Pokémon - Crônicas e Contos (Suspense, comédia e romance)

Após o término da fanfic Pokemon Shining Crystal, eu pretendo lançar meu mais novo projeto chamado Pokemon - Crônicas e Contos.

Esse projeto consiste em postar meus textos e crônicas, mas O QUE SERIA uma crônica? As crônicas e contos são textos que relatam histórias curtas, tão curtas que podem ser colocadas num único post. Neste projeto, eu vou postar UMA HISTÓRIA NOVA por post, ou seja, não será uma fanfic com uma única sinopse, apenas uma coleção de historietas de minha autoria sobre um tema único, que seria o mundo pokemon.

- As histórias terão como ilutrações os trabalhos de SPRITERS do nosso fórum, e terão os nomes dos artistas atribuídos a eles.
- Haverão também promoções culturais como pequenos quizes ou concursos: os ganhadores poderão ordenar (encomendar) um desenho de minha autoria ou ter os trabalhos vencedores postados no tópico.
- Haverão também vagas para parceria de fanfics

Está aberto o tópico, logo as histórias começarão a serem postadas! Quem curtiu Pokemon Shing Crystal com certeza vai adorar Pokémon - Crônicas e Contos. Até mais ver! ^^

Naquela pacata cidadezinha governada por um coronel, o velho fazendeiro viúvo criava sua mimada filha. Uma Gardevoir linda, porém muito tola, mal-educada, alienada, fútil - porém, principalmente, muito caprichosa. Chamava-se Zulmira. Seu pai era um Alakazam de longos bigodes e mais dinheiro no banco que rugas no rosto.

Um bom rapaz, um Gallade empregado no comércio da localidade, achava-a muito bonita e, estado apaixonado por ela, não lhe empregava o menor defeito. Perguntou-a se consentia que ele a pedisse ao pai em namoro. A moça exigiu dois dias para refletir. Vencido o prazo, respondeu-lhe:

- Consinto sob uma pequena condição.
- Qual?
- Que seu nome seja impresso.
- Como?
- É um capricho... - fez charme apoiada sob o parapeito.
- Oh!...
- Enquanto não vir seu nome em letra redonda, não quero que me peça.
- Mas isso é difícil...

Epidauro, como se chamava, não parecia ter compreendido.

- Arranje-se! - ordenou a moça. Epidauro foi para casa, pensativo sobre sua condição.

Passou muito tempo pensando em como cumpriria o trato. Decidiu então que iria fazer uma queixa na Prefeitura, que geralmente as publicava um grande mural diante do prédio. Dirigiu-se imediatamente ao escritório de redação, onde formulara graves queixas em letras vermelhas sobre as condições da estrada de ferro.

- Pode dizer, senhor redator, que eu sou o informante!
- E seu nome?... - disse a indiferente Clefeable, olhando para ele por cima dos óculos caídos e os dedos prontos para digitar na máquina de tatilografar.
- Epidauro Pamplona.
- Tá. Se necessário, colocamos seu nome

O queixoso esboçou um sorriso de confiança, apesar de saber que a rosada queria apenas livrar-se dele. Porém, na manhã seguinte, seu nome não fora publicado. Epidauro não desesperou-se. Havia uma relação de contribuintes, posicionada no fundo no corredor. Havia pago 50P$ pela queixa. Na lista constava:

Epifânio Peixoto . . . . . . . . . 50P$

Ahh, se apenas se chamasse João da Silva!...

* * * * * *

Decidira mandar alguns versos para o jornal local. Mandara versos, contos, prosas, poesias, e que poesias! E a resposta a elas dizia:

"Sr E.P, não seja tolo."

* * * * * *

Como último recurso, Epidauro vigiava um queijo numa banca da feira municipal. Furtou-o, fingiu evitar os policiais de ferro que logo se aproximaram e o deteram. Escoltaram-no para a estação policial, onde o delegado Granbull começara o interrogatório. Nem acreditava que haviam apreendido um Gallade na feira.

- Como se chama, meu filho?
- Epidauro Pamplona! - brandou o gatuno, com o peito cheio entre os dois Magnetons que o escoltavam
O oficial acendeu um charuto espesso e disse em tom paternal:
- Tudo bem, tudo bem senhor Pamplona... Vejo que é um rapaz decente. Cedeu-se a uma rapaziada...
Epidauro quis protestar.
- Eu sei bem o que é isso. Vá embora, seu moço, e trate de evitar más companhias.
- Mas!...
- Descanse, seu nome não será publicado.

