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Mensagem por riq Sex 15 Ago 2014 - 20:23

Capitulo bacana e "inovador"

Nunca tinha visto um filler de fanfic mas né? Ficou massa. Bem criativa a ideia e foi bem como o Rush disse, tava com saudades de ter um personagem bem construído e que nos comova.

Gostei do modo que você esta tratando a fic, bem criativo!

Boa sorte e tals...
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Mensagem por mrdeid Dom 17 Ago 2014 - 15:42


diálogos excessivos novamente propositais
e respondendo os comentários em geral, aquilo foi uma referencia a série sim, e talvez até seja com o grupo do rick, tudo vai depender do que vocês quiserem pensar. a série agora finalmente vai começar a seguir jornada, e ela vai se tornar um pouco repetitiva em diálogos com personagens, já que agora os que sobraram vão poder ser mais explorados. espero que curtam o rumo que a fic tá seguindo e tenho certeza que não vão ser arrepender.
e também quero agradecer a quem votou para FOTM, estou mega happy. flw.


S01EP07 - Bolinhos

Sou eu, Mobile. Faz tempo que não sou chamado assim. Esse diário está bem desatualizado cara. Faz um tempão que isso aconteceu... Pois bem, Jackson não estava comigo e com Walter quando o grupo se partiu, então, ele não tem como narrar o que aconteceu com mais certeza. Eu estou escrevendo, já que Walter é um preguiçoso do caramba e só se importa em caçar. Pois bem, vou fazer um esforço do caramba e tentar contar como tudo aconteceu aquele dia. Quer dizer, aquela noite.

Charlotte estava cabisbaixo. Seu olhar mostrava seu medo em o grupo quebrar. Era o mesmo medo que eu tinha, mas era estranho vindo de um machão. Ele fazia um sinal com a cabeça para eu segui-lo, mas estava preocupado demais comigo mesmo. Eu não queria ir embora. Não queria aceitar que o grupo havia sido destruído. Não queria aceitar que o meu passado estava se repetindo parte por parte. Chegou uma hora que a quantidade de zumbis que aparecera era tanta que eu não tinha mais tempo nem para correr. Aquelas coisas estavam me cercando, e eu estava sem forças para ir embora. Apenas fui quando percebi que Charlotte não iria mais me esperar. Ele estava triste, e eu também.

Ele entrava mata adentro, correndo, sem olhar pra trás, depositando toda a sua força naquela ação. Eu fiz o mesmo, afinal, achava que devia seguir os passos de um homem valente, que não deixa o medo lhe possuir, mas acho que eu tinha uma má visão sobre Walter.

Seus passos eram longos e rápidos, fazendo barulho. O inverno estava acabando, e as folhas estavam se renovando. O vento não colaborava, fazendo várias delas cair, tapando buracos, armadilhas. Não estávamos preocupados com nada, apenas corríamos. Chegou um momento que não sabia de onde saía o fôlego. Estava cansado, exausto, vendo o suor correr contra o vento, naquela mata escura. Até que Charlotte parou, fazendo um sinal com a mão. Ele levantava o dedo, parecia ser um sinal de alerta. Cochichei para ele:

- O que foi?

- Deixa, deve ser coisa da minha cabeça, vamos embora.

Logo, Walter começava a correr novamente, desta vez para a esquerda. Para frente, a mata acabava. Tentava compreender o que ele havia visto, porém minha visão estava muito ruim naquele momento. A combinação da luz do fogo com a escuridão da mata deve ter afetado minha visão. Continuava a correr, cada vez mais, sem parar, até que não aguentei mais, e parei.

- Vamos ficar por aqui essa noite... Não é seguro, mas precisamos descansar. Já nos afastamos da estrada. Vamos revezar, sei lá.

Ele ficou quieto, me encarando. Ele queria dizer algo, mas não dizia. Aquele olhar entristecido e sério ao mesmo tempo me confundia. Apenas atirei a mochila que comigo carregava no chão, utilizando-a como “travesseiro”, de modo com que a cabeça não encostasse no chão. Eu esperei um pouco para dormir, olhando para ele, esperando que ele falasse o que iria dizer, mas ele continuou calado, então apenas me virei e dormi. Quando acordei, ele já havia ido. Minha mochila estava lá, cheia. Olhei para os lados para procurá-lo, o máximo que achei foi uma mensagem no chão.

“Fui casar esquilos”

- Casar?

- Caçar. – ele aparecia atrás de mim, atirando metade de um esquilo, abocanhando a parte dele, sem sequer assar ou algo do tipo. Mordia com força, de modo com que todo o sangue que sobrara do bicho caísse no chão. Logo, se atirava por cima de minha mochila, e sem questionar, dormia. Permanecia calado, apenas sentado abaixo da árvore, pensando. A gente aceitou tão facilmente que o grupo morreu? Como assim? Será que não havia chances de nos encontrarmos com o resto do grupo? Tipo, o Orlando morreu, mas o resto deve estar vivo. E por que ele fica tão quieto? Ele devia expressar suas emoções. Ele desistiu? Pensando nisso, toquei o meu esquilo nele, para ele acordar:

- Ei, Charlotte.

