[GAMEPLAY] Magical Burst

Hoje poderia ser apenas mais uma manhã típica de Abril na cidade de Tachikawa, se não fosse também o primeiro dia de aula.

Estudantes em seus uniformes caminham pelas ruas, conversando animados com seus colegas sobre o que fizeram nas férias e torcendo para que eles possam ficar juntos na mesma sala por mais esse ano.

Você, assim como os outros estudantes, se dirige para sua escola, Tachikawa Dai Ni Chugakkou, o Segundo Colégio de Ensino Fundamental II de Tachikawa.


O portão do colégio encontra-se aberto. Uma placa colocada junto ao muro de tijolos anuncia que hoje é o dia da cerimônia de abertura, e dá boas vindas tanto aos veteranos quanto aos novos alunos. As cerejeiras plantadas ao longo do caminho que leva ao prédio principal estão em flor, e pétalas cor de rosa são gentilmente arrastadas pela brisa, cobrindo o chão com um tapete cor de rosa. O leve aroma de flores atingindo seu nariz é um constante lembrete de que a primavera está começando, e vem trazendo com ela mais um ano. Um novo ano, um novo começo. Eu espero que senpai me note, etcetera, etcetera.

Francamente, isso tudo é tão clichê... Parece até o primeiro episódio de um anime moe.

Alguns animados, outros deprimidos, mais alguns simplesmente cansados, os estudantes atravessam os portões da escola, ignorando completamente o filhote de leão alado albino que está dormindo tranquilamente no topo da mureta de tijolos vermelhos.

- Zzzzz... - Nana ronca satisfeita sob o sol da manhã.

Reiko saia de sua casinha decrepita, antes de fechar a porta ela se despede. -Tchau... Ninguém responde...

Quando Reiko finalmente chega nos portões do colégio, ela para, olha para Nana e depois para Junko. -Oh que coisa... Vocês duas, por aqui, Déjà vu. Reiko, suspira. -Bem... Como estão?

Reiko olha inconfortavelmente para nana e depois para Junko, ela alterna entre os dois com seu unico olho. -Eh... As férias foram boas, eu fiquei em Tokyo, você sabe que eu nunca fui fan de natureza. Reiko encara nana por mais alguns segundos antes de olhar para Junko novamente. -E então, como foram as suas ferias? Não me diga que passou elas treinando.

Ao ouvir seu nome, a orelha de Nana treme uma vez, então duas.

Ela abre um dos seus olhos e checa ao redor, passando por Reiko e Junko até parar finalmente em Yulia.

Nana então se levanta, espreguiçando-se e soltando um longo bocejo, e então sentando sobre o muro, encarando Yulia, numa pose até elegante.


- Ah, é a samonga que veio me acordar. E eu estava tendo um sonho tão bom também...

Nana dá um pequeno sorriso.

- Não se preocupe, dessa vez eu te perdoo. Porém, antes de dizer o que você queria dizer, talvez seja melhor você evitar falar comigo em público... Humanos não podem me ver a menos que eu queira ser vista, nem podem me ouvir a menos que eu queira ser ouvida. Qualquer um te vendo aí vai obviamente pensar que você é louca! Ha! Além de lerda, ter fama de louca, você consegue imaginar?!

- Enfim, se quiser falar comigo, pense no que quer dizer e direcione seus pensamentos a mim. Essa telepatia é um meio de comunicação que eu, você e as outras garotas mágicas compartilhamos, no entanto só funciona a pequenas distâncias de aproximadamente 100 metros. Pense nisso como um walkie-talkie dentro da sua cabeça... Apenas imagine com quem você quer falar e dirija seus pensamentos a ela, e ela conseguirá ouvi-la. Agora vamos, pare de desperdiçar meu tempo e diga logo o que você quer.

Yulia parecia realmente surpresa, como se ela não estivesse realmente esperando uma resposta da criatura, ela começa a conversar com si mesma em sua cabeça, involuntariamente enviando seus pensamentos.

"Uu- Será que ela vai ficar brava se eu fala que só queria saber se ela era real? ...ah! Pensando bem... ela é um gato falante!? Não sabia que gatos falavam, vou tentar ensinar pra Mii mas tarde... uu-..."

Sua linha de pensamento era logo interrompida por uma garota de cabelos verdes que pedia algumas informações sobre onde seria a sala dela. Yulia vira o olhar e coça a cabeça, observando Jeanne um pouco antes de terminar de "processar" a pergunta.

- Uu- eu... eu acho que sei onde fica. - Ela diz apontando no mapa, dando uma pausa e ficando pensativa logo em seguida.

