[Gameplay] Second Wind

8 da manhã. Natsuki está ocupada, sentada em sua escrivaninha, lendo um livro escolar. Ela fecha o livro com um baque e dá um suspiro.


- Aaah, Titan... - Ela resmunga para o besouro em sua gaiola. - Eu realmente não estou com cabeça pra estudar agora.

Titan não responde, mas tudo bem, seu silêncio já diz mundos.

A atenção de Natsuki é então desviada por uma batida de leve na porta.

- Um segundo.

Ela vai até a porta e a abre, revelando a governanta da mansão.


- Bom dia, Natsuki-ojou-sama. - Natsuki rapidamente nota a ausência de uma bandeja com seu café da manhã. - Haru-ouji-sama gostaria que você se juntasse a ele no jardim para o desjejum.

Natsuki levanta uma sobrancelha.


- Onii-san? Acordado antes das 11 da manhã? E ele quer interagir comigo?

- Sim, ojou-sama.

- Eu suponho que eu não possa recusar?

- Ele foi bastante incisivo quanto ao seu convite, ojou-sama. Parece ser importante para ele.

- Aah... Tudo bem. Avise a ele que eu estarei lá prontamente.

- Como desejar, ojou-sama. - A governanta faz uma reverência e se afasta pelo corredor.

Natsuki resolve trocar seu pijama por algo mais próprio, em parte para deixar seu irmão esperando.

Data: 2656tantofaz

O que eu presenciei nesta última batalha deveria ter sido normal
Eu já filmes com conteúdos piores, torturas medievais focadas em dor e não em morte, e por causa deste jogo agora eu sou capaz de sentir essa dor.

Porém em tudo que eu vi, nada aconteceu. Quando Kenta foi quase destruido e feito em pedaços, ele voltou logo depois. Este não é o caso de Kawano Juliet.

Eu e os outros undeads já morremos uma vez, de certa forma, fomos dados uma segunda chance, uma segunda oportunidade na vida. Como atletas quase derrotados tendo um último aumento de adrenalina. E agora Kawano-san foi derrotada novamente.

É ridiculo, eu mal a conhecia, até alguns dias atrás pensava que nada mais me afetaria porque eu não sentia dor, continuei assim, pensando que nada pudesse ferir minha mente também, mas ver uma pessoa que eu deveria ter tentado ajudar mais morrer diante de mim, ver que eu posso, também, perder minha segunda chance.

Pelo menos tenho de volta algo que eu não tinha.

"Dores" mentais não são tangíveis para seres humanos ou undeads, por isso pesquisei sobre habitos de se conformar com este tipo de dor. De certa forma, o cérebro responde melhor ao fisico do que o que nossos "corações" sentem.

Montar modelos de plástico é uma forma de terapia, porém hoje descobri que a pele humana, ou em meu caso a pele de um undead, responde muito melhor ao estímulo de uma lâmina.

Que isso não se torne um hábito, que isso não se repita.