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A Irrealidade da Vida Pikalove


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A Irrealidade da Vida

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A Irrealidade da Vida Empty A Irrealidade da Vida

Mensagem por Mag Seg 31 Dez 2012 - 4:54

A Irrealidade da Vida Fn9Ft0s
Art by Andreoli.

Não quero embromar ninguém, quero que leiam minha história. Ela não é ruim e, no fim, até eu me amarrei.

A ideia veio simples e inusitadamente. "Férias tediosas, horas e horas frente ao PC jogando Pokémon Heart Gold, quando um indivíduo particularmente abençoado aproxima-se com um sorriso debochado, questionando-me "- Como é que eles fazem para conseguir o primeiro pokémon?" e a sensação foi de que tive todo o controle do mundo por um segundo. A ideia surgiu e o mundo pokémon sob a perspectiva herickiana veio a minha mente num turbilhão de pensamentos e emoções, levando-me a um estado espiritual tal que não fui capaz de resistir por mais nenhum instante. Todo o exterior estava em sua normalidade, mas o interior deste ser que vos fala modificou-se. Vejam agora, honrados membros, a concessão da leitura jamais vista por outrem."

A história será contada por PoVs (pontos de vistas). Isso quer dizer que a divisão dos capítulos é diretamente relacionado à visão do personagem ao qual o título faz referencia. Os "protagonistas", Rodrigo, Tyler e Raquel, autores dos primeiros capítulos, terão seus capítulos narrados em primeira pessoa. Mas quaisquer outros personagens que eu introduzir no enredo terão o capítulo narrado em terceira pessoa.

Abaixo, deixo algumas imagens e escritos importantes para o enriquecimento da história.

. Personagens .

Spoiler:

. Capítulos .

  • 1 ↭ Rodrigo
  • 2 ↭ Tyler
  • 3 ↭ Raquel
  • 4 ↭ Nohara
  • 5 ↭ Rodrigo
  • 6 ↭ Interlúdio I


. A Introdução do Grande Mestre .

"Guerra é paz, Liberdade é escravidão, Ignorância é força."

"As massas nunca se revoltarão espontaneamente, e nunca se revoltarão apenas por serem oprimidas.
Com efeito, se não se lhes permitir ter padrões de comparação nem ao menos se darão conta de que são oprimidas."


"Somos diferentes de todas as oligarquias do passado porque sabemos muito bem o que estamos fazendo. Todos os outros, inclusive os que se pareciam conosco, eram covardes e hipócritas. Os nazistas alemães e os comunistas russos chegaram perto de nós em matéria de métodos, mas nunca tiveram a coragem de reconhecer as próprias motivações. Diziam, e talvez até acreditassem, que tinham tomado o poder contra a vontade e por tempo limitado. E que na primeira esquina da história surgiria um paraíso em que todos os seres humanos seriam livres e iguais. Nós não somos assim. Sabemos que ninguém toma o poder com o objetivo de abandoná-lo. Poder não é um meio, mas um fim. Não se estabelece uma ditadura para proteger uma revolução. Faz-se a revolução para instalar a ditadura.
O objetivo da perseguição é a perseguição. O objetivo da tortura é a tortura. O objetivo do poder é o poder."

1984,
George Orwell.

Ah, eu pensei em postar um prólogo, mas tava meio chatinho. Portanto, fiquem diretamente com o primeiro capítulo, mas para os implicantes, finja ser um prólogo.
Boa leitura!

1
Rodrigo

– Merda! – murmurei, frustrado. – Volte aqui, seu cão dos infernos!

E parti numa busca frenética para alcançar meu alvo, um pequeno cão com pelagem robusta de um laranja vívido e com listras negras envolvendo seu corpo. Tendo "pequeno" como eufemismo, claro. O cão devia ter cerca de um metro de altura e certamente seria capaz de me derrubar no chão com um salto, sem grandes dificuldades.

Ainda agora, entretanto, eu questionava minha decisão de ir atrás de um pokémon sem nenhum preparativo realmente adequado para fazê-lo, de mãos abanando, a não ser pela pokébola velha e desgastada que nem tinha certeza se funcionava. A pokébola? Não pense que fui ao laboratório de um daqueles professores fictícios e ele me presenteou com a escolha de um pokémon inicial e várias pokébolas. Não, seria muita tolice. Pokémon, tal qual pokébolas, são posses para crianças e jovens de famílias abastadas, que possuem dinheiro suficiente para financiar uma ridícula "Jornada Pokémon". A saliva de minha boca amarga-se apenas com o pensamento desta expressão propagada pela mídia.

Ah, a mídia... a mídia que transformou esmagadoramente a sociedade em uma desgraça alienada, com tamanha sutileza e, em contrapartida, tão escancaradamente. Seria possível? Foi. Hoje vivemos num mundo em que tudo é fácil, todo jovem, no momento de sua escolha, pode sair de sua casa e viver uma aventura inesquecível. Basta solicitar num laboratório o pokémon inicial que quererá, os outros itens necessários e dar início a sua jornada pitoresca. Fácil, não?

Não. Isso é uma mentira grotesca a qual a população tem de viver resignada. O governo criou essa ilusão e a mídia tem o papel de convencer todos de que é uma verdade incontestável, além de propagar as barreiras na mente humana capazes de questionar essa realidade hipócrita. Como eles o fazem, eu mesmo ainda tenho dificuldades de entender. Sei apenas que eles conseguem literalmente hipnotizar grande parte da população com torneios arranjados tão falsos quanto o sorriso de um cortesão e com programas de televisão que dramatizam a vida de falsos vencedores.

Esbarrei nos galhos cheios de folhas de uma árvore e minha atenção voltou-se novamente para meu alvo. O Growlithe era um pokémon belo, isso eu conseguia admitir apesar do ranço odioso que sentia de todas essas criaturinhas infames que colaboravam tão fortemente para a perpetuação da mentira propagada pela mídia. Mas eu não me importava com isso. Não o queria para ser apenas mais um jovenzinho imbecil que se vangloria por ser comprado ao vender-se pela fama, para ser idolatrado pelo mundo afora. Queria-o por outros motivos, ainda que minha mente não se conformasse totalmente com isso, às vezes, alertando-me de que o meu objetivo era exatamente o que eu mais repugnava. Eu, um deles?

