. A resposta viera na forma de um agitar de braços. O golem branco atirou-os para os lados, alvejando as raposas em uma demonstração de pura força selvagem. Era inútil. Os animais esvaeciam em fiapos de névoa assim que os atingia. O verdadeiro só se revelou depois de todas as cópias sucumbirem. Ainda metamorfoseado como um corvo rasgou as nuvens no céu e desceu em rasante, retornado à sua forma original somente quando já estava próximo ao adversário. Um sorriso atipicamente maléfico decorava sua face. Inclinou a cabeça para trás e, ao lançá-la para frente, disparou uma lufada de cintilantes chamas vermelho-alaranjadas. Com precisão mortal, atingira novamente um dos arbustos nos ombros de Regigigas. O grito de dor resultante pareceu estimular seu desejo de luta, se o brilho vermelho que tomara seus olhos indicasse algo. Ergueu a pata direita, as garras recuperando o assustador fulgor escarlate e arremetera-as contra as costas do colosso. Três ínfimas marcas de arranhão surgiram, mas traziam o brilho e a cor inconfundível de sangue com elas. Encostou os pés sobre o dorso do oponente e usou o impulso para se afastar. Ao pousar finalmente, lambeu o líquido que lhe recobria as garras.
Todavia, seus olhos estavam cegos ao mundo. Seus ouvidos nada escutavam. Até mesmo os músculos pareciam ter se tornado pedra. Todo seu foco era direcionado à garota à sua frente. Valentina Luen Fylim. Nunca esqueceria seu nome. Não a via há cinco anos, mas o sorriso que mesclava malícia e inocência confirmava sua identidade. Só aquele lugar conseguiria produzir um gesto com ambos os extremos. Engoliu em seco. Em parte, passara a última meia-década procurando-a e, agora que enfim a encontrara era incapaz de falar.Estalou a língua, reprimindo uma praga silenciosa. Tornara-se muito emotivo quanto a isso. Emotivo de mais para o próprio gosto. No entanto, era difícil não sentir-se feliz e aliviado. Aquela era a única família que lhe restava; saber que estava bem lhe alegrava o coração. Respirou fundo, abrandando suas emoções. As palavras que Ariel lhe confidenciara voltaram à sua mente. Até averiguar a verdade por trás delas teria de ser prevenido.
– Zoroark-chan tornou-se bem mais forte nesses últimos anos. Mesmo que sua ferocidade tenha crescido na mesma proporção. – Reparou a garota, curvando-se de leve para o lado para observá-lo. O sorriso em seu rosto era gentil e leve. Endireitando-se após alguns instantes, voltou sua atenção para o jovem. – Fico feliz em ver que estás bem, Taiyou. – Seu hálito cheirava a rosas e morangos. Não mudara em nada.
– Ainda bem. – Foi tudo que conseguiu sussurrar, esboçando um sorriso tênue. Sem entender, a moça inclinou a cabeça para o lado. O adolescente imediatamente avançou e envolveu-a em seus braços. Fosse outra pessoa teria corado ao sentir os seios pressionados contra seu peito, mas conhecia-a bem demais para isso. Os olhos da garota se arregalaram com o contato inesperado. – Tive medo de nunca mais vê-la ou que estivesse morta, Valentina.
– Sinto muito por preocupá-lo. – Desculpou-se a primeira, suas feições suavizando. Retribuindo o abraço, levou uma de suas mãos à nuca do jovem e afagou-lhe os cabelos em um ritmo reconfortável. Subitamente, seus olhos foram tomados pela tristeza.– Eu realmente gostaria de continuar ao seu lado, mas receio que sejamos adversários. – A angústia em sua voz era palpável. Era uma situação que nenhum dos dois gostava.
– Sim. Fiquei sabendo. – Replicou apaticamente. Desvencilhando-se da moça, fitou o céu alaranjado sobre suas cabeças por um instante. Depois, com um suspiro desanimado voltou a fitá-la. Esboçava um sorriso infeliz, mas seus olhos demonstravam curiosidade. – As recentes ações da Aristocracia Alfa conquistaram o interesse da Silver Witch, principalmente as que se referem a você e Liguria Aquallir. – A réplica da moça fora um despreocupado riso leve.
–Aposto que ela não é a única. – Observou, sua voz mesclando sedução e insinuação. Uma provocação vazia; nutria apenas amor fraternal por ela. Ainda assim, era revigorante. – Imagino que queiras conversar? – Quando não houve resposta, ela prosseguiu. – Criei uma barreira sensorial ao nosso redor. Não poderão nos ver, ouvir ou mesmo sentir nossa presença. – Aquilo não o surpreendia. Há muito sabia a extensão de suas habilidades. Algo desse nível não era nada para ela. – Podemos nos sentar. – Não era uma pergunta. Sem dizer uma palavra, Taiyou retirou o casaco e estendeu-o sobre o banco mais próximo. Valentina o olhou por um instante antes de sentar-se no local que lhe fora dado, gentileza evidente em sua face. – Obrigada.
