Gameplay - NÓS SOMOS OS SEMI-DEUSES

Parece que pisar repetidamente naquele maldito aparelhinho enquanto ele apitava não funcionou e só me trouxe aqui, acho que essas coisas são inquebráveis... Bem, próxima vez é só não atender, vai que funciona, ou eu jogo essa coisa fora no mato, tanto faz...


-E porque isso é de nossa conta? Tem um sequestrador psicopata por ai, quem tem que lidar com isso é a policia e não um bando de adolescentes mágicos... Bradley se encontra fumando um cigarro em um canto.

6:00 am -


Eleanor acordou de supetão com o barulho do despertador tocando, e com um golpe de kung-fu chutou sua coberta para longe.


- Muuuu... - Eleanor resmungou no seu travesseiro, ainda cansada, como se ela tivesse passado a noite inteira acordada fazendo alguma coisa. - Que sonho esquisito...

Ela tateou sua mesinha de cabeceira até achar o despertador e desligá-lo. Com alguma hesitação, ela desligou o utensílio e se levantou da cama.


- Preciso... De... Cafeína... - Eleanor saiu de seu quarto e cambaleou em direção a cozinha, ligando a cafeteira. Enquanto a cafeteira trabalhava, ela entrou no banho e começou o processo de se arrumar para a escola.

7:00 am -

Como normal, antes da aula, Eleanor se dirigiu até a biblioteca da escola para tirar algumas cópias das folhas que ela iria distribuir mais tarde no seu clube.

- Ah? Ellie! - Eleanor reconheceu a voz familiar de uma colega de classe e se virou para olhar ela se aproximando. - Bom dia! Uau, seu cabelo está ainda mais bonito e brilhante, hoje! Você tem que me dizer, Ellie, o que você passa nele?


- S-shampoo?

- Ahahahaha! Você é tão engraçada, Ellie! - Eleanor ficou um pouco preocupada que tinha dito algo errado quando a garota de quem o nome ela não lembrava soltou uma risada sincera. - Ei, vamos para a sala juntas?

- Claro. - Eleanor respondeu, arrumando suas cópias e andando junto da menina na direção da saída da biblioteca.

- Então, você não vai acreditar no que o meu namorado me disse ontem...

1:30pm -

A sala do clube de debate estava cheia de garotas, e também alguns meninos, sentados em cadeiras arranjadas em um semicírculo. Todos olhavam com atenção para a garota que estava na frente da sala, lendo de um folheto em suas mãos e explicando seu ponto de vista para ser debatido com o clube:


- E em conclusão, é por isso que eu acredito que a solução para o problema dos transportes públicos reside primariamente na diminuição das tarifas e em uma reformulação total no sistema de mobilidade urbana.

Após ela terminar de falar e abaixar os folhetos, a sala explodiu em salvas de palmas.

- Muito bom, Ellie!

- Exatamente, exatamente!

- Eu concordo plenamente!


- O-obrigada, m-mas a ideia é vocês d-defenderem o ponto de vista oposto... É um clube de d-debate...

3:00pm -

Finalmente, Eleanor volta do colégio. Ela estaciona sua lambreta na varanda de casa e pendura o capacete sobre o guidão. Com um suspiro, ela anda até a porta da frente, coloca a chave na fechadura, a destranca e então vira a maçaneta.

Sobre a mesa da sala de estar, havia uma nota escrita em uma folha, arrancada de um caderno. Eleanor pegou a folha e começou a ler.


- Tsc. - Eleanor amassou a folha em uma bola de papel apertada e jogou ela por cima do ombro, com uma expressão de indignação em seu rosto. - Hora de fazer o dever de casa.

3:30pm -


- Vamos ver... 'Resolva a equação (x+33)*(x-41)=37'. - Eleanor toma um gole do seu café e então começa a escrever, enquanto falando em voz alta. - 'Para resolver essa questão, primeiro é necessário definir o significado da soma. Como Bertrand Russel postulou em seu trabalho Principia Mathematica, publicado em 1912, supondo que α e β pertencem ao conjunto de todos os conjuntos que possuem apenas um elemento, então a interseção de α e β é um conjunto vazio e a união de α e β pertence ao conjunto de todos os conjuntos que possuem dois elementos. Daí, é possível concluir que...'

5:30pm -

Eleanor está sentada no chão da sala, assistindo televisão. Ela troca de canais rapidamente.


- Lixo. Lixo. Lixo. Lixo. Ooooh! - Ela para momentaneamente em um canal. - Não, lixo também.

Ela continua mudando de canal por alguns segundos.

- Ugh! - Ela desliga a TV e joga o controle com força no sofá. - Você pensaria que com mais de 70 canais, algum deles teria uma programação decente! - Sentindo-se derrotada, ela cruza os braços sobre a mesa da sala e abaixa a cabeça. - Muuuu... Eu estou entediada... Deve ter algo pra fazer...

6:00pm -


- Nico nico naaaah. - Eleanor está se encarando na frente de um espelho, fantasiada de empregada por alguma razão. - Por que eu achei que isso ia ser uma boa ideia? - Ela dá algumas voltinhas na frente do espelho, observando a fantasia.

É então que ela ouve algo apitando.

- Hmm?

Ela revira sua cama ainda bagunçada e acaba encontrando um pequeno objeto piscando e fazendo um barulho baixo.


- O que é isso? - Eleanor vira o objeto na sua mão. - Será que Papai esqueceu isso aqui? ...Isso é um pager?

Ela aperta o botão no meio do dispositivo e acaba se teletransportando para a nave de Pafu.


- Ah, olha, é esse sonho de novo. - Eleanor suspira aliviada. - Que bom que isso é só um sonho, ou eu morreria de vergonha de ser vista assim...

-Não é um sonho não, disso eu lhe garanto, menina. Bradley está fumando, se você olhar para os pés dele você pode ver nove bitucas de cigarro em sua volta, e uma pequena pilha de cinzas no chão.

-Uh... Este restaurante é bem bonito.

Eu precisava começar a me aproximar dos meus... Colegas de trabalho? Me aproximo do garoto frio e calculista. Pelo que eu conheço sobre este esteriótipo, ele não costuma se aproximar dos outros.




-Er, hum... Yamato, né? Quer sentar para comer algo?

Eu devia tentar começar a criar algum tipo de conversa...





-Hum...




-O quê acha de comer sushi?

-Liderar o caminho? Hum, Ok...

Vou em direção a mesa mais próxima e me sento lá.




-E então, Yamato, por quê sua temperatura corporal é tão baixa, e por quê você gosta tanto de cálculos?