Re: Quase Modernista: Poemas e só.

por Diamandis Sáb 9 Nov 2013 - 17:23

Obrigado, Perry, eu realmente adorei seu comentário

Ultimamente, tenho reparado um aumento no número de visualizações, porém o número de comentário se inexpressa, adoraria que vocês leitores comentassem.
Um comentário ajuda a expandir a mente e incentiva-me a escrever com mais frequência.

Excerto terápico segundo: Minha farsa, minha dor

Nessa mesa de jantar
Mil verdade para falar
Sem coragem pra ouvir
A tristeza a reclamar
Que seu fim foi tão feliz

Eu queria ser mais um
Com o nome nessa agenda da vida
Me despreso, me reparto
Me sento e esperneio
Esqueço que talvez
Não tenho a vida que odeio

Mudarei para o Oeste
Fugindo do sol que nasce a leste
Vivendo contratempos, contra o sol e contra o vento
Sem rumo, sem caminho
Falso-feliz e sozinho

Mil corações a mão
Mais cem bocas na estrada
E o peito tão vazio
Onde já não bate nada

E me sinto obrigado
A dizer a todo mundo
Sou maior do que pareço
Posso ir até o fim

Nessa árvore da vida
Desfolha e ferida
Me acostumei a culpar
A verdade por consequência
Porque talvez
Meus atos foram tão indiferentes
Que esqueci de me amar

por Mag Dom 10 Nov 2013 - 21:50

Mil cairão ao teu lado, dez mil à tua direita, mas tu não serás atingido
engraçado, isso não tem nada a ver mas me lembrei desse versículo enquanto lia esse seu último poema. Tá muito bom, digno de releituras.

Saudades de você, Brags, tu me acolheu no fórum quando eu voltei mas acho que agora me odeia

por Caio. Dom 10 Nov 2013 - 21:55

ah cara, meu comentário não foi nada excepcional, apenas falei a verdade

esse texto ficou tão tristonho, mas tão libertador. Sério, achei muito bom. Me faz lembrar de como o cotidiano é chato e de como gostaríamos de fugir dele. É.

Infelizmente, as visualizações nunca batem com o número de comments... Quem dera lulz

por Umbreon_NICE Qui 21 Nov 2013 - 19:49

Nessa árvore da vida/Desfolha e ferida/Me acostumei a culpar; esses versos foram os que mais me tocaram, acho que é porque são os que mais parecem com o que eu sou, realmente. Seus poemas estão realmente bons brabs, mas não poderia ter um poema sobre um cara que sai da solidão?

por Diamandis Qui 28 Nov 2013 - 14:38

Obrigado pelos comentários, amigos, vocês são dez.
@MaG: claro que eu te amo.
@Parry: sdds Sad

@Umb: eu gosto de escrever sobre meus momentos, inclusive quando sou insuportavelmente melancólico e solitário. ;;;

Estrela

Não me lembro de ter a conhecido
Mas de todos os nomes que tinha
Eu gostava de Estrela

Estrela não é humana
É uma constante,
É parte de mim, de você
Que as vezes demora ou desiste de aparecer

Estrela me disse que o destino não é Prostração
Que quem faz meu rumo sou eu
Que sou grande, sou um deus
Sou estrela de minha atuação

E a metáfora se completa no céu
Que algumas estrelas brilham demais
[em exagero
E outras que brilham fugaz
[de desespero
Mas nada tem voz para negar
O "direito-estrela" de brilhar

por Umbreon_NICE Qui 28 Nov 2013 - 15:17

Poema bonito man, principalmente os últimos versos, deram uma profundidade à estrela que foi falada no início. Essa estrela parece ser sábia, e amiga, uma amiga de vários nomes mais uma só atitude. Em resumo, ficou legal.

por Caio. Sáb 14 Dez 2013 - 16:25

Cara, esse teu poema ficou bem bonito, longe das coisas mais... "tristes", mantendo, entretanto, a sua profundidade única ao escrever. As rimas foram propositais? Porque se foram, cara, tu mita. Odeio rimar, quase sempre acho horrível. As suas ficaram tão suaves e bonitas.

por Diamandis Ter 17 Dez 2013 - 22:52

Obrigado, Umb.
Parry, tente não se preocupar com a formalidade nas rimas, eu geralmente só tento casar as palavras.
Mas sem rima pobre, hein. -q

Hoje fiz um curta, algo raro e diferente do que costumava fazer
isso é quase um relato da minha adolescência permeada por passagens da infância.

