O 6º Distrito - Stan
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O 6º Distrito - Stan
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- Spoiler:
Prólogo
Os antigos dizem, que no começo, havia somente um distrito, Scarla... Os humanos viviam em paz com os animais e os monstros viviam alem da fronteira da terra mãe,com o passar do tempo alguns homens desenvolveram uma enorme ambição, por terras, por ouro, pelo desconhecido. Saíram da terra mãe levando consigo suas famílias e seus rebanhos, assim, com o tempo, foram formados os seis distritos. O sexto distrito era considerado o mais forte e era altamente respeitado pelos demais, mas era altamente abusivo e cobrava altos impostos dos seus iguais, com isso, os outros distritos se uniram e seguiram para destruir o usurpador para sempre, ao ver o que viria a acontecer, o Tonen, senhor do distrito, soltou seus monstros criados em laboratórios, cruzas de monstros com animais, animais em que foram injetados DNA de plantas, coisas horríveis, seres indignos da vida. Esses monstros se espalharam pelo mundo criando novas raças e se reproduzindo... E essa é a historia dos monstros, essa é a história dos Pokémons.
Capítulo 1 - A execução.
Estava escuro, muito escuro. Stan andava a passos fracos, tentando fazer o mínimo de barulho possível, sua respiração era fraca e pausada. O pouco oxigênio que se podia respirar naquele lugar era extremamente precioso, o cheiro que sentia era algo extremamente desagradável, náuseas surgiam a todo o momento. Não sabia como fora parar ali e nem o porquê. Depois de caminhar por um tempo, notou que estava em um túnel, continuava sua caminhada, até ouvir um grito longínquo, Stan conhecia aquela voz, era a voz de uma criança, um menino, seu irmão...
Stan acordou de um salto. Suava frio, ao levantar seu braço percebeu que o mesmo estava tremendo, assim como seu corpo. Sua cabeça latejava com o barulho do sino da cidade, já era tão tarde assim? Sentou-se em sua cama com dificuldade, tentava se lembrar do pesadelo, mas era em vão, sua cabeça doía muito e isso só iria piorar sua enxaqueca, - maldito sino – sussurrou ele. Levantou-se, ainda sonolento foi até o calendário como fazia todos os dias,o pedaço de papel o dizia que ele se encontrava no dia 10 de outubro. Sem perceber os olhos de Stan se abriram automaticamente, como pode ter esquecido? Era hoje, o dia da execução, precisava se apressar, precisava estar lá, precisava salvá-lo.
Ao correr aos tropeços para o banho, Stan se lembrava do acontecido. O calendário marcava 5 de outubro quando seu padastro Rerold o obrigara a caçar com ele, Stan não queria ir de jeito algum, nunca havia conhecido nenhum dos outros 5 distritos, nunca nem havia saído da cidade de Sandela... Stan tinha medo do desconhecido, não havia alegria para ele em matar outro animal, em sua concepção, ter alegria por matar era o sentimento mais repugnante que um ser humano poderia sentir. Mas o Pikachu não havia matado por motivos fúteis, ele havia matado para proteger, proteger suas crias.
O crepúsculo reinava no céu com seu tom violeta alaranjado, lindo e assombroso ao mesmo tempo. Um grupo de 5 homens acompanhavam Rerold quando ele e Stan adentraram a floresta de Sandela, logo avistaram um alce pastando ao longo de um pequeno lago, o animal mordiscava a grama majestosamente, um ser sem preocupações, mal sabia ele o que o esperava, Rerold montava sua majestosa Rapidash com um fogo negro tremeluzente a suas costas os outros estavam a simples cavalos o mesmo poderia se dizer de Stan. A Rapidash de Rerold soltou um relincho estrondoso que, com toda certeza, foi ouvido por toda a cidade. Não era permitido ter pokémons na cidade de Sandela, mas é claro que a posição de Rerold o dava certos benefícios. O alce partiu em disparada assim que ouviu aquele barulho amedrontador, Rerold seguiu em seu encalço numa velocidade impressionante, os outros viam atrás, e por último Stan, ele estava longe quando ouviu o ressoar do barulho do rifle de Rerold – está morto. – pensou ele. Quando alcançou o grupo, o alce jazia imóvel no chão, à bala o perfurara no pescoço, só uma, nada mais. O grupo voltava para casa, Rerold segurava com sigo o chifre do alce ensanguentado. O céu negro pairava sobre as suas cabeças, com as estrelas como pequenas luminárias e a lua, linda, estava branca num tom quase transparente, jorrando luz nos olhos de Stan. Quase na chegada a cidade, Stan ouviu um barulho estranho, ao longe viu algo se mexendo, parou seu cavalo, com isso os outros pararam também, Rerold foi ao seu encontro com uma face que mostrava claramente dúvida.
- O que foi? – Disse ele, sua voz cortante como aço.
- A algo ali, atrás daquelas árvores.
- Árgo, va la e veja o que é.
O homem carrancudo dispôs seu cavalo a trotar, os outros esperavam pacientemente, depois de algum tempo, o grupo ouviu um grito agudo, Rerold pediu para os outros esperarem e juntos ele e Stan foram ver o que era. Ao chegarem pouco perto do lugar onde Stan vira a coisa se mexer avistaram um homem deitado ao chão, era Árgo, ele tremia, ao seu pescoço havia uma criatura amarela de orelhas pontudas, ela sugava seu sangue, ela o matava. Rerold pegou seu rifle, mas logo percebeu que estava sem munição, uma bala era o que sempre carregava, sempre se gabando por não precisar de mais do que isso. Stan não percebeu, foi rápido de mais, o rato amarelo vinha rapidamente ao seu encontro, seus olhos eram amarelo cobre, um olhar apavorante, sua boca estava totalmente suja, suja de sangue. Ao mesmo tempo em que ele vinha, Rerold quebrou o chifre do alce no meio, fazendo com isso um bastão. Quando o mostro estava bem perto ele o arremessou contra a árvore mais próxima. O mostro tombou, caído, impotente. Rerold o pegou amarrou sua boca e colocou em um saco negro e espesso. Se preparava para ir embora quando se lembrou de Árgo, pediu para Stan examinar se ele estava vivo, Stan obedeceu, chegando perto do homem, ouviu algo parecido com som de choro, vinha de uma árvore próxima, ele se dispôs a investigar, virou para traz, Rerold não o observara, ao olhar dentro do casco oco da árvore viu dois ratinhos amarelos, pequenos, indefesos, a mente de Stan começou a formigar, era isso, ele matara para proteger seus filhotes, apenas isso. Rerold havia de entender, não agora, com os nervos a flor da pele. Stan pegou os filhotes e os escondeu em suas roupas logo após foi se juntar a seu padastro.
Logo após acabar o banho, Stan vestiu sua roupa e correu para o seu quarto, onde havia escondido os filhotes, mostrar eles em praça pública com certeza obrigaria o prefeito da cidade, Rerold, a libertar o Pikachu. Ao sair do quarto com os filhotes na caixa viu de relance seu reflexo no vidro da janela, um garoto de 15 anos, branco como leite, cabelos pretos desarrumados, e olhos de um castanho adocicado, claros como ouro. Desceu as escadas até encontrar a porta, o relógio marcava 12:00, a execução estava marcada para as 13 horas, precisava se apressar. Ao abrir a porta deu de cara com um céu azul e um sol forte brilhava em seu centro fortalecedor, aquele não era um dia para mortes e Stan sabia disso.
Stan acordou de um salto. Suava frio, ao levantar seu braço percebeu que o mesmo estava tremendo, assim como seu corpo. Sua cabeça latejava com o barulho do sino da cidade, já era tão tarde assim? Sentou-se em sua cama com dificuldade, tentava se lembrar do pesadelo, mas era em vão, sua cabeça doía muito e isso só iria piorar sua enxaqueca, - maldito sino – sussurrou ele. Levantou-se, ainda sonolento foi até o calendário como fazia todos os dias,o pedaço de papel o dizia que ele se encontrava no dia 10 de outubro. Sem perceber os olhos de Stan se abriram automaticamente, como pode ter esquecido? Era hoje, o dia da execução, precisava se apressar, precisava estar lá, precisava salvá-lo.
Ao correr aos tropeços para o banho, Stan se lembrava do acontecido. O calendário marcava 5 de outubro quando seu padastro Rerold o obrigara a caçar com ele, Stan não queria ir de jeito algum, nunca havia conhecido nenhum dos outros 5 distritos, nunca nem havia saído da cidade de Sandela... Stan tinha medo do desconhecido, não havia alegria para ele em matar outro animal, em sua concepção, ter alegria por matar era o sentimento mais repugnante que um ser humano poderia sentir. Mas o Pikachu não havia matado por motivos fúteis, ele havia matado para proteger, proteger suas crias.
O crepúsculo reinava no céu com seu tom violeta alaranjado, lindo e assombroso ao mesmo tempo. Um grupo de 5 homens acompanhavam Rerold quando ele e Stan adentraram a floresta de Sandela, logo avistaram um alce pastando ao longo de um pequeno lago, o animal mordiscava a grama majestosamente, um ser sem preocupações, mal sabia ele o que o esperava, Rerold montava sua majestosa Rapidash com um fogo negro tremeluzente a suas costas os outros estavam a simples cavalos o mesmo poderia se dizer de Stan. A Rapidash de Rerold soltou um relincho estrondoso que, com toda certeza, foi ouvido por toda a cidade. Não era permitido ter pokémons na cidade de Sandela, mas é claro que a posição de Rerold o dava certos benefícios. O alce partiu em disparada assim que ouviu aquele barulho amedrontador, Rerold seguiu em seu encalço numa velocidade impressionante, os outros viam atrás, e por último Stan, ele estava longe quando ouviu o ressoar do barulho do rifle de Rerold – está morto. – pensou ele. Quando alcançou o grupo, o alce jazia imóvel no chão, à bala o perfurara no pescoço, só uma, nada mais. O grupo voltava para casa, Rerold segurava com sigo o chifre do alce ensanguentado. O céu negro pairava sobre as suas cabeças, com as estrelas como pequenas luminárias e a lua, linda, estava branca num tom quase transparente, jorrando luz nos olhos de Stan. Quase na chegada a cidade, Stan ouviu um barulho estranho, ao longe viu algo se mexendo, parou seu cavalo, com isso os outros pararam também, Rerold foi ao seu encontro com uma face que mostrava claramente dúvida.
- O que foi? – Disse ele, sua voz cortante como aço.
- A algo ali, atrás daquelas árvores.
- Árgo, va la e veja o que é.
O homem carrancudo dispôs seu cavalo a trotar, os outros esperavam pacientemente, depois de algum tempo, o grupo ouviu um grito agudo, Rerold pediu para os outros esperarem e juntos ele e Stan foram ver o que era. Ao chegarem pouco perto do lugar onde Stan vira a coisa se mexer avistaram um homem deitado ao chão, era Árgo, ele tremia, ao seu pescoço havia uma criatura amarela de orelhas pontudas, ela sugava seu sangue, ela o matava. Rerold pegou seu rifle, mas logo percebeu que estava sem munição, uma bala era o que sempre carregava, sempre se gabando por não precisar de mais do que isso. Stan não percebeu, foi rápido de mais, o rato amarelo vinha rapidamente ao seu encontro, seus olhos eram amarelo cobre, um olhar apavorante, sua boca estava totalmente suja, suja de sangue. Ao mesmo tempo em que ele vinha, Rerold quebrou o chifre do alce no meio, fazendo com isso um bastão. Quando o mostro estava bem perto ele o arremessou contra a árvore mais próxima. O mostro tombou, caído, impotente. Rerold o pegou amarrou sua boca e colocou em um saco negro e espesso. Se preparava para ir embora quando se lembrou de Árgo, pediu para Stan examinar se ele estava vivo, Stan obedeceu, chegando perto do homem, ouviu algo parecido com som de choro, vinha de uma árvore próxima, ele se dispôs a investigar, virou para traz, Rerold não o observara, ao olhar dentro do casco oco da árvore viu dois ratinhos amarelos, pequenos, indefesos, a mente de Stan começou a formigar, era isso, ele matara para proteger seus filhotes, apenas isso. Rerold havia de entender, não agora, com os nervos a flor da pele. Stan pegou os filhotes e os escondeu em suas roupas logo após foi se juntar a seu padastro.
Logo após acabar o banho, Stan vestiu sua roupa e correu para o seu quarto, onde havia escondido os filhotes, mostrar eles em praça pública com certeza obrigaria o prefeito da cidade, Rerold, a libertar o Pikachu. Ao sair do quarto com os filhotes na caixa viu de relance seu reflexo no vidro da janela, um garoto de 15 anos, branco como leite, cabelos pretos desarrumados, e olhos de um castanho adocicado, claros como ouro. Desceu as escadas até encontrar a porta, o relógio marcava 12:00, a execução estava marcada para as 13 horas, precisava se apressar. Ao abrir a porta deu de cara com um céu azul e um sol forte brilhava em seu centro fortalecedor, aquele não era um dia para mortes e Stan sabia disso.
Última edição por Pokaabu em Ter 9 Out 2012 - 11:33, editado 11 vez(es)
Pokaabu- Membro
- Idade : 29
Alerta :
Data de inscrição : 02/07/2011
Re: O 6º Distrito - Stan
Cara, sinceramente, é incrivel a sua idéia. Seis distritos, Pokémons são animais mutados, cruzad de monstros, DNAS, achei legal. Me agradei com a história, talvez outras pessoas não digam o mesmo, mas eu gostei bastante da idéia. Não sei analisar erros, mas acho que você escreve muito bem.
Boa sorte com sua HQ, Pokaabu.
Boa sorte com sua HQ, Pokaabu.
Re: O 6º Distrito - Stan
Um obrigado para quem leu o primeiro cap e um obrigado especial para o comentário do Soul
Sem enrolação, vamos ao segundo capítulo.
Sem enrolação, vamos ao segundo capítulo.
Capítulo 2 - Dois Pikachus e um fugitivo.
Ao descer as escadas que davam para o jardim de sua casa, Stan percebeu que ele não era o único que estava interessado em chegar à praça a tempo para o grande show, as pessoas passavam apressadas sem ao menos cumprimentar umas as outras, o que não era nada comum em uma cidade pequena como Sandela. O rosto dos andantes mostrava claramente uma feição de alegria e curiosidade. Em um lugar onde não havia praticamente nada para se distrair, a execução de um Pokémon era o ápice da alegria para aquelas pessoas. Desde os mais novos aos centenários que nunca se davam o luxo de sair de casa, todos! Todos queriam ver a morte como forma de diversão.
Stan abriu a caixa onde os Pikachus se encontravam, estavam dormindo, melhor, assim não chamariam tanta atenção. Tampou com cuidado para não acordá-los e se pôs entre os caminhantes, no caminho para a praça percebeu que o portão da cidade estava aberto e não muito longe havia alguns caminhões estacionados. Ele balançou a cabeça tentando afastar aqueles pensamentos, não podia se distrair, precisava focar no seu plano. Que era o seguinte, dois dias atrás Rerold disse a mesa de jantar que Stan deveria fazer um discurso em homenagem a Árgo, sua mãe apoiou Rerold na decisão. Viu naquele discurso a chance para salvar o Pikachu. Era um plano arriscado e com grandes chances de dar errado, mas ele precisava tentar. Enquanto pensava Stan viu que suas pernas o haviam guiado automaticamente a praça. Seu corpo tremia de medo, não sabia que haveria tanta gente assim, começava a suar, não estava nem um pouco preparado para isso.
Ao levantar a cabeça viu que Rerold realmente havia preparado um espetáculo, havia um elevado palco de madeira no meio da praça, onde no meio se encontrava uma guilhotina, ao lado dela havia uma gaiola enferrujada elevada por um fio de cobre que estava preso a um poste de madeira, a gaiola balançava e o rato amarelo que lá se encontrava tinha feições totalmente confusas, andava para lá e para cá sem entender aquele grande falatório e movimento a sua volta. O relógio marcava 12:45 quando Stan foi ao encontro de Rerold que estava conversando com um homem barbudo de cabelos cor de fogo ao lado do palco.
- Onde você estava moleque? – Disse ele com o desdenho de sempre.
- Acabei não conseguindo dormir a noite, por isso acordei atrasad...
- Não interessa, venha fazer o que te mandei, quero acabar logo com isso.
Enquanto subiam ao palco o falatório cessava e a movimentação parava. Todos olhavam aleatoriamente para Stan e Rerold. Seu padastro chamou com um urro um de seus homens para pegar o Pikachu e colocar na guilhotina. O homem era grande e forte, abriu a gaiola de um modo que parecia ter a quebrado, pegou o Pikachu pelo pescoço apertando a ponto de ele parecer estar sem ar. Colocou sua cabeça na madeira da guilhotina e acorrentou suas patas. Agora o Pikachu preso urrava tentando se soltar, mas era em vão, todos olhavam para ele e depois de certo tempo o monstro desistiu e abaixou a cabeça, impotente. Rerold deu um tapinha no ombro de Stan, o que significava que ele deveria começar a falar. Gaguejando, ele começou:
- Bom, todos sabem que estamos aqui para fazer a lei da equivalência, a lei que vigora na terra mãe desde os tempos antigos, morte por morte – Stan engoliu em seco, estava na hora.
- Mas será que essa lei vale para um ser que estava apenas tentando proteger sua cria? Quando meu padastro me pediu para olhar se Árgo estava vivo, eu achei uma coisa, uma coisa que talvez faça mudar a opinião de vocês.
Stan abriu a caixa com cuidado, percebeu que o Pikachu matinha os olhos fixos nela, suas narinas começaram a farejar e com toda certeza estava sentindo o cheiro dos filhotes. Ele começou a se contorcer descontroladamente, Stan evitou olhá-lo e abriu a caixa completamente, Todos que olhavam para Stan começaram a cochichar no mesmo frenesi em que o Pikachu se contorcia, agora, aonde havia correntes também havia sangue, Rerold olhava para Stan com uma mistura de ódio e desconfiança. O menino, aterrorizado, fechou a caixa com um baque. Rerold seguia enfurecido para a direção de Stan quando aconteceu. Um grande feixe de luz irradiava do Pikachu, todos ficaram paralisados observando aquela cena que era ao mesmo tempo magnífica e medonha de se ver, o trovão teve poder o suficiente para quebrar as correntes, depois de conseguir se libertar, o trovão cessou. Sem a luz irradiando a sua volta, podia-se ver como ele estava banhado de sangue, ele ofegava, mas depois daquela demonstração de poder estava claro para Stan que nada o impediria de ficar com suas crias, sem descansar por muito tempo o Pikachu correu na direção de Stan, aqueles mesmos olhos cor de cobre que vira antes, agora vinham em sua direção com uma determinação insuperável. Quando o Pikachu cravou os dentes no braço de Stan ele urrou de dor, podia sentir o veneno entrando em seu corpo, pensou em Árgo, morreria como ele? Mesmo com uma dor dilacerante Stan abriu os olhos, o Pikachu o olhava fixamente com os dentes ainda cravados em seu braço, a multidão ainda estava parada, admirando a situação, a caixa onde estavam os filhotes agora se encontrava no chão, fechada. O monstro parecia estar se rendendo quando um barulho estridente veio aos ouvidos de Stan, ao mesmo tempo o crânio do Pikachu era atravessado por uma bala, o sangue voou no rosto de Stan, o menino caiu, atordoado. O Pikachu agora pendia no chão imóvel, com os olhos paralisados pela morte. o veneno começara a fazer efeito. Virou a cabeça e só o que pode ver foi Rerold com seu rifle erguido em direção ao que um dia fora um Pikachu.
De repente, todos na praça começaram a se dar conta do que acontecera e ao mesmo tempo começaram todos a gritar, correr e chorar, a Rapidash de Rerold agitada com toda a situação começou a soltar fogo para todos os lados o que só piorou a gritaria, o veneno agora agia fortemente em Stan, ele sentia uma dilacerante dor na região do estômago, ele sabia que não resistiria por muito tempo, já estava entregando sua vida quando no meio de tudo aquilo alguém apertou seu ombro e sussurrou em seu ouvido.
- Aguente só mais um pouco, por favor...
Reunindo suas últimas energias, Stan levantou e se apoiou no estranho, que estava com a caixa dos Pikachus nas mãos. Ele o carregou até um beco não muito longe da saída da cidade, deitou Stan no chão e tirou o que parecia ser um frasco com um liquido azul e gosmento, colocou na boca do Stan, o gosto era horrível, Stan tentou se livrar mais ele segurou sua cabeça até que não sobrasse uma única gota. Após isso, caminharam até um dos caminhões que Stan havia visto na caminhada para a praça. O desconhecido o acomodou em um canto. Stan estava fraco e seu estômago doía muito. Fez a única coisa que poderia fazer, deitou e adormeceu.
Stan abriu a caixa onde os Pikachus se encontravam, estavam dormindo, melhor, assim não chamariam tanta atenção. Tampou com cuidado para não acordá-los e se pôs entre os caminhantes, no caminho para a praça percebeu que o portão da cidade estava aberto e não muito longe havia alguns caminhões estacionados. Ele balançou a cabeça tentando afastar aqueles pensamentos, não podia se distrair, precisava focar no seu plano. Que era o seguinte, dois dias atrás Rerold disse a mesa de jantar que Stan deveria fazer um discurso em homenagem a Árgo, sua mãe apoiou Rerold na decisão. Viu naquele discurso a chance para salvar o Pikachu. Era um plano arriscado e com grandes chances de dar errado, mas ele precisava tentar. Enquanto pensava Stan viu que suas pernas o haviam guiado automaticamente a praça. Seu corpo tremia de medo, não sabia que haveria tanta gente assim, começava a suar, não estava nem um pouco preparado para isso.
Ao levantar a cabeça viu que Rerold realmente havia preparado um espetáculo, havia um elevado palco de madeira no meio da praça, onde no meio se encontrava uma guilhotina, ao lado dela havia uma gaiola enferrujada elevada por um fio de cobre que estava preso a um poste de madeira, a gaiola balançava e o rato amarelo que lá se encontrava tinha feições totalmente confusas, andava para lá e para cá sem entender aquele grande falatório e movimento a sua volta. O relógio marcava 12:45 quando Stan foi ao encontro de Rerold que estava conversando com um homem barbudo de cabelos cor de fogo ao lado do palco.
- Onde você estava moleque? – Disse ele com o desdenho de sempre.
- Acabei não conseguindo dormir a noite, por isso acordei atrasad...
- Não interessa, venha fazer o que te mandei, quero acabar logo com isso.
Enquanto subiam ao palco o falatório cessava e a movimentação parava. Todos olhavam aleatoriamente para Stan e Rerold. Seu padastro chamou com um urro um de seus homens para pegar o Pikachu e colocar na guilhotina. O homem era grande e forte, abriu a gaiola de um modo que parecia ter a quebrado, pegou o Pikachu pelo pescoço apertando a ponto de ele parecer estar sem ar. Colocou sua cabeça na madeira da guilhotina e acorrentou suas patas. Agora o Pikachu preso urrava tentando se soltar, mas era em vão, todos olhavam para ele e depois de certo tempo o monstro desistiu e abaixou a cabeça, impotente. Rerold deu um tapinha no ombro de Stan, o que significava que ele deveria começar a falar. Gaguejando, ele começou:
- Bom, todos sabem que estamos aqui para fazer a lei da equivalência, a lei que vigora na terra mãe desde os tempos antigos, morte por morte – Stan engoliu em seco, estava na hora.
- Mas será que essa lei vale para um ser que estava apenas tentando proteger sua cria? Quando meu padastro me pediu para olhar se Árgo estava vivo, eu achei uma coisa, uma coisa que talvez faça mudar a opinião de vocês.
Stan abriu a caixa com cuidado, percebeu que o Pikachu matinha os olhos fixos nela, suas narinas começaram a farejar e com toda certeza estava sentindo o cheiro dos filhotes. Ele começou a se contorcer descontroladamente, Stan evitou olhá-lo e abriu a caixa completamente, Todos que olhavam para Stan começaram a cochichar no mesmo frenesi em que o Pikachu se contorcia, agora, aonde havia correntes também havia sangue, Rerold olhava para Stan com uma mistura de ódio e desconfiança. O menino, aterrorizado, fechou a caixa com um baque. Rerold seguia enfurecido para a direção de Stan quando aconteceu. Um grande feixe de luz irradiava do Pikachu, todos ficaram paralisados observando aquela cena que era ao mesmo tempo magnífica e medonha de se ver, o trovão teve poder o suficiente para quebrar as correntes, depois de conseguir se libertar, o trovão cessou. Sem a luz irradiando a sua volta, podia-se ver como ele estava banhado de sangue, ele ofegava, mas depois daquela demonstração de poder estava claro para Stan que nada o impediria de ficar com suas crias, sem descansar por muito tempo o Pikachu correu na direção de Stan, aqueles mesmos olhos cor de cobre que vira antes, agora vinham em sua direção com uma determinação insuperável. Quando o Pikachu cravou os dentes no braço de Stan ele urrou de dor, podia sentir o veneno entrando em seu corpo, pensou em Árgo, morreria como ele? Mesmo com uma dor dilacerante Stan abriu os olhos, o Pikachu o olhava fixamente com os dentes ainda cravados em seu braço, a multidão ainda estava parada, admirando a situação, a caixa onde estavam os filhotes agora se encontrava no chão, fechada. O monstro parecia estar se rendendo quando um barulho estridente veio aos ouvidos de Stan, ao mesmo tempo o crânio do Pikachu era atravessado por uma bala, o sangue voou no rosto de Stan, o menino caiu, atordoado. O Pikachu agora pendia no chão imóvel, com os olhos paralisados pela morte. o veneno começara a fazer efeito. Virou a cabeça e só o que pode ver foi Rerold com seu rifle erguido em direção ao que um dia fora um Pikachu.