Afastei o pensamento, voltando-me para o cachorro, agora encurralado entre mim e um gigantesco monte de pedras. Esta era minha melhor oportunidade.

Fitando os olhos do cão que me observava com os dentes escancarados, num rosnado obstinado, agachei e apalpei o chão até encontrar uma pedra com o tamanho adequado. Havia treinado minha pontaria antes e o tiro foi certeiro. A pedra acertou fortemente nas costelas do pokémon que, sem opções, avançou em minha direção. Tentei desviar para o lado, em vão. Caí de costas na terra macia, em meio às raízes das grandes árvores que nos cercavam, com os braços em posição de defesa em cima de meu corpo.

A poderosa mordida do cão no meu braço esquerdo fora em cheio. Sua boca cobria metade do meu antebraço, e com movimentos ferozes ele mexia a cabeça, provocando a abertura de cortes profundos. A dor insuportável que senti foi atordoante, mas não me demorei nessas sensações. Com a mão direita procurei por algo no chão que pudesse me ajudar. Outra pedra. Com toda a força e velocidade que consegui reunir, levantei a mão carregando-a e a acertei na cabeça do animal que, aturdido, soltou meu braço e afastou-se de mim, grunhindo de dor.

Levantei-me e avaliei o estado do meu braço o mais rápido que pude. O sangue me banhava e marcava os dentes do animal. A não ser que tivesse muita sorte, aqueles cortes se tornariam em horrendas cicatrizes. Não perdi tempo com esses pensamentos e avancei contra o Growlithe novamente, desta vez sem temê-lo. O pokémon estava praticamente sem chances de se defender, os ferimentos que já havia lhe provocado junto à forte pancada na cabeça o deixaria desmaiado rapidamente.

Fui pego de surpresa, portanto, quando o cão levantou a cabeça novamente, olhando-me com brilhos de ira e escárnio estampados em sua face. Não somente a sua resistência me surpreendeu, mas especialmente a capacidade que aquele pokémon, aquele animal, tinha de expressar emoções apenas com o olhar.

Foi neste instante, então, que uma chama, não imensa nem esplendorosa, mas ardente, vazou de sua boca. O fogo acertou-me na perna. Um grito irresistível de dor desprendeu-se por meus lábios e ecoou floresta afora. Um ódio crescente ferveu em meu coração e pensei em desistir, mas já não era possível. Necessitava não apenas capturá-lo, mas vingar a situação em que ele havia me deixado.

Fugi da chama que ele ainda lançava pela boca, ofeguei desesperadamente atrás do tronco de uma árvore e, ignorando todas as dores que sentia, corri na direção do cão, preparado para fazer tudo que podia. Ele tentou me acertar com fogo uma segunda vez, mas previ seu ataque e, desviando para o lado, chutei-o pesadamente nas costelas e segui atacando. Ele caiu no chão guinchando. Virou a cabeça na tentativa de me morder novamente, mas sua velocidade vívida já era ínfima. Com outro chute concluí o trabalho que queria. Mas minha raiva não terminara e ainda continuei chutando descontroladamente o corpo inerte do pokémon.

Cortes sangrentos e terríveis hematomas estavam espalhados por seu corpo e sua cabeça estava num péssimo estado. Então percebi que possivelmente ele já estava morto. Eu extrapolara, havia sucumbido à crueldade de minha humanidade e, num estado de torpor e ira, ataquei-o inconsequentemente.

Parei de bater no Growlithe jogado no chão. Sentei-me na terra macia e húmida, abaixei a cabeça e ofeguei desesperadamente. Uma lágrima escapou de meus olhos e desceu por minha face, delineando meus traços com forma de dores, de revoltas, de alegrias e de sonhos. Delineando todo meu ser. Seria eu somente mais um no meio deste mar de monstros inumanos?

Verifiquei delicadamente como estava o Growlithe. Constatei que ainda estava vivo, mas o risco de morte era evidente. Levantando, me recompus e suspirei lentamente, colocando ordem em meus pensamentos. Enfiei a mão nos bolsos e retirei a pequena pokébola. Estava enferrujada e suja; era uma velharia que eu tinha roubado de um galpão quase inutilizado. A única que consegui encontrar. Pressionei o centro da pokébola e encostei-a levemente na lateral do corpo do Growlithe, que em poucos instantes foi sugado para dentro da pokébola ao tornar-se uma luz vermelha. Alguns segundos foram necessários para que eu constatasse que a captura fora um sucesso. Ah, mas que felicidade eu senti!

Não vibrei de alegria nem exultei com essa captura. Causou-me apenas repulsa. Fitei a pokébola em minha mão antes de enfia-la no bolso e iniciar o retorno para casa. O que eu havia feito com aquela criatura me fizera pensar o quão necessário aquilo era, na culpa referente aos meus pesares que aquele ser carregava. A verdade bateu-me com uma dor feroz quando percebi que ele era inocente.

– Por favor, não morra – disse para mim mesmo enquanto caminhava, com uma sinceridade que embargou minha voz.

Não, o que eu fizera não fora justo em hipótese alguma. Mas eu tinha uma razão para fazê-lo independente de sua justiça. Ou também seria injusto eu usar de todos meus atributos e das poucas oportunidades que a vida me fornecia para buscar uma nova realidade a mim e aos que estão ao meu redor?

↭ ↭ ↭

PS¹: Sim, eu me chamo Herick.
PS²: Desejo sugestões para o nome da fic. Aos leitores criativos e que pensaram em algo ardiloso, digam, por favor.

Desde já agradeço a atenção, pessoal!