–Se minha memória não falha, você nunca gostou de assentos empoeirados. – Dialogou, pondo-se ao seu lado. O tumulto e a destruição causados por Regigigas culminaram por pulverizar poeira ao longo de todo o coliseu. – Além do que, você me conhece; sempre faço todo o possível pela minha família. – Seu olhar tornara-se triste terminada a frase.
Com um rugido que mais parecia um grito de guerra o colosso uniu as mãos em frente ao tórax. Várias marcas de garras eram vistas ao longo de seu corpo e os arbustos em seus ombros estavam chamuscados. Por outro lado, Zoroark não ostentava qualquer injúria e, a julgar por sua expressão, se deliciava com o combate. Uma esfera azul, com pouco mais de um metro de diâmetro formou-se entre os dedos do primeiro e, em seguida, fora arremessada violentamente em sua direção. Atingira parte do que outrora fora o obelisco e dizimou-a completamente. Estalou a língua, frustrado. Desviar seria simples como respirar, mas isso abriria um rombo descomunal no coliseu e possivelmente matar as garotas. O primeiro cenário talvez entristecesse a Silver Witch; o segundo certamente irritaria a ela, Taiyou e um bom número de famílias nobres. Adiantou-se alguns passos e jogou os braços para os lados. Um campo de força turquesa formou-se ao seu redor, enclausurando-o inteiramente. Lufadas de vento e rajadas de energia encheram a atmosfera quando globo e barreira colidiram. Zoroark retrocedeu alguns centímetros de imediato, suas patas deixando rastros de arrasto no solo. Mesmo que o escudo protegesse-o de ferimentos, era praticamente ineficaz ao barrar a onda de choque. Fora eventualmente jogado forçadamente para trás, mas não antes de conter efetivamente o golpe. Recompondo-se rapidamente, vislumbrou o gigante de soslaio preparando-se um ataque. Estalou a língua em um sonoro “tsc”. Encostou uma das mãos no solo arenoso, os olhos emitindo um leve brilho cianótico. Longas e grossas raízes, verdejantes como a copa de uma árvore no auge da primavera, brotaram do chão e lançaram-se sobre o colosso como serpentes dando o bote. Enrolaram-se ao redor de seus braços, restringindo seus movimentos. A princípio desconcertado, Regigigas logo começou a arrancá-las do chão com simples força bruta... Só para vê-las desaparecer como névoa matinal. Zoroark não hesitou e, fazendo valer a oportunidade, atacou. Estendera um dos braços, disparando um raio de aros azuis e negros ao mesmo tempo em que exalava uma rajada de chamas vermelho-alaranjadas. O primeiro atingira o peito do colosso, em uma de suas joias acinzentadas; o segundo acertara o musgo que crescia em seu pé direito. Não causara muito dano com o primeiro, mas as labaredas alastraram de imediato, tornando seu tornozelo um mar infernal. O gigante urrou em dor enquanto levava as mãos ao pé ferido, tentando desesperadamente apagar o fogo que o consumia.
– Como esperado do Zoroark-chan. Ter vantagem mesmo que sobre tal adversário é impressionante. – Enalteceu Valentina, apoiando a face sobre uma das mãos. Um cintilar inquietante brincava em seus olhos cor de ametista, mas o sorriso e tom de voz eram gentis. Sua atenção logo se voltara para os quatro outros residentes da arena. – Ainda assim, me pergunto por que só ele tenha conseguido ferir significativamente Regigigas?
– Surpreende-me que ainda não tenhas percebido. – Conjecturou Taiyou, o olhar fixo no embate. Não lhe parecia que o vulpino tivesse a vantagem no combate; muito pelo contrário, na verdade. O adversário provara-se bem resistente e se fizesse um acerto que fosse estaria tudo acabado. Zoroark morreria ou ficaria tão perto disso que não teria forças para desviar de uma investida seguinte. Verdade seja dita, agiria se pudesse, mas duvidava que a barreira que envolvia a si e a garota fosse ser desfeita antes de concluir a conversa dos dois. – Rathy, Julie, Glaceon e Flareon são habilidosos, mas... Há um abismo de diferenças entre aqueles que foram treinados para combater e os criados para matar. Simples assim. – “Além do que, nenhuma delas treinou dois anos sob a supervisão direta da Silver Witch.”, refletira. A garota pareceu divertir-se com sua explicação, notara. – Então, por que criaste toda essa confusão? – Tinha uma boa ideia da razão, mas confirmar suas suspeitas não iria doer.
