O Jogo Matrimonial

- Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito. Romanos 8, 28. Todo mundo tem um lado ruim e um lado bom. O imperador pode ter dado uma má impressão, naquele estresse de ontem é normal alguém ser mal interpretado.

Sorri para Noah e comi um doce, todo mundo pode se dar bem. Afinal, até numa competição os amigos são bem úteis.

- Bad-Boy, não vai embora! O jogo ainda vai rolar daqui a pouco! Vem conversar com a gente! - Gritei, enquanto acenava pro Sr. Revoltado. Ele parecia mesmo ser uma pessoa que não realmente liga pra alguma coisa, mas sei lá, vai que ele tem uma backstory trágica que nem personagens de videogame têm e vai se abrir mais pra gente no futuro. Ou algo assim. Enfim, ele e o Noah precisam entrosar. Violência rolando todo santo dia não é legal.

Bem, Alex acabou confundindo Noah com alguém da nossa turma, e sim, eu era da turma dele. Ele conversava com algumas pessoas lá, mas não me lembro de ter conversado com ele. Acho que aula que vem eu vou tentar sentar perto dele, pra ter alguém que eu consiga conversar mesmo. Opa, opa! Os dois tão acariciando o Pronome! Isso é o que eu chamo de bom gosto!

- Alex, nós somos da mesma turma, né? Acho que tu confundiu aquele Ricardinho lá da turma com o Noah. Os dois são meio baixinhos e com cabelo desarrumado, então é fácil confundir. - Lembrei que Noah também ouvia o que eu dizia, e talvez eu tenha ferido os sentimentos dele... De algum modo. Um pouco envergonhada, encostei no ombro dele, e falei: - Não que isso é algo ruim, tá? Hehe!

Quando terminei de falar, uma menina que não parece nem um pouco do nosso ano chegou e começou a falar com a gente. Ela é tão... Tão... Fofinha. Ela consegue ser até mais baixa que o Noah! Meu Deus! Me aproximei dela e segurei sua mão, e apertei-a com mais leveza do que eu geralmente aperto a mão dos outros. - Oi! Não precisa ficar com medo, somos tranquilos! - Menos o Sr. Revoltado. - Vem aqui conversar com os outros e fazer carinho no Pronome! - Andei com ela até o grupo, parecendo que eu estava cuidando de uma irmãzinha menor. Que kawaii. Então, voltei lá, e esperei a menina acariciar o cachorrão. Ah, que beleza.

- Olá, meu nome é Alex! - Estendi minha mão, esperando um aperto amigavél. - E eu devo ter me confundido mesmo, eu não sou bom com rostos! E eu sinceramente não tive tempo de gravar todos os rostos e nomes da nossa turma, peço desculpas!

Isso aqui está ficando cheio de gente! Isso é ótimo! Mais amigos! Isso é exatamente o que eu precisava.

- Huh, bem, eu estudo em casa e ajudo meus amigos nas atividades. Ah, e eu participo de todos eventos da igreja... Minha vida não é tão estimulante quanto a sua... Mas eu gosto dela.

Fiquei mais sério naquele momento, estava chocado com o que Noah me disse. Me virei para Jasper e perguntei:
- Você disse isso mesmo sobre a morte de Warren? - Eu estava perdido em pensamentos naquela hora. Foi chocante. Comecei a lacrimejar.

...Ok, isso tá sendo inútil. Parece que os dois vão ter uma rivalidade eterna ou sei lá o quê. Eu sei que o Bad-Boy riu da cara do moleque que tinha acabado de morrer, e isso foi MUITO vacilo da parte dele. Eu sabia que eu não devia me entrosar muito com essa gente antes da hora, ugh! Pelo menos o Pronome e a menininha tão aqui, ambos bonitinhos até o fim do mundo. Apenas sentei novamente perto do cãozinho, apoiei minha cabeça em minhas mãos, e apenas... Suspirei. Mesmo com as pessoinhas tretando, eu queria pelo menos relaxar um pouco.

Via aquilo tudo acontecendo de repente, Miranda sem ligar para nada, Caroline tentando se apresentar e Noah com Jasper num tipo de discussão impulsiva. Okay, talvez esses dois demorem para se dar bem. Warren é um assunto tabu, devo me lembrar disso. É melhor dar um tempo pro Jasper pensar.

- Me desculpe, Noah. Não queria te colocar nessa situação, só gosto de todo mundo se dando bem, sabe? - Me levantei e coloquei a mão no ombro de Noah por alguns segundos, e depois o soltei.

Essa Caroline parece bem tímida e fofa! Quero apertar as bochechas dela *u*

- Os pelos dele são muito agradáveis, não acha?

uma voz do além invade o espaço do colegio:

Se eu não fosse educada, eu arremessaria o Jasper numa fogueira, sério. Noah também, mas numa fogueira mais fraca. Eles não conseguiam perceber que tinha uma menininha bem mais nova que todos nós aqui nesse jogo e ela não poderia estar psicologicamente nem fisicamente preparada para o que pode acontecer, pelo visto. Embora eu realmente não quisesse levantar minha voz e soltar minhas belas opiniões honestas, pedi para que a garota, denominada Caroline ou Carol, sentasse perto de mim. Quando atendeu ao meu pedido, eu comecei a acariciar sua cabeça e dei umas... dicas.

- Por favor, Carolzinha... Não confie em todo homem que você ver em sua vidinha, ok? Eles não são tão bons quanto parecem ser. - Putz, eu to parecendo uma babá agora.

Eu percebia a reação de Alex e Miranda, duas pessoas que eu realmente espero desenvolver uma bela amizade. Ao vê-los naquele estado, eu me senti terrivelmente mal, já que eu havia causado aquilo ao re-lembrar da cena de ontem. Eu suspirava, me virando de costas para o Imperador.

- Sinto muito por isso. Eu nunca fui assim de brigar, sério. Só fiquei indignado pelo que aconteceu ontem.




- Mas não vamos falar sobre isso, ta? 

Porém quando eu tentava mudar de assunto, o Imperador me segurava pela gola de minha camisa, bagunçando bastante meu uniforme. Ele dizia em tom alto a ponto de me assustar e chamar a atenção de alguns alunos que passavam por ali. 

Meu coração pulsava forte e minha respiração acelerava. Suava frio, vendo que na minha primeira semana de aula eu já arranjaria briga com um cara do terceiro ano. 

Ele não chegou a me bater, mas me empurrava no chão ao me soltar. Eu me machucava ao cair, e apenas podia observar ele chutando a sua mochila e entrando na escola.


Ficava sentado no chão com meu uniforme bem bagunçado e sujo. Os poucos alunos que observaram a baderna apenas riam enquanto iam embora, o que me fazia me sentir bem humilhado. 

Aquela força que eu tinha ao receber a carta, parecia ter ido embora. Minha coragem também se fora. 



Eu me levantava, de cabeça baixa, ignorando qualquer coisa que eles me diziam.

- Sinto muito por isso. É melhor eu já ir indo.

Então eu me levantava e começava a caminhar até minha casa, com uma enorme vontade de apenas chorar e chorar.



Off: Tava postando antes do dei postar, adaptando com os posts que surgiram em seguida.

Off: Eu to tentando fazer posts pequenos, tem muita gente postando... Isso torna tudo mais dinâmico.

- Tudo bem, você não teve culpa do que aconteceu aqui, sente conosco e relaxe... Não precisa ir! Vamos esquecer tudo, temos muito tempo para falar sobre assuntos tabus ainda. - Sorri para Noah e me virei para Caroline - Aliás, qual a sua idade, Carol? E a sua, Noah?