- Uu-... eu tenho uma amiga que estuda numa sala que fica perto da sua... eu acho. - Yulia olha pro lado com um sorriso morno no rosto, observando Nana. Lembrando do que havia sido dito sobre os outros não serem capazes de ver a criaturinha, ela apenas se agacha e faz um cafuné na cabeça da felina(Como quem diz "me desculpe, nos falamos mais tarde") e logo em seguida vira a atenção de volta para Jeanne.

- Se quiser eu posso te levar lá! E uu-... meu nome é Yulia, prazer em... - então ela se lembra que a estranha não tinha se introduzido ainda.

- ... - ela fica um pouco sem graça...

Mari Pan acorda de um sonho muito gostoso, aonde ela era o próprio Willy Wonka (Mari Wonka) e era a dona da fantástica fábrica de chocolates. Após alguns desdobramentos engraçados envolvendo um woompa loompa que lera o Manifesto Comunista, o sonho acabara bem, com Mari se esbaldando de ursinhos de goma em tamanho real. A garota então se arruma com capricho para seu primeiro dia de aula, que bom seria!

[...] - CONFIE EM SUAS COMPANHEIRAS, MAS NÃO MUITO, PORQUE PODE SER SEU ÚLTIMO ERRO! NO FINAL, VOCÊ ESTÁ SOZINHA!

-  ISSO É TUDO QUE EU TENHO A TE DIZER NO MOMENTO, GAROTA MÁGICA! VÁ E REALIZE SEUS SONHOS COM SUAS PRÓPRIAS MÃOS, SE VOCÊ ACHA QUE É CAPAZ!

- BOA SORTE, SUA TOLA, VOCÊ VAI PRECISAR!





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Hikari abre seus olhos com dificuldade. O som da música "A Cruel Angel's Thesis" que colocara como despertador em seu celular, com certeza a despertara ao chegar às cinco em ponto da manhã. Após se espreguiçar com vontade e soltar um longo bocejo, a garota se levantava com um pulo e logo em seguida arrumava a sua cama. Não demorara mais do que cinco minutos, afinal, ela era muito cuidadosa e precisa, mas muito ágil em tarefas manuais de seu cotidiano.


- É-É hoje!!! - Olhava para um calendário na parede, onde todos os dias anteriores àquele estavam com um "x" riscados, e o atual estava circulado duas vezes. Ela estava muito nervosa e isso era visível em seus grandes olhos azuis. - O primeiro dia de aula!! Tenho que estar linda...!


Hikari corria para o armário muito bem organizado e pegava peças do uniforme de sua escola. Ela corria para o banheiro de sua suíte e tomava um banho quente de aproximadamente uma hora, e rapidamente se secava, secando seus cabelos loiros com um grande secador do banheiro. O som do secador acordava os outros integrantes de sua família, que de mal humor, se levantavam para iniciar o seu dia.

A garota vestia seu uniforme, e por ser uma manhã fria, colocava uma jaqueta por cima. Vestia uma mochila vermelha forrada com todo material necessário, e então pegava seu violino - Tadashii - que estava preso a um suporte específico para o instrumento, preso à parede. Ela colocava o violino em sua capa, pois iria usá-lo no clube musical da escola. Ela estava pronta, e se olhava no espelho, respirando profundamente.







Ao descer os degraus da grande escada que interligava o primeiro andar ao segundo, ela sorria ao sentir o cheiro do café da manhã preparado por seu irmão, Daisuke. Ela estava animada, pois como era o primeiro dia de aula, seu irmão provavelmente estaria mais feliz após aquelas terríveis séries de acontecimentos. Principalmente o grande desastre. Quando essa catástrofe surgiu no mundo de seu irmão, ela nunca mais o viu sorrir. Tão melancólico quanto a lua brilhante do céu, solitária e distante de tudo.

Hikari corria para a cozinha, dando um abraço em Daisuke, que ainda servia a mesa. Ele já trajava seu uniforme, com um pingente de uma lua crescente que o grande desastre havia lhe dado.





- Bom dia, 'Kari-Chan.


- Bom dia, Onii-Saaaan!!!


Daisuke não parecia nada animado como sua irmã. Ele se sentava e começava a comer o café da manhã que havia preparado: Panquecas. Estavam com uma aparência e um cheiro delicioso, mas ele fazia uma cara feia ao mastigar o primeiro pedaço. Hikari ficava triste ao ver a reação fria e seca de seu irmão, mas não podia se abalar, afinal, era o primeiro dia de aula! Ela então se sentava ao lado dele e começava a comer a panqueca de seu prato. Realmente, não estava boa, mas ela forçava um sorriso que ia de orelha a orelha.