– Como sabes que fui eu? – A inocência em sua voz poderia iludir uma multidão de desconhecidos. Não colava com ele. Vendo que não funcionaria, a moça deu de ombros e tornou a observar o combate. – Parte do trabalho. Pediram que eu adquirisse os prêmios dessa competição. Roubar a Viralt foi fácil; havia meia-dúzia de Arkane Knights protegendo-a. Eliminá-los foi brincadeira de criança. – Mostrou-lhe um pequeno anel coberto por runas. Um cristal branco e translúcido decorava-o lindamente, mas o poder em seu interior enviou calafrios por sua espinha. Com um sorriso, tornou a guardá-lo. – Restava apenas capturar Regigigas. Seria inconveniente fazê-lo com muitas testemunhas, então usei uma Damned Soul. – Aquilo o fez estalar a língua. Damned Soul; seria mais correto chamá-las de “fantasmas de Viralts”. Quando uma era destruída permeada em sentimentos negativos excessivamente fortes, ás vezes perdia tudo o que já fora e tornava-se não mais que labaredas de loucura e violência. Extremamente perigosas também. Se manipuladas corretamente, poderiam levar homem, Pokémon ou Viralt a um estado de fúria cega e irrefreável. – Eu planejava enfrentá-lo assim que a arena ficasse vazia, mas aí você e as Onee-chans ali resolveram fazê-lo por mim.
“E é claro que optasse em apenas assistir ao show.” – Observou silenciosamente. Não que pudesse culpá-la. Preocupar-se apenas consigo mesmo e seu esquadrão; lições primordiais naquele lugar. Contudo, algo o incomodava. A garota não parecia estar contando toda a verdade. Se quisesse apenas defrontá-lo a sós, seria fácil para ela usar o poder de Excendeiss e teleportar o obelisco que o enclausurava para centenas de quilômetros de distância. E havia ainda outra informação. – O membro da Murders que eu tive de dar cabo foi ideia sua também?
– Sim. Peço desculpas por qualquer problema que tenha lhe causado. – Confirmou tranquilamente. Exalou o ar de seus pulmões pesadamente; a honestidade da garota era muitas vezes cansativa. Com um riso leve, Valentina prosseguiu. – Honestamente, só o fiz porque ela queria ver o nível de suas habilidades. – Não precisava perguntar quem. A forma com que a moça falou e os pelos eriçados em sua nuca lhe diziam tudo. – Admito que também estava curiosa em vê-lo em ação. A despeito das suas limitações, lutaste surpreendentemente bem. – Ela sabia sobre sua situação, compreendeu de imediato. Era tudo o que precisava...
Rugindo furiosamente, Regigigas lançou um soco em sua direção. Uma aura dourada cobria seu braço até a altura do cotovelo. Tracejando um sorriso pretensioso, Zoroark saltou para trás. O gigante findou por atingir o solo, criando imediatamente uma profunda e larga cratera e ocasionando um tremor similar a um terremoto. Parte do coliseu ruiu mediante as ondas de choque, mas aquilo não concernira os combatentes nenhum pouco. O colosso rapidamente ergueu sua outra mão, disparando uma chuva de rochas acinzentadas. Mesmo à distância, Taiyou julgara ver o sorriso no rosto do Pokémon ilusório acentuar. Suas garras resplandeceram, escarlates como sangue fresco, e relâmpagos negros envolviam suas mãos. Seguiu-se uma sequência de movimentos ágeis e graciosos, convertendo as pedras em pouco mais que pó e fragalhos. Contudo, um pequeno número de fragmentos foi capaz de lacerar sua pele. Uma escoriação em seu braço esquerdo, outra próxima a um rim e uma terceira que lhe rasgara horizontalmente sua bochecha. Aquilo lhe fez dar um riso seco. Dizimou as últimas com mais uma série de golpes; as poucas pedras que passaram por ele caíram sobre as arquibancadas. Aterrissou calmamente a poucos metros do gigante branco, seus olhos assumindo uma coloração azul-esverdeada. Um tornado rubro de energia irrompeu ao seu redor antes de convergir sobre a palma de uma de suas mãos na forma de um orbe róseo. Era pouco maior que um melão, mas a pressão de seu núcleo era incomensurável. Com uma expressão demoníaca e arrogante,o vulpino negro avançou a passos largos. A reação viera em segundos. Regigigas ergueu um dos punhos, cintilando em um gélido tom azul. Lançou um novo soco, cristais de gelo decorando o ar por onde passava. Brincadeira de criança. Sem deixar de prosseguir, esquivou do golpe com uma pirueta e pousou sobre o braço do titã. Antes que pudesse haver qualquer reação, Zoroark saltou novamente e atingiu-o no peito com a esfera. O orbe expandiu imediatamente, tornando-se tão largo quanto o tronco do titã. Lufadas violentas de vento eram expulsas de seu centro, abafando o grito de dor de Regigigas. A força do golpe jogou-o vários metros para trás, quase fazendo com que desabasse sobre uma seção das arquibancadas. Quase. No último instante, a energia cessou e o golem viu-se caindo para frente, tendo de se apoiar sobre um joelho para não se esfacelar sobre o solo. Afastando-se antes que houvesse chances para um contra-ataque o vulpino sombrio aterrissou a alguns metros de distância do colosso. Arfava, percebeu de imediato o adolescente sem, contudo, se espantar. Ruin Caduceus era uma técnica que consumia grandes reservas de estamina. Usar um Night Daze após um intervalo de tempo tão curto iria obviamente cansá-lo. Cerrou com força os punhos, mas manteve a cabeça no lugar.
