[GAMEPLAY] Magical Burst

Enquanto isso, em algum outro local da cidade, enquanto a chuva continua a cair fina, Nana se move rapidamente pelo topo dos prédios.

Ocasionalmente, ela para no alto de alguma torre ou edifício para cheirar o ar ao seu redor, antes de dar um enorme salto para um teto próximo, batendo suas asas para se sustentar.

Finalmente, ela para no terraço de uma casa antiga e alta. Ela cheira o ar ao redor, e então o chão para ter certeza.

- Não há nenhuma dúvida. Esse é o covil da serpente. - Nana levanta sua cabeça e olha ao redor, uma expressão de irritação em seu rosto.
- Você achou mesmo que eu não ia sentir o seu fedor pela cidade? Ou talvez você pensou que eu teria esquecido o seu cheiro depois de séculos? Você me tem por uma tola?! MOSTRE SEU ROSTO, TRATANTE!

Nana ouve um som suave de passos atrás dela.

- Perdão, eu te subestimei, Nana. Eu achava que poderia ficar escondido de você mais um pouco.

Nana se vira para encarar a figura que acabara de sair de seu esconderijo, uma expressão de ódio em seus pequenos olhos cinzentos.


- É essa a recepção que você me dá depois de todos esses anos de separação, irmã?

- O que você está fazendo no meu território, Sa-

- Nã-ãh. Eu adotei o nome Hachi desde a última vez que nos vimos.

- Até nisso você me imita, seu biltre?! Bem, acho que a carapuça serve, porque você está sempre um passo atrás de mim! (NA: 'Nana' significa sete, 'Hachi' significa oito).

- Uma língua tão afiada... Mas você não veio aqui apenas para me insultar, não é? Você quer saber o motivo de eu ter invadido seu território, certo?

- As regras claramente proíbem esse tipo de transgressão. Quando os outros ouvirem sobre isso, eles-

- Por favor, Nana! Não venha me falar das regras! Você se esquece que fui eu quem as escrevi? - Hachi caminha pelo telhado, fazendo um grande círculo ao redor de Nana. - Obviamente você sabe o que está por vir.

- Eleanor.

- Correta! - Hachi se senta e bate palmas com as patas da frente sarcasticamente. - Até mesmo você consegue sentir ela se aproximando.

- Você me considera estúpida, mas comparada com você eu não sou segunda em inteligência.

- Não é o que me parece. Enfim, isso é irrelevante. Eu vim visitar Tachikawa para certificar-me de que você estava pronta para Eleanor, e como previsto, você definitivamente não está.

- Por que você se importa? E quem te deu a autoridade para me policiar?

- Milhares de vidas serão perdidas caso você falhe em parar Eleanor. Eu só vim oferecer alguma ajuda.

- Não seja hipócrita, Hachi! Você se importa com esses humanos insignificantes tanto quanto eu! Já existem 7 bilhões deles agora, um milhão a mais ou a menos não faz nenhuma diferença!

- Enquanto é verdade que os humanos são tão irrelevantes como sempre, você se esquece que precisamos deles para cumprir nosso objetivo? Uma perda tão significativa de vidas seria um contratempo para nós.

- Tanto faz! De qualquer jeito, minhas garotas mágicas vão derrotar Eleanor sem nenhuma ajuda, e eu finalmente vou ter o prestígio que eu mereço!

- Tsc tsc, tão egoísta... Eu vi suas garotas mágicas em ação, Nana. Elas parecem completamente incapazes de derrotar um Youma de Rank B, quanto mais a Eleanor.

Nana começa a rugir, mostrando seus dentes brancos e afiados para Hachi. O outro tsukaima recua por um momento, demonstrando um pouco de medo em seu rosto, mas então resume sua expressão séria.

- Sem resposta, não é? Você sabe tão bem quanto eu que elas não tem nenhuma chance.

- Ora seu... Os outros vão ficar saben- Nana rapidamente vira a cabeça numa direção, mirando o horizonte, levantando suas orelhas. Hachi imediatamente faz o mesmo, em perfeita sincronia. - Você sentiu isso?

- Um youma!

-Rank C... E ele está... Embaixo da terra? No metrô? - Nana se vira novamente para onde Hachi estava, para constatar com alguma surpresa que ele não estava mais lá. - Diabos! Nós ainda vamos resolver isso, Hachi!

Após dizer isso, Nana também desaparece.

De volta para a escola, vocês garotas mágicas conseguem ouvir um barulho familiar:


Os pingentes pendurados em suas pescoceiras começam a piscar.

Yulia solta um suspiro, verificando a hora em seu celular uma ultima vez.

- Uu-... mais uma vez...

Ela guarda o celular no bolso e se levanta, indo se encontrar com as outras garotas.

Nana espera sobre o muro da entrada da escola, em seu lugar habitual, seu pelo encharcado pela chuva. Ela não parece nada alegre hoje.

- Eu não estou tendo um bom dia, garotas. - Ela diz, num tom hostil. - Um youma apareceu nos túneis do metrô. Vamos tentar acabar com ele rápido dessa vez.

Ela continua sentada no topo da mureta, apenas encarando.

-Num metro, de todos os lugares... Reiko diz.

-Bem, o que estamos esperando, vamos logo. Reiko sai do local, indo até o metro.

Mari suspira e vai até o metro.

Hikari estava com a cabeça ausente demais, mas se por algum motivos de força maior alguém permiti-la, ela gostaria de dar um forte tapa no rosto de Kagura por ser uma pervertida depravada que se aproveitou de sua inocente amizade enquanto Hikari estava distraída pensando na depressão de seu irmão.


Hikari se transforma e segue Mari.

Vocês correm pelas ruas de Tachikawa, em direção a estação de metrô Tachikawa-Minami. Nana desce da mureta e começa a segui-las, rapidamente as ultrapassando.

A chuva fina continua caindo sobre vocês, apenas o suficiente para molhar seus uniformes e cabelos.

- Hã? Mas o que é isso?

- Cosplay? Será que está havendo algum evento?

- Talvez elas estejam vendendo alguma coisa.

- Nessa chuva?


Após alguns minutos, vocês chegam a entrada da estação de metrô. Nana desce as escadas para o subsolo, esquivando-se e passando por entre as pernas das pessoas que descem e sobem.


Mesmo que seja hora do rush, vocês reparam que a estação está estranhamente lotada. As pessoas estão em pé, apertadas, e vocês conseguem entreouvir fragmentos de conversa.

- Como o metrô está atrasado hoje...

- Ah, a senhora não ouviu? A linha está temporariamente interditada. Algumas pessoas se jogaram na frente do trem.

- Que horror! Um pacto de suicídio?

- Parece que sim... O trem deve estar correndo de novo em mais ou menos uma hora, pelo menos é o que estão dizendo.

- E lá fora está chovendo... Acho que é melhor esperar por aqui mesmo.

Vocês tem alguma dificuldade em se mover pela confusão de pessoas, e por um momento perdem Nana de vista.

- Por aqui, suas mongas!

Nana está junto de uma porta, meio escondida nos fundos da estação. Uma placa pendurada nela diz 'Apenas Funcionários'.

- Rápido! Entrem logo de uma vez!

Hikari percebe que Jeanne acaba de se transformar e por isso se aproxima dela.


- Hey! Eu ouvi direito? Pessoas se mataram?! - Hikari parecia horrorizada enquanto corria ao lado da espadachim. - Isso só pode ser influência do youma!