Última edição por Mag em Qua 5 Jun 2013 - 1:02, editado 25 vez(es) (Motivo da edição : Um main post precisa ser editado e reeditado always.)

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A Irrealidade da Vida Empty Re: A Irrealidade da Vida

Mensagem por Black~ Seg 31 Dez 2012 - 14:04

Bom, a fanfic é interessante, eu gostei da história, um garoto que odeia esses negócios de laboratório e talz. No começo achei que o Growlithe era o pokémon dele, mas vi que não. Você escreve bem e descreve também. Só vi um pouco de repetição no segundo parágrafo, das palavras pokébola e Pokémon, talvez fosse inevitável, mas enfim, é só e boa sorte com a fic.

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Mensagem por Pokaabu Seg 31 Dez 2012 - 17:21

Lindo, belo, maravilhoso, esplêndido, não tenho palavras para descrever.


É bonito de se ver e de se ler, o jeito como você usa as palavras é incrível.


O que me desagradou um pouco foi a não, proposital ou não, revelação do nome do protagonista.


Eu não consigo ficar embromando nos comentários (Por isso os espaços), só posso dizer que vou acompanhar.

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A Irrealidade da Vida Empty Re: A Irrealidade da Vida

Mensagem por -Murilo Seg 31 Dez 2012 - 19:17

Olá! Sua fic tem possui uma escrita esplendida! Com muita riqueza de detalhes, e boa narração, consegui imaginar cada momento que durou a luta do menino com o pokémon.

De fato, parece-se mais a um prólogo. Pena que não teve maiores explicações da história. Nem o nome do menino você disse '--' Mas enfim, só esperando o próximo capítulo. Aliás, achei muito interessante esse seu ponto de vista do mundo pokémon. Ele meio que reflete a realidade nossa. Engolimos tudo o que assistimos na televisão e nos deixamos levar pelas informações ficando alienados.

Uma dúvida me veio agora. A sua fic será de jornada? Tudo bem que esses tipos de histórias já são bem manjadas, mas seria interessante saber como são as viagens de jornada nesse seu mundo. Nele as coisas não são tão fáceis quanto vemos nos jogos e anime. Mesmo que pareça natural que se atacarmos um ser, ele reagiria para se defender, seria chocante ver um growlight mordendo e atacando uma pessoa no anime. Mas como ele é voltado para o público infantil, então nem se pode esperar isso. Mas como sua fic parece trazer um tom mais adulto, será interessante acompanhar essa jornada. Boa sorte na sua fic!
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A Irrealidade da Vida Empty Re: A Irrealidade da Vida

Mensagem por Mag Sáb 5 Jan 2013 - 6:00

Boa madrugada, pessoal! Ia esperar para postar depois, mas não resisti.
Respostas aos comentários:
Spoiler:

Antes do capítulo, preciso falar uns negócios.
Sabem aquele início exagerado lá em cima, onde disse como veio a ideia para a fic? Aquilo é verdade. Quando a bendita pessoa me fez aquela pergunta, inconscientemente minha mente uniu o que mais está impregnada nela há um tempo e o enredo daquele capítulo foi criado. Eu escrevi-o, no entanto, sem ter NENHUM RESQUÍCIO de ideia do que faria no resto da história. Sinceramente, não sei nem as reais motivações do meu personagem, nem o que acontecerá. A trama é um mistério para mim tal qual é para vocês. Farei disso um desafio, onde darei total liberdade aos meus personagens. Aquela bosta toda de incorporar o personagem e deixar ele viver por si? Enquanto escrevia o primeiro capítulo, soube que isso existe. É assustador. /SpiritsFelling

Quanto ao nome do meu personagem, vejam só, eu só fui reparar quando estava terminando de escrever o segundo capítulo e ia postar o primeiro, mas deixei só para ver a reação de vocês. O primeiro comentarista nem reparou :rabbit:Desde que li o comentário do Pokaabu e do Murilo, no entanto, reparei que ia acabar fazendo bagunça. Hoje, por causa dos seus comentários, o "esboço" (entre aspas porque não era nada) do que poderia ser o enredo modificou-se completamente. Tive uma ideia legal e coloquei-a imediatamente em execução. O segundo capítulo que eu havia escrito foi pro lixo, escrevi outro inteiramente diferente.

A ideia é de que a história será contada sob a perspectiva de mais de um personagem. Alguém aqui já leu As Crônicas de Gelo e Fogo - minha paixão? Então, o comentário de vocês me fez querer fazer algo semelhante, mas ao invés de escrever em terceira pessoa, será em primeira. Será um desafio para mim, um excelente, aliás. E apesar dessa ideia, todo o resto da trama ainda está enevoado em minha mente. Vocês verão algumas possibilidades a partir do segundo capítulo, mas ainda é vago. Vejamos o que mais seus comentários me trarão indiretamente.

Obs.: Os títulos dos capítulos terão, agora, a numeração e o nome do personagem que dará sua visão para o capítulo. Sugiro que os que já leram, retornem no primeiro post e vejam as novidades. Tem umas imagens bem legais e vocês saberão o nome do protagonista. haha

2
Tyler

– Druddigon, estou enojado desta luta. – O imenso pokémon dragão virou-se para mim, como que indeciso. – Você ainda não entendeu? Destrua meu adversário.

O tom grave e conclusivo de minha voz deve ter feito com o dragão compreendesse, pois no instante seguinte o gigante avançou em toda sua velocidade na direção do Magmortar. O treinador que batalhava contra mim, com um sorriso triunfal, ordenou que seu pokémon terminasse – insinuou – usando Flamethrower. Pensei em gargalhar, mas isso me delataria.

No fim, eu faria com que a culpa fosse toda dele.

Apenas observei de esguelha o término da luta. Eu já estava entediado com essas batalhas supervisionadas por professores que meus pais pagavam para mim. "Assim, um dia você poderá vencer a Liga Pokémon", eles diziam, sonhadores. Como eram cegos! Eu já possuía quase tudo que precisava para vencer qualquer um, mas eles ainda me impediam de sair em jornada. E eu, dependente do financiamento deles, omitia minha frustração e fingia ser o filhinho que eles queriam.