– E então? Sobre o que se trata esta nova Liguria Aquallir? – Perguntou, a voz fria como uma gélida manhã de inverno. Quando a moça lhe respondeu com um riso entretido, não pode evitar franzir levemente a testa. Sem mais jogos então. Era hora de ir direto ao ponto. –Tendo em vista que somos duas das quatro pessoas que sabem que ela não vive mais, pergunto-me porque estás revivendo um fantasma do passado?
– É bem verdade o que disseste. – Assentiu Valentina, um leve toque de entretenimento em sua voz. Despreocupada como de costume. – Contudo, é possível dizer que ela é digna de envergar o manto de Liguria Aquallir. – Curiosamente a frase fez os pelos de sua nuca se arrepiarem. A forma com que a jovem elaborara o argumento sugeria que não era apenas de sua força e habilidades de que falava. Deveria haver algo... “especial” nela. – Incidentalmente, pergunto-me se mantiveste contato com Lápis? – A dúvida, ao menos daquela vez, pareceu-lhe livre de segundas intenções.
– Não. – Negou calmamente, meneando a cabeça de um lado para o outro. – Admito que considerei a possibilidade algumas vezes, mas seria difícil manter contato constantemente viajando. – “E também não queria preocupá-la”, acrescentou silenciosamente. Entristecê-la não contribuiria em nada. Com um suspiro cansado, decidiu mudar de assunto. – Vais me contar a razão de teres entrado na Battre de Champions? – Indagou, olhando-a diretamente.
– É raro vê-lo perguntar algo que já sabes a resposta. – Brincou tranquilamente a garota. Aquilo fez seu estômago gelar; quase como se houvesse levado um murro. – Há um desejo que pretendo realizar. Liguria Aquallir compartilha de meus interesses, então uma aliança entre nós era benéfica para ambas. Simples assim. – Explanou, balançando suas pernas para frente e para trás em ritmo constante. Sua inocência contradizia completamente a frieza dos termos.
– Impossível. – As palavras escaparam hesitantemente de sua garganta após alguns instantes, quase um sussurro. – Seu pedido foi cumprido cinco anos atrás... – Ou não? Havia partes de sua memória sobre aquele período que eram nebulosas. Sempre que tencionava recordar os eventos que antecederam a perda de suas Viralts uma forte dor de cabeça lhe afligia. Se aquilo fosse verdade... – O que aconteceu naquele dia, Valentina? – Indagou, em um tom que não admitia discussões. A moça fitou-o seriamente pela primeira vez, como que o avaliando. Por fim, desviou o olhar e deu um suspiro misto de aborrecimento e resignação.
– Mesmo que eu lhe descrevesse os acontecimentos não há nada que possas fazer no seu estado atual. Isso só criará preocupações desnecessárias. – Elucidou tranquilamente, pondo-se de pé. Tomou Excendeiss em suas mãos e, com um movimento ágil, cortou o espaço a sua frente. O som de vácuo sendo criado encheu seus ouvidos. Por onde a lâmina da foice passara havia agora um rasgo escuro. Aquilo não o impressionava; romper o tecido espacial era sua especialidade. – A barreira irá se desmaterializar assim que eu for embora. – Alertou-o com seu tom rotineiro. Olhando em sua direção, acrescentou. – Estarei aguardando-o ansiosamente na Battre de Champions, Taiyou. Garanto que verás muitas coisas surpreendentes. – Novamente, sentiu a existência de um subtexto por trás das palavras. – Não hesite.
– Espere, Valentina! Ainda há coisas que preciso saber. – Estendeu uma das mãos na tentativa de agarrá-la e impedi-la de partir. Uma descarga elétrica o fez recuar. Sua luva de couro fora chamuscada, percebeu de imediato. Faíscas ametista cobriam a lâmina da foice, emanando uma sensação perigosa. A garota dirigiu-lhe um último olhar, uma mescla de desculpas e alerta permeados lá. O jovem estalou a língua, um bocado irritado. – Droga. – Foi tudo que foi capaz de dizer antes de ela entrar no portal e desaparecer.
Permanecera tenso por alguns instantes, antes de respirar fundo e exalar o ar calmamente pela boca. Tinha de se acalmar. A fúria era em muitas ocasiões uma tentação doce e bem-vinda, mas não naquela. De nada adiantaria esquentar sua cabeça e deixar-se ser levado pela raiva. Não traria Valentina de volta assim. O jeito era aceitar seu desafio; encontrar ela e Liguria Aquallir na Battre de Champions, derrotá-las e descobrir toda a verdade. O mais estranho era que, apesar de tudo, sentia seu peito leve pela primeira vez em anos. Ter visto que a moça estava viva e bem eliminara muitas das preocupações que permeavam seu coração. Contudo, suas últimas palavras ainda o intrigavam; suporte emocional não era do feitio dela. Haveria ali algum significado oculto? Sem que Taiyou percebesse, as costas de suas mãos começaram a esquentar.