De repente, todos na praça começaram a se dar conta do que acontecera e ao mesmo tempo começaram todos a gritar, correr e chorar, a Rapidash de Rerold agitada com toda a situação começou a soltar fogo para todos os lados o que só piorou a gritaria, o veneno agora agia fortemente em Stan, ele sentia uma dilacerante dor na região do estômago, ele sabia que não resistiria por muito tempo, já estava entregando sua vida quando no meio de tudo aquilo alguém apertou seu ombro e sussurrou em seu ouvido.
- Aguente só mais um pouco, por favor...
Reunindo suas últimas energias, Stan levantou e se apoiou no estranho, que estava com a caixa dos Pikachus nas mãos. Ele o carregou até um beco não muito longe da saída da cidade, deitou Stan no chão e tirou o que parecia ser um frasco com um liquido azul e gosmento, colocou na boca do Stan, o gosto era horrível, Stan tentou se livrar mais ele segurou sua cabeça até que não sobrasse uma única gota. Após isso, caminharam até um dos caminhões que Stan havia visto na caminhada para a praça. O desconhecido o acomodou em um canto. Stan estava fraco e seu estômago doía muito. Fez a única coisa que poderia fazer, deitou e adormeceu.
Última edição por Pokaabu em Ter 16 Out 2012 - 12:45, editado 2 vez(es)
Pokaabu- Membro
- Idade : 29
Alerta :
Data de inscrição : 02/07/2011
Re: O 6º Distrito - Stan
Olá galerinha, terceiro capítulo protinho
- Spoiler:
- Vocabulário:
Tonen = Governandor do distrito, com poder absoluto para com seu território.
Capítulo 3 - Confissões e lamentações.
Ao abrir os olhos, Stan viu que as cores brincavam no céu. O amarelo e o vermelho formavam um laranja fraco, mas o roxo da noite ainda reinava sobre as outras duas, amanhecia. Ainda deitado tentou apalpar o seu lado com a mão em busca do despertador, nada. Levantou-se com um pouco de dificuldade. Ainda não tinha se dado conta do que havia acontecido, ele não estava mais em Sandela, agora estava em um caminhão indo não sabe pra onde. Ficou estarrecido com toda aquela situação, não conseguia lembrar-se de nada, as cenas daquela tarde iam e viam. A única coisa que se lembrava era do veneno e sua dor insuportável. Sim, havia passado. Sentou e analisou o lugar onde se encontrava. Não era um container muito grande e não parecia ter sido preparado para cargas, olhando para o lado viu que não estava sozinho, mas três meninos que aparentavam a mesma idade dormiam em um sono pesado. Havia quatro janelas quadradas na caixa, dando a visão para uma linda paisagem que corria pelo lado de fora. O caminhão sacudiu ao passar por um buraco, o menino que estava mais ao fundo acordou com um susto e olhou para Stan. Stan que já estava de pé estreitou os olhos, já havia o visto antes. Era ele, era sim, o menino que o tinha levado para aquela confusão toda. Ele já tinha voltado a dormir e Stan correu até ele pisoteando os outros que ainda dormiam. Pegou o menino pelo e ombro e começo a sacudi-lo.
- Ei, ei, onde eu estou? O que aconteceu lá na pra...
O menino segurou o ombro de Stan e o olhou furioso.
- Cara, eu quero dormir, larga de ser chato. Você não sabia que um ser humano precisa de oito horas de sono diárias?
Com estas palavras ele caiu em um sono profundo e começou a roncar.
Stan achou melhor deixar ele lá, quieto. Sentou-se em seu canto, tentando se lembrar do que havia acontecido.
Os outros meninos ainda dormiam quando ele acordou, já havia passado cerca de 2 horas desde que Stan tinha tentado acordá-lo. Ele olhou para Stan com os olhos estreitos de desaprovação e disse ironicamente:
- Ah, você ainda está aí...
Stan rebateu tentando parecer calmo:
- Sim eu ainda estou aqui, não que este seja o meu desejo.
Ele se levantou e olhou fixamente para Stan.
- Se quiser pode ir embora para aquela roça cheia de esterco, só acho que você não chegará lá vivo.
- Mas eu quero explicações, isso está parecendo quase um sequestro e...
- Sequestro? Eu te salvei! Cara, você teria sido condenado junto com aquele rato nojento.
Stan não entendeu muito bem porque ele havia dito aquilo, mas resolveu não discutir.
- Ao menos posso saber seu nome?
O menino deu um sorrisinho de vitória e disse:
- Sam...
Pouco tempo depois da discussão que teve com Sam os dois meninos acordaram. Eles vieram o cumprimentar, o primeiro se chamava Jon e o outro Will. Eles e Sam arrumavam o caminhão como se fosse uma casa para eles, pedindo toda hora para Stan mudar de lugar e ajudar com alguma coisa. Mesmo confuso com toda aquela situação ele resolveu cooperar. O caminhão rodou por mais duas horas antes de parar, o motorista desconhecido estacionou o trambolho no que parecia ser uma pequena floresta, um vale. Ao ver que tinham parado Jon falou com um ar de satisfação:
- Hora de comer!
Quando o motorista abriu o container os raios de sol entraram dando de cara com os olhos de Stan, que já haviam se acostumados com a escuridão. Depois de um tempo, com a visão renovada conseguiu ver que não se tratava do motorista e sim da motorista. Era uma mulher extremamente bonita e atraente. Tinha uma estatura mediana, seu cabelo era preto com mechas rosa choque nas pontas, amarrado em um rabo de cavalo baixo que pendia em seu ombro, e seus olhos eram claros, claros como diamantes. Os seios fartos chamaram a atenção de Stan, mas ele se forçou a não olhar. Os outros meninos saíram e começaram a levantar acampamento, enquanto Stan ficou ali parado olhando pra ela, que o analisava dos pés a cabeça.
- Você é a cara do seu pai. - Disse ela abrindo um sorriso. - Venha, precisamos conversar.
Então Stan começou segui-la instintivamente, antes deles se dirigirem para o lugar de fato, ela foi até o lugar do motorista e trouxe para ele alguma coisa enrolada em panos, ao se aproximar viu que eram os dois pikachus bebês, que agora não eram tão bebês assim. Pareciam estar maiores e mais fortes. Os dois pularam sobre ele e começaram a corres sobre seu corpo, cheirando e mordendo carinhosamente o menino. Stan não saberia explicar como ficaram tão dóceis.
- Vacinados e alimentados. – Disse ela, tentando tirar a distração de Stan.
- Como assim? Vacinados contra o quê?
- Venha, eu te explico no caminho.
Eles adentraram para dentro do pequeno vale, deixando Sam, Will e Jon para traz.
- Bem, você sabe a história sobre a origem dos pokémons não sabe?
- Sim, não. Na verdade eu não a sei completamente.
- Você não é o único, poucos sabem a verdadeira verdade.
Ela suspirou e então começou a falar pausada e calmamente.
- Bem, antigamente não haviam só cinco distritos e sim seis. Tecnologicamente, o sexto distrito era infinitamente mais desenvolvido que os outros, mas a ganância do sexto Tonen beirava a loucura. Para ele não bastava os altos impostos que eram cobrados dos outros distritos em troca de “proteção”, ele queria mais, queria o controle de tudo, sonhava com o poder de um deus. Assim, ele começou a planejar um golpe de estado contra os outros Tonens. Só que havia um porém, os outros distritos juntos ainda tinham o poder suficiente para destruí-lo por completo. Pensando nisso ele reuniu todos os seus maiores cientistas para criarem uma raça de guerreiros irracionais, mutações de animais, seres humanos e plantas. Foram incontáveis as mortes causadas por suas experiências. Só que o usurpador era cego por sua ganância. Ele não contava que os outros distritos haviam infiltrado espiões em sua base de pesquisa. E logo os planos dele já eram de conhecimento dos outros governadores. Eles não hesitaram em unir forças. Juntaram seus pensadores mais inteligentes, guerreiros extremamente fortes e médicos muito habilidosos. Esses cidadãos foram treinados pra destruir o projeto Pokémon antes de seu término, mas foi tarde de mais. Quando eles chegaram ao sexto distrito já era de conhecimento do sexto que uma invasão iria acontecer. Sabendo que sua derrota era eminente ele libertou as criaturas. Depois da carnificina o sexto distrito foi completamente isolado e algumas criaturas foram capturadas e estudadas.
A motorista parou e olhou para cima, a história parecia tê-la tirado todo brilho jovial.
- Depois de muita pesquisa, foi descoberto que em todas as criaturas havia sido implantado um vírus, este vírus é completamente letal em seres humanos. Mais nos pokémons tem um efeito completamente diferente. Ele faz com que se transformem em máquinas de matar, sem discernir quem é aliado ou inimigo. Neste momento ficou claro para o esquadrão que o projeto Pokémon estava incompleto. Os cientistas descobriram uma vacina para o vírus, que quando eliminado revela a verdadeira identidade do pokémon, ele pode ser extremamente dócil, como também raivoso. Apesar de não tirar deles os poderes especiais, a vacina abriu a possibilidade de pokémons e humanos viverem juntos em harmonia.
Ela parou de andar, Stan nem havia se dado conta de quanto haviam andado. Estavam no meio da floresta. Os pikachus corriam pelas árvores felizes e brincalhões. Ela se virou para ele e falou.
- Você deve estar se perguntando o que está história toda tem haver com o fato de você estar aqui... Bem, eu sua mãe e seu pai fazemos parte do esquadrão Pokémon que derrotou o sexto distrito tempos atrás. Se Sam te disse alguma coisa, não acredite. Ele adora assustar os novatos. Você está aqui por causa do seu pai, está aqui por que precisamos de você. Ah e meu nome é Yuko, desculpe por eu não me apresentar.
Stan estava estupefato. Olhava para ela tentando absorver aquele tanto de informações novas. Ela o olhou e segurou em seus ombros.
- Olha, eu sei que está história é muito maluca, mais é a realidade. Eu não posso te contar tudo agora. Algumas coisas você vai ter que aprender sozinho.
Ela deu um beijo na testa de Stan, o que fez corar levemente. Virou-se e começou a caminhar levemente, de volta ao acampamento. Stan a seguiu junto com os pikachus. Ele não conseguia acreditar naquela história toda. Como sua mãe não havia contado sobre tudo aquilo e o que o pai dele tinha haver com isto tudo? A cabeça de Stan doía e sua barriga não ajudava. Estava com fome. No meio do caminho para o acampamento, Yuko parou soltando um gritinho abafado que fez Stan pular para traz.
- Como eu pude me esquecer. – Disse ela se virando para e Stan e tirando um envelope do meio dos seios – Aqui está. Sua mãe me pediu para entregar está carta a você quando fosse a hora certa. Espero que ela esclareça mas as coisas tanto para mim quanto para você.
Stan pegou o envelope e o abriu. Era a letra dela, era sim. Não havia se dado conta da saudade que tinha de sua mãe. Com os olhos cheio de lágrimas começou a andar mais devagar lendo as palavras que sua mãe o havia deixado...
- Ei, ei, onde eu estou? O que aconteceu lá na pra...
O menino segurou o ombro de Stan e o olhou furioso.
- Cara, eu quero dormir, larga de ser chato. Você não sabia que um ser humano precisa de oito horas de sono diárias?
Com estas palavras ele caiu em um sono profundo e começou a roncar.
Stan achou melhor deixar ele lá, quieto. Sentou-se em seu canto, tentando se lembrar do que havia acontecido.
Os outros meninos ainda dormiam quando ele acordou, já havia passado cerca de 2 horas desde que Stan tinha tentado acordá-lo. Ele olhou para Stan com os olhos estreitos de desaprovação e disse ironicamente:
- Ah, você ainda está aí...
Stan rebateu tentando parecer calmo:
- Sim eu ainda estou aqui, não que este seja o meu desejo.
Ele se levantou e olhou fixamente para Stan.
- Se quiser pode ir embora para aquela roça cheia de esterco, só acho que você não chegará lá vivo.
- Mas eu quero explicações, isso está parecendo quase um sequestro e...
- Sequestro? Eu te salvei! Cara, você teria sido condenado junto com aquele rato nojento.
Stan não entendeu muito bem porque ele havia dito aquilo, mas resolveu não discutir.
- Ao menos posso saber seu nome?
O menino deu um sorrisinho de vitória e disse:
- Sam...
Pouco tempo depois da discussão que teve com Sam os dois meninos acordaram. Eles vieram o cumprimentar, o primeiro se chamava Jon e o outro Will. Eles e Sam arrumavam o caminhão como se fosse uma casa para eles, pedindo toda hora para Stan mudar de lugar e ajudar com alguma coisa. Mesmo confuso com toda aquela situação ele resolveu cooperar. O caminhão rodou por mais duas horas antes de parar, o motorista desconhecido estacionou o trambolho no que parecia ser uma pequena floresta, um vale. Ao ver que tinham parado Jon falou com um ar de satisfação:
- Hora de comer!
Quando o motorista abriu o container os raios de sol entraram dando de cara com os olhos de Stan, que já haviam se acostumados com a escuridão. Depois de um tempo, com a visão renovada conseguiu ver que não se tratava do motorista e sim da motorista. Era uma mulher extremamente bonita e atraente. Tinha uma estatura mediana, seu cabelo era preto com mechas rosa choque nas pontas, amarrado em um rabo de cavalo baixo que pendia em seu ombro, e seus olhos eram claros, claros como diamantes. Os seios fartos chamaram a atenção de Stan, mas ele se forçou a não olhar. Os outros meninos saíram e começaram a levantar acampamento, enquanto Stan ficou ali parado olhando pra ela, que o analisava dos pés a cabeça.
- Você é a cara do seu pai. - Disse ela abrindo um sorriso. - Venha, precisamos conversar.
Então Stan começou segui-la instintivamente, antes deles se dirigirem para o lugar de fato, ela foi até o lugar do motorista e trouxe para ele alguma coisa enrolada em panos, ao se aproximar viu que eram os dois pikachus bebês, que agora não eram tão bebês assim. Pareciam estar maiores e mais fortes. Os dois pularam sobre ele e começaram a corres sobre seu corpo, cheirando e mordendo carinhosamente o menino. Stan não saberia explicar como ficaram tão dóceis.
- Vacinados e alimentados. – Disse ela, tentando tirar a distração de Stan.
- Como assim? Vacinados contra o quê?
- Venha, eu te explico no caminho.
Eles adentraram para dentro do pequeno vale, deixando Sam, Will e Jon para traz.
- Bem, você sabe a história sobre a origem dos pokémons não sabe?
- Sim, não. Na verdade eu não a sei completamente.
- Você não é o único, poucos sabem a verdadeira verdade.
Ela suspirou e então começou a falar pausada e calmamente.
- Bem, antigamente não haviam só cinco distritos e sim seis. Tecnologicamente, o sexto distrito era infinitamente mais desenvolvido que os outros, mas a ganância do sexto Tonen beirava a loucura. Para ele não bastava os altos impostos que eram cobrados dos outros distritos em troca de “proteção”, ele queria mais, queria o controle de tudo, sonhava com o poder de um deus. Assim, ele começou a planejar um golpe de estado contra os outros Tonens. Só que havia um porém, os outros distritos juntos ainda tinham o poder suficiente para destruí-lo por completo. Pensando nisso ele reuniu todos os seus maiores cientistas para criarem uma raça de guerreiros irracionais, mutações de animais, seres humanos e plantas. Foram incontáveis as mortes causadas por suas experiências. Só que o usurpador era cego por sua ganância. Ele não contava que os outros distritos haviam infiltrado espiões em sua base de pesquisa. E logo os planos dele já eram de conhecimento dos outros governadores. Eles não hesitaram em unir forças. Juntaram seus pensadores mais inteligentes, guerreiros extremamente fortes e médicos muito habilidosos. Esses cidadãos foram treinados pra destruir o projeto Pokémon antes de seu término, mas foi tarde de mais. Quando eles chegaram ao sexto distrito já era de conhecimento do sexto que uma invasão iria acontecer. Sabendo que sua derrota era eminente ele libertou as criaturas. Depois da carnificina o sexto distrito foi completamente isolado e algumas criaturas foram capturadas e estudadas.
A motorista parou e olhou para cima, a história parecia tê-la tirado todo brilho jovial.
- Depois de muita pesquisa, foi descoberto que em todas as criaturas havia sido implantado um vírus, este vírus é completamente letal em seres humanos. Mais nos pokémons tem um efeito completamente diferente. Ele faz com que se transformem em máquinas de matar, sem discernir quem é aliado ou inimigo. Neste momento ficou claro para o esquadrão que o projeto Pokémon estava incompleto. Os cientistas descobriram uma vacina para o vírus, que quando eliminado revela a verdadeira identidade do pokémon, ele pode ser extremamente dócil, como também raivoso. Apesar de não tirar deles os poderes especiais, a vacina abriu a possibilidade de pokémons e humanos viverem juntos em harmonia.
Ela parou de andar, Stan nem havia se dado conta de quanto haviam andado. Estavam no meio da floresta. Os pikachus corriam pelas árvores felizes e brincalhões. Ela se virou para ele e falou.
- Você deve estar se perguntando o que está história toda tem haver com o fato de você estar aqui... Bem, eu sua mãe e seu pai fazemos parte do esquadrão Pokémon que derrotou o sexto distrito tempos atrás. Se Sam te disse alguma coisa, não acredite. Ele adora assustar os novatos. Você está aqui por causa do seu pai, está aqui por que precisamos de você. Ah e meu nome é Yuko, desculpe por eu não me apresentar.
Stan estava estupefato. Olhava para ela tentando absorver aquele tanto de informações novas. Ela o olhou e segurou em seus ombros.
- Olha, eu sei que está história é muito maluca, mais é a realidade. Eu não posso te contar tudo agora. Algumas coisas você vai ter que aprender sozinho.
Ela deu um beijo na testa de Stan, o que fez corar levemente. Virou-se e começou a caminhar levemente, de volta ao acampamento. Stan a seguiu junto com os pikachus. Ele não conseguia acreditar naquela história toda. Como sua mãe não havia contado sobre tudo aquilo e o que o pai dele tinha haver com isto tudo? A cabeça de Stan doía e sua barriga não ajudava. Estava com fome. No meio do caminho para o acampamento, Yuko parou soltando um gritinho abafado que fez Stan pular para traz.
- Como eu pude me esquecer. – Disse ela se virando para e Stan e tirando um envelope do meio dos seios – Aqui está. Sua mãe me pediu para entregar está carta a você quando fosse a hora certa. Espero que ela esclareça mas as coisas tanto para mim quanto para você.
Stan pegou o envelope e o abriu. Era a letra dela, era sim. Não havia se dado conta da saudade que tinha de sua mãe. Com os olhos cheio de lágrimas começou a andar mais devagar lendo as palavras que sua mãe o havia deixado...
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Data de inscrição : 02/07/2011
Re: O 6º Distrito - Stan
Será que alguém está lendo... Es a questão. Cáp. 4 prontinho.
Capítulo 4 - A Carta
Meu querido filho... As coisas que eu tenho para te contar são tantas, que seria preciso três cartas ao invés de uma. Sei que seu tempo agora e curto, então tentarei ser breve. Yuko já deve ter lhe contado sobre a verdadeira história de mim e de seu pai. Saiba que pode confiar totalmente nela, assim como eu confiei e confio. Saiba também que não casei com Rerold por amor e sim por proteção. Depois da morte de seu pai seria muito perigoso ficar com você na capital, seu pai, mesmo depois de morto, ainda tem muitos inimigos. O primeiro aviso que te dou é para ter muito, muito cuidado. Confie em poucos e de valor aos verdadeiros amigos. Também preciso lhe falar sobre um assunto que ainda me machuca muito ao relembrar, seu irmão. Quando vocês dois eram pequenos, você sabe que eu fiz de tudo para mantê-los a salvo e principalmente, juntos. Stan, eu sei que não fui uma mãe presente em todos estes anos. Tenha consciência que tudo isso foi de propósito, eu já sabia que você, um dia, teria de partir e sabia também que se você criasse vínculos seria mais difícil. Stan, encontre seu irmão. Vocês dois são a chave, só os dois juntos poderão encontrar o projeto de seu pai. Desculpe, mais uma vez eu te deixarei de mãos atadas, à única pista que posso lhe deixar é esta foto. Boa sorte, meu filho.
Quando Stan terminou de ler a carta ele pegou novamente o envelope e viu que lá se encontrava a foto de que sua mãe se referia, nela havia um menino idêntico a Stan, mas cinco anos mais jovens. Como Stan e seu irmão eram gêmeos idênticos ficou claro para ele de quem era aquela foto. Ao redor de seu irmão havia algumas árvores com uma casa simples ao fundo, mais ao fundo ainda, havia um grande cata-vento velho e enferrujado. Stan guardou a carta e a foto dentro de seu bolso, deu por si sozinho na floresta. Yuko parecia já estar longe e sua única companhia eram os dois pikachus que corriam pra lá e pra cá. Não foi difícil achar o caminho de volta, os pikachus ajudaram e logo ele se viu no acampamento.
O local estava completamente diferente de quando ele havia saído, as barracas estavam montadas e uma pequena fogueira crepitava no centro. Os meninos agora estavam sentado ao redor do fogo enquanto Yuko estava cozinhando alguma coisa em um fogão adaptado ao caminhão. Stan caminhou até ela e a cada passo sua fome aumentava com o cheiro da comida, não havia tomado café da manhã, estava faminto. Yuko percebeu que ele estava chegando perto e disse:
- Você demorou, agora que você já leu, eu poderia dar uma olhada na carta?
Stan retirou o envelope do bolso e entregou à motorista, ela deu um sorriso em agradecimento e apontou para a fogueira em que os meninos se encontravam. Stan percebendo que ela queria ficar sozinha se encaminhou para a direção em que se dedo apontava.
Will e Sam brincavam com uma bolinha de papel jogando-a um no outro repetidas vezes. Enquanto Jon tocava uma melodia suave em uma gaita. Ele parecia perdido no som do instrumento, como os olhos fechados, como se estivesse em outro lugar. Stan sentou perto de Jon e o mesmo parou de tocar o instrumento e o olhou com um sorriso um pouco forçado.
- E ai cara, ela te contou tudo? – Disse ele tentando ser amigável.
- Tudo o que? – Rebateu Stan.
- Vejamos, vamos fazer um teste.
Jon colocou a mão no bolso e dele tirou uma pequena esfera cromada, metade da bola era vermelha e a outra metade era branca na parte branca se localizavam dois botões cada um em uma extremidade e na parte vermelha havia um botão central, também havia um botão redondo localizado no meio que ligava as duas cores. Foi ali que Jon apertou e no mesmo instante com um zunido baixo a bola se abriu. Deixando Stan de boca aberta.
- Você sabe o que é isso? – Disse ele.
- Não. – Disse Stan cabisbaixo.
O garoto o olhou, ainda tentando parecer simpático e disse.
- Se acalme, tenho certeza que ela só esqueceu-se de te contar...
- E foi isto mesmo que aconteceu. – Disse Yuko de supetão sentando-se no meio dos dois meninos com uma bandeja no colo.
Ela pegou a cápsula da mão de Jon para começar a explicar a Stan, mas quando se virou para falar, viu que seus olhos não desgrudavam da bandeja.
- Bom, vamos comer. – Disse ela devolvendo a bola a Jon.
Stan não esperou uma segunda ordem e atacou a bandeja que continha apenas algumas torradas. Os outros meninos vendo que não conseguiriam nada dali se encaminharam para a mesa principal a qual Stan nem tinha se dado conta de que havia sido montada. Ele também se encaminhou para a mesa que só continha comidas simples, mais deliciosas. Depois de toda a comilança e devida higiene bucal, Jon e Sam foram cochilar na barraca deixando Will, Stan e Yuko sozinhos ao redor da fogueira.
A motorista novamente retirou a cápsula do bolso e a abriu, Stan ainda a olhava, fascinado. Ela, percebendo que agora finalmente tinha sua atenção, começou a falar:
- Stan isso que você vê é uma cápsula pokémon, um projeto do seu pai. É difícil de acreditar mais esta pequena cápsula é capaz de aprisionar um pokémon . Dentro dela há um pequeno dispositivo que cria minúsculos buracos negros que faz com que quando o monstro é capturado ele seja transportado para uma das bases do esquadrão pokémon.
Ela apertou o botão central da parte vermelha da esfera fazendo com que ela se iluminasse com luzes azuis neon.
- Olhe aqui – Disse ela puxando o pescoço de Stan para mais perto. – Estas duas pequenas ampolas, cada uma delas deve conter uma substância diferente, a da direita deve ser preenchida apenas uma vez, antes do pokémon ser capturado, com a vacina que já te falei, fazendo com que o vírus seja eliminado rapidamente e a outra deve conter uma substância que faz com que as moléculas dos monstros fiquem muito mais lentas. Fazendo com que quando eles sejam transportados não sintam fome e nem cansaço.
Stan ainda não conseguia acreditar que tudo aquilo era verdade e que havia sido seu pai que inventara. Pensando que a explicação tinha acabado ele levantou a cabeça que foi puxada novamente por Yuko.