Ele se virava para mim.

- Devíamos voltar, talvez agora o fogo tenha abaixado e os zumbis tenham ido para algum lugar. Deve haver algum jeito de nos encontrarmos com ele.

Ele ficava quieto, apenas olhando.

- Olha, eu acho que estamos próximo da estrada. Fomos até o fim da mata em linha reta e dobramos para a esquerda. A estrada onde o carro explodiu contorna essa floresta, então estamos perto da estrada. É só irmos para lá e evitar o caminho onde o carro pegou fogo.

Ele continuava olhando, soltando o esquilo, ainda calado.

- Dá pra falar alguma coisa? Você desistiu de reconstruirmos nossa família?

Ele se levantava, e começava a me encarar.

- Desistir? Família? Eu não desisti de nada, apenas tudo acabou. Aquilo não era uma família! Eram pessoas sobrevivendo! O Dallas e o Orleans insistiram em abandonar a casa pra salvar aquelas duas almas que já devem estar mortas, e por causa daquilo, o grupo acabou. A sobrevivência se resume em uma palavra: proteção! Sair de um lugar protegido e seguir jornada por aí é pedir pra morrer! Já que perdemos nossa proteção, não temos como voltar. O jeito é achar uma nova proteção, seguir em frente, viver.

- E o Dayton? Ele não era seu amigo?

- Olha cara, ele tá bem. Eu o ensinei a se cuidar, eu ensinei caça, pesca. Por mais que ele não atirasse bem, eu o ensinei a manusear armas. Eu vi ele caindo com o Hartford pra lá. O Hartford é todo do mimimi, mas ele atira bem, sabemos disso. Eles vão se virar.

- Como você pode ser assim? Uma hora se dedica pra manter o grupo unido, outra hora desiste tão facilmente assim...

- Se você quer morrer, vai lá. Vai pra estrada. Procura eles. Nem mesmo o Dallas, todo valentão que é, sobreviveu. Você acha que você, uma formiga idiota, vai conseguir viver? Poupe-me.

- O Dallas morreu?

- Eu o vi sendo pego por um deles. Ele estava perto do carro, a explosão deve ter jogado-o no chão, onde algumas daquelas coisas estava. Ele deve ter sido pego. Todos serão. Eu serei, você será.

- NÃO! ELE NÃO MORREU! ELE ERA FORTE! SEGUIU ESTRADA! ELE NÃO MORRERIA SEM TOMAR A GARRAFA DE WHISKY QUE ELE TANTO QUERIA! PENSE POSITIVO, PORRA! EU DESISTO DE VOCÊ, CARA. A NOSSA VIDA SÃO AQUELES CARAS! TIPO, ELES NOS SALVARAM, A GENTE SALVOU ELES! É ASSIM QUE FUNCIONA! EU VOU PELA ESTRADA E PONTO. – falei, começando a andar.

- Depois que você terminar igual sua mãe, não reclame. – ele falou baixinho.

- Como você sabe da minha mãe?

- Eu vi você falando com ela.

- Mas eu só pensei e...

- Deixa, esquece o que eu disse. Se você quer tanto acelerar sua morte, vamos pela estrada.

- Não, agora você vai falar. Como sabe sobre a minha mãe?

- Eu também falo com almas. Me ajuda quando estou triste... E consequentemente, nós paramos os sentidos, o corpo, tudo. Ficamos imóveis, olhando para o nada, esperando o que tem de acontecer. Eu passo uma imagem errada para vocês... Eu antes disso tudo acontecer, era apenas um empregado doméstico de uma grande firma, com pessoas ricas, mesquinhas, mimadas, que humilhavam a sociedade. Todos me maltratavam, falavam de todos e esbanjavam seu dinheiro. Eu não tinha mãe, não tinha pai... Tinha apenas um amigo... Um amigo gordo, quase morto, precisando de ajuda para sobreviver. Seu nome era Deimon.

- Quantos anos ele tinha?

- Na idade humana ou na idade de cachorro?

- Ele era um cachorro?

- É... Deimon era aquele que me aguentava nos dias que eu chegava de mau humor do trabalho... Deimon era aquele que me cuidava quando estava doente, me trazendo ração de cachorro no pote dele para eu comer... Deimon era tão carinhoso... Só que ele era gordo, já estava na fase adulta, e estava prestes a morrer, assim como Dayton... Viu, até o nome é parecido...

- Você só ajudou Dayton por que parecia com seu cachorro?

- Não... Quer dizer, sim, mas... Ah, esquece. Eu ia apenas dar suprimentos, mas quando perguntei seu nome, ele falou que era Dayton. Ele me falou sobre seu passado, que fora atropelado na rua e por isso usava uma prótese na perna, o que o fazia ficar sem poder correr. Ele contou o quanto sua saúde ia de mal a pior por conta das coisas gordas que ele comia, e eu acabei o enxergando como meu novo cachorro. Não fale isso pra ele, mas no fim das contas, eu só o ajudei por ser parecido com meu velho amigo, Deimon.