Sorrindo efervescentemente, Zoroark ziguezagueou pela arena em esquiva a uma série de relâmpagos cerúleos lançados por Regigigas. Breves estouros sobrevinham toda vez que uma das descargas elétricas impactava o solo, erguendo camadas de poeira e originando marcas negras como azeviche. Desdobrou um braço e flexionou as garras, escarlates tanto pela coloração natural quanto pelo sangue do colosso. Fabricou uma esfera formada por argolas negras e roxas e, rodopiando para escapar de um novo raio, disparou um raio de anéis de seu interior. A mira era no ponto médio entre quatro dos seus olhos, mas um braço cruzado fora o receptor. Àquela altura sabia que golpear as toras de sequóia que o titã chamava de braços era um exercício de futilidade. Não era teimoso ao ponto de não perceber isso. Mas, se a vida lhe ensinara algo, era como ser intransigente e tirar máximo proveito dessa característica. Avançou com o sorriso se alargando em seu rosto, ainda sustentando o Dark Pulse. Quando estava a meia dúzia de passos recuou a mão e saltou para frente. Esperava ter calculado corretamente. Um segundo a mais ou a menos e seria arremessado de encontro às arquibancadas com força suficiente para quebrar todas as suas costelas. Era um risco, mas não existiam batalhas que merecessem ser travadas e estivessem isentas deles. A sorte lhe sorriu. Os dedos do Pokémon colossal passaram a centímetros de seu rosto quando este recolheu o braço. Riscos vermelhos cruzaram o ar. No instante seguinte, tinha as garras cravadas quase até a base em um dos olhos do adversário. Dois segundos antes de uma reação. Mais três antes que o gigante gritasse como um homem torturado. Para Zoroark, esse era o mais belo aspecto da dor; independentemente de suas diferenças, todos eram iguais perante o sofrimento. Encostou os pés sobre o tórax do golem e lançou-se para trás. Sangue jorrou da ferida e tingiu-lhe o tórax de um vermelho tão escuro que poderia se passar por vinho. Atordoado e – obviamente – furioso, Regigigas erguera um dos braços na sua direção. Uma esfera vermelho-alaranjada formara-se em frente à palma de sua mão. Um raio de energia fora projetado de seu interior após poucos segundos. Reprimiu um estalo de língua irritadiço. Sentia uma vontade quase irrefreável de arrancar uma das salsichas gigantes que o golem chamava de dedos, mas se conteve. Primeiro sair da enrascada; depois a diversão. Seus olhos tomaram um tom azulado e um campo de força turquesa envolveu seu corpo. O ataque adversário atingiu-o momentos depois. Descobriu imediatamente que fora sábio em se proteger. Aquele golpe estava em um nível diferente dos anteriores. Um acerto direto transformaria seu corpo em cinzas. A barreira interrompera a técnica, mas não a onda de choque. Sentiu-se como se atingido por um trem. A força bruta do impacto expeliu o ar de seus pulmões à força. Fora arremessado para trás como uma boneca de pano, colidindo contra as arquibancadas. A rocha estalou sob suas costas e rachaduras surgiram. Com alguma dificuldade, o vulpino sombrio pôs-se de pé e cuspiu algum sangue. O lado direito de seu tórax queimava intensamente. Muito provavelmente quebrara uma ou duas costelas na colisão. Respirar causava-lhe arrepios de dor. Possivelmente estava com um dos pulmões perfurado. Segurou um xingamento entre os dentes. Ter de usar Ruin Caduceus novamente em tão pouco tempo seria arriscado, mas poderia se provar necessário. Por uma vez, viu-se desejando que Taiyou estivesse participando do combate.
O rugido da besta consumiu seus canais auditivos uma vez mais. O idiota que achou que seria uma boa ideia dar cordas vocais àquele Pokémon deveria estar apodrecendo no inferno. Avançava em sua direção e, ou era impressão sua, ou estava bem mais rápido do que antes. Não pode deixar de sorrir. A situação era tensa, mas mesmo assim era difícil não se empolgar diante de tal adversário. Somente o Gallade da Silver Witch conseguira deixá-lo em um estado de furor semelhante no passado. Pôs-se em guarda instintivamente. Regigigas ergueu um dos punhos, uma aura dourada envolvendo-o até a altura do cotovelo. A resposta veio em forma do fulgor escarlate que tomara posse de suas garras. Seria simples esquivar e cegar outro de seus olhos. A imagem o fez sorrir de forma macabra enquanto arqueava as pernas para o salto.