- Quando um pokémon é capturado o DNA dele fica gravado no dispositivo fazendo com que seja impossível a captura de outro pokémon com a mesma cápsula, a não ser que...
Ela virou a esfera para a parte branca mostrando os dois botões que estavam cada um em uma extremidade.
- Olhe, se você apertar este dois botões você libera o monstro e os registros de DNA são limpos do dispositivo.
Ela soltou o pescoço de Stan o deixando lá, de boca aberta.
- Alguma dúvida? – Terminou ela.
Stan balançou a cabeça negativamente. Endireitou-se tentando absorver aquele tanto de informações, depois de um tempo, soltou:
- E então, para onde vamos agora?
Yuko sorriu e retirou a foto de seu irmão do bolso e a mostrou para Stan.
- Vamos para cá, mesmo eu ainda não sabendo onde seja. É como sua mãe disse, precisamos encontrar seu irmão se não nunca teremos paz. Nunca descobriremos o segredo.
Stan ficou tentado a perguntar o que Yuko sabia que ele não sabia, mais quando ia fazê-lo, Will, que só estava escutando, arrancou a foto de Yuko e depois de observá-la olhou para os dois com um sorriso satisfatório.
- Eu sei onde fica esta casa, conheço este cata-vento velho, é da cidade de Whirlwind. Fica no caminho para a capital. Não muito longe daqui.
Agora além de Stan Yuko também estava de boca aberta, se recuperou rapidamente e levantou de um salto.
- Está decidido, amanhã partiremos para a cidade de Whirlwind.
Ela se espreguiçou e depois bocejou e ainda bocejando disse:
- Já está tão tarde, vou dormir.
E se encaminhou para a cabana da direita deixando Will e Stan sozinhos, rapidamente os dois se levantaram. Os dois pikachus que estavam dormindo não muito longe dali acordaram para acompanhar Stan e cada um se encaminhou para uma barraca diferente, na que Stan entrou Sam é que estava dormindo, ele se encolheu em um canto e rapidamente começou a sonhar.
No sonho ele estava em Sandela, seus olhos estavam fechados e quando os abriu viu que estava aprisionado onde o Pikachu que seria executado estava. Na guilhotina. Ele tentava se soltar desesperadamente, seu pescoço começava a sangrar com o contato violento com a madeira, até que ele percebeu que a lamina descia em um zunido amedrontador em direção ao seu pescoço, quando a lamina estava quase o alcançando Stan acordou com um pulo.
Estava muito, muito quente. Stan suava. Os pikachus estavam ao seu lado encharcados de suor. Ele balançou Sam até que ele acordasse e o menino percebeu a situação anormal em que se encontravam. Os dois abriram a barraca. A lua reinava no céu. Saíram e viram que tudo pegava fogo, eles correram para o centro do acampamento onde há pouco tempo haviam almoçado. Ouviram um rosnado vindo de traz e quando se viraram deram de cara com o causador do incêndio, um cachorro enorme. Não era um cachorro normal, havia uma juba amarela e fosca saltando de seu rosto e sua calda era de pelos finos da mesma cor, majestosa. Pelos saltavam por todo seu corpo.
Sua cara demonstrava vontade de matar ele rosnava e latia furiosamente. Sam quase sem palavras sussurrou:
- Ar... Arcanine.
Os dois estavam paralisados, o fogo ainda tomava conta de tudo e de traz do cão surgiu uma silhueta masculina que apontou para os meninos dizendo:
- Mate-os.
O enorme lobo laranja pulou em cima de Sam que abaixou, mas mesmo assim teve o braço arranhado pelas garras do animal. Agarrou Stan e correu o arrastando em direção ao caminhão.
- E os outros? – Gritou Stan se recompondo.
- Não temos tempo! – Rebateu Sam.
O cachorro tinha uma velocidade extremamente grande. Os pikachus que estavam correndo atrás de Stan soltaram um raio de cor azulada fazendo com que o cachorro ficasse paralisado. Os dois meninos entraram no caminhão e Sam começou a apertar os botões desesperadamente até que conseguiu dar partida no veículo, adentrando a floresta.
O local estava completamente diferente de quando ele havia saído, as barracas estavam montadas e uma pequena fogueira crepitava no centro. Os meninos agora estavam sentado ao redor do fogo enquanto Yuko estava cozinhando alguma coisa em um fogão adaptado ao caminhão. Stan caminhou até ela e a cada passo sua fome aumentava com o cheiro da comida, não havia tomado café da manhã, estava faminto. Yuko percebeu que ele estava chegando perto e disse:
- Você demorou, agora que você já leu, eu poderia dar uma olhada na carta?
Stan retirou o envelope do bolso e entregou à motorista, ela deu um sorriso em agradecimento e apontou para a fogueira em que os meninos se encontravam. Stan percebendo que ela queria ficar sozinha se encaminhou para a direção em que se dedo apontava.
Will e Sam brincavam com uma bolinha de papel jogando-a um no outro repetidas vezes. Enquanto Jon tocava uma melodia suave em uma gaita. Ele parecia perdido no som do instrumento, como os olhos fechados, como se estivesse em outro lugar. Stan sentou perto de Jon e o mesmo parou de tocar o instrumento e o olhou com um sorriso um pouco forçado.
- E ai cara, ela te contou tudo? – Disse ele tentando ser amigável.
- Tudo o que? – Rebateu Stan.
- Vejamos, vamos fazer um teste.
Jon colocou a mão no bolso e dele tirou uma pequena esfera cromada, metade da bola era vermelha e a outra metade era branca na parte branca se localizavam dois botões cada um em uma extremidade e na parte vermelha havia um botão central, também havia um botão redondo localizado no meio que ligava as duas cores. Foi ali que Jon apertou e no mesmo instante com um zunido baixo a bola se abriu. Deixando Stan de boca aberta.
- Você sabe o que é isso? – Disse ele.
- Não. – Disse Stan cabisbaixo.
O garoto o olhou, ainda tentando parecer simpático e disse.
- Se acalme, tenho certeza que ela só esqueceu-se de te contar...
- E foi isto mesmo que aconteceu. – Disse Yuko de supetão sentando-se no meio dos dois meninos com uma bandeja no colo.
Ela pegou a cápsula da mão de Jon para começar a explicar a Stan, mas quando se virou para falar, viu que seus olhos não desgrudavam da bandeja.
- Bom, vamos comer. – Disse ela devolvendo a bola a Jon.
Stan não esperou uma segunda ordem e atacou a bandeja que continha apenas algumas torradas. Os outros meninos vendo que não conseguiriam nada dali se encaminharam para a mesa principal a qual Stan nem tinha se dado conta de que havia sido montada. Ele também se encaminhou para a mesa que só continha comidas simples, mais deliciosas. Depois de toda a comilança e devida higiene bucal, Jon e Sam foram cochilar na barraca deixando Will, Stan e Yuko sozinhos ao redor da fogueira.
A motorista novamente retirou a cápsula do bolso e a abriu, Stan ainda a olhava, fascinado. Ela, percebendo que agora finalmente tinha sua atenção, começou a falar:
- Stan isso que você vê é uma cápsula pokémon, um projeto do seu pai. É difícil de acreditar mais esta pequena cápsula é capaz de aprisionar um pokémon . Dentro dela há um pequeno dispositivo que cria minúsculos buracos negros que faz com que quando o monstro é capturado ele seja transportado para uma das bases do esquadrão pokémon.
Ela apertou o botão central da parte vermelha da esfera fazendo com que ela se iluminasse com luzes azuis neon.
- Olhe aqui – Disse ela puxando o pescoço de Stan para mais perto. – Estas duas pequenas ampolas, cada uma delas deve conter uma substância diferente, a da direita deve ser preenchida apenas uma vez, antes do pokémon ser capturado, com a vacina que já te falei, fazendo com que o vírus seja eliminado rapidamente e a outra deve conter uma substância que faz com que as moléculas dos monstros fiquem muito mais lentas. Fazendo com que quando eles sejam transportados não sintam fome e nem cansaço.
Stan ainda não conseguia acreditar que tudo aquilo era verdade e que havia sido seu pai que inventara. Pensando que a explicação tinha acabado ele levantou a cabeça que foi puxada novamente por Yuko.
- Quando um pokémon é capturado o DNA dele fica gravado no dispositivo fazendo com que seja impossível a captura de outro pokémon com a mesma cápsula, a não ser que...
Ela virou a esfera para a parte branca mostrando os dois botões que estavam cada um em uma extremidade.
- Olhe, se você apertar este dois botões você libera o monstro e os registros de DNA são limpos do dispositivo.
Ela soltou o pescoço de Stan o deixando lá, de boca aberta.
- Alguma dúvida? – Terminou ela.
Stan balançou a cabeça negativamente. Endireitou-se tentando absorver aquele tanto de informações, depois de um tempo, soltou:
- E então, para onde vamos agora?
Yuko sorriu e retirou a foto de seu irmão do bolso e a mostrou para Stan.
- Vamos para cá, mesmo eu ainda não sabendo onde seja. É como sua mãe disse, precisamos encontrar seu irmão se não nunca teremos paz. Nunca descobriremos o segredo.
Stan ficou tentado a perguntar o que Yuko sabia que ele não sabia, mais quando ia fazê-lo, Will, que só estava escutando, arrancou a foto de Yuko e depois de observá-la olhou para os dois com um sorriso satisfatório.
- Eu sei onde fica esta casa, conheço este cata-vento velho, é da cidade de Whirlwind. Fica no caminho para a capital. Não muito longe daqui.
Agora além de Stan Yuko também estava de boca aberta, se recuperou rapidamente e levantou de um salto.
- Está decidido, amanhã partiremos para a cidade de Whirlwind.
Ela se espreguiçou e depois bocejou e ainda bocejando disse:
- Já está tão tarde, vou dormir.
E se encaminhou para a cabana da direita deixando Will e Stan sozinhos, rapidamente os dois se levantaram. Os dois pikachus que estavam dormindo não muito longe dali acordaram para acompanhar Stan e cada um se encaminhou para uma barraca diferente, na que Stan entrou Sam é que estava dormindo, ele se encolheu em um canto e rapidamente começou a sonhar.
No sonho ele estava em Sandela, seus olhos estavam fechados e quando os abriu viu que estava aprisionado onde o Pikachu que seria executado estava. Na guilhotina. Ele tentava se soltar desesperadamente, seu pescoço começava a sangrar com o contato violento com a madeira, até que ele percebeu que a lamina descia em um zunido amedrontador em direção ao seu pescoço, quando a lamina estava quase o alcançando Stan acordou com um pulo.
Estava muito, muito quente. Stan suava. Os pikachus estavam ao seu lado encharcados de suor. Ele balançou Sam até que ele acordasse e o menino percebeu a situação anormal em que se encontravam. Os dois abriram a barraca. A lua reinava no céu. Saíram e viram que tudo pegava fogo, eles correram para o centro do acampamento onde há pouco tempo haviam almoçado. Ouviram um rosnado vindo de traz e quando se viraram deram de cara com o causador do incêndio, um cachorro enorme. Não era um cachorro normal, havia uma juba amarela e fosca saltando de seu rosto e sua calda era de pelos finos da mesma cor, majestosa. Pelos saltavam por todo seu corpo.
Sua cara demonstrava vontade de matar ele rosnava e latia furiosamente. Sam quase sem palavras sussurrou:
- Ar... Arcanine.
Os dois estavam paralisados, o fogo ainda tomava conta de tudo e de traz do cão surgiu uma silhueta masculina que apontou para os meninos dizendo:
- Mate-os.
O enorme lobo laranja pulou em cima de Sam que abaixou, mas mesmo assim teve o braço arranhado pelas garras do animal. Agarrou Stan e correu o arrastando em direção ao caminhão.
- E os outros? – Gritou Stan se recompondo.
- Não temos tempo! – Rebateu Sam.
O cachorro tinha uma velocidade extremamente grande. Os pikachus que estavam correndo atrás de Stan soltaram um raio de cor azulada fazendo com que o cachorro ficasse paralisado. Os dois meninos entraram no caminhão e Sam começou a apertar os botões desesperadamente até que conseguiu dar partida no veículo, adentrando a floresta.
Última edição por Pokaabu em Dom 21 Out 2012 - 14:03, editado 3 vez(es)
Pokaabu- Membro
- Idade : 29
Alerta :
Data de inscrição : 02/07/2011
Re: O 6º Distrito - Stan
Nossa,mas tá ótima essa Fan Fic!,acho que o criador já falecido não concordaria com isso,mas está cientificamente correto grande parte do extrator de células,animais,humanos e etc mutacionais até virarem Pokémon (Com Humano,digo a forma HUMANOIDE,não humanos,apesar de talvez parte do DNA seja deles).Adorei e já li todos os 4 Capítulos até agora,e se quiser ver também a minha Fan Fiction alguém também,vem aqui:
http://www.pokemonmythology.org/t36623-pokemon-total-kanto
desculpe,só estou fazendo isso por que ninguém deixa comentários,então nem sei se estão se quer lendo ou gostando,valeu Pokaabu!
http://www.pokemonmythology.org/t36623-pokemon-total-kanto
desculpe,só estou fazendo isso por que ninguém deixa comentários,então nem sei se estão se quer lendo ou gostando,valeu Pokaabu!
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Rafamix- Membro
- Idade : 25
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Data de inscrição : 13/11/2011
Re: O 6º Distrito - Stan
Valeu Rafa e boa sorte na sua fic.
Capítulo 5 - A Cápsula Pokémon
A máquina balançava muito enquanto corria passando pelos pequenos buracos da floresta, Stan sacolejava sem poder olhar para onde estava indo e Sam tentava manter o rumo do caminhão. Depois de algum tempo andando em linha reta viu que o veículo havia parado, ele ainda estava em pânico com o que havia acontecido, mas viu que Sam estava totalmente calmo e corria as mãos pela cabine da máquina à procura de algo. Enquanto Stan tentava acompanhá-lo com os olhos ele se envergou para olhar abaixo dos bancos e quando voltou a sua posição original estava com uma maleta na mão, era preta e simples. Sam abriu a porta do caminhão e olhou para Stan dizendo.
- Vamos, ou a donzela vai ficar parada ai a vida toda?
Os dois saltaram do veículo, os pikachus vieram atrás. Já havia anoitecido e a lua era a única fonte de luz presente. Stan olhou ao redor, estava em uma clareira rodeada por árvores de porte médio até a pequena estrada em que o caminhão havia trilhado. Em uma das árvores uma coruja gorda e marrom, de olhos grandes vermelhos e redondos piava em um intervalo de tempo preciso. Sam tentava abrir a mala, virava ela de ponta a cabeça a procura do fecho, depois de algum tempo Stan ouviu um clack. Sam colocou a maleta calmamente no chão e a abriu, ao fazer isso uma luz azul neon se acendeu, depois de totalmente aberta, Stan viu que a fonte da luz eram cinco cápsulas Pokémon. Sam pegou duas delas e fechou à maleta, ele continuava calmo, como se nada houvesse acontecido, se levantou e andou apressado em direção ao caminhão, batendo de ombro com Stan. Abriu o veículo e guardou a maleta no seu devido lugar. Voltou até Stan, pegou uma de suas mãos e colocou uma das cápsula nela.
- Toma. Espero que você saiba como usar isso, pois não temos tempo para explicações, mais acho que não será preciso já que esses dois hamsters não largam de você. – disse ele apontando para os pikachus.
Stan não disse nada, como o pouco tempo que havia convivido com Sam percebeu que ele era uma daquelas pessoas que adoram rixas sem motivo. Sam andou com passos apressados em direção a árvore em que estava a coruja que agora dormia, ficou parado a uma distância segura e começou a tagarelar.
- Sabe, de nós três só o Jon tem acesso as cápsulas... – Ele parou pensando no que iria falar. – Mais acho que a Yuko não se importaria em uma situação destas.
Ele sacou a bola. Tomando uma posição parecida com a de um jogador de beisebol, apertou os dois botões da parte branca do dispositivo os quais segundo Yuko limpavam os registros dos monstrinhos. Assim que ele apertou as luzes neons mudaram sua coloração para um vermelho vivo. Sam Afastou os pés e levantou o da frente e depois desse pequeno contorcionismo ele arremessou a cápsula em direção à coruja que dormia. – Stan pensou consigo mesmo se não seria mais fácil só arremessar a bola. - A esfera acertou o pequeno animal em cheio, fazendo com que ele se assustasse e se preparasse para alçar vôo, mas antes da tentativa algo o paralisou e a bola se abriu atirando as duas ampolas em formas de agulha cada uma com suas substancias correspondentes na coruja, ela não piou de dor e nem se mexeu. Estava estática e parada no galho. De repente uma luz forte brilhou na direção em que a cápsula estava. Foi tudo muito rápido, Stan fechou os olhos e quando voltou a abri-los o dispositivo estava no chão balançando de um lado para o outro com uma voz mecânica falando rapidamente.
- Iniciando sistema de reconhecimento de DNA.
- Genética reconhecida.
- Pokémon: Hoothoot.
- Cela 5.678.
- Sistema de reconhecimento finalizado.
Stan olhou da cápsula para ele, alternando.
- Depois disso eu não me surpreendo com mais nada. – Disse ele apontando para a cápsula que havia sugado à coruja.
Sam pegou a cápsula e guardou no bolso da jaqueta, veio até Stan e sentou-se. Voltando a si mesmo, lembrou que não havia perguntado o que eles iriam fazer em relação ao incêndio e ao homem do arcanine. Sam já vinha preparado para falar, mas Stan foi mais rápido e soltou:
- Quem era aquele homem? E aquele cão? Por que eles atacaram o acampamento? O que aconteceu com os outros? O que nós vamos fazer agora?
Ele o olhou com uma mistura de frustração e raiva.
- O que isso, o que aquilo, cara, você é realmente um bebezão. Não espere que eu te de mamadeira, ok?
Stan tentando parecer sério e rebateu:
- Não me interessa o que você pensa de mim. Só quero saber o que vai acontecer de agora em diante.
Sam o fitou com uma cara de deboche e soltou um sorriso malicioso.
- Vamos salvá-los é claro.
Stan olhava para ele receoso, pensando se aquilo era verdade ou não, parecia haver uma espécie de diversão estampada no rosto do menino. Stan já estava cansado daquilo tudo, ficava pensando consigo mesmo por que ele deveria passar por isso tudo, as informações mal digeridas que Yuko lhe dera ainda martelavam em sua cabeça, resolveu apenas seguir o que Sam dissesse sem objeções. Sentou-se e perguntou:
- E como vamos fazer isso?
O sorriso dele aumentou um pouco mais, chegando a ser um pouco assustador. Ele cruzou as pernas e começou a falar.
- Quando nós estávamos a caminho de Sandela, indo resgatar você. – Ele lançou um olhar de desaprovação a Stan – Nós esbarramos com uma espécie de tribo, para ser mais preciso um clã, eles de alguma foram conseguem controlar os pokémons selvagens, tentaram nos capturar, nós não sabíamos o motivo. Conseguimos escapar da emboscada e não pensamos que os veríamos de novo e no entanto, aqui estamos nós.
Ele falava como se tudo não passasse de uma grande brincadeira. Stan já estava ficando impaciente, resolveu repetir a pergunta pausadamente e com mais firmeza.
- E como vamos fazer isso?
Sam estreitou os olhos mantendo-os afastados de Stan.
- Vamos esperar um pouco e depois vamos voltar ao acampamento, com sorte... – Ele parou com para refletir e depois suspirou – com sorte, se eles não tiverem matado a todos, vamos tentar seguir por meios de pegadas ou algo de tipo.
Ainda com os olhos estreitos ele olhou fixamente para Stan.
- Não espere que essa “missão” seja um sucesso. Sou tão inexperiente quanto você nisso tudo.
Essa afirmação pegou Stan de surpresa. Ele viu que Sam havia abaixado a cabeça com as mão abraçadas nos joelhos. Sentou também, exausto, os pikachus correram para ele fazendo com que ele deitasse no gramado, observando as estrelas, viu que nunca havia parado para observar o céu à noite, era lindo. Ficou ali perdido em seus pensamentos, por um instante tudo aquilo pareceu não passar de um sonho. Ouviu um estalo de longe e percebeu que Sam havia levantado, fez o mesmo. Os dois se dirigiram para o caminhão, e Sam com a pouca experiência que tinha conseguiu guiar o veículo de volta ao acampamento.
O preto tomava conta do local. Estava tudo completamente destruído e algumas poucas chamas crepitavam de longe. Sam apontou para uma pequena estrada de terra que se abria na clareira, os dois foram checar e finalmente encontraram vestígios dos sequestradores, as pegadas se prolongavam para longe da trilha de barro, Stan e Sam começaram então uma caminhada longa acompanhados pelos dois pikachus.
Depois do que pareceu ser uma eternidade os dois avistaram uma pequena fonte de luz, eles se abaixaram se escondendo atrás de arbustos e chegaram mais perto, notaram que a luz vinha de tochas, estas se espalhavam ao redor de um grande vale cercado por ocas de madeira adornadas do que pareciam ser restos de pessoas e marcadas com escritas que não pareciam com nada que Stan já tivesse visto. Nas extremidades do lado direito da aldeia havia varias homens de guarda e com eles estavam dois arcanines que pareciam estar descansando. No meio da clareira havia uma grande fogueira e a esquerda dos meninos, não muito longe dali estavam seis estacas de madeira. Eles imediatamente olharam um para o outro, pois em três delas se encontravam seus amigos completamente amarrados e nas outras três pendiam corpos nus, flácidos e sem vida. Yuko e Will estavam acordados e o medo estava estampado em seus rostos, Jon estava de cabeça baixa, impotente.
Sam, que já havia analisado toda a situação, sacudia Stan tentando chamar sua atenção, depois de tirá-lo do transe explicou muito rapidamente o que eles fariam para salvar a vida de seus amigos.
- Eu distraio os guardas enquanto você corta as cordas.
Ele falava com uma voz autoritária, não dando brechas para contradições. Stan acenou com a cabeça positivamente e Sam retirou a Cápsula pokémon de seu bolso, apertou o botão central da parte vermelha e a bola se iluminou com sua luz azul neon. Ele apontou a bola para o chão e apertou o botão central que ligava as duas metades do dispositivo, uma luz fraca brilhou no lugar em que ele apontava e em poucos segundos a coruja de olhos vermelho estava lá, parada e com os olhos fixos em Stan, seus olhos pareciam ter um poder hipnotizante, ele já estava esquecendo-se de tudo quando Sam começou a estalar os dedos na frente do seu rosto e apontar para os prisioneiros.
Stan levantou e foi furtivamente as estacas, ao longe ouviu que Sam gritava aos homens do clã tentando chamar sua atenção, tentou se concentrar na sua parte do plano. Chegando lá retirou as mordaças de seus amigos e viu que eles estavam surpresos com sua chegada. Will e Yuko pareciam estar fracos e não conseguiam falar. Não muito longe das estacas Stan viu uma espécie de estante rústica, onde vários instrumentos de tortura estavam pendurados e jogados. Ele pegou a primeira faca que viu na sua frente e começou a cortar as cordas. Quando havia terminado de libertar Yuko e Will virou-se para ver como estavam Sam estava se saindo, viu uma espécie de luz vermelha emanando da coruja e percebeu que os homens tentavam lutar contra aquilo, mais alguns já pendiam no chão, dos arcanines que estavam com ele, um estava caído dormindo, o outro não estava lá. Stan tentou não prestar atenção naquilo tudo, rezava para que as outras pessoas da tribo não acordassem. Concentrou-se no seu trabalho.
Estava tudo muito fácil, ele já havia libertado as pernas de Jon e só o que lhe faltava era cortar as cordas do pescoço. Quando iria iniciar essa parte do trabalho ouviu um uivo longo e amedrontador, virou-se, o pânico tomou conta do seu corpo. Perto da fogueira ele conseguiu avistar o cachorro que havia visto no acampamento, em seu rosto estava estampada uma sede pela morte, Yuko e Will já haviam se afastado e gritavam por Stan. Mais Jon ainda estava ali. Tudo aconteceu muito rápido. O cachorro começou uma corrida frenética em direção a Stan e ele continuou cortando a corta do pescoço do menino, quando acabou Jon caiu no chão inerte, ao mesmo tempo Stan virou-se, o cão veio de encontro com ele o que fez com que ele voasse em direção a estante de armas, com o impacto a estante se espatifou no chão criando um grande estardalhaço, fazendo com que as armas ficassem espalhadas pela terra. O arcanine vinha novamente em direção a Stan mais desta vez com os dentes a mostra, Stan tentava se afastar e sua mão tocou sem querer em algo frio, pelo canto do olho conseguiu ver que era um machado. A poucos segundos do cão pega-lo Stan se levantou segurando o machado com as duas mãos e virou seu corpo no momento exato do impacto. Sentiu algo quente respingar em seu pescoço, e quando olhou para a lâmina viu que um líquido vermelho escorria pela arma. Sua atenção se voltou ao chão onde havia um pequena poça de sangue escorrendo aos seus pés, virou-se e viu o corpo do cão decapitado com a cabeça ao lado. Stan não conseguia se mexer. Estava tonto e não acreditava que havia matado um ser vivo. Sentiu uma mão agarrar seu braço e começou a correr sendo puxado por alguém, ouviu vozes e passos vindos atrás dele que foram diminuindo aos poucos. Depois de algum tempo correndo conseguiu vislumbrar a silhueta do caminhão, piscou o olho, estava dentro do veículo agora, conseguiu ver Sam sentando ao seu lado e sentiu uma dor horrível no braço direito, a dor foi se atenuando lentamente e Stan adormeceu. Se entregando ao reconfortante mundo dos sonhos.
