Pokémon Mythology
Olá, visitante! Você pode aproveitar mais o fórum se conectando ou registrando!

Conte uma história, poste uma arte ou um vídeo! Confira os guias de jogos, tire suas dúvidas e compartilhe sua jogatina. Disputa batalhas online com jogadores e participe dos RPGs. Converse sobre qualquer coisa, poste memes, faça novos amigos!
Seja bem-vindo!

Aproveite e entre em nosso Discord está na barra de menu!

O 6º Distrito - Stan - Página 3 Pikalove


Participe do fórum, é rápido e fácil

Pokémon Mythology
Olá, visitante! Você pode aproveitar mais o fórum se conectando ou registrando!

Conte uma história, poste uma arte ou um vídeo! Confira os guias de jogos, tire suas dúvidas e compartilhe sua jogatina. Disputa batalhas online com jogadores e participe dos RPGs. Converse sobre qualquer coisa, poste memes, faça novos amigos!
Seja bem-vindo!

Aproveite e entre em nosso Discord está na barra de menu!

O 6º Distrito - Stan - Página 3 Pikalove
Pokémon Mythology
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.

O 6º Distrito - Stan

+12
Mag
firewall38
DarkZoroark
Mikh
#Tabs
Black~
Rush
Lee Angels
Sally
Rafamix
~Wind
Pokaabu
16 participantes

Página 3 de 4 Anterior  1, 2, 3, 4  Seguinte

Ir para baixo

O 6º Distrito - Stan - Página 3 Empty Re: O 6º Distrito - Stan

Mensagem por Rush Qui 13 Dez 2012 - 10:21

Bom dia, Pokaabu!

Well, o que dizer? Fantástico como sempre. Adorei a anatomia que você colocou, realmente sempre admirei Pokémons pois imaginava eles como criaturas realisticas, e você conseguiu fortalecer essa admiração que eu tenho por eles. Gostei de seus detalhes sobre os Pokémons do tipo fogo e água, deixando-os bem 'vivos'.

Também adorei o fato de você colocar Pokémons como seres únicos. Assim como minha fic, que tento deixá-los únicos para ter uma incrivel diversidade deles.

Well, no início achei estranho com a falta de detalhes você descreveu o Alakazam, mas depois me apeguei bastante com o mesmo com a sua escrita e a imagem postada no início.

Não vi pontos negativos, sua FF está excelente! Estou curioso com o passar da estória, o suspense foi muito bem colocado.

É isso, aguardo o próximo capítulo! Até mais, abraço!


~Rush
Rush
Rush
Membro
Membro

Masculino Idade : 29
Alerta Alerta :
O 6º Distrito - Stan - Página 3 Left_bar_bleue0 / 100 / 10O 6º Distrito - Stan - Página 3 Right_bar_bleue

Data de inscrição : 10/06/2012

Frase pessoal : Agora você não tem mais waifu!


Ir para o topo Ir para baixo

O 6º Distrito - Stan - Página 3 Empty Re: O 6º Distrito - Stan

Mensagem por DarkZoroark Ter 18 Dez 2012 - 5:33

Pokaabu o/
Desculpa essa demora para o comentário sair, mas finalmente está aqui. Apesar de serem férias, ainda tenho alguns assuntos pendentes para tratar e isso dificulta um pouco comentar a todo momento.
Quanto ao capítulo, devo admitir que adorei o mesmo. A batalha deles contra os piratas foi realmente muito bem feita. Gostei do fato de usares um Nidorino na fanfic, algo que poucas vezes vi. A maneira com que você descreveu-o me deu uma nova visão sobre o mesmo. Como o Rush disse, o suspense está muito bem instalado na história, fazendo-a ainda mais emocionante. Achei meio estranho o Sam ficar com medo de um Alakazam e entediado com xadrez, mas ainda assim bem legal (Não gosto muito do Pokémon em si, mas do jogo eu sou muito fã).
Achei dois erros desta vez:
A reação de Tecor foi cair na gargalhada, o que deixou Stan muito irritado.
Faltou um "r" em "Trecor". O segundo foi que colocaste duas vezes o trecho da batalha contra os piratas na fanfic.
Bom, é isso. Espero seu próximo capítulo

________________
Dark Zoroark
O 6º Distrito - Stan - Página 3 Tumblr_ohascvRi2P1qemk2io3_500
DarkZoroark
DarkZoroark
Membro
Membro

Masculino Idade : 27
Alerta Alerta :
O 6º Distrito - Stan - Página 3 Left_bar_bleue0 / 100 / 10O 6º Distrito - Stan - Página 3 Right_bar_bleue

Data de inscrição : 11/04/2011

Frase pessoal : Let's Play!


Ir para o topo Ir para baixo

O 6º Distrito - Stan - Página 3 Empty Re: O 6º Distrito - Stan

Mensagem por Umbreon_NICE Ter 15 Jan 2013 - 0:10

Bem, eu li esse último capítulo alguns dias atrás, e não tive tempo de comentar a respeito dele, mas vamos lá. Cara, seus capítulos são incriveis, e sua escrita é maravilhosa, você sem duvida é um ótimo escritor, sua narração é impressionante e a sua descrição facilita muito a imaginação do leitor. Gostei bastante da sua escrita. Além disso, não achei nenhum erro ortográfico. A história parece ser bem interessante também, e parece que vai ter um romance entre Stan e Ágata, espero ver um amor bem explorado ai. E um final feliz pra eles. Quando eu li que teria uma caçada pokémon, nunca imaginei que seria pra vacinação, sério q. Enfim, gostei muito da fic, e talvez eu acompanhe ela. Vlw.

________________
O 6º Distrito - Stan - Página 3 SDxZ19i
Umbreon_NICE
Umbreon_NICE
Membro
Membro

Masculino Idade : 25
Alerta Alerta :
O 6º Distrito - Stan - Página 3 Left_bar_bleue0 / 100 / 10O 6º Distrito - Stan - Página 3 Right_bar_bleue

Data de inscrição : 05/07/2010

Frase pessoal : COMUNISMO ANTI SOCIAL


Ir para o topo Ir para baixo

O 6º Distrito - Stan - Página 3 Empty Re: O 6º Distrito - Stan

Mensagem por Pokaabu Qui 17 Jan 2013 - 20:47

Umb, obrigado pelo seu comentário espero, sinceramente, que você acompanhe.

Nesse capítulo as coisas vão começar a ficar um pouco mais sérias, se você já assistiu HunterxHunter vai perceber algumas passagens familiares, eu me inspirei no anime para escrever esse arco.

A Anatomia dos Pokémons
.


O 6º Distrito - Stan - Página 3 Aanatomiapokmon



TIPO ELÉTRICO

Os pokémons do tipo elétrico são animais modificados geneticamente para captar os campos eletromagnéticos ao seu redor. Em seu interior, interligado ao todos os seus órgãos internos, está uma pequena bolsa que capta a eletricidade produzida a cada movimento exercido pelo seu corpo. Essas criaturas são totalmente instáveis, quando a energia é acumulada tempo demais pode trazer o óbito ao pokémon. Por conta disso e outros motivos econômicos os distritos acharam melhor usar os monstrinhos para abastecer pequenas vilas e cidades, os mantendo fora do alcance das pessoas.

ANDRÓIDES

Os andróides são os primeiros tipos de pokémons criados, não são biologicamente vivos. São robôs. Basicamente, foram criados para invasão em massa aos outros distritos. Propondo uma guerra direta e arrasadora, a tecnologia usada na produção destes pokémons é muito avançada e até hoje é estudada pelos cientistas do esquadrão.

Capítulo 13 – O Primeiro Teste

O 6º Distrito - Stan - Página 3 Captulo13


Era noite, De algum jeito Trevor havia conseguido um quarto em um hotel maravilhoso. Não por coincidência, era o mesmo hotel onde estava o grupo que ele teimava em perseguir. Ágata já tinha tomado sua decisão, iria voltar para casa. Havia pensado o dia todo sobre isso, em sua cabeça rodavam diversas perguntas “O que aquela viagem sem sentido estava trazendo de bom pra ela?” Nada. “O que uma vingança sem sentido traria para ela?” Culpa. Apesar de tudo, estava feliz de o tempo fora de casa a ter feito crescer e amadurecer a ponto de chegar a essas conclusões.

Ágata vestia-se com uma jaqueta e uma calça longa e grossa, estava frio.

Ela ouviu o barulho da maçaneta se virando. Trevor entrou no enorme quarto com um copo de milk shake na mão. Ele não usava mais o sobretudo preto, uma calça jeans e uma blusa branca completavam sua vestimenta, seus músculos se acentuavam no novo conjunto. Vendo-o com essa roupa ela começou a perceber a notória diferença de idade entre os dois. Ela precisava se concentrar. Depois de o garoto entrar, a menina pigarreou e tentou manter sua voz o mais firme possível.

- Precisamos conversar. – Ela mantinha os olhos fixos nele, não dando margem a uma resposta negativa.

- Manda ai. – Respondeu ele, sem nenhum interesse no que a menina estava para dizer.

- Eu vou embora. – Decidiu ser objetiva, deixando de lado aquele papo de despedida, não sentiria falta dele e ele menos ainda dela.

Ágata olhou para Trevor enquanto ele sentava na cama, um sorriso maldoso surgiu em seus lábios, ele abaixou e balançou a cabeça negativamente.

- A, não vai não. – Ele olhava diretamente para ela agora. – Não vai mesmo.

- O quê? Quem você pensa que é? Idiota. – Ela levantou e pegou sua mochila que já estava com seus poucos pertences, caminhou em direção a porta, mas foi parada bruscamente por uma pegada em seu braço. Trevor a puxou com violência e jogou de volta a cama.

- Você não vai. – Continuou ele. – Eu ainda preciso de você.

Ela estava confusa com as palavras que acabara de ouvir, olhava pra ele enquanto enfiava a mão no bolso de sua jaqueta para pegar a cápsula pokémon do Gabite, mas ela não estava lá.

- Está procurando por isso? – Ele levantou a mão onde se encontrava o dispositivo. Ágata se apressou a recuperar seu amigo, mas foi parada pela mão de Trevor, ele fazia sinal para ela se acalmar. - Eu preciso de você para pega-lo. O garoto da floresta lembra? Então, ele é importante, apesar de tudo, você acabou conquistando ele sem eu precisar falar nada com você.

Ela não estava entendendo mais nada, sabia que Trevor estava atrás do grupo, só não sabia porque em especial ele o queria.

- Por que ele? – Resolveu arriscar, Trevor estava no controle e ele era o tipo de pessoa que adorava estar no controle de tudo, soltaria mais informações enquanto ela se mantivesse submissa. Depois de ouvir a pergunta, o sorriso do garoto se abriu ainda mais.

- Ele sabe de uma coisa que a organização precisa, então, eu preciso pega-lo. – Ágata fez uma cara de curiosidade, que foi acompanhada por Trevor, o garoto percebeu que estava falado demais.

- Organização? - As palavras saíram sozinhas de sua boca, aquilo tudo era demais pra ela, agarrou a mochila e avançou para recuperar seu Gabite, mas o garoto reagiu de um modo que ela não imaginava. Em um movimento rápido ele puxou uma arma estranha de sua cintura e pulou em cima de Ágata antes que ela pudesse levantar, seu corpo estava colado com o dela, ele se posicionou na sua frente, não deixando brechas para ela escapar. Podia sentir sua respiração em seu pescoço, ele abaixou os lábios até sua orelha, a garota ofegava, em sussurro ele começou a dizer. – Você vai me ajudar a pegá-lo, nem que seja na força, mas você vai. - A estranha arma roçava em seu abdômen, não queria demonstrar medo, não tinha medo dele. – Você não pode me obrigar a ficar aqui. – Ele sorriu, seus cabelos caíram sobre seus olhos o deixando com uma expressão demoníaca. – Eu acho que posso, já que você quer assim, vamos começar então. – Ele se levantou ainda com a arma apontada para ela. – Número um. – Ele fez o sinal do número com a mão – Você está ilegal aqui. – A, grandes coisas, ela pensou. – Número dois, eu sei o que você fez na sua antiga cidade. – Ela gelou antes de responder, ele percebeu. – Eu não fiz nada, o que você está querendo dizer. – Ela avançou com fúria pra cima dele, mas a cena se repetiu, agora ele estava em cima dela novamente, dessa vez antes de abaixar os lábios a sua orelha, ele afagou seu rosto contra o rosto dela, Ágata não acreditava que aquilo estava acontecendo. – Eu sei o que você fez; você matou um garoto da sua escola que zombava de você, não foi? Não minta, eu sei de tudo sobre a sua vida. – Ela estava petrificada, como ele poderia saber disso, ela tentava esquecer-se disso todos os dias, pensar que nada havia acontecido, que tudo não passava de um acidente. – Isso é mentira! – Ela gritou e pulo em cima dele, mas ele era mais forte, pressionou ainda mais a arma contra sua barriga e tampou sua boca, outro afago em seu rosto, agora com um beijo, Ágata estava ofegante. – Um telefonema, e sua mãe morre. – Não, ela pensou, isso não podia estar acontecendo, ele era só um idiota que ela conheceu em um bar enquanto fugia de casa. Trevor estava totalmente no controle agora, Ágata podia sentir de longe e excitação do rapaz, estava com medo do que ele poderia fazer com ela, se ele tocasse nela... Seu breve pensamento foi interrompido pelo sussurrar doce do garoto em seu ouvido

Sabe aquelas histórias que sua mãe te contava quando criança, as do sexto distrito?

Ele flexionava ainda mais se rosto contra o dela.

- Sabe as histórias sobre o projeto pokémon, a organização envolvida em criar os monstros?

Ele deu um beijo em seu rosto, Ágata estremeceu.

- Ela ainda existe.

Os olhos de Ágata se esbugalharam, impossível, impossível, ela chorava e olhava para ele, o desejo estampado em sua face. – Então, você vai me ajudar, quer você queira, ou não.

Ele a largou. Era tudo uma encenação, pensou, para deixá-la com medo. E ele havia conseguido. Ágata estava com os joelhos flexionados e os braços entrelaçados nas pernas, as lagrimas caiam sem sua permissão, seu tapa-olho estava completamente molhado agora. O garoto chamou sua atenção com um grito somente para fazer um gesto com as mãos, ele queria dizer que ficaria com o Gabite.

Ela o mataria, ela o mataria nem que isso custasse sua própria vida.

***


***

Stan saia do hotel acompanhado por Castor e Pólux. A neve que caia sem parar cobria toda a cidade, enquanto Yuko os guiava ele pode ver como o local estava mais bonita que o dia anterior, o branco da neve dava um uniformidade as ruas e calçadas, a ausência de cor limpava, dando uma sensação de paz sem intenção. Algumas crianças brincavam em seus trenós puxados por seus pais, outras guerreavam com pequenas bolinhas de neve, acompanhadas por seus cachorros que latiam e corriam felizes sem se preocupar com nada. Stan agora observava a reação do grupo, Will andava ao lado de Jon conversando como sempre, só que o outro rapaz não parecia prestar atenção, Jon balançava a cabeça positivamente para tudo que ouvia. Sam também parecia pensativo, mas foi Jon que tomou a iniciativa e falou:

- Preciso voltar ao hotel. – Ele olhava estranhamente para Yuko – Eu esqueci uma coisa.

A mulher não o questionou, não falou nada na verdade, apenas apontava euforicamente para as tendas ornamentadas. Jon sumiu enquanto o grupo parou em uma das barracas, o cheiro que ela exalava era inebriante, algo salgado mais extremamente suave, um odor que quando chega as narinas faz com que a maioria das pessoas fechem os olhos e respirem fundo, sugando tudo de uma vez. Stan não aguentou e entrou rapidamente e soltou para a mulher do balcão.

- O que temos pra hoje? – Perguntou ele, tentando parecer o menos esfomeado possível, o que não de muito certo.

- Sopa de Magikarp piranha. – A mulher lhe exibiu um prato que fez com que o cheiro chegasse ainda mais perto delo, sua boca salivava. Depois de voltar a si, ele perguntou de olhos esbugalhados.

- Vocês usam pokémons na comida?

A mulher riu, acompanhada por Yuko, que abaixou e falou em seu ouvido.

- Não a problema, o vírus só está presente nos dentes e garras dos animais, a carne é extremamente saborosa.

Ele refletiu um pouco, mas não resistiu, aquele perfume gastronômico era demais. Depois de pegar seu prato ele se virou para procurar onde se sentar, as barracas eram todas formadas por estruturas iguais, um lugar a extrema direita onde eram preparados as refeições e o resto do ambiente era ocupado por mesas e cadeiras. Observando o local ele viu algo que iluminou seus olhos, lá estava ela, Ágata. Ele se apressou em chegar à mesa onde ela se encontrava.

- Sabe, nós nem nos apresentamos, meu nome é Stan.

Ela estava com a cabeça baixa enquanto ele esticava a mão para formalizar a apresentação, quando seu pescoço se levantou Stan pode ver seu olho destampado completamente vermelho, ela estava chorando.

Ela sorriu ao vê-lo, depois abaixou a cabeça novamente, depois a levantou novamente e por fim estendeu a mão para apertar a dele.

- Recomeço? Não é? – Ela limpava as lágrimas - Olá Stan, meu nome é Ágata, prazer em te conhecer. – Ela sorriu mesmo parecendo triste, o coração do garoto acelerou, ele se sentou ao seu lado e olhou profundamente para ela.

- Então, por que você não fala um pouco mais sobre você?

***


***

Se Jon estivesse certo, eles estavam ferrados. Quantos pokémons tinham? Dois Pikachus, um Hoothoot e o Cyndaquil, é, eles realmente estavam ferrados. Um click surgiu na cabeça do garoto, o Cyndaquil não estava com eles. “Lembrete, pegar de volta o Cyndaquil. Agora, mochilas, mochila do Stan, ok, mochila do Sam, ok, Will, ok.” Ele foi pegando as coisas dos meninos uma atrás da outra, colocou algumas roupas em cada uma das bolsas e caminhou em direção a saída, outro click “Minha mochila, eu estou esquecendo a minha mochila.” Ele deu meia volta e voltou para pegar a mochila. Depois de tudo arrumado ele desceu até o restaurante do hotel e encheu sua bolsa de frutas e pequenas barrinhas de chocolate, “Tudo bem, mantenha a calma Jonatan, agora, Cyndaquil e casa de Matheus Calli.” Jon saiu do hotel tentando refazer o caminho que Yuko fizera no dia anterior, demorou um pouco, mas ele acabou avistando de longe a pequenina casinha azul. A neve cobria o redor da residência e também pingava do telhado. Ele se apressou e tocou a Campainha, esperou, esperou, nada. Apertou o botão novamente. Esperou, esperou, quando esticou o dedo para repetir o gesto a maçaneta girou e a porta se abriu. Matheus Calli estava com a mesma roupa do outro dias, seu cabelo estava desgrenhado óculos tortos.

- Você é o garoto da Yuko? Não é? Entre. – Ele fez um gesto com a mão. Ao entrar na casa Jon não conseguiu suprimir o seu espanto, estava virada ao avesso, havia pedaços de panos queimados em todos os cantos e escondido embaixo da mesa de centro estava o pequeno tamanduá. – O seu Cyndaquil é um pouco arisco, foi difícil conseguir coletar as amostras de que eu precisava, mas agora já esta tudo bem, você já pode levá-lo.

Ele nem precisava falar duas vezes.

***


***

Sam andava distraído pela cidade, os outros haviam ficado no restaurante comendo, ele ficou surpreso de pouco depois do café da manha eles já terem todo aquele apetite. O garoto chutou um bocado de neve, ainda sentia aquele vazio estranho e sem explicação. Alguma coisa parecia estar errada, ele sentia isso mesmo sem compreender o porquê. Sua mente pairava em dúvidas e perguntas enquanto ouvia as gargalhadas e a correria das crianças pelas ruas. Fazia tanto tempo que ele não tinha vontade de dar uma gargalhada sincera como aquela, fazia tanto tempo que... Sam caiu, havia esbarrado em alguém e foi jogado totalmente no chão, já estava se preparando para reclamar quando o viu. O menino da cidade de Whirlwind, ele nem sabia o nome dele, refletiu o quanto aquilo era patético, ele havia o beijado e nem sabia seu nome, meu deus.