- Bom, entendi. Mas você fala com seu cachorro?

- Ele sempre está comigo. Quando me sinto mal, eu enxergo a sombra dele atrás de árvores e coisas assim, e por consequência acabo conversando. Cof, cof – ele tossiu um pouco –, cara, escuta bem, é melhor essa conversa acabar por aqui. Ninguém tem que saber disso. Eu só lhe contei por que acho que é bom pra você saber que não é o único que sofre com esse tipo de problema. Apenas evite falar com ela. Isso pode te salvar de muita coisa, tá ouvindo?

- Entendi.

- Vem, vamos pra estrada. Deve ter algum jeito de nos encontrarmos com Dayton e os outros. Dayton seria um ótimo guia deste lado da estrada, afinal, exploramos tudo por aqui, porém do outro lado sequer chegamos perto. Tanto eu como Dayton não sabemos nada do que há praqueles lados, e isso pode ser um problema.

E assim seguimos rumo à estrada. O caminho não era tão longo, pois assim como imaginei, realmente estávamos perto de lá. Nunca imaginei que Charlotte pudesse ser assim. Eu sempre o vi como um cara durão que não gostava de nós e tal. No fim das contas, ele é uma pessoa boa, com sentimentos. Enfim, não sei o que ele viu no fim daquela mata, mas creio que seja a sombra do cachorro dele, hehe. Enfim, chegamos na estrada. A nossa jornada acaba de começar novamente.

- Ei, Mobile.

- O quê?

- Se passarmos por algum mercado, quero que me ajude a achar bolinhos de merengue. Eu adorava aquelas coisas, faz tempo que não vejo um.

- Pode ser, também estou precisando variar no cardápio. Um Nutella cairia bem.

- É.

- Bom, foi legal você ter falado comigo. Você é tão reservado. É bom saber que você é uma pessoa boa, diferente do que imaginávamos.

- Como assim?

- Ah, sei lá. A gente te via como um cara que era um ladrão no passado, ou algo assim. Você sempre era ágil, esperto, forte, valentão. Um tanto estranho, diferente de todos. Mas é bom saber que você é só um cara afetado por isso tudo.

- É. Eu também pensava errado sobre você.

- Sério? O que pensava sobre mim, haha?

- Eu pensava que você era burro rapaz. Uma formiga burra e idiota. Não que eu estivesse errado, mas agora você parece mais esperto.

- Seu idiota huahauhauhau.

Continuamos caminhando na estrada. Ela não era pequena não. Até a curva que nos levaria de volta ao rumo onde o carro explodiu, iria demorar pelo menos meio dia, e naqueles passos curtos que estávamos, iria demorar mais ainda. Como estávamos num clima bom, acabei resolvendo perguntar.

- E então, você não disse nada sobre o que aconteceu com as pessoas de onde você trabalhava.

- Ah, quando tudo aconteceu, eu estava no gabinete com meus chefes. O homem foi atacado por um deles enquanto reclamava que seu dinheiro não havia chegado no banco por telefone. A mulher havia corrido e também havia sido pega. Apenas eu sobrevivi de lá, e como sou esperto, levei o dinheiro deles. No fim das contas, nem todo o dinheiro do mundo pode nos salvar.

- É, você tem razão.

- Bolinhos...

- O que?

- Tem um caminhão de bolinhos bem ali!

- Meu Deus, é verdade!

- Quer apostar que eu pego mais bolinhos que você?

- Apostado! – dizia, correndo rumo ao caminhão, se atirando na pilha de bolinhos que caía de dentro.
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Mensagem por megapikachu Dom 17 Ago 2014 - 18:44

otimo capitulo mas quando ele falou do cachorro fiquei meio emocionado um pouco mas fora isso foi otimo parabens espero os proximos capitulos rs

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Mensagem por Rukbat Seg 18 Ago 2014 - 16:44

A história do Charlotte foi linda. *-*
Esse "formiga burra" ficou bem engraçado, mds hueheuhe.
E espero que ele se reencontrem, só dois fica sem graça. .-.


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Mensagem por Amélie Seg 18 Ago 2014 - 17:45

Prometido e cumprido.
Enfim, cara, não sei como não ser repetitivo, então, é isso mesmo, a fic continua ótima! Nem pensa em parar. E por mais que eu demore, eu vou ler, viu?

Gostei muito da ideia de filler numa fanfic, sério. Haueha.
Você escreve bem, cara, não é à toa que é a fic do mês.
Meus parabéns, inclusive.