- Vamos, ou a donzela vai ficar parada ai a vida toda?
Os dois saltaram do veículo, os pikachus vieram atrás. Já havia anoitecido e a lua era a única fonte de luz presente. Stan olhou ao redor, estava em uma clareira rodeada por árvores de porte médio até a pequena estrada em que o caminhão havia trilhado. Em uma das árvores uma coruja gorda e marrom, de olhos grandes vermelhos e redondos piava em um intervalo de tempo preciso. Sam tentava abrir a mala, virava ela de ponta a cabeça a procura do fecho, depois de algum tempo Stan ouviu um clack. Sam colocou a maleta calmamente no chão e a abriu, ao fazer isso uma luz azul neon se acendeu, depois de totalmente aberta, Stan viu que a fonte da luz eram cinco cápsulas Pokémon. Sam pegou duas delas e fechou à maleta, ele continuava calmo, como se nada houvesse acontecido, se levantou e andou apressado em direção ao caminhão, batendo de ombro com Stan. Abriu o veículo e guardou a maleta no seu devido lugar. Voltou até Stan, pegou uma de suas mãos e colocou uma das cápsula nela.
- Toma. Espero que você saiba como usar isso, pois não temos tempo para explicações, mais acho que não será preciso já que esses dois hamsters não largam de você. – disse ele apontando para os pikachus.
Stan não disse nada, como o pouco tempo que havia convivido com Sam percebeu que ele era uma daquelas pessoas que adoram rixas sem motivo. Sam andou com passos apressados em direção a árvore em que estava a coruja que agora dormia, ficou parado a uma distância segura e começou a tagarelar.
- Sabe, de nós três só o Jon tem acesso as cápsulas... – Ele parou pensando no que iria falar. – Mais acho que a Yuko não se importaria em uma situação destas.
Ele sacou a bola. Tomando uma posição parecida com a de um jogador de beisebol, apertou os dois botões da parte branca do dispositivo os quais segundo Yuko limpavam os registros dos monstrinhos. Assim que ele apertou as luzes neons mudaram sua coloração para um vermelho vivo. Sam Afastou os pés e levantou o da frente e depois desse pequeno contorcionismo ele arremessou a cápsula em direção à coruja que dormia. – Stan pensou consigo mesmo se não seria mais fácil só arremessar a bola. - A esfera acertou o pequeno animal em cheio, fazendo com que ele se assustasse e se preparasse para alçar vôo, mas antes da tentativa algo o paralisou e a bola se abriu atirando as duas ampolas em formas de agulha cada uma com suas substancias correspondentes na coruja, ela não piou de dor e nem se mexeu. Estava estática e parada no galho. De repente uma luz forte brilhou na direção em que a cápsula estava. Foi tudo muito rápido, Stan fechou os olhos e quando voltou a abri-los o dispositivo estava no chão balançando de um lado para o outro com uma voz mecânica falando rapidamente.
- Iniciando sistema de reconhecimento de DNA.
- Genética reconhecida.
- Pokémon: Hoothoot.
- Cela 5.678.
- Sistema de reconhecimento finalizado.
Stan olhou da cápsula para ele, alternando.
- Depois disso eu não me surpreendo com mais nada. – Disse ele apontando para a cápsula que havia sugado à coruja.
Sam pegou a cápsula e guardou no bolso da jaqueta, veio até Stan e sentou-se. Voltando a si mesmo, lembrou que não havia perguntado o que eles iriam fazer em relação ao incêndio e ao homem do arcanine. Sam já vinha preparado para falar, mas Stan foi mais rápido e soltou:
- Quem era aquele homem? E aquele cão? Por que eles atacaram o acampamento? O que aconteceu com os outros? O que nós vamos fazer agora?
Ele o olhou com uma mistura de frustração e raiva.
- O que isso, o que aquilo, cara, você é realmente um bebezão. Não espere que eu te de mamadeira, ok?
Stan tentando parecer sério e rebateu:
- Não me interessa o que você pensa de mim. Só quero saber o que vai acontecer de agora em diante.
Sam o fitou com uma cara de deboche e soltou um sorriso malicioso.
- Vamos salvá-los é claro.
Stan olhava para ele receoso, pensando se aquilo era verdade ou não, parecia haver uma espécie de diversão estampada no rosto do menino. Stan já estava cansado daquilo tudo, ficava pensando consigo mesmo por que ele deveria passar por isso tudo, as informações mal digeridas que Yuko lhe dera ainda martelavam em sua cabeça, resolveu apenas seguir o que Sam dissesse sem objeções. Sentou-se e perguntou:
- E como vamos fazer isso?
O sorriso dele aumentou um pouco mais, chegando a ser um pouco assustador. Ele cruzou as pernas e começou a falar.
- Quando nós estávamos a caminho de Sandela, indo resgatar você. – Ele lançou um olhar de desaprovação a Stan – Nós esbarramos com uma espécie de tribo, para ser mais preciso um clã, eles de alguma foram conseguem controlar os pokémons selvagens, tentaram nos capturar, nós não sabíamos o motivo. Conseguimos escapar da emboscada e não pensamos que os veríamos de novo e no entanto, aqui estamos nós.
Ele falava como se tudo não passasse de uma grande brincadeira. Stan já estava ficando impaciente, resolveu repetir a pergunta pausadamente e com mais firmeza.
- E como vamos fazer isso?
Sam estreitou os olhos mantendo-os afastados de Stan.
- Vamos esperar um pouco e depois vamos voltar ao acampamento, com sorte... – Ele parou com para refletir e depois suspirou – com sorte, se eles não tiverem matado a todos, vamos tentar seguir por meios de pegadas ou algo de tipo.
Ainda com os olhos estreitos ele olhou fixamente para Stan.
- Não espere que essa “missão” seja um sucesso. Sou tão inexperiente quanto você nisso tudo.
Essa afirmação pegou Stan de surpresa. Ele viu que Sam havia abaixado a cabeça com as mão abraçadas nos joelhos. Sentou também, exausto, os pikachus correram para ele fazendo com que ele deitasse no gramado, observando as estrelas, viu que nunca havia parado para observar o céu à noite, era lindo. Ficou ali perdido em seus pensamentos, por um instante tudo aquilo pareceu não passar de um sonho. Ouviu um estalo de longe e percebeu que Sam havia levantado, fez o mesmo. Os dois se dirigiram para o caminhão, e Sam com a pouca experiência que tinha conseguiu guiar o veículo de volta ao acampamento.
O preto tomava conta do local. Estava tudo completamente destruído e algumas poucas chamas crepitavam de longe. Sam apontou para uma pequena estrada de terra que se abria na clareira, os dois foram checar e finalmente encontraram vestígios dos sequestradores, as pegadas se prolongavam para longe da trilha de barro, Stan e Sam começaram então uma caminhada longa acompanhados pelos dois pikachus.
Depois do que pareceu ser uma eternidade os dois avistaram uma pequena fonte de luz, eles se abaixaram se escondendo atrás de arbustos e chegaram mais perto, notaram que a luz vinha de tochas, estas se espalhavam ao redor de um grande vale cercado por ocas de madeira adornadas do que pareciam ser restos de pessoas e marcadas com escritas que não pareciam com nada que Stan já tivesse visto. Nas extremidades do lado direito da aldeia havia varias homens de guarda e com eles estavam dois arcanines que pareciam estar descansando. No meio da clareira havia uma grande fogueira e a esquerda dos meninos, não muito longe dali estavam seis estacas de madeira. Eles imediatamente olharam um para o outro, pois em três delas se encontravam seus amigos completamente amarrados e nas outras três pendiam corpos nus, flácidos e sem vida. Yuko e Will estavam acordados e o medo estava estampado em seus rostos, Jon estava de cabeça baixa, impotente.
Sam, que já havia analisado toda a situação, sacudia Stan tentando chamar sua atenção, depois de tirá-lo do transe explicou muito rapidamente o que eles fariam para salvar a vida de seus amigos.
- Eu distraio os guardas enquanto você corta as cordas.
Ele falava com uma voz autoritária, não dando brechas para contradições. Stan acenou com a cabeça positivamente e Sam retirou a Cápsula pokémon de seu bolso, apertou o botão central da parte vermelha e a bola se iluminou com sua luz azul neon. Ele apontou a bola para o chão e apertou o botão central que ligava as duas metades do dispositivo, uma luz fraca brilhou no lugar em que ele apontava e em poucos segundos a coruja de olhos vermelho estava lá, parada e com os olhos fixos em Stan, seus olhos pareciam ter um poder hipnotizante, ele já estava esquecendo-se de tudo quando Sam começou a estalar os dedos na frente do seu rosto e apontar para os prisioneiros.
Stan levantou e foi furtivamente as estacas, ao longe ouviu que Sam gritava aos homens do clã tentando chamar sua atenção, tentou se concentrar na sua parte do plano. Chegando lá retirou as mordaças de seus amigos e viu que eles estavam surpresos com sua chegada. Will e Yuko pareciam estar fracos e não conseguiam falar. Não muito longe das estacas Stan viu uma espécie de estante rústica, onde vários instrumentos de tortura estavam pendurados e jogados. Ele pegou a primeira faca que viu na sua frente e começou a cortar as cordas. Quando havia terminado de libertar Yuko e Will virou-se para ver como estavam Sam estava se saindo, viu uma espécie de luz vermelha emanando da coruja e percebeu que os homens tentavam lutar contra aquilo, mais alguns já pendiam no chão, dos arcanines que estavam com ele, um estava caído dormindo, o outro não estava lá. Stan tentou não prestar atenção naquilo tudo, rezava para que as outras pessoas da tribo não acordassem. Concentrou-se no seu trabalho.
Estava tudo muito fácil, ele já havia libertado as pernas de Jon e só o que lhe faltava era cortar as cordas do pescoço. Quando iria iniciar essa parte do trabalho ouviu um uivo longo e amedrontador, virou-se, o pânico tomou conta do seu corpo. Perto da fogueira ele conseguiu avistar o cachorro que havia visto no acampamento, em seu rosto estava estampada uma sede pela morte, Yuko e Will já haviam se afastado e gritavam por Stan. Mais Jon ainda estava ali. Tudo aconteceu muito rápido. O cachorro começou uma corrida frenética em direção a Stan e ele continuou cortando a corta do pescoço do menino, quando acabou Jon caiu no chão inerte, ao mesmo tempo Stan virou-se, o cão veio de encontro com ele o que fez com que ele voasse em direção a estante de armas, com o impacto a estante se espatifou no chão criando um grande estardalhaço, fazendo com que as armas ficassem espalhadas pela terra. O arcanine vinha novamente em direção a Stan mais desta vez com os dentes a mostra, Stan tentava se afastar e sua mão tocou sem querer em algo frio, pelo canto do olho conseguiu ver que era um machado. A poucos segundos do cão pega-lo Stan se levantou segurando o machado com as duas mãos e virou seu corpo no momento exato do impacto. Sentiu algo quente respingar em seu pescoço, e quando olhou para a lâmina viu que um líquido vermelho escorria pela arma. Sua atenção se voltou ao chão onde havia um pequena poça de sangue escorrendo aos seus pés, virou-se e viu o corpo do cão decapitado com a cabeça ao lado. Stan não conseguia se mexer. Estava tonto e não acreditava que havia matado um ser vivo. Sentiu uma mão agarrar seu braço e começou a correr sendo puxado por alguém, ouviu vozes e passos vindos atrás dele que foram diminuindo aos poucos. Depois de algum tempo correndo conseguiu vislumbrar a silhueta do caminhão, piscou o olho, estava dentro do veículo agora, conseguiu ver Sam sentando ao seu lado e sentiu uma dor horrível no braço direito, a dor foi se atenuando lentamente e Stan adormeceu. Se entregando ao reconfortante mundo dos sonhos.
Última edição por Pokaabu em Sáb 13 Out 2012 - 22:09, editado 4 vez(es)
Pokaabu- Membro
- Idade : 29
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Data de inscrição : 02/07/2011
Re: O 6º Distrito - Stan
Fiz uma leitura rápida de todos os episódio e cheguei a uma conclusão: como essa fic maravilhosa tem tão poucos comentários? =/ Cara, você é muito criativo, eu adorei muito a ideia principal da fic e enfim, parabéns! *-* Sua escrita é muito agradável, eu consigo me imaginar diretinho nas cenas. Além da emoção que eu vi no texto, ótimo. Você escreve muito bem.Tanto sua descrição/narração/ortografia são maravilhosas, não percebi nenhum errinho. O único problema, que nem é tão grave quando estamos concentrados na leitura é a cansativa repetição de "Stan". Tenta repetir menos o nome do garoto, certo? E no último episódio acho que você deveria ter colocado "Arcanine" com letra maiúscula, por ser o nome do pokémon.
Well, estou ansiosa pra saber o que vai acontecer no próximo capítulo, quando eu dar outra lida dou uma comentada maior sobre a história em si. Boa sorte com essa fic, estou acompanhando! *-*
See you around. :*
Well, estou ansiosa pra saber o que vai acontecer no próximo capítulo, quando eu dar outra lida dou uma comentada maior sobre a história em si. Boa sorte com essa fic, estou acompanhando! *-*
See you around. :*
Última edição por - Milley em Qua 26 Set 2012 - 12:30, editado 1 vez(es)
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Muito obrigada, elazul
Sally- Membro
- Idade : 24
Alerta :
Data de inscrição : 05/03/2012
Frase pessoal : Hi there
Re: O 6º Distrito - Stan
Olha, parabéns pela sua fic. Li tudo, é incrível sua descrição das cenas assim consigo ler e visualisá-las. Tenho sorte por te conhecido pessoalmente. Continue escrevendo por que você tem muita criatividade
Ah, e desculpa por ter puxado seu cabelo
Ah, e desculpa por ter puxado seu cabelo
Lee Angels- Membro
- Idade : 28
Alerta :
Data de inscrição : 25/09/2012
Re: O 6º Distrito - Stan
A sensação de receber um comentário elogiando, é, como posso dizer, única! Muito obrigado a todas. Bom eu dei uma editada no tópico principal, como fui alertado que a classificação indicativa é de 14 eu aproveite o ensejo para fazer um mapa, não ficou lá aquela maravilha, mais da pra auxiliar você durante a história. O próximo capítulo vai ser divido em duas partes pois se continuasse ficaria muito grande e cansativo de ler. Enfim, sem mais, vamos a ele.
Capítulo 6 - Fazendo as respectivas apresentações - Parte I
O frio percorria o corpo do menino com um barulho constante chegando aos seus ouvidos, Stan abriu os olhos lentamente, chovia muito. O som da água em contato com o chão sempre foi algo que o acalmava e não foi diferente desta vez. Até que as lembranças começaram a chegar. A primeira cena que lhe veio à mente era aquela que ele mais temia em não conseguir esquecer. Ele nitidamente conseguia enxergar a cabeça do cão e o cheiro repugnante de sangue ainda rondava suas narinas. Mesmo sendo uma simples lembrança, aquilo o embaralhava o estômago. Decidiu-se em afastar aqueles tristes pensamentos. – Foi algo necessário. – pensou consigo mesmo.
Notou que estava deitado numa espécie de maca de hospital, os outros meninos dormiam em colchonetes no chão e o ronco do motor do caminhão fazia um horrível contraste com o barulho da chuva. Tentou sentar-se na pequena cama, mas uma pontada de dor se arrastou em seu braço direito, foi só ai que percebeu que o mesmo estava completamente enfaixado. Mesmo com a dor, forçou-se a sentar. Tentar se levantar era em vão, fechou os olhos e levantou a cabeça tentando refletir sobre tudo o que passara naqueles últimos dois dias.
- Não adianta mais fugir. – Sussurrou ele.
- E com toda certeza, eu não vou mais fazer isso. – Continuou.
Tomar uma decisão o encorajava. Era uma coisa difícil, ele sabia. A vida era feita de decisões e dependendo de sua escolha as coisas nunca mais seriam as mesmas. Mais ele sentia que isso era a coisa certa a se fazer. Deixou que aquela sensação tomasse conta do seu corpo e se sentiu reconfortado. Perdido em seus pensamentos abriu os olhos com um pequeno susto. Algo subia em suas roupas fazendo cócegas enquanto caminhava, quando a coisa peluda parou, ele percebeu que era um dos Pikachus. Ele agora estava em seu colo e estava claro o tanto que ele havia crescido. Havia se passado somente dois dias. Dois dias que mudaram completamente sua vida. Mas ele sabia que não eram só os Pikachus que haviam crescido. Ele era uma pessoa completamente diferente, sim, tinha certeza disso.
A chuva diminuía sua intensidade gradualmente e o cheiro da grama molhada chegava agradavelmente ao olfato de Stan. Feixes de luz amarelo fosco invadiam o container do caminhão ora sim ora não, sendo alternados pelas sombras de pequenas árvores que cresciam a beira da estrada, amanhecia. Já fazia algum tempo que ele havia acordado, mas forçou-se a se manter deitado. Não queria piorar a situação do seu braço, seja lá qual fosse ela. A última coisa que ele cogitava ser nesse momento era um peso morto para sua nova “família”. Ele virou seu rosto observando os meninos dormindo.
Por tudo que tiveram de passar até agora, por tudo que ele descobriu recentemente. Sim, essa era sua nova família e a cada momento que se passava ele começava a se sentir melhor com essa idéia.
O calor causado pela vaporização da água da chuva aumentava desagradavelmente, o sol já havia alcançado sua plenitude no céu iluminando todo o container. Sam, Will e Jon continuavam a dormir e ficar naquela posição entediante já estava dando nos nervos do menino. Ele iria trocar de posição quando de repente ouviu um barulho sanfonado e estrondoso, era a buzina do caminhão que tocava loucamente. Ele instintivamente tentou colocar as mãos no ouvido e ao mesmo tempo em que conduzia os movimentos a dor voltou de seu braço voltou, fazendo com que ele desse um urro de dor. Essa combinação de buzina grito fez com que os meninos acordassem rapidamente. Assustados eles olhavam de um lado para o outro sem saber onde estavam. Jon foi o primeiro a perceber a posição em que Stan se encontrava e que era dele que havia vindo o grito escandaloso. Ele levantou de um salto e correu até o menino endireitando seu braço e depois fez com que o mesmo deitasse.
Quando Jon pegou no braço de Stan várias perguntas surgiram subitamente em sua mente. Quem era aquele menino que o ajudava? Qual era o seu passado? Qual era a história de Jon, Will e Sam? Ele sabia que todos os três sabiam de sua vida, é claro, ele foi o último a chegar... Seus pensamentos foram cortados quando Jon começou a falar.
- Aquele maldito cachorro! Antes de você o matar, ele arranhou seu braço, mesmo sendo um arranhão fraco, o veneno ainda conseguiu se espalhar.
Ao simples mencionar daquela cena o estômago de Stan começou a embrulhar, enquanto aquela horrível palavra ecoava em sua mente. Matar, matar...
Jon mexia em um criado mudo de metal que ficava acoplado a maca em que ele se encontrava. De dentro dela ele retirou uma cartela de comprimidos e uma seringa de injeção. Quando viu o objeto, Stan empalideceu totalmente.
- Bom. – Disse Jon rindo da reação do garoto. – Esta vacina só pode ser dada quando o receptor estiver acordado. Ela deixa os sinais vitais mais fracos. E como você estava muito mal quando foi arranhado. Eu resolvi não arriscar.
Ele falava como um verdadeiro médico. Aguçando ainda mais a curiosidade de Stan sobre o seu passado. Agora ele caminhava lentamente em direção ao braço machucado o desenfaixando, Stan puxava o braço instintivamente e fechou os olhos quando ele aplicou a injeção. Doeu, doeu muito, mas os dois tinham quase a mesma idade e sendo assim ele não queria demonstrar nenhum tipo de fraqueza.
Depois de terminada a pequena seção de tortura Jon deu uma pequena cápsula de remédio para o menino. Ele a engoliu pensando que o pior havia passado. Só que, segundos após ter recebido a medicação uma sonolência tomou conta do seu corpo, não era nada extravagante, mas fez com que ele apoiasse a cabeça no travesseiro.
- Você dormiu por dois dias sabia? – Disse ele lançando um olhar de reprovação a Stan.
Aquela afirmação pegou Stan de surpresa, dois dias? Ele estava limpo e não estava com fome, ei, como havia tomado banho? Resolveu não pensar naquilo.
Agora Jon, Will e Sam limpavam o local como da primeira vez em que ele havia acordado ali. O movimento deles eram rápidos e ritmados, fazendo com que tudo ficasse limpo rapidamente. Ele não cogitava ficar sem saber quem era aquelas pessoas que o circulavam. Aquilo não era uma possibilidade, estava disposto a arrancar a verdade deles a qualquer custo.
Quando Jon chegou mais perto do local em que ele estava, ele não se conteve e soltou:
- Quem é você?
O menino pareceu confuso com a pergunta e respondeu:
- O quê?
Stan continuou falando em um tom baixo:
- É. Quem é você? De onde você vem? E como você veio parar aqui?
Agora os outros meninos haviam parado de trabalhar e olhavam de Jon para Stan aleatoriamente, até os pikachus pareciam alertas com o clima tenso que havia se formado.
- Acho que isso não é da sua conta. – Respondeu ele rispidamente.
Ele sabia que não iria conseguir arrancar nada do garoto, então resolveu jogar sujo.
- Eu te salvei! Você acha que estas perguntas não são simples pelo que fiz por você?
Jon sorriu maliciosamente.
- Você sabe como chantagear alguém sabia? Ok, você venceu. Mas antes me responda, por que isso é tão importante pra você?
Stan abaixou a cabeça tentando organizar uma resposta. Satisfeito com o que tinha pensado, falou sem hesitar:
- Só acho que numa família é importante que um possa confiar no outro. E eu não posso confiar em uma pessoa que eu mal conheço.
Jon agora pegava um banco que estava no canto e sentava-se perto de Stan.
- E você acha que nós somos uma família? – Disse ele sentando-se.
- Tecnicamente, sim.
- Tudo bem, se isso é tão importante pra você, não vejo porque não.
Sam e Will, surpresos com as palavras que haviam escutado, se juntaram aos dois ouvindo atentamente tudo que Jon falava.
Notou que estava deitado numa espécie de maca de hospital, os outros meninos dormiam em colchonetes no chão e o ronco do motor do caminhão fazia um horrível contraste com o barulho da chuva. Tentou sentar-se na pequena cama, mas uma pontada de dor se arrastou em seu braço direito, foi só ai que percebeu que o mesmo estava completamente enfaixado. Mesmo com a dor, forçou-se a sentar. Tentar se levantar era em vão, fechou os olhos e levantou a cabeça tentando refletir sobre tudo o que passara naqueles últimos dois dias.
- Não adianta mais fugir. – Sussurrou ele.
- E com toda certeza, eu não vou mais fazer isso. – Continuou.
Tomar uma decisão o encorajava. Era uma coisa difícil, ele sabia. A vida era feita de decisões e dependendo de sua escolha as coisas nunca mais seriam as mesmas. Mais ele sentia que isso era a coisa certa a se fazer. Deixou que aquela sensação tomasse conta do seu corpo e se sentiu reconfortado. Perdido em seus pensamentos abriu os olhos com um pequeno susto. Algo subia em suas roupas fazendo cócegas enquanto caminhava, quando a coisa peluda parou, ele percebeu que era um dos Pikachus. Ele agora estava em seu colo e estava claro o tanto que ele havia crescido. Havia se passado somente dois dias. Dois dias que mudaram completamente sua vida. Mas ele sabia que não eram só os Pikachus que haviam crescido. Ele era uma pessoa completamente diferente, sim, tinha certeza disso.
A chuva diminuía sua intensidade gradualmente e o cheiro da grama molhada chegava agradavelmente ao olfato de Stan. Feixes de luz amarelo fosco invadiam o container do caminhão ora sim ora não, sendo alternados pelas sombras de pequenas árvores que cresciam a beira da estrada, amanhecia. Já fazia algum tempo que ele havia acordado, mas forçou-se a se manter deitado. Não queria piorar a situação do seu braço, seja lá qual fosse ela. A última coisa que ele cogitava ser nesse momento era um peso morto para sua nova “família”. Ele virou seu rosto observando os meninos dormindo.
Por tudo que tiveram de passar até agora, por tudo que ele descobriu recentemente. Sim, essa era sua nova família e a cada momento que se passava ele começava a se sentir melhor com essa idéia.
O calor causado pela vaporização da água da chuva aumentava desagradavelmente, o sol já havia alcançado sua plenitude no céu iluminando todo o container. Sam, Will e Jon continuavam a dormir e ficar naquela posição entediante já estava dando nos nervos do menino. Ele iria trocar de posição quando de repente ouviu um barulho sanfonado e estrondoso, era a buzina do caminhão que tocava loucamente. Ele instintivamente tentou colocar as mãos no ouvido e ao mesmo tempo em que conduzia os movimentos a dor voltou de seu braço voltou, fazendo com que ele desse um urro de dor. Essa combinação de buzina grito fez com que os meninos acordassem rapidamente. Assustados eles olhavam de um lado para o outro sem saber onde estavam. Jon foi o primeiro a perceber a posição em que Stan se encontrava e que era dele que havia vindo o grito escandaloso. Ele levantou de um salto e correu até o menino endireitando seu braço e depois fez com que o mesmo deitasse.