- Então, é, como você está... – Sam parou

– Josh – O garoto terminou

– Isso, como você está Josh?

– Eu estou bem, e você... – Josh parou

– Sam – Sam terminou

– É, como você está Sam?

– Bem, bem... Então, te vejo por ai, tchau.

Sam recomeçou a caminhada, mas foi parado pela voz de Josh.

- Ei, Sam, você já viu o estande de pintura? Você me disse na lanchonete que gostava de pintar...

O garoto virou de supetão e falou rapidamente.

- Onde é?

Os dois andaram calados até a cabana, mas quando chegaram lá Sam se rendeu. Pincéis, o cheiro de tinta, as telas brancas esperando um novo mundo surgir, ele estava no paraíso. Correu ao encontro dos seus objetos preferidos, mas um braço parou em sua frente o freando.

- Se você quiser participar, deve escrever seu nome ali. – Era uma mulher baixa e gorda que falava, seu tom demonstrava antipatia, mas o garoto não estava nem aí, correu para assinar a maldita lista e começar logo a pintar. Atrás de si, Josh surgiu, quando ele falou, Sam percebeu que seu estômago pareceu embromar, como se borboletas voassem de um lado para o outro.

- E então, o que você faz aqui, vai participar do teste?

- Que teste? – Sam nem prestava atenção para o que o outro dizia.

- O teste do esquadrão pokémon, eu tenho uma pista... – Sam parou de assinar e virou seu rosto ficando face a face com Josh.

- Repete, por favor.

- O quê?

- A primeira parte.

- O teste para entrar no esquadrão pokémon?

O inicio de tudo? Ai-meu-deus.

Sam parou de assinar seu nome e saiu da tenda com o outro garoto. Primeiro? Como Josh poderia saber que haveria um teste para entrar no esquadrão? E por que bulhufas Yuko manteria isso em segredo? “O.k, respire Sam, respire”

- Como você sabe que vai ter esse tal teste hoje e por que você esta interessado nesse tal teste? – Ele despejou as perguntas de uma forma não muito gentil, Josh fechou a cara um pouco, mas resolveu falar.

- Eu vou vender a minha licença, O.k? Preciso do dinheiro, eu venho procurado o lugar do teste desde o começo do ano e agora nós já estamos em Novembro, veja, eu não tenho muito tempo.

- Que licença é essa? – Ele já gritava.

- Acho que esse não é o lugar mais apropriado para nós conversarmos sobre isso, podemos ir a um lugar mais reservado?

Os dois garotos andaram calados até encontrarem um lugar na cidade não muito cheio, era um pequeno bar, o estabelecimento estava completamente caindo aos pedaços, à madeira descascada e o letreiro com a tinta desgastada, mesmo assim os dois entraram. Sentaram no lugar mais longe possível dos ouvidos dos curiosos, havia somente mais duas pessoas no local, pareciam completamente bêbados e cheiravam muito, muito mal.

- Quanto mais pessoas souberem sobre o que vou te falar, maior a concorrência. – Josh sussurrava, o que Sam achava não ser necessário, já que não tinha ninguém ali para ouvir.

- Tudo bem, continue.

- Todo ano o esquadrão pokémon recruta novos membros, diversas pessoas dos cinco distritos vem tentar, as mais talentosas, desde lutadores profissionais, assassinos e etc. Mas o local da inscrição é segredo, é como se encontrar o local da primeira prova fosse a primeira prova.

Sim, ele continuava sem entender nada.

- Ta, um teste sem sentido. E o que isso tem a ver com você?

- Quando você passa no exame pokémon, eles te dão uma licença, que te permite entrar em diversos lugares não tão acessíveis para outras pessoas, viajar de graça, além de acesso total aos dados do projeto pokémon.

Ele começava a raciocinar, até agora o grupo deveria achar o irmão de Stan, que pelo que ele soube estava indo para o sexto distrito.

- Por acaso essa licença permite que você entre no sexto distrito? – Sam tentou parecer o menos idiota possível fazendo aquela pergunta, ninguém pode entrar no sexto distrito, é proibido.

Josh respondeu sem dizer nada, apenas balançando a cabeça positivamente.

Click. “Yuko iria mandá-los para uma competição insana onde disputariam com assassinos profissionais, onde ela acha que o irmão de Stan está. Lá eles deveriam passar dos diversos testes e ainda trazer o garoto com eles, maravilha.

***


***

Stan andava calmamente ao lado de Ágata, eles iriam juntos até o local onde seria realizada a tal “Caçada”, ela ainda parecia triste, mas não falava nada sobre o assunto. A conversa entre os dois fluía muito bem e ela havia contado muita coisa para ele, também mostrou uma coisa que o assustou bastante, ela tinha o olho de um pokémon escondido atrás do tapa olho. Enquanto ela contava a história de como o havia adquirido ele tentou não parecer muito surpreso, mas foi quase impossível. Stan também contou sua história para ela, de como havia saído de casa do nada e agora estava em uma espécie de “missão secreta”. A cada segundo que passava ao seu lado o sentimento do garoto por ela crescia mais e mais, era estranho para ele se sentir assim, junto com o afeto crescia também o medo de ela não sentir o mesmo por ele.

***


***

Jon andava apressado até o local onde ele achava que começaria o teste pokémon. Havia encontrado Will no meio caminho, ele estava afobado tentando encontrar Yuko de todo o jeito. Will disse que a mulher havia sumido. Os membros do esquadrão não podem dar informação sobre o teste, se soubessem que Yuko havia contado pra ele sobre isso ela estaria em sérios apuros. Enquanto caminhava Jon olhou para o relógio em seu braço, a caçada começaria em trinta minutos.

Ele respirou aliviado quando os dois conseguiram chegar a tempo, o local estava cheio de pessoas e a frente delas uma fila de pequenos guichês se estendia, atrás das barraquinhas estava uma densa floresta. Enquanto Jon andava em direção a um dos guichês ele puxou Will para mais perto de si, havia pessoas de todos os tipos ali, um homem no canto carregava uma enorme espada no lombo, mulheres com muitos piercings e tatuagens conversavam do outro lado, eles passaram por um grupo de trigêmeas quando Jon viu uma garota rosa. Apressou o passo tentando evitar os olhares intimidadores. A mulher do guichê abriu um enorme quando os viu, ela tinha o cabelo branco amarrado em duas maria chiquinhas, não tinha a aparência de uma velha apesar da cor do cabelo, seus olhos eram verdes dando um lindo contraste com sua pele morena.

- Vocês vieram se inscrever? – Sua voz era calma, Jon se sentiu sonolento ao ouvi-la.

- Sim, é claro.

- Nome e idade, por favor.

- Nenhum documento? – O garoto parecia surpreso, será que ele estava enganado e o teste não seria ali?

- Não, só nome e idade.

Depois de tudo pronto eles receberam uma plaquinha com um número e alfinete para prender na camisa, Jon era 367 e Will o 368. Escolheram um lugar vazio para ficar, Jon olhou novamente para o relógio, vinte minutos, onde estavam os outros? Yuko havia dito que todos deveriam participar da caçada, será que eles não perceberam? Por sorte, sua dúvida foi logo sanada, olhando a sua direita viu Stan que estava acompanhada pela menina do navio e Sam que estava acompanhado por outro garoto que Jon não conhecia, os dois olhavam de cara feia para a menina do tapa olho. Ele cutucou Will que se virou para olhar também, eles gritaram e acenaram até que o grupo veio se juntar a eles, Jon juntou os garotos e explicou tudo o que sabia sobre o teste, o garoto que ele não conhecia se chamava Josh, ele dizia a todo momento para Jon falar mais baixo e foi o que ele fez quando viu que a conversa atraia o olhar das pessoas ao redor. Stan e Will ficaram estupefatos com todas as informações, mas o resto do grupo não pareceu muito abalado. Enquanto ele terminava de falar a voz doce da mulher do guichê ecôo em seus ouvidos.

- Olá, meu nome é Stella, por favor, se organizem em fila indiana na frente do dos guichês.

A correria começou, por sorte o grupo não ficou muito atrás na fila em que escolheram.

Eles estavam distribuindo cápsulas pokémons, cada um ganhava três e alguma coisa era cochichada em seus ouvidos enquanto entravam na floresta.

Chegou à vez de Jon, ele pegou os dispositivos de captura e focou a concentração para o que iriam te cochichar no ouvido.

- Você deve capturar três pokémons inseto, boa sorte. O quê?

Ele ficava cada vez mais confuso, estava ou não estava no exame pokémon? Esperou o resto do grupo na entrada da floresta, quando se reuniram, Josh falou:

- Isso que eles cochicharam no ouvido é só para as pessoas que acham que isso realmente é uma caçada para vacinação. Eles usam a situação toda a favor deles, mesmo quem não sabe que isso é o inicio do teste vai capturar pokémons e vaciná-los.

Jon pensava sobre o assunto, o garoto poderia estar certo, eles entraram na floresta e tudo escureceu. Depois de andarem um pouco ele viu que não sabiam para onde ir.

- E agora? O que vamos fazer? - Jon olhava diretamente para Josh, que parecia ser o mais entendido do assunto.

- Sinceramente, eu não sei. – É, ele realmente parecia sincero.

Então eles ficariam vagando pela floresta? Devia haver alguma coisa, uma pista, qualquer coisa. Foi ai que Stan teve a brilhante idéia de tirar o panfleto do festival do bolso, realmente uma brilhante idéia. Jon percebeu no ato, ele arrancou o folheto da mão dele sem nem pedir e o examinou. Em cada item do festival havia uma letra que se sobressaia em negrito, lendo todas juntas formavam uma palavra, era isso, só podia ser, ele leu em voz alta:

- Falsum trunco.

- Tronco falso. – Josh traduziu.

- O quê? – Jon tentou não parecer surpreso.

- Aulas de latim.

- Ok, tronco falso, agora só temos que procurar.

Em um primeiro momento ele achou melhor o grupo se dividir, mas refletindo melhor viu que o pior sempre acontecia quando o grupo se dividia. Eles procuraram juntos batendo nos troncos das árvores a procura de alguma coisa, a floresta ficava cada vez mais escura, aqui e ali eles ouviam gritos e sons estranhos que eles não sabiam distinguir se eram de pessoas ou animais. Quando estavam prestes a desistir ele encontrou, o tronco da árvore parecia normal como qualquer outro, mas passando a mão na madeira ele percebeu uma leve protuberância, enfiou o dedo pra dentro da casca e pulou pra trás com o barulho, o meio da árvore se abriu em um buraco que qualquer um passaria com facilidade, o grupo se reuniu para olhar, era escuro e amedrontador, Jon engoliu em seco.

- Quem vai primeiro?

- Você. – Todos responderam em uníssono, com um sorrisinho malvado Sam terminou a frase. – Já que você encontrou é mais que justo que vá primeiro.

Ok, ele não tinha escolha, fechou os olhos e entrou.

Era como um escorregador gigante, não demorou muito para terminar, mas a aflição de não saber o que poderia ser encontrado no final era tremenda. Quando o garoto abriu os olhos seu corpo estremeceu, era tão escuro quanto à floresta e, meu deus, era enorme, ele se levantou e enquanto explorava Josh chegou, ele parecia tão surpreso quanto ele. Ele estavam numa sala fechada onde não havia teto, o teto de verdade se prolongava por um cômodo milhões de vezes maior que aquele, os outros chegavam aos poucos, a última foi a garota do navio, mas o mais amedrontado foi Sam, era até engraçado ver sua reação, o garoto estava prestes a chorar. Não demorou muito para a voz de Stella ecoar por todo o cômodo.

- Olá, bem vindos ao exame pokémon, eu sou Stella a primeira examinadora, o dever de vocês aqui é chegar ao final do labirinto vivo, em cada andar a dez portas espalhadas em que cada uma apenas três pessoas podem passar , boa sorte, o labirinto do medo os espera.

Depois de a voz cessar um estrondo enorme estourou nos ouvidos dos garotos, um pedaço da parede se mexia formando uma passagem, em frente à porta formada havia um enorme beco, os garotos se preparavam para sair quando ouviram um grito ensurdecedor. Sam levou as mãos aos ouvidos. Todos pararam e olharam para a entrada escura em diante. A voz de Josh saiu fraca e pausada.

- Começou.


________________
O 6º Distrito - Stan - Página 3 J9zt  
Em breve.
Pokaabu
Pokaabu
Membro
Membro

Masculino Idade : 28
Alerta Alerta :
O 6º Distrito - Stan - Página 3 Left_bar_bleue0 / 100 / 10O 6º Distrito - Stan - Página 3 Right_bar_bleue

Data de inscrição : 02/07/2011


Ir para o topo Ir para baixo

O 6º Distrito - Stan - Página 3 Empty Re: O 6º Distrito - Stan

Mensagem por Mag Sex 18 Jan 2013 - 16:49

Aff, você postou outro capítulo rápido demais -qq. O comentário abaixo eu fiz ontem, mas estava sem internet pra enviar. Ele vai até o cap 12. Agora to sem tempo de ler e comentar o 13, então vai lá:

Ei, estou aqui novamente. Trabalho recíproco é sempre bom e um grande incentivo ao autor... Sei que da ultima vez vim com um comentário imenso e com muitas críticas, mas achei necessário. Eu li todo o resto da fic hoje e preparei um coment pra cada capítulo de novo, mas fique de boa, apesar de estar gigante, não está tão terrível como da outra vez. Mérito seu. hehe

- Cap 4:

Pokaabu escreveu:Stan levantou e foi furtivamente as estacas, ao longe ouviu que Sam gritava aos homens do clã tentando chamar sua atenção, tentou se concentrar na sua parte do plano.
Essa citação é pra falar de um erro que vi várias vezes. Nesse caso aí, devia ser "às", com crase. Já em outros lugares onde não devia ter crase, você as coloca. Seria legal se você desse uma pesquisada básica sobre o uso de crase, é um dos erros que você mais comete. Tendo uma noção e lendo muito você acaba pegando o jeito.

Este capítulo, no geral, foi muito legal, excetuando pela falta de mais pensamentos humanos nos personagens. Eu só tenho a contestar o final, quando o Stan decapita o Arcanine. Beleza, na hora da adrenalina tudo fica no alto, mas imagine só uma pessoa que acaba de pegar num machado para decapitar um ser vivo. Sabia que esse negócio de bater com toda a força e arrancar a cabeça é coisa de filme, não é? Especialmente quando se trata de alguém que nunca fez e nem se treinou para isso. O machado devia ter destroçado o pescoço, feito ele ficar meio pendurado ao corpo do pokémon, mas ver a cabeça sair rolando é muito Hollyoowd -qq kkkkkkkkkkkkk

Ah! E você está usando sempre o "mais" onde devia ser "mas"; always lembre-se: MAIS é antônimo de MENOS e MAS é sinônimo de PORÉM.

-Cap 5:

Pokaabu escreveu:Por tudo que tiveram de passar até agora, por tudo que ele descobriu recentemente. Sim, essa era sua nova família e a cada momento que se passava ele começava a se sentir melhor com essa idéia.
Isso tem a ver com a interação entre os personagens e os próprios sentimentos dele. Esse sentimentalismo todo de que agora ele está mudando, essa é sua nova família e coisa do tipo ficou MUITO abrupta. Seria melhor ter trabalhado isso mais, mas tudo bem.

Pokaabu escreveu:Jon e sua mãe chegaram em casa sem trocar uma palavra, ele sabia que para ela perder um paciente era inadmissível. Ele ensaiou dizer que a culpa não era dela, mais no final preferiu ficar em silêncio.
GOSTEI MUITO DESTA PASSAGEM. Destaquei-a para lhe dar uma noção (usando um exemplo seu xD) de como são os pensamentos e nossas reações, em contraste. Esse é um caso dentre inúmeros, mas você representou muito bem aqui. Se fizesse isso nas outras relações de personagens e na mente do próprio personagem em destaque na narrativa, seria excelente.

- Cap 6:
[off fic on]
Pokaabu escreveu:Faça do desapego rotina e da solidão sua armadura.
KKKKKKKK A situação é desagradável, mas eu amei isso. [off fic off]

- Cap 7:
Cara, esse capítulo foi excelente. Só uma coisa, nos mostre uma imagem de um Cyndaquil shiny. Eu não consigo, com toda sinceridade, imaginar um Cyndaquil assim.

- Cap 8:
Cara, gostei muito dessa personagem Ágatha. Dentre todos, acho que é a melhor personagem que você tem aí, por enquanto. Não apenas por causa da história peculiar, mas pelas decisões e pensamentos da garota. Ela parece ter se tornado fria e calculista, mas a regra do que ela "é" quebra com exceções, contradições. Isso é muito legal. A única coisa nessa história toda que ficou furado, foi essa fuga repentina dela. Sei que você trabalhará isso no futuro, mas devia ter dado mais atenção enquanto narrava a história dela mesmo.

- Cap 9:

Pokaabu escreveu:Ela olhava para as aquelas duas cenas incomuns em seu dia a dia e nada sentia, isso só provava o que ela realmente tinha cada vez mais certeza, seus sentimentos estavam indo embora, a única coisa que talvez os mantenha vivos é a raiva nutrida pelo garoto preconceituoso.
Como eu te disse, gostei muito da personagem, mas você impõe a ela algumas atitudes forçadas, a fim de deixá-la insentimental, indiferente ou coisa do tipo. Não faça isso. Ela pode até transparecer isso e tentar fazê-lo, mas ficar dizendo que ela estava mesmo perdendo seus sentimentos ficou meio anti ela mesma -qq.

Cap 10:
Sinceramente, não sei o que deu em você nesse capítulo. Se animou-se demais ou qualquer coisa do tipo, mas encheu ele de asneiras desnecessárias.

Pokaabu escreveu:Não era nenhuma Suíte Super Max Mega Hiper Five Stars,
What? Eu ficaria na boa se fosse narração em primeira pessoa de um personagem super fresquinho.

Pokaabu escreveu:O dia estava tediosamente tedioso
Sei que essa redundância foi proposital, mas ficou terrível. Soa como algo "sei que é errado, mas estou com preguiça de pensar em algo mais engenhoso."

Pokaabu escreveu:O navio alá Peter Pan
O certo é "à lá".

Pokaabu escreveu:- Essa fan fic é pequena demais pra nós dois, Alex.
Mais outra engenhoca que não precisava estar no capítulo. Poderia ser algo interessante se bem ambientado, mas ficou completamente fora de contexto mesmo. Esse tipo de coisa, como "quebrar a quarta parede", como dito pelo Dark_Zoroark, vem com o intuito de inovar, mas só deixa a história piegas se jogado no texto dessa forma.

- Cap 11:
PS: você esqueceu de colocar a numeração desse capítulo lá no post.

Pokaabu escreveu:Naqueles breves segundos em que voava pensou em seu pai, no amor que pouco tivera em sua infância, nas brigas entre seu pai e sua mãe sobre sua sexualidade, até o fatídico dia em que fugiu de casa. Pensou que estaria livre a partir daquele dia, mas logo a fome e a falta de um lar o mostraram que para uma pessoa como ele a liberdade estava muito longe de ser uma realidade plena.
Excelente passagem. Apesar de não ser homo, achei interessante você colocar um personagem assim na fic. É bom que você saiba tratar ele com decência. Não me venha com uma daquelas bichonas extravasadas, ok? Ninguém merece -qq. Agora, sendo ele um homo normal, e construindo a história em torno dele com cuidado, está de boa.
O que eu mais gostei nesse quote foi a parte sobre liberdade. Ficou ótimo. Isso de o personagem correr atrás de uma liberdade que, no fim, se mostrou vã, é literalmente algo com o qual eu me reconheci em minhas reflexões. E, claro, tem a ver com a nossa realidade. Atualmente o mundo vive em busca de uma liberdade linda, mas quando se depara com a realidade das consequências de suas próprias atitudes, vê o quando a "liberdade" está distante; utopia.