Não foi necessário pular. Momentos antes que reagisse um chicote negro agarrou o braço do colosso, chamas laranja-avermelhadas surgindo ao longo de sua extensão. Um segundo ataque emergiu sob seu braço; quase um míssil de fogo. Em seu interior, um pequeno mamífero carmesim com uma densa juba amarela. A força exercida era ínfima se comparada ao golpe do gigante, mas conseguira desviar sua trajetória ainda que minimamente. O punho atingira alguns lances de escadaria à sua direita. Escombros, poeira e ar atingiram-lhe o rosto enquanto a onda de choque deixava-o aturdido por alguns instantes. Recompondo-se, abriu a boca e lançou uma baforada de fogo em um dos ombros da fera. Mais uma vez o arbusto pegou fogo e o gigante recuou alguns passos cambaleantes, visivelmente em agonia. Aproveitando-se do deslize, Zoroark fitou o mamífero flamejante e ladrou-lhe algumas ordens. Após alguns segundos de olhar hesitante que mais pareceram horas, o animal enfim assentiu e disparou uma rajada de chamas contra um dos pés do colosso. O musgo incendiou-se no mesmo instante, causando outro grito de dor por parte de Regigigas. Ergueu um dos braços em um ataque cego de fúria e lançou-o em um arco horizontal contra as arquibancadas. Por onde passava, um rastro de destruição era criado. Zoroark desviou prontamente com um salto enquanto Flareon corria em ziguezague por entre as rochas que despencavam sobre o campo. A investida do gigante não acabara por ali. Erguera rapidamente a outra mão e disparara uma nova leva de pedregulhos pontiagudos. Reprimindo um xingamento o vulpino negro voltou-se para trás e envolveu suas garras em uma luz escarlate. Seguiu-se uma sequência de golpes velozes e esquivas. Estilhaços atingiam o solo ao passo que os projéteis eram esmigalhados ou evitados através de piruetas e acrobacias. Vez ou outra um novo ferimento se abria em sua pele, mas nenhum suficientemente grave ao ponto de impedir seu progresso. Quando a chuva de minérios enfim cessou Zoroark olhou de soslaio por sobre o ombro e estalou a língua. Estava na pior localização possível dentro daquele coliseu; centímetros à frente das garotas. Seria incapaz de desviar das técnicas do gigante sem que elas fossem feridas ou mortas. E o maldito bastardo parecia saber disso. Ainda tinha o trunfo de usar a Ruin Caduceus mais uma vez, mas se o fizesse ficaria sem energias para continuar o combate. Pesava os prós e contras em sua mente enquanto observava Regigigas retirar o braço dos escombros e voltar-se em sua direção. Sangue corria livremente de seu olho destroçado, mas uma névoa sombria quase imperceptível escapava também. Uma Damned Soul, percebera. Aquilo conseguira moldar um sorriso amargurado em seu rosto. A situação tornara-se definitivamente mais interessante. Bradando violentamente, o Pokémon colossal lançou-se em uma nova investida. Enquanto corria um de seus punhos fora envolto por um manto de energia dourada. Zoroark inalou fundo e ergueu uma de suas mãos. Para melhor ou pior, era hora da cartada final.
Seu semblante tranquilo contradizia o caos em que o coliseu estava imerso. Cruzando as arquibancadas arruinadas, Taiyou deixou seus instintos assumirem controle sobre o seu corpo. O mundo pareceu crescer ao seu redor. Olfato, audição, visão, tato, percepção espacial... Tudo havia sido drasticamente ampliado. Habilidades que lhe foram ensinadas durante a infância e posteriormente refinadas pela Silver Witch que o tornavam mais perigoso que o habitual. Canalizara tudo aquilo em Regigigas. Observou-o investir em direção às garotas, mas foi a reação do vulpino sombrio que o fez franzir o cenho. Seria ruim se fizesse aquilo. Com um leve indício de incômodo atravessando sua face, desabilitou temporariamente os limitadores de seu corpo. Um segundo depois sua velocidade havia aumentado exponencialmente. Era uma jogada arriscada; ao remover os limites impostos inconscientemente pelo seu cérebro tornava-se possível adquirir velocidade e força que beiravam ao impossível. Porém, manter o desempenho físico em níveis sobre-humanos por muito tempo inevitavelmente destruiria seu corpo de dentro para fora. Vasos sanguíneos explodiriam, fibras nervosas e órgãos seriam rasgados... A imagem não era bonita ou atrativa. Mesmo curtos intervalos tinham seu preço. Suas pernas estavam superaquecendo rapidamente e os músculos gritavam de dor. Seus pulmões ardiam em brasa e, curiosamente, suas mãos queimavam mais intensamente que o resto do seu corpo, mas não causavam qualquer sensação de desconforto. Com aquela velocidade levou cerca de quinze segundos para dar a volta na galeria e posicionar-se atrás das garotas. O que faria a seguir seria digno de um conto romântico se não fosse tão perigoso. Observou atentamente enquanto o colosso preparava-se para desferir o golpe. Respirou fundo.