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Mensagem por mrdeid Sex 22 Ago 2014 - 14:12

S01EP08 - Soldado

Acordei. Durante o desespero da noite anterior, acabamos nos perdendo, apenas correndo, fugindo daquelas coisas. Chegou o momento que nem mesmo eu aguentei. Adormeci. Creio que Hartford e Dayton fizeram o mesmo a seguir. Não sabia onde estava, era apenas uma mata aberta, que seguia num extenso campo de plantações de milho. Era algo estranho, já que a plantação ainda estava ativa. Era noite, então não deu pra ver as coisas muito bem.

Acordei. Olhei ao meu redor angustiado, afinal, não havia mais ninguém ali, apenas uma trilha de pingos de sangue que seguia para o meio do milharal. As mochilas e todos os suprimentos que conosco carregávamos estava ali, caídas no chão. Resolvi então seguir tal trilha, carregando comigo um pequeno pedaço de madeira, para atrapalhar os bichos caso eu viesse a encontra-los.

O caminho de sangue começava a se camuflar no meio das plantações de milho, até que encontrava dois sujeitos amarrados em uma árvore, que ficava no meio da plantação. Dois homens que vestiam uniformes militares estavam ali, presos, feridos. Um deles jorrava sangue pelo nariz, enquanto o outro cuspia sangue pela boca. Os dois olhavam desesperados para mim, mas um pouco aliviados de eu não ser um bicho.

- Por favor, nos tire daqui. – dizia o mais alto, que cuspia sangue pela boca.

- E quem são vocês?

O primeiro deles, que parecia estar quase desmaiando, falava com muito esforço:

- Juan Mason, eu sou soldado, 74.

- Horacio Martin, eu sou soldado, 78. – continuava o segundo.

Fiquei confuso perante a ação dos jovens amarrados. Eles falavam seus nomes como uma espécie de código. Eles se confirmavam com as iniciais gravadas em suas roupas, juntamente com os respectivos números. Confuso, desamarrava-os, um pouco desconfiado. Eles pareciam inofensivos. Juan era um rapaz alto, moreno e careca, semelhante a mim. Sua voz era rouca, mas ele parecia incapaz de atacar uma pessoa devido a uma tatuagem que dizia “Não fazer o mal a quem não merece”. O outro era magro, de estatura mediana. Branco, loiro dos olhos verdes. Um olhar de desconfiado, mas quase incapaz de fazer qualquer ação.

- O que aconteceu por aqui?

- Um sujeito nos atacou por trás. Ele estava com uma arma. Ele disse: “Não olhe para trás, larguem suas coisas e caiam fora”. Benson, soldado 76, olhou para trás, e levou um tiro. Logo, duas outras pessoas nos atacaram por trás, nos fazendo desmaiar. Quando acordamos, o corpo de Benson havia sumido, tanto como nossos pertences e coisas do gênero. – falava o alemão, mais ativo que o outro rapaz.

- Vocês estão em algum grupo?

- Não podemos transmitir essa informação. Infelizmente, ela é sigilosa. E você, está?

- Não posso transmitir essa informação. Infelizmente, ela é sigilosa. Bleeeeeh. – dizia, caçoando vagamente do alemão.

- Tudo bem, se acha que é melhor assim, entendemos. Vamos embora agora, até mais. – o alemão pegava Juan e apoiava-o em seu ombro, caminhando pela plantação. Logo, eles percebiam uma enxada caída, voltando para pegá-la e novamente se distanciando. Um breve aceno de mão foi visto, como um ato de agradecimento.

- E-espere... – eu corria até eles – Eu não estou em grupo. Eu estava com outros dois rapazes, Dayton e Hartford. Um era um gordo e outro era um vagabundo de topete. Eles sumiram. Estou sozinho. E desarmado. – logo, jogava meu cinto e tal estaca de madeira no chão, de modo que eles percebessem minha intenção.

Ele logo largava o rapaz no chão, que estava quase desmaiando, caminhando rumo a mim. Logo, fazia um sinal para eu levantar meus braços. Rapidamente, ele analisava meu corpo, percebendo que não havia nada comigo. Ele olhava para Juan, que estava na árvore, e pensava um pouco. Logo, virava para mim estendendo a mão. Resolvi aceitar tal cumprimento. Quase morto, Juan murmurava:

- Ele... E dois... Três...

- Espera... São três! Você é um dos homens que nos acertaram! – dizia ele, dando um chute de joelho na minha barriga, fazendo em cair no chão num ato rápido – Você vai pagar sério por isso. – ele pegava a enxada, ameaçando me atacar, quando de repente um outro homem saía da mata, olhando seriamente para o alemão.

O homem era baixinho, mas seu olhar sério intimidava-o rapidamente. Em instantes, o homem retirava a enxada das mãos do alemão, atirando para longe, repetindo o ato que ele fizera em mim nele.

- Benson estava enlouquecendo, soldado 78. Esse rapaz, se realmente pertence ao grupo, nos fez um favor. E pense bem, se fosse ele, não acha que estaria armado ou pelo menos com algum dos pertences de vocês?

- A enxada...