Muito bom o capítulo! Ver todos os pensamentos do Stan serem refutados por ele mesmo ao ver que, no fim, ele era tão inocente quanto antes de entrar para essa "vida de aventura". Ele ainda tem muito a presenciar até que seja capaz de, exteriormente, fingir estar indiferente e sem medo. Já interiormente é outro assunto mais complexo ainda...
O Trevor também é doido; está se mostrando um verdadeiro psicopata em formação. É um tipo de ser humano ao qual nós abrimos uma exceção. Cuide bem dele. -qq
Esse capítulo ficou realmente muito bom, Pokaabu. Quase recompensou as asneiras do anterior. xD

- Cap 12:

Pokaabu escreveu:- É tão bonito? Não é? – Disse ela, quebrando o silêncio

Stan instintivamente se lembrou da conversa com o capitão Alex.

- O nada?

- Exato. – Respondeu ela sem tirar os olhos do mar.
Cara, amei esse trecho. A forma como ele se lembrou da conversa com o capitão pode parecer surreal, mas na verdade é bem oportuno que ele lembrasse mesmo e dissesse isso. Sério, muito bom, até para mostrar um pouca da profundidade dos personagens, dos dois. E ainda quero entender a beleza desse "nada" no mar, como o Stan.

Mais outro excelente capítulo, a parte da Ágatha veio só para que eu me afeiçoasse mais a ela. Seus questionamentos quanto às suas próprias atitudes e tal... Isso é tudo muito bom! Digo, quando o quesito é humanizar sua personagem, claro. Continue assim, sem voltar tentar fazer dela uma pessoa que está perdendo sentimentos. Ela tem um rancor que a faz querer ser algo que ela não é, mas os questionamentos dela quanto às suas próprias atitudes nesse contexto são interessantíssimos!

Viu? Eu fui muito mais bonzinho desta vez, mesmo o comentário sendo imenso. Mas como eu disse no início, o mérito é seu. Eu admito ter retornado a ler sua fic mais porque acho necessário os autores de fic se apoiarem, e como você havia comentado na minha, quis retribuir. Mas no decorrer da leitura houveram algumas passagens que me chamaram atenção e, no fim, especialmente se tratando dos últimos dois capítulos, eu fiquei completamente ligado a trama da sua fic!

Ainda tem bastante erro, mas decidi por não sair quotando tudo. Além dos que eu citei, que foram a crase e o "mais" e o "mas", às vezes você repete muito alguns termos nos parágrafos, mas nada que uma revisão com atenção não evite. Alguns errinhos também no uso do "a" e "há", mas depois eu encho seu saco quanto a isso...

Eu tenho que elogiar também, claro, sua criatividade! Cara, estou amando os pokémon na sua fic! Esse negócio todo que você enlaçou com o que te deu inspiração, Jogos Vorazes, ficou muito bom. Eu simplesmente não tenho o que falar mal quanto a isso. As características dos pokémon e a relação com os seus poderes, tipos, tal... Estou gostando muito de ler, também, aqueles trechinhos no início do capítulo do livro que o Stan está lendo. São demais!

Enfim, continue assim! Veja o que pode fazer quanto a incorporação dos personagens sem deixá-los piegas e vá com tudo, pois você é bom!
Abraço!

Atééé.



Black: Fanfic trancada por inatividade. Caso queira reabri-la mande uma MP a um Fanfic Moderador.


Black: Fanfic re-aberta a pedido do dono.

________________
God has a voice,
She speaks through me
Mag
Mag
Membro
Membro

Masculino Idade : 28
Alerta Alerta :
O 6º Distrito - Stan - Página 3 Left_bar_bleue0 / 100 / 10O 6º Distrito - Stan - Página 3 Right_bar_bleue

Data de inscrição : 15/07/2009

Frase pessoal : Big Mac em Tebas


http://instintodeler.blogspot.com.br/

Ir para o topo Ir para baixo

O 6º Distrito - Stan - Página 3 Empty Re: O 6º Distrito - Stan

Mensagem por Pokaabu Seg 18 Fev 2013 - 21:36

~ Le pequeno texto como resposta ao comentário do Mag, sensei.

Ola Henrrique / Henrique, não sei como escreve seu nome e estou com preguiça de ir lá no seu blog conferir. Pois bem, o dia em que eu comecei a escrever essa fan fic foi até curioso, eu estava assistindo a dois animes seguidos, HunterxHunter e Pokémon, respectivamente. Sentado na cama pensei, e se eu pudesse juntar os dois? Coincidiu que eu estava estudando genética na escola e acabou saindo às (aproveitando pra falar das crases, não sei usá-las, admito) modificações nos animais, eu comecei a escrever o primeiro capítulo sem nenhum pretexto, não tinha o costume e minha amiga quase arrancava minha cabeça com relação ao MAIS/MAS, tanto que eu acho que a partir do 7/8 capítulo eu parei de cometer esse erro, não é? Espero que sim. Bom, ler, eu já lia bastante, mas engatei mesmo no começo de 2011 e não parei mais. Como eu já disse, não esperava quase nada dessa história o primeiro capítulo surgiu espontaneamente junto com o 2/3/4/5, depois, bloqueio. parei um pouco para pensar no enredo e quando ele finalmente surgiu voltei a escrever, sinceramente, não consigo mais parar, se tornou um vicio pra mim.

Quanto aos seus comentários, eu os adoro, o outro eu também gostei bastante, foi um baque, sabe? Tipo, “Se você quer escrever, não escreva qualquer bobeira.” Quando eu li, logo pensei, “Esse vai ser o primeiro e último comentário dele”, e eis que você surge novamente por aqui e eu lhe agradeço muito, muitíssimo mesmo por ter reservado um tempinho pra comentar aqui e me ajudar a melhorar, vamos falar sobre o conteúdo do comentário agora, eu fico feliz que você tenha gostado da maioria dos capítulos \o, quanto ao capítulo 10, rs, eu ri bastante escrevendo e realmente exagerei, depois de uns dias eu costumo ler um capítulo ou outro e quando eu reli novamente eu pensei “Putz, o que eu fiz?” Mas não dava mais para apagar ‘-‘, quanto a Ágata, ela é minha personagem favorita também, eu tenho que me segurar bastante pra não escrever o capítulo só na perspectiva dela. O Sam, ele foi um achado, ao contrário dos outros personagens eu já planejava que ele seria [palavra censurada] desde o começo, e não, ele não será uma bicha escandalosa, não gosto disso, pra que? Desnecessário. Ok, espero que a minha resposta te agrade e por favor comente mais Smile, ler alguma coisa escrita por você é um manjar (Não é puxa-saquismo, você sabe do que está falando.) é isso, nunca escrevi uma resposta tão grande, mas achei que você merecia.

Boa leitura aos que lerem e pesadelos aos que não lerem. ~malvado.

A Anatomia dos Pokémons.

O 6º Distrito - Stan - Página 3 Aanatomiapokmonk



VOADORES

A estrutura biológica dos pokémons voadores é muito simples. São pássaros altamente modificados geneticamente, os tornando maiores e mais resistentes as mudanças climáticas. Seus corpos aguentam o triplo do seu peso, fazendo com que sejam usados em transporte de variados itens para o comércio entre as províncias. Suas garras são extremamente afiadas, podendo até, algumas vezes, cortar aço e ouro. Sua alimentação é composta basicamente por insetos, frutas, peixes e mamíferos de porte médio. É um dos tipos mais comuns de pokémons e migram de distrito em distrito em determinadas épocas.

INSETO

Os insetos modificados em laboratórios deram origem a estes pokémons. Sua saliva grossa produz uma teia forte o bastante para ser usada para redes de pescas, ou, como queria o sexto tonem, imobilizar todas as outras forças que seriam capazes de deter seu plano de invasão. Vivem em florestas e raramente aparecem nas cidades, fogem dos lugares em que os pokémons voadores habitam, são famosos por sua asquerosidade e por seu aspecto nojento. A maior concentração de pokémons insetos se encontra no terceiro distrito, num lugar onde os habitantes chamam de “A grande colméia”.


Capítulo 14 - Perdidos.

O 6º Distrito - Stan - Página 3 Cap14k


As paredes eram estreitas, úmidas e altas. As tochas fincadas no cimento se espaçavam em uma distancia de aproximadamente dois metros uma da outra, o fogo expelido dançava enquanto crepitava, exalando um ar ainda mais amedrontador ao local. Os passos dos garotos ecoavam entre as paredes como rastejar de animais indefesos. De tempos em tempos o barulho de outros competidores era ouvido, gritos tão esganiçados de terror que acumulavam o último suspiro de uma alma desesperada e sedenta por vida.

***


***

Andavam a passos fracos, o corredor estreito e longínquo sufocava-os, uma sensação claustrofóbica os atormentava e aumentava a cada segundo. Ágata desejava um pouco mais a cada segundo nunca ter entrado ali. A pouca luminosidade proveniente das chamas presas nas paredes criavam uma atmosfera ainda mais aterrorizante ao redor dos seis garotos. O escuro os diminuía, os tragava ao desconhecido amedrontador de não saber o que se poderiam encontrar. O medo do desconhecido é algo universal, medo de ter medo, medo do futuro, medo de ficar sozinho.

Ágata caminhava ao lado do garoto que dizia chamar-se Josh, não confiava nele, não confiava nada nele. Havia adquirido essa desconfiança de tudo e de todos nos três meses que passara fora de casa, mas seu último pingo de inocência havia sido retirado completamente na sua última noite no hotel, quanto Trevor havia revelado de livre e espontânea vontade muita coisa que não deveria ter sido dita. Informações preciosas eram aquelas. Quando se lembrava do que havia acontecido não se continha em esconder sua raiva, seus punhos se fechavam automaticamente junto com o vermelho que tomava conta do seu rosto, o ódio da traição se elevava a cada segundo, ela saberia usar aquelas informações com cuidado.

Josh andava descontraído ao seu lado, ele não parecia se lembrar do incidente em Whirlwind, ou ao menos fingia não se lembrar. Stan estava a sua frente e a todo o momento virava-se para olhá-la, era incrível que ele ainda nutrisse algum sentimento por ela. Contou-lhe tudo, bem, quase tudo; deixou de fora a parte de que ela precisava capturá-lo. Divertido, pensou, o que será que esse garoto tem na cabeça? “Quero namorá-la e não interessa se ela tem um olho de pokémon.” O.K. Ágata já havia se decidido. Iria recuperar o Gabite, dar uma boa lição em Trevor e ir embora para casa, não esperava ser bem recebida, mas com toda certeza estaria em uma situação melhor do que estava agora . Simples, ela nem sabia o que estava fazendo ali. Trevor queria que ela seguisse o garoto por todo o dia e lá estava ela em um exame para entrar no esquadrão pokémon.

Os garotos pararam com o som de outro grito, já era o sétimo que ouviam. Ágata tentou não demonstrar medo, tornar-se imparcial era o melhor que podia naquele momento, mas era quase impossível.

“Isso não é uma simples provinha, as pessoas morrem aqui e as que metam... Elas não matam... Elas brincam de matar.”

O corredor continuava sem mostrar sinal de que acabaria tão cedo enquanto os garotos ficavam cada vez mais cansados. Sam tremia. “Parecera valer a pena um tempo atrás, decepcionante”, pensou. Ágata se perguntava se Trevor também estava ali, questionava-se também sobre o que ele queria com tudo aquilo, ou se era apenas mais um peão naquele jogo todo, a manteria como “refém” até quando? Como iria encontrá-lo e o que usaria para recuperar seu pokémon? Stan a ajudaria? Não seria mais sensato contar a ele tudo de uma vez? Será que Trevor saberia se contasse? Impossível, ou será que não? Perdida em seus pensamentos não viu quando os garotos pararam e com um esbarrão em Josh foi jogada contra a parede. Depois de se recompor viu que o corredor havia acabado e outros dois corredores se abriam, deveriam escolher entre direita ou esquerda. Os garotos começaram a discutir, mas ela não tomou partido, colocou-se a frente de todos e retirou o tapa-olho. Era difícil usar os poderes no escuro, sua cabeça doía muito, mas não sabia o que poderiam encontrar. Melhor uma enxaqueca do que a morte. Enquanto um olho se abria o outro se fechava. Toda a sua visão ficou amarelada e desfocada tornando tudo ainda mais difícil de enxergar, flexionou os olhos para dentro do distante corredor esquerdo, tentava discernir algo, uma armadilha ou outro participante, mas foi em vão. Algo pequeno já vinha andando, não, saltitando e passou sobre eles, os garotos pararam de brigar e espreitaram os olhos para os passos da pequena criatura. Em cinco segundos as paredes dos corredores começaram a retinir, contraindo-se e balançando, a passagem do corredor esquerdo se fechou em uma porta de pedra, dando fim ao pequeno abalo sísmico. A coisa saltitante entrou no corredor direito, prevendo o que aconteceria a seguir, todos correram para acompanhá-la. Com um estrondo uma parede maciça se materializou atrás do grupo. Ágata abriu o outro olho, mas foi tarde, a menininha rosa já havia sumido.

***


***

Yuko caminhava pelo porto de Ácanta, seguindo caminho para o barco onde seguira viagem dias antes. A neve se derretia em seus pés enquanto uma leve brisa de outono refrescava seu rosto agora ávido de preocupação. Tirou sua pokedex do bolso e depois de pequenos toques no aparelho a face de uma mulher apareceu em sua tela, uma negra de cor forte e cabelo rasteiro. Yuko diminuiu a intensidade dos seus passos, mantendo-se absorta no que sua amiga Sara estava prestes a dizer.

- Yuko, vejo que se está sozinha... Quero dizer, tudo deu certo? Encaminhou-os para o exame?

- Sim, mas me sinto culpada, eles não sabem o que vão enfrentar, foram jogados aos leões as cegas. – Ela sabia que era mentira, havia contado a Jon sobre o exame, e os trouxe para o local, mas não podia revelar isso de maneira alguma.

- Minha amiga, era necessário, o filho de Peter precisa estar forte, forte para o que vem por ai. Quanto ao outro garoto, o irmão gêmeo, você conseguiu encontrá-lo?

- Não, espero que eles o encontrem dentro do exame, o garoto quer saber mais sobre os pais e o porquê de ter sido abandonado. É a única pista que tenho dele no momento. – A reaparição de Scott não preocupava tanto a Yuko, estava mais interessada no que Sara acabara de dizer. – Você já tem dados sobre a busca? Encontraram algo?

- Sim e não. – A amiga parecia consternada em falar sobre o assunto, também pudera, procuravam o projeto de Peter a mais de cinco anos, “Peter, Por que tornar tudo tão difícil?” – Achamos um pequeno baú de titânio no nordeste do sexto distrito, impossível de se abrir, ao menos até o que se sabe até o momento.

- É verdade que a organização está retornando? – A pergunta deixou Sara inquieta, como se não fosse para Yuko saber sobre aquela informação.

- Não se sabe ao certo, a rumores no esquadrão, dizem que eles estão instalados em Prim... Impossível de se saber, a cidade está desabitada há anos por conta da radiação. Outros dizem que não a um quartel general e sim pequenas facções, alguns também falaram que estão reconstruindo o forte vermelho no sexto distrito... – Ela parou de falar, parecia atordoada, transtornada por ter de falar sobre o assunto.

- Rumores foram o que nos foram dito há vinte anos. – Yuko olhou para o rosto da amiga, tão jovem, aparentava estar saindo da adolescência. O ganho exorbitante de dinheiro pela venda de uma licença pokémon era espalhado pelas mentiras nos cinco distritos, fazendo com que crianças e assassinos buscassem pelo local da prova. Maldito sistema corrupto, pensou Yuko. - é de rumores que se constrói a verdade, acredite, não foram pequenos rumores que vi quando cheguei ao sexto distrito a vinte anos atrás, meros rumores não teriam chance de sobrevivência ali.

Yuko finalizou a ligação antes que Sara pudesse falar mais. A situação estava tornando proporções muito maiores do que ela imaginava. Se a organização estivesse realmente retornando tudo ficaria muito mais difícil, eles poderiam estar no exame nesse exato momento, se isso acontecesse, os garotos estariam perdidos. Resolveu não pensar naquela possibilidade, deveria confiar neles, assim como eles confiavam nela. Não demorou muito para enxergar o barco oval boiando no porto, os dois Blastoises pareciam tranquilos dormindo ao lado da embarcação. Alex a olhava do alto do convés, estava sem o cap de capitão, seu cabelo liso suado caia sobre seus olhos, sem camisa, parecia estar trabalhando em alguma coisa antes de vir vê-la. Seus músculos se contraiam enquanto ele apoiava os braços na amurada do barco, mais lindo do que nunca. Yuko subiu ao navio, tampando os olhos contra o sol escaldante que brilhava intensamente naquela manhã. Não queria que os garotos soubessem da relação entre ela e Alex, estar junto dele agora fazia com que os problemas se apagassem de sua mente. Ele a abraçou por trás e a beijou, quando seus lábios se tocaram tudo se extinguiu, nada mais existia, só ele e ela. Agora Yuko se juntaria aos outros membros do esquadrão, Alex deu a ordem para que as tartarugas movimentassem a embarcação, juntos ao leste, em direção ao sexto distrito.

***


***

Jon já estava exausto quando chegaram naquela sala estranha, todos pareciam estar. Aquele corredor parecia muito mais longo do que o anterior, os garotos pareciam arrependidos de ter entrado no exame, na verdade, não sabia muito bem se a cara que tinham era de arrependimento ou de fome. O cômodo em que se encontravam era grande e bem iluminado, na parede a sua frente havia seis portas de metal brancas, e uma vermelha, Sam tentou abri-las, mas estavam trancadas. Os garotos caíram exaustos no chão, prontos para dormir e relaxar da exaustiva caminhada quando o quarto começou a tremer. Um buraco se abriu no chão e do centro surgiu um pequeno pilar com seis botões, os garotos se aproximaram para ver melhor, mas rapidamente se retraíram para trás com o susto da voz que ecoava pelo cômodo. Era a voz de Stella.

“Sejam bem vindos participantes, escolham um botão e decidam seus destinos, um levará a um novo começo, outro a saída, alguns podem ser armadilhas, outros uma morte rápida e indolor. Todas as escolhas da vida devem ser feita com calma e cuidado, pois cada alternativa leva a futuros diferentes, boa sorte...”

Com um risinho a voz dela se extinguiu, deixando o peso do silêncio pairando no ar novamente.

Os garotos se entreolharam, apreensivos. O primeiro a se movimentar foi Josh, ele se levantou e andou devagar até a base do pilar, Jon agora percebia, havia sete portas, mas somente uma era vermelha, ou seja, outra pessoa já passara por ali. A suspeita de Jon se confirmou quando Josh apertou um dos botões. A porta a extrema direita se iluminou em um azul intenso, Josh se encaminhou até a porta e girou a maçaneta de metal, a estrutura de aço se abriu e como um aspirador de pó sugou o garoto para dentro dela. Sam soltou um grito esganiçado e levou as mãos a boca, seria aquela a porta que escondia armadilhas? Não demorariam muito para descobrir. Stan e seus pikachus juntos de Will foram os próximos, apertaram os botões juntos e as duas portas se iluminaram na mesma cor, laranja, os dois meninos e os pokémons entraram cada um em uma porta e foram sugados do mesmo jeito. Os três restantes abaixaram a cabeça, esperando quem seria o próximo a se levantar. Ágata tomou a iniciativa e andou calmamente até os botões, como se nada estivesse acontecendo. O botão que ela apertou iluminou uma porta de cor verde, depois de vê-la sendo sugada, Jon e Sam se entreolharam. Sam se levantou antes que Jon pudesse fazer o mesmo, ele quase chorava, ao pressionar o botão liberou uma porta também verde e foi sugado do mesmo modo que os outros. Jon não esperou mais, levantou-se e andou até o pequeno pilar, antes de apertar o seu respectivo botão ele olhou para as portas.

E se?

Jon não apertou, andou até a porta azul, a primeira que havia sido aberta e girou a fechadura, não teve tempo de se afastar, sentiu uma lufada de vento forte e foi tragado pelo umbral túnel adentro. “Nós não precisávamos nos separar, como pude ser tão burro?” A viagem terminou rápido. Jon foi cuspido e caiu em algo gosmento e mal cheiroso, abriu os olhos, estava desnorteado, tonto, tentou erguer a cabeça, viu um vulto, era Josh que se contorcia e pulava. Apoiou as mãos no chão e encontrou algo mole e viscoso, olhou para baixo e deu de cara com um rosto humano, ou o que restava de um. O susto o fez levantar, ainda cambaleante viu que Josh gritava e lutava contra milhões de ratinhos roxos e de presas imensas enquanto, para sua surpresa, os mesmos ratinhos corriam em sua direção.