Com destreza, o Druddigon desviou do ataque de fogo e acertou uma mordida no Magmortar que me deu certeza de que a minha parte naquele teatro tinha terminado. O barulho de ossos se partindo e de carne se estraçalhando ecoou levemente pela sala de treinamento.

Um silêncio imperou no lugar.

Peguei uma pokébola em meu bolso e apontei-a para o meu pokémon. Ele retornou e eu virei as costas para cena que se desdobrava. Caminhei com calma e estabilidade para o meu quarto. Tudo estava em seu perfeito estado.

Quando fechei a porta, ouvi ao longe, como a lembrança de um sonho que se desprende lentamente da mente, um grito de horror. Um grito em que vibrava em sua sonoridade aquele típico sentimento desamparado de perda irrevogável. Quase pensei em sentir-me arrependido; quase. Mas aquele seu treinador... que palerma! O que ele estava pensando quando achou que seu Magmortar sairia ileso de uma batalha com o meu Druddigon?

O mínimo que ele merecia por isso era a morte do seu próprio pokémon. Isso era a justiça por sua impertinência! Sorri internamente com esse pensamento desconexo. Aquele garoto ridículo metido a pegador deveria sofrer porque... porque eu senti vontade de fazê-lo. Por que não?

É claro, ele já havia me humilhado na escola. Ele me chamava de nerd antissocial e outros apelidos medíocres, e seu coleguinhas, tão imbecis quanto ele, riam disso como se fosse uma piada. Eu pouco me importo para o que crianças pensam de mim. Quando me virem no centro do mundo, talvez mudem de pensamento. Se não, forço-os a mudar. Existem pokémon para isso, não é?

Ao menos para mim, sim. Possuo, contudo, ambições de ir mais além. Existem outros pokémon, mais raros, ou melhor, especiais, que fariam toda a diferença. Eu poderia fazer o que quisesse sem dar satisfações a ninguém caso tivesse um deles. Eles são conhecidos como lendários. São a única coisa que me vem a mente quando penso em poder, controle e liberdade.

Eu gostaria de estar caçando-os há anos, mas meus pais acham que eu ainda devo ficar mais forte antes de fazer isso. E é claro que eu nunca diria que a minha estratégia envolve capturar pokémon lendário. Essa captura é tida como ilegal. A pessoa que faz isso atualmente viverá o resto de sua vida encarcerada, e nunca mais poderá ter contato com outros pokémon. Pouco me importa isso também, já que quando eu os tiver ninguém terá poder suficiente para impor essa regra sobre mim.

Desde que essa ideia veio à minha mente alguns anos atrás, eu fiz incontáveis pesquisas sobre esses pokémon. Com o dinheiro e a influência do meu pai, um dos homens mais ricos de Sinnoh, tive acesso a arquivos restritos e a quantidade de informações que armazenei é algo que assustaria qualquer um.

Canavale, a cidadezinha imprestável em que minha família vive por causa do porto que meu pai administra, ainda fora importante para mim. Há, nos recantos mais escondidos e intocados da biblioteca da cidade, um arsenal de informações sobre os mais poderosos lendários. Mas para mim, já se esgotaram.

Somente duas coisas, além dos meus próprios pais, me predem nesta cidade pobre: o menino que eu odeio e a menina que eu amo. Estranho? Clichê? É provável... Mas Raquel sempre me chamou atenção. Seu olhar, sua pele, seus cabelos... Tudo nela parece gritar, com fôlego redobrado a cada vez que a vejo, que eu preciso dela! Mas ela me odeia, me repugna. Isso, essa atração indomável pelo fruto proibido parece ser natural ao ser humano. Não fora assim desde o princípio?

– Tyler! – A voz de minha mãe interrompeu-me. Ela gritava de algum cômodo distante. – Tyler!

Saí do quarto calmamente e desci as escadas. Minha mãe e meu pai encontravam-se lá, os dois num incômodo palpável, desconcertados. Haviam descoberto o que eu fiz. O menino que perdera seu pokémon também estava, reparei; sentava-se no sofá, soluçando um choro em vão.

– O que foi que você fez, Tyler? – Perguntou-me meu pai, com a voz trêmula tentando ser firme.

– Nada – eu disse, sombrio, sereno.

– Não minta! – Exclamou minha mãe. – Nós vimos o pokémon... – Sua voz falhou.

– Acidentes acontecem, a culpa não foi minha, tá bem?! – Gritei, com raiva dissimulada, como se me sentisse mal por ter feito aquilo. Como se, de alguma maneira, não tivesse sido proposital. Um acaso, um descuido.

Lágrimas escorreram por minha face e não demorei a sentir que alguém me abraçava, amparando-me. Era minha mãe.

– Tudo bem, tudo bem. Fique calmo, filho, a culpa não foi sua – disse, virando-se e olhando com raiva para o menino que soluçava no sofá. – Olha o que você fez! Ele não teve culpa. Vá embora e não me apareça mais aqui! – Ela exclamava, expulsando o garoto.

No mais profundo de minha mente, uma gargalhada ecoava.

Fora, o teatro falsificava meu real sentimento.

Tinha nojo dessas pessoas tão facilmente manipuláveis. Veja esta mulher, que ingênua! Acreditara nesta mentira tão mal formulada. A realidade é que é uma mulher medíocre, hipócrita. Queria mimar-me, mas falhou. A mente é um mistério, onde os segredos mais obscuros da nossa humanidade vivem ocultos, esperando a melhor oportunidade para se externarem, agarrando-se à vida com voracidade; é onde nossa própria sanidade entra em jogo.

A minha estava em xeque.