Quando Jon pegou no braço de Stan várias perguntas surgiram subitamente em sua mente. Quem era aquele menino que o ajudava? Qual era o seu passado? Qual era a história de Jon, Will e Sam? Ele sabia que todos os três sabiam de sua vida, é claro, ele foi o último a chegar... Seus pensamentos foram cortados quando Jon começou a falar.
- Aquele maldito cachorro! Antes de você o matar, ele arranhou seu braço, mesmo sendo um arranhão fraco, o veneno ainda conseguiu se espalhar.
Ao simples mencionar daquela cena o estômago de Stan começou a embrulhar, enquanto aquela horrível palavra ecoava em sua mente. Matar, matar...
Jon mexia em um criado mudo de metal que ficava acoplado a maca em que ele se encontrava. De dentro dela ele retirou uma cartela de comprimidos e uma seringa de injeção. Quando viu o objeto, Stan empalideceu totalmente.
- Bom. – Disse Jon rindo da reação do garoto. – Esta vacina só pode ser dada quando o receptor estiver acordado. Ela deixa os sinais vitais mais fracos. E como você estava muito mal quando foi arranhado. Eu resolvi não arriscar.
Ele falava como um verdadeiro médico. Aguçando ainda mais a curiosidade de Stan sobre o seu passado. Agora ele caminhava lentamente em direção ao braço machucado o desenfaixando, Stan puxava o braço instintivamente e fechou os olhos quando ele aplicou a injeção. Doeu, doeu muito, mas os dois tinham quase a mesma idade e sendo assim ele não queria demonstrar nenhum tipo de fraqueza.
Depois de terminada a pequena seção de tortura Jon deu uma pequena cápsula de remédio para o menino. Ele a engoliu pensando que o pior havia passado. Só que, segundos após ter recebido a medicação uma sonolência tomou conta do seu corpo, não era nada extravagante, mas fez com que ele apoiasse a cabeça no travesseiro.
- Você dormiu por dois dias sabia? – Disse ele lançando um olhar de reprovação a Stan.
Aquela afirmação pegou Stan de surpresa, dois dias? Ele estava limpo e não estava com fome, ei, como havia tomado banho? Resolveu não pensar naquilo.
Agora Jon, Will e Sam limpavam o local como da primeira vez em que ele havia acordado ali. O movimento deles eram rápidos e ritmados, fazendo com que tudo ficasse limpo rapidamente. Ele não cogitava ficar sem saber quem era aquelas pessoas que o circulavam. Aquilo não era uma possibilidade, estava disposto a arrancar a verdade deles a qualquer custo.
Quando Jon chegou mais perto do local em que ele estava, ele não se conteve e soltou:
- Quem é você?
O menino pareceu confuso com a pergunta e respondeu:
- O quê?
Stan continuou falando em um tom baixo:
- É. Quem é você? De onde você vem? E como você veio parar aqui?
Agora os outros meninos haviam parado de trabalhar e olhavam de Jon para Stan aleatoriamente, até os pikachus pareciam alertas com o clima tenso que havia se formado.
- Acho que isso não é da sua conta. – Respondeu ele rispidamente.
Ele sabia que não iria conseguir arrancar nada do garoto, então resolveu jogar sujo.
- Eu te salvei! Você acha que estas perguntas não são simples pelo que fiz por você?
Jon sorriu maliciosamente.
- Você sabe como chantagear alguém sabia? Ok, você venceu. Mas antes me responda, por que isso é tão importante pra você?
Stan abaixou a cabeça tentando organizar uma resposta. Satisfeito com o que tinha pensado, falou sem hesitar:
- Só acho que numa família é importante que um possa confiar no outro. E eu não posso confiar em uma pessoa que eu mal conheço.
Jon agora pegava um banco que estava no canto e sentava-se perto de Stan.
- E você acha que nós somos uma família? – Disse ele sentando-se.
- Tecnicamente, sim.
- Tudo bem, se isso é tão importante pra você, não vejo porque não.
Sam e Will, surpresos com as palavras que haviam escutado, se juntaram aos dois ouvindo atentamente tudo que Jon falava.
O sol já iluminava toda a cidade quando Jon se levantou da cama. Olhando em sua janela ele poderia ver como o dia estava lindo, o céu resplandecia em toda sua imensidão azul, observando melhor viu que pequenos pássaros saiam de seus ninhos nas copas das árvores para brincar sobre o ar, aproveitando o oxigênio revitalizante de uma nova manhã. Olhando para baixo ele conseguia notar que o movimento na rua aumenta gradativamente, repleta de pessoas apressadas querendo chegar o mais rápido possível em seus respectivos trabalhos, mais por incrível que pareça, todas estavam com um sorriso no rosto. Um dia comum na cidade de Solaire.
Jon desceu as escadas de sua casa correndo em direção a cozinha. Parou no corredor respirando fundo aquele cheiro maravilhoso de panquecas que rondava o local. Ao chegar ao lugar viu a mesma cena que via todos os dias, sua mãe cozinhando o café da manhã enquanto se preparava para mais um dia de plantão médico. Ele foi em direção às panquecas como um predador vai em direção a sua preza. Mais foi reprimido por sua mãe com um tapa em sua mão, ela olhou pra ele e começou a falar em tom de sermão.
- Banho primeiro, mocinho. Quantas vezes eu tenho de lhe falar isso? Você já é quase um homem!
Ele ficava muito aborrecido quando sua mãe falava isso. Mais no fundo sabia que era verdade, ao entrar no banheiro viu se reflexo no espelho. Um menino alto de pele morena queimada pelo sol, seus olhos eram pretos e o cabelo castanho claro estava totalmente desgrenhado. Estava prestes há completar dezessete anos e não conseguia nem manter seu cabelo arrumado. Ele não ligava. Na verdade, gostava de ser assim, amava sua vida do jeito que estava. Pena que as coisas às vezes tendem a mudar.
Ele saiu do banho já vestido e pronto para se deliciar com seu maravilhoso café da manhã. Sua mãe se encontrava sentada em uma cadeira simples com as mãos sobre mesa, esta era coberta por uma toalha enfeitada com frutas diversas. Jon se encaminhou para outra cadeira atacando as panquecas que já se encontravam no seu prato. Enquanto ele comia, sua mãe o perguntava:
- Então? Preparado para o grande dia?
Sim, era hoje, geralmente acontecia um ano depois da graduação mas ele sempre foi um pouco precoce, as crianças do terceiro distrito eram preparadas até os 10 anos com ensinamentos básicos, como matemática e português simples. Aos 11 e 12 anos eles exploravam vários universos de profissão diferentes e então aos 13 escolhiam finalmente o que queriam seguir. Jon achava aquele sistema magnífico. Mesmo seus amigos que não sabia o que seguir no futuro se decidiram rapidamente ao verem o leque de opções, é claro que, depois da escolha talvez aquilo não seja mesmo o que você queira, então você recomeça o sistema de exploração, tentando conseguir finalmente uma boa profissão. Mais este não era o seu caso, na verdade, eram raros os casos de desistência. Ele iria começar sua residência como enfermeiro júnior no hospital da cidade, ele não esperava subir na hierarquia rapidamente mais estava pronto para enfrentar tudo, ou melhor, quase tudo.
Ele e sua mãe, uma enfermeira sênior, estavam a caminho do hospital, o dia continuava lindo enquanto eles andavam pela calçada em direção ao trabalho. Aquela era uma semana muito importante para sua mãe, ela estava a uma semana de se tornar uma enfermeira Joy. Ele nunca havia entendido por que os médicos mais graduados eram chamados de enfermeiros Joys, quando começou a estudar mais afundo descobriu que era uma homenagem a uma mulher que viveu há muitos anos atrás,ela tinha cabelos de um rosa vivo e era considerada uma curandeira, mais suas descobertas foram indispensáveis a medicina atual.
Chegando ao hospital ele estava maravilhado. Era tudo como ele havia imaginado, curar e ajudar as pessoas o preenchia com uma sensação de conforto inimaginável. Estava tudo correndo muito bem até que de repente, enquanto ele escutava um homem que estava gripado na recepção, uma mulher entrou no recinto escancarando as portas. Ela era magra a parecia estar muito mal, ofegava como se o ar do mundo estivesse acabando. Instantaneamente uma equipe médica de homens e mulheres saiu de seus respectivos consultórios, alguns deles tinham cabelos rosa que se acentuavam na multidão que cercava a mulher doente. As pessoas que se encontravam no local murmuravam loucamente sobre o que estava acontecendo. Jon não teve muito tempo para reação. Um dos médicos lhe deu uma ordem para que levasse os outros doentes para uma ala separada do hospital. A última coisa que ele conseguiu enxergar foi sua mãe no meio da equipe de emergência.
No final do expediente já era de conhecimento de todos que a mulher havia falecido, o sangue dela foi retirado para a análise. E todos os hospitais do terceiro distrito já haviam sido avisados sobre o incidente. Os cientistas procuravam a cura, mais como era uma doença ainda desconhecida, era difícil saber quando a vacina estaria pronta.
Jon e sua mãe chegaram em casa sem trocar uma palavra, ele sabia que para ela perder um paciente era inadmissível. Ele ensaiou dizer que a culpa não era dela, mais no final preferiu ficar em silêncio. O tempo curaria a ferida. – Pensou ele. – Ou não.
Na manhã seguinte Jon resolveu perguntar se ela sabia alguma coisa sobre a doença. Usando como desculpa que seria importante para ele no futuro. Ela tentou responder com o maior número de informações que sabia, mais mesmo assim ainda era pouco.
- Parece que a culpa é de um pequeno pokémon inseto chamado Dustox, a criatura deve ter contraído dengue ao picar algum ser humano contaminado, o vírus sofreu uma mutação em seu corpo se transformando em uma doença letal. – Disse ela, terminando o relato com tosses fracas.
O dia no hospital foi horrível, cinco casos da nova doença surgiram e tantos os funcionários quanto os pacientes eram obrigado a usar máscaras. O dia terminou com só um sobrevivente e chegando em casa, Jon percebia que as tosses de sua mãe pioravam, por ser médica ela tomava vacinas de anticorpos todos os anos mas mesmo assim ele estava preocupado, ela disse que não havia motivos para isso abrindo um largo sorriso. Ele não queria sentir medo, mais naquela noite, aquilo parecia impossível.
Ele levantou assustados com barulhos que viam do quarto ao lado, ele tinha certeza, era sua mãe. Ao chegar lá a encontrou deitada na cama tossindo muito, o suor havia encharcado suas roupas e as tosses estavam mais roucas e continuavam sem parar. Ele correu para o telefone discando os números rapidamente, a enfermeira do turno da noite reconheceu sua voz e mandou uma ambulância que não demorou muito a chegar. No caminho do hospital Jon percebeu que sua mãe começava a ofegar do mesmo jeito que a mulher que havia escancarado as portas do hospital dias antes. Chegando lá, ela foi encaminhada para a central de emergências, mesmo Jon sendo enfermeiro eles não o deixaram entrar, alegaram simplesmente que ele não estava em condições.
Ele andava de um lado para o outro na recepção do hospital, até que um dos médicos veio lhe falar que sua mãe queria vê-lo, ele entrou no quarto branco onde ela estava deitada em uma maca enferrujada, sua mãe parecia ter envelhecido 20 anos em apenas algumas horas, agora ela estava pálida e seus cabelos estavam sem vida, Jon segurou em suas mãos que estavam frias como gelo, a máquina que relatava os batimentos cardíacos estava com o bip cada vez mais fracos. As lágrimas já enchiam seus olhos quando ele começou a falar:
- Mãe, por favor, aguente mais um pouco, só mais um pouco.
Ela, ao ouvir sua voz, abriu os olhos devagar e deu um sorriso fraco, respondeu a sua pergunta agarrando sua mão com as últimas de sua forças.
- Desculpe, meu filho. Eu te amo.
Ao dizer isso as mãos dela soltaram-se da dele e a máquina de batimento cardíaco assumiu um som constante e insuportável. Jon agora se debulhava em lágrimas, ele não acreditava que isso estivesse acontecendo com ele, não, sua mãe era uma médica renomada, era mentira, tinha de ser mentira.
Na manhã seguinte Jon deixou o hospital desolado. Ele acordou com o peso de 100 quilos nas costas com o grito de uma enfermeira.
- A vacina chegou! – Ele ouviu aquelas palavras seguidas de um aperto angustiante em seu coração.
Os médicos disseram que ele deveria assinar uma papelada para o enterro, mais naquele momento ele não tinha certeza nem de seu verdadeiro nome. Andando pelas ruas, cabisbaixo, notou um gemido que vinha de um beco por onde ele passava. Chegou mais perto e descobriu um gatinho se contorcendo de dor. Ele sempre carregava consigo um pequeno kit de primeiros socorros, sua mãe sempre o alertara que isto era muito importante. Ele limpou os ferimentos da perna do bichano que estava torcida, ao longe, pode ver que do outro lado da rua uma mulher que havia parado para observá-lo. Ele já havia terminado o trabalho e pegava o felino no colo quando percebeu que ela estava a poucos passos dele.
Era uma mulher muito bonita, seus olhos eram claros e seu cabelo tinha um tom preto e rosa, alternadamente. Ela veio até ele com um sorriso no rosto, dizendo:
- Você parece bom nisso. – Disse ela apontando para a perna do gatinho.
Ele não estava muito a fim de conversar, mais como a ignorância não era de seu feitio, resolveu responder educadamente.
- É... Parece que sim.
- Você parece estar triste. – Rebateu ela.
- É... Parece que sim. – Continuou ele.
- Aconteceu alguma coisa? E não me venha com “É... Parece que sim”.
Ela conseguiu arrancar um sorriso de seu rosto quando ele achou que era impossível. Jon simplesmente olhou pra ela sem responder.
- Por que nós não conversamos um pouco? – Disse ela já colocando o braços sobre o ombro de Jon o levando em direção a um banco não muito longe dali.
Jon desceu as escadas de sua casa correndo em direção a cozinha. Parou no corredor respirando fundo aquele cheiro maravilhoso de panquecas que rondava o local. Ao chegar ao lugar viu a mesma cena que via todos os dias, sua mãe cozinhando o café da manhã enquanto se preparava para mais um dia de plantão médico. Ele foi em direção às panquecas como um predador vai em direção a sua preza. Mais foi reprimido por sua mãe com um tapa em sua mão, ela olhou pra ele e começou a falar em tom de sermão.
- Banho primeiro, mocinho. Quantas vezes eu tenho de lhe falar isso? Você já é quase um homem!
Ele ficava muito aborrecido quando sua mãe falava isso. Mais no fundo sabia que era verdade, ao entrar no banheiro viu se reflexo no espelho. Um menino alto de pele morena queimada pelo sol, seus olhos eram pretos e o cabelo castanho claro estava totalmente desgrenhado. Estava prestes há completar dezessete anos e não conseguia nem manter seu cabelo arrumado. Ele não ligava. Na verdade, gostava de ser assim, amava sua vida do jeito que estava. Pena que as coisas às vezes tendem a mudar.
Ele saiu do banho já vestido e pronto para se deliciar com seu maravilhoso café da manhã. Sua mãe se encontrava sentada em uma cadeira simples com as mãos sobre mesa, esta era coberta por uma toalha enfeitada com frutas diversas. Jon se encaminhou para outra cadeira atacando as panquecas que já se encontravam no seu prato. Enquanto ele comia, sua mãe o perguntava:
- Então? Preparado para o grande dia?
Sim, era hoje, geralmente acontecia um ano depois da graduação mas ele sempre foi um pouco precoce, as crianças do terceiro distrito eram preparadas até os 10 anos com ensinamentos básicos, como matemática e português simples. Aos 11 e 12 anos eles exploravam vários universos de profissão diferentes e então aos 13 escolhiam finalmente o que queriam seguir. Jon achava aquele sistema magnífico. Mesmo seus amigos que não sabia o que seguir no futuro se decidiram rapidamente ao verem o leque de opções, é claro que, depois da escolha talvez aquilo não seja mesmo o que você queira, então você recomeça o sistema de exploração, tentando conseguir finalmente uma boa profissão. Mais este não era o seu caso, na verdade, eram raros os casos de desistência. Ele iria começar sua residência como enfermeiro júnior no hospital da cidade, ele não esperava subir na hierarquia rapidamente mais estava pronto para enfrentar tudo, ou melhor, quase tudo.
Ele e sua mãe, uma enfermeira sênior, estavam a caminho do hospital, o dia continuava lindo enquanto eles andavam pela calçada em direção ao trabalho. Aquela era uma semana muito importante para sua mãe, ela estava a uma semana de se tornar uma enfermeira Joy. Ele nunca havia entendido por que os médicos mais graduados eram chamados de enfermeiros Joys, quando começou a estudar mais afundo descobriu que era uma homenagem a uma mulher que viveu há muitos anos atrás,ela tinha cabelos de um rosa vivo e era considerada uma curandeira, mais suas descobertas foram indispensáveis a medicina atual.
Chegando ao hospital ele estava maravilhado. Era tudo como ele havia imaginado, curar e ajudar as pessoas o preenchia com uma sensação de conforto inimaginável. Estava tudo correndo muito bem até que de repente, enquanto ele escutava um homem que estava gripado na recepção, uma mulher entrou no recinto escancarando as portas. Ela era magra a parecia estar muito mal, ofegava como se o ar do mundo estivesse acabando. Instantaneamente uma equipe médica de homens e mulheres saiu de seus respectivos consultórios, alguns deles tinham cabelos rosa que se acentuavam na multidão que cercava a mulher doente. As pessoas que se encontravam no local murmuravam loucamente sobre o que estava acontecendo. Jon não teve muito tempo para reação. Um dos médicos lhe deu uma ordem para que levasse os outros doentes para uma ala separada do hospital. A última coisa que ele conseguiu enxergar foi sua mãe no meio da equipe de emergência.
No final do expediente já era de conhecimento de todos que a mulher havia falecido, o sangue dela foi retirado para a análise. E todos os hospitais do terceiro distrito já haviam sido avisados sobre o incidente. Os cientistas procuravam a cura, mais como era uma doença ainda desconhecida, era difícil saber quando a vacina estaria pronta.
Jon e sua mãe chegaram em casa sem trocar uma palavra, ele sabia que para ela perder um paciente era inadmissível. Ele ensaiou dizer que a culpa não era dela, mais no final preferiu ficar em silêncio. O tempo curaria a ferida. – Pensou ele. – Ou não.
Na manhã seguinte Jon resolveu perguntar se ela sabia alguma coisa sobre a doença. Usando como desculpa que seria importante para ele no futuro. Ela tentou responder com o maior número de informações que sabia, mais mesmo assim ainda era pouco.
- Parece que a culpa é de um pequeno pokémon inseto chamado Dustox, a criatura deve ter contraído dengue ao picar algum ser humano contaminado, o vírus sofreu uma mutação em seu corpo se transformando em uma doença letal. – Disse ela, terminando o relato com tosses fracas.
O dia no hospital foi horrível, cinco casos da nova doença surgiram e tantos os funcionários quanto os pacientes eram obrigado a usar máscaras. O dia terminou com só um sobrevivente e chegando em casa, Jon percebia que as tosses de sua mãe pioravam, por ser médica ela tomava vacinas de anticorpos todos os anos mas mesmo assim ele estava preocupado, ela disse que não havia motivos para isso abrindo um largo sorriso. Ele não queria sentir medo, mais naquela noite, aquilo parecia impossível.
Ele levantou assustados com barulhos que viam do quarto ao lado, ele tinha certeza, era sua mãe. Ao chegar lá a encontrou deitada na cama tossindo muito, o suor havia encharcado suas roupas e as tosses estavam mais roucas e continuavam sem parar. Ele correu para o telefone discando os números rapidamente, a enfermeira do turno da noite reconheceu sua voz e mandou uma ambulância que não demorou muito a chegar. No caminho do hospital Jon percebeu que sua mãe começava a ofegar do mesmo jeito que a mulher que havia escancarado as portas do hospital dias antes. Chegando lá, ela foi encaminhada para a central de emergências, mesmo Jon sendo enfermeiro eles não o deixaram entrar, alegaram simplesmente que ele não estava em condições.
Ele andava de um lado para o outro na recepção do hospital, até que um dos médicos veio lhe falar que sua mãe queria vê-lo, ele entrou no quarto branco onde ela estava deitada em uma maca enferrujada, sua mãe parecia ter envelhecido 20 anos em apenas algumas horas, agora ela estava pálida e seus cabelos estavam sem vida, Jon segurou em suas mãos que estavam frias como gelo, a máquina que relatava os batimentos cardíacos estava com o bip cada vez mais fracos. As lágrimas já enchiam seus olhos quando ele começou a falar:
- Mãe, por favor, aguente mais um pouco, só mais um pouco.
Ela, ao ouvir sua voz, abriu os olhos devagar e deu um sorriso fraco, respondeu a sua pergunta agarrando sua mão com as últimas de sua forças.
- Desculpe, meu filho. Eu te amo.
Ao dizer isso as mãos dela soltaram-se da dele e a máquina de batimento cardíaco assumiu um som constante e insuportável. Jon agora se debulhava em lágrimas, ele não acreditava que isso estivesse acontecendo com ele, não, sua mãe era uma médica renomada, era mentira, tinha de ser mentira.
Na manhã seguinte Jon deixou o hospital desolado. Ele acordou com o peso de 100 quilos nas costas com o grito de uma enfermeira.
- A vacina chegou! – Ele ouviu aquelas palavras seguidas de um aperto angustiante em seu coração.
Os médicos disseram que ele deveria assinar uma papelada para o enterro, mais naquele momento ele não tinha certeza nem de seu verdadeiro nome. Andando pelas ruas, cabisbaixo, notou um gemido que vinha de um beco por onde ele passava. Chegou mais perto e descobriu um gatinho se contorcendo de dor. Ele sempre carregava consigo um pequeno kit de primeiros socorros, sua mãe sempre o alertara que isto era muito importante. Ele limpou os ferimentos da perna do bichano que estava torcida, ao longe, pode ver que do outro lado da rua uma mulher que havia parado para observá-lo. Ele já havia terminado o trabalho e pegava o felino no colo quando percebeu que ela estava a poucos passos dele.
Era uma mulher muito bonita, seus olhos eram claros e seu cabelo tinha um tom preto e rosa, alternadamente. Ela veio até ele com um sorriso no rosto, dizendo:
- Você parece bom nisso. – Disse ela apontando para a perna do gatinho.
Ele não estava muito a fim de conversar, mais como a ignorância não era de seu feitio, resolveu responder educadamente.
- É... Parece que sim.
- Você parece estar triste. – Rebateu ela.
- É... Parece que sim. – Continuou ele.
- Aconteceu alguma coisa? E não me venha com “É... Parece que sim”.
Ela conseguiu arrancar um sorriso de seu rosto quando ele achou que era impossível. Jon simplesmente olhou pra ela sem responder.
- Por que nós não conversamos um pouco? – Disse ela já colocando o braços sobre o ombro de Jon o levando em direção a um banco não muito longe dali.
- E foi assim que eu conheci Yuko. – Ele limpava as lágrimas que vinham em seu rosto -. Ela me ajudou com o enterro de minha mãe e eu tranquei minha antiga casa para sair e viajar com ela. Pretendo me tornar um enfermeiro Joy e depois um médico Pokémon.
Jon olhava para Stan esperando alguma reação. Mas o efeito da história junto com o da vacina o deixou atônito, ele não conseguia falar nada. Somente olhava para o menino com um olhar relutante de pena.
- Bom. – Continuou ele. – Nós viajamos por alguns lugares em outros distritos e em várias cidades, até que, em um dia na cidade Girassol eu encontrei um menino largado que queria se juntar a nós de qualquer jeito.
- Ei. – Gritou Will a ouvir aquilo – Eu não era largado. Ok? – Ele e Jon tiveram uma pequena discussão permeada por alguns socos e beliscos. Depois disso, Will começou a contar o que realmente havia acontecido...
Jon olhava para Stan esperando alguma reação. Mas o efeito da história junto com o da vacina o deixou atônito, ele não conseguia falar nada. Somente olhava para o menino com um olhar relutante de pena.
- Bom. – Continuou ele. – Nós viajamos por alguns lugares em outros distritos e em várias cidades, até que, em um dia na cidade Girassol eu encontrei um menino largado que queria se juntar a nós de qualquer jeito.
- Ei. – Gritou Will a ouvir aquilo – Eu não era largado. Ok? – Ele e Jon tiveram uma pequena discussão permeada por alguns socos e beliscos. Depois disso, Will começou a contar o que realmente havia acontecido...
CONTINUA
Última edição por Pokaabu em Sex 21 Dez 2012 - 19:05, editado 4 vez(es)
Pokaabu- Membro
- Idade : 29
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Data de inscrição : 02/07/2011
Re: O 6º Distrito - Stan
Faça do desapego rotina e da solidão sua armadura.
Capítulo 6 – Fazendo as respectivas apresentações – Parte ll
O menino de 16 anos que estava sentado na escada de sua casa era magro e mulato, seus cabelos lisos amarronzados se erguiam em um topete rebelde. Usava uma calça jeans surrada que fazia par com um casaco velho branco e encardido. Will se levantou dando tapas nas roupas para retirar o excesso de poeira, olhou para o relógio em seu pulso, era fim de tarde. Levantou a cabeça para observar o horizonte e não viu nenhum vestígio do por do sol, na verdade, eram poucos os raios do astro rei que conseguiam atravessar a grande nuvem de poeira da cidade de Débris.