- Poupe-me 78. Me diz qual sobrevivente ia querer uma enxada? Um objeto pesado que é horrível para matar aquelas coisas? Pelo amor de Maxuell. E você, jovem fraco, qual seu nome?

- Orleans...

- Poupe-me também, Orleans é uma cidade. Você deve ter um nome.

- Me-u... No-me... É... Mil... Milton Jackson...

- Pare de gemer, idiota. Milton é um nome irritante. Vou lhe chamar de Jackson, tudo bem pra você?

Neguei-me a responder. Milton era um nome legal. Era o nome do meu avô. Milton Von Jackson. Era um homem bom, pena que morreu cedo... Milton Von Jackson era um sargento militar da cidade de onde meu pai, Milton Von Jackson Jr nasceu. Ele era destemido, bravo e carinhosamente (explosivamente) chamado de bombinha. Ele era um homem bravo e trabalhava no esquadrão antibombas do exército. Só que tipo, ele era uma bomba ambulante. Era só o fogo chegar à banana que ele explodia. Sendo mais pontual, era só o chamar de bombinha que ele explodia.

E foi por isso que meu pai se chamou Milton, assim como eu. Só que acho que eu não tenho nada a ver com bombinha e talz. Eu sou tranquilo, não sou?

- Pois bem, você leva o Juan que eu levo esse rapaz aqui. Ele vai gostar de dormir em uma cama.

- Ca... Ma?

- Você não está pensando em levar esse cara conosco, está?

- Estou sim.

- Quem... É... Você?

- James Sharbino, eu sou líder de esquadrão, 21.
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Mensagem por Rush Sex 22 Ago 2014 - 16:54

Heya

Foi mal pelo atraso, acabei perdendo um capítulo. ;/ Enfim, esse penúltimo foi legal, mas um pouco - na verdade BEM - infantil. Sei lá, essa história do cachorro me lembro o Zumbiland, da história daquele caçador no qual eu não me recordo o nome. Mas sei lá, o Charlotte perdeu moral comigo nesse capítulo. Gostei de ter explorado ele mais, mas ver como ele realmente é me decepcionou um pouco. E cuidar do gordo só por causa do cachorro foi algo BEM random.

Já esse último cap, eu não curti muito não. As coisas aconteceram RÁPIDAS demais, e acho que você podia detalhar mais um pouquinho as pessoas. O que eles fazem, como elas estão reagindo, se estão ofegantes, sujas, onde estão feridas e coisas do tipo. Eu confundia em quem era o careca, o alemão ou o baixinho, e isso não pode acontecer, man. ;/

De resto, está bem legal. c:

É isso. Aguardo o próximo capítulo. Um abraço, c:
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Mensagem por megapikachu Sex 22 Ago 2014 - 20:13

muito bom o cap o como o rush falou ta meio rapido tem que ser detalhado mas o resto ta bom eu estou esperando o proximo capitulo rs

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Mensagem por Rukbat Seg 25 Ago 2014 - 22:35

Oi.

Como o Rush já disse, foi bem rápido os acontecimentos e deu pra confundir bastante entre os soldados.

E volte logo com os outros. -q

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Mensagem por riq Ter 26 Ago 2014 - 17:05

Otimos capitulos cara, o penultimo foi bem inovador e gostei bastante disso, deu um ar único e original para a sua fic, parabains Dedada...

Já esse eu achei um pouco confuso, qual soldado estava falando o quê? Mas de resto ta otimo... De qualquer jeito sua fic continua tomando um caminho original huasuhauhsauhsuhauhsuhauhs

Enfim, é só e boa sorte com a fic aka black
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Mensagem por Bakujirou Seg 1 Set 2014 - 19:42

Fui convidado pelo galletitas para ler a fic... dai... li o primeiro post apenas. A forma de escrita é bacana, tem erros, mas creio que seja porque ele quer personalizar determinadas personagens, com modos de falar diferentes.

O tema me lembra um pouco do mix entre The Walking Dead com o do filme Eu sou a Lenda (2007). Boa sorte ai champs.

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Mensagem por Black~ Dom 14 Set 2014 - 22:08

Tá, finalmente li isso aqui. Vamos lá.

A história é até legalzinha. Eu não sou o fã de zumbis, mas até curto ler um pouco sobre eles. E o fato de ter capítulos pequenos e de ser engraçada, eu curti a sua fic, porque bem, história de zumbi não tem bem uma história, é sobrevivência e pronto, mas enfim.

Eu não vou comentar grande não, mas eu li tudo sim, mas eu não vou falar de oito capítulos num post só. Mas cara, no começo, o Orlando/Jackson diz que tinha 09 caras no grupo, mas a fic inteira foi só falando de 08 caras, o nono integrante já morreu antes da fic começar? Ou foi só um erro de digitação? Mas enfim.

E pode postar outro capítulo porque eu não li oito capítulos em um dia só pra você não continuar postando não.

É isso e boa sorte com a fic.

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Mensagem por mrdeid Qua 17 Set 2014 - 10:52

VOU COMEÇAR A RESPONDER CAPÍTULOS! SORRIA!