Pensou bem depois. Ter o nome publicado na parte policial podia ser uma arma contra ele próprio. Suspirara aliviado.

* * * * * *

Lembrou-se de prestar exame a Instrução Pública. Saído o resultado no jornal no dia seguinte, seu nome havia sido impresso com efeito:

"Houve um reprovado"

Tudo lhe falhava.

* * * * * *

Por muitas vezes, o desafortunado Pamplona tentou e fracassou ao ter seu nome impresso. Lembrou-se então dos anúcios do Imperador: "Hoje, o Imperador cumprimentou o súdito tal, tal, e tal...". Sim, viajaria até a corte, onde beijaria as mãos do Imperador e humildemente lhe cumprimentaria - então iriam embora.

Era um plano genial, se uma doença não lhe abatesse na viagem, tivesse febre e caísse na cama.

* * * * * *

Voltamos à cidadela.

Zulmira, em sua casa com o pai, comenta sobre a concisão que impusera a Epidauro. O velho riu de forma exacerbada. Entra um pajem, um honorável Drowzee, com a edição do jornal daquela manhã.

A moça pega os papéis e, finalmente, vê o nome impresso de Epidauro Pamplona.

- Coitado! - suspirou.
- É no obituário. - comentou o pai.

"Epidauro Pamplona, 23 anos, solteiro - Febre Perniciosa"

Silêncio. O fazendeiro acrescenta:

- Mas que coisa. Foi a primeira vez que viu publicado seu nome.

- Aah, fala sério!
- Mas é verdade!
- Isso é só um mito.
- Ah é, quero ver você ir pra lá então!

Flint se aproximava dos colegas quando ouvira a estranha conversa. O rapaz, coberto dos pés a cabeça com trajes de frio, mostrou interesse pelo assunto. Em Snowpoint, o município mais frio de toda Sinnoh, suéteres são pouca roupa a se usar. Com 5cm atolando suas botas no chão esbranquiçado e macio, Flint se engajava na conversa dos colegas da escola.

- Qual o assunto?
- Tô falando sobre as aparições no arredores do Lago Acuity! - Mina, sua amiga, fez uma pose supostamente fantasmagórica: revirando os olhos, amolecendo a mandíbula e as mãos - Dizem que tem espíritos assombrando o lugar...
- E isso aconteceu agora? - disse Flint, incrédulo.
- É, bem recentemente.
- Mas porque?
- Sei lá, só ouvi boatos.
- Fantasmas não assombram lagos sem motivos... - disse Vin, o outro rapaz, que tinha no rosto uma constante expressão de malemolência contrastando com seu corpo forte - Você tá viajando.

Mina começou a discutir. Era pequena, e suas roupas de inverno cor-de-rosa e tufadas a faziam parecer uma Wigglytuff. Vin não se dava o trabalho de ouvir seus resmungos. Mais tarde, no portão do colégio, enquanto a moça se distraía com as amigas, Flint ia ansioso falar com Vin. Eram melhores amigos (de berço, ainda por cima) e tinham um ao outro como pilares de confiança - a nenhuma outra pessoa no mundo confidenciariam seus "segredos masculinos".

- Vin, esse lance dos fantasmas...
- ... He heh, sabia que você ia perguntar. - o louro sorriu, um sorriso suave apesar de espontâneo - E aí, o que quer saber?
- Como esses fantasmas surgem do nada? Até hoje, nunca havia ouvido falar deles...
- Curiosamente, o surgimento deles coicide com o sumiço do Marvin, lembra?
- Marvin?...

A cerca de um mês e meio atrás, um dos colegas de sala de Flint e Vin havia desaparecido na floresta. Marvin Jacobs, 16 anos, por desconhecida razão havia ido para a floresta nos arredores do Lago Acuity ao invés de seguir direto para casa, logo após a escola. E nunca mais voltou. As buscas foram feitas, porém sem sucesso - mesmo numa área nada grande como o lago. Após um mês de ausência, ele foi dado como morto... E um pequeno e simbólico funeral fora realizado pela turma. Flint até que se dava bem com o misterioso rapaz, que dificilmente falava em sala de aula, porém mostrava-se bastante inteligente.