↭ ↭ ↭

Pronto. Eu acredito - e espero - que o próximo capítulo já tenha mais ação. Esses dois primeiros foi tanto para apresentar esse mundo pokémon, como para mostrar as duas perspectivas que dividirão a história. Espero que tenha sido do agrado de todo mundo, pois este foi mais difícil de fluir do que o outro - talvez e, certamente, porque o outro personagem tem uma conexão maior comigo.

Comentem, comentem, comentem! Cada palavra soma como um incentivo!


Última edição por Mag em Seg 24 Jun 2013 - 2:21, editado 12 vez(es)
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A Irrealidade da Vida Empty Re: A Irrealidade da Vida

Mensagem por Dedé. Sáb 5 Jan 2013 - 7:22

Não sou muito chegado em ler histórias grandes assim... mais por preguiça mesmo, mas, o ínicio dela me chamou atenção, comecei a ler e enfim, li tudo, achei muito legal como você colocou sua própria 'visão' do mundo pokémon refletido no mundo real. Eu fico pensando, e o braço do pobre garoto... como deve estar?
Dexa isso pra lá... Eu percebi outra coisa também, os pensamentos dos dois personagens parecem ser de adolescentes de 14~15 anos, nas imagens que você colocou parecem mais velhos...
Mas, vamos deixar isso de lado também e falar da história. A escrita tá perfeita, adorei a organização, muito texto, eu odeio isso, mas faz parte, fazer o que?
Uma pergunta, foi Magmortar do cara lá que morreu? Eu não entendi bem, tipo, se um pokémon perde a batalha ele morre? Por que o garoto foi à casa dele? Eu não entendi essa parte, talvez por ler rápido demais.
A sua história está um pouco temebrosa, isso é legal, o tyler me lembra muito o Raito/Light do Death Note. A forma de pensar, a maneira como ele mente e engole isso seco. Essa visão de primeira pessoa deixou muito legal a sua fic. Continua dessa forma. Mas... E o garoto do growlithe, onde ele entra na história do Tyler? São histórias separadas?
Que talvez irão se encontrar... Ou é apenas outro mistério, eles são rivais? Sinceramente, a sua fic parece muito uma versão pokémon de Death Note. Eu gostei mesmo. Continua com ela, num para não, mesmo que você entre na faculdade.
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A Irrealidade da Vida Empty Re: A Irrealidade da Vida

Mensagem por -Murilo Sáb 5 Jan 2013 - 11:48

Outro capítulo excepcional! Fico feliz que de certa forma meu comentário tenha ajudado na formação da sua história. Apesar que mudar o enredo assim completamente é um pouco abrupto demais não? '--' Mas contanto que isso seja pelo bem da fic. Ah, também acho melhor que seja uma fic mais curtas. É certo que é legal acompanhar, mas são muito raras as fic que são concluídas. Se ela for mais curta, tem mais chance. Eu pessoalmente só planejo fics de no máximo 10~12 capítulos, e até agora não conclui nenhuma Razz Mas vamos em frente.

Agora a fic que mudou de foco, ela vai ser narrada pelos dois personagens? E quando eles se encontrarem. Eu já vi uma fanfic aqui em que algumas partes eram narradas na primeira pessoa, e quando esse personagem não estava presente, narrava em terceira pessoa. Acho que não tem muito problema nisso, mas a fic é sua né.

Uma coisa interessante nesse capítulo, é a maneira como podemos interpretar esse personagem Tyler. Quem o olhasse por fora, acharia-o uma pessoa malvada, até psicopata (quem o conhecesse realmente, sem a atuação de filho bonzinho). Mas quando o vemos da sua própria perspectiva, as coisas já mudam. Ele continua a fazer maldades, e pensar egoistamente, mas ele meio que não se sente culpado, ou não vê nada de errado nisso. É engraçado que ele cria seus próprios motivos para agir assim, achando estar fazendo algo certo ou justo. Mas ainda assim eu o acho malvado. Ele dá certinho com o menino do primeiro capítulo. Aliás, quero só ver como vai ser a interação entre eles.

Outra coisa pessoal que eu acho, é que há um certo exagero nessa questão de pokémons lendários. Claro que eles são mais fortes, únicos e tal, mas tem alguns que não merecem esse endeusamento que dão a eles. Por exemplo, os trios lendários de cada jogo. Não os acho essa coca-cola toda. Pra mim, os fodões mesmo são só aqueles tem algum poder sobre a terra, sendo até capaz de destrui-las. Por exemplo, Groudon, Kyogre e Rayquaza. Eles tem o poder de destruir só a terra. Mas os lendários da criação como Arceus e família, já tem poder pra destruir o universo inteiro Shocked Por isso que sou mais esses. Tem uns que instigam a gente por causa do mistério por trás deles, como mew, celebi, e esses outros fofinhos.

Bom, chega, que o comentário já tá mudando de rumo, e vai acabar ficando muito grande. Só posso dizer que estou adorando sua fi, que vou acompanhá-la, e só quero ver que tipo de história ela vai nos trazer. Boa sorte^^
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A Irrealidade da Vida Empty Re: A Irrealidade da Vida

Mensagem por Black~ Sáb 5 Jan 2013 - 12:46

Bom, eu basicamente entendi agora, seria algo reclamando da fácil manipulação do povo, algo bem comum hoje em dia, causado pela nossa "querida" Globo, li e entendi, tinha achado meio estranho no começo, mas ok.

Isso de dois personagens diferentes narrarem a história sobre perspectivas diferentes um do outro não me agradou muito, mas acho que pode dar certo e ficar bem interessante, mas a ideia sua, mesmo não gostando muito -q.

Concordo com o Murilo, pokémons lendários alguns nem são tão fodões, tipo as aves, os cães, os "fofinhos", existem pokémons normais que são bem mais fortes que eles, tipo Dragonite e companhia. Mas é meio falha essa lei lembrada pelo personagem, se o cara tem um lendário, como vão conseguir prendê-lo? Sendo que os lendários são tecnicamente os pokémons mais fortes?

