Desconstruindo preconceitos

-Ice escreveu:Um carinha postou o negócio do Funk, mas isso não é preconceito, os Rockeiros e os Funkeiros têm uma rivalidade, os Rockeiros zoam dizendo que Funk é coisa de [palavra censurada] e os Funkeiros dizem que Rock é coisa do capeta.

Eu ouço Rock sim, mas mesmo assim o que eu falo dos Funkeiros é zoação por causa da rivalidade entre os dois estilos musicais.

Black~ escreveu:

-Ice escreveu:Um carinha postou o negócio do Funk, mas isso não é preconceito, os Rockeiros e os Funkeiros têm uma rivalidade, os Rockeiros zoam dizendo que Funk é coisa de [palavra censurada] e os Funkeiros dizem que Rock é coisa do capeta.

Eu ouço Rock sim, mas mesmo assim o que eu falo dos Funkeiros é zoação por causa da rivalidade entre os dois estilos musicais.

Não, é preconceito mesmo, os "rosqueiros" julgam que o rock é o gênero superior a todos, e nenhum outro presta.

Kurosaki Lucas escreveu:Homem hoje em dia deve ser grosseiro, rude, e todas essas características que meu pai não me passou e eu não serei. Então, dentro da minha própria família, sou chamado de viadinho (o que não deixa de ser meia verdade ), mas ainda assim, me incomoda.

Mag escreveu:
E na minha opinião atual - mutável com sou - a moralidade cristã impregnada na nossa sociedade só tem a utilidade de criar preconceitos e consequentemente discriminação, porque ela não analisa a vida das pessoas. Ela chega e julga autoritariamente. É homo, tá errado. É puta, tá errado. É promíscuo, tá errado. E na realidade isso não quer dizer nada sobre o caráter de uma pessoa.

Guillerjo escreveu:Mag, o preconceito não vai deixar de existir, penso eu.

Walter Benjamin mostra em suas teses sobre o conceito de história que toda história humana é uma coleção de catástrofes, sendo essas uma única coisa: a repetição. As coisas continuam as mesmas esse é problema.

Sempre haverá vencedores que vão oprimir os perdedores, dessa opressão surgem os preconceitos.

Isso demonstra que esse modelo de vitória e opressão é uma construção que deve ser de alguma forma quebrada, e aas formas de descobrir isso é revirar a história e descobrir a história dos vencidos. Revirar as ruínas dessa grande catástrofe.

Continuando nos preconceitos, eles são internos do humano, pela dificuldade de aceitarmos o diferente, queremos sempre moldar os outros para que sejam como nós, por isso relacionamentos, amizades, dão errado. Um bom exemplo disso está em O Guarani, quando Peri pede para que tornem ele branco, para que moldem ele como são para enfim aceitarem ele. Alencar é genial nessa colocação.

O preconceito linguístico está totalmente ligado ao preconceito de classe diretamente, aquele só acaba quando esse acabar. Mas como Walter Benjamin evidencia isso é difícil, a menos que se descubra, revirando as ruínas, formas de viver sem opressão, na história dos vencidos.

Caso o contrário, vamos continuar na catástrofe da repetição e no distanciamento das coisas essenciais.

Sugiro aqui a leitura de Sobre o conceito de história de Walter Benjamin.

Guillerjo escreveu:a culpa não vem só do cristianismo, mas de algumas outras coisas, a nossa história de século XVIII pra cá é a história do homem branco cristão e burguês, dai surgem preconceitos de sexo, etnia, religião, classe, etc.

Mag escreveu:quoter Guillerjo detected

Eu também acho que me exalto às vezes quanto à religião. Acho que não podemos culpá-la por tudo de ruim com relação aos preconceitos e discriminações. Mas ela tem lá sua influencia majoritária no assunto.

Vamos lá, pessoal.

E se eu me casasse usando um longo vestido branco, um véu e carregando um buquê, e minha esposa trajando um terno negro engravatado? O que achariam? E se eu andasse pela rua com uma saia de piriguete e um tomara-que-caia, e não fosse transexual nem [palavra censurada]?

Pensem em coisas zoadas desse tipo.