- O que tem ele? - quis saber.
- Você me ouviu? Meu medo, Flint... É que talvez esse tal "fantasma", se ele realmente existir... Tenha algo haver com o Marvin. Pode até mesmo ser ele, já pensou nisso?
- Humm... Imagino que estejam comentando isso por aí.
- Você gostava dele, né?... Quero dizer, vocês se falavam de vez em quando. Devia saber muita coisa sobre ele...
- ... - Flint manteve um misterioso sorriso - Que tal a gente fizer uma visitinha pra ele, Vin?

O rapaz arregalou os olhos. Depois, tentou manter a seriedade.

- Lá vem você! Você que gosta dessas embrulhadas, que vá sozinho!
- Qual é, Vin, que poderia acontecer? - segurou o amigo pelo braço firmemente, porque se ele fizesse força, arrastaria Flint sem dificuldade.
- Não sei. Exatamente por isso! Não se mexe com essas coisas, Flint!

Não adiantaria insistir. Flint sempre foi como uma espécie de herói fora-da-lei: fazia suas loucuras, entrava nas suas encrencas, mas era simpático e facilmente se entrosava com todos. Tinha um bom coração... E sua humildade o aproximou do cabisbaixo e solitário Marvin Jacobs. E Vin sabia que tentar impedi-lo seria inútil. Se bobeasse, Flint fugiria da escola e iria sozinho se aventurar pelas matas geladas. Vin, descontente, condordara em ir com ele - pelo menos não estaria sozinho...

Evitaram comentar isso com Mina. Durante o intervalo, pularam o almoço e ficaram na sala de informática, procurando informações sobre o caso. Não muito mais do que já conheciam. Sorrateiramente, abandonando os portões do colégio que os protegia entre suas paredes na hora da saída, fugiram os olhares dos demais alunos e foram em direção da floresta. Vin pensou em parar na mercearia para comprar suprimentos, mas na euforia da fuga se esquecera completamente disso. Ergueiraram-se entre os tonéis e cais do porto, com tudo coberto por um manto de neve. Todo esse segredo porque temiam serem vistos por adultos, que provavelmente os impediriam de acessar o local. Não percebiam, mas começava a nevar em pequenos flocos - indícios que a neve por si só começaria a cair.

Uma nevasca leve começou a cair. Os rapazes subiam um pequeno morro tomado pela neve, ja se aproximando dos arredores do lago e saindo de Snowpoint. Flint vira-se para o amigo atrás dele:

- Tá com sua câmera aí, Vin? - disse, procurando pela pokebola nos bolsos.
- A digital? - temeu em confirmar - Pra que?
- Ora, a gente vai precisar de provas, não é? Assim ninguém vai acreditar na gente...
- Muito bem, Flint, isso já foi longe demais! - disse o louro, irritando-se e fincando os pés no chão - Eu vim porque não podia deixar você fazer isso sozinho, mas pode esquecer essa ideia!
- Vin, deixa de ser frouxo, cara! - exclamou, olhando o gigante nos olhos - Enquanto se deixar levar pela ignorância, nunca vai conseguir ver mais do que seus olhos enxergam!
- Exatamente por isso, Flint!! - quando o amigo virou as costas e tornou a subir, Vin o puxou pelo casaco - A gente não sabe com o que a gente tá lidando, é uma força superior a nossa!

Flint o olhou com raiva nos olhos. Vin era um rapaz muito compreensivo, e sabia que não conseguiria convencer Flint a voltarem para casa. Seu corpo desabou, decepcionado e ressentido. Sabia que se Flint fosse sozinho, seria pior... Não tinha opções. Tirou a filmadora digital da grande mochila em suas costas, aproveitando e também pegando sua pokebola. Libertando seus pokemons, decidiram bolar os planos: conforme Flint e seu Glalie abriam o caminho pela frente, Vin filmava logo atrás acompanhado de seu grande Piloswine, devagar e de certa forma bem parecido com o rapaz.