Mas achei interessante o ponto de vista dele, ele faz algo querendo, meio que não querendo (what?), mas foi bacana. E o assunto da manipulação novamente retratado, ele mata o pokémon querendo e diz pra mãe dele que foi sem querer, ainda sobrando a culpa pro outro jovem.

Enfim, acho que só e boa sorte com a fic.

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The Adventures of a Gym Leader - Capítulo 48
Dreams come true

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Mensagem por Varus8 Qui 24 Jan 2013 - 23:50

"Ok, depois de você ameaçar beijar minha bunda, estou aqui"

Achei bem interessante essa visão do mundo pokemon, mostrando que o mundo das maravilhas, pode não ser tão maravilhoso.

Outra coisa muito interessante, é a fic sendo narrada por dois personagens, mostrando duas visão diferentes desse mundo pokemon, que é tão realista!

Não desista, vê se vai até o fim com essa fic, ok ?

Estarei acompanhando e comentando.
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Mensagem por Rush Sex 25 Jan 2013 - 1:49

Rapaz... Estou de queixo caído. Sério.

Você fez algo que consegue receber o título de perfeição. Fez algo que eu tinha o intuito de fazer, porém falhei, o que é como o próprio título diz, 'A irrealidade da vida'. Mostrando-se como tudo é doce nos olhos do público, hipnotizado pela mídia que os manipula facilmente num mundo amargo, violento e perto de ser chamado de podre, já que aprisionam criaturas selvagens e obrigam-as a lutar até a morte, como o ocorrido no último capítulo.

Realmente, mostra como a população é cega e ignorante com o "Pão e Circo" que o governo introduz. Em como todos são treinados por lavagens cerebrais indiretas a serem alguém, enquanto na verdade, são apenas mais uns vendidos para inspirar outros a seguirem seus passos comunistas. Algo corrupto, macabro e desumano, que acredito que seja o dinheiro imposto por meros cidadãos ignorantes que sentem sede por essas 'batalhas' e 'aventuras inesquecíveis'.

De qualquer forma, pela introdução o nome do primeiro personagem a ser introduzido é Rodrigo, não? Achei um pouco confuso, um garoto temperamental com alguns indícios de ser um psicopata, em minha opinião - ou não, é claro. Mostrou-se arrependido em ter quase matado o Growlithe, mas mesmo assim o fez quando estava banhado de raiva ao ser atacado. Creio que seja um garoto de bom coração que quer fazer o bem, quebrar o muro. Porém, seus sentimentos sem embolam quando sua mente fica confusa. Sua pele ferida deve contribuir para que o jovem perca a cabeça durante a ação, não? Logo prevejo que ele será um moleque vingativo que chegara a cometer homicídio culposo ou até acidental.

Já Tyler me impressionou. Ao contrário do anterior introduzido, esse é um total sociopata. Um clichê bem trabalhado, eu diria. Não sei porque, mas ele me lembrou muito a um peixe-pescador, pelo fato dele emitir um brilho de esperança e criar uma imagem de outro ser bom, calmo e até inofensivo. Mas quando a pessoa já fora atraída demais, recebe um bote da realidade que perfura suas pelas com seus dentes afiados e profundos. Creio que ele manipulara muita gente além de seus pais ingênuos. Ele me lembrou
MUITO do personagem Rorschach, de Watchman, apenas escondido por trás de uma máscara de bonzinho.

A única coisa que me surpreendeu, foi o fato dele não ter agredido os moleques na escola. Creio eu que ele não poderia pelo seu físico, que é compensado com um forte dragão agora, certo? E mesmo atraído pela Raquel (Sinceramente não gosto desse nome, mas é por experiências pessoais), não cheguei a ver um motivo para que o prendesse completamente na cidade. Quer dizer, ela deve ter feito algo que a deixou única, não? Algo que realmente o surpreendeu o bastante até sentir um forte amor platônico - ou não - por ela.

Sei que são dúvidas demais, mas fiquei muito admirado e empolgado com sua obra, de verdade. Fiquei curioso sobre o passado dos personagens, e mais ansioso ainda no futuro e como eles vão cruzar seus caminhos entre si. Não sei se será uma jornada para conseguir uma criatura lendária e assim criar um novo governo socialista ou apenas destruir a visão falsa que a mídia cria.

De qualquer forma, não encontrei erro. E acho que meu comentário também foi grande, mesmo sem citações, não? Quem sabe um dia eu te alcanço, haha!

Well, é isso. Poste o terceiro capítulo logo.

Um abraço, até mais!

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Mensagem por Mag Ter 5 Fev 2013 - 4:01

Olá, lindos leitores. Perdoem-me a demora tão grande, mesmo com a atenção que recebi. Amei cada comentário de coração mesmo. Acho legal que a fic está conseguindo levá-los a refletir de alguma forma. Isso é excelente, e eu estou curiosíssimo para saber mais dessas suas suposições...
Vamos aos comentários.
Spoiler:

O capítulo demorou muito a sair. Sim, demorou, mas eu tenho motivos. Não é escola, estudos nem vestibular. Desde que postei o segundo capítulo, venho trabalhando no terceiro. Porém, este capítulo 3 que vocês lerão é o terceiro que escrevi. O primeiro, que era sob o ponto de vista do Rodrigo, onde ele voltou pra casa e eu apresentei a mãe, ficou até bom. Fiz uns diálogos entre eles que me espantou, de tão bons. Mas quando cheguei na sexta página, perdi o interesse. Achei a ideia limitada. Parti pra outro rumo. Duas páginas, e joguei no lixo novamente. Na terceira vez, ousei mais. Decidi por acrescentar, também, a perspectiva da Raquel. Conheçam um pouco dela, portanto:

3
Raquel


Perdi o fôlego e observei-o com atenção, verificando se eu não estava tendo uma visão ilusória indesejada. Não era. Rodrigo estava uma ruína. Sua calça estava queimada e, pelos estragos, vi horríveis queimaduras em suas pernas. Segurei o grito e voltei-me para o seu braço, que estava encoberto por um pano encharcado de sangue. Sua pele estava pálida.

