[GAMEPLAY] Portões

Estava trotando fora da estrada, de uma maneira que eu acompanhasse na velocidade dos veículos e não me cansasse. Não ficava na estrada para não ser muito óbvio a minha localização. Eu caminhava ao lado de Valkyria.



- Soldado Ian, avise Avelar que eu ficarei na... Retaguarda. 



Não dizia e nem explicava mais nada. Apenas diminuia o ritmo de meus passos para ficar atrás do tanque, a um ponto em que ele se distanciava bastante.

A Tenente Fountaine optou por ficar para trás, para desbravar por si só a paisagem alienígena do outro lado. Uma ordem um tanto excêntrica, porém não está na natureza do Subtenente Avelar nem do Especialista Berlepsch serem insubordinados, e não ter de se manter no ritmo da sniper a pé os permite acelerar um pouco mais, logo recuperando o helicóptero em seu campo de visão e seguindo rumo a floresta em um ritmo mais aceitável.

Eventualmente, porém, a floresta se apresenta em seu caminho. Embora a estrada seja na maior parte larga o bastante para a Valkyria e o Augustus passarem, ela se enche de meandros, dando a volta ao redor de desfiladeiros e árvores muito grossas. Por causa disso, os veículos são obrigados a reduzir um pouco sua velocidade.

Já o helicóptero da Tenente Fay já se aproximou da coluna de fumaça e começa a circular a área de onde ela se origina, tentando identificar sua causa.

Uma grande área de clareira foi aberta na floresta, aparentemente de forma abrupta. O chão de terra está completamente ressecado e enegrecido, como se tivesse sido sujeito a temperaturas altíssimas. É possível ver troncos de árvores, caídos e carbonizados. Cinzas grossas e brasas restam aonde antes havia capins e ervas verdes. Curiosamente, outros objetos de madeira, reduzidos a uma pilha de destroços queimados, também são visíveis.


Torna-se evidente que essas estruturas costumavam ser cabanas... E há um bom número delas também. Duas... Não, três dúzias de cabanas, aproximadamente. Todas elas reduzidas a cinzas.

Mesmo assim, não há fogo na floresta ao redor. Incêndios florestais são notáveis pela velocidade com que se espalham, e mesmo assim, as chamas parecem ter atingido a pequena aldeia com uma precisão quase cirúrgica.

O que diabos houve aqui?

Ah... Sério? Destruir um lugar assim... Que coisa mais maldosa! Olho com tristeza para aquelas ruínas. Sigo a segunda tenente, com meu rifle em mãos. - Vamos descobrir o que houve, tenente. Precisamos.

- Entendido, Rec-1. - A voz da Cabo Lisette sai de seus rádios portáteis, respondendo a Amélia. - A Capitã Braddock recomenda cautela, então mantenham-se atentos para forças inimigas. Permissão para se aproximar concedida, tentem descobrir o que queimou essa vila e porquê. Ah, e é claro, ofereçam cuidados para qualquer sobrevivente. Assim que descobrirem alguma coisa, por favor comuniquem. Câmbio.

A transmissão se encerra no mesmo momento em que os outros dois veículos chegam até o local.

Ainda nem sinal da Tenente Fountaine, todavia.

Marcelo parava seu tanque, sua expressão mudava de alegre para uma seriedade em questão de segundos, ele virava o rosto para Ian. -Soldado Ian saia dai e vasculhe a área em busca de qualquer coisa útil, vou te dar cobertura com a metralhadora. Marcelo saia do banco do piloto e tomava o lugar de Ian na metralhadora enquanto o soldado saia.

Dou um riso. - ... D-desculpe.