Por algum tempo, eles percorreram a região rasteira do lago. Porém, a nevasca estava se intensificando, e estava difícil continuar as gravações ou mesmo caminhar por ali. Sendo o terreno dos arredores do lago menos elevado que a tundra, seria adequado para escapar do bravio e gelado vento. A névoa era intensa, e mal se enxergava um palmo diante do rosto. Num passo em falso, Flint despencou e saiu rolando ladeira abaixo, com o impacto amortecido pela neve. Adentrou a floresta conífera do lago, rebatendo-se entre a fina folhagem rasteira da tundra - uma área vetada pela prefeitura desde o desaparecimento de Marvin.

Vin ficou sem saber o que fazer, apenas ouvira o barulho da queda e os gritos abafados de Flint. Este, finalmente inerte, não estava ferido, apenas levemente dolorido. Seu Glalie o encontrou entre as folhagens, e pareceu suspirar aliviado. O ergueu do chão segurando o capuz de seu casaco com os dentes cortantes, levitando e deixando-o de pé. Flint tirou a neve do corpo, o lugar já estava muito frio por si só. Ouviu Vin gritar seu nome, sua voz grave facilmente ecoou por ali. Flint respondeu no mesmo tom, e Glalie também começou a gritar. Até este sentir um movimento próximo.

A neblina era fina. A nevasca não os atingia ali - aliás, estava até bem calmo... E silencioso. Mas Flint não notou isso com facilidade. Quando percebeu, parou de gritar para o amigo. Olhou ao redor, com o olhar fixo porém inquieto. Ouviu novamente o barulho, então virou-se de costas - seu Glalie protegeu sua retaguarda. O som que escutara não parecia de um pokemon, tampouco de uma pessoa... Era similar a um assovio. Sim, um assovio, quase que como um chamado, um gemido longo e misterioso.

Aos olhos assustados do rapaz, o ambiente ao redor foi se tornando assustador... Mesmo o chão limpo e as altas coníferas pareciam monstros prontos para engoli-lo: é o que o medo e pavor trazem ao ser humano. Sua valentia lhe faltou, lembrara-se das palavras de Vin. Ouvia os gritos do rapaz pedindo para que ele o respondesse, mas não o escutava... A voz lhe faltou. Temia, agora, revelar sua posição novamente.

Ouvira o gemido mais uma vez.

- ... Quem tá aí?! - agonizou - Aparece!! Não tem graça nenhuma!!

Uma brisa mais forte bate naquela área. Flint imediatamente encolhe-se no chão. Ao passar da brisa, sente como se algo estivesse diante dele, pois isto tinha uma forte energia emanada. Temerosamente, olhou naquela direção, e viu levitando em pleno ar uma jovem Kirlia lhe encarando ingenuamente com os grandes olhos azuis. Mas ligeiramente diferente: ela tinha cabelos e pernas negros, e um corpo amarelado como palha. Cores atípicas de Kirlia, mesmo das ditas "shinies". Olhou-a maravilhado por muito tempo, então decidiu fazer contato.

Levantou-se com cuidado para não assustá-la. Então aquele era o dito vulto misterioso, uma Kirlia em cores de Snorunt? Realmente era mesmo difícil de acreditar, mas estava bem diante dele. Ao esticar um pouco o braço, ela recuou muito rapidamente para vários metros dali, flutuando. Flint a chamou, mas ela se meteu dentro da floresta. Montou nas costas de seu veloz Glalie e saíram cortando a floresta, no rastro branco deixado pelo jovem pokemon psíquico.

Até então ouvirem um grito desesperado. Era Vin! Flit e Glalie frearam imediatamente. Ao ouvirem novamente o grito, conseguiram ter sua confirmação. Guiados apenas pela voz do colega, Flint seguiu naquela direção, enquanto a pequena Kirlia o observava escondida atrás de uma árvore. Corou, pois o achara um humano bonito.

Conseguiram localizá-lo pela grande silhueta de Piloswine. A câmera estava atirada no chão, provavelmente ainda gravava conforme o rapaz estava jogado no chão, cobrindo a cabeça. Flint olhara para cima, e vira duas silhuetas familiares. Pareciam um Gallade e uma Gardevoir, só que maiores que o normal... O que aquela espécie de pokemon fazia num lugar como aquele? Reparara como os braços e o corpo de Gallade reluziam como metal negro e brilhante, e como Gardevoir tinha uma energia diferente nos olhos e o corpo escurecido por uma cama azul-escura.