Laço de fita

Desde criança ouvi dizerem que eu era estranho porque, diferente dos outros garotos de 12 anos, eu não gostava de jogar futebol ou correr de rolimã. Com o tempo aprendi a conviver com minhas peculiaridades e com mais tempo ainda percebi que não existia nada de anormal, apenas eu garoto com padrões diferentes dos intrínsecos em minha sociedade.
Uma de minhas "esquisitices" era o costume de sentar e observar o movimento de minha cidade. Inicialmente, observava tudo como um desafio ao meu daltonismo, mesmo que fosse sempre a mesma decepção: "Mãe, de que cor é aquela blusa?"; "Azul, meu filho". Bem.. nunca era verde. Depois passei a observar tudo por diversão, era interessante tomar nota do ser "maqui bionte" chamado cidade.
Outra de minhas peculiaridades era um atração boba por moças de laço no cabelo. Essas me davam uma vontade incompreensível de estar sempre junto, algo como uma proteção, além de serem todas belíssimas com suas fitas lindíssimas no cabelo. As que mais surpreendiam, eram as que passavam por mim com um imenso sorriso, quase como se compreendessem minha paixão instantânea por ela e seu laço de fita. Volta e meia, passava uma com seu sorriso amável e beleza angelical e claro, um lacinho verde - ou azul, como diria minha mãe.

we are one, one for sure, all united and wanting more

ooooh you make me

por Mag Sex 20 Dez 2013 - 0:13

Acho que precisamos de um pouco de Freud pra explicar isso hein hehe

por Diamandis Qua 1 Jan 2014 - 22:42

Nem FROID explica, mag

Sinestesia Cinza

O suicídio artístico do pincel retorna sobre o quadro
Pinta em rimas tortas a insobriedade do autor
Que a língua me permita esse último deslize
Mas a fissura sublime aos poucos toma-me as palavras

E se hoje penso em completo desespero
Culpo só a mim
E minha escrita insolente

Afluente de minha agonia
Suas bacias conturbam o meu caos
O rio que corre de minha de mente
deságua em letras sórdidas
deságua sobre essa gente

Filmes de Dragões na Sociedade Contemporânea

Cão come cão
Vela queima Vela
Chão corre estrada, leva progresso
Vento leva fumaça, Vento traz chuva

Água queima, espera
Fogo cauteriza, incinera
Cigarro mata, maneira
Cidade: levante de novo, já era

por Mag Qui 2 Jan 2014 - 5:06

Bragatão, que troço maravilhoso é essa Sinestesia Cinza?, meu deus, estamos num fórum de pokémon mesmo, mas comé que pode

Cara, ficou lindíssimo, a primeira linha já me chamou atenção pela imagem incrível que traz à mente e pela belíssima articulação. E nenhuma das outras sentenças decepcionam nesses sentidos; aliás, que perfeição é a primeira e a última estrofe. E como é poderosa, controvertida, estúpida e sensível essa relação do escritor com o ato de escrever com o leitor, né?

ah, cara... de que adianta falar, se simplesmente se entrelaçou com algo profundo em mim e só?

por Caio. Sex 3 Jan 2014 - 0:51

Cara, esse Sinestesia Cinza ficou realmente bom. As últimas duas estrofes caíram como um soco ao meus olhos. Desaguaram, praticamente. Não sei o que dizer. Foi tão... Rápido, sabe? Mas cada momento foi tão intenso, cada palavra, slá. Gostei bastante.

O outro minha inteligência limitada não me deixou entender. Não sei, me lembrou quando eu era criança e ficava pensando: Cachorro come Gato > Gato come Rato > Rato como Queijo > Queijo "come" Bactéria > Bactéria come Cachorro. Bem doido.

E ah, também li aquele texto que não havia lido -q O de cima. Você é daltônico? Acho que não sabia, se sabia, não me lembro. Eu gostei dele. Tem algo de inocente, não sei. Observar o movimento das cidades é sempre tão fantástico. Gosto de, de noitinha quando volto pra casa no Rio, ver as janelas de apartamentos distantes, luzes acesas, pensar o que cada um está vivendo, sabe? Everything's so far. Dunno.

por Diamandis Seg 6 Jan 2014 - 18:19

ty, amigos
sim, parry sou daltônico e pá

ai to estudando hard pro vestibular
ai como tava estudando crônica, acabei fazendo uma
mas eu não gostei
srsly

Captar o movimento das coisas no instante que ocorre é tarefa tão praticada pelo cronista que este deixa de ser mero espectador e se torna fã fanático.
Em cada esquina o cronista procura saciar seu vício com alguma cena peculiar que renda um bom texto e quando essas cenas não florescem, o triste cronista escreve sobre sua incapacidade, desinspiração e, até mesmo, sobre a própria palavra.
Mas quando o ciclo cena-escrita se completa, o cronista revela seu lado maravilhoso capaz de transformar o nada interessante cotidiano na mais entusiástica aventura de cinco minutos.

ficou muito curtinha

por Mag Ter 7 Jan 2014 - 15:16

Ei, não ficou nada a mau. A metalinguagem nesse texto o deixou quase com um tom de ironia, ao descrever as características de uma crônica, que didaticamente podem ser uma chatice, de forma quase poética, mas esse não é mesmo o termo... seria narrativo? ainda não me parece o exato.

Edit. - não é pra pouco que esse negócio de gênero é um saco, até porque eles vivem num eterno entrecruzamento, reconfigurando o que poderia ser um romance, uma epopéia, um conto, uma cronica, um poema, criando novos gêneros que em seguida se tornam novamente incapazes de compreender a totalidade de cada obra

por Diamandis Ter 7 Jan 2014 - 15:24

Nossa, Mag, isso me mata, as vezes os gêneros tem diferenças ínfimas que compromete o discernimento de um pro outro.

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