Algumas pessoas, principalmente as mais velhas, diziam que nem sempre foi assim, diziam que aquela cidade já havia sido uma das mais belas do quarto distrito. O sol reinava e as crianças brincavam nos parques livremente, como se a vida não passasse somente disso, uma grande brincadeira. Um dia porém, uma mineradora descobriu uma jazida de carvão mineral no subsolo da cidade. Assim, as indústrias de produção de energia foram crescendo cada vez mais e junto com elas veio à poluição do ar. Esta poluição foi aumentando gradativamente a níveis alarmantes até chegar ao que era hoje. “É o preço do progresso” dizia o governo, e este progresso significava distribuir energia pra todo o distrito, mesmo que isso significasse a exclusão da vida naquele local.
E era isto que realmente estava acontecendo, as pessoas iam embora, todas, as que não tinham condições esperavam a ajuda do governo prometida diariamente. Will vagava pelas ruas, estava faminto. O orfanato não recebia mais o auxilio governamental e pouca era a comida que os internados recebiam, ele tentava fazer um bico ali e aqui, mais tudo que sobrara no seu bolso era uma pequena barra de chocolate. Retirou o tablete e se preparou para comer sua tão saborosa refeição quando avistou um pedaço de papel no chão da calçada.
Era um pedaço de jornal desgastado, datava de dois dias atrás, ele o pegou e leu o enunciado principal:
Desaparecimentos de crianças são cada vez mais frequentes, a polícia já tem idéia dos criminosos envolvidos, mas não quis dar mais detalhes sobre o assunto.
Soltou a folha e deixou que a brisa momentânea de vento a deixasse levar, já tinha tantos problemas, pra que se preocuparia com os problemas dos outros?
Olhou novamente para o céu, as torres cinza e cilíndricas eram as únicas coisas que contrastavam com o campo de força de poeira que cercava a cidade, elas continuavam lançando fumaça incessantemente, aquilo parecia nunca ter fim...
Will se encaminhou de volta para o orfanato, o caminho foi rápido e silencioso, havia poucas famílias nas cidades e essas poucas não se aventuravam a sair sobre poluição que rondava o local. Entrou dentro da casa velha de pintura descascada onde estava sentado um pouco mais cedo. Os poucos órfãos que sobraram estavam na sala de estar, alienadamente assistindo um programa de televisão. Ele subiu para o seu quarto e pegou um livro que se encontrava no criado mudo ao lado de sua cama, leu até que adormecesse, não sabia, mas o dia seguinte mudaria sua vida.
Ele acordou quando seu relógio começou a apitar incessantemente, levantou ainda querendo ter um pouco de tempo para dormir. Encaminhou-se para o banheiro e tomou banho rapidamente. Sabia que quando os outros órfãos acordassem a disputa se tornaria infernal. Vestiu suas roupas mais recentes que mesmo assim ainda continuavam sendo velhas e pegou seu alicate suíço dentro da primeira gaveta do criado mudo. Havia roubado ele de um velho bêbado que encontrou na rua, com certeza, ele nem havia sentido falta.
Se postou em frente ao orfanato com seu livro na mão, avançou algumas páginas até que uma Kombi de cor amarelo bebê apareceu em frente ao lugar, ele foi o primeiro a entrar. Queria o quanto antes sair daquela cidade horrível. Sim, era hoje, hoje o governo finalmente iria cumprir sua promessa e tirá-los dali. Depois de algum tempo o carro já estava completamente lotado, as crianças cochichavam freneticamente enquanto o tutor do orfanato fechava a porta do veículo.
Will olhava pela janela com um olhar esvaído de emoção. O caminho para o porto da cidade estava seguindo calmamente, agora a Kombi entrava em um beco estreito e pouco iluminado, a poluição se dissipava deixando uma fresta para o céu límpido azul anil.
Tudo aconteceu muito rápido. O carro parou em uma freada brusca, quando se deu por si, Will virou os olhos em direção a porta que se abriu com um solavanco, ouviu um barulho seco e ecoante, depois um baque. Outro estrondo, outro baque. O homem que havia aberto a porta tinha um sorriso maquiavélico, suas roupas eram esfarrapadas e o seu cabelo raspado. Quando levantou o rosto Will pode perceber uma cicatriz grande e estendida por toda a sua face. Ele começou a retirar as crianças do carro violentamente, essas agora estavam desesperadas e choravam gritando. No meio da agitação, pegou seu canivete do bolso e o pôs em alarme. Já sabia exatamente o que estava acontecendo.
Will foi um dos últimos a sair e a primeira cena que viu o chocou por inteiro. Seu tutor se encontrava junto ao motorista estatelado no chão, na cabeça dos dois havia pequenos furos que jorravam um liquido vermelho e viscoso que produzia uma poça sob seus corpos. Will virou seu rosto e pode ver e ouvir os outros capangas de cabeça raspada.
- O chefe vai ficar contente. – Dizia um deles soltando uma gargalhada escandalosa. – Estes são muito novinhos. Com certeza irão pras minas inferiores.
Decidiu focar seus pensamentos para conseguir fugir daquela situação. Seu alicate ainda estava escondido em sua mão. Era tudo questão de inteligência, coisa que ele sabia que tinha de sobra.
Os quatro homens resolveram dividir as crianças em pares, sendo que Will ficou sozinho com um deles, era o mais fraco entre o grupo, agora eles caminhavam pela cidade, os órfãos choravam desesperadamente sendo repreendidos a todo o momento por seus respectivos capangas. Will já sabia o que fazer. Não iria passar sua vida toda naquela cidade idiota, catando aquela porcaria de carvão. Colocou o canivete a postos e virou-se com um movimento certeiro. A pequena faca guiada pela mão de Will rasgava o abdômen do homem até chegar ao seu umbigo, ele havia sido pego de surpresa, estava tão paralisado que não conseguia reagir, quando percebeu o sangue escorrendo soltou um grito abafado fazendo com que o grupo a frente voltasse à atenção para eles. Os homens retiraram suas armas mirando na direção de Will, ele girou seu corpo em um movimento rápido e abaixou-se fazendo o corpo de seu guia como escudo. Os capangas agora atiravam incessantemente e chegavam mais perto. O homem que conduzia Will já estava morto e ele sabia que está era sua única chance.
Disparou a frente sem olhar pra traz, os homens continuavam atirando, mas a mira deles era horrível fazendo com que ele escapasse facilmente. Correu ofegante até chegar à entrada de um beco bastante pequeno. Olhou para traz e viu que não o seguiam, no final do beco ele pode ver uma forma arredonda e flutuante, o cheiro que exalava era de enxofre e uma fumaça de cor esverdeada saia de cavidades espalhadas por todo seu corpo. Koffing. Aqueles monstros fedorentos tomavam conta da cidade pouco a pouco, se alimentavam basicamente da fumaça exalada das indústrias o que tornava Débris um prato cheio para aquele Pokémon.
Will resolveu segui-lo, sabia que era da natureza dos Koffings tentar poluir os locais mais limpos. E o lugar mais limpo da cidade era o porto, depois de um tempo perseguindo o balão roxo deu de cara com um extenso e longo mar, ele tinha a esperança de encontrar o barco que iria levar os órfãos embora, mas era impossível. Estava desesperado e desamparado e a única coisa que conseguiu fazer foi sentar e chorar.
De longe pode ouvir passos, continuava chorando mais se manteve a postos, não queria dar de cara com outros sequestradores. Quando olhou pra cima viu um menino alto de cabelo preto picotado, o garoto o observava com um olhar de pena, o mesmo se ajoelhou e começou a falar:
- Oi, está tudo bem?
Ele tentou não ser grosso, mas ainda mantinha a cautela.
- Não. Na verdade, nada está bem.
O menino olhou pro alto e depois recomeçou o diálogo.
- Onde estão seus pais?
- Eu não tenho pais! – Respondeu ele segurando as lágrimas.
Uma pequena poça de água parecia se formar nos olhos do jovem que o interrogava. Ele tentou as esconder e começou novamente a falar, agora com um sorriso fraco.
- Por que você não vem comigo? Talvez possamos ser amigos.
Will o olhou com espanto, por que o convidara assim? Tão espontaneamente? Estava com medo, mas resolveu aceitar o convite. Não tinha mais nada, não tinha onde se esconder nem pra onde ir e aquele garoto não parecia má pessoa, sentia, de algum modo que os dois seriam bons amigos.
Algumas pessoas, principalmente as mais velhas, diziam que nem sempre foi assim, diziam que aquela cidade já havia sido uma das mais belas do quarto distrito. O sol reinava e as crianças brincavam nos parques livremente, como se a vida não passasse somente disso, uma grande brincadeira. Um dia porém, uma mineradora descobriu uma jazida de carvão mineral no subsolo da cidade. Assim, as indústrias de produção de energia foram crescendo cada vez mais e junto com elas veio à poluição do ar. Esta poluição foi aumentando gradativamente a níveis alarmantes até chegar ao que era hoje. “É o preço do progresso” dizia o governo, e este progresso significava distribuir energia pra todo o distrito, mesmo que isso significasse a exclusão da vida naquele local.
E era isto que realmente estava acontecendo, as pessoas iam embora, todas, as que não tinham condições esperavam a ajuda do governo prometida diariamente. Will vagava pelas ruas, estava faminto. O orfanato não recebia mais o auxilio governamental e pouca era a comida que os internados recebiam, ele tentava fazer um bico ali e aqui, mais tudo que sobrara no seu bolso era uma pequena barra de chocolate. Retirou o tablete e se preparou para comer sua tão saborosa refeição quando avistou um pedaço de papel no chão da calçada.
Era um pedaço de jornal desgastado, datava de dois dias atrás, ele o pegou e leu o enunciado principal:
Desaparecimentos de crianças são cada vez mais frequentes, a polícia já tem idéia dos criminosos envolvidos, mas não quis dar mais detalhes sobre o assunto.
Soltou a folha e deixou que a brisa momentânea de vento a deixasse levar, já tinha tantos problemas, pra que se preocuparia com os problemas dos outros?
Olhou novamente para o céu, as torres cinza e cilíndricas eram as únicas coisas que contrastavam com o campo de força de poeira que cercava a cidade, elas continuavam lançando fumaça incessantemente, aquilo parecia nunca ter fim...
Will se encaminhou de volta para o orfanato, o caminho foi rápido e silencioso, havia poucas famílias nas cidades e essas poucas não se aventuravam a sair sobre poluição que rondava o local. Entrou dentro da casa velha de pintura descascada onde estava sentado um pouco mais cedo. Os poucos órfãos que sobraram estavam na sala de estar, alienadamente assistindo um programa de televisão. Ele subiu para o seu quarto e pegou um livro que se encontrava no criado mudo ao lado de sua cama, leu até que adormecesse, não sabia, mas o dia seguinte mudaria sua vida.
Ele acordou quando seu relógio começou a apitar incessantemente, levantou ainda querendo ter um pouco de tempo para dormir. Encaminhou-se para o banheiro e tomou banho rapidamente. Sabia que quando os outros órfãos acordassem a disputa se tornaria infernal. Vestiu suas roupas mais recentes que mesmo assim ainda continuavam sendo velhas e pegou seu alicate suíço dentro da primeira gaveta do criado mudo. Havia roubado ele de um velho bêbado que encontrou na rua, com certeza, ele nem havia sentido falta.
Se postou em frente ao orfanato com seu livro na mão, avançou algumas páginas até que uma Kombi de cor amarelo bebê apareceu em frente ao lugar, ele foi o primeiro a entrar. Queria o quanto antes sair daquela cidade horrível. Sim, era hoje, hoje o governo finalmente iria cumprir sua promessa e tirá-los dali. Depois de algum tempo o carro já estava completamente lotado, as crianças cochichavam freneticamente enquanto o tutor do orfanato fechava a porta do veículo.
Will olhava pela janela com um olhar esvaído de emoção. O caminho para o porto da cidade estava seguindo calmamente, agora a Kombi entrava em um beco estreito e pouco iluminado, a poluição se dissipava deixando uma fresta para o céu límpido azul anil.
Tudo aconteceu muito rápido. O carro parou em uma freada brusca, quando se deu por si, Will virou os olhos em direção a porta que se abriu com um solavanco, ouviu um barulho seco e ecoante, depois um baque. Outro estrondo, outro baque. O homem que havia aberto a porta tinha um sorriso maquiavélico, suas roupas eram esfarrapadas e o seu cabelo raspado. Quando levantou o rosto Will pode perceber uma cicatriz grande e estendida por toda a sua face. Ele começou a retirar as crianças do carro violentamente, essas agora estavam desesperadas e choravam gritando. No meio da agitação, pegou seu canivete do bolso e o pôs em alarme. Já sabia exatamente o que estava acontecendo.
Will foi um dos últimos a sair e a primeira cena que viu o chocou por inteiro. Seu tutor se encontrava junto ao motorista estatelado no chão, na cabeça dos dois havia pequenos furos que jorravam um liquido vermelho e viscoso que produzia uma poça sob seus corpos. Will virou seu rosto e pode ver e ouvir os outros capangas de cabeça raspada.
- O chefe vai ficar contente. – Dizia um deles soltando uma gargalhada escandalosa. – Estes são muito novinhos. Com certeza irão pras minas inferiores.
Decidiu focar seus pensamentos para conseguir fugir daquela situação. Seu alicate ainda estava escondido em sua mão. Era tudo questão de inteligência, coisa que ele sabia que tinha de sobra.
Os quatro homens resolveram dividir as crianças em pares, sendo que Will ficou sozinho com um deles, era o mais fraco entre o grupo, agora eles caminhavam pela cidade, os órfãos choravam desesperadamente sendo repreendidos a todo o momento por seus respectivos capangas. Will já sabia o que fazer. Não iria passar sua vida toda naquela cidade idiota, catando aquela porcaria de carvão. Colocou o canivete a postos e virou-se com um movimento certeiro. A pequena faca guiada pela mão de Will rasgava o abdômen do homem até chegar ao seu umbigo, ele havia sido pego de surpresa, estava tão paralisado que não conseguia reagir, quando percebeu o sangue escorrendo soltou um grito abafado fazendo com que o grupo a frente voltasse à atenção para eles. Os homens retiraram suas armas mirando na direção de Will, ele girou seu corpo em um movimento rápido e abaixou-se fazendo o corpo de seu guia como escudo. Os capangas agora atiravam incessantemente e chegavam mais perto. O homem que conduzia Will já estava morto e ele sabia que está era sua única chance.
Disparou a frente sem olhar pra traz, os homens continuavam atirando, mas a mira deles era horrível fazendo com que ele escapasse facilmente. Correu ofegante até chegar à entrada de um beco bastante pequeno. Olhou para traz e viu que não o seguiam, no final do beco ele pode ver uma forma arredonda e flutuante, o cheiro que exalava era de enxofre e uma fumaça de cor esverdeada saia de cavidades espalhadas por todo seu corpo. Koffing. Aqueles monstros fedorentos tomavam conta da cidade pouco a pouco, se alimentavam basicamente da fumaça exalada das indústrias o que tornava Débris um prato cheio para aquele Pokémon.
Will resolveu segui-lo, sabia que era da natureza dos Koffings tentar poluir os locais mais limpos. E o lugar mais limpo da cidade era o porto, depois de um tempo perseguindo o balão roxo deu de cara com um extenso e longo mar, ele tinha a esperança de encontrar o barco que iria levar os órfãos embora, mas era impossível. Estava desesperado e desamparado e a única coisa que conseguiu fazer foi sentar e chorar.
De longe pode ouvir passos, continuava chorando mais se manteve a postos, não queria dar de cara com outros sequestradores. Quando olhou pra cima viu um menino alto de cabelo preto picotado, o garoto o observava com um olhar de pena, o mesmo se ajoelhou e começou a falar:
- Oi, está tudo bem?
Ele tentou não ser grosso, mas ainda mantinha a cautela.
- Não. Na verdade, nada está bem.
O menino olhou pro alto e depois recomeçou o diálogo.
- Onde estão seus pais?
- Eu não tenho pais! – Respondeu ele segurando as lágrimas.
Uma pequena poça de água parecia se formar nos olhos do jovem que o interrogava. Ele tentou as esconder e começou novamente a falar, agora com um sorriso fraco.
- Por que você não vem comigo? Talvez possamos ser amigos.
Will o olhou com espanto, por que o convidara assim? Tão espontaneamente? Estava com medo, mas resolveu aceitar o convite. Não tinha mais nada, não tinha onde se esconder nem pra onde ir e aquele garoto não parecia má pessoa, sentia, de algum modo que os dois seriam bons amigos.
- Viu como ele era um largado? – Disse Jon agarrando o pescoço de Will com uma chave de braço e afagando seu cabelo com a mão fechada.
Stan sentia que aquela conversa estava fazendo bem a todos, eram histórias tristes, sim, eram. Mais a vida é feita destas histórias e o que se deve fazer é simplesmente aprender com elas e seguir em frente.
Ele olhava agora pra Sam, que sabia que chegara sua vez de expor seu passado, o menino relutava em olha pra ele, mais não demorou muito para se entregar.
- O que foi? – Disse ele quando seus olhares finalmente se cruzaram.
- É a sua vez agora. – Rebateu Stan parecendo mais firme com o efeito do remédio indo embora.
Sam olhava para baixo não querendo responder, levantou a cabeça com um sorriso torto e respondeu com poucas e simples palavras:
- Digamos somente que tive problemas com meu pai.
Stan já iria começar a falar, dizendo querer saber mais sobre o tal problema quando o ele e os garotos perceberam que o caminhão havia parado. Sam levantou e lançou seu sorriso malicioso abrindo as portas do veículo.
- Salvo pelo gongo. – Disse ele saltando em direção da luz do sol.
Stan sentia que aquela conversa estava fazendo bem a todos, eram histórias tristes, sim, eram. Mais a vida é feita destas histórias e o que se deve fazer é simplesmente aprender com elas e seguir em frente.
Ele olhava agora pra Sam, que sabia que chegara sua vez de expor seu passado, o menino relutava em olha pra ele, mais não demorou muito para se entregar.
- O que foi? – Disse ele quando seus olhares finalmente se cruzaram.
- É a sua vez agora. – Rebateu Stan parecendo mais firme com o efeito do remédio indo embora.
Sam olhava para baixo não querendo responder, levantou a cabeça com um sorriso torto e respondeu com poucas e simples palavras:
- Digamos somente que tive problemas com meu pai.
Stan já iria começar a falar, dizendo querer saber mais sobre o tal problema quando o ele e os garotos perceberam que o caminhão havia parado. Sam levantou e lançou seu sorriso malicioso abrindo as portas do veículo.
- Salvo pelo gongo. – Disse ele saltando em direção da luz do sol.
Pokaabu- Membro
- Idade : 29
Alerta :
Data de inscrição : 02/07/2011
Re: O 6º Distrito - Stan
Bom dia, Pokaabu!
Well, primeiramente quero lhe dizer que não tive tempo de ler tudo ainda. Li apenas até o quarto capítulo, mas prometo que até o fim do dia eu irei terminar e aí eu edito o meu comentário.
Enfim, eu simplesmente amei a sua ideia. Totalmente original. Esse lance de distritos me lembrou demais Hunger Games, mas ao contrario de minha primeira dedução, a FF está única. Não sei como a mesma tem poucos comentários, sinceramente.
Irei terminar de ler os capítulos pendentes e continuarei acompanhando. Gostei das Art-Works na introdução dos capítulos, principalmente a do Arcanine.. Também notei repetição de palavras.
Well, é isso. Irei terminar de ler e aguardarei os próximo capítulos!
Um abraço, até mais.
~Rush
Well, primeiramente quero lhe dizer que não tive tempo de ler tudo ainda. Li apenas até o quarto capítulo, mas prometo que até o fim do dia eu irei terminar e aí eu edito o meu comentário.
Enfim, eu simplesmente amei a sua ideia. Totalmente original. Esse lance de distritos me lembrou demais Hunger Games, mas ao contrario de minha primeira dedução, a FF está única. Não sei como a mesma tem poucos comentários, sinceramente.
Irei terminar de ler os capítulos pendentes e continuarei acompanhando. Gostei das Art-Works na introdução dos capítulos, principalmente a do Arcanine.. Também notei repetição de palavras.
Well, é isso. Irei terminar de ler e aguardarei os próximo capítulos!
Um abraço, até mais.
~Rush
Rush- Membro
- Idade : 29
Alerta :
Data de inscrição : 10/06/2012
Frase pessoal : Agora você não tem mais waifu!
Re: O 6º Distrito - Stan
Boa Noite Pokaabu!
Assim como os outros que comentaram sua Fic disseram, eu digo, é incrível ver que sua Fic tem poucos comentários. Ainda não terminei de ler tudo - parei no capitulo 6 parte 1 - mas prometo que vou terminar de ler.
Aguardo novos capítulos!
~Lee Angels
Assim como os outros que comentaram sua Fic disseram, eu digo, é incrível ver que sua Fic tem poucos comentários. Ainda não terminei de ler tudo - parei no capitulo 6 parte 1 - mas prometo que vou terminar de ler.
Aguardo novos capítulos!
~Lee Angels
Lee Angels- Membro
- Idade : 28
Alerta :
Data de inscrição : 25/09/2012
Re: O 6º Distrito - Stan
Bom, tirando o fato de que eu obrigo a Lee Angels a comentar, pode-se dizer que a fanfic tem poucos comentários, bom, quanto mais capítulos uma fan fic tem, menos comentários ela terá. Rush obrigado pelo seu comentário .
Attention please
Attention please
- Spoiler:
- Os pokémons do tipo rochosos são os do tipo pedra e terra, sempre achei tudo a mesma coisa mesmo. Os do tipo telepata são os pisiquicos, em algumas partes da história também serão chamados assim. Os Tóxicos são os venenosos, Andróides = Metálicos e Macabros = fantasmas.
Capítulo 7 - O Lago das Auroras.
Ele fechava os olhos tentando observar o sol, olhando ao redor do astro rei poderia ver que o céu se limpava naturalmente. As nuvens negras da chuva matinal estavam agora se arrastando lentamente dando lugar a um azul limpo e belo. Enquanto balançava seus pés ritmicamente na beira do lago, podia ouvir o som do canto dos pássaros que chegavam aos seus ouvidos, estes eram provenientes da floresta de porte médio que cercava a pequena clareira.
Stan havia demorado mais que os outros a sair do caminhão, fora recomendado por Yuko e Jon que permanecesse ali por ao menos mais duas horas, a espera entediante terminou e ele se pôs para fora do veículo com a ajuda de Sam. Ele nem tentara tocar no assunto da explicação de sua simples resposta dada há pouco tempo. “Digamos que eu tive problemas com meu pai”. Dissera ele. - Se ele não se sente pronto para conversar sobre o assunto, ok, vamos dar o tempo necessário. - Pensou Stan.
Depois de sair do caminhão o menino deslumbrara uma paisagem reconfortante, estava em um pequeno vale cercado por árvores frutíferas de variadas espécies, no centro se encontrava um lago de cor azul-esverdeado, magnífico, era límpido e cercado por pequeninas pedras escuras. Yuko, percebendo a euforia do menino veio logo a dizer que ele deveria continuar sem fazer muitas peripécias, Stan então foi cabisbaixo até o lago e sentou-se, observando os pequenos peixes coloridos que nadavam calmamente na água do local.
Colocou as duas mãos como base e envergou seu tronco para que seu corpo fosse abastecido de energia solar, embebedando-se de vitamina D não percebeu que uma pequena formiga subia em sua mão, a mesma o picou fazendo com que se postasse em alerta rapidamente. Olhou para sua mão e viu que o local aonde havia sido picado estava com uma mancha vermelha, instantaneamente ele pôs ao ferimento na boca, numa tentativa frustrada de amenizar sua dor. Ainda sugando sua mão quando viu que Jon caminhava sorrindo em sua direção. O rapaz sentou ao lado de Stan com uma perna esticada e a outra flexionada apoiando seu antebraço, fazendo um triangulo rente a terra.
- Eu vi o que aconteceu. – Dizia ele rindo da situação. – Não precisa se preocupar, o efeito do veneno deste inseto vai passar rapidamente. – Completou ele, apontando para a mão que continuava sendo chupada.
Jon agora olhava para o lago, Stan seguiu seus olhos e viu que ele acompanhava o nadar de um peixe, era veloz, depois de algum tempo os dois perderam seu trajeto.
- Sabe, esse lago é chamado de Lago das Auroras. – Ele olhou para Stan e completou a afirmação com uma pergunta. – Alguma idéia do por que disso?
O garoto simplesmente balançou a cabeça negativamente, ainda com a ferida na mesma posição.
- Nessa época do ano, um certo pokémon do tipo fogo do segundo distrito migra para este lugar em busca de alimento e para, como posso dizer, ensinar esta tradição aos seus filhotes. Estes pokémons emitem um tipo diferente de radiação muito parecida com a radiação exercida pelo sol, só que em proporções muito menores. Esta radiação entra em contato com o campo gravitacional da Terra, provocando auroras neutras no céu até determinadas redondezas.
Ele agora estava na mesma posição em que Stan estava anteriormente, aproveitando-se dos raios solares.