@Rush.
Campeão, as vezes acontece de errarmos, hehe! Eu me atrapalhei um pouco SIM pra me desenvolver a história do Charlotte, desse novo local pra onde o Orleans foi. Mas isso foi só nesses capítulos, juro! Vou tentar melhorar um pouco o modo que escrevo e descrevo os personagens para que os capítulos se tornem melhor ainda! E o Charlotte é uma mistura de Daryl Dixon com Tallahassee, de Zumbilandia. E o Dallas, cara que sumiu, é um Merle Dixon da vida.

@megapikachu, Rukbat
O capítulo foi meio atrapalhado SIM, mas isso não vai acontecer mais. Talvez o de hoje tenha ficado meio confuso também, mas é que tive que escrever isso por motivos pessoais!

@Rique
Faço de minhas outras respostas a sua resposta, kasjdask

@Baku
Obrigado por ler, continue a acompanhar e obrigado pelos elogios, comentários assim estimulam a continuar!

@Black
GRANDE BLACK! É UMA HONRA TER VOCÊ POR AQUI! Sério, um comentário de um dos caras que mais entende do assunto de fanfics ajuda muito. QUANTO AO NONO SOBREVIVENTE, finalmente alguém percebeu. Foi proposital. Só posso falar isso.




S01EP09 - Sonhos

Meu coração palpitava forte. Minha voz já estava fraca, junto com o corpo trêmulo. Era mais uma noite fria e obscura, que mantinha todos presos na mais intensa escuridão. O barulho do vendo soava alto por toda a floresta, chegando a ponto de acordar Charlotte mais de uma vez. Aquele sonho havia acabado comigo. Aquela lembrança havia me destruído.

A lua cheia estava amarela como uma fatia de queijo cheddar, e seu brilho era a única coisa que iluminava aquela estranha noite. O céu estava nublado, sem dar visibilidade para as estrelas, e lá estávamos nós, mata a dentro, esperando a lua ir dormir para dar lugar ao sol.

O que mais me preocupava não era o fato de estar escuro, mas sim de estarmos desprotegidos. Esquecemos as cordas e latas noutra parte da floresta. Em outras palavras, não montamos nenhuma proteção para dormirmos. Estávamos soltos. Apenas com uma pistola que encontramos num dos carros da estrada. Ainda estávamos longe de onde queríamos ir.

Charlotte roncava alto, outro fato que me assustava. Aquele cara que desabafou sobre o cachorrinho não era Charlotte, tenho certeza. Aquele cara... Sei lá, era um cara qualquer, mas não era Charlotte. Charlotte... Ele não era sentimental, aquele cara era. Era uma coisa estranha que me assustava completamente.

Mas naquele momento, não me importava com Charlotte. O medo me assombrava, mas mais que isso, meus pensamentos, lembranças e desejos faziam que com o Mobile não fosse mais o mesmo. As imagens que sonhamos ficam gravadas em nossa cabeça, e mesmo querendo, é impossível esquecer. E essas coisas ficam tão presas a nossa memória que nem nos ligamos com o que acontece a nosso redor. O ronco de Charlotte parara, assim como o soar rápido do vento entre os troncos de árvores que formavam um corredor. A lua já não estava tão clara, e o céu já mudava o tom de sua cor. Estava amanhecendo, mas para quem sobrevive, dormir até as onze não é privilégio.

- Acho que está na hora de ir. – dizia Charlotte, sonolento, cuspindo num dos troncos de árvore que o rodeava. – Dormiu bem?

Continuei quieto, respondendo negativamente, esperando fazer alguma ação. Ele se levantava rapidamente, cuspindo novamente em outro tronco e olhando para o céu, mostrando seu dedo do meio para as nuvens.

- Odeio dias nublados. A natureza me aguarda, espera aí.

Charlotte se levantava repentinamente, largando sua mochila no chão e entrando numa clareira, seguindo seu rumo. Continuava quieto, sentado, olhando para o céu. As nuvens cinzentas começavam a sumir, mostrando um grande amarelo dourado no céu. O sol começava a aparecer, sinalizando que um novo dia estava para começar. Um novo e grande dia. Ainda parado, trêmulo e rouco, ficava ali, sentado, esperando e esperando, até que uma figura aparecia do clarão. Não olhava, sabia que era Charlotte. Esperava que ele falasse uma bobagem, mas apenas um huuuuuur durrrrrrrr era ouvido. Resmungos, sussurros e uma preguiça danada, que fazia Charlotte se arrastar pela mata. A imagem daquele sonho ainda estava em minha cabeça.

De repente, me toquei que outra figura começava a surgir na clareira, produzindo os mesmos sons e barulhos. Senti o vento parar de me tocar, até que percebi que se tratava de dois zumbis me rodeando, tentando me comer. O primeiro erguia seu braço rumo a minha cabeça, abrindo sua boca – cheia de dentes podres – para me morder.