***


***

O novo quarto, ao contrário do anterior, era feito de azulejos brancos do chão as paredes, nas extremidades havia duas camas e, no centro do cômodo, frutas frescas em uma bacia de vidro enorme. Não pareciam estar mais no mesmo local, o labirinto antes pungente e amedrontador deu lugar a um local de paz e conforto. Stan e Will deitaram cada um em uma cama, o colchão macio fez com que o corpo dos garotos desabasse, colocando para fora todo o cansaço que sentiam até agora; o travesseiro branco confortou a cabeça de Stan, ele fechou os olhos e contraiu-se no afago daquele quarto quente. Ele nem se lembrou de ter caído no sono.

Pensou que acordaria novamente no corredor escuro e úmido e que tudo não havia passado de um sonho, mas lá estava ele, de volta ao acolhedor quarto branco. Com os olhos entreabertos viu que Will ainda dormia, não sabia a quanto tempo estava na cama e isso começou a preocupar-lhe, era difícil saber quando aquela parte do exame acabaria; três possibilidades passavam pela sua cabeça: ou todas as portas se fecham e todos passam no exame, ou todos morrem e os que conseguiram passar continuam no exame. Ficar ali sentado não os dava vantagem em nenhuma das duas. Levantou e olhou para suas roupas, estava sujo, mas não cheirava mal, assim como o cômodo que exalava uma tênue fragrância de lavanda, ao seu lado Castor e Pólux dormiam um em cima do outro, a cada vez que prestava mais atenção nos monstrinhos via como cresciam rápido. Sua barriga roncou forte o que fez com que seus olhos se cravassem nas frutas; havia peras, uvas, maçãs, laranjas e outro bocado de frutas que ele não sabia nomear. Caminhou até a bacia de vidro e pegou uma das peras, apertou e cheirou a fruta, parecia ter sido arrancada do pé naquele momento. Estava quase dando a primeira mordida quando viu o aviso pregado na bacia de vidro.

“Não se deve cometer o pecado da gula neste labirinto, aquele que come demais pode acabar esmagado pelo seu próprio desejo.”

Não arriscaria. Colocou a pêra de volta e lembrou-se da mochila que Jon havia lhe dado, ele a havia largado no chão antes de despencar na cama. Ao abri-la deu de cara com várias barras de chocolates, algumas frutas não tão apetitosas e alguns doces. Esperava poder reencontrar Jon para agradecê-lo. Enquanto comia Will acordou. Seu topete havia se desfeito enquanto dormia e seu cabelo estava totalmente bagunçado, Stan rapidamente tentou arrumar o seu, achando que poderia estar do mesmo jeito. Will sempre pareceu o mais sereno do grupo, até onde Stan sabia ele não tinha nenhum pokémon, conversava mais com Jon por ter sido quem o salvou em Débris e sempre ficava calado quando tinham de tomar decisões. Ele caminhou e sentou-se ao seu lado, pegou uma barra de cereal e com a boca cheia falou:

- E agora? O que vamos fazer?

Stan não sabia muito bem o que responder, também não era muito bom em tomar decisões, da última vez que tomara uma decisão importante um Pikachu acabou com uma bala na cabeça.

- Vamos seguir em frente, até encontrarmos alguma das portas que nos levará para a saída. - Stan falava enquanto comia, absorto na barrinha de cereal. - Não podemos ficar aqui para sempre, temos de encontrar os outros seja lá onde eles estejam. Não quero pensar no pior... – O crack chegou aos seus ouvidos como o som de uma granada explodindo. Will havia comido uma maçã e pela notável aparência da fruta não era nada parecida com as que Jon havia guardado em sua bolsa. Stan não teve que esperar muito para a profecia começar a se cumprir, o quarto começou a tremer e as paredes a balançar. Logo o garoto percebeu que o cômodo diminuía cada vez mais, as paredes iriam esmagá-los, literalmente. Ele olhou para todos os lados procurando uma saída, foi quando notou embaixo da cama em que dormia uma passagem pequena, mas larga o bastante para que os dois garotos passassem. Os primeiros a passarem foram os recém acordados Pikachus, Stan arrastou a cama com a ajuda de Will e foi o segunda a passar, as paredes estavam cada vez mais perto umas da outras e o cômodo diminuía cada vez mais, Will começou a entrar pelo pequeno buraco, mas se deteve e voltou, abriu a mochila e jogou mais frutas dentro da bolsa, Stan deu um grito para ele deixando bem claro a situação em que se encontravam “Ou você come ou você morre!”, ele pareceu entender bem a mensagem e entrou no buraco, Stan ainda não havia se virado para ver onde estava agora, se deteve em puxar Will, com um estrondo a passagem se fechou, os dois garotos estavam ofegantes e cansados, mas a salvo, pelo menos por enquanto.

O lugar em que estavam agora era extremamente pequeno, Stan começava a se perguntar qual era a real extensão daquele labirinto e se ainda estavam no subsolo de Ácanta. A porta do local minúsculo brilhava com várias luzes neons e enfeites luminosos, como sempre, deveriam continuar em frente. Até que fossem mortos, pensou, mas afastou aquele pensamento, não queria pensar naquela possibilidade.

Neons mais fortes e luzes fosforescentes explodiram em seus olhos quando entraram no novo recinto. O local parecia um cassino com o típico som de máquinas cassa níqueis para lá e para cá, mais não havia nenhuma.

“Sejam bem vindos novamente, por favor, tomem seus lugares.”

Era a voz de Stella que falava quando dois refletores apontaram para dois quadrados no chão de Neon, Stan não havia percebido, mas ao se encaminhar para onde havia sido mandado notou que mais pessoas estavam ali, competidores. Ao seu lado, em quadrados iguais ao seu havia dois homens e um garoto, ao lado de Will uma mulher é que esperava. Não conseguia enxergar muito bem suas feições por conta da luminosidade excessiva do local, foi quando tudo ficou branco que pode vê-los melhor. Os homens pareciam ter a mesma idade, um deles tinha piercings e tatuagens por todo o corpo, tornando impossível uma discrição melhor do que essa. O outro estava vestido de terno e segurava uma maleta nas mãos, seus olhos pareciam manter um ponto fixo sem se mexerem, Stan parecia reconhecê-lo de algum lugar, com certeza lhe era familiar de alguma forma. O garotinho parecia ter em torno de doze anos e brincava com o painel que acabara de aparecer na frente de todos os seis. A mulher ao lado de Will era jovem e carrancuda, usava um vestido roxo curto, e seu cabelo quase não era mostrado no estilo punk que havia sido cortado. A voz de Stella voltou a reinar no local.

“Competidores, parabéns por chegarem até aqui, mas infelizmente, só três de vocês irão continuar. – Todos os seis levantaram a cabeça, nada felizes com o que acabaram de ouvir. – A passagem para saída daqui é simples e dependerá da sorte de cada um de vocês, mas lembrem-se, um bom jogador faz sua própria sorte. Que o jogo comesse.”

Um dado holográfico surgiu no teto, Stan viu que o painel da mulher de roxo piscava, ela apertou algum botão e como efeito o dado rodou. Número cinco. O quadrado em que ela estava se mexeu cinco casas a frente e uma carta saiu de seu painel.

“Devemos jogar para ganhar.” Stan começava a compreender. “Não gosto disso, não gosto nada disso.”

***


***

Era impressionante como alguém pode ser grudento quando se está assustado, sim, Ágata havia ficado com Sam. Ela já se preparava para subir uma longa escada quando o garoto foi cuspido da porta verde ao chão. Agora, estavam quase terminando de subir, o local em a que foram jogados era totalmente diferente do começo do labirinto; as paredes, pintadas com cores vivas e bonitas, traziam mais vida ao local. A escada de mármore era ornamentada com vários desenhos em formato de folhas dos mais variados tipos de árvores, deixando tudo em um ritmo calmo e sereno. A atmosfera menos hostil pareceu deixar Sam mais calmo, mas mesmo assim o garoto não saia do seu encalço. Nada de estranho havia acontecido até agora, as armadilhas mencionadas na mensagem não apareceram, sem elas, nada de morte rápida e indolor, ainda. Outros competidores também não haviam sido ouvidos pelos dois, Ágata se perguntava quantos já haviam morrido até aquele momento.

A escadaria terminou em um portal, este terminou em uma porta de madeira e de maçaneta dourada. A garota girou-a e empurrou. O sol invadiu seus olhos e Sam deu longo suspiro, aliviado. Estavam de volta a algum lugar da floresta, uma grande clareira. O cheiro da liberdade encheu suas narinas e sem se importar com mais nada se sentou de súbito no chão. Antes que Ágata pudesse analisar onde se encontrava a voz da examinadora tomou conta do local:

“Número 390, Ágata Frióvis, Décima terceira a passar na primeira parte do exame pokémon.”

“Número 370, Samuel Allen, Décimo quarto a passar na primeira parte do exame pokémon.”

As portas em que entraram levaram-nos para a saída. Ágata raciocinava enquanto olhava ao redor, os outros doze participantes estavam espalhados pela clareira, mais homens do que mulheres. Olhou para trás, não havia nada, nem um vestígio da porta de onde saíram a poucos segundos, nem o enorme labirinto do medo parecera um dia existir. Estavam de volta a florestas, a salvo. Ela deitou na grama verde e macia e fechou seus olhos.

Ágata pensava se os outros haviam tido a mesma sorte que ela.

________________
O 6º Distrito - Stan - Página 3 J9zt  
Em breve.
Pokaabu
Pokaabu
Membro
Membro

Masculino Idade : 28
Alerta Alerta :
O 6º Distrito - Stan - Página 3 Left_bar_bleue0 / 100 / 10O 6º Distrito - Stan - Página 3 Right_bar_bleue

Data de inscrição : 02/07/2011


Ir para o topo Ir para baixo

O 6º Distrito - Stan - Página 3 Empty Re: O 6º Distrito - Stan

Mensagem por Nivans Ter 19 Fev 2013 - 8:41

Nossa, cara, queria ter essa sua criatividade... Desde muito tempo que quero ler sua FF e a preguiça me consome, mas já acabei de ler todos os chapters e posso resumir sua obra em uma palavra: Cativante.

A primeira coisa que me chamou a atenção em sua fic foi a criatividade, nesse ponto ela se destaca e muito. Achei muito original aquela parte em que diz a respeito da anatomia dos Pokémons, ficou algo bem original e interessante também.

Sua narração/descrição não deixam nada a desejar e consigo imaginar perfeitamente as cenas, o que é um grande ponto positivo de sua parte. Vi alguns poucos erros principalmente nos primeiros capítulos, mas não acho que veja necessário citá-los.

Estou acompanhando! o/

________________
O 6º Distrito - Stan - Página 3 X8T8HHN
Valeu, Swift! o/

I Can Defeat You (Fanfic Version)
Tri Elements
avatar
Nivans
Membro
Membro

Masculino Idade : 28
Alerta Alerta :
O 6º Distrito - Stan - Página 3 Left_bar_bleue0 / 100 / 10O 6º Distrito - Stan - Página 3 Right_bar_bleue

Data de inscrição : 18/11/2012


Ir para o topo Ir para baixo

O 6º Distrito - Stan - Página 3 Empty Re: O 6º Distrito - Stan

Mensagem por Mag Sáb 23 Fev 2013 - 11:25

Ei, Pok, fiquei felizão com a sua resposta ao meu comentário. Mas, tipo... Meu nome é Herick. albino Tive uma professora de português que vivia me chamando de Henrique quando fazia a chamada. Era um horror. Mas tubo bem, eu estou ótimo. Fiquei feliz com a sua resposta e com o fato dos meus comentários terem valor pra você. xD Mas não acho que você precise censurar a palavra homossexual. Eu só disse homo pois é mais rápido e desnecessário escrever tudo. Também só escrevo hétero. õ/

Olha, eu gostei muitíssimo dos dois últimos capítulos. O enredo deu uma guinada nessa parte da história, hein? Tipo, eu não sei se é por causa do tempo que demorou para eu os ler, mas eu fiquei um pouco perdido com o quão rápido essa história toda deles entrarem no esquadrão foi mostrada, mas por mais que isso tenha ficado um tanto confuso, você desenvolveu bem legal o lugar em si.

Agora estou curiosíssimo quanto às revelações que o Trevor fez para a Ágata. Caramba, aqueles trechos do capítulo anterior que narravam o que aconteceu entre eles ficou muito bom. Amei aquele início de capítulo onde ela refletiu sobre a fuga dela, o quão inútil isso foi e a decisão de retornar para sua casa. Gostei da forma como você tratou disso. Só tem uma parte naquele capítulo que ficou estranho, então esse vai ser o único quote deste comentário. Durante a discussão entre eles, tem uma parte em que tudo ficou grudadão e uma confusão! Digo, as falas dela, dele e a narração ficaram amontoados num único parágrafo... Eu realmente não sei como isso aconteceu, já que você parece saber da estrutura básica da narração e dos diálogos. Veja no spoiler abaixo.


Spoiler:

Fora isso, encontrei alguns poucos erros bobos, mas decidi por não quotar. Chega de quotes meus por um tempo, não é? Só fiz esse pois eu acho importante corrigir isso lá.

A narração do segundo capítulo ficou excelente. Aquele início tenso ficou muito bom mesmo. Mas deu para perceber que você deu uma resumida nessa parte, pois em vários lugares cabiam uns diálogos que talvez explicariam mais o contexto do que estava acontecendo e deixaria o texto verossímil, mas eu compreendi que isso acabaria por enrolar demais a fic. Estou loucão para ver o desenrolar disso e entender o que realmente aconteceu aí. Que negócio é esse de entrar num esquadrão? Que organização é essa que pode estar ressurgindo no Distrito 6 e que dificultará as coisas, segundo a Yuki? E em que merda o tal do Josh e o Jon foram parar? -qq

Enfim, eu só reparei numa coisa que não gostei muito. Quase que eu esqueci isso, mas enquanto lia esses dois capítulos, lembrei lá do início... Quando o Stan tinha acabado de entrar no grupo e todos foram pegos de surpresa por um povo com um Arcanine. Só ele e o Sam fugiram, e nessa ocasião, o Sam era extremamente o contrário do que ele foi nesse labirinto. Quando eu tive essa duvida, até pensei que estava confundindo ele com o Will, mas voltei lá para verificar, e era o Sam mesmo. Lá ele chamou o Stan de maricas medroso e tomou todas as providencias para salvar o pessoal, sem demonstrar nada desse medo incontrolável que sentiu no labirinto. Isso realmente ficou incongruente, ele é bipolar com exuberância e Ph.D., cara.

Mas é só isso, todo o restante está me agradando muito. Os personagens, a trama, esse reviravolta todo... Muito bom, e já dá para perceber um avanço e tanto na sua escrita, se compararmos os primeiros capítulos com esse. Parabéns, Pok, espero que não desista da fic e continue absorvendo literatura pra melhorar sua escrita ainda mais.

Gudibay.
Mag
Mag
Membro
Membro

Masculino Idade : 28
Alerta Alerta :
O 6º Distrito - Stan - Página 3 Left_bar_bleue0 / 100 / 10O 6º Distrito - Stan - Página 3 Right_bar_bleue

Data de inscrição : 15/07/2009

Frase pessoal : Big Mac em Tebas


http://instintodeler.blogspot.com.br/

Ir para o topo Ir para baixo

O 6º Distrito - Stan - Página 3 Empty Re: O 6º Distrito - Stan

Mensagem por Pokaabu Qua 6 Mar 2013 - 17:37

E ae Kabe, cara, vlw por vc ter conseguido vencer a preguiça e ter lido tudo, não são todos os que podem ser orgulhar desse feito.

Mag, Razz, o negócio do Sam foi proposital, calma, vc vai ver. ~HÁ~

Bom gente, esse é décimo quinto capítulo e, pelo word, a história acaba de ultrapassar as 100 páginas, o que é muito para ser orgulhar pelo menos pra mim. Então, vamos aos agradecimentos:

- Obrigado ao meu pc e ao meu word pirateado por tornarem isso possível.

- Obrigado a Sally por me dar forças quando eu estava começando.

- Obrigado ao Rush por me criticar e elogiar sem medo de ser feliz.

- Obrigado ao Dark-Z, por sempre parecer estar gostando da história.

- Obrigado ao Mag, pelo tapa na cara e por me aguentar contando sonhos em supermercados.

- Obrigado ao Kabeyama que conseguiu ler todos os capítulos, palmas pra ele.

É isso galera, esse capítulo ficou com 16 páginas e eu cortei algumas coisas, estou trabalhando em uma coisa nova para a fic que vai deixar os personagens mais dinâmicos, que já foi levemente introduzido nesse capítulo. bounce BOA LEITURA POVO.

A Anatomia dos Pokémons

O 6º Distrito - Stan - Página 3 Aanatomiapokmon



GELO

Por viverem em áreas quase inabitadas, não são muito conhecidos. Costumam habitar locais gélidas, em poucos lugares como a ilha Silton do norte do quinto distrito. Seus corpos são frios e úmidos, pois sua energia calorífica é usada para transformar a água presente em uma bolsa interna em fragmentos de gelo. Por conta desse frio todo seu coração é revestido com uma camada extra de gordura, mantendo assim o pokémon em condições básicas de sobrevivência. Testes indicam que a vida destes pokémons em áreas tropicais é quase impossível, podendo, na maioria das vezes, causar a morte do mesmo, por esse motivo nos lugares onde habitam essa espécie estão instalados bases do esquadrão pokémon, para garantia de sobrevivência e reprodução dos monstrinhos.

DRAGÃO

São seres raros de serem encontrados e pouco vistos assim como os pokémons do tipo gelo. Foram criados a partir do DNA dos dinossauros já extintos, com a exceção das asas. Histórias antigas dizem que eram os bichos de estimação do tonem do sexto distrito. Seu corpo é muito resistente e sua perspectiva de vida pode chegar a trezentos anos. A uma lenda que diz que você terá sorte por toda a sua vida se ver um pokémon dragão, os detalhes do seu corpo são desconhecidos até para o esquadrão pokémon. Por ter essa superstição de boa sorte, sua carne é muito procurada para pratos afrodisíacos, muitas pessoas vendem outros tipos de carne dizendo ser carne de dragão, a mesma seria quase impossível de se conseguir.


Capítulo 15 – Dados, maçãs e sangue.

O 6º Distrito - Stan - Página 3 Captulo15


O dado agora caíra no número seis, Will foi levado a seis casas a esquerda, por escolha própria. A típica carta saiu novamente do painel revelando a prenda que ele ou algum dos outros jogadores teria de pagar. Will, relutante e nervoso, leu em voz alta.

“Volte duas casas”

O garoto respirou aliviado. Sorte que saíra isso, coisas bem piores já haviam saído das malditas cartas, o tatuado tirara uma carta que a todo o momento fazia descer dois machados por cima de sua cabeça, um da esquerda e outro da direita, fazendo com que ele se abaixasse a todo instante. O garotinho não jogava mais no quadrado neon e sim em uma piscina que não parecia ter fim, segundo uma das cartas havia mandado. Stan se perguntava quando tempo os dois aguentariam aquelas torturas

Agora era sua vez, Stan apertou o botão a sua frente e o dado holográfico rolou por cima da sua cabeça. Stella gargalhava a todo instante, parecia gostar da tensão psicológica que todos os jogadores estavam sofrendo. O dado parou, Stan olhou para cima, cinco, bom número, pensou. O painel começou a piscar, chamando sua atenção, o dispositivo agora indicava quatro setas para Stan escolher: frente, traz, direita ou esquerda. Escolheu frente, como sempre havia feito até agora. O palanque balançou e se moveu lentamente. Já estavam jogando há quase duas horas, enquanto avançavam pode ver que os cenários do jogo mudavam, uma hora o grupo estava em florestas, outras perambulando por cidades, desertos, e mesmo assim o labirinto parecia não acabar, se estendendo em total breu a sua frente. O pequeno palanque parou de se mover e com um plin a carta saltou do painel. Stan tirou e virou o papel, angustiado com o que estava por vir, poderia ser qualquer coisa, eles poderiam matá-lo antes mesmo de terminar de ler o que estava no cartão.