Não demorou para que seus pais viessem até a cozinha. E junto a eles, um clima tão pesado quanto a casa em que moravam.







Tatsuya é o pai de Hikari e Daisuke, mas a única semelhança que seus filhos herdaram do pai, seriam os olhos castanhos de Daisuke e a enorme responsabilidade de Hikari, de resto, eles eram muito diferentes. Tatsuya, um homem feio, rígido e com uma aparência mal-humorada, era um arquiteto que não era tão reconhecido pela sua empresa como ele queria. Sempre um passo atrás de ganhar uma promoção, ele se dedicava muito mais ao trabalho do que a família, claro que isso foi o maior motivo para um dos desastres, o divórcio, ter acontecido.

Desde o início do processo, Tatsuya também nunca havia sorrido, mas ao contrário de Daisuke, ele descontava o seu mal-humor nos filhos, exigindo mais do que eles poderiam dar. Hikari não se importava com isso, afinal, aquilo deveria ser bom né? Ela iria se esforçar mais todos os dias!





Sayuri é a mãe de Hikari e Daisuke. Uma mulher muito bonita, que felizmente e graças a Deus, foi a quem seus filhos puxaram os traços físicos. Uma mulher de traços finos e elegantes, que mesmo aos trinta e nove anos de idade e mãe de dois filhos, possuía um corpo invejável para outras mulheres e um rosto quase que sem rugas - claro, com auxilio de suas maquiagens. De qualquer maneira, Sayuri é linda.

Uma advogada bem sucedida, e que possui a maior renda financeira da casa. Bastante severa, mas não sempre, ao contrário do futuro ex-marido. Orgulhosa de seus filhos, sempre demonstrando isso, dando o amor que o pai raramente dava. Hikari adora a sua mãe, ambas se dão muitíssimo bem juntas.


No entanto, Sayuri e Tatsuya nem se olhavam. Provavelmente o clima ainda estava estranho já que o pai dormia no sofá desde o início do processo do Divórcio. Aquilo era triste para Hikari, mas ela sabia que eles iriam voltar, afinal, eles se amam! Não é verdade?





Ficava sentada na garupa da bicicleta enquanto Daisuke pedalava para ambos irem até a escola. Ela gostava de sentir o vento batendo em seu rosto, mas gostava ainda mais da presença de seu irmão. Jogavam a conversa fora enquanto iam para a escola, mas era notável que Daisuke ainda estava muito deprimido. Aquilo machucava Hikari, pois ela sentia que nada que fazia ajudava o seu irmão, que um dia fora tão sorridente e animado. Agora, ele era um poço de frieza que descontava em todos, menos sua irmã.

No entanto, quando chegavam na escola, Hikari levava um enorme susto ao ver garotas da sua sala - incluindo Mari e Yulia - conversando com o mesmo leãozinho que ela havia visto em seus sonhos.  


- Onii-San!!! Pode me deixar aqui! Obrigada!!! - Dizia desesperada, não querendo que ele notasse aquele ser mágico.

- Algum problema? Não é melhor eu te acompanhar até a sala?

- Não é necessário, muito obrigada! Eu vou encontrar minhas amigas e vamos juntas! Heh! - Ela forçava uma risada tímida, deixando claro que estava desesperada para se livrar do irmão.


Daisuke virava os olhos, estranhando a reação da irmã. Ele parava a bicicleta para que ela pudesse descer e acompanhava ela até Yulia e Mari. Hikari ficava totalmente vermelha, esperando perguntas dele sobre o leão mágico, mas isso não aconteceu.


- Bem, acho que é isso. Te encontro na saída, 'Kari-Chan. - Daisuke podia notar que Mari ficava o encarando, enquanto trocava alguns suspiros. Talvez admirando o admirando. Parecia o o desejar com o olhar em meio de alguns sorrisos nada discretos. - Err,... Bom dia, Mari-Chan.


Em seguida, ele subia em sua bicicleta e pedalava até o estacionamento, para prendê-la em algum lugar. Hikari estranhava.



- Bom diiiiiia, Mari-Chan! Yu-Chan!! - A loira pulava em suas amigas, abraçando as duas ao mesmo tempo. - Saudade de vocês!!! Mas vem cá... Daisuke não notou Nana? O que diabos ela está fazendo aqui? - Ela então lembrava que era um sonho. - Vocês... Vocês a conhecem?