Imediatamente, corri para trás. A mochila com a pistola estava do outro lado dos zumbis, e para passar, teria que ser a moda antiga: com as próprias mãos. Corria então para um local mais limpo. Um campo. Poucas árvores, dando melhor visibilidade. As duas feras vinham correndo. Uma chegava a tropeçar em um toco de árvore, caindo, mas levantando e vindo de trás numa velocidade incrível.

Caminhava de costas, para ver o quanto iria faltar para eles me atacar. Como de costume, todo azarado cai. Comigo não foi diferente. Com o tombo, batia fortemente a orelha, ficando sem ouvir por alguns segundos. A imagem ficava borrada, só via as duas imagens correndo e caindo de boca em cima de mim. Porém, sem movimento. Caíam e não se mexiam.

De repente algo se movimentava, retirando as coisas de mim. Era Charlotte, com sua pistola na mão. Ele falava algo com a boca, mas minha surdez temporária me impedia de ouvir. Me sentava então no chão, olhando para os lados. Aquela cena toda havia feito eu me esquecer brevemente do assunto, mas foi só parar que eu me lembrei do sonho.

Aos poucos, meu ouvido começou a ouvir barulhos. Não demorou muito para que a audição voltasse, dando a chance de ouvir mais um daqueles comentários irritantes e desnecessários do Charlotte.

- Por que não reagiu?

Permaneci quieto, de cabeça baixa.

- VAMOS IDIOTA, ME RESPONDE, POR QUE RAIOS VOCÊ NÃO REAGIU?

Então me levantava, dando um fraco empurrão em seu peito, olhando de forma brava para seus olhos, de cabeça erguida e com uma expressão irritada. Charlotte ficava quieto, esperando eu falar algo, mas apenas soltei um suspiro. Uuuuuuuuuuuuuuf...

- Eu não tive uma boa noite.

- Deu pra ver, você ficou acordado a noite toda.

- C-como que?

- Eu sou caçador, idiota. Eu já fiquei noites em claro. Além de você estar cansado, está com algo que lhe incomoda muito. Fala logo, imbecil. Vai ser melhor pra você se quer prolongar seu prazo de vida.

Fiquei quieto, arranquei a mochila das costas dele e saí daquele campo imundo, voltando pra floresta, direcionando-me para a estrada. Dali pra frente era tudo novo. Dali pra trás, tudo explorado. Carros revirados, corpos destruídos, casas com vidraças quebradas e paredes detonadas. Um mundo que mesmo querendo nunca mais será o mesmo.

Andava em passos rápidos e longos. Charlotte vinha atrás, com uma cara de idiota, como se não estivesse entendendo o que estava acontecendo comigo. Como de costume, continuava a resmungar, até que daqueles múrmuros uma voz aparecia.

- Lembra de ontem? – ele interrogava.

Afirmava com a cabeça.

- A gente fez a brincadeira do mata-mata. Cada morte, uma pergunta pro outro. Eu matei dois zumbis e ainda salvei sua vida. Está me devendo no mínimo umas cem perguntas, então pode começando a me contar o que aconteceu.

Fiquei quieto e chutei uma pedrinha, sendo obrigado a largar a mochila e começar a falar.

- Eu tive o mesmo sonho que a doze a doze anos atrás. Eu tinha treze anos. Eu tinha um amigo que bem... Ele era melhor que eu em tudo. Mais magro, mais habilidoso, mais bonito, mais inteligente, mais brincalhão, mais divertido, mais “pegador”, mais tudo. Ele era o melhor em todas as coisas. Eu SEMPRE tentava ser melhor que ele, mas nunca conseguia. Ele era aquele cara que todos querem andar, o perfeitinho. O cara que todo mundo gosta. Eu era apenas o idiota problemático, inocente, que as pessoas falavam mal, falavam coisas. Se eu conseguia fazer alguma coisa melhor que ele, ele com uma facilidade do caramba ia lá e fazia melhor ainda. Eu tentava trovar as garotas, me esforçava pra ter uma enquanto ele podia contar nos dedos. Brigava com uma? Eu tenho outra. Era tudo uma facilidade. E eu, sempre ali, na escuridão do meu quarto, vendo séries e escrevendo merdas em um computador.

Charlotte continuava atento, cuspindo novamente.

- Ele era meu melhor amigo. Uma vez ele me salvou da morte. Eu já estava quase morto por conta de um pedaço de carne, então ele foi lá, meio que apertou meu estômago e retirou aquela carne da minha via respiratória. Ele era aquele cara que, mesmo não tendo tantas condições como eu, era melhor em tudo. Tinha amigos mais velhos, ia em festas, seus pais deixavam tudo. Minha família não deixava nada, eu não podia ir em nenhum lugar sem ter um adulto por perto! A casa desse amigo sempre era cheia de visitas, enquanto a minha não recebia nem a visita do cara que distribuía as contas de água. As pessoas disputavam pra ver quem ia na casa dele primeiro. Quem ele pedia pra posar em sua casa primeiro. E eu invejava tanto isso, só não percebia e não demonstrava.