Agachei ao seu lado, ajoelhando-me no chão, ainda segurando a histeria o mais forte que pude, e coloquei a mão delicadamente em sua testa. Estava quente. O toque, por mais suave que tivesse sido, despertou-o de súbito, ofegante. Olhou ao redor tão amedrontado que não reconheci sua expressão. Quando me viu ao seu lado, começou a acalmar-se progressivamente.

– Ah... Raquel. – Disse, forçando um sorriso que, no entanto, senti ser verdadeiro. – Que bom que chegou.

Colocou sua mão direita em meu rosto e tentou se sentar, mas o esforço mostrou-se vão.

– Rodrigo, o que aconteceu aqui? – Interroguei-o, em desespero, extasiada.

– Eu estou bem... – ele respondeu, num sopro de voz.

Respirando fundo e ainda mantendo todos os meus questionamentos e medos no interior de minha alma, o forcei a se deitar novamente. Estava tão aflita quanto indignada, contudo. Ele devia ter dito qualquer outra coisa, menos aquela merda cavalheiresca de que “estava tudo bem”.

– Está bem coisa nenhuma, imbecil. – Sussurrei, mais para mim mesma. Estava com medo de que qualquer ato impensado pudesse feri-lo mais.

Ele me fitou nos olhos, como um pedido indiscreto para que me acalmasse e com resquícios de algo que eu interpretei como... desculpa? Então começou a vasculhar o bolso à procura de algo. Fiquei mais estarrecida quando ele tirou dali uma pokébola velha e enferrujada, mas aparentemente em funcionamento. Estendeu-a para mim. Seu braço tremia e ele temia me olhar.

– Veja o que tem dentro. – Pediu, sério.

Decidi que aquela seriedade toda era digna de alguma pena. Peguei a pokébola e pressionei o botão que expeliria fosse o que houvesse ali dentro. Com uma lágrima de desespero descendo a minha face, todo um quebra-cabeça formado por peças de complexidade indizível, traduzidas em suposições, se resolveu por completo em minha mente. Como ele tivera coragem?

Eu estava tremendo compulsivamente. Não consegui manter meu olhar muito tempo naquele Growlithe com ferimentos aterradores. Em sua cabeça e espalhados por seu corpo, os cortes abertos banhavam o chão com um sangue grosso e escarlate.

Virei-me, mas fui incapaz de fixar meu olhar em Rodrigo.

– Ro-rodrigo – gaguejei, mesmo tentando evita-lo –, o que aconteceu? – A intensidade de minha voz o alertou. A pergunta fora um reflexo, ele sabia que eu havia compreendido. Eu estava pasma com as incontáveis cenas que bombardeavam minha mente tentando supor o que havia acontecido.

– Eu realmente não queria que ele ficasse assim... não foi minha intenção. – Olhou-me, mas eu não retribuí. Inspirou e expirou. – Olhe para mim. Leve ele daqui o mais rápido possível. Ele não morrerá. – E sôfrego, com a voz rouca e virando cabeça para o outro lado, sussurrou: – Não se preocupe comigo.

Não perdi um segundo sequer. Retornei o Growlithe para a pokébola e saí correndo em meio às árvores que rodeavam a cabana, encontrei a estrada para a cidade e embalei a velocidade. Sensações dúbias, impróprias e injustas me deixavam confusa enquanto travavam um embate no fundo de minha alma; mas o Rodrigo merecera aquela negligencia. Soube, então, que ele nunca entenderia minha grande paixão e admiração pelos pokémon. Não era uma simples opinião que poderia ser contra argumentada por críticas, era uma convicção interna da qual eu nunca abriria mão, fosse ele de acordo ou não com aquilo.

Internamente, considerei-me uma ingênua. Como eu pude não desconfiar? Ele fugiria de casa com algum propósito, e qual seria, senão este? Pegar um pokémon usando sua própria força e captura-lo. Se bem que, eu nem imagino como ele conseguira uma pokébola. Roubou? Era a única alternativa.

Cheguei ao Centro Pokémon, mas antes que fosse barrada, a segurança me reconheceu. Geralmente nós usamos o cartão de acesso para entrar, mas ela viu minha expressão de desespero, medo e apreensão e compreendeu que o assunto era importante. Corri até os enfermeiros, dei-lhes a pokébola e disse que fizessem todo o possível pelo Growlithe; pagaria o que fosse preciso. Eu não poderia esperar, mas retornaria no dia seguinte assim que pudesse.

No fim, não consegui ser tão negligente a ponto de deixa-lo morrendo naquela cabana, macambúzio por causa da minha reação imediata. Saí do Centro Pokémon já com uma ideia em mente. Não iria vê-lo, eu não suportaria naquela condição; mas também não conseguiria ficar indiferente por causa da ira que sentia do que ele havia feito. Decidi recorrer a algo que ele nunca aprovaria, mas eu confiava que tudo correria bem, além de ser uma forma de salvá-lo.

Resolveria dois problemas num só golpe. A definição exata não era “problema”, até porque o meu segundo objetivo com aquela ideia era tentar fazê-lo se sentir decepcionado comigo. Essa era uma forma indireta, também, de retribuir o que ele me fizera sentir. Sabe aquela sede de vingança ínfima, que inicialmente nem aparenta ser o que realmente é? É isso que eu sentia. Faria com que o Rodrigo pensasse que eu o denunciara às autoridades numa tentativa apressada de salvá-lo, ao mesmo tempo traindo sua confiança, mas o caso seria o oposto: eu chamaria um velho amigo meu, de inteligência notável, para ir ao casebre cuidar dos ferimentos dele. Eu confiava que ele faria tudo certo, mas o Rodrigo, não.

Apesar da situação embaraçosa em que eu me encontrava, sorri internamente com aquela ideia genial. Ele traíra meu juízo sobre si quando decidiu fazer o que fez com o Growlithe, e o resultado seria eu dissimular uma perda de interesse nele e a retribuição da traição, mesmo que indiretamente.