Flint fizera a assossiação rapidamente. Aquele casal tinha a couraça e a pelagem de um Glalie e uma Froslass. A Kirlia que vira... Não eram apenas um, e sim três fantasmas, uma família. Teria enraivecido os pais invadindo seu terrotório? Era o que parecia... Gallade estava numa pose amedrontadora, parecia prestes a martelar Vin na cabeça. Flint antecedeu pelo amigo, colocando-se diante de Gallade, ciente que sob qualquer circunstância, aqueles pokemons tinham uma alma nobre e honrada. Questionou:

- Espere! Não viemos machucar vocês, nós apenas...
Respirava ofegante. Gallade parecia ouvi-lo.
- Nós apenas viemos procurar pistas sobre nosso amigo, Marvin...

Gardevoir ficou surpresa, e pos o braços diante de Gallade, pedindo que baixasse a guarda. O amado a obedeceu e ela virou-se para Flint. Começou a falar, conseguindo com sua grande força espiritual comunicar-se com os humanos ali presentes:

- Há muito tempo esperávamos quem pudesse nos ajudar. Temíamos que fossem apenas intrusos...
Flint engoliu seco, quase fora descoberto.
- Na verdade, somos os espíritos guardiões deste lugar... Assumimos estas formas para que pudessemos chamar a atenção das pessoas.Seu amigo corre grande perigo...
- Não, espera! - interrompeu Flint - Ele tá vivo?!
- Se não agirmos depressa, logo não estará mais... - disse Gallade, com sua voz grave e profunda - Venham rápido, nós os levaremos na caverna em que eel está preso.

O casal havia explicado a situação. Marvin Jacobs estava encarando um período de sua vida cheio de dúvidas, incertezas, problemas e conflitos... Era naturalmente uma pessoa sensível, e devido a isso, era muito tristonho e solitário. Esses sentimentos negativos chegaram a ser estampados em sua pele pálida e feições tarciturnas. Seu espírito fragilizado foi facilmente incitado pela energia deste lugar - um espírito mal que assombrava aquela área que se alimentava de energia. Com seus poderes, atraiu o jovem rapaz para cá, e agora o mantinha em cativeiro numa caverna. Marvin ainda não estava morto, pois ainda respirava - sua energia se esgotaria quando o fantasma a sugasse por completo. Quando isso acontecesse, ele procuraria outra vítima. Os guardiões antecediam por Marvin por ele ser o primeiro humano a ser pego pelo recente espírito maligno.

- Ele não tentou escapar? - perguntou Flint.
- Nas primeiras vezes sim. Mas logo se viu cada vez mais fraco e incapaz de fazê-lo... - respondeu Gardevoir.
- E... Vocês não conseguiram salva-lo?
- Somos pokemons psiquicos. O fantasma criou uma barreira energetica de seu elemento: por mais que consigamos ultrapassa-la, nos tornamos fracos ao estarmos envolvidos por ela... Só vocês podem nos ajudar.
- É aqui. - Gallade parou diante de uma pequena gruta - Não é profunda, logo conseguirão chegar ao seu amigo. Estaremos esperando aqui fora.

Realmente não era profunda. Pelo contrário, parecia até mais aconchegante que do lado de fora. Os humanos não sentiram muito a mudança na intensa atmosfera, deviam estar devidamente concentrados. Os ruídos amedrontadores os assustaram no começo, mas já estavam na metade do caminho - e o fantasma não conseguira assustá-los. Ouvem um gemido abafado, aceleram os passos de suas botas meladas de neve e caem na escuridão. Por meio da voz, conseguem localizar o corpo magro e fraco no chão... Sim, aquele era o rapaz. Vin o conseguia levar Marvin com facilidade nas costas, que podia sentir novamente o calor humano. Não tinha forças para falar, e respirava com dificuldades.

A caverna estava começando a sugar as energias dos rapazes, e isso lhes pesava no peito. Eles correram o mais rápido que podiam para fora dali, e o fizeram a tempo. Vin atirou-se para fora, tirando Mervin de seu cativeiro - que quase que instantaneamente, sentiu como se estivesse lentamente se revitalizando. Gardevoir voou em direção dele. Com ajuda dos rapazes, Marvin virou seu corpo para cima e a bela pokemon tateou seu peito, concentrando suas energias e lhe revigorando um pouco da sua. Marvin conseguia agora abrir os olhos. Bom a boca seca, disse olhando para os rapazes, alegres em vê-lo com vida.