Saltou para frente no instante seguinte. Voltou a restringir suas habilidades físicas imediatamente. Arriscava danos musculares permanentes se a mantivesse ativa por mais tempo. Ariel talvez fosse capaz de restaurá-los eventualmente, mas teria de suportar ao menos uma semana de tratamento intensivo. Conteve um riso amargurado; aquilo ia doer. Muito. Colocando-se entre Regigigas e os outros, cruzou os braços sobre o peito em “X” e aguardou pelo impacto que nunca veio. Subitamente um vulto negro e vermelho tomara conta de seu campo de visão. Abriu um sorriso cansado. Zoroark não o deixaria esquecer aquele salvamento tão cedo. Uma esfera translúcida de tom turquesa envolveu a ambos. Protegera-os efetivamente do golpe, mas ainda assim foram atirados para trás. O vulpino sombrio dissipou a barreira e pousou tranquilamente sobre as quatro patas. Taiyou não tivera tanta sorte com a aterrissagem. Anos sem treinamento intenso obviamente enferrujariam algumas de suas habilidades; só desejava que tivesse sido alguma menos propensa a causar-lhe alguma forma de dor. O pouso fora mal-executado, a julgar pelo som de estalo vindo da sua perna. A dor viera quase instantaneamente em uma onda que o deixou cego e de joelhos. Com toda certeza havia fraturado o fêmur. Surpreendentemente pouco, tendo em vista que a ideia original envolvia fragmentar muitos outros ossos e provavelmente sofrer de hemorragia interna. O Pokémon ilusório fitou-o em um misto de incredulidade e acusação. Respondeu com um dar de ombros.
– I-Idiota! – Ralharam-lhe raivosamente. Reconhecera a voz como sendo de Julie. – Por acaso está querendo se matar?! – Apesar da agressividade, não conseguiu evitar notar certo alívio em sua voz. Aquilo conseguiu trazer um sorriso à sua face.
– T-Taiyou-san... – Chamara Rathy com um tom cansado. Encarou-a de soslaio por sobre o ombro. A rocha incrustada em sua perna deixara-o preocupado, embora mantivesse um semblante calmo. – Por quê...?
– Quem sabe? – Replicara ambiguamente, quase em um motejo. – Síndrome do cavaleiro branco, vício em adrenalina, idiotice crônica... Podem escolher. – Honestamente, o mais provável era uma combinação dos três fatores. Pondo ambas as mãos ao redor do membro ferido, deitou-se sobre as costas e aplicou pressão. – Zoroark, pode entreter nosso amigo agigantado enquanto eu brinco de encaixe?
O canídeo sombrio gargalhou calorosamente e voltou-se na direção de Regigigas. Seus olhos relampejaram em uma coloração azul-clara. Imediatamente um paredão de chamas irrompeu do solo entre o grupo e o colosso. Lagartos de fogo emergiam da superfície, cuspindo brasas por suas línguas bifurcadas. Aquilo parecera deter o avanço do colosso momentaneamente. Taiyou mordeu o lábio e, exercendo pressão, provocou um novo estalo em sua coxa. O gosto de sangue encheu a boca, mas ao menos não gritara. Erguendo-se em um salto, testou a perna ferida. Ainda lhe causava agonia, mas podia por peso sobre ela. Não teria problemas para se locomover.
– Eu não acredito. Não é que ele colocou o osso quebrado de volta no lugar? – Comentara a morena com os olhos arregalados de descrença. Ao eu lado, Flareon encarava o moço boquiaberto. Com um suspiro cansado, levou uma das mãos de encontro à testa. – Pelo amor de Deus; só de pensar já me sinto mal.
– Nesse caso, pegue a Rathy e se afaste o máximo que conseguir. – Aconselhara, visando-as com uma expressão sombria. – A situação está prestes a ficar turbulenta. – Só não tinha certeza de para qual lado.
– Não pode fazer isso, Taiyou-san! – Exclamara a loira. Tentou se erguer, mas voltou a cair, sangue esguichando da coxa. – Sem suas Viralts é impossível! – Seu tom de voz era uma mescla de preocupação e cansaço.
– Não tenho como ter certeza até tentar. – Redarguira jovialmente. Viu o gigante golpear a barreira algumas vezes, sem sucesso, antes de seu semblante tornar-se frio. – Só sei que estou farto de perder quem me é importante enquanto apenas observo. – Falhara com sua família e isso custara suas vidas. Não deixaria que as duas também morressem. Pela primeira vez em muito tempo sentia um real desejo de luta. Um pulso de energia irradiou das costas das suas mãos e se dispersou pelo seu corpo. Avançou um passo. – Já cansei. – Outro passo. – Não sou um cavaleiro em uma armadura brilhante; não posso prometer que serei capaz de tornar esse mundo um lugar melhor. – Fitando o fogo, respirou fundo e cerrou as pálpebras ao exalar. Quando voltou a abri-los, uma chama parecia queimar em seu interior. Esboçando um sorriso sombrio, manifestou sua sede de sangue. – Mas sabe... Ainda sou capaz de matar os que ameaçam quem importante para mim.
E então suas luvas explodiram em clarões de luz.
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Dark Zoroark
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Re: Astral Zero
DZ!
Me perdoe pela demora do comentário... Para ser honesto eu havia desistido do fórum, mas alguns membros como você, o Bakujirou e o Dei acabaram me incentivando a ficar, então é isso. Se o fórum morrer não vai ser por falta de tentativas, pois não irei sair daqui. Heh.