“Avance duas casas.”

Suspirou, contente. O painel voltou a piscar pedindo para ele escolher a direção, escolheu esquerda dessa vez, moveu-se olhando para Will, o garoto parecia querer cada vez mais que aquilo tudo acabasse. Quando parou novamente e olhou para a esquerda viu que estava do lado da mulher de vestido roxo, de perto parecia ser bem mais velha. Ela olhou-o de soslaio, o olhar típico daqueles que se acham superiores, etnocêntrica, para terminar, uma leve levantada de nariz. Stan olhou para frente, para fundo no labirinto, procurando qualquer coisa, um indicio de que a saída estava por perto, nada. Os minutos passavam, o jogo avançava e o escuro levava cada vez mais para longe sua esperança de sair dali.

***


***

A noite anunciava sua chegada com o iniciar do crepúsculo quando Ágata finalmente acordou. Era bom poder ver o pôr-do-sol novamente, fazia tempo que não parava e apreciava com calma aquele lindo espetáculo da natureza. Ela retirou o tapa-olho e esfregou os olhos, logo depois deu uma longa espreguiçada, preparava-se para levantar, mas quando ergueu os olhos parou, assustada. A sua frente estava alguma uma coisa, alguém, Ágata levantou os olhos ainda sonolentos para conseguir ver melhor. Era uma garotinha, uma garotinha extremamente nova, tão nova que era impossível imaginar o que ela estava fazendo em uma competição para entrar no esquadrão pokémon. Ágata se afastou bastante quando notou a cor da pele da menina, era completamente cor-de-rosa, todo o seu corpo, desde as suas pequenas madeixas cacheadas ao branco dos olhos, rosa. O único contraste na uniformidade da cor da menina era o seu vestido, era branquíssimo; o vestidinho de alcinhas caia até os joelhos da garotinha, com pequenos babados que, de um jeito inocente, adicionavam um toque extremamente fofo a peça toda.

- Calma ai, ela não morde.

Ainda deitada e se afastando para trás com medo da visão a sua frente ela se virou e viu Sam. O garoto estava deitado, completamente despojado na grama, não parecia o mesmo Sam pálido e medroso que vira no labirinto há algum tempo atrás. Ele comia uma maçã e ao seu lado uma cesta estava cheia da mesma fruta. Sam, percebendo que ela não estava entendendo nada, falou:

- Foi ela quem trouxe as maçãs, bem... Depois que você caiu no sono ela chegou com esse sexto cheio de maçãs e sentou-se ao seu lado, não me pergunte o porquê, ela simplesmente fez sem pedir permissão.

Ágata voltou a observá-la, tão diferente, tão estranha. A menina também a olhava, com sua iris rosa claro, sem demonstrar nenhuma emoção. Ágata se levantou e espanou-se, batendo na sua roupa para retirar o resto de grama e terra que grudou enquanto ela dormia, enquanto fazia o mesmo que com o cabelo, começou a se lembrar. Lembrava-se dos olhares de desprezo e pena que se mantinham fixos nela para onde quer que fosse na sua antiga cidade. Os pais das outras crianças tirando seus filhos da mesma classe em que ela estudava, os cochichos que todos faziam achando que ela nunca ouvia: monstro, aberração, anormal. Sua mãe chorando nos cantos por achar que ela nunca seria aceita... Balançou a cabeça, as lembranças de sua infância faziam-na se questionar se deveria ou não voltar para casa. Mas mesmo assim, de uma coisa ela tinha plena certeza, não iria se tornar um deles. Não iria ridicularizar nem tratar ninguém mal por ser apenas diferente. Ágata levantou seu rosto, recebendo de bom grado o pouco calor do dia que, aos poucos, ia desvanecendo-se, dando lugar às nuvens amarelo avermelhadas do ocaso. Ela voltou a mirar a estranha criança, com o tapa-olho já recolocado caminhou em sua direção, abaixou-se e mostrou o sorriso mais terno que conseguiu produzir no meio de todos os problemas que rondavam sua cabeça. A garota não falou nada, nem mudou a direção do seu olhar, continuava petrificada, como um estatua. Ágata imaginava tudo o que a garota deveria ter passado ao ponto de estar numa competição como aquela, ela não parecia perigosa, apesar de que, se havia chegado até ali, querendo ou não algum tipo de periculosidade ela devia oferecer. Ágata, vendo seu sorriso não ser correspondido, tentou uma aproximação mais calorosa.

- Oi... – Ela esperou a garotinha falasse, alguma reação, mas não recebeu nada como resposta. – Obrigado pelas maçãs... – Hesitou novamente, esperando para ver se a menininha se mexia, estava a ponto de sacolejá-la para ver se ela estava realmente viva. – Como é o seu nome?

A sua última tentativa foi novamente frustrada, a menininha esbugalhou os olhos com a última pergunta e saiu correndo desesperadamente, só parou quando, no meio da clareira, avistou uma macieira cheia de frutas só esperando para ser arrancada. Ágata não pode ver muito bem, mas ela parecia escalar a árvore com um gato, pulando de galho em galho e jogando as maçãs no chão. Desvencilhando um pouco a atenção da estranha menininha, resolveu observar o local em que estava. Ao seu lado Sam deu uma mordida em uma maçã enquanto ela começou a andar na direção direita do vale. Virando a cabeça ela viu, muito longe, um grupo de quatro homens, apesar da diferença de idade eles vestiam-se com roupas iguais e carregavam, todos os quatro, arco e flechas pendurados em suas costas. Não muito longe desse grupo, um homem extremamente gordo comia um punhado de comida, alimentos de todos os tipos: frutas, carnes, ovos, chocolate, Ágata, com sua visão apurada, jurou até ver um tipo de crânio no meio da salada do gorducho. Foi então, no meio de toda aquela observação, que ela parou e foi jogada abruptamente para traz, caiu no chão e enquanto levantava viu que pequenos raios de luzes arco-íris se formavam e sumiam no ar a sua frente. Levantou-se e com as mãos estendidas andou novamente, agora com mais calma, caminhou até que os pequenos fiapos de luzes apareceram novamente, ela não conseguia avançar, estava presa por uma barreira invisível. Ela tinha uma visão clara das árvores do bosque para lá da barreira, mesmo ela agora sabendo que não, eles pareciam nitidamente reais. Ela se virou e chocada viu que Sam estava rodeado de muitas e muitas maçãs, o crepúsculo fora embora e a penumbra do anoitecer pairava na falsa clareira, com o chegar da noite o lugar começava a tomar um tom estranhamente sereno e assustador. Ágata andou novamente até o lugar em que acordara, a garotinha estava sentada abraçada aos joelhos, os olhos totalmente abertos, enquanto um Sam estranhamente calmo cochilava com os braços atrás da cabeça. Sentou ao lado da menininha, era chato não chamá-la por um nome, resolveu então, olhando para todas aquelas frutas espalhadas, apelidá-la de Maçãzinha.

***


***

Jon arrastava um Josh totalmente sujo de sangue para a parte mais limpa do local. Fora uma luta horrível e nojenta. Os Ratatas estavam, em sua maioria, mortos. Quase uma centena de pequenos cadáveres de ratinhos roxos estavam jogados de todos os lados, os olhos cor de vinho grandes e esbugalhados, penetrantes e cheios de ódio, assim como os dentes a mostra, que pareciam medir no mínimo dez centímetros, afiados, como Jon logo percebera ao receber um corte no braço direito que agora, mesmo com ele tentando estocar o ferimento, pingava sangue sem parar.

Jon colocou Josh apoiado na parede da grande sala onde estava, sentou-se ao seu lado, tentando analisar melhor a situação. Há poucos segundos tinha presenciado uma cena que o surpreendeu, e se não fosse pelo protagonista dessa cena, poderia ser que ele nem estivesse ali para relembrar o acontecido. Ao chegar ao quarto ele ficou horrorizado, lembrando-se das palavras de Stella. “Alguns podem ser armadilhas...”. A batalha entre Josh e os vários pokémons era grotesca, o garoto já havia sofrido vários cortes, suava e se debatia em uma tentativa frustrada de abater o maior número de monstrinhos possíveis, ao seu lado, um pokémon totalmente amarelo, com lacinho na cabeça e mãos em formato de luva de box lutava totalmente descontrolado, socando e jogando para longe os ratos que tentavam cada vez mais se aproximar do seu mestre. Jon não teve tempo de se perguntar como Josh conseguira um pokémon, porque os mesmos Ratatas que o atacavam vinham em sua direção, ele nem teve tempo de tremer, ou bolar um plano para escapar, a única reação que teve foi jogar a cápsula pokémon guardada em seu bolso e libertar o Cyndaquil. O pequeno tamanduá tomou forma com o desaparecer de uma luz intensa e reluzente, que por sorte afastou alguns dos Ratatas, mas mesmo assim não foi suficiente, tudo acontecera tão rápido que Jon não conseguia organizar as cenas em sua mente. O Cyndaquil soltou um chiado tão forte, que Jon teve que levar as mãos aos ouvidos e mesmo sem nenhuma ordem, jorrou uma enorme cortina de fogo por toda a extensão do quarto, o cômodo se iluminou totalmente e Jon pode ver a expressão de terror na face dos Ratatas que guinchavam de dor ao serem cremados.

Por sorte ou astúcia do garoto, Josh não se queimara, nem ele nem seu Makuhita. Que agora jazia, inerte um pouco longe de onde estavam, não estava morto, Jon conseguiu fazer com que o Cyndaquil, mesmo estando extremamente assustado, curasse os ferimentos do pokémon. Jon o incitava, agora, a fazer o mesmo com Josh, o tamanduá, relutante, olhava pra o braço de Jon que não parava de tingir o chão de vermelho. Mesmo assim, ele acabou cedendo, depois de ter curado Josh, curou também seu braço e de súbito, despencou. O procedimento pareceu ter drenado grande parte da energia do bichinho, Jon abriu sua mochila, que por ironia fora a única coisa que saíra intacta da carnificina, e retirou algumas frutas, que por sinal já estavam murchas. Deu-as ao pokémon, que as devorou rapidamente, pedindo mais. Jon sorriu, olhando assim, naquele momento, não passava pela sua mente que aquela pequenina criatura, que parecia aos olhos de um leigo, tão indefesa, poderia ter sido criada como projétil de uma arma biológica.

Jon deu mais algumas laranjas ao Cyndaquil e encostou sua cabeça na parede, se permitindo fechar os olhos como não fazia há muito tempo, mas a tensão do local não deixou que ele relaxasse por muito tempo. Abriu os olhos devagar, mesmo com a cura instantânea do seu pokémon, ainda estava um caco. Fitou suas roupas, completamente esfarrapadas e sujas de sangue, desejando agora ter uma boa cama para dormir. Enquanto olhava para lá e para cá a procura de uma porta, pensava em como os outros deveriam estar, se algum deles poderia ter caído em uma situação pior que a dele, se alguma dele já poderia ter escapado. Quando Jon finalmente conseguiu encontrar, não muito longe, um buraco na parede a sua esquerda, outra coisa lhe chamou a atenção. Sem que tivesse notado, o Makuhita de Josh acordara e caminhava em sua direção, seu coração começou a disparar instantaneamente, a bolota amarela grunhia e urrava vindo ao seu encontro, seus olhos fechados mostrava que ele usava o faro para chegar até o seu parceiro. Jon olhou para Josh, completamente desacordado.

- Josh, acorde. – Começou Jon, sacolejando-o e olhando de pokémon para treinador, não queria ser obrigado a usar o Cyndaquil novamente, nem sabia se ele teria forças para um novo ataque, mas se fosse preciso...

– Josh! Acorde! – Dessa vez ele pareceu chamar mais atenção do garoto que virou o corpo de lado. Jon voltou a focar sua atenção no pokémon e ficou paralisado com o que viu. Os olhos do Makuhita, antes fechados, agora estavam completamente abertos; duas órbitas do negro mais profundo que Jon já vira na vida flutuavam na cara gorda e pálida do pokémon. Jon se lembro de ter lido, em algum lugar, que aquela espécie só abria os olhos para indicar que morreria para proteger algo, ou alguém...

Josh! Acorda! Acorda! ACORDA! – Jon balançava o garoto descontroladamente, os sons dos berros do monstro amarelo tomaram seus ouvidos, virando o rosto ele viu que o Makuhita vinha em sua direção assim como um touro corre em direção ao toureiro...

- ACORDA! ACORDA! – Jon começou a berrar loucamente. O Cyndaquil olhava para ele e para o pokémon que vinha correndo, parecendo não entender nada, mas querendo parar com a gritaria que perturbou o seu lanchinho, cravou os seus pequenos dentinhos na perna de Josh, que se levantou com um urro de dor.

Por um momento Jon achou que ia ser jogado a metros e metros pelo Makuhita, ela continuava a gritar “ACORDA!”, “ACORDA”, mesmo com Josh já acordado. Mas, para surpresa de Jon, a voz grave de Josh encheu local.

Maike! Pare, agora! – O monstro amarelo pareceu se acalmar ouvindo a voz do seu mestre, seus olhos se fecharam, tentava frear seus passos, mas foi em vão. Acabou por tropeçar em um Ratata morto e vôo para cima dos garotos, todos, até o Cyndaquil se abaixaram, um estrondo forte ecoou pela enorme sala e pedaços da parede voaram para todos os lados.

Jon levantou a cabeça e mesmo tenso, soltou um risinho. O Makuhita estava com a cabeça totalmente enfiada na parede, suas mãos-luvas-de-box azuladas tentavam retira-la a todo custo. O pokémon se contorcia e gritava, mas só com a ajuda dos dois garotos conseguiu ser libertado. Os dois puxaram, puxaram, até que foram jogados para trás e para infelicidade de Jon, embaixo do Makuhita. Era incrivelmente pesado, pesado demais para o seu pequeno porte. Jon e Josh se levantaram, ofegantes, na mesma hora o lutador amarelo começou a cheirar Jon, o menino, com medo, tentou se afastar, mas Josh segurou seu braço.

- Ele é cego, sabe? Acho que ele pensou que eu estava em perigo ou coisa parecida, por isso atacou. – Jon parou e olhou para o menino, incrédulo. O Makuhita começou a cheirar suas axilas quando Josh voltou a falar. – Deixa ele te cheirar. É a única maneira de ele reconhecer quem é você, calma, para de se mexer, deixa ele cheirar o seu pokémon também.

Era fácil para ele falar, não era ele que estava sendo fungado por um pokémon em lugares inimagináveis. Depois de terminar a inspeção foi a vez do tamanduá. O bichinho não ficou muito feliz e soltou várias baforadas de fumaça na cara do Makuhita, Jon sabia que, se o Cyndaquil tivesse forças, o fogo já teria tomado conta do local. Jon estava prestes a perguntar onde Josh arrumar o Makuhita, mas o outro garoto foi mais rápido, ele caminhava, observando os cadáveres.

- O que aconteceu aqui? – Ele parecia surpreso de Jon ter conseguido derrotar todos os pokémons sozinhos.

- Foi o Cyndaquil, não sei como, mas...

- Esse Cyndaquil bebê? – Interrompeu-o Josh, apontando para o Cyndaquil. – Impossível!

Jon já estava achando chato aquela negação total que ele fazia a suas aptidões como treinador pokémon.

- Ele não é um Cyndaquil normal como os outros, sabe? Ele é, digamos... Especial.

Josh ficou olhando para o bichinho que Jon carregava, tentando ver o que de especial haveria numa bolinha peluda. A discussão foi finalizada com um baque surdo de uma porta se fechando, Jon rapidamente virou os olhos para o lugar em que havia avistado um buraco na parede antes da confusão toda. “Ufa, ainda está ali.” Lembrar-se da porta fez o garoto pensar em quanto tempo eles já estavam ali, no labirinto, e quantas portas ainda estavam abertas para a saída. Levantou-se e apontou o buraco na parede pra Josh que entendeu aonde ele queria chegar. Mas mesmo assim, não saiu do lugar.

- Tenho que achar a Cápsula Pokémon do Makuhita. – Disse ele, já começando a procurar.

- Onde foi que você conseguiu uma Cápsula Pokémon? – Perguntou Jon, tentando não parecer impertinente.

- Mercado negro, é muito fácil, eles fazem uma ligação pirata com as bases do esquadrão, são tantos pokémons aprisionados que eles não ligam de ficar fazendo estatística de um por um.

Jon pareceu surpreso, não sabia que qualquer um poderia ter um pokémon, mesmo Josh não parecendo ser qualquer um. As criaturas eram perigosas e ele duvidava que os monstros que eram capturados com “Cápsulas Piratas” eram devidamente vacinados antes de chegarem às bases do esquadrão. Lembrar da vacina contra o vírus pegou Jon de surpresa, ele mirou seu braço que há poucos minutos estava sangrando e depois se virou, observando os dentes dos Ratatas, antes que pudesse concluir seu pensamente, Josh gritou:


- Achei! – Ele vinha correndo, nas mãos uma Cápsula Pokémon prateada e fosca, sem nenhum brilho, tinha os mesmos três botões espalhados pelo dispositivo, assim como a original. Descascava a tintura em alguns pontos, mostrando ferrugem, ao olhar bem Jon notou que algumas partes pareciam levemente amassadas.

- É, ok, vamos andando, então. – Falou Jon, já começando a caminha em direção ao buraco na parede, Josh apertou o botão central da cápsula, liberando uma luz vermelha e opaca, o Makuhita ficou instantaneamente petrificado, e com um leve chiado, sumiu.

Os dois chegaram ao portal que não revelava o que eles encontrariam a seguir, era tudo total escuridão. Josh já entrava enquanto Jon se virava para olhar pela última vez a chacina que havia participado. Torcia para os poderes do Cyndaquil serem fortes o bastante para curar o vírus pokémon, pois, com toda certeza, aqueles Ratatas estavam infectados. Foi o grito de Josh entrando no portal que chamou sua atenção de volta a parede, a voz do dele foi diminuindo gradativamente, Jon olhou para dentro da abertura, nada viu. Entrou, melhor, caiu. Ao menor passo que deu o breu tomou conta de tudo, ele não via nada, até aterrissar em alguma coisa extremamente fofa, o Cyndaquil ainda no seu colo, começou a deslizar, era como se estivesse em um escorregador de plástico cheio de ar. Pena que a diversão não demorou muito, Jon foi parando aos poucos e se viu em um enorme estádio, levantou-se e certificou-se de que o Cyndaquil estava bem, o pokémon o respondeu com as mesmas quatro letras de sempre “Quil”, olhou ao redor, analisando o que teria de enfrentar agora, um lugar de proporções imensuráveis e melhor iluminado se estendia a sua frente, infelizmente ainda não era a saída. O chão era puro concreto pintado de verde, linhas brancas contornavam-no e o no meio uma enorme bola estava pintada, olhando melhor, Jon viu que se parecia muito com uma Cápsula Pokémon. Ele já havia visto um estádio como esse no livro “Mutações e como enfrentá-las”, em um capítulo que fazia alusão a rinhas ilegais de pokémons, que estavam cada vez mais presentes nos cinco distritos, com um destaque no final da página a um projeto de lei que tentava legalizar os combates, alegando que as brigas ajudavam o pokémon no estado de mutação-natural.

Josh estava ao seu lado e olhava, com um ar de apreensão, para frente.

Dois homens muito estranhos estavam parados atrás da linha que dividia a arena em dois campos. O do lado direito era alto e de cabelos loiros e oleosos, usava um óculos escuro e sorria com escárnio, dos ombros aos pés vestia uma capa malhada, como pele de onça, que era a única peça de roupa que parecia ter um pouco de dignidade, pois o suas peças de baixo estavam completamente rasgadas. O outro era mais estranho ainda, era um negro bem baixinho e forte, usava um colete de malha e uma calça surrada, mas o que causava a estranheza toda era o seu cabelo afro, era enorme e crescia para todos os lados. Os dois homens fitavam os garotos, analisando-os, o de manta de pele de onça colocava a mão nas costas, quando a voz de Stella chegou aos seus ouvidos.

