[Parte 3] Dangan Ronpa: RE - Profanação do Verão

Com que frieza os outros alunos tinham começado a tratar os homicídios. De que forma metódica eles investigavam os crimes. Com que complacência eles esperavam a hora do julgamento. De uma forma até um pouco arrogante, eles arriscavam suas vidas de novo e de novo, com a certeza presunçosa de que no fim tudo daria certo.

E se não desse?

É isso que as pessoas queriam dizer com a perda da inocência? É isso aquela coisa morna e ingênua que vai ficando no caminho? O mundo tinha corrompido os alunos?

... Ele tinha corrompido Shelly?

Não, Shelly com certeza era a mais corrompida dali. Ela havia investigado a morte de um colega, de um amigo, com o profissionalismo e o desapego de um detetive calejado.

O que ela havia se tornado?


- Ora ora ora, parece que o Diretor e o Bravo fizeram as pazes. Que bom. - Ela comenta. - Digam, digam, nesse julgamento, nós precisamos achar quem matou a Emi também? Vocês parecem bastante... Hmmmm... Despreocupados com a morte de um dos seus. Como o Ptah está lidando com isso?

- O senhor Ptah não deve declarações a nenhum de vocês. Se mantenham focados no julgamento.

- Ele não quer dar as caras por motivos óbvios, tem muita coisa escondida ainda, mas como temos que focar em quem matou, falemos do assassinato - suspirei fundo e falei tudo que eu sabia sobre o caso - Toshiro foi supostamente morto queimado, mas algo me diz que ele foi morto antes, em seu rosto estava uma mascara de um porco da fazenda, e encontramos a faca usada para cortar o porco no mesmo. Também havia sangue no quarto do Lee e uma cauda, mas acho isso irrelevante

- Ah, interessante.


- Se o Diretor diz que é desse jeito, então é desse jeito que é. - Ela limpa a garganta. - Para eu não perder o costume, vamos aos fatos, sim?

- A cena do crime foi na praia, aproximadamente no local onde a festa foi realizada. O corpo de Toshiro estava amarrado por correntes em uma palmeira, com sinais de queimadura severa. Sobre sua cabeça, estava uma grotesca 'máscara' feita da cabeça de um porco que foi abatido na fazenda pelo assassino. Próximo ao local do crime, estava uma guitarra pertencente a Lee, quebrada no meio. Na fazenda, o corpo do porco estava, obviamente, com a cabeça removida, mas havia outros ferimentos em sua carcaça. Em um deles, estava presa essa faca, quem sabe a mesma que foi usada para matar Toshiro. Além disso, havia um par de cartas de baralho sujas de sangue. Curiosamente, o porco teve seu rabo removido. Como o Kevin falou, esse rabo, além de uma grande quantidade de sangue, foi encontrada no quarto de Lee, só que ao contrário dele, eu acho que isso tem toda relevância para encontrar o culpado.

- É completamente transparente para qualquer um em plena capacidade mental que todas as pistas apontam para o Lee. Tendo dito isso, deixo uma pergunta para iniciar a discussão.


- Lee, você tem alguma ideia de como sua guitarra foi parar na cena do crime?

- Claro que não, Lee, não seja tonto. Você não matou ninguém. - Shelly suspira. - Como você bebeu, você deve ter esquecido sua guitarra na festa. O assassino deve ter achado ela e viu nisso uma oportunidade para te incriminar.

.....Kaori apenas observava tudo sem dizer uma palavra, apenas pensando em quem mais poderia ser culpado pelo assassinato.

-Uuuh o eu acho que Kevin pode estar certo, vocês não repararam mas o assassino cortou a garganta de Toshiro... Com certeza com a faca que Shelly achou no corpo do porco na fazenda, agora se ele teve o pescoço cortado antes ou depois de morrer eu não sei. Onde está aquele maldito médico quando você precisa dele? E não a faca no porco não é a minha, ela está aqui no meu cinto caso não tenham percebido. Russel se espreguiça, ele não parece estar muito interessado em tudo aquilo.

-Troféu? Unica pessoa que eu já vi levar algo de alguém foi no julgamento de Johan... A expressão de Russel muda completamente.


-Foi quando você comeu os dentes de Johan, Moe... Sua doentia.

- Eu não lembro, Moe. Eu bebi. - Lee a fuzila com seu olhar. - Bom, quanto as correntes... Elas não tinham sumido? As de Azami, no caso. Sempre some algo de uma vítima, não? E sempre tem uma mensagem. DESESPERO, ESPERANÇA, A BESTA. É estranho. Parece que sempre alguém passa por perto, bagunça tudo e deixa um recado, algo que seria bem improvável desse urso desgraçado. É contra as regras eles intervirem nos assassinatos, não? - pergunto para que ninguém responda..

- O ponto é que se as correntes usadas foram as de Azami, logo quem matou foi a mesma pessoa que as roubou.

- Mas, quem guarda as coisas de mortos aqui é... A Moe! E a corrente da Azami estava em seu quarto também, juntamente com as coisas de todos os mortos, você provavelmente explorou os destroços e achou a corrente, pois mesmo eu não sendo um gênio, acho que a corrente não seria destruída em um incêndio... Alguma coisa pra dizer em sua defesa Moe?