- Até que um dia eu sonhei com uma coisa. Eu era nerd, todos sabiam disso. Via animes, séries. Frequentava chats, grupos de conversa, tinha amigos virtuais. Então sonhei com o dia que ele havia feito uma festa em sua casa pra anunciar que estava namorando com uma garota. Não vou citar o nome. Essa garota eu conhecia, sabia quem era, mas ela não me conhecia. Então ele mandou ela em meu apartamento para me conhecer e também para me chamar na festa. Eu estava todo bagunçado, rapidamente entrei no banheiro.

- Vish. – Charlotte falou.

- Não pense besteiras, idiota. Eu comecei a tomar um banho, quando percebi que alguém havia entrado dentro de casa. Ela então entrou no meu quarto, e falou alto a ponto de eu conseguir escutar. Ela estava analisando minha coleção de mangá. “52... 54... 62...” e eu rapidamente respondi “73”, que era o número em que a coleção terminava. Terminei de me arrumar e saí. Até que eu vi que aquela não era a garota... Quer dizer, de certa forma era, tinha o mesmo nome, mesma história. Só a imagem era diferente. Era uma garota bonita, de cabelos pretos e longos. Alta, dos olhos maquiados, utilizando um longo vestido branco que destacava bem seus peitos. Ela olhava para mim e dizia para irmos para festa, mas não antes de dizer “Vamos ver se o irmão do meu namorado é tão parecido com ele como ele me disse”.

- Irmão? Seu melhor amigo era seu irmão?

- Não, cara. Ele era meu melhor amigo. Melhores amigos são como irmão. Ela foi em minha frente, descendo do apartamento e indo rumo a rua. Durante o caminho, comecei a ver coisas que me chatearam. Ele, num círculo com vários amigos. A casa dele, cheia de pessoas, enquanto a minha estava vazia. A casa dele, tão bonita, com três andares, enquanto a minha era apenas um pequeno apartamento. Comecei a perceber o quanto melhor ele é que eu. E sabe, isso me deixou tão chateado... Eu sempre vivi para ser melhor que ele, sendo que ele era meu amigo! Ele nunca quis ser melhor que eu, eu acho! Ele sempre quis mostrar que era legal! Eu me sentia uma bosta enquanto ele apenas queria viver. Eu me preocupava tanto em superar ele que nem percebi o quanto a minha vida era boa. Meu amigo hoje é um zumbi, preso em sua garagem com sua família, enquanto eu estou aqui, pagando meus pecados por tanta inveja, temendo até mesmo minha própria sombra.

Charlotte ficava boquiaberto, soltava uma breve risada e me dava alguns tapinhas nas costas, sorridente.

- Não fica assim, irmão! Você é um vencedor! Ele é um perdedor! Ele podia ser bem melhor que você no mundo fácil, mas na hora de ir pro mundo difícil, ele se enfraqueceu e se foi, enquanto o fortalhão aí venceu, hehe! Larga de ser mané, levanta a cabeça e vamos logo. Ainda falta alguns quilômetros para chegarmos lá. E espera aqui, a natureza me aguarda novamente. – dizia ele, soltando sua outra mochila e indo para o mato, cuspindo no chão frequentemente.
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Mensagem por megapikachu Qua 17 Set 2014 - 17:36

muito bom esta de parabens foi muito boa o cap.foi meio triste a historia dele o amigo dele era podre de rico e e ele era obre e fracassado continue assim eu estou esperando os proximos capitulos rs

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Mensagem por Black~ Qua 17 Set 2014 - 20:11

Bom, vamos lá.

Primeiro, quem tava narrando o capítulo? O Mobile ou o Orleans? Porque tipo, pareceu que era o Orleans que estava narrando, ainda mais pelo fato de dizer "Mobile" em dado momento. Mas quem está com o Charlotte na floresta é o Mobile, e não o Orleans, então eu gostaria de saber.

Ah cara, a fic tá ficando muito melodramática, eu quero ver sangue! Ultimamente os capítulos tão cheio desses momentos dramalhões mexicanos com alguém sempre revelando alguma coisa. Mas por outro lado é uma certa confissão, dos protagonistas já temendo a morte.

Eu to gostando da fic, só achei meio clichê o Mobile (ou o Jackson???) ser o cara nerdão otaku gordo tetudo virjão cheio de espinhas na cara fã de hentai e ter um amigo fodão, ator de cinema, destruidor de novinhas, etc. E no final o amigo dele morrer e tals, mas enfim.

Erros eu devo ter visto um ou outro, mas nada de mais.

Cara, só tipo, a fic tem vários momentos em que ela fica bem confusa, como nesse capítulo, que pareceu ser o Jackson narrando, sendo que era pra ser o Mobile, mas enfim. É só e boa sorte com a fic.

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The Adventures of a Gym Leader - Capítulo 48
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