“Bem vindo competidores, como tem passado?”

O risinho abafado da mulher ecoou.

“Espero que muito bem, venho aqui lhes informar que depois de tudo o que vivenciaram vocês terão a chance de terminar o labirinto, mas somente dois poderão sair, os dois de parceiros mais fortes, a dupla que vencer uma a outra numa batalha pokémon.”

O de cabelos amarelos, que mexia ainda mais nas costas, agora puxava para cima uma grande foice que reluzia incrivelmente, a arma era totalmente feita de madeira, até a lâmina, que normalmente deveria ser feita de metal. Ele pousou o objeto no chão e fitou a expressão de assombro no roso dos garotos. Enquanto o som de uma porta se abria Josh puxava Jon para perto.

- Dê isso ao Cyndaquil. – Ele abria sua mochila e futucava dentro procurando alguma coisa, parou de repente e retirou da bolsa dois pequenos frascos, Jon olhava dele para os frascos. – Só dê. – Ele entregou um frasco pequeno e arredondado com um liquido vermelho que borbulhava.

Josh se afastou e Jon viu que da porta que ouvira abrindo saíra um homem de roupa preta e bigode escovinha, no seu pescoço pendia um apito de ferro, o juiz. Os garotos caminharam até o meio do campo, o homem se adiantou e começou a explicar regras e mais regras, Jon estava nervoso demais, o que iria fazer? Seu pequeno Cyndaquil estava cansado demais, mas ele não estava em condições de escolher... Nem percebeu quando o juiz se inclinava para perto dele, falando:

- Você esta me ouvindo? – Nervoso com a displicência de Jon. Ele fez um aceno positivo com a cabeça e o homem continuou. – Vamos decidir os termos com um par ou ímpar. A dupla que vencer poderá escolher que tipo de batalha vocês travarão.

Josh se adiantou, tomando a dianteira para disputar o par ou ímpar. Mas acabou por perder, Jon ficou com mais medo ainda o que viria a seguir. O homem branco de cabelos loiros começou a falar, uma voz grave e etérea.

- Morte súbita. - Disse ele, já se virando sem nem olhar para o juiz. – Jon, de alguma forma, pode sentir que por traz daquela capa ele sorria. – Quatro contra quatro. - Continuou

- Quatro contra quatro? – Indagou Jon, sem nem pensar antes de falar. – Nós não temos quatro pokémons!

O homem se virou e a predição de Jon se confirmava, ele sorria.

- Não estamos falando de pokémons, moleque! Será quatro contra quatro, contando com nós, os monstros e vocês.

“Esse cara é doido? Ele quer... quer... Lutar contra um pokémon?” Jon fez força para se manter firme enquanto se virava para voltar ao seu lado do campo, enquanto a gargalhada que Stella dava por conta de sua reação tamborilava em seus ouvidos. Enquanto caminhava, pegou o pequeno frasco com a essência que Josh acabara de lhe dar, tirou a pequena rolha e um cheiro de enxofre invadiu suas narinas, o liquido começou a borbulhar, exalando uma fumaça de cor avermelhada. O Cyndaquil parecia muito interessado e Jon não teve escolha se não confiar no plano de Josh. O tamanduá bebeu tudo bem rápido, logo após algo que ele certamente não esperava aconteceu, o pokémon começou a tremer em seus braços e a ficar cada vez mais quente, e sem o menor aviso as costas do bichinho, que somente poucas vezes mostrava uma pequena e fraca chama, explodiu em uma labareda vermelho vivo que subiu até o teto e foi parando aos poucos. Jon ficou estático, petrificado com aquela demonstração de poder. O pokémon pulou do seu colo e começou a pular de um pé para o outro, animado. Josh sorriu quando o garoto se juntou a ele.

- Quais ataques você ensinou a ele? – Josh não parecia nada preocupado, parecia até, para surpresa de Jon, feliz.

- Nenhum. – Respondeu o garoto, mas para sua surpresa a expressão de Josh não mudou, ele bateu palmas e começou a pular, do mesmo modo que fazia o Cyndaquil.

- Vai ter que servir. – Ele parou de pular e começou a se alongar. – Pronto?

- Não. – Jon começou a falar, mas foi interrompido pela luz nauseante da cápsula pokémon Josh jogava para o alto, logo depois estava parado a sua frente o gordinho Makuhita.

Josh pegou o seu frasco e jogou para o pokémon, o monstrinho pegou-o e bebeu. O que aconteceu a seguir foi tão estranho quanto o que acontecera ao Cyndaquil. Os braços do Makuhita se inflaram de um modo surpreendente, suas bochechas se estufaram e sua barriga duplicou de tamanho, e para terminar, ele abriu os horríveis e horripilantes olhos pretos. Josh correu até o seu pokémon e cochichou alguma coisa em seu ouvido, Jon não conseguiu acompanhar, mas logo dois segundos depois o Makuhita estava do outro lado da quadra, cheirando os adversários, os dois homens também ficaram impressionados e sem reação. Logo depois ele já estava de volta, se posicionando a frente do seu mestre.

- Ele só vai parar quando matá-los. – Disse Josh gritando para Jon, bem alto para todos ouvirem, o garoto fungou bem forte e continuou. – Isso vai ser divertido.

Do outro lado do campo os inimigos liberavam os seus pokémons. Um cisne enorme surgia ao lado do homem loiro, suas asas enormes se abriram e um vendaval momentâneo chegou ao rostos dos meninos, as asas do pokémon brilharam quando o outro cara, o de cabelo afro, liberou seu pokémon. Uma toupeira rechonchuda e de garras de metal surgiu, seu olhar frio se firmou em Jon, como um aviso. O juiz caminhou até o centro do campo e, com sua voz esganiçada, começou a falar:

- À esquerda, número 156 e Swanna, número 160 e Excadrill. À direita, número 367 e Cyndaquil, número 349 e Makuhita. – Ele fez uma pausa. – Comecem.

Depois do juiz terminar de falar tudo aconteceu absurdamente rápido. Jon foi o último a se tocar e começar a se mexer. O Makuhita disparou em uma velocidade incrível ao cabelo-afro, o negro nem teve chance de se mexer, levou um soco extremamente forte no rosto e aos rodopios bateu de costas na parede, mas o ataque não pareceu surtir muito efeito. A toupeira Excadrill não pareceu ter gostado muito, ela lutava contra o Makuhita, cortando o ar com suas pinças de aço enquanto o Makuhita se desviava abaixando e pulando. Josh corria em direção ao cabelo-afro que ainda tentava se recuperar o golpe que tomara, mas não teve uma investida muito bem sucedida. O homem retirou, Jon não conseguiu ver de onde, uma pequena besta, e agora urrava atirando flechas em Josh que corria desesperado em torno do campo. Jon rodopiava procurando o homem com capa de onça, mas não o viu, foi só depois de um piado longo e agudo que o garoto se lembro de olhar para cima. O homem estava montado no enorme pássaro que batia as asas em um movimento continuo e ritmado. Jon ficou abismado, agora de perto, via como as asas eram colossais, se estendiam em no mínimo cinco metros com penas tão brancas quanto à neve. Jon não teve tempo para deslumbrar a beleza do pokémon, no seu bico fino e longo algo se formava, o ar parecia ser puxado, tragado para uma pequena esfera de energia azul que só parecia aumentar e aumentar. Jon não sabia realmente o que fazer, só o que o Cyndaquil conseguia era queimar tudo o que estava a sua frente, estava ficando desesperado, a bola azul de energia estava ficando enorme. Atônito, Jon via que o ar da sua frente ficava cada vez mais frio. Ele não teve muito tempo para pensar, pegou o Cyndaquil e reuniu toda a força que conseguiu, cochichou para o pokémon “Queime tudo, tudo o que você conseguir ver na sua frente.” E então o arremessou para cima, na esperança de que o monstrinho tivesse entendido o que ele havia falado. Um clarão enorme encheu todo o estádio, olhando para cima ele viu que o Cyndaquil girava no ar e soltava uma rajada enorme de fogo para todos os lados. O Swanna, com sua bola de energia completamente acabada, agora lutava com suas asas para manter ao fogo longe, que chamuscava suas penas.

Por um momento até Josh e o cabelo-afro pararam de brigar para observar a saraivada de fogo que cortava o céu do labirinto. Jon esperava que somente aquilo bastasse, sabia que não duraria um segundo contra qualquer um dos dois homens e que, se não fosse o Cyndaquil, já estaria aniquilado. Foi então que o fogo parou e Jon levantou os braços para pegar o seu pokémon, que caia calmamente, mas algo o deteu e segurou seu braço. Ao longe o Swanna caia com um baque estridente no chão e o seu dono, que agora segurava Jon e erguia bem alto a sua bela foice, não parecia de maneira alguma estar preocupado com o estado do seu parceiro. Jon não viu de onde ele veio e nem como havia saltado do cisne, mas agora ele estava ali e Jon estava perdido, morto por uma simples questão de tempo. O homem suava e seus cabelos pareciam ainda mais oleosos, de perto, Jon pode ver a cor dos olhos em fúria do moço, um verde musgo profundo e uniforme. A capa sumira de suas costas e seu peito nu mostrava seus músculos exorbitantes que se contraiam a cada respiração. Jon fechou os olhos, se debatia tentando fugir, mas era uma atitude vã. O homem o segurou tão forte que ele pensou que seus ossos iriam se partir.

- Sabe garoto. – Começou ele. – Você tem coragem, mas, infelizmente, vai ter que morrer, nada pessoal, sabe? Só negócios. – Ele riu das próprias palavras, uma risada demente e prepotente. – Sinta-se honrado, moleque, vai ser morto por uma foice feita com a madeira de Sudowoodo. – Ele chegou bem perto da orelha de Jon. - Você sabe o que é o Sudowoodo?

Jon estava tão nervoso e amedrontado que só conseguiu ouvir udo udo e com um pouco de dificuldade, balançou a cabeça negativamente.

- Imaginei que não.

Ele pode ouvir o som cortante da madeira descendo e então, com muita força, fechou os olhos.

Um filme passou pela sua cabeça. a risada da sua mãe ecoou, distante e alegre, depois ele pode ver claramente o dia em que entrou para a escola de medicina e logo depois, com as cenas mudando bruscamente, o dia em que a mãe morreu, podia ouvir Yuko dizendo, “Você não quer conversar?” instantaneamente ele estava em um floresta, desnorteado, com os pés sendo arrastados por homens tatuados seguidos por Arcanines...

Então ele ouviu um urro de dor e abriu os olhos, teria morrido? Mas não, ainda continuava no estádio, olhou para o lado e viu o homem branco que o segurava caído no chão, com pequenas flechas no braço. Ao longe notou que Josh, que segurava à besta, correndo ao se encontro, ao seu lado o cabelo-afro estava jogado no chão, uma poça de sangue rodeando o seu corpo. Na outra extremidade do campo, enterrado no chão, jazia o corpo da toupeira, mas sua cabeça não se encontrava lá, estava a mais ou menos dez metros do dorso decapitado. Jon correu para se juntar a Josh, mas parou no meio do caminho, onde estava o Cyndaquil? Demorou tempo demais analisando o que havia acontecido. Virando-se, fitou o sujeito que a pouco o prendia, ele retirava sem nenhum cuidado os dardos do braço, na mão direita, se contorcendo e guinchado, estava o Cyndaquil. Estupefato, Jon viu o homem erguer-se em uma posição de lançamento, ele girou o jogou o pequeno tamanduá em uma velocidade impressionante de encontro à parede, que se explodiu em milhões de pedaços. Jon não quis saber de nada, antes que Josh pudesse lhe segurar ele correu, correu o mais rápido que pode em direção ao seu parceiro.

Josh gritava, mas ele não ouviu, chegou ao local de colisão e começou a procurar desesperadamente pelo seu pokémon. Foi então que viu, estatelado em baixo de uma pedra, um Cyndaquil débil e muito ferido, ainda assim, felizmente, vivo. Jon o pegou no colo e o monstrinho soltou um som esganiçado de dor. Para a surpresa do garoto, o impacto não produzira tanto efeito quanto ele imaginara, o tamanduá se aconchegou no seu braço, mais indefeso do que nunca. Ao virar-se, o garoto não se surpreendeu de forma alguma com o que o esperava, uma foice brandida por um homem furioso corria em sua direção, ao longe, ele viu Josh e o Makuhita correndo para ajudá-lo, mas não daria tempo. Jon esperou, então, sua morte chegar. Parecia até estar esperando tempo demais, pois de repente conseguia ver tudo em extrema câmera lenta, será que todos que morriam eram capazes de ver assim? Olhou para o Cyndaquil e, pasmo, viu que seu corpo, antes da cor natural, estava completamente branco e envolto em uma aura azulada. Era como se pequenas chamas azul ciano dançassem em volta do pokémon. E então, para sua surpresa, Jon ouviu; era um barulho ritmado, como pequenos tambores sendo batucados a porta dos seus ouvidos, ele desviou o olhar para Josh, de alguma forma, ele podia senti-lo, podia escutar seu coração batendo, sentia a adrenalina que corria em seu corpo, virou a cabeça para o homem que vinha em sua direção em uma velocidade extremamente baixa, e as batidas mudaram, agora fortes e temerosas. Ele não fazia idéia do que estava acontecendo, seu corpo emitia a mesma aura azulada que o Cyndaquil exalava, de alguma maneira impressionante ele podia sentir o seu pokémon, podia pensar como o seu pokémon, ele e seu pokémon eram um só.

Ele não pensou muito para descobrir o que iria fazer, tinha de tentar, se ele morresse ia ao menos levar o outro junto. Fechou os olhos e imaginou que as chamas dançavam pelo seu corpo, chamas de todas as cores, e ele brincava com elas, as manipulava a livre vontade. Abriu os olhos novamente e tudo estava azul, as costas do Cyndaquil queimavam intensamente, espalhando a chama azulada pelo corpo do garoto. Elas não o machucavam, era como um abraço caloroso num dia de frio, um chocolate quente, um cobertor macio. Jon tinha todo aquele poder nas mãos e podia fazer o que quisesse com ele, juntou as duas mãos abertas a frente e com toda a sua força, imaginou as chamas indo de encontro ao seu concorrente.

Segundos depois sua visão tinha voltado ao normal, ele estava ainda mais fraco e sentiu uma vontade forte de deitar e dormir ali mesmo, mas não foi preciso, a última coisa que ele viu enquanto desmaiava era um homem queimando e gritando de dor.

***


***

A lua brilhava intensamente naquela noite, Ágata se perguntava se o satélite era de verdade ou só mais uma ilusão do escudo de luz. Maçãzinha estava sentada ao seu lado, balançando os pezinhos de um lado para o outro. Com muitas maçãs em volta, Sam roncava descontraidamente. As frutas eram realmente muitas, pois Maçãzinha não parava de voltar a macieira que não hesitava em lhe oferecer frutas para colher. Até aquele momento, ninguém de novo havia conseguido sair do labirinto, até aquele momento, pois quando Ágata começava a predizer várias desgraças em sua mente que poderiam ter acontecido aos seus “amigos”, uma porta branca e de maçaneta dourada surgiu, do nada, ao seu lado. A garota pulou com um susto e Maçãzinha também levantou, afobada. A maçaneta se girou sozinha e a porta se abriu, Ágata se afastava, com medo do que iria sair. Mas sua preocupação não tinha fundamentos. Da porta, um garoto de estatura mediana e de cabelos pretos surgiu, se não fosse pelo vestuário o teria tomado pelo garoto do grupo, Josh. Usava uma jaqueta de couro preta e uma calça da mesma cor, seus olhos também eram pretos, só o que contrastava com as tantas partes negras era sua pela, extremamente branca. O garoto olhou para ela, um olhar dócil e amigável, ele chegava mais perto e ela via como era bonito. “Não, não, ele não é bonito e, pior ainda, não é amigo.” O garoto parou assustado quando ela colocou as mãos para frente sibilando para ele ficar onde estava. Depois disso uma coisa realmente nojenta aconteceu, ele olhou para Maçãzinha e seu sorriso se abriu até a orelha, Ágata olhava para a menininha, ela literalmente se derretia, se tornando uma gosma rosa e pastosa que rastejava em direção ao novo participante. Ele escancarou a boca e Ágata deu um grito, a gosma em que Maçãzinha se transformara entrava pela boca adentro. Ela sentia vontade de vomitar, mas se forçou a continuar olhando a cena. A pele dele, antes branca, agora estava em um tom rosa bebê, seus cabelos se tonalizaram em um roxo muito forte e seus olhos se tornaram um púrpuro cintilante e escuro.




Ágata estava petrificada, mas não podia ter medo, não agora. Ele vinha em sua direção, ela raciocinava, pensando no que ia fazer, ia ter que lutar, era isso. O garoto parou a sua frente e quando ela pretendia começar a gritar, ele levantou a mão a, como num aperto de mão.

- Obrigado por cuidar do Ditto. – Disse ele, seu sorriso, de tão branco, quase refletindo a luz do luar.




________________
O 6º Distrito - Stan - Página 3 J9zt  
Em breve.
Pokaabu
Pokaabu
Membro
Membro

Masculino Idade : 28
Alerta Alerta :
O 6º Distrito - Stan - Página 3 Left_bar_bleue0 / 100 / 10O 6º Distrito - Stan - Página 3 Right_bar_bleue

Data de inscrição : 02/07/2011


Ir para o topo Ir para baixo

O 6º Distrito - Stan - Página 3 Empty Re: O 6º Distrito - Stan

Mensagem por Mag Qua 13 Mar 2013 - 14:11

Pokaabu do céu! Esse capítulo ficou gigantesco, cara. Desculpe demorar tanto ler, eu estou enrolado com leituras atualmente mesmo.

Honestamente? Esse capítulo ficou excelente. Acredito que se não for o melhor, é sem dúvida um dos melhores até agora. Eu só diria para que diminuísse o tamanho mesmo. Amedronta os leitores, compreende? E, na realidade, isso nem é tão difícil de fazer, já que é só tirar alguns parágrafos da história de cada personagem e passar para o próximo capítulo. Aliás 100 páginas não é pouca coisa, rapaz. Parabéns, hein -qq.

Erros? Aparentemente, nenhum. 0. Percebi que você caprichou nesse, hehe. Só aconteceu de você esquecer de colocar o travessão antes de algumas falas, mas foi só numas 3, então não vou te encher o saco quotando. Excelente isso, pois reflete no trato atencioso que o autor dá ao texto.

A história... Sua criatividade é admirável, cara. Como disse em quase todos os meus comentários, aqueles inícios de capítulos descrevendo os tipos de pokémon me admira até hoje, por causa de alguns detalhes que você cita, nos quais eu nunca pensaria se não lesse ali. Mas, e aquele troço louco do Jon meio que se unir ao Cyndaquil? WTH? Mas eu gostei. Isso deve ter algo a ver com o fato de o pokémon já ser peculiar e por ele ter evoluído no colo do Jon... Não tenho certeza, só você pra explicar mesmo. A batalha doida ficou muito boa e bem descrita. Você deu muita atenção aos detalhes, a quem eu atribuo a culpa do capítulo estar maior também. Foi meio OverPower da parte dos mocinhos, não é? Mas tudo bem, eu amei mesmo.

E me parece que você está dando um trato na Ágatha. Meio que reincorporando a personalidade dela sem forçar aquilo de não ter sentimento, entende? Estou amando isso. Quando ela se deparou com a Maçãzinha (eu ri disso xD), a descrição das reações dela ficou muito bom. Como ela se assuntou de imediato, mas depois repensou aquilo de não julgar mal por ser diferente e etc. Mas quando aquele final chegou, eu fiquei estarrecido, e no meio do último parágrafo, eu ri sem parar. WTH?² Era um Ditto que entrou na boca do seu treinador e que foi transmutado por isso? Tem algo a ver com aquele negócio louco que aconteceu com o Jon também, não é? Só falta todo mundo começar a se unir aos seus pokémon, aí vai phude tudo.