Irei-me comigo mesma por ter pensamentos tão maliciosos... Isso era inadmissível! Rodrigo todo ferido, num lugar inabitado, e eu aqui, pensando em como faria para que ele se sentisse tão decepcionado comigo como eu ficara com ele... Mas, afinal, qual outra alternativa eu tinha? Não, eu não voltaria lá de forma alguma. Então era chamar meu amigo para fazer isso mesmo.

Única alternativa.

↭ ↭ ↭



Espero que não tenha sido um capítulo enfadonho. Eu não quis dizer antes, mas eu cheguei a pensar em escrever este capítulo pela quarta vez, mas aí já achei exagero. Eu ia morrer escrevendo o capítulo 3. Como no capítulo anterior eu menti, dizendo que neste teria mais ação, talvez eu compense-os no próximo.

Ah! Vou aproveitar a oportunidade para sugerir que vocês visitem minha página de contos: A Página Qualquer.

Comentem sem limites! Liberem suas imaginações e exponham tudo o que vocês pensaram!
Cada palavra somo como um... incentivo!


Última edição por Mag em Seg 24 Jun 2013 - 2:49, editado 5 vez(es)

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A Irrealidade da Vida Empty Re: A Irrealidade da Vida

Mensagem por Pokaabu Dom 17 Fev 2013 - 19:59

Magmortar o/, sensei.

Raquel, vamos lá, a única que parece ter a cabeça no lugar até agora e isso pode ser bom ou ruim porque cuidar de tudo e de todos pode deixar qualquer um maluco (experiencia própria), como pode esse garoto simplesmente decidir que vai fazer e acontecer? Sem medir as consequências?

Como a Raquel é a única "sã" da fic até agora, fica como minha personagem favorita. Apesar de eu sempre torcer pros malvados (Tyler o/), enquanto ele não mecher com a Raquel tudo fica sussa.

Escrita maravilhosa, exploração do senstimento da personagem incrível, aprendi até novas palavras '-'.

A única coisa que não bate é o título, sei lá... Mas né.

No mais, saiba que eu sempre leio o que você escreve (até comentários), mas fico com preguiça de comentar Razz. Até a próxima

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Mensagem por Yoshihime Sex 1 Mar 2013 - 15:18

Olá, camarada.

Começo dizendo que conheço sua paixão que é As Crônicas de Gelo e Fogo, ela também é uma paixão minha.

A Fanfic está fantástica. É realmente impressionante sua escrita. Ela me fez refletir sobre como realmente deve ser caro bancar uma jornada pokemon, por mais que se ganhe dinheiro com batalhas. Estou gostando muito de capítulos por PoV. Ver as diferentes visões de mundo. Você está conseguindo encarnar bem os personagens. O segundo capítulo, o do Tyler, ficou fabuloso, sério, foi o melhor até agora, a facilidade que eu tive de "entrar" na mente dele foi ótima.

Eu vi alguns erros de digitação, mas na boa, nenhum deles atrapalha a leitura e falar deles seria muito pau-no-cool. Então é isso, aguardo mais ótimos capítulos.

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Mensagem por Vulc Qua 6 Mar 2013 - 22:49


Cara, amei sua fic. Sério.


O personagem que mais gostei até agora foi o Tyler. É um tipo de cara que me fascina por ser desprezível, como o mindinho, e acho que por isso que associo os dois. No início pensei que o Rodrigo ia ser só um revoltadinho, mas me surpreendi vendo que ele é apenas uma vítima das circunstâncias do lugar de onde vive. Gostei de ver a diferença extrema entre os dois. A Raquel foi a que teve menos carisma, ao meu ver, tá servindo de ponte entre os mundos, um meio termo entre os dois.
Sua escrita é incrível, vi só um errinho de digitação no terceiro capítulo mas nada que precise ser citado.

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Mensagem por Weird von Gentleman Dom 17 Mar 2013 - 16:41

Olá, Mag!

Gostei bastante da tua história e ainda mais do teu caráter, porque não é qualquer um que faz transparecer as ideias na escrita, tal como tu transpareces. Geralmente, o que acontece numa FF de Pokémon é que o escritor dá mais atenção às mecânicas e detalhes que vêm do jogo, do que propriamente àquilo que é a base de qualquer texto, seja ele prosaico, dramático ou mesmo lírico: a mensagem transmitida. Dá para perceber que tu não és novo neste tipo de escrita e portanto, sabes tão bem como eu, que um texto gera-se a partir de uma ideia ou mensagem que o escritor quer passar. E deixa-me que te diga que eu já sou experiente em "Mag's", dado já ter conhecido uns dois ou três, e até agora nenhum revelou uma sensibilidade tão aguçada quanto a tua. Parabéns por isso!

No entanto, há sempre um "mas"... Sinceramente, acho que fizeste bem em mudar de estilo, pelo que dás a entender nas tuas "Notas de Autor", no entanto há 2 arestas que vais querer limar, antes de avançares mais com a história:

i) É muito dificil, para autores amadores como nós, fazer aquilo que o George R. R. Martin faz, que é simplesmente mudar de estilo quando muda de personagem. No teu texto isso não se nota lá muito bem e corres o risco e estar a chamar nomes diferentes a personagens que são arquétipos umas das outras. Estou a referir-me mais ao Terry e ao Rodrigo...

ii) Para uma personagem marcar o leitor, não é preciso que tu enalteças assim tanto os seus defeitos, por mais singulares que sejam. A mim parece-me que até agora, tens uma lista de anti-heróis bem criada, mas falta alguém mais puro e menos defeituoso, se é que me entendes. Este ponto roça ligeiramente com o ponto anterior, pois se as personagens forem muito coladas em espírito, as suas ações também o serão;

As personagens são sempre o mais díficil, mas uma vez que o tecido de que são feitas esteja pronto, é num instante que lhes coses os fatos e as pões a rigor para o teu texto. Estás de parabéns! cheers

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