- Como assim um pokémon do tipo fogo? Não sabia que os pokémons eram classificados por tipos. – Disse ele tirando a mão de sua boca, que agora apenas estava com um formigamento fraco.
- Sim, sim, o esquadrão achou por melhor classificá-los seguinte os seus poderes.
- Poderes? Classificação? Como assim? – Dizia o garoto empurrando as perguntas que viam saindo uma atrás da outra.
- Parece que você ainda tem muito a aprender. – Rebateu Jon com um sorriso simpático.
- Vou tentar explicar de uma maneira rápida pra você, os pokémons são classificados em diversos tipos seguintes os seus poderes, estes tipos são: Normal, Elétrico, Aquático, Rochoso, Macabro, Telepata, Fogo, Planta, Gelo, Voador, Inseto, Tóxico, Andróide, Noturno e Dragão. Alguns tipos, como os Dragões, são bem difíceis de se encontrar, enquanto outros como os Voadores, existem em qualquer lugar. Os poderes também são classificados nestas categorias, alguns pokémons podem ter poderes de duas categorias diferentes, por exemplo, um certo pokémon do tipo fogo tem dois pulmões, um por onde ele respira e outro onde é produzido o fogo que ele usa para se defender e caçar, do mesmo jeito ele tem garras e presas podendo desenvolver poderes do tipo normal. Quando um pokémon é bem treinado, ele pode obedecer ao seu dono por meio de comandos, é como se você desse um nome para o ataque do seu pokémon. Pode-se dizer então que as possibilidades de ataques são infinitas, só depende da criatividade do treinador e das habilidades do seu pokémon, tornando cada pokémon único e insubstituível.
Enquanto Jon falava, as lembranças voltavam de supetão a mente do menino, o fogo da Rapidash, o trovão do Pikachu na guilhotina, o fogo do Arcanine e o pequeno choque de cor azulada que seus Pikachus haviam dado no cão fazendo com que o mesmo se paralisasse.
Outra memória, uma muito mais antiga, também voltou naquele momento, uma vez em sua infância Stan havia visto seu padastro, Rerold, aplicando uma injeção em sua Rapidash, o menino era pequeno e não sabia direito o que estava acontecendo, ele só se lembrava de ouvir o padastro embebedado e gritando.
- Agora sim eu incendiarei o mundo! O mundo!
A última lembrança fez com que Stan perguntasse a Jon sobre aquele acontecido.
- Tem algum jeito de obrigar os pokémons a aprender determinado ataque?
Ao ouvir aquela pergunta a face de Jon se fechou, ele falou e um tom mais sério e firme.
- Sim... Na verdade é uma prática cruel. Existem determinados tipos de tóxicos que quando injetados em um pokémon fazem com que o seu corpo desenvolva o ataque que o treinador deseja, estes tóxicos são aplicados por meio de injeções, geralmente na parte da nuca do animal, mas na maioria das vezes esta pratica traz o óbito do pokémon. A não ser pelos pokémons andróides, por serem de metal não tem vida, então não a como infectá-los. Estes tóxicos são conhecidos no mercado negro como TM em homenagem ao seu criador, mas o esquadrão os classifica como AF, Ataques Forçados. É horrível fazer uma coisa destas, a dor que o pokémon sente é quase impossível de se suportar.
Os garotos ficaram em silêncios por algum tempo, até que Stan soltou outra pergunta.
- Se este pokémon que produz as auroras é do tipo fogo. Ele precisa nadar do segundo distrito até aqui, então ele não deveria “apagar” na água?
Jon soltou uma gargalhada estridente ao ouvir aquela pergunta.
- Este seu apagar, quer dizer uma certa fraqueza ao outro tipo? Sim isso também está certo. O tipo fogo tem alguma desvantagem sobre o tipo Aquático, mas este pokémon tem uma pele com uma camada dupla de gordura que o mantém o aquecido em seu trajeto, ele também tem uma abertura nas costas que apagada, retém calor, fazendo com que ele não sofra na sua vinda para cá.
A conversa dos dois foi interrompida por Will e Sam que agora chegavam perto dos garotos, cada um segurava uma vara de pescar, Will também segurava um balde no qual haviam as iscas, no ombro de Sam, Stan pode ver a coruja de olhos hipnotizantes, esta parecia tranquila e calma. Jon se levantou para juntar-se aos garotos, os três agora pescavam o almoço enquanto Yuko recolhia frutas nas árvores ao redor do vale, Stan então resolveu ajudá-la, ela não iria recusar e não seria um trabalho tão “forte” para a condição em que ele estava. Levantou-se então e caminhou até ela, pegou a cesta onde ela estava jogando as frutas e começou a caminhar de árvore em árvore ao seu lado.
O trabalho terminou uma hora depois de começado. Agora os meninos ajudavam a colocar a nova mesa, a antiga havia sido queimada no incêndio, a nova era pequena, mas aconchegante. O peixe fora colocado a mesa junto a uma travessa de arroz e de salada, os meninos se sentaram e um pouco longe dali Stan podia ver os Pikachus se alimentando de alguns peixes crus, o Hoothoot preferia as frutas que estavam na cesta. Foi uma tarde divertida e animada. Eles já haviam terminado de almoçar quando o pôr do sol apareceu e os presenteou com seu alaranjado sublime. De repente, sem mais nem menos, Yuko se pôs de pé e saiu em disparada em direção à floresta.
- Vamos logo, eles estão chegando. – Gritava ela ainda correndo.
- Ela é louca. – Disse Sam levantando e correndo em seu encalço.
Os outros meninos seguiram os passos dela e não sobraram alternativas a Stan a não ser ir também. Ele corria por último seguindo os passos de Jon, até que ouviu um estrondo vindo do lado esquerdo das árvores. Parou para ouvir melhor, andou em direção ao barulho e abaixou-se atrás de uma pequena moita, observando.
Ele via em sua frente um rapaz, parecia ter em tono de 18 anos, vestia uma calça preta e uma jaqueta da mesma cor, seus cabelos eram lisos e repicados até a orelha. Na sua frente se encontrava um pequeno rato roxo com as orelhas espinhadas, em sua testa Stan conseguiu ver algo parecido com um chifre. Atrás do menino sentada a sombra de uma árvore havia uma garota, esta tinha a pele pálida e o cabelo preto chanel e volumoso vinha até o seu pescoço. Vestia uma blusa preta simples com uma saia acinzentada. No lugar do seu olho esquerdo havia um tapa-olho branco e ao redor destes poderia se notar horríveis cicatrizes, algo parecido com garras...
A observação de Stan foi quebrada pela voz do garoto.
- Nidorino, vamos mais uma vez.
O pokémon, sem reclamar, ouvia a voz do seu treinador atentamente.
- Afaste-se mais desta vez e corra com todo o seu poder.
O animal se preparava para fazer o que seu mestre ordenou. Na sua frente havia uma pedra duas vezes maior que a sua altura. Ele se afastou até as extremidades do local e partiu em disparada, agora ele corria velozmente em direção a rocha, no meio do caminho ele saltou e fez com que seu corpo girasse, de seu chifre se podia ver uma pequena luz se formando, o giro ficou cada vez mais veloz até que não se conseguia ver o pokémon em meio ao movimento. Em poucos segundos a broca que se tornara o Nidorino havia acertado a rocha abrindo um buraco na mesma, o rato com o impacto foi jogado para longe, seu treinador deu um grito de fúria e depois se encaminhou para perto do pequeno monstro.
- Seu animal estúpido. – Disse ele dando um chute na barriga do pokémon. – Vamos levante-se. - Então ele começou uma sequência de chutes sem parar, até que o animal se levantou, machucado.
O pokémon, mesmo machucado, começou a rosnar e fungar freneticamente, ele olhava na direção de Stan com um olhar penetrante. Na mesma hora a menina que estava sentada falou numa voz calma e fria.
- Trevor, temos intrusos.
Agora os olhos do menino também se voltaram para Stan, o mesmo estava petrificado com a situação. O rapaz então começou a falar numa voz calma e descontraída.
- Então, por que não tentamos mais uma vez? Não é Nidorino?
O rato agora estava furioso, arrastava sua pata direita na terra como se estivesse participando de uma tourada. Afastou-se rapidamente e começou novamente sua corrida, Stan não pode fazer nada, ainda estava paralisado, colocou as duas mãos nos ouvidos e abaixou a cabeça. Quando o encontro estava prestes a acontecer ele ouviu.
- Gabite, proteja-o. – Era a mesma voz da menina que falara antes.
Stan não conseguiu ver direito, mas um projétil de seu tamanho se pôs a sua frente, a diferença de forças era eminente. O Nidorino fora jogado para longe. Enquanto o outro pokémon continuo intacto. Stan levantava-se devagar, ao fazer isso conseguiu escutar os dois garotos discutindo.
- Ágata, porque você fez isso? Sua idiota. – Disse o rapaz quase prestes a partir pra cima da garota.
- O idiota aqui é você! Trevor, você não viu? É só um garoto! – Disse ela não se deixando intimidar.
- Você e esse seu sentimentalismo barato. – Rebateu ele.
Algo pegou na blusa de Stan e o puxou, quando ele se virou deu de cara com Jon, o mesmo estava com uma cara de preocupado. E observava o garoto com um olhar severo.
- Stan, você não pode sumir assim, eu fiquei preocupado quando não te vi mais atrás de mim, estas florestas são perigosas, você não quer que aconteça no outro acampamento não é?
- Mas, mas. – Stan virou-se para tentar explicar porque havia parado, mais os dois meninos junto de seus pokémons já haviam sumido.
- Deixa pra lá. – Completou Jon. – Vamos, eles já estão quase chegando.
O menino então foi arrastado por certo tempo, até que se deparou com uma pequena praia, a água era de um verde escuro bem forte, e para chegar à areia seria preciso escalar algumas rochas que se encontravam no caminho. Foi nestas rochas que ele viu seus amigos sentados. Eles olhavam fixamente para o mar e ele fez o mesmo, aquilo não era deveras difícil, era uma paisagem linda e o ajudava a refletir sobre a cena que havia presenciado há pouco tempo.
Depois de algumas horas, quando a lua já se estabilizara no céu e as estrelas começavam a brilhar, um reboliço começou a acontecer nas águas do mar. Era como se golfinhos dez vezes mais velozes viessem em direção ao grupo, pouco tempo depois de observar o espetáculo aquático, Stan pode ver que um grupo de animais parecidos com ursos, só que um pouco mais esguios, saia da água. Eram na sua maioria grandes e alguns acompanhados por seus filhotes, estes estavam em suas costas. Sua coloração variava de um azul intenso na região das costas a um amarelo fosco no abdômen. As costas dos pokémons tinham uma pequena fenda rochosa a qual agora começava a brilhar e acender um fogo intenso. Stan pode ouvir Yuko cochichar baixinho.
- Typhlosion.
As costas dos pokémons começaram a arder de forma mais incandescente, Stan agora podia sentir a vibração que o fogo emanava.
- Vai começar. – Gritou Yuko pulando da pedra e correndo de volta ao acampamento.
- De novo não. – Lamentou-se Sam pulando da rocha para acompanhá-la.
Todos então voltaram para o acampamento, nenhum sinal dos dois garotos no caminho, aquela aparição no meio da tarde era realmente estranha. Quando chegaram à clareira onde estavam no inicio da manhã Yuko apontou para o céu. Nele se podia ver um rio astral de cor branca dançando pelo firmamento. Era realmente muito lindo. Algumas poucas vezes a cor se distanciava a um azul turquesa, seguido por um rosa fraco.
Já era madrugada quando as luzes começavam a cessar. O grupo agora estava se preparando para descansar, como os sacos de dormir preparados, todos ficaram observando o apagar da aurora no céu.
Quando Jon acordou, o sol ainda não havia se levantado, ele se pôs de pé, queria ver a partida dos Typlhosions e suas crias. Caminhou até a praia num ritmo calmo e lento. Chegou na hora exata. Os pokémons se preparavam para partir. O primeiro a pular na água foi o líder, depois foi seguido por uma dupla e logo após por um trio e assim sucessivamente. Formando-se um triangulo na água. Era uma cena esplêndida.
Jon já se preparava para ir embora quando ouviu de longe um zumbido fraco, curioso, foi ver a fonte do barulho. O som foi aumentando até se transformar em um choro audível aos ouvidos do garoto, atrás de um pequeno arbusto, estava um estranho Cyndaquil, digo estranho, pois no lugar da parte azul sua coloração era de um amarelo bebê, no lugar onde devia estar à cor amarela a pelugem era branca. O bebê Cyndaquil chorava, com certeza havia sido abandonado por ter nascido diferente. Mas Jon não o abandonaria. Pegou o pequenino tamanduá no colo, o mesmo se aconchegou em seu peito e os dois foram juntos em direção ao acampamento, Jon não sabia, mas em poucos minutos faria grandes descobertas.
Stan havia demorado mais que os outros a sair do caminhão, fora recomendado por Yuko e Jon que permanecesse ali por ao menos mais duas horas, a espera entediante terminou e ele se pôs para fora do veículo com a ajuda de Sam. Ele nem tentara tocar no assunto da explicação de sua simples resposta dada há pouco tempo. “Digamos que eu tive problemas com meu pai”. Dissera ele. - Se ele não se sente pronto para conversar sobre o assunto, ok, vamos dar o tempo necessário. - Pensou Stan.
Depois de sair do caminhão o menino deslumbrara uma paisagem reconfortante, estava em um pequeno vale cercado por árvores frutíferas de variadas espécies, no centro se encontrava um lago de cor azul-esverdeado, magnífico, era límpido e cercado por pequeninas pedras escuras. Yuko, percebendo a euforia do menino veio logo a dizer que ele deveria continuar sem fazer muitas peripécias, Stan então foi cabisbaixo até o lago e sentou-se, observando os pequenos peixes coloridos que nadavam calmamente na água do local.
Colocou as duas mãos como base e envergou seu tronco para que seu corpo fosse abastecido de energia solar, embebedando-se de vitamina D não percebeu que uma pequena formiga subia em sua mão, a mesma o picou fazendo com que se postasse em alerta rapidamente. Olhou para sua mão e viu que o local aonde havia sido picado estava com uma mancha vermelha, instantaneamente ele pôs ao ferimento na boca, numa tentativa frustrada de amenizar sua dor. Ainda sugando sua mão quando viu que Jon caminhava sorrindo em sua direção. O rapaz sentou ao lado de Stan com uma perna esticada e a outra flexionada apoiando seu antebraço, fazendo um triangulo rente a terra.
- Eu vi o que aconteceu. – Dizia ele rindo da situação. – Não precisa se preocupar, o efeito do veneno deste inseto vai passar rapidamente. – Completou ele, apontando para a mão que continuava sendo chupada.
Jon agora olhava para o lago, Stan seguiu seus olhos e viu que ele acompanhava o nadar de um peixe, era veloz, depois de algum tempo os dois perderam seu trajeto.
- Sabe, esse lago é chamado de Lago das Auroras. – Ele olhou para Stan e completou a afirmação com uma pergunta. – Alguma idéia do por que disso?
O garoto simplesmente balançou a cabeça negativamente, ainda com a ferida na mesma posição.
- Nessa época do ano, um certo pokémon do tipo fogo do segundo distrito migra para este lugar em busca de alimento e para, como posso dizer, ensinar esta tradição aos seus filhotes. Estes pokémons emitem um tipo diferente de radiação muito parecida com a radiação exercida pelo sol, só que em proporções muito menores. Esta radiação entra em contato com o campo gravitacional da Terra, provocando auroras neutras no céu até determinadas redondezas.
Ele agora estava na mesma posição em que Stan estava anteriormente, aproveitando-se dos raios solares.
- Como assim um pokémon do tipo fogo? Não sabia que os pokémons eram classificados por tipos. – Disse ele tirando a mão de sua boca, que agora apenas estava com um formigamento fraco.
- Sim, sim, o esquadrão achou por melhor classificá-los seguinte os seus poderes.
- Poderes? Classificação? Como assim? – Dizia o garoto empurrando as perguntas que viam saindo uma atrás da outra.
- Parece que você ainda tem muito a aprender. – Rebateu Jon com um sorriso simpático.
- Vou tentar explicar de uma maneira rápida pra você, os pokémons são classificados em diversos tipos seguintes os seus poderes, estes tipos são: Normal, Elétrico, Aquático, Rochoso, Macabro, Telepata, Fogo, Planta, Gelo, Voador, Inseto, Tóxico, Andróide, Noturno e Dragão. Alguns tipos, como os Dragões, são bem difíceis de se encontrar, enquanto outros como os Voadores, existem em qualquer lugar. Os poderes também são classificados nestas categorias, alguns pokémons podem ter poderes de duas categorias diferentes, por exemplo, um certo pokémon do tipo fogo tem dois pulmões, um por onde ele respira e outro onde é produzido o fogo que ele usa para se defender e caçar, do mesmo jeito ele tem garras e presas podendo desenvolver poderes do tipo normal. Quando um pokémon é bem treinado, ele pode obedecer ao seu dono por meio de comandos, é como se você desse um nome para o ataque do seu pokémon. Pode-se dizer então que as possibilidades de ataques são infinitas, só depende da criatividade do treinador e das habilidades do seu pokémon, tornando cada pokémon único e insubstituível.
Enquanto Jon falava, as lembranças voltavam de supetão a mente do menino, o fogo da Rapidash, o trovão do Pikachu na guilhotina, o fogo do Arcanine e o pequeno choque de cor azulada que seus Pikachus haviam dado no cão fazendo com que o mesmo se paralisasse.
Outra memória, uma muito mais antiga, também voltou naquele momento, uma vez em sua infância Stan havia visto seu padastro, Rerold, aplicando uma injeção em sua Rapidash, o menino era pequeno e não sabia direito o que estava acontecendo, ele só se lembrava de ouvir o padastro embebedado e gritando.
- Agora sim eu incendiarei o mundo! O mundo!
A última lembrança fez com que Stan perguntasse a Jon sobre aquele acontecido.
- Tem algum jeito de obrigar os pokémons a aprender determinado ataque?
Ao ouvir aquela pergunta a face de Jon se fechou, ele falou e um tom mais sério e firme.
- Sim... Na verdade é uma prática cruel. Existem determinados tipos de tóxicos que quando injetados em um pokémon fazem com que o seu corpo desenvolva o ataque que o treinador deseja, estes tóxicos são aplicados por meio de injeções, geralmente na parte da nuca do animal, mas na maioria das vezes esta pratica traz o óbito do pokémon. A não ser pelos pokémons andróides, por serem de metal não tem vida, então não a como infectá-los. Estes tóxicos são conhecidos no mercado negro como TM em homenagem ao seu criador, mas o esquadrão os classifica como AF, Ataques Forçados. É horrível fazer uma coisa destas, a dor que o pokémon sente é quase impossível de se suportar.
Os garotos ficaram em silêncios por algum tempo, até que Stan soltou outra pergunta.
- Se este pokémon que produz as auroras é do tipo fogo. Ele precisa nadar do segundo distrito até aqui, então ele não deveria “apagar” na água?
Jon soltou uma gargalhada estridente ao ouvir aquela pergunta.
- Este seu apagar, quer dizer uma certa fraqueza ao outro tipo? Sim isso também está certo. O tipo fogo tem alguma desvantagem sobre o tipo Aquático, mas este pokémon tem uma pele com uma camada dupla de gordura que o mantém o aquecido em seu trajeto, ele também tem uma abertura nas costas que apagada, retém calor, fazendo com que ele não sofra na sua vinda para cá.
A conversa dos dois foi interrompida por Will e Sam que agora chegavam perto dos garotos, cada um segurava uma vara de pescar, Will também segurava um balde no qual haviam as iscas, no ombro de Sam, Stan pode ver a coruja de olhos hipnotizantes, esta parecia tranquila e calma. Jon se levantou para juntar-se aos garotos, os três agora pescavam o almoço enquanto Yuko recolhia frutas nas árvores ao redor do vale, Stan então resolveu ajudá-la, ela não iria recusar e não seria um trabalho tão “forte” para a condição em que ele estava. Levantou-se então e caminhou até ela, pegou a cesta onde ela estava jogando as frutas e começou a caminhar de árvore em árvore ao seu lado.
O trabalho terminou uma hora depois de começado. Agora os meninos ajudavam a colocar a nova mesa, a antiga havia sido queimada no incêndio, a nova era pequena, mas aconchegante. O peixe fora colocado a mesa junto a uma travessa de arroz e de salada, os meninos se sentaram e um pouco longe dali Stan podia ver os Pikachus se alimentando de alguns peixes crus, o Hoothoot preferia as frutas que estavam na cesta. Foi uma tarde divertida e animada. Eles já haviam terminado de almoçar quando o pôr do sol apareceu e os presenteou com seu alaranjado sublime. De repente, sem mais nem menos, Yuko se pôs de pé e saiu em disparada em direção à floresta.
- Vamos logo, eles estão chegando. – Gritava ela ainda correndo.
- Ela é louca. – Disse Sam levantando e correndo em seu encalço.
Os outros meninos seguiram os passos dela e não sobraram alternativas a Stan a não ser ir também. Ele corria por último seguindo os passos de Jon, até que ouviu um estrondo vindo do lado esquerdo das árvores. Parou para ouvir melhor, andou em direção ao barulho e abaixou-se atrás de uma pequena moita, observando.
Ele via em sua frente um rapaz, parecia ter em tono de 18 anos, vestia uma calça preta e uma jaqueta da mesma cor, seus cabelos eram lisos e repicados até a orelha. Na sua frente se encontrava um pequeno rato roxo com as orelhas espinhadas, em sua testa Stan conseguiu ver algo parecido com um chifre. Atrás do menino sentada a sombra de uma árvore havia uma garota, esta tinha a pele pálida e o cabelo preto chanel e volumoso vinha até o seu pescoço. Vestia uma blusa preta simples com uma saia acinzentada. No lugar do seu olho esquerdo havia um tapa-olho branco e ao redor destes poderia se notar horríveis cicatrizes, algo parecido com garras...
A observação de Stan foi quebrada pela voz do garoto.
- Nidorino, vamos mais uma vez.
O pokémon, sem reclamar, ouvia a voz do seu treinador atentamente.
- Afaste-se mais desta vez e corra com todo o seu poder.
O animal se preparava para fazer o que seu mestre ordenou. Na sua frente havia uma pedra duas vezes maior que a sua altura. Ele se afastou até as extremidades do local e partiu em disparada, agora ele corria velozmente em direção a rocha, no meio do caminho ele saltou e fez com que seu corpo girasse, de seu chifre se podia ver uma pequena luz se formando, o giro ficou cada vez mais veloz até que não se conseguia ver o pokémon em meio ao movimento. Em poucos segundos a broca que se tornara o Nidorino havia acertado a rocha abrindo um buraco na mesma, o rato com o impacto foi jogado para longe, seu treinador deu um grito de fúria e depois se encaminhou para perto do pequeno monstro.
- Seu animal estúpido. – Disse ele dando um chute na barriga do pokémon. – Vamos levante-se. - Então ele começou uma sequência de chutes sem parar, até que o animal se levantou, machucado.
O pokémon, mesmo machucado, começou a rosnar e fungar freneticamente, ele olhava na direção de Stan com um olhar penetrante. Na mesma hora a menina que estava sentada falou numa voz calma e fria.
- Trevor, temos intrusos.
Agora os olhos do menino também se voltaram para Stan, o mesmo estava petrificado com a situação. O rapaz então começou a falar numa voz calma e descontraída.
- Então, por que não tentamos mais uma vez? Não é Nidorino?
O rato agora estava furioso, arrastava sua pata direita na terra como se estivesse participando de uma tourada. Afastou-se rapidamente e começou novamente sua corrida, Stan não pode fazer nada, ainda estava paralisado, colocou as duas mãos nos ouvidos e abaixou a cabeça. Quando o encontro estava prestes a acontecer ele ouviu.
- Gabite, proteja-o. – Era a mesma voz da menina que falara antes.
Stan não conseguiu ver direito, mas um projétil de seu tamanho se pôs a sua frente, a diferença de forças era eminente. O Nidorino fora jogado para longe. Enquanto o outro pokémon continuo intacto. Stan levantava-se devagar, ao fazer isso conseguiu escutar os dois garotos discutindo.
- Ágata, porque você fez isso? Sua idiota. – Disse o rapaz quase prestes a partir pra cima da garota.
- O idiota aqui é você! Trevor, você não viu? É só um garoto! – Disse ela não se deixando intimidar.
- Você e esse seu sentimentalismo barato. – Rebateu ele.
Algo pegou na blusa de Stan e o puxou, quando ele se virou deu de cara com Jon, o mesmo estava com uma cara de preocupado. E observava o garoto com um olhar severo.
- Stan, você não pode sumir assim, eu fiquei preocupado quando não te vi mais atrás de mim, estas florestas são perigosas, você não quer que aconteça no outro acampamento não é?
- Mas, mas. – Stan virou-se para tentar explicar porque havia parado, mais os dois meninos junto de seus pokémons já haviam sumido.
- Deixa pra lá. – Completou Jon. – Vamos, eles já estão quase chegando.
O menino então foi arrastado por certo tempo, até que se deparou com uma pequena praia, a água era de um verde escuro bem forte, e para chegar à areia seria preciso escalar algumas rochas que se encontravam no caminho. Foi nestas rochas que ele viu seus amigos sentados. Eles olhavam fixamente para o mar e ele fez o mesmo, aquilo não era deveras difícil, era uma paisagem linda e o ajudava a refletir sobre a cena que havia presenciado há pouco tempo.
Depois de algumas horas, quando a lua já se estabilizara no céu e as estrelas começavam a brilhar, um reboliço começou a acontecer nas águas do mar. Era como se golfinhos dez vezes mais velozes viessem em direção ao grupo, pouco tempo depois de observar o espetáculo aquático, Stan pode ver que um grupo de animais parecidos com ursos, só que um pouco mais esguios, saia da água. Eram na sua maioria grandes e alguns acompanhados por seus filhotes, estes estavam em suas costas. Sua coloração variava de um azul intenso na região das costas a um amarelo fosco no abdômen. As costas dos pokémons tinham uma pequena fenda rochosa a qual agora começava a brilhar e acender um fogo intenso. Stan pode ouvir Yuko cochichar baixinho.
- Typhlosion.
As costas dos pokémons começaram a arder de forma mais incandescente, Stan agora podia sentir a vibração que o fogo emanava.
- Vai começar. – Gritou Yuko pulando da pedra e correndo de volta ao acampamento.
- De novo não. – Lamentou-se Sam pulando da rocha para acompanhá-la.
Todos então voltaram para o acampamento, nenhum sinal dos dois garotos no caminho, aquela aparição no meio da tarde era realmente estranha. Quando chegaram à clareira onde estavam no inicio da manhã Yuko apontou para o céu. Nele se podia ver um rio astral de cor branca dançando pelo firmamento. Era realmente muito lindo. Algumas poucas vezes a cor se distanciava a um azul turquesa, seguido por um rosa fraco.
Já era madrugada quando as luzes começavam a cessar. O grupo agora estava se preparando para descansar, como os sacos de dormir preparados, todos ficaram observando o apagar da aurora no céu.
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Quando Jon acordou, o sol ainda não havia se levantado, ele se pôs de pé, queria ver a partida dos Typlhosions e suas crias. Caminhou até a praia num ritmo calmo e lento. Chegou na hora exata. Os pokémons se preparavam para partir. O primeiro a pular na água foi o líder, depois foi seguido por uma dupla e logo após por um trio e assim sucessivamente. Formando-se um triangulo na água. Era uma cena esplêndida.
Jon já se preparava para ir embora quando ouviu de longe um zumbido fraco, curioso, foi ver a fonte do barulho. O som foi aumentando até se transformar em um choro audível aos ouvidos do garoto, atrás de um pequeno arbusto, estava um estranho Cyndaquil, digo estranho, pois no lugar da parte azul sua coloração era de um amarelo bebê, no lugar onde devia estar à cor amarela a pelugem era branca. O bebê Cyndaquil chorava, com certeza havia sido abandonado por ter nascido diferente. Mas Jon não o abandonaria. Pegou o pequenino tamanduá no colo, o mesmo se aconchegou em seu peito e os dois foram juntos em direção ao acampamento, Jon não sabia, mas em poucos minutos faria grandes descobertas.
Última edição por Pokaabu em Ter 18 Dez 2012 - 19:40, editado 1 vez(es)
Pokaabu- Membro
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Data de inscrição : 02/07/2011
Re: O 6º Distrito - Stan
POR FAVOR LEIA
- Spoiler:
- Olá pessoas, bom, este capítulo vai ter como o narrador foco a personagem Ágata, ele acontece no mesmo tempo que o capítulo anterior, outra coisa é que a partir de agora os personagens focos vão mudar, sendo que essa mudança pra não parecer muito brusca vai ser separada uma linha:
Bom isso é tudo por enquanto, espero que curtam e comentem se não for cair a sua mão... PS: CHATIADO#
Capítulo 8 - Rejeitados.
Ela estava sentada abaixo de uma árvore, para ser mais exato uma macieira. A copa da árvore produzia uma penumbra altamente agradável naquele clima quente e úmido. Ágata tentava se concentrar no livro que estava lendo, era um drama romântico, mas sua tentativa de ler até agora estava sendo em vão, pois Trevor não parava de xingar o seu recente capturado Nidorino. As frases ditas pelo garoto eram rudes e permeava a dita boa educação, algo que com certeza não era o forte de Trevor. Ela não achava certo o que ele fazia ao pobre animal, mas resolveu recolhe-se ao silêncio, precisava dele, ao menos por enquanto.
Sua paciência estava reduzindo drasticamente, ele agora tentava ensinar uma sequência de golpes ao monstro na tentativa de ensinar um novo ataque. O rato chifrudo corria em direção a uma rocha e esta parecia ser bem dura. O novo poder parecia estar completo, só que para o menino isso não restava. Ele queria mais, mais e mais. Ágata não conseguiu manter-se atenta ao livro após o impacto, o mesmo fez o barulho estrondoso jogando o Nidorino para longe. Ela levantou à cabeça a procura do rato e acabou achando outra coisa. Em frente a ela, um pouco longe, escondido em densos arbustos estava um menino, aparentava ter quinze anos e estava assustado. As árvores o escondiam por completo, ele olhava para ela, não, ele olhava para seu tapa olho. - É sempre a primeira coisa que todos olham – Pensou ela. E isso trazia lembranças horríveis a Ágata, pois aquele dia ainda pairava em sua mente. Aquele dia, aquele dia sem dúvida ela nunca mais esqueceria.
Ágata tinha sete anos quando aconteceu. Ela morava em uma pequena vila do segundo distrito, sua casa era bonita com um estilo diferente das moradias da cidade grande, aconchegante assim como todas as casas da vila eram, o progresso parecia não ter chegado naquele local. Era manhã e ela brincava no jardim de sua casa junto ao seu amigo, um cachorrinho da raça Border Collie, era um filhotinho extremamente fofo, sua pelugem era panda, intercalando metade do corpo entre o preto e o branco. Atrás de sua casa se estendia uma grande floresta e foi lá que tudo aconteceu. Sua mãe planejava visitar seu avô no centro da cidade, mas Ágata não estava nem aí. Queria brincar com seu cãozinho sem parar. Ele agora latia freneticamente pedindo pra que a menina jogasse o frisbee, queria brincar de pegar. Ágata se afastou e usou toda a força que uma menina de sua idade poderia ter. O disco voou muito mais longe do que ela desejava, adentrando a floresta. O cachorro na mesma hora correu para o matagal, deixando a menina só.
Seus olhos agora se enchiam de lágrimas, e se seu cãozinho se perdesse? E se ele se machucasse? E com a inocência de uma criança ela correu para dentro das plantas, mal sabia ela que não seria o cão que acabaria se ferindo.
As árvores e o chão ficavam cada vez mais úmidos enquanto ela avançava, o cheiro era horrível também. A menina agora chorava enquanto andava, não tentava achar mais seu cãozinho, neste momento tentava achar o caminho de volta para casa. Seu pé doía pelo tempo em que estava na floresta, ela continuou andando até ouvir um barulho conhecido, era o som de choro de seu animal de estimação. A menininha seguiu o lamurio até chegar numa pequena clareira, quando viu a cena ela caiu de joelhos com os olhos esbugalhados, ao longe ela viu um percevejo humanóide agachado, ele era verde e tinha duas enormes pinças de metal no lugar dos braços. Sua boca estava com sangue e no chão estava somente a cabeça do cachorro sem seu corpo. A cabeça olhava para a menina e ela chorava desesperadamente, Ágata começou a gritar de repente, era de se esperar, pois aquilo era muito para os olhos de uma criança. Os olhos.
Com o grito ela acabou chamando a atenção do pokémon, o Scyther não pensou duas vezes e avançou até ela com o zumbido amedrontador de sua asas. O inseto se preparava para cortar a menina com sua lâmina afiada, ele era rápido, mais algo fez com que a garota esquivasse daquele ataque. A lâmina iria passar por seu pescoço, mas por reflexo ela se afastou. O corte foi rápido, tão rápido que parecia nem ter acontecido. O metal rasgou totalmente seu olho esquerdo, mas ela ainda conseguia enxergar turvamente. Seu corpo levou sua mão automaticamente ao ferimento e ela correu. Ela ouviu por um tempo o zumbido das asas atrás de si, mas depois desapareceu, Ágata disparava a toda velocidade a sua frente com o sangue caindo como lágrimas de seu olho.
Por sorte a menina conseguiu chegar de volta ao seu lar. Ela ofegava. Correu para dentro da casa gritando por sua mãe, a mulher ao ver sua filha naquele estado ficou totalmente pálida. Ágata só pode ouvir algo sobre seu avô e médicos antes de desmaiar.
Quando acordou estava sonolenta. Encontrava-se em um quarto branco cercado por aparelhos dos mais variados tamanhos. Seu olho esquerdo estava enfaixado e não doía mais, seu corpo estava anestesiado e ela não conseguia se mexer. Ela ainda analisava a situação quando alguém entrou no quarto. Era seu avô, um homem de aparência jovial para a idade que tinha, suas rugas eram bem escondidas quase não sendo vistas, ele vestia um jaleco branco e uma calça jeans. Seu avô era o que mais havia de parecido com um médico na cidade. O governo não estava nem aí pro local, o deixando a revelia e sem cuidados. O velho sentou em uma banqueta ao lado de Ágata e suspirou, ele começou a conversar com a menina enquanto desenfaixava a parte esquerda de sua cabeça.
- Olá Ágata, você cresceu muito desde a última vez que te vi, agora já é uma mocinha. – Ele sorriu. – Bom, eu não sei bem o que aconteceu querida, mas o seu olho iria ser perdido, ele estava apodrecendo rapidamente e a mesma coisa começava a passar para sua outra vista. – O homem parou, olhando para o rosto recém desenfaixado. – Ágata, o que eu fiz em você não é algo tão novo, foi uma coisa que aprendi enquanto visitava aldeias indígenas, eles desenvolveram um modo de transplantar olhos, é um método um tanto quanto selvagem, eles o usam para mostrar o quanto um guerreiro é forte o presenteando com a íris de algum animal selvagem ou até de um pokémon. E foi isso que eu fiz com você. Minha neta fique ciente que eu fiz isso por amor. Você ficaria cega se o vírus continuasse em seu corpo. Agora você tem um novo olho, agora você tem o olho de um pokémon. O olho de um Gabite.
Foi ai que o olho esquerdo da menina se abriu por completo. No lugar aonde havia uma Iris negra estava uma amarela ouro, o contraste com sua pele o deixava lindo. Ágata percebeu que com seu novo olho enxergava tudo em tons de amarelo. O novo órgão também havia aguçados seus sentidos, pois a qualquer simples barulho ele se movia para a região que ocorria. Ela se concentrou no teto, tentando aceitar sua nova condição e foi aí que aconteceu. Enquanto ela olhava percebeu que ele desaparecia e como pequenas manchas de tintas ele conseguia enxergar o as nuvens do céu. Ela olhava através do teto.
Ágata fez questão de ver o Gabite que havia a cedido o olho. Os dois tiveram uma atração mútua assim que se viram. E então quando teve alta, aquele se tornou seu novo amigo.
Depois do acontecido o pokémon e a menina não saiam com tanta frequência de casa. Sua mãe ficava em vigilância constante e quando saiam era recebidos por olhares desconfiados das pessoas nas ruas. Ágata passou a ser conhecida como “A estranha” em sua escola. E isso foi se tornando pior a cada ano que se passava.
Ao completar dezesseis anos a menina fugiu. Fugiu, pois não aguentava mais aquela indiferença. Odiava seu avô pelo o que fez mesmo sabendo que a culpa não havia sido dele, foi sem rumo para uma cidade vizinha, lá, dentro de um bar foi quando conheceu Trevor. O menino também estava fugido e foi até ela tentando cantá-la. O “papo cadastro” correu e eles perceberam que tinham muito em comum, inclusive um fato muito importante. Vingança! Os dois prometeram um ajudar ao outro, mas Ágata não iria ficar com ele por muito tempo. O garoto era chato e prepotente, mas por enquanto servia para seus objetivos.
Ela ficava irritada por ver que aqueles pensamentos ainda assolavam por sua mente. O menino ainda olhava pra ela, irritada elevou sua voz o anunciando para Trevor.
- Trevor, temos intrusos.
O garoto automaticamente se virou para o lugar em que Ágata olhava. Ali, o menino que antes se mostrava escondido levantou assustado. Trevor reanimou seu pokémon, era incrível como ele o obedecia, ele havia capturado o Nidorino logo depois de um estranho tê-lo dado uma vacina na floresta, a cápsula pokémon que ele usou era roubada, Ágata não sabia como mas sua bolsa estava cheia delas. Estas cápsulas são extremamente difíceis de conseguir, são de exclusividade do esquadrão. Mas o menino as tinha e sabia como usar.
Agora o rato estava de pé e raivoso. Seu treinador o atiçava contra o menino que estava agora estupefato. Ágata já estava cansada das maldades desnecessárias de Trevor, primeiro ele roubou um barco pra chegar até aqui e nunca contava nada a ela sobre seus planos, ela já estava cheia. Não teve tempo de levantar para falar pra ele se acalmar, o pokémon roxo já disparava em forma de broca em direção ao intruso. Ela não iria deixar ele continuar com isso.
- Gabite, proteja-o. – Ela tentou usar a voz mais forte e firme que conseguiu arrumar na hora.
O dragão bípede se pôs na frente do menino na mesma hora, então tudo aconteceu muito rápido. Seu olho de dragão viu que outro garoto chegava perto da confusão, rapidamente ela puxou Trevor para trás de uma das árvores. Os pokémons percebendo a ação de seus respectivos mestres também se esconderam. Ágata via através do tronco os meninos se afastarem, quando eles estavam a uma distancia segura ela se virou para Trevor com uma voz autoritária:
- Vamos segui-los.
O menino não disse nada, somente balançou a cabeça positivamente e os dois saíram de traz do esconderijo. Seguiram os dois até derem de cara com uma praia, quando se deram por si, os dois meninos haviam se encontrado com um grupo. Dentre o garoto viu uma pessoa que ele parecia conhecer. Sua face mudava de branco para um vermelho vivo e enfurecido. Ele simplesmente abaixou a cabeça e com o punho fechado falou:
- A partir de agora. Nós vamos segui-los, não importa aonde eles forem.
Novamente sem perguntar nada a ela. Resolveu não falar nada, mas a vontade que tinha era arrancar o pescoço do garoto e jogar no mar. O grupo se preparava para ir embora o que fez com que Trevor e Ágata se escondessem o mais rápido possível. Por pouco não foram pegos. Os dois os seguiram, eles eram rápidos, fazendo com que os dois adolescentes perdessem o seu encalço. Depois de muito procurar pela floresta encontraram uma abertura para a estrada, nesta se encontrava um lago e ao redor um acampamento estava montado. Quatro meninos e uma mulher dormiam, eram eles. Ágata e Trevor, exaustos, resolveram repetir o gesto, ao relento, adormeceram.
Sua paciência estava reduzindo drasticamente, ele agora tentava ensinar uma sequência de golpes ao monstro na tentativa de ensinar um novo ataque. O rato chifrudo corria em direção a uma rocha e esta parecia ser bem dura. O novo poder parecia estar completo, só que para o menino isso não restava. Ele queria mais, mais e mais. Ágata não conseguiu manter-se atenta ao livro após o impacto, o mesmo fez o barulho estrondoso jogando o Nidorino para longe. Ela levantou à cabeça a procura do rato e acabou achando outra coisa. Em frente a ela, um pouco longe, escondido em densos arbustos estava um menino, aparentava ter quinze anos e estava assustado. As árvores o escondiam por completo, ele olhava para ela, não, ele olhava para seu tapa olho. - É sempre a primeira coisa que todos olham – Pensou ela. E isso trazia lembranças horríveis a Ágata, pois aquele dia ainda pairava em sua mente. Aquele dia, aquele dia sem dúvida ela nunca mais esqueceria.
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Ágata tinha sete anos quando aconteceu. Ela morava em uma pequena vila do segundo distrito, sua casa era bonita com um estilo diferente das moradias da cidade grande, aconchegante assim como todas as casas da vila eram, o progresso parecia não ter chegado naquele local. Era manhã e ela brincava no jardim de sua casa junto ao seu amigo, um cachorrinho da raça Border Collie, era um filhotinho extremamente fofo, sua pelugem era panda, intercalando metade do corpo entre o preto e o branco. Atrás de sua casa se estendia uma grande floresta e foi lá que tudo aconteceu. Sua mãe planejava visitar seu avô no centro da cidade, mas Ágata não estava nem aí. Queria brincar com seu cãozinho sem parar. Ele agora latia freneticamente pedindo pra que a menina jogasse o frisbee, queria brincar de pegar. Ágata se afastou e usou toda a força que uma menina de sua idade poderia ter. O disco voou muito mais longe do que ela desejava, adentrando a floresta. O cachorro na mesma hora correu para o matagal, deixando a menina só.
Seus olhos agora se enchiam de lágrimas, e se seu cãozinho se perdesse? E se ele se machucasse? E com a inocência de uma criança ela correu para dentro das plantas, mal sabia ela que não seria o cão que acabaria se ferindo.
As árvores e o chão ficavam cada vez mais úmidos enquanto ela avançava, o cheiro era horrível também. A menina agora chorava enquanto andava, não tentava achar mais seu cãozinho, neste momento tentava achar o caminho de volta para casa. Seu pé doía pelo tempo em que estava na floresta, ela continuou andando até ouvir um barulho conhecido, era o som de choro de seu animal de estimação. A menininha seguiu o lamurio até chegar numa pequena clareira, quando viu a cena ela caiu de joelhos com os olhos esbugalhados, ao longe ela viu um percevejo humanóide agachado, ele era verde e tinha duas enormes pinças de metal no lugar dos braços. Sua boca estava com sangue e no chão estava somente a cabeça do cachorro sem seu corpo. A cabeça olhava para a menina e ela chorava desesperadamente, Ágata começou a gritar de repente, era de se esperar, pois aquilo era muito para os olhos de uma criança. Os olhos.
Com o grito ela acabou chamando a atenção do pokémon, o Scyther não pensou duas vezes e avançou até ela com o zumbido amedrontador de sua asas. O inseto se preparava para cortar a menina com sua lâmina afiada, ele era rápido, mais algo fez com que a garota esquivasse daquele ataque. A lâmina iria passar por seu pescoço, mas por reflexo ela se afastou. O corte foi rápido, tão rápido que parecia nem ter acontecido. O metal rasgou totalmente seu olho esquerdo, mas ela ainda conseguia enxergar turvamente. Seu corpo levou sua mão automaticamente ao ferimento e ela correu. Ela ouviu por um tempo o zumbido das asas atrás de si, mas depois desapareceu, Ágata disparava a toda velocidade a sua frente com o sangue caindo como lágrimas de seu olho.
Por sorte a menina conseguiu chegar de volta ao seu lar. Ela ofegava. Correu para dentro da casa gritando por sua mãe, a mulher ao ver sua filha naquele estado ficou totalmente pálida. Ágata só pode ouvir algo sobre seu avô e médicos antes de desmaiar.
Quando acordou estava sonolenta. Encontrava-se em um quarto branco cercado por aparelhos dos mais variados tamanhos. Seu olho esquerdo estava enfaixado e não doía mais, seu corpo estava anestesiado e ela não conseguia se mexer. Ela ainda analisava a situação quando alguém entrou no quarto. Era seu avô, um homem de aparência jovial para a idade que tinha, suas rugas eram bem escondidas quase não sendo vistas, ele vestia um jaleco branco e uma calça jeans. Seu avô era o que mais havia de parecido com um médico na cidade. O governo não estava nem aí pro local, o deixando a revelia e sem cuidados. O velho sentou em uma banqueta ao lado de Ágata e suspirou, ele começou a conversar com a menina enquanto desenfaixava a parte esquerda de sua cabeça.
- Olá Ágata, você cresceu muito desde a última vez que te vi, agora já é uma mocinha. – Ele sorriu. – Bom, eu não sei bem o que aconteceu querida, mas o seu olho iria ser perdido, ele estava apodrecendo rapidamente e a mesma coisa começava a passar para sua outra vista. – O homem parou, olhando para o rosto recém desenfaixado. – Ágata, o que eu fiz em você não é algo tão novo, foi uma coisa que aprendi enquanto visitava aldeias indígenas, eles desenvolveram um modo de transplantar olhos, é um método um tanto quanto selvagem, eles o usam para mostrar o quanto um guerreiro é forte o presenteando com a íris de algum animal selvagem ou até de um pokémon. E foi isso que eu fiz com você. Minha neta fique ciente que eu fiz isso por amor. Você ficaria cega se o vírus continuasse em seu corpo. Agora você tem um novo olho, agora você tem o olho de um pokémon. O olho de um Gabite.
Foi ai que o olho esquerdo da menina se abriu por completo. No lugar aonde havia uma Iris negra estava uma amarela ouro, o contraste com sua pele o deixava lindo. Ágata percebeu que com seu novo olho enxergava tudo em tons de amarelo. O novo órgão também havia aguçados seus sentidos, pois a qualquer simples barulho ele se movia para a região que ocorria. Ela se concentrou no teto, tentando aceitar sua nova condição e foi aí que aconteceu. Enquanto ela olhava percebeu que ele desaparecia e como pequenas manchas de tintas ele conseguia enxergar o as nuvens do céu. Ela olhava através do teto.
Ágata fez questão de ver o Gabite que havia a cedido o olho. Os dois tiveram uma atração mútua assim que se viram. E então quando teve alta, aquele se tornou seu novo amigo.
Depois do acontecido o pokémon e a menina não saiam com tanta frequência de casa. Sua mãe ficava em vigilância constante e quando saiam era recebidos por olhares desconfiados das pessoas nas ruas. Ágata passou a ser conhecida como “A estranha” em sua escola. E isso foi se tornando pior a cada ano que se passava.
Ao completar dezesseis anos a menina fugiu. Fugiu, pois não aguentava mais aquela indiferença. Odiava seu avô pelo o que fez mesmo sabendo que a culpa não havia sido dele, foi sem rumo para uma cidade vizinha, lá, dentro de um bar foi quando conheceu Trevor. O menino também estava fugido e foi até ela tentando cantá-la. O “papo cadastro” correu e eles perceberam que tinham muito em comum, inclusive um fato muito importante. Vingança! Os dois prometeram um ajudar ao outro, mas Ágata não iria ficar com ele por muito tempo. O garoto era chato e prepotente, mas por enquanto servia para seus objetivos.
***
***
Ela ficava irritada por ver que aqueles pensamentos ainda assolavam por sua mente. O menino ainda olhava pra ela, irritada elevou sua voz o anunciando para Trevor.
- Trevor, temos intrusos.
O garoto automaticamente se virou para o lugar em que Ágata olhava. Ali, o menino que antes se mostrava escondido levantou assustado. Trevor reanimou seu pokémon, era incrível como ele o obedecia, ele havia capturado o Nidorino logo depois de um estranho tê-lo dado uma vacina na floresta, a cápsula pokémon que ele usou era roubada, Ágata não sabia como mas sua bolsa estava cheia delas. Estas cápsulas são extremamente difíceis de conseguir, são de exclusividade do esquadrão. Mas o menino as tinha e sabia como usar.
Agora o rato estava de pé e raivoso. Seu treinador o atiçava contra o menino que estava agora estupefato. Ágata já estava cansada das maldades desnecessárias de Trevor, primeiro ele roubou um barco pra chegar até aqui e nunca contava nada a ela sobre seus planos, ela já estava cheia. Não teve tempo de levantar para falar pra ele se acalmar, o pokémon roxo já disparava em forma de broca em direção ao intruso. Ela não iria deixar ele continuar com isso.
- Gabite, proteja-o. – Ela tentou usar a voz mais forte e firme que conseguiu arrumar na hora.
O dragão bípede se pôs na frente do menino na mesma hora, então tudo aconteceu muito rápido. Seu olho de dragão viu que outro garoto chegava perto da confusão, rapidamente ela puxou Trevor para trás de uma das árvores. Os pokémons percebendo a ação de seus respectivos mestres também se esconderam. Ágata via através do tronco os meninos se afastarem, quando eles estavam a uma distancia segura ela se virou para Trevor com uma voz autoritária:
- Vamos segui-los.
O menino não disse nada, somente balançou a cabeça positivamente e os dois saíram de traz do esconderijo. Seguiram os dois até derem de cara com uma praia, quando se deram por si, os dois meninos haviam se encontrado com um grupo. Dentre o garoto viu uma pessoa que ele parecia conhecer. Sua face mudava de branco para um vermelho vivo e enfurecido. Ele simplesmente abaixou a cabeça e com o punho fechado falou:
- A partir de agora. Nós vamos segui-los, não importa aonde eles forem.
Novamente sem perguntar nada a ela. Resolveu não falar nada, mas a vontade que tinha era arrancar o pescoço do garoto e jogar no mar. O grupo se preparava para ir embora o que fez com que Trevor e Ágata se escondessem o mais rápido possível. Por pouco não foram pegos. Os dois os seguiram, eles eram rápidos, fazendo com que os dois adolescentes perdessem o seu encalço. Depois de muito procurar pela floresta encontraram uma abertura para a estrada, nesta se encontrava um lago e ao redor um acampamento estava montado. Quatro meninos e uma mulher dormiam, eram eles. Ágata e Trevor, exaustos, resolveram repetir o gesto, ao relento, adormeceram.
Última edição por Pokaabu em Ter 18 Dez 2012 - 19:42, editado 4 vez(es)
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