Cara, vou parar o comentário por aqui. Cansei de jogar pensamentos à torto e à direita. -qq Espero o próximo capítulo, e sugiro mesmo que dê uma maneirada no tamanho deles. Até pra mim, leitor dos 5 livros de As Crônicas de Gelo e Fogo, você espantou. É medonho ler um capítulo desse tamanho no PC.

Até e boa sorte com o restante da fic, Pok.

(Foi bem doido conhecer seus sonhos de trabalhar num supermercado.)

________________
God has a voice,
She speaks through me
Mag
Mag
Membro
Membro

Masculino Idade : 28
Alerta Alerta :
O 6º Distrito - Stan - Página 3 Left_bar_bleue0 / 100 / 10O 6º Distrito - Stan - Página 3 Right_bar_bleue

Data de inscrição : 15/07/2009

Frase pessoal : Big Mac em Tebas


http://instintodeler.blogspot.com.br/

Ir para o topo Ir para baixo

O 6º Distrito - Stan - Página 3 Empty Re: O 6º Distrito - Stan

Mensagem por Pokaabu Sáb 23 Mar 2013 - 16:45

Oi Mag, você, como sempre, alegrando meu dia, mesmo sendo só um comentário, fico muito feliz sabendo que foi escrito por você! >Smile

Bom gente, eu to muito insatisfeito com essa história, insatisfeitíssimo na verdade, se eu pudesse voltar no tempo... não se isso é coisa se escritor super exigente, mas... Enfim, já pensei em fechar a fic muitas vezes, será que estou fadado a ser um escritor medíocre? Enfim, vamos lá, o show tem que continuar  Rolling Eyes

Gente, resolvi repartir os capítulos em partes, que ficarão em torno de 5-7 páginas do Word, assim fica mais fácil de ler, pq eu sei que ler pelo computador realmente não é uma experiência agradável.

A, estou planejando uma nova fic, só que não será de pokémon, só que essa eu vou realmente planejar antes de postar e não sair postando qualquer coisa.

Chega de lero lero né.

A Anatomia dos Pokémons

O 6º Distrito - Stan - Página 3 Aanatomiapokmon



NORMAL

Os pokémons normais são simplesmente animais com algum tipo de mutação, grandes demais ou com alguns dos poderes especiais característicos dos monstrinhos. Foram as primeiras espécies vivas modificadas pelo projeto pokémon, alguns podem desenvolver ataques de outros tipos, por isso são chamados de projeto piloto. Por serem tão frágeis, desenvolveram um mecanismo de defesa extremamente curioso, suas canções podem hipnotizar o inimigo e seus beijos têm um poder totalmente “apaixonante”, alguns os chamam de pokémons cupidos, apesar de não serem nada dóceis. Essa característica de poder despertar em outros organismos os hormônios da paixão foi passada pelos pokémons normais a alguns outros tipos de monstrinhos, por reprodução em meio natural.

LUTADOR

Foram criados para combate físico, sua força é imensurável, podendo quebrar rochas extremamente resistentes somente com o punho. Seu corpo é muito resistente e por conta dessa força e dessa resistência são usados em rinhas de briga ilegais. Os seres humanos, ou os verdadeiros monstros nesse caso, caçam estes pokémons e os sedam. São extremamente ariscos e violentos, não se é recomendado à aproximação com esses pokémons.


O 6º Distrito - Stan - Página 3 Rtnz
O 6º Distrito - Stan - Página 3 Nnc


Parte l - Memórias.


“Tem que estar acabando, tem que estar acabando.”

Aquela frase pairava pela cabeça de Stan a cada rodada que recomeçava, o dado girava, as cartas saltavam dos painéis, e tudo voltava a estaca zero, de novo e de novo. Todos os competidores pareciam exaustos, mas pela pose que lutavam pra manter, continuavam sem nenhuma intenção de demonstrar fraqueza alguma. Castor e Pólux, que antes dormiam na bolsa do garoto, agora estavam totalmente acordados e cheios de energia. Eles pulavam entre os painéis e dançavam em estilo pique-pega entre as vitórias-régias que planavam na água do novo cenário do game.

A duas rodadas atrás, toda a extensão do descomunal salão onde eles estavam havia se enchido totalmente de uma água nodosa verde-musgo, que brotava de protuberâncias do chão. O garotinho, coitado, agora estava fadado a nadar no liquido gosmento ao contrário de piscina de água límpida e cristalina de antes. O cara tatuado suava muito e já tinha se despido há muito tempo, ficando só com as roupas de baixo. Os machados continuavam a descer ritmicamente, ele resolveu que era melhor ficar abaixado e deixar as armas cortarem o ar sozinhas, sem precisar ficar se esgueirando a todo o momento. O único que continuava intacto e exibia um sorriso escancarado era o homem de terno, olhando para o sorriso dele Stan teve certeza de que o conhecia de algum lugar.

Agora era vez de Stan, seu painel piscava, avisando-o. Apertou o botão distraído, pensando que aquilo não iria dar em nada, uma das cartas anteriores havia limitado sua direção apenas para frente, deixando não só ele preso, mas a mulher de roxo também. Apertou outro botão e esperou sua plataforma se dirigir quatro casas a frente, entrementes observou os Pikachus saltando felizes e alegres, como se nada de ruim estivesse acontecendo, arregalando os olhos de surpresa, não pode deixar de perceber que alguma coisa bem grande nadava perto deles. Gritou, chamando-os, mas eles não ouviram e continuaram brincando, o barulhinho irritante da carta saindo do dispositivo chamou atenção de Stan, ele pegou a carta e leu em voz alta rapidamente.

“Desça quatro pés”

Ele jogou o cartão fora e voltou a gritar pelos pokémons, mas eles haviam sumido. Só depois que tudo começou a tremer ele percebeu o que havia lido. “Desça quatro pés?”, de repente a plataforma começou a abaixar adentrando na água verde, ele começou a ficar desesperado, enquanto todos os outros competidores olhavam para ele, apreensivos. Ele correu os olhos em volta do lugar procurando os Pikachus, para o seu alivio, viu-os ao longe, contudo, o que prendeu sua atenção foi outro animal, um enorme crocodilo submergiu e começou a flutuar vagarosamente em direção aos pokémons, naquele momento o coração de Stan parecia tão acelerado que poderia sair pela boca. Depois disso, tudo aconteceu muito rápido. Stan gritou tão firme com os pokémons que até ele se surpreendeu com sua voz, os bichinhos pularam entre os crocodilos e correram em sua direção, olhou paro os lados, Will lutava contra outros dois dos répteis que surgiram da água, o garotinho nadador havia sumido... Mais dos animais submergiam a todo instante e Stella gargalhava histericamente. “Essa psicopata quer matar a todos nós, é isso?” Os Pikachus conseguiram chegar até ele, o painel da mulher de roxo começou a apitar pedindo para ela jogar, mas era impossível, todos estavam paralisados de medo. O sorriso continuou a ecoar pela sala enquanto Stan pensava em o que fazer, os répteis eram muitos, seria impossível, alguém iria morrer. Alguém vai morrer... Alguém teria de morrer... Então era isso?

As palavras de Stella voltaram de supetão a sua mente.

“Competidores, parabéns por chegarem até aqui, mas infelizmente, só três de vocês irão continuar.”

Ele ouviu um crack, mas não precisou virar para o ver o que havia acontecido, a cabeça do homem tatuado saiu voando e caiu na água, esquecida, boiou cinco segundos em meio à gritaria antes que fosse abocanhada. Stan olhou para o lado, onde a mulher de roxo se retesava pulando enquanto os crocodilos tentavam abocanhá-la. Estava tão atônito que nem percebeu que os Pikachus pulavam entre os animais, tentando protegê-lo. Voltou a olhar para a mulher, “Sobravam quatro pessoas... era isso então? Estaria fadado a ser um assassino? Estaria fadado a praticar o ato que tanto repudiava?”, não teve muito tempo para pensar, os instintos tomaram conta do seu corpo quando ouviu um grito agudo atrás de si. “E se fosse Will?”, ele juntou todas as forças que tinha, fechou os olhos, e empurrou-a para dentro da água. Para sua felicidade, ela não gritou por muito tempo.

Tudo parou, ele ficou com os olhos fechados e as mãos estendidas. Ninguém falava, ninguém gritava, o silêncio pairou por um longo tempo. De repente, com um som metálico, a plataforma onde ele estava se abriu e ainda com os olhos fechados, Stan foi engolido pelo vazio.



***



Sam estava sentado refletindo como havia sido idiota. Fingir um medo excessivo no labirinto foi de longe, sua pior ideia. Mas o que ele poderia fazer?  Não sabia lutar e tinha certeza de que os heroizinhos não o mandariam para a morte, iriam defendê-lo, a maioria, pelo menos. Ele pegou uma das milhares de maçãs no chão e a mordeu, já estava enjoado de comer maçãs  mas as frutas continuavam extremamente doces e saborosas. Olhou para o lado, não muito longe dali, Ágata estava sentada conversando avidamente com o garoto-roxo, no começo, ela parecia muito desconfiada dele, mas agora Sam podia ouvir algumas gargalhadas bem audíveis. Sam não gostava dela, definitivamente não gostava dela.

Depois de ela tê-lo salvado, quer dizer, mesmo ela tendo o salvado, ele não conseguia sentir a mínima simpatia por ela, que era, na maioria do tempo, antipática e arrogante. Para piorar, as palavras que a garota proferiu no seu último encontro com ele ainda estavam bem frescas na sua mente. Eu sei do seu segredo... Você me deve um favor... Junto com a raiva por ela também crescia, contra a sua vontade, um enorme rancor por Yuko. “Como ela pode abandonar a todos assim?” Ela disse que o ensinaria o verdadeiro significado da vida, e ele esperava que ela ficasse feliz, porque ele finalmente havia entendido. Todos que ele achava que realmente gostavam dele o haviam abandonado, primeiro sua mãe, depois seu pai, agora ela. A vida e a solidão são velhas amigas, que algumas vezes podem se desencontrar, mas sempre acham o caminho de volta. E agora ele sabia, viver é estar sozinho.



***



Yuko estava presa, o quarto de concreto era minúsculo e sem nenhuma iluminação. A solitária era reservada aos que não seguiam as regras ou tentavam fugir do conglomerado. Yuko chamaria de prisão, mas não queria garantir mais uma semana no escuro a pão e água. Foi por pouco que não conseguira fugir, a maldita e fofoqueira Cassandra havia escutado quando ela saíra, na calada da noite, do dormitório das meninas. “Ela vai me pagar, a se vai”

Com um estrondo, a porta da solitária se abriu, um homem enorme e cheio de músculos surgiu a sua frente, mesmo depois de muito tempo convivendo com o capitão Huck ela ainda não conseguira se acostumar com a enorme cicatriz no seu rosto.

- Você pode sair agora, pirralha malcriada. – Ele agarrou Yuko pela a gola da surrada camisa e com toda a força arrancou-a do quartinho, lançando-a a quase cinco metros de altura. No começo, quando ela havia chegado na concentração pokémon, sempre caia estatelada no chão quando ele fazia isso, o que acontecia com muito mais frequência do que ela desejava. Mas vários treinos extras agora a garantia um pouso leve e controlado no chão. Ela planou no ar com uma pirueta tripla até seu pé tocar levemente e sem nenhum barulho a terra batida.

- Excelente, pirralha malcriada, excelente. – Exclamou Huck, batendo palminhas irônicas – Será que se você passar mais uma semana na solitária será capaz de cair em pé desse jeito? – Yuko estremeceu e antes que ele pudesse pensar em jogá-la de volta, caiu no chão e começou a gritar, como se o pé tivesse quebrado. Por incrível que pareça, o capitão Huck havia acreditado, Peter com certeza riria dessa história horas mais tarde.

A cena se embaralhou e mudou, agora Yuko estava em casa, estudando. Alguém batia forte na porta e seu pai corria apressando para espiar pelo olho mágico para saber quem era. Depois de algum tempo ele veio correndo ao encontro da garota e mandou-a entrar no banheiro e se esconder. Sem relutar, ela obedeceu ao pai. Ela pode ouvi-lo conversando com algumas pessoas, depois a conversa passou a ser uma gritaria incessante, escutou alguém gritando e, pelo som grave que emitiu, jurava que era o pai, o medo a paralisou, mas a garota não teve tempo de pensar muito no que fazer. A porta do banheiro foi esmurrada até ser arrombada, um homem estranho com uniforme militar entrou e tirou-a, sem nenhuma gentileza, de dentro do lavabo. Enquanto ela era arrastada para fora de casa, pode ver seu pai, chorando e sendo segurado por outros soldados.

Na rua que cortava o bairro, todas as crianças da vizinhança estavam alinhadas uma ao lado da outra. Yuko viu, para sua alegria, que Peter estava entre elas. O soldado que a segurava empurrou-a forte e apontou para fila, ela andou, relutante, até onde Peter estava. O garoto parecia tenso e o seu semblante, outrora feliz e brincalhão, mostrava um rosto amedrontado. Yuko se pôs ao seu lado, abrindo espaço entre uma menina que parecia ter acabado de acordar e um ruivinho que estava completamente suado.

- O que você acha que está acontecendo – Perguntou em sussurro, levando a boca até o ouvido do amigo.

- Não sei, mas meu pai falou que eu deveria ir com eles, que eles com certeza vão me tratar bem. – Sua fala foi tão entrecortada que Yuko nem entendeu direito o que ele dizia. Mas não foi preciso, todos de repente começaram a andar em fila indiana em direção a um enorme comboio, onde foram amontoados um em cima do outro, ela não sabia o porquê, mas tinha a sensação de que nunca veria seu pai novamente.


Com o reboar de um trovão cortando a tempestade Yuko acordou com um salto, suava frio e ofegava, há muito tempo não sonhava com a concentração pokémon e muito menos com o dia em que fora tirada a força de casa para ser treinada qualificadamente - lê-se qualificadamente, pois os professores eram assassinos e cientistas que faziam experiências com seres humanos - para lutar contra os pokémons na guerra contra o sexto distrito. E Peter, aquele sonho havia sido tão vivido, o rosto dele estava tão amedrontado no dia em que fomos levados. “Peter, por que você fez aquilo?”

Yuko se levantou, ainda relutante que pudesse voltar a ter pesadelos como aqueles, não queria mais fazer viagens involuntárias ao seu passado, tinha de esquecer, apagar tudo aquilo. “Mas como se livrar do ódio, do sentimento de injustiça, da solidão?”, finge-se todos os dias que tudo vai melhorar, que o amanhã vai ser diferente, mas se o futuro é o reflexo do passado, como esperar coisas boas?

Ela caminhou até a porta do banheiro, enquanto girava a maçaneta, virou a cabeça para trás e observou Alex dormindo tranquilamente no seu lado da cama. “Será que ele também tem pesadelos?”, ela não teve tempo de maturar o pensamente, muito menos de tomar a ducha que tanto queria, o barco estremeceu com um solavanco, em um primeiro momento, ela achou que fosse a tempestade, mas tudo ficou claro quando ouviu vozes e barulho de coisas se quebrando acima de sua cabeça, no convés. Yuko correu até Alex, que se mexia desconfortavelmente com o balançar da embarcação.

Alex! Alex! – Ela o balançou, mas ele não acordou, sabia que ele tinha um sono pesado, mas as vozes agora estavam bem altas. – Alex! Acorda! – Ele acordou assustado e com os olhos arregalados olhou para todos os lados, procurando quem gritava, pousou seus olhos Yuko e seus sentidos começaram a despertar, pois parecia estar assimilando as vozes à condição em que estavam. – Acho que estamos sendo atacados. – As palavras saíram em um sussurro fraco de sua boca, não esperava um ataque em alto mar a essa hora da madrugada. “Seriam piratas?”, novamente não teve tempo para pensar, com um mau pressentimento virou-se e viu que a porta estava sendo esmurrada, Yuko pensou que se tornara imune a isso, mas depois de muito tempo, voltou a sentir medo.


Última edição por Pokaabu em Dom 16 Jun 2013 - 19:31, editado 4 vez(es)

________________
O 6º Distrito - Stan - Página 3 J9zt  
Em breve.
Pokaabu
Pokaabu
Membro
Membro

Masculino Idade : 28
Alerta Alerta :
O 6º Distrito - Stan - Página 3 Left_bar_bleue0 / 100 / 10O 6º Distrito - Stan - Página 3 Right_bar_bleue

Data de inscrição : 02/07/2011


Ir para o topo Ir para baixo

O 6º Distrito - Stan - Página 3 Empty Re: O 6º Distrito - Stan

Mensagem por Nivans Dom 24 Mar 2013 - 8:39

Também já fiquei bem insatisfeito com o rumo que algumas fics minhas tomaram e gostaria de remodelar alguns fatos nestas para continuar, isso é coisa normal mesmo. É difícil manter um planejamento, sei que novas ideias surgem com o tempo e talz, bem normal (ou, pela falta desse, nos perdermos na construção da história). Porém, não precisa ficar assim, Pokaabu, a tua fic é excelente! Sem puxa-saquismo nem nada, considero essa a melhor fanfic ativa na área atualmente, principalmente pela sua criatividade. Ainda me impressiono com a parte ''A Anatomia dos Pokémons''.

Ah, gostei desse chapter também. Sua narração foi leve e tudo foi bem detalhado, ainda assim, sem se tornar algo cansativo. Outra coisa que me atraiu foi seu vocabulário um tanto quanto diferenciado, ficou muito bom... Mesmo assim, em minha opinião, ainda acho que ''Yuko'' foi repetido um pouquinho, mas nada que precise de um grande destaque. Pois bem, só acho que fiquei um pouco perdido no finalzinho...

Sorry, tentei fazer um comentário o menos vago possível, mas vi que não consegui. :< Apenas saiba que mantém um leitor aqui! o/



________________
O 6º Distrito - Stan - Página 3 X8T8HHN
Valeu, Swift! o/

I Can Defeat You (Fanfic Version)
Tri Elements
avatar
Nivans
Membro
Membro

Masculino Idade : 28
Alerta Alerta :
O 6º Distrito - Stan - Página 3 Left_bar_bleue0 / 100 / 10O 6º Distrito - Stan - Página 3 Right_bar_bleue

Data de inscrição : 18/11/2012


Ir para o topo Ir para baixo

O 6º Distrito - Stan - Página 3 Empty Re: O 6º Distrito - Stan

Mensagem por Mag Qua 27 Mar 2013 - 3:35

Demorei de novo, mas li.

Ótimo, Pokaabu. Este foi um bom exemplo de capítulo bem desenvolvido naquilo em que ele se focou, mas nada grande nem cansativo. Muito mais animador de ler. haha

Com relação ao enredo, não tem muito o que falar agora. O mais interessante foi a parte do Stan. Ficou bem legal a parte em que ele sucumbe à vontade de terminar logo com aquilo e dá um 'empurrãozinho' pra acelerar o fim da mulher. Não ficou mal trabalhado de forma alguma, mas eu espero (e na realidade tenho quase certeza de que você fará isso) que você dê bastante atenção a isso nos próximos capítulos sob o ponto de vista do Stan.

Então o Sam estava fingindo de pobre coitado amedrontado pra ser protegido pelos outros? haha Que horror. Depois os meus personagens é que são anti heróis extremistas... ú.u E a história da Yuko tem muito a nos revelar, acredito. Cuide bem da apresentação dessas revelações, quando for a hora. (:

Eu acho que encontrei uns três errinhos bobos ao londo do capítulos. Agora eu só lembro da última fala, que você esqueceu de colocar o travessão para iniciar "- Alex! Alex ...", os outros não estou muito preocupado em corrigir agora.

Até o próximo capítulos, hein.



Black: Fanfic trancada por inatividade. Caso queira reabri-la mande uma MP a qualquer FFM.
-Ice: Reaberta a pedido do autor.

________________
God has a voice,
She speaks through me
Mag
Mag
Membro
Membro

Masculino Idade : 28
Alerta Alerta :
O 6º Distrito - Stan - Página 3 Left_bar_bleue0 / 100 / 10O 6º Distrito - Stan - Página 3 Right_bar_bleue

Data de inscrição : 15/07/2009

Frase pessoal : Big Mac em Tebas


http://instintodeler.blogspot.com.br/

Ir para o topo Ir para baixo

O 6º Distrito - Stan - Página 3 Empty Re: O 6º Distrito - Stan

Mensagem por Pokaabu Dom 16 Jun 2013 - 20:08

Vamo tocá o barraco.