- Flint... Vin?...
- Cara, você sobreviveu! - exclamou Flint, com um sorriso largo - Muito f*da te ver com vida, véi!!
Vin mal conseguia falar.
- Aaahhw... - agonizou - Muito obrigado, Flint e Vin... Não sei como agradecer.
- Pode chamar de "amigos", Marvin...

O rapaz sorriu de forma espontanea, mas ainda fraco. Ouve-se então um urro quase leolino, fazendo tremer o chão com sua ira. A frágil Kirlia fora atirada a metros de distancia pelas ondas sonoras, quase caindo dentro do lago de águas gélidas e impiedosas. O casal se ergueu, o fantasma agora mostrara sua verdadeira forma: os olhos em chamas não mostrariam piedade. Não importava agora se perderia seu alimento ou não: mataria a todos se necessário.

- Para trás, ele vai atacar!! - esbravejou Gallade, em posição de combate.
- Protejam-se! - disse Gardevoir, ao lado do amado.

Flint sabia que eles não teriam chances. Como eles mesmos disseram, era uma entidade poderosa. Eles eram psíquico/gelo, e o oponente fantasma/fogo. Gallade era ágil, mas mesmo nas poucas vezes que seu Psyco-cut acertara o evasivo e ligeiro fantasma flutuante, ele apenas balançava o focinho como se tivesse acabado de espirrar. No seu primeiro golpe, lançara um intenso Flametrowher até exagerando considerando o tamanho de sua boca. As chamas azuis fizeram muito mal a ambos, e suas frágeis defesa quase os levaram a nocaute contra a primeira investida do poderoso oponente...

- Flint, proteja o Marvin! - disse Vin, comandando.
- O que você vai fazer?!
- Faz o que eu tô mandando, p*rra!!

Com ajuda de Glalie, Flint levou Marvin para um terreno mais Elevado. Piloswine, de cima da caverna, balançou o corpo e grunhiu algo, e causando um Earthquake, abalou toda a estrutura do lugar. Sim, Ninetales ainda era um pokemon de fogo, e se assustara com os tremeligues. Gallade ascendeu os céus nos ombros da mulher. Parte da caverna desmorou, e os escombros caíram diante do demônio. Vin pensou em comemorar... Até ver que seu fantasma levitava e não havia sido atingido pelo terremoto. Tampouco ao ver que os escombros passaram pelo seu corpo gasoso.

Ninetales estava furioso, usara uma espécie de Glare que paralisara o corpo do humano, fazendo-o cair no chão e ter ataques epiléticos. Flint se desesperou ao ver o amigo com os olhos revirando, grunhindo, contorcendo-se no chão como se algo nele estivesse querendo sair. O fantasma se aproximou com o andar calculista de um predador vitorioso. Seus olhos brilhavam, mostrando o controle que tinha sobre o corpo do humano. Quando todos menos esperavam, grandes e espessas rochas envoltas por energia mágica foram atiradas contra o fantasma. Ninetales sentira o dano do Ancient Power, uma vez que era fraco ao elemento, ficara com ainda mais raiva. Mas recuou ao ver que, sobre a caverna, Piloswine lentamente se transformava.

Ficara bem maior, seu corpo se tornara grande e ainda mais forte. Suas presas de marfim eram grande pontiagudas, e seu olhar era severo. Mesmo não sendo exatamente rápido, Mamoswine conseguira derrotar o fantasma, libertando todos os que estavam presos ali por causa dele.

A história repercutiu por muito tempo na pacata cidade de Snowpoint. O retorno de Marvin, que foi muito bem recebido pelos estudantes de sua sala, que estavam muito felizes em ve-lo vivo. Os três continuam saindo juntos, é claro, mas jamais contam o que realmente aconteceu, omitindo entre risadinhas os verdadeiros fatos. Mas enquanto os três guardiões de Acuity permanecerem lá, nenhuma palavra escapará dos lábios jovens. Mas dizem que ainda de ouvem assovios noite, de uma certa Kirlia apaixonada que anceia encontrar novamente seu primeiro amor.

COMUNICADO IMPORTANTE!

Peço que todos os leitores participem das votações e ajudem a melhorar o tópico que, provavelmente num futuro próximo, tenda a ser fechado...