Bem, focando no capítulo, tenho que dizer que esse foi o mais intenso já postado. A forma na qual o Zoroark deu conta do Regigigas foi algo assustadoramente épico, e me fez lembrar-me de Shadows of the Colossus, grande jogo de ps2. Não esperava que o titã fosse apanhar tanto sem causar dano em troca com tanta dificuldade como o que pude presenciar. Chego a aplaudir o Zoroark por suas habilidades de batalha, porque puta merda, ele merece.
Gostei também da conversa entre Taiyou e Valentina. Quer dizer que a Liguria realmente morreu? Ela foi apenas substituída por alguém tão talentosa quanto? Rapaz, eu achei isso dark pra caramba. Eu achava que ela havia sido ressucitada de uma forma bem zumbi amaldiçoada mesmo, sabe? Tipo sei lá, o provável Montanha do Game of Thrones, mas pelo visto é algo além. Eu não entendi qual é o desejo de Valentina, mas pro Taiyou ficar daquele jeito deve ser bem tenso. Não entendi mesmo, pois ela não havia realizado esse pedido no passado? Porque diabos isso de novo?
A cena da batalha com certeza foi uma das coisas mais épicas que eu já pude presenciar em muito tempo. Ainda não me conformo em como o Zoroark conseguiu fazer o Regigigas de bobo, dando uma surra nele enquanto o colosso não podia contra-atacar. De qualquer forma, o titã se vingou com aquela cena da perna... Cara que aflição de imaginar aquilo. Já vi gente colocando o osso no lugar quando ele se desloca, mas o osso QUEBRADO? Isso deve ser MUITO mas MUITO agonizante.
Ainda bem que a Silver Witch está lá com seu Gallade maroto para curar!
Ah, achei bem egoísta da parte da Valentina fazer o que ela fez com o Taiyou por curiosidade. Ok, ela foi comandada por alguém, mas ela deixou claro que só o fez porque também queria medir a força do rapaz. Aquilo poderia ter o matado, e se tivesse acontecido isso? Ela ia ficar de boa?
Enfim, a fic está frenética. Falta só mais um cap para a conclusão do volume e eu mal posso esperar para lê-lo. Quero ver o resultado dessa luta, que esta sendo absolutamente épica!
Eu aguardo ansiosamente o próximo capítulo DZ, um abraço! Até mais!
Me perdoe pela demora do comentário... Para ser honesto eu havia desistido do fórum, mas alguns membros como você, o Bakujirou e o Dei acabaram me incentivando a ficar, então é isso. Se o fórum morrer não vai ser por falta de tentativas, pois não irei sair daqui. Heh.
Bem, focando no capítulo, tenho que dizer que esse foi o mais intenso já postado. A forma na qual o Zoroark deu conta do Regigigas foi algo assustadoramente épico, e me fez lembrar-me de Shadows of the Colossus, grande jogo de ps2. Não esperava que o titã fosse apanhar tanto sem causar dano em troca com tanta dificuldade como o que pude presenciar. Chego a aplaudir o Zoroark por suas habilidades de batalha, porque puta merda, ele merece.
Gostei também da conversa entre Taiyou e Valentina. Quer dizer que a Liguria realmente morreu? Ela foi apenas substituída por alguém tão talentosa quanto? Rapaz, eu achei isso dark pra caramba. Eu achava que ela havia sido ressucitada de uma forma bem zumbi amaldiçoada mesmo, sabe? Tipo sei lá, o provável Montanha do Game of Thrones, mas pelo visto é algo além. Eu não entendi qual é o desejo de Valentina, mas pro Taiyou ficar daquele jeito deve ser bem tenso. Não entendi mesmo, pois ela não havia realizado esse pedido no passado? Porque diabos isso de novo?
A cena da batalha com certeza foi uma das coisas mais épicas que eu já pude presenciar em muito tempo. Ainda não me conformo em como o Zoroark conseguiu fazer o Regigigas de bobo, dando uma surra nele enquanto o colosso não podia contra-atacar. De qualquer forma, o titã se vingou com aquela cena da perna... Cara que aflição de imaginar aquilo. Já vi gente colocando o osso no lugar quando ele se desloca, mas o osso QUEBRADO? Isso deve ser MUITO mas MUITO agonizante.
Ainda bem que a Silver Witch está lá com seu Gallade maroto para curar!
Ah, achei bem egoísta da parte da Valentina fazer o que ela fez com o Taiyou por curiosidade. Ok, ela foi comandada por alguém, mas ela deixou claro que só o fez porque também queria medir a força do rapaz. Aquilo poderia ter o matado, e se tivesse acontecido isso? Ela ia ficar de boa?
Enfim, a fic está frenética. Falta só mais um cap para a conclusão do volume e eu mal posso esperar para lê-lo. Quero ver o resultado dessa luta, que esta sendo absolutamente épica!
Eu aguardo ansiosamente o próximo capítulo DZ, um abraço! Até mais!
Rush- Membro
- Idade : 29
Alerta :
Data de inscrição : 10/06/2012
Frase pessoal : Agora você não tem mais waifu!
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