AntiV? Mudou de nome? Esqueci seu nome antigo, mas tudo bem, obrigado pelo coment e pela força.

Vlw Mag, vou tentar terminar essa história aqui do melhor jeito possível.


A Anatomia dos Pokémons.


O 6º Distrito - Stan - Página 3 Pv



ROCHOSO
 
Considerados os pokémons mais rentáveis economicamente, suas riquezas são altamente exploradas pelos seres humanos. Os pokémons rochosos foram um acidente oportuno nas pesquisas do sexto distrito. Assim como os pokémons do tipo planta, são capazes de absorver os minerais do solo, mas apesar de compartilharem do mesmo artifício, os monstrinhos acidentais não conseguem utilizar os minerais recebidos em beneficio próprio. Incrivelmente, os animais desenvolveram a capacidade de transferir os nutrientes, modificados pelo organismo, para as camadas externas da pele, deixando-as duras e intransponíveis. Apesar do tamanho, são em sua maioria muito dóceis. Dormem por nove meses, em período de hibernação, onde renovam as camadas rochosas. A maioria desses pokémons se encontra no terceiro distrito, onde há uma intensa produção de pedra ônix, prata-pupitar e açoron, o que aumenta ainda mais a hegemonia financeira do local.


TELEPATAS

Os pokémons Pisíquicos, ou Telepatas, são conhecidos por suas feições horrendas e poderes imensuráveis. São os principais responsáveis pelo fiasco do projeto pokémon. Antes que o Esquadrão Pokémon pudesse efetivar a invasão, os monstros, adormecidos por meio de anestesiantes, despertaram e um a um acordaram uns aos outros. O pandemônio foi geral, deixando a casa pronta para o golpe contra o sexto Tonen.  Pesquisas indicam que enquanto o ser humano só é capaz de usar de quinze a vinte por cento do cérebro, os pokémons Pisíquicos podem usar de oitenta a cem por cento de sua capacidade. Seus poderes, quando despertos, são quase incombatíveis. Já foram encontrados em todos os lugares, inclusive em sonhos. São criados em cativeiro em loção anestésica controlada, afim de serem usados como meio de transporte nas cidades mais industrializadas.

O 6º Distrito - Stan - Página 3 3e4
O 6º Distrito - Stan - Página 3 Nnc
Parte ll - Recomeço.


O 6º Distrito - Stan - Página 3 G7h
A avezinha rosa voava em volta deles, planava e girava a pios intercalados e agudos. Os resquícios da noite eram tênues e a ponta do sol já surgia no horizonte. O Pidgey engoliu a si próprio e transformou-se em uma cápsula pokémon mal encarada. O Voltorb lilás brilhou até explodir em milhões de faíscas coloridas, dando lugar a uma raposinha de cauda longa e peluda. Ágata voltou a olhar para Felix antes de responder.

- Híbridos? – Ela não podia acreditar no que estava ouvindo. – Você quer dizer que existem outros seres humanos assim... – Ela iria falar “como eu”, mas no final, mudou a frase. – Como você?

 - Sim. – Ele olhou para o céu e suspirou.

A aurora finalmente chegava de vez à clareira, deslizando aos poucos pelo chão sem pedir licença. 

 – Algumas das mutações acontecem por acaso. – Continuou ele. - É claro, a maioria dos “agraciados” prefere... – Felix parou, refletindo. – Se esconder, eles têm medo. A harmonia entre pokémons e ser humano é muito forte, isso é óbvio, posso afirmar para você que existem vários tipos de Híbridos espalhados por aí. – Ágata escondeu o rosto com a palma da mão quando a alvorada alcançou-a, fazendo o garoto rir. – Eu e você, por exemplo, somos Híbridos, mas de forma parcial.

 Ágata levou a mão ao seu olho de dragão instantaneamente.

 - Como... você...? – Ágata sentia-se ofendida, não era pra qualquer um que contava o seu segredo, ele não tinha o direito.

 - Não se preocupe. – Defendeu-se ele. – Faz parte dos poderes que o Ditto me “empresta” quando estamos “ligados”. – Aquilo fez ela se lembrar da gosma roxa entrando boca adentro do garoto, a simples recordação lhe trouxe de volta a cara de nojo. – É incrível que você tenha sobrevivido, digo, ao processo.

 - Meu avo era muito talentoso... – Se pegou dizendo sem perceber. Ágata notava que era muito fácil conversar com ele, sentia-se confortável, relaxada.

 - Seu avô? – Ele juntou as duas pernas, sentando em borboleta, fez uma cara traquina antes do continuar a falar. – Conte-me mais.

Além do campo de força, Ágata podia ouvir barulhos estranhos, como murmúrios. Às vezes se pegava imaginando o que os esperariam na próxima tarefa.

Não acho que seja necessário... – Tentou começar, mais o garoto já estava quase em cima dela com seu sorriso malandro. – Tudo bem. – Decidiu-se. – Eu conto a minha história e você a sua, ok?

 Sentiu algo subindo em suas costas, quando virou viu que Maçãzinha havia se transformado em uma pequenina aranha rosa.

 - Por mim, tudo bem. Vamos lá, estou ansioso para ouvir.

Ágata tentou resumir a história o melhor possível, deixando-a menos sangrenta. Felix era um bom ouvinte e balançava a cabeça afirmativamente sem fazer nenhum questionamento. No fim, Ágata tirou o tapa-olho branco que cobria seu olho, o garoto não pareceu surpreso, tampouco assustado. Parecia fascinado, observava a iris amarelo-ouro de Ágata contrair-se e dilatar-se. Só nesse momento ela percebeu que o campo de força era imune aos seus poderes.

- Isso é incrível! – Ela franziu a testa, incrível? Como assim incrível?. Ele pareceu perceber a consternação da garota, pois já estava tentando se desculpar. – É claro que também foi muito triste. Eu não queria... Desculpe-me... Sério.

 - Tudo bem. – Ela cortou-o. – Agora é a sua vez.

Ele olhou para o chão, voltando a refletir. Um vento frio chegou de repente, Ágata abraçou-se, tentando se proteger. Os “companheiros” de acampamento agora começavam a acordar. Todos pareciam muito frustrados, também pudera, já fazia cinco dias que esperavam pelo fim da prova. Ágata olhava para Felix, esperando, imaginava se a sua história poderia ser pior do que a sua.

- Aconteceu quando eu tinha oito anos. – Ele sorriu, um sorriso fraco, um sorriso triste. – Eu sou de Prim, do quinto distrito. – Ágata esbugalhou os olhos, Prim? Ninguém vive em Prim. Félix passou as mãos pelo seu cabelo negro e continuou a falar. – Eu vivia com minha irmã, Vitória e minha mãe, Joanna, poucos sabem, mas realmente existem pessoas morando em Prim. O governo leva os cidadãos pobres dos outros distritos para trabalhar no lixão, em regime de semi-escravidão. Um dia qualquer, uma mulher bateu a nossa porta e nos convidou... – Ele parou, lutando contra as palavras. - Nos convidou para fazer um teste. – Felix olhou para ela, um olhar penetrante, profundo. – Me entenda, ela disse que nós não passaríamos fome por um ano... – Ele parecia querer justificar-se, tentando esconder a culpa que guardava dentro de si. – Nós aceitamos, minha irmã e eu, escondido da minha mãe, é claro. – Ela nos levou para um lugar da cidade que eu nunca havia visto, um prédio enorme e totalmente negro, um hospital, talvez. – Parou por mais algum tempo, lembrando-se dos detalhes. – Nos amarraram numa cama, eu estava com medo, minha irmã chorava, depois dormimos e quando eu acordei minha irmã estava morta. – Ágata o olhava fixamente, não seria vergonha chorar agora, não neste momento. – Eu... Eu não tive coragem de contar a verdade para minha mãe, desde desse dia o Ditto vive comigo.

Felix fitava o falso horizonte. O sol havia dado o prazer da sua presença por pouco tempo. Agora nuvens negras cobriam sua cabeça, deixando o momento ainda mais sombrio e triste. Ágata não sabia o que dizer, tentou seguir o de praxe.

- Meus pêsames, pela sua irmã, quero dizer. – Disse mais para ela do que para o próprio garoto.

- Meus pêsames pelo seu cachorrinho. – Replicou ele.

Sem saber o porquê, os dois caíram na gargalhada.

- E ele, quem é? – Felix apontava para Sam, que agora sentava bem afastado do grupo. O garoto loiro fitava o céu, com um ar taciturno e viajante.

- Ele... Não é ninguém, ninguém que interesse no momento. – Soou mais rude do que Ágata pretendia, Felix voltou a fita-la, sondando-a sobre o que estava escondendo.

Predizendo a chuva, Maçãzinha soltou um pio longo e com um mergulho entrou por debaixo da terra. De repente uma enorme árvore surgiu do chão, se contorcendo e estacando-se. No fim um tronco púrpuro com uma enorme copa formada por folhas rosadas guardava-os da maioria dos pingos de chuva. A água caiu aos poucos sobre sua cabeça, Ágata olhou para cima e tentou imaginar o porquê de algumas pessoas sofrerem tanto. Por fim chegou à conclusão de que não adiantava tentar fugir, ou se esconder.  A vida era um emaranhado de tristezas, que se ligavam umas as outras interminavelmente.  Deixou os pingos frios caírem em seu rosto. O céu chorava por ela.


O 6º Distrito - Stan - Página 3 Woy

O comboio estava repleto de crianças. Algumas haviam abaixado a cabeça e choravam baixinho, outras berravam a toda altura, algumas rezavam e também havia aquelas que estavam assustadas demais para demonstrar alguma reação. Yuko podia ouvir o som dos carros atrás e a frente na estrada. pela suas contas estavam em um total de vinte caminhões, todos cheios de meninas e meninos. Viu Peter debruçado em uma das quatro janelas que rodeavam o container, ele parecia tranquilo, sereno, observava a paisagem sem nenhuma reação. Levantou-se e andou até seu amigo, pondo-se ao seu lado. As montanhas passavam uma após a outra, como uma enorme lagarta, subindo e descendo.
 
- Nós não vamos voltar, não é? – Ela tentou manter a voz o mais firme possível quando disse aquilo, mas era quase impossível, não na situação em que se encontravam.
 
Peter não respondeu, continuou observando a paisagem sem nenhuma reação. O sol fraco do crepúsculo invadia o container do caminhão, no céu, o roxo e o laranja brigavam pela hegemonia do espaço, escurecia. Continuaram os dois ali parados por muito tempo, sem dizer nada. Yuko pensava no que os esperava, se voltaria a ver seu pai, se tudo aquilo não passava de um sonho. Com um solavanco, o caminhão saiu da terra firme e começou a subir uma ponte, deixando-os com a visão de um longo rio banhado pelo amarelo dourado do pôr do sol. Ao longe, Yuko pode ouvir o pio de uma águia, agudo e triste.
 
- É tão bonito? Não é? – A voz fraca de Peter chegou aos seus ouvidos quase como um sussurro, acordando-a de seus devaneios.
 
- O quê? – Ela respondeu, sem nem tirar os olhos do rio.
 
- O nada. – Respondeu Peter.
 
Então tudo ficou escuro.
 
O balde de água gelada a atingiu em cheio. Yuko respirou forte, tentando sugar o máximo de ar que conseguiu. As cordas que amarravam seu pulso estavam mais desconfortáveis que antes. Fechou os olhos e tentou raciocinar. Precisava se manter estável, acordada e alerta.
 
- Então a princesa resolveu tirar um cochilo? – Tabata tinha uma voz rouca, rançosa, Yuko levantou a cabeça e olhou para frente. Frívola, tentou manter o foco em um único ponto. – Você não vai cooperar? Não é? Yuko, Yuko, vamos lá, é só um garoto, você só precisa dizer, onde ele está?
 
Yuko manteve-se calada, parada, como uma estátua.
 
Tabata pegou suas bochechas com as mãos e começou a sacudir sua cabeça.
 
- Talvez se o seu amado Alex fosse jogado ao mar... – Ela parou, esperando para ver a reação da mulher. Nada aconteceu. –  Em que lugar do mar estamos mesmo? Em queridinha? – Ela balançou a cabeça dela com mais força.
 
Yuko não aguentou.
 
- Você deveria saber. Não são as piranhas que vivem na água?
 
Tabata soltou-a e virou-se, ficando de costas para ela. A gargalhada aguda da mulher pareceu ecoar por todo o navio. Yuko esperava, a reação dela não pararia ali. O soco veio rápido e sucinto. A dor do golpe se juntou a dor que sentia por todas as partes do seu corpo, causando uma agonia geral. Sentiu o sangue quente que escorria do nariz chegar aos seus lábios, salgado, pensou. Abaixou a cabeça novamente, esperando para ver o que aconteceria a seguir.
 
- Tisc, tisc. Yuko, eu realmente não queria ser forçada a isso. – A mulher terminou a frase com outra gargalhada. – Infelizmente, queridinha, o Mr. Mime vai ter que dar um jeitinho em você. 
 
Yuko levantou a cabeça e arregalou os olhos. Uma criatura humanóide vinha em sua direção, a visão dela estava turva, fazendo com que a coisa colorida ficasse ainda mais horrenda. Ouviu os pés do monstro se arrastarem pelo chão. Os dedos úmidos e viscosos encostando em seu coro cabeludo.
 
Então tudo voltou a ficar escuro.
O 6º Distrito - Stan - Página 3 G7h

Quando a porta branca de maçaneta dourada surgiu, Ágata dormia embalada pelo barulho da chuva. Ela levantou com um salto. Felix também dormia ao seu lado e Maçãzinha ainda continuava transformada em árvore. Mas era outra coisa que a preocupava, outro alguém. Havia passado todos os dias esperando por Trevor, sempre que uma porta surgia, seu coração disparava e sua respiração lhe faltava. Como sempre, todos os competidores fitavam a porta em que o novo concorrente surgiria. Quando a maçaneta girou, o sangue de Ágata gelou. Era ele, era sim, vestido de uma forma diferente é claro. O terno não combinava com seu corpo e o cabelo penteado de lado lhe dava um tom mais formal. Mas o rosto, o rosto continuava demoníaco como sempre.
 
- Acho que você precisa de ajuda. – Felix havia acabado de acordar e estava sentado ao seu lado. O garoto esfregava os olhos, com o cabelo bagunçado e cara de sono.
 
- Talvez eu precise, mas nada que você possa fazer, a não ser que você possa me transformar em outra pessoa. – Seus olhos continuavam esbugalhados, esperando o momento em que se carrasco lhe botaria os olhos.
 
- Talvez eu possa, abra a boca.
 
Foi tudo tão rápido que ela nem sequer viu acontecer. Ainda boba com a visão, obedeceu-o. Então ouviu um estampido forte e algo a invadiu, jogando-a de volta a grama. Tinha um gosto insosso e uma consistência pastosa, era uma sensação estranha, como se estivesse se espalhando por todo o seu corpo. Sentiu seu corpo se contorcer, sua visão ficou turva e sua pele parecia borbulhar, suas pernas diminuíam e seu cabelo crescia. Em sua mente várias cenas surgiam, havia um rio, nele uma garotinha parecida com Maçãzinha chorava. Depois tudo se misturou e ela agora catava lixo, o odor repugnante lhe trouxe náuseas. A última visão foi a mais aterradora, uma mulher estava morrendo, e quem a matava era Ágata. Sentiu o gosto do sangue quente saindo de sua jugular e o achou delicioso, o cheiro invadia suas narinas, pedindo por mais e mais.
 
Deu por si caída, abriu os olhos e gritou. Sabia que todos a olhariam mais não pode evitar, estava rosa, completamente rosa. Sua roupa era a mesma, mas todo o seu corpo era diferente. Levantou-se e deu de cara com Felix, ele segurava um espelho quadrado e o que ela viu fez com que quisesse voltar a dormir. Ela era Maçãzinha e Maçãzinha era ela. Ágata se levantou e olhou ao redor, todos realmente a observavam, alguns estupefatos, outros com o cenho franzido, entre estes estava Trevor. O único que não parecia surpreso era Sam, o menino parecia brincar com uma corujinha marrom, despojado, nem aí para o que acontecia. Trevor parecia curioso, como se algo que ele devesse saber houvesse sido roubado dele. Mesmo sabendo que ele não a reconheceria, Ágata resolveu fitar o chão. Mas a atenção logo voltou para outro lugar. Outra porta branca surgiu e dela quatro garotos foram jogados para fora, não era surpresa para ela, eram eles. Antes que Jon, Josh, Will e Stan pudessem se recompor, Ágata correu até Sam, estava na hora de cobrar o que ele lhe devia.
 
- Olha só. – Começou, sua voz saiu fina e robótica, mas ela continuou mesmo assim. – Não fale com eles quem eu sou ou se não eu conto tudo.

O garoto parecia tão despreocupado, que a ameaça pareceu até ridícula.
 
- Tudo bem. – Pronunciou as palavras calmamente e logo após voltou a acariciar sua coruja, sorrindo.
 
Ficara tão nervosa, que nem percebeu que a chuva havia parado. De repente, tudo começou a ficar frio, então notou que gradientemente o campo de força se desfazia. Uma névoa espessa começou a invadir a clareira e a árvore que antes tinha dado tantas maçãs começou a se enrugar e murchar, morrendo. Um rugido longínquo chegou ao ouvido de todos os competidores, deixando-os atentos. Todos olhavam os minúsculos cristais coloridos do campo de força se desfalecerem, revelando uma enorme floresta de árvores brancas e sem folhas, feito ossos.


-//-

Essa nova caixa de edição ta toda bugada Evil or Very Mad, próximo cap até o final do mês.


Última edição por Pokaabu em Sáb 22 Jun 2013 - 10:59, editado 7 vez(es)
Pokaabu
Pokaabu
Membro
Membro

Masculino Idade : 28
Alerta Alerta :
O 6º Distrito - Stan - Página 3 Left_bar_bleue0 / 100 / 10O 6º Distrito - Stan - Página 3 Right_bar_bleue

Data de inscrição : 02/07/2011


Ir para o topo Ir para baixo

O 6º Distrito - Stan - Página 3 Empty Re: O 6º Distrito - Stan

Mensagem por Pikato Dom 16 Jun 2013 - 20:38

Bem, resolvi comentar na fic, achei-a interessante com enredo diferente e criativo. Acho que está andando bem conforme o desenrolar da estória, parece-me que agora a moda é fazer fics com base em livros e.e Mas, enfim, achei interessante o modo de descrever os Pokémons.


Gostei também do nome dos personagens o que já me interessou no início. Bem, no mais aconselho rever os erros de repetição e evitá-los, pois como diz minha professora, demonstra pouco conhecimento gramatical e da língua portuguesa(brasileira, se é que me entende^^).


No mais é só, estou no aguardo dos próximos capítulos e realmente estou gostando dos cenários onde a estória se passa, é realmente interessante uma floresta de ossos. 

Destaco como ponto principal a minuciosa descrição que você faz das coisas, parabéns, é um talento difícil de alcançar, hehe^^



Adios^^

________________
O 6º Distrito - Stan - Página 3 RstAIxH
http://www.pokemonmythology.org/t51396-escalacaoescritorio-de-pikato#789844
Eu não ligo se você são mais velhos e tem mais direitos que a gente. O verdadeiro valor está dentro de campo!
Acompanhe o início do projeto Inazuma Eleven Advance: Road to Victory!
Pikato
Pikato
Membro
Membro

Masculino Idade : 28
Alerta Alerta :
O 6º Distrito - Stan - Página 3 Left_bar_bleue0 / 100 / 10O 6º Distrito - Stan - Página 3 Right_bar_bleue

Data de inscrição : 18/05/2013

Frase pessoal : Voltei^^


Ir para o topo Ir para baixo

O 6º Distrito - Stan - Página 3 Empty Re: O 6º Distrito - Stan

Mensagem por Conteúdo patrocinado


Conteúdo patrocinado


Ir para o topo Ir para baixo

Página 3 de 4 Anterior  1, 2, 3, 4  Seguinte

Ir para o topo

- Tópicos semelhantes

 
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos