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Mensagem por Brijudoca Dom 12 Jul 2020 - 20:16

RESPONDENDO OS COMENTÁRIOS:

Fala meus queridos, dessa vez eu não atrasei. AQUI TEM COMPROMETIMENTO. Fiquem com esse capítulo que vai direcionar um pouco a história de nossos heróis e fazer algumas pessoas ferverem de raiva com uma certa personagem aí. Bjos.

Capítulo XI
Rumo aos céus

Harry




Harry batia os pés no chão ansiosamente. Puxou o celular do bolso pela milésima vez, na esperança de finalmente ver a mensagem de Lydia, porém o aparelho não exibia nenhuma notificação nova.

Estava na sala de estar da casa de May, na qual ele, Spencer e Zane estavam hospedados há uma semana, desde que chegaram em Petalburg. O casarão ficava há apenas duas quadras do ginásio da cidade, local que servia de base para a resistência. A família do professor Birch, Max e Fred estavam instalados em uma casa alugada, na mesma vizinhança, permitindo que eles se encontrassem facilmente a qualquer momento do dia. No momento, Zane estava lá, brincando com Brendan, filho de Birch.

Seu Squirtle estava fora da pokeball, brincando com uma Skitty que vivia com a mãe de May. A pequena gata rosa pulava entre os móveis da casa, enquanto a tartaruga azul tentava alcançá-la, no que parecia uma brincadeira de pega-pega.

Spencer passava o dia inteiro no laboratório improvisado no ginásio, ajudando Birch nos cuidados com o lendário Victini, que não apresentara nenhuma melhora, e estudando os planos dos inconformados junto com May, Max e Fred.

Harry começou a lembrar das discussões que tivera com a pequena equipe. Sempre participava, mesmo sem ter muito conhecimento para contribuir, mas estava ficando cada dia mais empolgado por estar participando da pequena resistência. Especialmente desde que Birch revelou que havia a possibilidade de Josh estar vivo.

- Tudo sobre o Distortion World gira em torno de Giratina. – Birch dissera três dias atrás. – As lendas dizem que ele foi banido do mundo devido a sua enorme violência, e desde então ele vive nessa dimensão, que o brilhantismo de Spencer permitiu que vocês adentrassem. Se ele não estava lá, acredito que há chances de o jovem Josh ter conseguido escapar também.

- Ou ter sido sequestrado, não é? – Perguntou Spencer. – Óbvio que os inconformados já devem ter capturado Giratina. Podem ter capturado Josh, e estão fazendo ele de refém todos esses anos!

- Não temos nenhuma indicação que os inconformados tenham Giratina em seu poder. – Disse Fred. – Mas dado que eles possuem Dialga e Palkia, é muito provável que tenham conseguido usar o poder dos lendários para ir atrás do último integrante do Trio da Criação.

Harry, que até então participava da reunião apenas como ouvinte, cobriu a cabeça com as mãos, tentando absorver o caminhão de informações que despejavam sobre ele.

- Mas se eles tivessem os três juntos, isso não seria suficiente para... despertar o caos? – Perguntou ele, com os olhos verdes cintilando de preocupação.

- Acredito que não. – Max comentou. – Se não, não haveria motivo para eles estarem capturando outros pokémon lendários e míticos. Tudo leva a crer que eles precisam do poder de todos pokémon que exerceram alguma função importante na criação e manutenção do mundo como conhecemos.

- E quantos eles já possuem?

Max e Fred se entreolharam.

- Dos que temos certeza? Dialga, Palkia, Reshiram, Zekrom, Kyurem... – Fred levantava os dedos da mão enquanto enumerava os pokémon. – Tudo indica que as aves lendárias de Kanto, Articuno, Zapdos e Moltres também foram capturadas. E Lugia... – A expressão de Fred endureceu.

Max correu para o namorado e lhe deu um abraço de conforto.

- Nós tentamos proteger Lugia, e perdemos muito no processo. – Disse ele sem dar maiores detalhes.

Spencer apoiou as mãos sob uma das várias mesas espalhadas pela antiga arena de batalha do ginásio e começou a fazer anotações em folhas de rascunhos que estavam espalhadas sobre ela.

- Fred, você e Birch explicaram que o Caos é a força primordial do universo, certo? E isso, possivelmente, deu origem aos primeiros pokémon. E quanto ao Arceus? Não é ele que deveria ter... criado a porra toda?

- As lendas se divergem em vários pontos com a história conhecida e estudada pelos cientistas. – Disse Fred. – Sabemos com certeza que Arceus esteve envolvido, mas ele não é visto desde o início dos tempos. O pouco conhecimento que temos da criação vem das pesquisadas realizadas por cientistas, com base nas informações transmitidas pela primeira nação.

- O que é a primeira nação? – Questionou Harry.

- Homens que viveram juntos com os primeiros pokémon da história. Eles foram todos extintos, então não se sabe exatamente como era essa relação. – Max respondeu.


O devaneio de Harry foi cortado pela chegada repentina de Caroline, mãe de May. A mulher de meia idade usava um avental de cozinha e estava com os cabelos castanhos presos em um coque. Trazia uma bandeja com dois pratos e exibia um sorriso gentil.

- Trouxe alguns petiscos para Squirtle e Skitty. – Disse ela, colocando os pratos com cubinhos roxos no chão. Os pokéblocks eram uma iguaria da região de Hoenn e os feitos por Caroline pareciam agradar muito Squirtle, que interrompeu imediatamente a brincadeira com Skitty para devorar o seu prato.

- Ei, vai com calma amigão, não vai se engasgar que nem ontem. – Disse Harry dando risada.

- E você, meu bem? Não vai tomar café-da-manhã hoje?

- Não, é que na verdade... – Batidas na porta interromperam a frase de Harry.

Caroline se adiantou para atendê-la e, após uma olhada pelo olho-mágico, abriu a porta, revelando a figura de Max. A beleza natural do rapaz chamava atenção, mesmo que sua aparência revelasse que ele provavelmente tinha acabado de acordar. O cabelo castanho claro estava bagunçado, com as mechas caindo sobre os olhos, que estavam pequenos, provavelmente devido as poucas horas de sono.

- Bom dia, Caroline.

- Olá, Max, a May já está no ginásio. Quer entrar e tomar um café?

- Estou indo para lá agora, mas aceito um cafezinho. Queria falar com o Harry antes.

Ele entrou e se sentou no sofá, cumprimentando Harry com um aperto de mãos.

- Acordou atrasado hoje?

- Sim. – Max espreguiçou dando um longo bocejo. – Fiquei no ginásio até tarde ontem, ajudando Birch com o Munchlax.

- Ele tá bem?

- Até ontem estava sim. Esgotando todo nosso estoque de comida também. – O rapaz sorriu.

Max estava obcecado com a ideia de que Munchlax poderia ajudá-los, por ter sido entregue por Norman e por ter passado tantos anos perdido no Distortion World.

- Cara, eu sei que é estranho, mas o Munchlax parece exatamente o mesmo pokémon de oito anos atrás. Acho que estão perdendo tempo com isso.

- Duvido. Se Norman disse que ele era importante, então com certeza estamos deixando passar alguma coisa. – Max disse, enquanto bagunçava, ainda mais, os cabelos. – Mas eu queria mesmo era falar sobre a nossa conversa de ontem.

Caroline voltou para sala, trazendo uma xícara de café para Max. Enquanto ele agradecia e bebericava a bebida, Harry se recordou da conversa que a pequena equipe teve na tarde do dia anterior.

- Senhores, eu estava certo. – Birch disse com uma expressão triunfante. – A entrega dos meninos é nada menos que um meteorito, um pequeno pedaço do meteoro que uma vez ameaçou destruir a região de Hoenn.

A mala que a capitã Modesto havia confiado a Harry e os outros estava aberta sobre uma mesa, no ginásio de Petalburg, revelando uma pequena rocha disforme de coloração esverdeada. O meteorito não devia ter mais que quinze centímetros.

- Junto com a entrega, havia uma carta da capitã, informando que ela conseguiu essa preciosidade com uma anciã do povo Draconid. – Continuou Birch.

- E quem são eles? – Perguntou Harry.

- Lembra-se de quando conversamos sobre a primeira nação? – Fred coçava o queixo, enquanto admirava o meteorito. – Os Draconid são os descendentes mais próximos dos primeiros homens que viveram em Hoenn. Mas eu não fazia ideia de que eles ainda existiam. Porque eles entregariam isso pra interpol?

- Lana com certeza tem seus meios. – Disse Birch. O professor parecia animado como Harry nunca vira desde que chegaram à cidade.

- Eu estudei tudo sobre mega evoluções com o professor Sycamore. – Comentou Spencer. – Ajudei Birch nas análises e esse meteorito definitivamente possui as mesmas características que uma Megastone.

- Mas o que isso tudo quer dizer? – A cabeça de Harry começava a doer com o excesso de informações.

- A história é clara. – May estava sentada num canto, com os braços cruzados e a expressão fechada. – Hoenn foi salva pelo dragão alado, Rayquaza.

- Exato! – Exclamou Birch. – Rayquaza é o pokémon capaz de deter desastres naturais. Apesar de termos apenas o caso do meteoro documentado, as lendas dizem que o dragão salvou o mundo inúmeras vezes.

- As lendas sobre Rayquaza ecoavam em Kalos também. – Disse Spencer. – Lendas de que sua forma mega evoluída seria o pokémon mais poderoso do mundo.

- Gente, mas vocês mesmos estão falando, são lendas. – Harry estava exasperado.

- Ora, Harry. – Max deu um tapinha nas costas de Harry. – A essa altura achei que você já tinha chegado a mesma conclusão que eu cheguei anos atrás. Todas essas malditas lendas são reais. Olhe bem a sua frente. – Ele apontou para cama hospitalar instalada no centro do ginásio. – Victini também era uma lenda pra mim até alguns dias atrás.

- E tem outra coisa. – May colocou a mão e tirou a insígnia da balança que Harry a tinha entregado. – Meu pai. Ele era obcecado pelas histórias do Rayquaza. Talvez ele soubesse de alguma coisa.
Harry puxou uma cadeira e se sentou, apoiando o rosto nas mãos e respirando profundamente antes da próxima pergunta.

- Professor, acha que podemos encontrá-lo?

- Sim. Como Max disse, todas as lendas têm um princípio de verdade. Uma delas diz que, em algum lugar do oceano, próximo as cidades Pacifdlog e Sootopolis, existe um lugar chamado Sky Pillar, onde o dragão dos céus repousa enquanto o mundo está em paz.

- Ah sim, tudo que eu precisava era de outro Pillar na minha vida. – Harry revirou os olhos, lembrando-se do dia do desaparecimento de Josh. – E por que ninguém nunca encontrou esse lugar?

- Não sei dizer. – Admitiu Birch. – Alguns dizem que ele só aparece para pessoas que provarem seu valor. Mas com esse meteorito em mãos, talvez ele indique o caminho? Enquanto eu e Spencer o estudávamos, percebi que ele emana ondas eletromagnéticas. Não consegui encontrar nenhuma explicação racional para isso, mas... – Birch estudou como dizer as próximas palavras. – Desde que eu o vi, meu coração se encheu de esperança. Parece o primeiro passo certo, diante de tantas incertezas.

- Eu concordo, professor. – Endossou Spencer. – Ficar perto do meteorito traz uma sensação muito boa, é difícil de explicar. Se Rayquaza ajudou a humanidade tantas vezes no passado, ele pode ser a chave para salvarmos o mundo do caos, e achar meu irmão!

Uma energia diferente parecia inundar a sala. Max e Fred seguravam as mãos um do outro, afetuosamente. May exibia um sorriso confiante. Apesar de toda a descrença, Harry não pode deixar de se sentir animado também. Era a sensação de esperança que Birch mencionara.

- Podemos planejar uma missão para procurar o Sky Pillar. – May abriu um mapa de Hoenn sobre a mesa. – Devo ficar aqui, mantendo contato com nossos poucos aliados de outras regiões. Max e Fred, posso contar com vocês?

- Não precisava nem perguntar, May. – Max respondeu com um sorriso maroto.

- Eu também vou. – Harry se levantou. – Eu quero ajudar a resistência, e se essas todas as lendas que eu ouvi desde criança são reais, vou acreditar que uma delas pode nos ajudar.

- E não se esqueçam da grande mente cientifica de sabedoria quase infinita. – Spencer também se manifestou empolgado. – Já está na hora de passarmos à frente dos inconformados.

- Porém, temos um problema. – Disse Fred. – Como vamos explorar o oceano sem um veículo apropriado? Não temos recursos para alugar um barco e a região está com diversas medidas de contenção, dado à ameaça dos inconformados.

- Talvez eu conheça alguém que pode nos ajudar... – Começou Harry.

- EI! Terra para Harry.

O garoto despertou de sua lembrança enquanto Max terminava de beber sua xícara de café.

- Foi mal, essa semana tem sido uma chuva de informações malucas, uma atrás da outra.

- Resumiu os últimos anos da minha vida. – Max riu. – Quando tivermos tempo, tenho umas boas histórias pra te contar. Mas o motivo de eu vir aqui é essa sua amiga. – Sua cara fechou. – Acha mesmo que ela é confiável?

- Ela protegeu a vida do meu irmão!

- Ok. Mas toda essa história do encontro com o Jirachi é estranha. Eu conversei com o Zane, e ele disse que não lembra exatamente o que aconteceu.

- Eu confio nela. – Teimou Harry. – E a família dela tem dinheiro. Eu vi o barco que os pais dela fretaram quando ela deixou Slateport. E ela só vai conseguir entrar em Petalburg graças a influência deles. Isso pode nos ajudar, supondo que eu consiga convencê-la a entrar na nossa causa.

- Creio que não temos muita escolha. – Max assentiu. – Tenta não assustar a garota. Vou indo para o ginásio.

- O que você quer dizer com isso?

- Não sei. – Max deu de ombros. – Mulheres são estranhas. Por isso que eu gosto de homem.

Logo que Max saiu pela porta o celular de Harry vibrou.

Acabei de chegar em Petalburg, estou a caminho do café.

Seu coração deu um pulo.

- Vamos, Squirtle! – O rapaz chamou seu pokémon e ambos dispararam em direção à rua.

Harry combinou de se encontrar com a garota em um café no bairro em que May e Caroline moravam. Logo, não devia levar mais do que dez minutos de caminhada.

Squirtle saltitava feliz, enquanto corria ao lado de seu treinador. Harry observou que já havia mais pessoas nas ruas. O medo da ameaça dos inconformados estava começando a diminuir e a população ia tocando sua vida com normalidade.

O garoto abriu a câmera frontal do celular e analisou a aparência. Tentara pentear o cabelo mais cedo, sem muito sucesso. Estava usando seu conjunto de roupas predileto, camiseta branca com um colete preto, além de uma calça tipo skinny, também preta. Spencer tinha lhe emprestado um perfume, mas o cheiro começava a incomodar o nariz de Harry, fazendo ele se questionar se tinha sido uma boa ideia.

O café era uma construção simples e charmosa, localizado em uma pequen rua comercial do bairro.  Um garçom saía de uma porta de vidro, decorada por plantas e com um toldo cor-de-rosa cobriando as mesas mantidas na área externa.

- Harry, aqui!

Lydia já estava sentada em uma das mesas. Harry se aproximou da moça, ficando vermelho ao reparar na sua beleza deslumbrante. O cabelo preto estava preso em um rabo de cavalo, que descia pelas suas costas. Usava uma maquiagem simples, que lhe destacavam as maçãs do rosto. Ela se levantou para cumprimentar Harry com um abraço e o garoto reparou que ela usava um colete jeans sob uma camiseta verde, tipo baby look, que deixava parte de sua barriga definida exposta.

- O-oi. Que bom que você conseguiu vir.

- Eu já estava querendo uma desculpa pra ter ver mesmo. – Ela acariciou a cabeça de Squirtle enquanto Harry corava loucamente. – Mas você deu a entender que era algo urgente então pedi uma ajudinha pro meu pai. Mesmo um trajeto tão curto quanto o de Littleroot pra cá está cheio de restrições.

- Sim. Culpa dos inconformados.

- Ah. Nem me diga. Aquilo que eles fizeram em Unova... – Lydia se interrompeu enquanto um garçom se aproximava para pegar os pedidos. – E o Zane, está bem?

- Sim, ele está brincando com um amigo. – Disse Harry, após fazer seu pedido. – Escuta, Lydia. Aquele evento com o Jirachi... me deixou muito preocupado com meu irmão.

- Eu imagino. Eu queria lembrar mais sobre esse dia. Mas depois da explosão...

- Não se preocupe, não é por isso que eu te chamei aqui. – Harry se apressou a dizer. – Lembra, eu te contei tudo que eu passei há oito anos e o motivo que me trouxe a Hoenn.

- Claro que lembro, Harry. Você é um guerreiro por ter enfrentado um trauma desses quando era criança.

- Acontece que. – Harry encarou a mesa enquanto tentava formular suas próximas palavras. – Eu conheci umas pessoas aqui em Petalburg, e vai parecer loucura o que eu vou te falar, mas acho que nós podemos ter um plano contra os inconformados.

Lydia arregalou os olhos diante da fala de Harry.

- Bem, eu não estava esperando algo tão divertido assim quando você me convidou ontem à noite. – O garçom voltou a mesa, depositando dois copos de café, uma fatia de bolo red velvet e um brownie de chocolate. – Manda bala.

Harry respirou fundo e despejou em Lydia todos os acontecimentos desde sua chegada em Petalburg, sem poupar detalhes. Quando terminou de contar sobre a resistência e o plano de encontrar Rayquaza, os dois já tinham terminado os doces e estavam com os copos de café pela metade.

- Eu não sabia que minha vida ia ficar tão divertida quando quase te derrubei daquele navio. – Comentou Lydia, dando uma última colherada em sua fatia de bolo. – Sua história explica muita coisa, inclusive o sumiço do professor Birch. E agora, você precisa da minha ajuda pra missão de vocês.

- Ei, não quero parecer interesseiro e nem nada. – Harry tentou se explicar. – É só que.. ãh...

- Fica frio, Harry, eu nem sou tão rica assim. – Disse ela sorrindo. – Mas eu posso conseguir um barco e uma permissão pra velejar pra nós tranquilamente.

- Nós?

- O que? Você achou que ia despejar uma bomba dessas em mim e eu ia ficar parada? – Lydia estendeu o braço, segurando a mão direita de Harry. – Eu vou junto. Quero me juntar a resistência e ajudar vocês a derrotarem esses terroristas.

O toque de Lydia era caloroso e fez o coração de Harry saltar pela garganta.

- Você é incrível.

- Sei que sou. Vou mandar umas mensagens agora e ver se consigo um barco grande o bastante para mim, você, Zane e seus outros amigos.

Harry encarou seu copo vazio de café.

- Eu não posso envolver o Zane nisso. Já arrisquei demais trazendo ele pra Hoenn. Pedirei para mãe de May tomar conta dele.

- Oh. – Lydia pareceu surpresa com a decisão de Harry. – Sim, claro. Onde eu estava com a cabeça.

O garçom trouxe a conta, a qual ambos concordaram em dividir pela metade.

- Venha, vou te apresentar para a resistência.



~~//~~



Laura



Laura estava deitada sob o peito de Aiden, repousando na pequena cama do quarto no centro pokémon de Celadon. Ambos estavam presos no local desde os acontecimentos do concurso da cidade.

Sua mãe lhe dera a maior das broncas por terem desobedecido as ordens de permanecer na cidade de Viridian e terem acabado se envolvendo na ação dos inconformados.

- Vocês podiam ter morrido!

- Mas...

- Chega de “mas”! Não saiam do quarto de vocês por nada!


Laura se levantou e observou as ruas da cidade pela janela. Era pouco mais de meio-dia, horário em que as ruas da cidade deveriam estar cheias, porém estava tudo deserto. A garota tinha visto no noticiário que Kanto tinha entrado em estado de emergência, dada as ações dos inconformados na região.

Engraçado que foi preciso ver um maldito dragão lendário destruindo parte do estádio pra eles se tocarem, Laura pensou com amargura.

A imagem de Palkia destruindo o teto com Flora, a ruiva misteriosa, em seu lombo, perturbava os sonhos de Laura. Para ela era inacreditável ter visto uma criatura mitológica tão de perto.

A verdade é que sua mãe estava certa. Ela deu sorte de Flora não a ter matado, ou mesmo de não ter ficado presa nos escombros do museu subterrâneo, enquanto o dragão abria caminho para os céus. A proximidade com a morte a fez seguir o comando da mãe sem nem pensar duas vezes.

- Lau, vamos pedir um sushi de almoço, o seu favorito, que tal? – Aiden tentava animá-la.

- Pode ser, amor. – Ela mal ouvira o que o namorado tinha dito, ainda imersa nos seus pensamentos.

Ele se levantou e deu um abraço na garota.

- Ei, vai ficar tudo bem. – Seu cabelo loiro prateado estava enorme, mas Laura o preferia assim. Ela passou as mãos pelas suas madeixas, enquanto compartilhava um silêncio cúmplice com o amado.

Uma batida na porta cortou o momento dos dois. Laura entrou em estado de alerta. Até o momento não tinham recebido nenhuma visita, que não fosse os entregadores de comida. Ela pegou sua arma, que estava escondida em uma das malas espalhadas pelo cômodo, se aproximando da porta com o dedo no gatilho.

- Quem é?

- Sou eu, Laura.

Imediatamente, após reconhecer a voz, a postura da garota relaxou. Ela abriu a porta e se deparou com Lana Modesto. A capitã usava um traje cinza despojado, quase que como um disfarce. O cabelo castanho escuro estava solto, chegando na altura dos ombros, além de estar utilizando óculos escuros. Laura a abraçou imediatamente.

- Eu não acredito que você está aqui.

Lana envolveu a filha, deixando lágrimas escaparem por entre as lentes dos óculos.

- Eu fiquei tão preocupada, filha. Graças a Deus você está bem.

As duas se afastaram e Lana mediu a filha com o olhar. Elas não se viam há mais de um ano devido o trabalho com a interpol.

- Fico contente em vê-lo bem, Aiden. – Ela se aproximou dele, dando um rápido abraço, que deixou o rapaz, já acostumado com o habitual tratamento seco, sem reação.

Laura fechou a porta do quarto e puxou uma cadeira para a mãe se senta, enquanto ela e Aiden se apoiavam na beira da cama.

- O que faz aqui, mãe?

- Duas razões. – Lana guardou os óculos no bolso, encarando a filha ainda com os olhos marejados. – Primeiro, eu tinha que ver se você estava bem, depois do que houve no concurso.

- Eu tô de boas. – Mentiu ela. – Bem, foi assustador e tudo, mas não é como se eu não tivesse sido treinada pra isso.

- Bem, eu fui treinada para todo tipo de situação. E fiquei com muito medo quando vi o que aconteceu. E brava, por você ter desobedecido minhas ordens.

- Desculpa. É que... – Laura cerrou os punhos. – Eu os vi atacarem o professor Carvalho de maneira tão covarde, eu só queria fazer alguma coisa.

- E faremos, Laura. – Lana sorriu para filha. – A outra razão que estou aqui, é por uma missão oficial da interpol. E como sua superior, vim solicitar sua ajuda.

- Missão?

- Sim. Eu já precisava vir recolher pessoalmente a Bluma. Vocês ainda estão com ela, certo? – Laura assentiu, apontando para o cofre do quarto, onde ela tinha escondido a misteriosa esfera entregue pelo professor Carvalho. – Muito bom. Acontece que a revelação daquela agente dos inconformados durante o concurso, junto com as informações que você recolheu sobre Raoul Contesta, nos deram pistas de quem mais pode estar conspirando junto com esses malditos.

- Que pistas?

- Eu te conto no caminho. Precisamos partir agora para a ilha Cinnabar. – Lana se levantou. – Apesar de ter desobedecido minhas ordens, você pode ter nos dado uma pista importante, filha. Não faça isso de novo!

- Pode deixar. – Laura deu risada.

- Se apronte, precisamos sair em dez minutos. Você também, Aiden! Tenho planos para você.

- Eu? – Os olhos de Aiden se arregalaram.

- Sim, criatura, você. Nos vemos no saguão do centro pokémon, em dez minutos!





~~//~~


Eae, o que acharam?

Uma pequena trivia pra quem não se lembra: A Bluma, objeto que a Lana menciona, apareceu lá no capítulo III. Inclusive foi o trem responsável pelo ataque do professor Carvalho. Só pra ficar de lembrete.

Espero que a explicação do plano não tenha ficado muito corrida. Agora com todas as peças posicionadas nesse tabuleiro da loucura, os próximos capítulos serão ON FIRE. Não deixem de comentar e criticar o que for preciso o/
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Mensagem por Black~ Seg 13 Jul 2020 - 11:58

Bem, vamos lá.

Esse capítulo apesar de ter sido mais "parado" como você mencionou, colocou a história de volta aos trilhos, após dois capítulos mais "fora da história", com o Liam e o Nate. E devo dizer que gostei bastante desse capítulo em questão kkk, apesar de já ter gostado dos anteriores também kkk, enfim.

Vou começar falando pelos Draconid que apareceram aí. Bem, falam que eles são os descendentes diretos dos Primeiros Homens (são os Starks) e logo imaginei que eles estavam falando justamente daquele povo doido de Alola lá, será?

Agora vamos pra minha parte favorita kkkkkkkk falar sobre as teorias kkkk. Primeiro sobre o Giratina, de fato eu pensava como o Harry, o fato dos três de Sinnoh estarem juntos já seria o suficiente para invocar o caos, mas como foi dito aí, todos os lendários e míticos importantes na criação do mundo (ainda que em níveis inferiores) são necessários para o caos. Também achei surpreendente a questão do Arceus não ser meio que o líder do bagaço todo kkkk, mas acho que ainda vem coisa por aí.

Esse plano deles achei bem legal e de fato eu meio que disse isso em alguns capítulos atrás né kkk, sobre o Mega Rayquaza ser hiper forte e tals kkk, pelo visto eles vão nessa ideia pra salvar o mundo. Bem, o Rayquaza já tá acostumado a salvar o mundo, visto que os outros dois brigões sempre brigam né, mas acho que agora é um pouquinho mais intenso esse salvamento do mundo kkkkkkkkkk. Mas eu também acho que o deus pokémon vai aparecer em algum momento e talvez do lado do bem, visto que ele não é o próprio caos. Acho que com Mega Rayquaza e Arceus do mesmo lado, fica bem OP kkkkkkk. Mas eu só não entendi uma coisa, que imagino será explicado em breve. O Rayquaza não é importante para o cumprimento do plano, visto que o Celebi disse que o Ho-oh seria o principal problema do Nate, visto que ele não seria reencarnado tão facilmente; e pela explicação de hoje, o Rayquaza é basicamente a mesma lógica, mas de formas diferentes. Mas enfim, vamos aguardar né kkk.

Agora, mano, a parte da Lydia me deu até calafrio kkkk, que agonia do Harry contando todo o plano pra ela. Que mina cachorra e dissimulada. Pior que agora o único plano que parecia ser o ideal pode ir por água abaixo, se ela contar tudo pro Nate, o que imagino que irá fazer, o que é uma pena, porque ela aparentemente gosta mesmo do Harry, mas é falsa que só kkk. Bem que o Max avisou que poderia não ser uma boa né, mas um garoto apaixonado é um problema.

A parte da Laura não tenho muito o que comentar. Só que gostei do reencontro entre mãe e filha, apesar dos pesares. E agora ansioso para ver qual é essa missão. Será que é algo relacionado ao Rayquaza também? kkk enfim, vamos aguardar.

Então, é só e boa sorte com a fic.

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The Adventures of a Gym Leader - Capítulo 48
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Mensagem por Shiota Ter 14 Jul 2020 - 4:06

Cara cara cara cara cara cara 

inhales:


Hey Briju o/

Desculpe por não ter comentado no último cap, mesmo com você me avisando, acabei vacilando. Pra compensar, pensei em comentar nesse de agora mais rápido, resumindo o que achei de importante falar do último. Bom, não tão rápido quanto o Black, mas aqui estou né.

Começando do anterior, bem, achei interessante a história do Nate com a menina que eu chuto ser irmã dele, já mostra um pouco da motivação do meliante, apesar de não dar pra entender exatamente o que estava acontecendo. Me pergunto o motivo da fissura dos lendários daquela cena com a menina, visto que praticamente ignoraram Nate só pra executar ela.

Ainda sobre essa cena, a principal crítica que posso fazer é que ela me pareceu um pouco corrida. Talvez seja por eu gostar bastante de me aprofundar em cenas desse tipo (inicialmente desconexas de toda a história e misteriosas), mas acho que você poderia ter explorado mais ela, como mostrar mais o que os personagens estavam sentindo no momento, em vez de dizer o que estavam sentindo, entende?

Eu adorei o Celebi meio que zoando o nate KDPSAOKDO, não esperava isso do coitado. Bom, sobre a conversa deles, acho que vou deixar pra voltar nisso quando for comentar do próximo cap. Então, pra fechar o resumo nada resumido aqui, preciso desabafar que MEUDEUS É TODO MUNDO DUAS CARAS AGENTE DUPLO CORROMPIDO MISERÁVEL AQUI AAAAAAAAA ainda bem que nenhum dos rostos que você colocou na mesa dos inconformados era da Cynthia, acho que teria matado meus sentimentos com isso…………

Bora pro próximo. Pra começar, eu gostei do começo do capítulo por mostrar momentos mais casuais dos personagens. É algo bem bobo e que muitas vezes passa despercebido na hora analisar mentalmente o cap pra comentar, mas na minha opinião é algo muito importante pra humanização dos personagens, possivelmente a característica que mais zelo. Quer dizer, todos temos objetivos e preocupações, mas não somos apenas isso, também temos o momento de estar assistindo algo na sala com preguiça até de viver, ou até de brincar de pega-pega. Acho que muitas vezes quando escrevemos a gente foca demais no plot e acabamos nos passando um pouco dessas coisas, enfim, gosto disso!

O que eu mais gostei no cap é algo que só me traz uma coisa na cabeça:


Digo, eu não lembro se algo já tinha sido comentado na fic sobre o motivo dos inconformados estarem atrás de um monte de Pokémon lendário, mas agora todas as peças se encaixaram sobre quais Pokémon estão sendo capturados e a treta toda com o caos. Gostei muito inclusive, é uma maneira bem interessante de trabalhar a mitologia Pokémon e me pareceu bem fiel, mas obviamente com algumas liberdades literárias (esqueci o termo certinho, mas é quase isso). 

E então… cara, que raiva que a Lydia me dá grr. Tive a mesma agonia do Black em ver o coitado iludido enganado ludibriado burlado tapeado equivocado contando todo o plano pra meliante traíra falsa desleal infiel traidora tapeadora ilusionista desgraçada. Eu to aqui torcendo pra que ela se arrependa dos pecados e vire boazinha após o convívio com nosso jovem inocente e troque de lado… por que sério, a pilha da lanterninha no fim do túnel dessa história toda já ta quase acabando, mal posso imaginar o que acontecerá pra tudo acabar bem sem que esse planeta exploda.

 Da parte da Laura não tenho muito o que comentar (além daquele lance de ter cena mais casual, gostei também), mas seja lá qual for a missão, acho que de alguma forma irá convergir pro Sky Pillar para encontrar o Harry, talvez. Vamos ver como tudo se entrelaçará.

Bom, por enquanto é só, até a próxima o/


Última edição por Shiota em Ter 14 Jul 2020 - 4:09, editado 1 vez(es) (Motivo da edição : correçãozinha)

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Mensagem por Alice Le'Hills Qua 15 Jul 2020 - 21:57

Hey, Briju, cá estou eu de novo pra comentar nessa história sensacional. Cara, antes de tudo, certeza que D&D se inspiraram na sua fic pra fazer aquele final hahahaha (pena que a versão deles não conseguiu chegar nem em 10% da qualidade da sua, que final patético foi aquele).
 
Eu gostei bastante desse capítulo, principalmente da forma como você explorou e aprofundou um pouco sobre as lendas do mundo Pokémon, com o lance do Rayquaza (será que é ele quem vai salvar o mundo do caos que os inconformados querem despertar??) e o meteoro. Me pergunto se talvez esse meteoro tenha alguma relação com Deoxys, principalmente por emitir ondas eletromagnéticas... não sei, gosto de especular.
 
O Harry decidiu confiar logo na Lydia e contar o plano que eles tinham bolado. E claro que ela não ia perder a oportunidade de ir também né. Certeza que ela vai aprontar algumas coisa, principalmente se o Rayquaza aparecer para eles. E que ÓDIO dela se fazendo de sonsa, mds. Torcendo pra que ele descubra que ela não presta antes que eles cheguem lá hahahaha. Ainda me pergunto se o que ela sente pelo Zane pode fazer com que ela mude de lado.
 
Sobre a parte da Laura, foi bem curtinha e também trouxe mais perguntas hahahah, curiosa pra saber as conclusões que a Lana tirou com as pistas e o que eles vão fazer em Cinnabar.
 
Erros não vi nenhum. Sua escrita continua incrível. Se me permitir fazer apenas uma pequena observação quanto a formatação, eu fico meio agoniada com os parágrafos alinhados à esquerda aushauhsauh, é mais uma bobeira minha mesmo, mas prefiro parágrafo justificado.

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Mensagem por roberto145 Dom 26 Jul 2020 - 18:11

Boa tarde, Brijudoca, tudo bem?
 
Desculpe-me o atraso em vir comentar, essas últimas 3 semanas foram um tanto complicadas a ponto de não conseguir tempo para vir no forum ajeitar coisas (postar capítulos e comentar :/). 

Eu gostei bastante do capítulo. Apesar de não ter aquele ponto chave para discutir sobre como foram nos anteriores (questões como primeira pessoa, humor e vilões hahahah), ainda assim para mim valeu bastante a leitura. Como você mesmo disse e foi pontuado em outros comentários, foi mais um para colocar o trem nos trilhos e acho que foi bem sucedido nisso, criando as teorias do que está acontecendo (a falta do Giratina por exemplo) e o que está por vir (Rayquaza) com a possível complicação (já diriam os sábios que o amor deixa tolo, não é Harry?).

Por fim, o mesmo pode ser dito a parte da Laura, porém dessa vez com a reminiscência do que tinha ocorrido e como o trauma impactou bastante em Kanto.
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Mensagem por Brijudoca Seg 27 Jul 2020 - 11:12

RESPONDENDO OS COMENTÁRIOS:

Olar amores. Dessa vez o capítulo atrasou o dia e NÃO FOI CULPA MINHA já que o forumeiros decidiu morrer ontem de manhã, que era o horário que eu tinha me programado pra postar a fic. Na realidade eu até poderia ter postado mais tarde, mas fiquei com preguiça então vai hoje mesmo! (inclusive, nesse exato momento o site entrou em manutenção de novo, tentando atrasar a minha vida, mas fé que agora sai)

Esse capítulo ficou bem maior que os últimos. Na verdade, eu fui ver e ele é o maior da fic até agora, ultrapassando em 2 páginas o capítulo I, que fora o maior até então. Mas depois que certos colegas precisaram de dois posts pra postar um único capítulo, eu acho que o conceito de capítulo grande foi redefinido (e nada contra, viva ao capítulos enormes haha)

É nóis <333



Capítulo XII
O prometido


Zane



Zane estava perdido em uma floresta.

O garoto corria desesperadamente por uma trilha irregular, desviando de pedras e raízes de árvores. Não conseguia dizer que horas eram, pois as enormes árvores do lugar cobriam totalmente a vista do céu, de forma que o estava totalmente imerso na escuridão.

A escuridão.

Ele conseguia senti-la, perseguindo-o, sussurrando em sua mente e tentando bloquear sua visão. Podia sentir cada batida acelerada de seu coração, além do frio descendo por sua espinha e se espalhando pelo resto de seu corpo. Gotas de suor gelado escorriam pelas têmporas do garoto, enquanto ele colocava todo seu esforço em desviar dos obstáculos do que parecia ser um corredor interminável.

Venha a mim.

Uma voz calorosa invadiu a mente de Zane, espantando o medo e lhe dando forças para continuar sua jornada. De repente, a floresta não parecia mais tão escura e assustadora. Entre as árvores, ele viu o que parecia ser um raio de luz e seguiu em direção a ele.

A luz vinha de uma clareira, bloqueada quase que inteiramente por uma cerca viva de vegetação. Zane se aproveitou de uma brecha do bloqueio, bem no final da longa trilha em que ele percorria e saltou dentro da clareira. Toda a sensação ruim que ele estava sentido desaparecera. A luz não vinha do céu como o menino tinha imaginado, mas do meio do local. O brilho o cegava parcialmente, impedindo que ele conseguisse ver do que se tratava.

Que bom que você veio, eu estava te esperando.

Zane avançou em direção a luz. Cada passo enchia seu coração de esperança. O frio que ele sentia foi substituído por um calor confortável como o de uma lareira em um dia frio do inverno. Suas narinas eram invadidas pelo aroma de flores que só existiam em Floaroma. Cheiro de casa. Lembrou de sua tia, Rachel, preparando uma grande refeição no seu aniversário de seis anos. Lembrou de seu amigo, Carl, enquanto brincavam de esconde-esconde no parque central da cidade. E por fim lembrou de Harry. Lembrou de sua risada, lembrou da forma em que ele bagunçava os seus cabelos, lembrou dele o colocando sobre os ombros enquanto voltavam da escola, lembrou dele usando os poderes aquáticos de Squirtle para brincadeiras em dias de calor, lembrou dele lendo histórias de ninar, lembrou de seu abraço quando o garoto ia acorda-lo no meio da noite por conta de algum pesadelo. Quando estavam juntos, sentia que nada de mal pudesse acontecer.

Venha, Zane.

Zane acordou subitamente, quase caindo da cama. Olhou para o criado mudo e viu que passava pouco das oito da manhã. Era sábado, exatamente uma semana desde que seu irmão partira. Exatamente uma semana que ele vinha tendo o mesmo sonho toda noite.

O garoto se levantou e se olhou no espelho. Só então, vendo que seus olhos verdes estavam inchados e vermelhos, que ele percebeu que estava chorando. Felizmente o antigo quarto de May, que ele estava dormindo desde que chegara em Petalburg, era uma suíte. Ele foi ao banheiro e lavou o rosto, enquanto respirava fundo, tentando se recompor.

Desde o encontro com Jirachi, a hora de dormir era um momento de tensão para Zane. E esse novo sonho parecia mais real a cada noite. Ele sempre teve muitos pesadelos que o assustavam, mas esse era diferente, apesar da tensão, o final era quase que reconfortante.

Decidido a se recompor, tirou os pijamas e colocou uma das roupas recém lavadas pela mãe de May, Caroline. Antes de partir com a resistência, seu irmão lhe deu um novo celular para que pudessem conversar. Zane pegou o aparelho e pensou se deveria contar sobre o sonho, mas decidiu apenas mandar uma mensagem de bom dia.

Desceu as escadas do sobrado, indo em direção a cozinha. May estava na mesa circular que ocupava a maior parte da copa. Tomava uma xícara de café preto enquanto mexia em seu celular. Ela sorriu para o menino.

- Bom dia, Zane. Minha mãe foi ao supermercado, mas ela deixou algumas coisas prontas pra você tomar café. – Ela apontou para um prato com torradas e ovos mexidos dispostos sobre a mesa.

- Bom dia, May. Muito obrigado. – Ele se sentou na mesa e começou a devorar o café. – Ela deixou alguma tarefa pra mim?

- Você é prestativo demais. – Ela riu. – Seria o sonho dela que eu fosse assim quando eu tinha a sua idade. Fica tranquilo, logo o Brendan chega e vocês podem tirar o dia pra brincar.

Aquilo animou Zane. Brendan era pouco mais de um ano mais velho que ele, tinha acabado de completar oito anos, e não tinha nenhum amigo na cidade devido a mudança forçada de seu pai. Os dois tinham se tornado bons amigos, por só terem a companhia um do outro enquanto os outros estavam envolvidos em seus assuntos de adultos.

- Alguma notícia de Harry e os outros? – Questionou Zane.

- Ainda estão no oceano. – May pousou a caneca de café na mesa. Zane gostava dela, pois, assim como o irmão, ela não o tratava como uma criança incapaz de entender as coisas. – Mas é bem difícil entrar em contato com eles, imagino que o sinal seja bem ruim.

Harry, Spencer, Fred, Max e Lydia partiram em um pequeno barco em busca do lendário Rayquaza. Zane conhecia todas as lendas sobre o dragão lendário, era uma das histórias que ele mais gostava de ler. Quando seu irmão contou o que eles fariam, Zane implorou para ir junto, sem sucesso. Nunca tinha ficado tanto tempo longe de Harry, mas sentia-se aliviado que Lydia estava com ele. Não lembrava muito do encontro com Jirachi, mas sabia que ela tinha o salvado de se afogar.

Assim que terminou a refeição a campainha tocou. May atendeu e recepcionou o Professor Birch e Brendan. Birch parecia bem menos sério quando usava suas roupas casuais, camisa florida e uma bermuda. Seu filho, Brendan, era alto para idade, quase trinta centímetros maior que Zane. Usava sua habitual touca branca, com uma faixa verde, cobrindo os cabelos castanhos, camiseta vermelha e uma longa bermuda preta, que cobria até metade de suas canelas. Ele e Zane se cumprimentaram com um toque de mãos.

- Bom dia pessoal! – Birch estava animado como sempre. – May, está pronta?

- Sim, professor. Podemos partir já, não gosto de preparar as coisas em cima da hora.

- O que vocês vão fazer? – Zane não conseguia segurar a curiosidade.

- Bem... – Birch coçou as orelhas.

- Não precisa de cerimônias com ele, professor. – Disse May. – Nós temos uma reunião online com o Professor Rowan e um possível novo aliado em Sinnoh, que tem informações que podem nos ajudar a prever os próximos passos dos inconformados.

Birch parecia desconfortável com May dividindo informações importantes com eles.

- Bem, vamos nessa. – Disse ele. – Comporte-se, Brendan.

- Pode deixar. – O garoto fez um sinal positivo para o pai, enquanto ele deixava a casa com May em seu encalço. – Cara, é irado como eles confiam em você pra contar tudo, meu pai nunca me fala nada.

- É por causa do meu irmão. Ele nunca esconde nada de mim, acho que ele pediu pra May ser sincera comigo também.

- Como eu disse, irado. – Brendan tirou a mochila que trazia nas costas e começou a fuçar em seu interior. – Mas não mais irado do que eu trouxe hoje.

Ele tirou uma pokeball da bolsa. A esfera vermelha e branca tinha um aspecto gasto, indicando que devia ser antiga.

- Meu pai deixou que eu pegasse um dos seus pokémon pra gente brincar. Claro que eu escolhi o mais poderoso. – Ele deu um sorriso travesso. – Venha, Blaziken!

Brendan lançou a pokeball para o alto, liberando, com um brilho vermelho, o pokémon mais alto que Zane já vira de perto. O guerreiro de fogo tinha quase dois metros de altura, o corpo tinha tons de laranja e as pernas eram grandes e musculosas. Seus olhos azuis cintilavam com ferocidade. Zane deu alguns passos para trás, temoroso.

- Blaziken tem essa cara de mal, mas ele é pura fofura. – Disse Brendan sorrindo, enquanto se aproximava do pokémon. O bípede se ajoelhou e permitiu que o garoto fizesse carinho em sua cabeça, soltando um grunhido de agrado.

Zane se aproximou e também fez carinho em Blaziken. Seu corpo era quente e trazia uma sensação de paz para o garoto.

- O que você tem em mente?

- Vamos no bosque de Petalburg!

- O que?

- Essa semana eu descobri uma saída alternativa da cidade, que dá direto no bosque. Não fui além porque lá é cheio de pokémon selvagens, mas com o Blaziken aqui não temos nada a temer. – O garoto sorria deslumbrado com seu plano.

- Cara, não é perigoso demais? – Zane não tinha o espírito aventureiro do colega. E ainda tinha o seu sonho que envolvia uma floresta...

- Zane, eu tô de saco cheio dessa cidade. Não tem nada de interessante aqui. Lá pelo menos a gente pode se divertir um pouco. E como eu disse. – Ele apontou para Blaziken. – Ele é o pokémon mais poderoso do meu pai, se nos metermos em algum problema ele vai nos salvar.

Zane continuava não gostando nada da ideia de sair dos limites da cidade, mas teve receio de negar a aventura e perder a amizade com o único colega que tinha.

- Ok, mas vamos voltar cedo!

- Eba! – Brendan dava saltos de felicidade. – Vai ser legal, treinadores pokémon vão lá o tempo todo, não há o que temer meu amigo. Veja. – Brendan abriu a bolsa novamente e mostrou várias guloseimas e sanduíches embalados em plástico filme. – Minha mãe me abasteceu com bastante comida, não temos com o que se preocupar.

- E você contou para seus pais para onde a gente vai?

- Não exatamente...

- Claro que não. – Zane revirou os olhos.

- Ei, você mesmo disse, vamos voltar cedo, eles nem vão dar nossa falta.

Brendan retornou o pokémon para a pokeball e os dois dispararam pelas ruas de Petalburg. Brendan corria animado e Zane se esforçava para acompanhar o ritmo do garoto. Algumas pessoas olhavam para a dupla, mas não davam muita atenção.

Brendan o guiou por um lado da cidade que Zane ainda não conhecia. Quanto mais se afastavam do bairro central, as ruas ficavam mais irregulares e a imponência das casas diminuía. No horizonte, ele podia ver a copa das árvores do que deveria ser os limites do bosque da cidade. Eles pararam em frente no que parecia um beco sem saída.

Não havia nada além de caçambas de lixo onde a população da rua descartava os resíduos diariamente. As construções entre o beco eram irregulares, e as paredes exteriores eram inacabadas, com tijolos expostos. No final do beco, havia um paredão de aproximadamente cinco metros, e acima dele era possível ver parte das árvores que compunham o bosque.

- Cara, como você descobriu esse lugar? – Zane questionou o amigo.

- Eu fico entediado facilmente. E, digamos, que desde que nos mudamos pra cá eu estou procurando uma forma de chegar no bosque. – Brendan respondeu cinicamente. – A gente só precisa atravessar essa parede e estaremos lá!

- E como exatamente você planeja fazer isso?

Brendan liberou Blaziken de sua pokeball.

- Ei amigão, você consegue atravessar essa parece com a gente?

O pokémon examinou a altura da parede e assentiu para os garotos, mas exibia um olhar desconfiado.

- Não se preocupa, não vamos fazer nada demais, a gente só quer brincar na floresta. – Brendan assegurou.

O guerreiro se ajoelhou e permitiu que Brendan se apoiasse em suas costas. Ele estendeu as mãos para Zane, ajudando-o a se segurar no corpo do pokemon brasa. O calor emanado pelo corpo do pokémon ajudou a acalmar os nervos de Zane.

Blaziken se posicionou e saltou pelas paredes do beco, alçando altura o suficiente para ultrapassar a parede que separava a cidade do bosque. Não foi necessário mais do que dois poderosos saltos do pokémon para que ele fosse capaz de atingir a altura necessária. A pior parte para Zane foi a aterrisagem. A queda de mais de cinco metros não pareceu afetar em nada o pokemon, que pousou no chão de forma delicada, mas a queda vertiginosa fez com que Zane sentisse o gosto do café da manhã na garganta.

Brendan saltou do dorso de Blaziken, vibrando de alegria.

- Você é demais, amigão. Veja, Zane!

Zane ainda tentava se recuperar da queda. O garoto apoiou os pés no chão e observou o que o amigo apontava. O bosque de Petalburg era ainda mais imponente do que ele imaginava, cheio de árvores das mais diferentes espécies e tamanhos. O piso era formado por plantas e flores que ele nunca vira na vida. A altura da grama variava de cinquenta centímetros até dois metros.  Era incrível como o cenário era tão diferente da área da cidade que eles tinham acabado de deixar para trás.

O trio adentrou o bosque, buscando trechos de terra batida que permitiam que eles pudessem caminhar com facilidade. Zane reparou em alguns pokémon vermelhos, com aspecto de lagarta, se afastando com medo diante da presença amedrontadora de Blaziken.

Conforme eles exploravam o local, Zane não pode deixar de observar como o bosque se parecia com a floresta dos seus sonhos. Ou seria sua mente lhe pregando uma peça? O garoto não pode deixar de se sentir temeroso. O céu já era quase invisível dada a densidade da copa das árvores.

- Olha aquilo! – Brendan apontou excitado para uma área iluminada.

Os garotos se aproximaram e se depararam com a margem de um rio. Alguns pokémon pássaros sobrevoavam a região, brincando na água. O local era posicionado perfeitamente numa área com árvores menores, que permitiam que os raios de sol iluminassem as águas, formando um pequeno arco-íris.

- É lindo. – Suspirou Zane.

- Eu não fazia ideia que tinha um rio nesse bosque. – Brendan deu um pulo de alegria. – Vamos nadar.

Antes que Zane pudesse responder, Brendan já tinha jogado sua mochila no canto e tirava a touca e a camiseta. O menino tomou impulso e saltou diretamente no rio.

- Cara, você nem sabe se é fundo!

- Pode vir, é tranquilo. – Ele deu risada enquanto dava braçadas, espantando os pokémon que estavam bebendo água na margem.

Após verificar que o local era seguro, Zane tirou suas vestes e se juntou ao amigo. Não podia negar que adorava nadar e o dia parecia estar propício para a atividade. Logo se juntou a Brendan. Os dois nadaram juntos, fizeram guerra de água, desafiaram quem tinha o maior fôlego e ficaram boiando juntos. Pela primeira vez em muito tempo, Zane sentiu-se em paz.

Blaziken colheu alguns frutos e sentou-se sobre na sombra das árvores, observando os garotos enquanto se deliciava com sua refeição. Após algumas horas, o sol tinha ficado encoberto por nuvens, fazendo com que Zane sentisse frio. Ele saiu da água e descobriu que Brendan tinha trazido uma toalha em sua bolsa. Utilizou ela para se secar, vestiu-se e pegou um dos lanches que a mãe do garoto tinha preparado.

- Brendan, foi mal ter duvidado do seu plano. Fazia tempo que eu não me divertia assim. – Zane disse entre as mordidas.

Brendan deu algumas braçadas dentro da água, se aproximando da margem.

- Agora que a gente sabe como chegar aqui, podemos voltar sempre. – Disse ele sorrindo.

Zane sentiu uma brisa gelada vinda entre as árvores. O frio desceu sua espinha, em uma sensação que o lembrou do seu sonho.

- Cara, acho que é melhor a gente ir...

A brisa de transformou em uma ventania. Blaziken deu um salto e se colocou em posição de ataque. Brendan tentou nadar para a margem, mas o rio formou uma correnteza que o afastou. Zane tentou correr em direção ao amigo que ia se afastando a uma velocidade alarmante.

- Blaziken, não! – O garoto gritou, mas o pokémon já tinha pulado na água para tentar resgatá-lo.

Blaziken conseguiu agarrar Brendan, mas a correnteza se tornou mais forte, tornando impossível para o pokémon voltar para a margem. Zane tentou seguir o curso do rio, tomando cuidado para desviar das raízes e pedras que apareciam em seu caminho, mas a correnteza ficava cada vez mais rápida. Blaziken segurava Brendan com todas as suas forças, mas Zane sabia que um pokemon do seu tipo devia estar sentindo uma dor excruciante pela exposição à água.

- BRENDAN. – Zane gritou desesperadamente conforme o amigo ia ficando mais distante.

Zane sentiu seu corpo inteiro formigar. Brendan e Blaziken pararam de ser arrastados, apesar da correnteza aumentar ainda mais a sua força. Seus corpos estavam envoltos de uma aura azul. O garoto conseguiu se aproximar, mas eles estavam muito afastados da margem do rio.

- Brendan, pega minha mão.

Ainda assim parecia inútil. Brendan e seu pokémon não conseguiam se mexer. Ao estender sua mão, Zane percebeu que ela também estava envolta da mesma aura azul que os prendiam no meio do rio. O formigamento do braço aumentou a ponto de se tornar doloroso.

Porém, Zane percebeu que eles estavam se aproximando da borda do rio. Ele se esforçou ainda mais para tentar alcançar o amigo, e mesmo com uma dor excruciante no braço direito. Podia praticamente sentir o corpo do amigo na ponta dos seus dedos. Começou a gritar.

Brendan e Blaziken voaram como um tiro de canhão do meio do rio, de volta para terra, pousando ao lado de Zane. O garoto caiu no chão, sentindo-se exausto.

O pokémon chama estava abatido, mas conseguiu se colocar de pé. Brendan tossiu e se arrastou, tentando ver o estado do amigo.

- Zane, Zane, você tá bem cara? – Perguntou ele enquanto sacudia o corpo do colega.

- Se eu tô bem? – Zane se colocou de pé com dificuldade. – Você é quem foi arrastado pelo rio e quase se afogou!

Brendan ficou vermelho, se esforçando para se levantar também.

- Cara, você não viu o que eu vi. Você tava, literalmente, brilhando. E nos salvou.

Zane não sabia o que responder. Respirava com dificuldade, tentando entender o que tinha acontecido. Olhou de volta para o rio e caiu novamente no chão.

- O rio sumiu.

Zane não conseguia entender. Onde antes estava o rio, havia apenas terra e grama. Parando para pensar, tudo era muito bizarro. O rio em que eles estavam se banhando era pequeno, com uma pequena fonte de água que o distribuía em pequenos córregos pelo resto do bosque. Como uma correnteza se formou? E ele tinha certeza que correra pelo menos duzentos metros atrás do amigo, mas como poderia? Aquele rio em que eles estavam não era assim tão grande.

- Brendan? – Zane procurou o amigo, em busca de explicações. – Blaziken?

Os dois também tinha desaparecido. Zane olhou para os lados e percebeu que estava sozinho. A parte do bosque em que ele estava era escura, totalmente coberta pelas árvores. Sentiu o medo tomar conta de seu corpo. Era o seu sonho, tornando-se realidade.

Porém, diferente do sonho, Zane não conseguia correr. Estava exausto. Encolheu-se, deixando a escuridão dominar sua mente. Lágrimas escorriam pelo seu rosto. O garoto lembrou das últimas palavras que seu irmão lhe dissera.


- Fica tranquilo, carinha. Nós vamos voltar sãos e salvos.

- Me deixa ir junto!

Harry se ajoelhou e o abraçou.

- Eu vou sentir sua falta, mas preciso que você fique. Você é tudo pra mim, Zane.

Resista, Zane.



A voz interrompeu suas lembranças. Zane estava com a mão direita no peito, sentindo seu coração bater. Fechou o punho e se obrigou a ficar de pé, secando as lágrimas que escorriam pelo rosto. Era a mesma voz do seu sonho.

- As coisas não saíram bem pra mim a última vez que eu segui uma voz na minha cabeça! – Vociferou ele para a floresta.

Resista, Zane, repetiu a voz.

O final do sonho. Zane não podia deixar a escuridão dominá-lo. Juntou toda a coragem que ainda tinha e se pôs a correr. O bosque não era mais o mesmo. As árvores pareciam maiores e mais assustadoras. Havia ainda mais obstáculos no caminho. Zane correu. Correu até perder o fôlego e, ainda assim, continuou correndo. Correu até esquecer que estava com medo. Correu até esquecer porque estava ali. Apenas correu.

E, enfim, chegou na clareira. Era exatamente como no seu sonho. Podia ver o céu, mas ele estava escuro, repleto de estrelas, iluminados pelo brilho da lua cheia. Já era noite? Zane perdera totalmente a noção do tempo.

No meio da clareira tinha um Squirtle. A pequena tartaruga observava Zane curiosamente. Era idêntico ao pokémon de Harry, mas algo não estava certo. Ele podia ver através de seus olhos que não se tratava do mesmo pokémon.

- Quem é você?

Zane se aproximou lentamente do pokémon. Ele brilhou e mudou de forma, ficando quatro vezes maior. Com um rugido de raiva, um Blaziken, tal qual o de Brendan, estava diante dele. O pokémon se colocou em posição de ataque.

- Eu não tenho medo de você. – Mentiu Zane. Havia algo de diferente naquele pokémon, ele podia sentir.

O garoto continuou se aproximando, cada vez mais inundado de confiança. O estranho formigamento que ele tinha sentido ao salvar Brendan do rio voltou a percorrer seu corpo. Zane olhou para baixo e notou que seu corpo inteiro voltou a brilhar, emanando a estranha aura azul.

Chegou em frente ao Blaziken e estendeu sua mão. O pokémon olhou desconfiado, mas estendeu a mão de volta para Zane.

Ao se tocarem, ele sentiu seu corpo inteiro tremer. Mas era uma sensação boa, era caloroso. Era esperança, Zane pensou, lembrando-se do sonho.

O pokémon brilhou e mudou de forma mais uma vez, tornando-se um bicho bem menor, que não devia ter mais do que meio metro. Era rosa e tinha uma aparência fofa, com uma cauda que devia ter o comprimento maior que o resto do corpo. O pokémon flutuava.

- Mew. – Zane disse.

Esse era o nome do pokémon. Mew. De alguma forma, Zane tinha certeza de que era ele. Lembrou-se de estudar sobre as lendas pokémon na escola, e de ter visto um desenho de como deveria ser a aparência de Mew, o pokémon conhecido por carregar o DNA de todas as espécies existentes. Ele era bem diferente das imagens dos livros, mas Zane não tinha dúvidas que estava diante do ser mítico.

- Zane. – A voz de Mew era infantil, não muito diferente da de uma criança da idade de Zane. O garoto percebeu que ouvia a voz do ser apenas em sua mente, tal qual ocorrera quando ele encontrou Jirachi.

- Você veio. Meu prometido.

- Seu prometido?

- Sim. Desde o seu nascimento, nós estamos destinados a nos encontrar.

Mew voou ao redor de Zane, como se checasse se era mesmo a pessoa que esperava.

- O que aconteceu no bosque... Foi tudo na minha imaginação?  Isso é minha imaginação?

- Não. Eu estou escondido aqui há um tempo, porque um amigo me disse que era aqui que nos conheceríamos. Mas o bosque não possui um rio. – Mew soou culpado. – Tudo aquilo era uma ilusão, para me proteger. Você é o primeiro humano que eu vejo em muitos anos.

- O que aconteceu com Brendan?

- A essa altura ele e seu pokémon já devem ter voltado para cidade. Provavelmente estão à sua procura.

Zane sentou-se. Mew pousou ao seu lado e o garoto fez carinho na orelha do pokémon. Parecia que eles eram amigos há anos.

- Eu não entendo... – Zane tentou iniciar uma frase, mas não sabia exatamente o que dizer.

- Aquilo que você fez no rio. – Mew voltou a flutuar, encarando diretamente Zane com seus grandes olhos azuis. – Você salvou seu amigo usando parte do meu poder, apenas por estarmos próximos um do outro. Nós temos uma ligação especial e você também aumenta o meu poder.

Zane olhou para as mãos, lembrando da forma que Brendan e Blaziken tinham saído do rio. Então fora ele que de fato tinha salvado o amigo.

- Por que você estava escondido?

- Eu... – Mew hesitou. – Gosto dos humanos, mas já faz muito tempo que eu não sei muito bem como conviver com eles. Era tudo muito mais fácil com a primeira nação.

- Você vivia com eles?

- Sim. Éramos bons amigos. – Mew deu piruetas no ar. – Você é um descendente deles, Zane. Por isso temos essa ligação, por isso você conseguiu dividir seu poder comigo.

- Meu poder? Eu não tenho poder nenhum.

- Claro que tem. – Mew deu uma risada. – Nesse momento mesmo, eu me sinto forte como nunca.

Zane sentia-se diferente também. A presença do mítico enchia seu coração de esperança. De alguma forma, ele sentia que nada podia amedrontá-lo no momento.

- Zane. Tem algo que eu só posso fazer com a sua ajuda, mas temos que ser rápidos. Você pode me ajudar?

- Claro.

Mew pousou no colo do garoto. Cada vez mais as palavras do mítico pareciam fazer sentido para Zane. Os dois mal se conheciam, mas o garoto sentia como se fossem amigos desde sempre. Mew começou a brilhar.

Zane sentiu sua visão escurecer. Seu estômago revirou e por uma fração de segundo não conseguiu respirar.

Tão rápido quanto começou, a sensação cessou. Ele abriu os olhos e descobriu que estava na arena de batalha do ginásio de Petalburg, local onde a resistência fazia suas reuniões. Zane só estivera lá no dia em que chegaram à cidade.

- Fazia tempo que eu não conseguia me teleportar.  – Mew flutuava ao lado do garoto. – Espero que não tenha sido muito ruim para você.

Zane não conseguiu responder. O lugar estava vazio e escuro, exceto por uma área, onde havia uma pequena enfermaria montada.

- É por causa dele que estamos aqui?

- Sim, meu pobre amigo.

Os dois se aproximaram da maca em que o pokémon Victini repousava. Ele estava exatamente do mesmo jeito que Zane se lembrava, com dois acessos ligados um em cada braço, e alguns cabos verdes e vermelhos conectados em seu corpo, ligados a um monitor que exibia seus parâmetros vitais.

- Sozinho, não sou capaz de fazer nada, mas juntos, nós podemos ajudá-lo. – Mew flutuava acima do coelho bege, seu rosto estava preocupado.

Ele pousou na cama de Victini e encostou na pata do mítico, fechando os olhos. Uma aura azul, muito similar a que Zane tinha visto mais cedo, começou a emanar de Victini.

Zane imitou o movimento de Mew, encostando na outra pata de Victini. O garoto sentiu o calor emanado pelo pokémon, mas não era incômodo, e sim acolhedor. Fechou os olhos e sentiu o corpo formigar novamente, mas dessa vez não parecia algo ruim. Pode sentir parte de sua energia vital fluindo por suas veias. Sua respiração e a de Mew estavam sincronizadas com a de Victini.

Cenas caóticas passaram pela cabeça de Zane. Prédios destruídos, cidades em chamas e pessoas gritando. Era a dor de Victini. Ele segurou ainda mais forte a pata do pokémon.

Quando Zane abriu os olhos, Victini estava acordado.

- Conseguimos, Zane. – Mew disse feliz. – Como você está meu amigo?

O coelho bege tentou se colocar de pé, mas ainda não estava totalmente recuperado voltando a encostar na cama.

- Não muito bem. – A voz de Victini era aguda, com um timbre parecido com a de Mew. – Mas acho que eu estava muito pior há poucos instantes.

- Não se preocupe, meu amigo, logo você se recuperará.

- Então, este é o Zane?

- Sim. – Mew voltou a flutuar e pousou no ombro do garoto. – Se não fosse por ele, não teria conseguido te ajudar.

- Por que aparentemente todo mundo me conhece?

Os míticos se entreolharam.

- Nós temos muito o que conversar, mas aqui não é o local adequado. Agora que estamos juntos há várias coisas que eu preciso resolver. Mas só vou conseguir se você estiver junto comigo. – Mew fixou o olhar no garoto. – Zane, você é a nossa maior esperança. Sem você, o caos triunfará. Mas é perigoso para mim e Victini permanecermos aqui por muito mais tempo. Você vem conosco?

Zane não soube o que responder. O caos triunfará. Apesar da idade, ele não era um garoto bobo. Prestou atenção em toda a conversa que seu irmão teve com May e os outros no dia em que chegaram em Petalburg. Mesmo não participando das reuniões da resistência, durante a noite, sempre pediu para que ele lhe contasse tudo o que acontecera. Podia contar com a sinceridade de Harry, que nunca o escondia nada. Graças a isso, tinha uma pequena noção do que era o caos, de quem eram os inconformados e de tudo que a resistência estava tentando impedir.

Voltou seus olhos para Mew e voltou a sentir um calor no peito, mas diferente do que sentira a pouco enquanto segurava Victini, esse era algo doce, agradável e amigável. Ele não conseguia explicar a relação que estava desenvolvendo com o pokémon. Era uma amizade de poucos minutos, porém cheia de confiança.

Lembrou da sensação de esperança no final de seu sonho. Era isso que ele sentia agora, o olhar de Mew lhe transmitia esperança e enchia seu peito de alegria. Era mágico. Zane não conseguiria explicar em palavras se alguém o perguntasse.

- Sim, eu vou com vocês.

Mew sorriu, como se já soubesse da resposta do garoto.

- Vamos, temos muito o que fazer.

O pokémon começou a brilhar outra vez. Enquanto sua visão ficava turva e seu estômago embrulhava, Zane percebeu que definitivamente o teletransporte não era o seu meio de transporte favorito.


~~//~~




Eu tava com muita saudade de escrever sobre o ponto de vista do Zane, amo esse garotinho demais. Espero que tenham gostado. E se preparem que o próximo capítulo vai ser ON FIRE.
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Mensagem por Alice Le'Hills Ter 28 Jul 2020 - 18:26

Eai, Briju, tudo bem??

Cara, fiquei muito animada com a sequência inicial, com o Zane na floresta e tudo mais. Flertou bem com um terror/suspense leve com o lance dele poder sentir a escuridão, bem como a mata fechada, etc. Inicialmente fiquei me perguntando como que ele foi parar ali e o que tava acontecendo, até descobrir que era um pesadelo hahahaha.

Gostei muito da parte em que você cita algumas coisas da memória afetiva do Zane, como o bolo da tia Rachel, o cheiro de casa, os carinhos do Harry, isso ajuda bastante a dar profundidade ao personagem e torná-lo mais complexo. Acho que ele é meu personagem favorito até então kakakaka.

Achei bem legal a dinâmica entre o Zane e o Brendan, justamente por causa do último ser bem extrovertido e destemido, o oposto de Zane. A aventura deles na floresta foi gostosinha de acompanhar, parecia que nada podia dar errado, até que puts, me pegou de surpresa com a ventania e o sonho do Zane na floresta virando realidade, com tudo desaparecendo, inclusive o Brendan e o Blaziken. Plot twist de qualidade.

Intrigante a parte do Mew. Então era ele quem tava causando os sonhos no Zane? Mas que bichinho danado hahahaha. De alguma forma ele possui uma ligação com o Zane, fico me perguntando como a dinâmica deles vai perdurar daqui pra frente, depois de terem salvos o Victini juntos. O Zane pelo visto é parte de uma espécie de profecia, certo? Ansiosa pra saber o que ser "o prometido" significa na luta para evitar que o caos prevaleça.

Erros não vi nenhum. Gostei bastante da forma como você escreveu, deixando meio ambíguo se era sonho ou real, ajudou a criar um clima legal pra temática do capítulo. Por fim, obrigado pelo texto justificado hahahahaha meu toc agradece. É isso, boa sorte com a fic. Até a próxima!

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Mensagem por Black~ Dom 2 Ago 2020 - 23:10

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk ai esqueci completamente de comentar kkkkk, tava ocupado (ocupado jogando e terminando The Office e Good Girls) mas ok, passado o passado, vamos lá kkkkkkkkkkk

Bem, vamos lá (clássico, não pode faltar)

Bem, primeiramente devo dizer que como assim esse capítulo foi o maior? Esse capítulo passou tão rápido, eu achei menor que todos os outros que você fez recentemente kkkk, mas talvez seja impressão minha kkk, se o Word disse tá dito.

De toda forma, gostei muito de você tê-lo feito exclusivamente sobre o Zane e consequentemente na visão dele. O Zane sempre foi um personagem bem carismático, claro que é uma criança, mas sempre teve uma importância grande na história que até então não nos havia sido revelada.

Dito isso, vamos parar de encher linguiça só pro comentário ficar grande e vamos ao que importa. Cara, confesso que lendo a primeira parte não pude deixar de assemelhá-lo ao famigerado pesadelo de Madeleine kkkkk, todavia, o final de Zane foi bem mais doce do que o da moça da outra fic kkk. Todavia, gostei bastante da descrição e deu pra entender bem como ele estava se sentindo nesse momento.

Devo dizer que muita coisa desse capítulo ou aconteceu parecido na minha fic ou vai acontecer ainda kkkkk, um crossover sem querer né kkk. Mas eu amei o Zane ser descendente dos primeiros homens (isso automaticante inclui o Harry ou só o Zane?) e por isso ele meio que ser "escolhido" dos lendários. No mais, curti demais aquela cena dele usando poderes psíquicos pra salvar o Blaziken e o Brendan (outra semelhança kkkk).

Pra ser honesto, eu achei o Mew bem trollzinho né kkkk ("TROLLEI UNS HUMANOS DEPOIS DE MILHARES DE ANOS E VEJA SÓ O QUE ACONTECEU"), mas falando sério, achei bem legal como ele se adaptou rápido ao Zane, o que basicamente diz mesmo que ele era o "escolhido" e também o fato dos dois terem curado o Pokémon da Vitória foi muito legal. A ver como o trio vai ajudar contra os inconformados agora (de preferência, para o Zane, sem o teletransporte kkk).

Eu achei legal que você fez o Brendan ser uns 12 anos mais novo que a May, mas no jogo eles têm a mesma idade e no mangá eles até tem um romancezinho no ar kkkkk, mas é isso né, liberdades poéticas que tomamos nas nossas fics para ficarem mais legais. Mas eu gostei dessa relação que você colocou dele com o Zane, com os dois sendo um contraponto do outro. Mas também achei legal porque você explorou tudo isso (apesar de antes de toda a treta) e mostrou tipo assim "ok, o Zane é o salvador do universo, mas ei, ele ainda é só um garoto de oito anos, que só quer brincar". Não sei nem se foi a intenção, mas pude perceber isso e achei bem legal.

Acho que apesar do tamanho não tenho mais muita coisa pra falar, visto que foi basicamente as peripécias do mítico e os dois amigos em perigo no rio. Em questão dos erros, infelizmente é o mesmo de sempre, a questão do vocativo kkkk, mas um dia você supera, eu acredito kkkk.

Então, é só e boa sorte com a fic.


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Mensagem por *Nina* Dom 9 Ago 2020 - 20:47

Brijuuuuuuu! Oieeeeeee! Finalmente criei coragem e apareci, depois de anos! Kkkkkkk Já quero os fogos, hein?
 

O que eu tenho a dizer é que achei da hora a fic, muito boa, gostei, continua, e não esquece de passar na minha quando puder. É isso e boa sorte com a fic.
 

Kkkkkkkkkkk brincadeirinhaa
 

Mas de todo jeito, gostei muito da fic, ela tem uma história bem única e diferente, e surgiu como um frescor no meio de tantas fics de jornada.
 

Sobre a história, gostei de todo esse lance do “Caos”, a forma como você amarrou todos os lendários (literalmente), dando até personalidade a eles. Também gosto da sua escrita, é clara e objetiva, apesar de ter visto vários errinhos. Kkkkkk Muitos são de digitação, mas tem bastante erros de vírgula, principalmente os de vocativo. Kkkkkkkk Nos caps mais antigos você praticamente não usava, mas isso já foi apontado antes, então vejo que você tem buscado melhorar.
 

Sobre os personagens, devo dizer que os que mais gosto são o Zane e a Laura. Não tem como não gostar do Zane, ele é muito adorável e traz um “descanso” ao caos com a sua inocência. Os caps que tem foco nele sempre são bons de se ler.
 

E a Laura gostei bastante também, ela é uma personagem feminina forte e importante, que quebrou alguns padrões de personagens femininas, pois no começo parecia ser uma típica menina coordenadora fútil que só se importa com beleza, moda e garotos, mas provou o total contrário ao revelar que é também uma detetive, sendo a personagem, entre os principais, mais centrada em derrotar a equipe vilã e salvar o mundo. Torço bastante por ela, é uma personagem única. Mas não reclamo da parte de ser coordenadora, gosto de contests e sinto falta de fics abordando eles, porque tivemos muitas coordenadoras pelas fics afora, mas foram bem poucas as que realmente desenvolveram os contests de verdade.
 

O Harry é legal também, o relacionamento dele com o Zane é muito fofo, mas só não entrou na minha lista porque é gado demais! Kkkkkk Muito trouxa ele todo apaixonado e já sair contando tudo assim pra garota que acabou de conhecer. Kkkkkkkkkkkk
 

Já a Amanda e a Lydia, eu confesso que inicialmente não tinha me interessado por elas, porque fazem bem aquele estereótipo genérico de personagem feminina que existe em todas as fics escritas por homens, a típica menina linda, branca, padrão de beleza, sem defeitos, que é objeto de desejo de todos os homens, especialmente o protagonista, que não tem história própria, nem desenvolvimento pessoal, e que existe na fic unicamente para se envolver romanticamente com os homens e dar suporte/auxílio/apoio a eles. Então por isso, gostei muito quando você mostrou que elas são duas caras e que estão junto com os terroristas. Isso, além de dar mais profundidade a eles, e quebrou a previsibilidade que é um grande fardo presente na escrita de personagens femininas. Apesar de não gostar delas por conta de suas atitudes, elas são bem escritas e saem daquele “mais do mesmo”, tendo mais individualidade.
 

Sobre o prólogo, já imaginava que ia dar problema no momento em que eles foram para lá. Protagonistas sempre fazendo merda. Kkkkkkk Achei bem chocante a parte em que o Blastoise “desevoluiu” e quando menino foi “abduzido” pelo portal e me pergunto o que será que aconteceu com ele. Minha única crítica é que eu concordo que as atitudes dos personagens não condizem com a idade deles. Mas ainda bem que você acertou com o Zane, que realmente parece uma criança.
 

No cap 1 gostei que você abordou o distorcion world, nunca tinha visto em outra fic. Só achei bem wtf!  quando eles encontram o líder de ginásio ali e batalham com ele. Kkkkkkk Bem fic de poke.
 

O cap 2 apresentou a Lydia, de forma bem clichê com aquele encontro desastrado deles. Kkkkkkk Mas como eu já disse, o clichê da personagem foi quebrado depois. E eita que é lendário atrás de lendário aparecendo em todo cap. Kkkkkkkkk
 

O cap 3 gostei muito, adorei a introdução da Laura, a aprte inicial da apresentação também foi legal. Ainda quero ver a parte “cringe” da cena deles que você mudou! Kkkkkkkk Mas esse eu tenho uma crítica, que foi o final. A parte final da Laura trouxe uma frase super impactante e um grande gancho para o próximo, que foi totalmente quebrado com aquela aparição repentina e tão deslocada do Liam. Acho que você deveria ter segurado essa parte para depois, pois não combinou com o  cap, e foi tão rápida que nem deu para entender nada, causando até uma certa antipatia pelo personagem. O que é ruim já que ele deve ser importante.
 

 Já o cap 4, esse eu tenho que ser sincera que não gostei, por diversos motivos. Pelo visto, quando você escreveu esse cap, estava no hype de Game Of Thrones e acabou copiando uma das coisas que a série tem de pior: a banalização da violência, com mortes apelativas feitas apenas para chocar o telespectador. Eu não vi nenhum sentido em eles terem simplesmente destruído e congelado uma região inteira, matando todos, simplesmente porque um cara se recusou a cooperar. Foi puramente para dizer “Olha como somos malvadões!” e assim chocar os leitores. E ainda repetindo “mortes necessárias”, não sei para quem, porque para eles não foi, não ganharam nada com isso, pois poderia ter mais gente lá que poderia estar disposta a ajudar, mas eles nem deram chance porque simplesmente mataram todos. E não é legal ficar jogando violência na fic só pra ter, pois senti que esse excesso de violência descrito foi para forçar um +18 na classificação da fic.
 

Principalmente na parte do Nataniel, que achei extremamente problemática. Foi totalmente gratuita. Você colocou uma cena pesada de estupro aqui e tratou como se não fosse nada, porque não teve nenhuma consequência, nenhum impacto na história, nem no desenvolvimento da personagem em questão, a mulher foi brutalizada unicamente para mostrar como o personagem masculino é mau, coisa que a gente já sabia, ou seja, não tinha nenhuma necessidade, então no fim não acrescentou nada novo. Essa falta de consequência e de impacto na história torna tão gratuito.
 

Além do mais, é muito comum utilizar a violência contra a mulher como um recurso para desenvolver homens e isso é péssimo. Me lembrou muito um trope chamado “mulher na geladeira”, que é um recurso narrativo muito utilizado em histórias, especialmente nas de heróis, onde o autor, geralmente um homem, coloca uma mulher apenas para se relacionar de alguma maneira com um personagem masculino, somente para posteriormente ser sequestrada pelo vilão e totalmente brutalizada até a morte, tudo isso apenas em prol do desenvolvimento de personagens masculinos, para mostrar como o vilão é mau e não merece perdão, e para “quebrar” o herói, tornando-o mais “dark” e vingativo por ter visto a mulher que ama sofrer e morrer. A personagem que foi submetida a violência, não tem nenhum desenvolvimento, importância ou valor, tudo o que interessa é os homens a volta dela. Inclusive essas cenas costumam ser carregadas de muita violência e humilhação, assim como foi aqui, o que acaba alimentando homens que tem fetiche em ver mulheres sofrendo e sendo humilhadas e subjugadas, por isso acho muito ruim colocar algo assim na fic. O oposto dificilmente acontece, geralmente quando homens são submetidos a violências brutais e humilhantes, é para o desenvolvimento dele próprio. Então porque usar violência contra mulher para desenvolver homens é algo tão comum? Será que é mesmo necessário?
 

Eu gosto que a fic tenha uma equipe vilã de verdade, mas cuidado para não transformar eles em um bando de loucos que saem matando geral só porque é “legal”, sendo que não ganham nada com isso, apenas banaliza a violência. E eu espero que você não passe pano para eles depois, pois merecem pagar por tudo o que fizeram.
 

Eu gostei da revelação da sexualidade da personagem, porque acho que é a primeira vez que vejo uma lésbica em uma fic, tirando a minha. É difícil ver lésbicas porque a maioria das mulheres só existem nas fics para serem namoradas de personagens importantes, que são sempre homens. Mas o encontro com a Elesa ainda revela esse mesmo problema, que inclusive já conversamos, da falta de diversidade das personagens femininas, pois só existe um único tipo de mulher em todas as fics, não importa quem sejam, podem ser adolescentes, adultas, atletas, lutadoras de MMA ou modelos, todas têm sempre o exato mesmo corpo padrão: branca, magra, corpo escultural com seios grandes, cintura fina e coxas grossas. Ou seja, objetos sexuais feitos sobre medida para o agrado e consumo masculino. Como já conversamos, agora que você já tem outra visão, espero mudanças para o futuro.
 

O cap 5 abordou um pouco mais dos personagens, e agora sim acho que o Liam teve uma apresentação melhor. Estranho um pouco essa mudança para primeira pessoa na parte dele, mas está bom assim. E devo dizer que eu dou risada com esse nome “inconformados”. Kkkkkkk
 

O cap 6, capítulos focados na Laura são sempre bons, gostei dela atuando como jurada dessa vez, apesar de ter ido para investigar. E acabou trazendo uma importância para o Aiden também. Gosto dessa inversão de papeis onde a detetive principal é a mulher e o par romântico é o homem. Mas a gente vê a diferença de quando é um homem que está nesse papel, pois eles têm uma participação muito mais ativa na história do que quando é uma mulher. Amanda infiltrada tramando algo.
 

Cap 7 teve mais lendários. Foi legal também, mas não entendi muito bem porque a missão fracassou e o que de fato ela estava planejando fazer ali. Já disse que gosto da Laura e só acho que ela devia ter atirado. Kkkkkkk
 

Cap 8 apresentou a resistência, que estava realmente faltando um grupo para tentar combater o outro. Espero ver mais desse grupo.
 

Cap 9 eu gostei bastante. Foi bem diferente dos outros trazendo muito mais mitologia. Achei interessante essa história dos “primeiros homens” e sobre a ligação que eles têm com os Pokémon. Gosto muito quando culturas diferentes são abordadas. Acho que vão ser
 

Cap 10 eu só tenho a dizer: Celebi rainha, Nataniel nadinha. Sério, adorei o jeito do lendário. E para o Nate meu único conselho é: se mata que passa. Acho importante caps focados nos vilões para conhecermos mais eles, mas espero que você não vitimize o personagem tentando justificar suas atitudes, assim como os outros.
 

Cap 11, sério, Harry, por que tão gado? Curiosa para ver essa missão em busca do Rayquaza.
 

E por fim, cap 12, adorei o encontro de Zane com o Mew, mostrando que realmente o garoto é especial e possui uma ligação com os lendários, já que o Jirachi também chamou por ele. Espero que fique tudo bem com ele.
 

Bom, é isso, desculpe pelo comentário ruim (e atrasado), mas é que é muita coisa para falar e não dou conta de tudo. Kkkkkk Mas agora os comentários serão certos. Você tem uma ótima história em mãos e estou curiosa para ver o que vem por aí.
Um abraço e até o próximo!

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Mensagem por Brijudoca Dom 9 Ago 2020 - 22:02

RESPONDENDO OS COMENTÁRIOS:

Fala amigos, capítulo no dia certo dessa vez. Um pouco tarde, porque eu tava esperando uma certa pessoa me autorizar a postar, mas tá na mão. Esse saiu grandinho pq tem dois POVs de tamanho médio, que acho que ficaram pobres se fossem um capítulo só, e eles meio que se complementam, de uma forma meio bizarra, então bora lá.


Capítulo XIII
Amizade e Solidão

Amanda


Amy acordou com a cabeça doendo e a garganta seca. Tateou pelo criado mudo ao lado de sua cama, tentando encontrar sua garrafa d’água, mas a encontrou vazia. Olhou pela janela do quarto e percebeu que já era manhã. Logo, Oleana viria incomodá-la.

Levantou-se, colocando um roupão que estava jogado no chão para cobrir o corpo nu e olhou pela janela, observando a majestosa cidade de Wyndon. Diversos prédios comerciais circulavam o hotel em que ela estava hospedada. Amy tinha que admitir que as coisas na região de Galar pareciam muito mais avançadas do que no resto do mundo.

Da vista privilegiada de seu quarto ela podia ver milhares de outdoors, com anúncios publicitários diversos. O arranha-céu mais alto da cidade era a Rose Tower, sede da Macro Cosmos e outras empresas subsidiárias comandadas pelo empresário Chairman Rose, e principal razão de Amy estar na cidade. Além do arranha-céu, a construção que mais chamava atenção era o gigantesco estádio da cidade, sede da liga pokémon da região. O estádio era considerado o maior do mundo, com capacidade para mais de oitenta mil pessoas.

Amy perdera a noção de quanto tempo estava de castigo na cidade. Desde o fiasco que resultou na exposição de Palkia, Nate a mandara para trabalhar e estreitar relações com Oleana Gardner, a vice-presidente da Macro Cosmos, e verdadeira responsável por gerir o império de Rose.

Quando se virou de volta para cama, Amy quase caiu para trás ao perceber que não estava sozinha. Uma mulher nua estava deitada na cama, mergulhada em um sono profundo. Era bela, tinha a pele negra e o cabelo crespo volumoso ocupava grande parte do travesseiro o qual ela estava apoiada.

Amy sentou-se na beirada da cama, enquanto desconcertava seu olhar pelo corpo da moça. Tentou se lembrar da noite anterior. Tinha ido a um bar no centro da cidade e a dor de cabeça indicava que ela com certeza bebera além da conta.

Não se recordava de como começou a conversar com ela. Amy não se achava bonita e nem boa de flerte, mas estava se sentindo tão sozinha... Como ela se chamava? Amy forçou a memória, mas o nome simplesmente não vinha. Tampouco quem tinha convidado quem para ir para o hotel.

Por fim, Amy sentiu sua cara queimar quando se lembrou do sexo. Não saberia dizer como a mulher tinha sentido, mas ela lembrou claramente que se imaginou transando com Lydia.

Puta que pariu, Amanda.

Estava fodida. E apaixonada. E ainda mais fodida. Apoiou uma das mãos na testa, enquanto respirava fundo, tentando controlar as emoções, mas a tarefa era difícil com a cabeça latejando de dor.

Seu celular vibrou na cômoda, interrompendo os pensamentos da moça. Era uma vídeo chamada de Oleana. Amy amaldiçoou a mulher. Por que ela insiste em ver minha maldita cara toda vez? Ela nem sequer tinha tido tempo de se olhar no espelho.

- Bom dia, Amanda. Espero que eu não tenha te acordado. – Oleana estava com o cabelo loiro claro perfeitamente arrumado como sempre. Seu rosto era calmo e inexpressivo.

- Bom dia, pode ir direto ao ponto, senhorita vice-presidente. – Amy estava cansada de manter gracejos com a mulher. – Achei que nos encontraríamos mais tarde no seu escritório.

- Houve uma mudança de planos, algo que Nataniel vai gostar de saber. – Respondeu ela sem se abalar com aa falta de educação de Amy. – Encontre-me em uma hora no estádio de Wyndon. – E desligou a ligação.

Amanda se espreguiçou. Deu uma olhada na bagunça do seu quarto. A Macro Cosmos providenciou que ela tivesse um dos melhores quartos da cidade, mas o desleixo de Amy tinha deixado o lugar com aspecto de baderna. Ela não deixava as camareiras entrar no quarto, com medo de deixar informações dos inconformados desprotegidas para estranhos.

Remexeu na mala largada no meio do quarto e retirou um conjunto de roupa casual que ela tinha lavado na lavanderia do hotel no dia anterior. Percebeu que a temperatura não estava das mais agradáveis, então decidiu colocar um moletom preto, e prendeu os cabelos ruivos em um rabo de cavalo.

Voltou a olhar para a mulher na sua cama, que ainda estava em sono profundo. Por mais que lhe incomodasse deixar uma estranha no seu quarto, a outra opção era ter uma conversa que ela não estava nem um pouco a fim no momento. Pensou em deixar um bilhete para ela, mas pareceu tolice já que ela não conseguia nem ao menos lembrar o seu maldito nome.

Guardou alguns documentos importantes no cofre do quarto, pegou sua bolsa tiracolo e deixou o recinto. Amy já tinha se habituado tanto no percurso do quarto para o saguão que mal reparava no trajeto. Decidiu parar na loja de conveniência do lado do concierge, apenas para comprar um remédio para sua ressaca e logo estava na rua.

Para sua sorte, havia um Táxi Voador estacionado bem à frente do hotel. O bondinho comandado por um piloto e um Corviknight era o meio de transporte mais popular de Galar. Amy achava muito mais confortável do que montar um pokémon pássaro diretamente, como praticado nas outras regiões. Ponto para Galar.

Amanda informou ao piloto que desejava ir para o estádio da cidade. A majestosa ave azul marinho repousava em cima do veículo, encarando Amy com os olhos vermelhos. Ela gostou da expressão vil do pokémon pois lembrava a si própria.

Logo o táxi alçou voo em direção ao estádio. Amy observou o trânsito da cidade, imersa em pensamentos. Tinha conversado com Nate na noite anterior. Sabia que seus planos estavam entrando na fase final e isso fazia ela sentir que seu trabalho com Oleana era inútil.

- Essa baboseira de Dynamax não vai nos levar a lugar nenhum. – Disse ela irritada. – Meu lugar é ao seu lado!

- Paciência, Amanda. – A voz de Nataniel era fria pelo telefone. – Você está onde é necessária.


Esse fora o motivo que ela tinha saído para beber. Tudo era muito injusto. Estava junto de Nate há anos, desde que era uma adolescente em uma patética jornada pokémon. Deram todos os passos juntos, planejaram como seria o momento de salvar o mundo diversas vezes, e agora, por um erro, ela estava isolada em um trabalho insuportável com a senhorita zero expressões.

- Chegamos, senhorita. – Avisou o motorista.

Com auxílio do taxi voador o trajeto era realmente rápido. Antes que Amy pudesse notar, o veículo já tinha pousado em frente ao glorioso estádio de Wyndon. Visto de perto, a construção tinha um aspecto ainda mais majestoso. Era tão alto que formava uma sombra que cobria a rua inteira. Pessoas caminhavam pela calçada, repleta de vendedores ambulantes, que vendiam as mais diversas comidas de rua. O cheiro fez seu estômago roncar.

Amy deixou o táxi em um salto. Pagou o motorista e dirigiu-se para uma das várias tendas ao redor do estádio. Escolheu um cachorro-quente do ambulante com aparência menos repugnante e voltou seu caminho para a entrada de visitantes do estádio.

- Bom dia, moça, o estádio está fechado para visitantes no momento. – Um guarda, parado na guarita ao lado da catraca de acesso ao estádio, disse a ela.

- Meu nome é Amanda Parker, estou aqui para me encontrar com Oleana Gardner.

- Ah, claro! – O homem ajeitou a postura. – A senhora vice presidente está a sua espera. Pode entrar.

O guarda entregou um crachá para Amy. Ela encostou o item na catraca, permitindo que ela entrasse no estádio.

O salão de recepção era enorme, repleto de balcões, onde, provavelmente, os funcionários atendiam os participantes da grande liga. No momento, o local estava quase que totalmente vazio. Em um canto, Oleana Gardner estava sentada em um pufe, tomando uma xícara de alguma bebida quente.

Amy deu uma última mordida em seu cachorro-quente e jogou o papel para o lado, caminhando em direção a mulher.

- Bom dia, Amanda.  – Oleana deu um último gole em sua bebida e apoiou a xícara em uma mesa de centro. Usava seu habitual jaleco branco sobre um vestido vermelho, que devia custar milhares de dólares galarianos. Estava perfeitamente maquiada, utilizando um par de brincos pretos em formato de um hexágono.

Aparência é tudo né, pensou Amy. A mulher mais poderosa de Galar esbanjava glamour, provavelmente já acordava parecendo uma diva. Mas a parte mais bizarra dela ainda era a sua expressão de contínuo desinteresse. Oleana parecia incapaz de exibir qualquer emoção, e Amy com certeza tinha tentado irritá-la no tempo em que estavam trabalhando juntas.

- Bom dia. O que estamos fazendo aqui?

- Com os últimos recursos que os inconformados nos proveram, fui capaz de finalizar nosso projeto. – Ela tirou do bolso um bracelete branco. O objeto tinha uma tela preta, aparentemente maleável, com o símbolo da Macro Cosmos. – A versão final do Dynamax Band está pronta.

Amy pegou o bracelete para examiná-lo de perto.

- Eu a trouxe aqui para que você pudesse testá-lo pessoalmente. Vamos para o campo. – Oleana indicou a porta no fundo do salão.

- Com isso, qualquer pokémon poderá entrar em modo Dynamax? – Amy acompanhou a mulher em direção a arena de batalhas do estádio.

- Sim. Como estudamos, a região de Galar está repleta de pontos de poder capaz de liberar a energia Dynamax. A Macro Cosmos investiu todos os seus recursos em controlar os lugares que esses pontos de poder aparecem, de forma que não tivéssemos pokémon gigantes destruindo as cidades. – Oleana digitou uma senha em um tablet na lateral da porta de acesso ao campo, liberando que elas pudessem continuar. – Agora, com as Dynamax Band prontas para lançamento, poderemos revolucionar a liga pokémon de Galar, permitindo que os treinadores utilizem esse poder em locais específicos e designados por nós, como nos ginásios por exemplo.

- E lucrar horrores com isso. – Comentou Amy rindo.

- Obviamente. – Respondeu Oleana, sem se alterar.

A arena de batalhas fazia jus ao tamanho do estádio. Um campo de grama sintética se estendia por um comprimento por mais de cem metros. Havia poucos funcionários realizando a limpeza das arquibancadas.

- Sinta-se a vontade para testar. – Disse Oleana. – Basta colocar o bracelete, segurar uma pokeball e apertar no símbolo da Macro.

Amy colocou a Dynamax Band no braço direito e buscou a pokeball de seu Pachirisu no bolso. Deu um toque no botão do centro para que ela expandisse para o tamanho da sua mão. Olhou desconfiada para Oleana, que assentiu a cabeça, indicando que ela continuasse.

Apertou o botão na tela do bracelete. O objeto começou imediatamente a emitir uma luz rosa. A pokeball aumentou dez vezes de tamanho em sua mão, de forma que Amy teve que usar as duas mãos para segurá-la.

- E agora?

- Basta arremessá-la.

Amy segurou a enorme esfera atrás da cabeça e colocou toda sua força no arremesso. A enorme esfera abriu com um brilho rosa, revelando uma versão gigante, de aproximadamente dez metros, do esquilo branco e azul. O pokémon soltou rugido que fez o estádio inteiro tremer.

- Quanto tempo ele fica assim? – Amy teve que conter a admiração na voz. Estava começando a achar que a visita a região podia ter valido a pena.

- Regulamos para que os pokémon fossem capazes de usar até três golpes em sua forma Dynamax. Mais que isso... bem, as coisas saíam do controle.

- Entendo. – Comentou Amy, desapontada. – Acredito que Nate esperava mais quando enviou aquele último carregamento de Wishing Piece.

- Graças a essa última entrega eu consegui desenvolver a versão final da Dynamax Band. – Pela primeira vez Amy notou uma pontada de irritação na voz da cientista. – Mas também consegui desenvolver um protótipo do que ele realmente quer...

Oleana se aproximou de Amy e a entregou um dispositivo metálico em formato circular. No meio deste havia um pedaço de rocha azul, que Amy sabia que era uma amostra das raras Wishing Pieces.

- Quer dizer que...

- Sim. Com isto, vocês poderão criar um ponto de poder fora da região de Galar. – Dessa vez, havia uma nota de satisfação na voz da mulher. - Mas, como eu disse, é um protótipo. Espero que você possa entregar para Nataniel testar pessoalmente. Caso o resultado seja satisfatório, podemos continuar o financiamento das pesquisas para expansão do poder dos pokémon Dynamax... e Gigantamax, pelo resto do mundo.

- Gigantamax? – Amy ainda estava maravilhada com o pequeno dispositivo que a cientista lhe entregara.

- Você realmente não deu atenção para minhas anotações. – Comentou ela desapontada.

Oleana puxou uma pokeball do bolso do jaleco e dobrou as mangas do seu braço direito, revelando que ela mesma estava usando um Dynamax Band. Ela se afastou de Amy, ativando o poder do bracelete, de forma que sua pokeball também aumentasse de tamanho.

Ela jogou a pokeball na arena, a uma distância considerável de onde Pachirisu estava. O monstro gigante liberado pelo dispositivo era um dos seres mais grotescos que Amy já vira na vida. Tratava-se de um monte de lixo agrupado em uma forma disforme, que possuía um par de olhos e o que deveria ser dois braços, cobertos dos mais variados tipos de resíduos. Ela já tinha visto esse pokémon, mas este era diferente. No meio do monte de lixo que formava seu corpo havia itens inacreditáveis como carros, um jatinho e até mesmo o que parecia ser o topo de um prédio.

- Então o seu monte de lixo fica ainda mais grotesco na forma Dynamax?

- Gigantamax. – Corrigiu Oleana. – Alguns pokémon, por algum motivo, reagem diferente aos pontos de poder, revelando formas ainda mais poderosas. Estamos documentando ainda quais pokémon são capazes de assumir essa forma, mas todos possuem um golpe único, diferente das formas Dynamax. Posso demonstrar, se não for demais para o seu esquilo.

- Meu Pachirisu pode aguentar qualquer coisa desse seu bicho ridículo.

Oleana continuou impassível diante do desafio de Amy.

- Pois bem. Garbodor, utilize o G-Max Malodor.

O monstro gigante encolheu o corpo e liberou um líquido cor de vômito no campo. Tinha o cheiro mais pavoroso que Amy já sentira na vida. O chorume se estendeu pelo piso, até alcançar Pachirisu, e então começou a emergir para o céu como um gêiser. Pelo menos cinco gêiseres atingiram o esquilo, fazendo com que ele perdesse o equilíbrio e caísse no campo.

A queda do esquilo fez com que o estádio inteiro sacudisse. Os poucos funcionários que estavam no local admiravam o ataque. Quando ele terminou, Pachirisu estava desacordado. Com um brilho rosa, o pokémon reduziu para o tamanho normal.

- Bem. – Amy retornou seu pokémon para a pokeball, trincando os dentes. – Vou informar sobre o sucesso de sua pesquisa para Nate, tenho certeza de que a parceria com os inconformados deve seguir ainda mais forte.

Pela primeira vez desde que conhecera a vice presidente da Macro Cosmos, Amanda a viu sorrir.




~~//~~




Liam




WOW TIME SKIP BOOM

Perdão, mas por mais interessante que minha vida seja, dá um pouco de preguiça de narrar tudo. Então, por que não dar uma resumida, certo? Certo!

Eu e Rik estávamos em mais uma missão de nosso longo treinamento. Se fôssemos bem sucedidos nessa, talvez o chefe Tamatui finalmente aceitasse que nos tornássemos guerreiros Kahui.

- Vamos acelerar o passo. Se as coordenadas estiverem corretas, vamos encontrar o lago logo em frente. – Disse Rik.

- Beleza, mas Aaron e Angel não vão aguentar o ritmo, vamos ter que carregá-los.

Os pokémon que nos seguiam protestaram. As pequenas nuvenzinhas que tínhamos recebido no dia do nosso renascimento tinham evoluído para um monstrinho ainda mais misterioso. Auli’i me contou que era uma espécie chamada Cosmoem. Tratava-se uma esfera azul brilhante, coberta de uma espécie de concha dourada, em formato de uma... estrela? Eles eram bichinhos bem difíceis de se descrever. Dentro da esfera azul, havia outra esfera, só que preta, com os olhos e boca do pokémon.

- Liam tem razão. – Disse Rik enquanto pegava Aaron no colo. – Vocês dois estão cansados, seremos mais rápidos assim.

Me abaixei e dei um sorriso para Angel. No dia em que nos conhecemos, eu soube imediatamente que ele não era um pokémon comum. Eram nossos companheiros espirituais.

Segundo o chefe Tamatui, quando eu e Rik nos tornássemos guerreiros e os pokémon atingissem sua forma evolutiva final, poderíamos alcançar feitos inimagináveis. O que também era uma baita pressão nas nossas costas. Já tínhamos completado dois anos de treinamento e, apesar de eles terem evoluído, ainda não tinham nenhuma habilidade relevante. Auli’i e seu Mimikyu, por exemplo, só faltavam fazer a água virar vinho.

- Vem, amigão. Nem adianta ser cabeça dura.

Angel fechou a cara, mas deu um salto e se posicionou no meu ombro. Parecia certo que déssemos apelidos para eles, até para diferenciar um do outro, mas também pela ligação que estávamos desenvolvendo. Quando eu e Angel estávamos juntos, eu me sentia mais forte, com vigor renovado.

Olhei para Rik, que estava sorrindo de forma boba para mim. Ele parecia um autêntico membro dos Kahui. A pele agora tinha um tom acobreado devido a exposição constante ao sol. Ele estava sem camisa, exibindo o belo físico conquistado após horas de treinamento sob o comando de Auli’i. Usava uma bermuda costurada a mão por Joana, a alfaiate do vilarejo. Seus cabelos loiros estavam colados na testa devido ao suor.

Quanto a mim? O fim da puberdade somado ao intenso treinamento de guerreiro me fez bem pra caramba, não que eu achasse que fosse possível ficar mais esquisito do que eu já era.  Consegui ficar ainda mais alto, porém agora tinha músculos que faziam jus a minha altura. As milhares de horas de flexão me renderam bíceps enormes e um peitoral super definido (além de um tanquinho de dar inveja, diga-se de passagem.) Eu estava vestido do mesmo jeito que Rik, usando apenas uma bermuda. O hábito dos Kahui, de quase nunca cobrir o resto do corpo, também me concedeu um belo bronzeado. Eu deixava meu cabelo num corte bem curto, e tinha adquirido uma barba de respeito.

- Bora?

- Bora.

Nos pusemos a correr pelo pântano, desviando das raízes de árvores e da grama alta. Por vez ou outra meu pé afundava no brejo, mas conseguia me livrar em um movimento rápido. Há dois anos, metade desse percurso teria sido o suficiente para eu ficar jogado no chão, sem fôlego. Agora, era apenas mais um desafio para superar. Rik movia-se graciosamente, dando saltos perfeitos sempre que estava prestes a esbarrar em algum obstáculo.

Estávamos em uma ilha próxima à Haiohara, nosso lar. Esta não possuía nome e nenhum habitante conhecido, além dos pokémon selvagens. Não era explorada por humanos, justamente por estar escondida sob uma ilusão, que apenas os descendentes da primeira nação eram capazes de enxergar através, graças a sua relação com os espíritos.

Auli’i escolhera o local para realizarmos o desafio do ovo. Ela tinha escondido um ovo pokémon em algum lugar da ilha e nos dados as coordenadas para trazermos ele de volta para a Haiohara, dentro do prazo de três dias. O desafio era justamente  enfrentar dezenas de pokémon selvagens, revoltados com a presença de humanos em sua ilha.

- Direita! – Rik me alertou.

Virei a tempo de ver um lobo raivoso vindo em minha direção. O pokémon era branco e bege, e exibia os caninos afiados para mim.

Fechei os braços em frente ao meu peito, em uma posição de X, convocando o único poder que eu tinha desenvolvido com Angel. Meu companheiro brilhou, e, antes que o lobo pudesse me acertar, acabou sendo repelido por uma onda de energia.

Antes que ele pudesse se recuperar, desferi um chute no seu corpo, lançando-o para longe. Ele uivou de raiva e saiu correndo na direção oposta.

- Espero que ele não vá chamar os amigos. Lutar contra um bando de Lycanroc não estava nos meus planos. – Comentei.

- Acho que ele não terá tempo, olha. – Rik apontou para frente.

Tínhamos chegado ao que parecia ser o fim do pântano. Estávamos agora em uma região rochosa. O sol escaldante de Alola fazia o solo brilhar na cor laranja. Uma cachoeira abria caminho por entre as rochas, formando uma pequena piscina, envolta por diversos coqueiros.

- Caralho, é o oásis. – Comemorei. – Chegamos em apenas um dia e meio.

Troquei um high five com meu amigo. Os Cosmoem “saltaram” de nossos ombros (é difícil descrever os movimentos de bichos que flutuam, tá ok?) e observaram a cachoeira, maravilhados com a beleza da natureza.

Pulei na água, nadando em direção à cascata. A água gelada era extremamente satisfatória após a corrida que eu tive para chegar até ali.

- Ae, Rik, achei o maldito. – Exclamei, apontando para a cachoeira.

Rik imitou meus movimentos, nadando até chegar próximo à cachoeira. Entre as águas, era possível enxergar um ovo, de aproximadamente trinta centímetros, coberto por manchas verdes, perfeitamente apoiado em uma das pedras que compunham a piscina natural.

Me aproximei da cascata, estendendo a mão para tentar alcançar o ovo, mas acertei uma parede invisível. Claro que Auli’i não facilitaria a nossa vida.

- Ela protegeu o ovo com algum tipo de energia. – Comentou Rik, tateando a mão pela água, buscando alguma forma de atravessar o bloqueio.

- Não adianta, amigo, sabe o que a gente tem que fazer. – Apontei para os dois pokémon, que estavam na beirada da água, observando curiosos.

- Maldita seja. – Praguejou Rik.

- Relaxa, a gente consegue.

Nadei de volta para terra firme e peguei Angel no colo. Ele me encarou com os olhos confusos.

- Precisamos nos unir, amigão, só assim a gente vai conseguir quebrar aquele bloqueio. Posso contar com você?

Angel soltou um grunhido animado. Aaron não esperou Rik voltar da cachoeira, decidindo planar em direção ao companheiro.

- Acho que teremos que fazer isso juntos, certo?

- Pode pá. – Respondi, após nadar de volta para a cachoeira, com Angel sobre meu ombro. – Está pronto?

- Sim. – Aaron também se acomodou no ombro de Rik.

Fechei os olhos e aproximei minhas mãos, como se estivesse realizando uma prece. Descrevendo assim soa como um movimento simples, mas a posição tinha que ter distanciamento e altura corretos. Auli’i nos ensinara, a seu próprio modo (leia-se nos xingando), diversas poses e movimentos que podíamos usar para convocar energia espiritual.

Senti um leve formigamento no meu corpo, o qual já tinha me habituado. Para o plano dar certo, eu e Angel tínhamos que nos tornar um. Deixei fluir pela minha mente imagens da relação que construímos ao longo dos últimos dois anos, e foquei em uma especial, de quando ele ainda era um Cosmog.

Eu estava tentando me manter em uma perna só em um galho de uma árvore, tentando buscar o maldito Equilíbrio que minha mestra tanto falava. O galho quebrou e eu despenquei dois metros, mas antes de amassar meu belo rosto, senti uma energia que me fez levitar, alguns centímetros do chão. Quando vi, Aaron estava do meu lado, com uma aura rosa ao redor de seu corpo. Foi a primeira vez que eu e meu pokémon nos conectamos pra valer.

Abri os olhos. Estávamos todos envoltos daquela mesma aura rosa. Rik olhou para mim, assentindo. Nós dois estávamos tão conectados que, muitas vezes, não precisávamos de palavras para entender o que o outro dizia.

Esticamos os braços e, juntos, conseguimos alcançar o ovo pokémon, retirando-o por entre as águas da cachoeira. Vibrei de alegria.

- Uhuu. Vai segurando esses dois guerreiros.

Quando voltamos para terra firme, admirei o ovo, feliz da vida por termos cumprido nossa missão com sucesso.

- Mais um desafio concluído. Estamos ficando bons nisso, hein? – Rik comentou, posicionando o ovo no chão e dando uma espreguiçada.

- Pois é, acho que a gente merece até uma comemoração.

- Como assim?

- Cara, olha esse oásis. – Ergui os braços. – A gente merece um descanso aqui, antes da nossa amada mestra nos mandar para outra enrascada.

- Bem...

- Vamos. – Insisti. - A gente tem tempo de folga pra voltar.

Antes que ele pudesse contra-argumentar, eu arranquei a minha bermuda e me joguei de volta na água, dando longas braçadas.

- Porra, mas você já tava molhado, pra que ficar pelado?

- Qual é, mano, dois anos vivendo na natureza e ainda tá de frescura com roupas. – Disse dando risada. – Relaxa.

Ele revirou os olhos, mas logo abaixou a bermuda, ficando nu também. Mas em vez de entrar na água, colocou apenas as pernas e ficou observando a queda d’água, distraído.
Aaron e Angel não eram os maiores fãs de água. Os dois pokémon emendaram em alguma brincadeira e saíram flutuando entre as árvores do pântano, até sumirem de vista. Não me preocupei, pois sabia que os dois podiam se virar. E, se eles estivessem em perigo, eu e Rik conseguiríamos sentir. Papo de companheiro espiritual e tal, difícil de explicar.

Fechei os olhos e fiquei boiando, deixando que a água carregasse meus pensamentos. Apesar de difíceis, os últimos anos tinham sido os melhores da minha vida. Com Rik, Auli’i, Tamatui e os outros habitantes de Haiohara, eu sentia que tinha uma família. E cada dia que passava, eu sabia que Angel ficava mais forte. Mal podia esperar para ele evoluir para sua forma final.

Abri os olhos e me deparei com Rik me encarando. Ele estava sorrindo de forma boba, meio distraído, mas o que me chamou a atenção era o que ele tinha entre as pernas.

- Ãh, Rik...

Ele não tinha percebido. Olhou para o próprio corpo e ficou tão vermelho que eu jurava que ele ia explodir. Tentou se cobrir com as mãos e começou a balbuciar palavras que não faziam sentido algum.

- Ei, relaxa. – Comecei a dar risada da situação. – Você deve estar muito na seca mesmo, tá sentindo tesão até em mim.

- Eu não, quer dizer, nunca...

Nadei até o lado dele e me sentei na beirada da água.

- Não esquenta, infelizmente eu tô na mesma. Acho que vale a pena dar uma desestressada.

Olhei em volta e percebi que Aaron e Angel ainda não tinham voltado.

- O que você está fazendo? – Rik perguntou, horrorizado.

- Desestressando ué. – Não me julgue, ok? Como eu disse antes, o Rik tinha ficado bem gostoso, e... bem, eu também não sou de ferro. – Vamo tocar uma juntos, que tal?

Rik estava boquiaberto com a minha audácia. Ele fingiu que olhava para o lado, mas pude perceber que ele ainda me observava de soslaio. Continuei encarando-o descaradamente. O maldito tinha o pau maior que o meu.






Sem falar nada, Rik começou a imitar meu movimento. Reparei em detalhes do meu amigo que eu nunca tinha reparado antes. Seus olhos eram pequenos, sempre que ele sorria eles ficavam semicerrados de uma forma muito fofa. Ele tinha uma pequena cicatriz no lábio direito que era um encanto. Diferente de mim, que já tinha uma barba completa, os pelos cresciam de forma disforme pelo seu queixo. O peitoral brilhava pelo cintilar da água com a luz intensa do sol. Os mamilos eram claros e estavam contraídos. Senti minha boca salivar.

Me movimentei, ficando mais próximo de Rik. Percebi que seu corpo se contraiu, provavelmente de tensão. Eu mesmo não sabia o que estava fazendo. Deixei minha mão direita livre e a apoiei no seu ombro. Percebi todos os pelos de seu corpo se arrepiando, mas não fiz nada.

O rosto de Rik estava vermelho como um pimentão. O meu também devia estar. Sentia cada batida do meu coração. Busquei seu olhar, esperando alguma negação, mas não a recebi.
Então desci minha mão pelo seu corpo. Passei lentamente pelo seu peito, contornando a tatuagem em formato de lua, e cheguei no abdômen. Rik não curtia seus pelos corporais, então pude sentir os fios recém aparados fazendo cócegas na minha mão. Quando me aproximei do seu púbis ele deixou escapar um gemido que me fez meu corpo pulsar.

Não sei explicar de onde aquele impulso veio, mas não pude mais me segurar. Segurei o rosto de Rik com minhas duas mãos e o beijei. Deixei todo o peso do meu corpo cair em cima dele, jogando o no chão e pressionando meu corpo com o dele, deixando que ele percebesse o quanto eu estava excitado.

Ele retribuiu meu beijo com fervor. Senti sua língua entrelaçando-se harmoniosamente com a minha. Ele me abraçou, colando meu corpo ao dele. Eu podia sentir seu coração batendo, podia sentir o seu hálito fresco inundando minha mente. Voltei a passar minhas mãos pelo seu corpo. Ele se afastou lentamente dos meus lábios, sussurrando:

- Liam... eu... eu... nunca...

Os olhos de Rik eram lindos. Azuis como o oceano. Eu sabia o que ele estava pensando, antes mesmo que ele tentasse verbalizar. Antes que ele pudesse continuar eu voltei a beijá-lo. Como a gente podia se conhecer a tanto tempo sem saber o gosto um do outro?

- Relaxa. – Me apoiei entre as suas pernas. – Deixa comigo. – Me abaixei e encostei em seus lábios novamente.

Em algum momento, os dois Cosmoem voltaram, sabe-se lá de onde que eles tinham se metido. Felizmente eu já tinha saído de cima de Rik a essa altura. Estávamos os dois deitados, de mãos dadas, olhando para o céu, sem saber o que dizer um para o outro. Continuamos naquela posição por alguns segundos, observando o sol se pôr.

Porra, o sol tava se pondo. Soltei a mão dele e me levantei, buscando minha bermuda.

- É melhor a gente vazar, antes que aquele Lycanroc decida dar um oizinho com seus irmãos.

Rik se levantou em silêncio, tentando disfarçar o constrangimento.

- Ei. Ãh... – Ele entrou na água para se limpar. – Sobre, bem... isso e... nós...

Virei-me para ele. Ele estava ainda mais vermelho do que mais cedo. Entrei na água junto com ele.

- Eu vou entender, se você quiser... esquecer que isso rolou. – Ele disse, evitando meus olhos.

- É isso que você quer?

- Sim. Quer dizer, não! Eu não quero, na verdade eu... – Ele bateu as mãos na água com exasperação.

Aaron e Angel se aproximaram da margem, nos observando com os olhos curiosos. Coloquei minha mão no rosto de Rik.

- Escuta, você é meu melhor amigo. Sempre foi. E sempre será. Nós passamos por muita merda junto, e eu te amo, pra caralho, nunca se esqueça disso. – Lágrimas desciam pelo meu rosto enquanto eu despejava as palavras. – Então, olha nos meus olhos e diz, você quer esquecer?

Ele também estava chorando. Passei as mãos delicadamente por suas bochechas, secando suas lágrimas.

- Não.

Sua resposta tirou um enorme peso do meu coração. Eu também não queria esquecer. Eu definitivamente não conseguiria esquecer. Abracei meu amigo e continuamos chorando juntos. Ele voltou a tocar meus lábios delicadamente. Nesse momento nossos companheiros soltaram sons de surpresas. Gargalhamos juntos entre os beijos.

Sim, vadia, transei com meu melhor amigo. E acabei descobrindo que ele era o amor da minha vida. Acontece.


~~//~~




Com todas horas que eu dediquei esse ano em Sword, seria sacanagem Galar não dar as caras na fic. Não estava no planos iniciais, mas desde que voltei a escrever eu já tinha bolado em como a terra dos bichos gigantes poderia se encaixar na história. Pra galera que não jogou o jogo, a Oleana existe no game e eu usei parte do plot do jogo de forma que ficasse algo plausível com o que eu pretendo fazer a partir daqui.

E sobre a parte do Liam... bem eu fiquei bem receoso kkkkkkkkk Vou esperar a opinião de vocês sobre o ocorrido, no mais, felizmente o Shiota eliminou as regras da área então eu não posso ser banido risos

Nos vemos em outro domingão, se tudo der certo o/
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Mensagem por Alice Le'Hills Qua 12 Ago 2020 - 18:25

Hey, Briju, como vai?
 
Bom, como estou no hype de Galar, assim como você, eu AMEI que o POV da Amanda se passou em Wyndon, que é uma das minhas cidades favoritas de todas as regiões (apesar de ser super limitada nos games, ela tinha potencial pra ser muito maior e melhor, mas anyway).
 
A Amanda não se lembrando de nada depois da ressaca me deu muito gatilho pois SAUDADE sair pra beber e ficar louca e depois voltar pra casa e não lembrar de nada kkkkkkkkkkk aff MICRÓBIO MALDITO. Passado o meu surto momentâneo, eu gosto muito da complexidade que você deu à Amy e de como você a tem desenvolvido como personagem.
 
Desde que o Rose foi anunciado, way back in 2019, eu já nutria uma certa desconfiança em relação a ele e ao seu caráter, então quando você o citou eu já fiquei intrigada pensando “hmmm o que será que ele vai aprontar” kkkk. No fim das contas ele nem deu as caras, mas torço pra que ele apareça em algum momento.
 
A questão do Dynamax é interessante, porque é um fenômeno que depende de um Power Spot/Ponto de Poder, mas esses são ditos serem exclusivos de Galar. Então logo de cara eu fiquei curiosa se o plano dos inconformados seria criar uma espécie de “power spot móvel” com a ajuda da Macro Cosmos, e depois isso se confirmou. Muito engenhoso da parte deles, e imagino o estrago que isso poderá causar nas regiões que não estão habituadas com o fenômeno. Gostei bastante de como você encaixou a história pra criar um background da criação do Dynamax Band.
 
A “luta” entre o Pachirisu e o Garbodor, apesar de mega curtinha, foi bem legal pra demonstrar o poder de um Pokémon bem treinado após usar o Dynamax/Gigantamax, e a sua descrição do golpe ficou muito boa.
 
Quanto à parte do Liam, eu confesso que me recordo muito pouco, só lembrava que ele tá em Alola kkkk. Mas, pelo o que eu entendi, ele e o Rik treinam, cada um, um Cosmoem, certo?  De qualquer forma, gostei da espécie de “trial” que eles enfrentaram nesse capítulo e todo o lance de conexão espiritual com o Aaron e o Angel.
 
Eu não esperava de forma alguma a parte da cachoeira kkkkkkkkkkkkkkkkk, confesso que fiquei de cara quando foi dito que o Liam tava olhando pro pau do Rik e fiquei mais de cara ainda com os dois batendo punheta juntos. A narração da cena em que os dois se pegam ficou MUITO boa, toda a descrição sensorial, as atitudes de cada um, e tudo mais. Muito bem escrito, de verdade.
 
Eu entendo o motivo de você ter ficado receoso com essa parte, mas achei que fluiu de uma forma tão natural sabe? Então acho que combinou e deu uma complexidade interessante pros personagens. Eu gostei bastante.
 
Erros não vi nenhum. É isso, boa sorte com a fic e até a próxima!

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Mensagem por Black~ Qui 13 Ago 2020 - 18:31

Bem, vamos lá kkk

A parte do Liam você já tinha me mandado, então só li a da Amanda mesmo kkkk. Mas o seu comentário fez sentido. Os dois capítulos de alguma forma se interligaram e realmente não seria bom se fossem separados, pois além dessa junção surpreendente, se cada um fosse um capítulo demoraria ainda mais para avançar a história. De toda forma, foi um bom capítulo.

Já começou com a Amanda full loucassa não sabendo nem onde estava e nem com quem estava. Na verdade, ela imaginava com quem estava mesmo estando com outra pessoa. Parece algo bem bobo isso, mas eu gosto muito que a Amanda tenha esse crush na Lydia e também da mesma forma que a Lydia ""gosta"" do Harry porque você não coloca as vilãs como "vadias sem coração que só querem fazer o mal" e elas apesar de tudo ainda são seres humanos normais, da mesma forma que você fez com o Nate capítulos atrás. Mas pro Nate to cagando kkkkk, enquanto a Amanda eu amo porque essa dualidade dela é muito legal kkk.

Bem, aparentemente nossa vilãzinha querida se lascou por ter mostrado o Palkia. Concordo com ela de que o Nate talvez tenha exagerado demais, mesmo a ideia dela sendo mega perigoso. De toda forma, parece ser aquela coisa de "o poder subiu à cabeça" e ele já está começando a ficar super loucão e cagando pra Amanda, que era sua fiel escudeira. Ou talvez o poder estava subindo à cabeça dela e ele quis dar uma liçãozinha para a moçoila.

Não conheço quase nada de Galar é muito menos as personagens kkk, mas essa Oleana aparentemente é importante no canon de Sw/Sh então por isso você a trouxe para a história e como representante de Galar kkk, mas de resto sei quase nada kk.

A começar pelos Dynamax. A Amanda não era a única a estar em dúvidas entre Dynamax e Gigantamax kkkk, eu mesmo nem sabia qual era a diferença, mas pude perceber que Gigantamax o pokémon além de crescer fica em outra forma. Novamente, não joguei os jogos, mas pelo pouco que sei, os pokémon só usam Dynamax nos estádios dos ginásios e no estádio de Wyndon né? Mas não sabia que tinha esse negócio de "ponto de poder". Aparentemente, eles querem levar essa ideia para outros lugares e bem, se isso der certo, a jiripoca vai piar.

Agora, a segunda parte do capítulo kk.
Como eu já havia dito, a história do Liam estava se passando no passado né? Porque passou dois anos na história, então se fosse no tempo atual o mundo já teria sido destruído em dois anos kkkk. Por isso então talvez ele sempre pareceu deslocado do resto da história, porque ele literalmente estava kkkk. De certa forma, ele era o personagem mais deslocado, mas se formos ver, era o primeiro a participar dela visto que estava antes de todo mundo kkk.

Eu gostei bastante desse lance espiritual deles, de se unirem com os - agora - Cosmoem a ponto de se tornarem basicamente um com o Pokémon. Acho que é uma versão um pouco mais aprimorada do Ash-Greninja kkkkk.

Agora a parte que a família tradicional brasileira chora kkkkkkkkkkkk. Mano, essa parte foi muito explícita, muita mesmo kkkk, mas ao mesmo tempo ficou muito boa e, por incrível que pareça, foi bem natural como a Alice disse kkk. De toda forma, acho que isso serviu para unir (até demais kkkk) os dois personagens. Acho que agora talvez fique um climão entre os dois kkk, mas de toda forma, pelo menos serviu para o Rik "se encontrar", talvez.

Bem, erros acho que teve um ou outro, mas não vou citar não kk.

Então, é só e boa sorte com a fic

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Mensagem por *Nina* Dom 23 Ago 2020 - 16:13

E aí, Brijuuu! Comentando meio tarde, mas ainda em tempo dessa vez!


E chegamos a um capítulo 100% 2020, que só foi possível graças ao hiatus da fic todos esses anos! kkkkkk
E a pergunta que não quer calar é: será que dessa vez você vai conseguir terminar a fic antes de surgir uma nova região, com novos lendários e novas mecânicas? kkkkkkk Fica o questionamento. Aliás, outro ponto é: lá em 2015, como você planejava prosseguir? Já que não tinha Alola nem Galar.



Comecemos com a introdução das Dynamax. Eu não conheço quase nada de Galar, só o que vi nas gameplays, mas gostei da introdução delas, acho que não teria como deixar de fora, pois podem render muita coisa, vamos ver o que os incorfomados estão planejando para elas. Confesso que ri quando a Amanda perdeu! kkkkk Achei bem feito ela finalmente perder, ainda mais que sempre se acha! Continue assim, quero ver eles perdendo cada vez mais! rsrs


Já a parte do Liam e do Rik, isso sim é que é definição de "apropriação cultural"! kkkkkk Os caras vem de fora, chegam lá na tribo, simplesmente começam a fazer parte dela e ainda são escolhidos pelos Cosmogs! kkkkkkk Gostei de ver um pouco sobre o treinamento deles. Mas nessa parte aqui, você chamou o Cosmog do Liam de Aaron, mas pelo que entendi, o dele é o Angel não é?

Eu estava tentando me manter em uma perna só em um galho de uma árvore, tentando buscar o maldito Equilíbrio que minha mestra tanto falava. O galho quebrou e eu despenquei dois metros, mas antes de amassar meu belo rosto, senti uma energia que me fez levitar, alguns centímetros do chão. Quando vi, Aaron estava do meu lado, com uma aura rosa ao redor de seu corpo. Foi a primeira vez que eu e meu pokémon nos conectamos pra valer.


E bem, sobre o final, eu confesso que não sou fã de cenas de sexo kkkkk acho apelativas e desnecessárias, mas sei que o pessoal gosta.Mas do jeito que você tinha falado, eu já tava pensando que esse cap seria quase um pornô! kkkkk Mas não foi não, porque a cena foi até rápida. Como estamos vivendo em um fórum sem leis, acho que não tem problema colocar de todo jeito.


Bom, é isso, aguardo o próximo cap, agora já pode postar! rsrs
Um abraço e até mais!

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Mensagem por Shiota Dom 30 Ago 2020 - 3:41

Hey Briju o/

Depois de dois capítulos, finalmente to aqui de volta. E falando pelo primeiro deles, você disse que foi o maior da fic, mas provavelmente foi o que eu li mais rápido em muito tempo, não sei se eu tava realmente muito disposto no dia ou você que me prendeu totalmente na escrita, mas de qualquer forma, pontos pra você por isso kkkkkkkk. Eu gostei bastante dele, foi legal como você apresentou o sonho e depois "desenhou" tudo para que o Zane realizasse isso, mas como o capítulo girou muito em torno disso, eu não sei muito o que comentar. Achei interessante o relacionamento do Mew e do Zane e, apesar de eu não curtir muito pré-destinação, me lembrou um pouquinho a ideia geral da minha primeira fic e por isso me deu uma gotinha de nostalgia lendo, mas você com certeza fez isso bem melhor do que eu faria. Só senti um pouquinho de saturação na descrição de como Zane se sentia com o Mew, acho que li muito "amigável", "confortável" e afins durante o cap, mas não tenho certeza se eu assumiria essas sensações se você não ficasse insistindo, então não sei nem se isso aqui é uma crítica KKKKKKK. Inclusive achei curioso o Brendan ser bem mais novo que a May na fic, a menos que seja um Brendan Jr ou algo do tipo.

Sobre o segundo... primeiro de tudo quero ressaltar algo que eu talvez já tenha comentado por aqui, mas gosto muito desse jeito "briguento" da Amy, talvez ela seja uma das personagens secundárias com mais personalidade por aqui. E eu não lembrava dela ter essa queda pela Lydia, mas o que ela chegou a fazer movida por isso... nossa, que fase KDASKOPDKASPOD. Também curti sua descrição sobre a moça "sem expressão" (e, dessa vez, não achei saturado, sei lá, devo ser estranho), ainda nem olhei nada no google sobre ela, mas gostei do "jeito: sem jeito" dela. Eu não sabia disso de Dynamax ser usado em locais específicos, mas achei uma sacada genial ela desenvolver algo "portátil" pra você conseguir implementar na sua fic. Fico até curioso com o quanto você mudou da fic pra encaixar tudo isso, será que a Amy ia ficar isolada em um outro lugar antes? 

E, por fim, a parte do Liam. Achei legal esse lance de desafio e tal, mas vou nem enrolar e pular logo pro que mais quero comentar: a cena de sexo. Cara, você me surpreendeu muito com isso KKKKKKKKKKKKKKKKK. Fico até feliz de ter enterrado as regras por enquanto, cofcof. Eu tava lendo e foi tipo "hm ele colocou os 2 pelados, mas sem muitos detalhes", "hmmmm ele diretamente falou do pênis do outro" e "MINHANOSA ELES FIZERAM". Já vi muitos hentais pensando "como caralhos isso vai acabar em sexo?" e tenho certeza que se soubesse desde o começo que o cap teria isso ficaria com a mesma sensação aksopdapdoakgopsakd. Enfim, achei um tanto "corajoso" já que o pessoal aqui (eu incluso) não está muito habituado com esse gênero de fic, mas em geral eu não vejo problema algum. Pode ser um pouco "desnecessário" no ponto de vista do enredo, mas acho útil pra desenvolver relacionamentos de personagens, apesar de haver a opção de simplesmente "timeskipar" o ato (como você fez lá em cima aliás), detalhar acaba sendo mais envolvente e a gente sente mais o progresso do relacionamento, então achei bem válido a maneira como você usou. Inclusive, eu já tinha idealizado umas cenas do gênero (mas não exatamente envolvendo sexo) pra minha fic, nesse ponto também foi ótimo ver como você trabalhou isso, vai me ajudar futuramente.

Bom, se eu não estiver esquecendo de nada, por enquanto é isso. Até mais o/

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Mensagem por Brijudoca Dom 6 Dez 2020 - 20:17

Olar, cheguei com um capítulo yay só com algumas semanas de atraso. Sigo firme no objetivo de ACABAR essa história, mesmo que não sobre ninguém pra ler, pois se tornou um desafio pessoal. Vamos nessa.

respondendo os comentários:


Já peço que me perdoem e/ou apontem os erros pq eu dei uma revisada bem básica, e respondi os comentários rapidão pra postar essa budega logo

Esse capítulo continua as aventuras do núcleo do Harry, depois que eles decidiram partir pra treta lá no capítulo XI, que eles decidem caçar o Rayquaza e trás conexões com o primeiro, sim O PRIMEIRO capítulo da fic. Quando vocês lerem devem se lembrar, mas caso não, eu  posso esclarecer,  pq ninguém merece ficar voltando pra lembrar de coisas por culpa minha que demoro pra escrever kkkkkkk

Beijos e quem sabe tem outro capítulo antes de 2021? Eu não vou prometer mais nada.





Capítulo XIV
Preto e Branco

Lydia




- Mais alguma coisa, moça? – Perguntou o vendedor, sorrindo de forma gentil.

- Só isso mesmo, obrigada. – Lydia colocou o dinheiro sobre a bancada e pegou as sacolas, deixando a lojinha.

Pacifidlog era um dos lugares mais curiosos de Hoenn. A vila era composta por um conjunto de casas de madeira construídas sobre o oceano. Pontes do mesmo material ligavam uma construção a outra. Enquanto voltava para o barco, Lydia observou alguns moradores, sentados na beirada de uma das pontes, pescando e jogando conversa fora. Ela sabia que a economia do lugar girava basicamente em torno da pescaria, tanto que o vendedor da única loja de conveniência da vila se surpreendeu ao ver uma mulher desconhecida no local.

Lydia seguiu seu caminho, atraindo olhares curiosos por onde passava. O iate que tinha conseguido para a missão estava atracado no que eles chamavam de porto. Era um pequeno amontoado de barcos pesqueiros, ancorados em um píer de madeira, que parecia que iria se desfazer a qualquer momento. O Brilho do Milotic era um barco luxuoso e estava ocupando boa parte do “porto”. A jovem decidiu se apressar, para que pudessem deixar o local sem chamar mais atenção.

A embarcação que ela tinha conseguido para missão era luxuosa. Inteiramente branco, o veículo era motorizado, e possuía uma cozinha completa, banheiros e três quartos totalmente equipados. Os meninos basicamente não acreditaram no que viram quando Lydia o apresentou como o iate de férias da sua família.

- Estou de volta. – Anunciou Lydia

O casal Max e Fred estavam debruçados sobre um mapa da região, fazendo anotações e discutindo baixinho. Harry observava o oceano com Squirtle apoiado em seu ombro. Ele sorriu para Lydia.

- Caramba, você foi rápida.

- Eficiente, eu diria. – Ela entregou parte das sacolas para o rapaz. – Me ajude a guardar os mantimentos na dispensa. Cadê o Spencer?

- Ele tava discutindo com Max e Fred e agora foi trocar uma ideia com o capitão, sobre as regiões que ainda não exploramos.

O grupo tinha passado os últimos dois dias velejando pelas águas que dividiam a cidade Sootopolis do vilarejo Pacifidlog, local que as lendas apontavam que o Sky Pillar poderia ser encontrado. O capitão Sanchez era um homem idoso, porém cheio de energia, sendo um velho contratado da família de Lydia que sempre conduzia a embarcação com bom humor.

Os dois entraram na cozinha do iate e se puseram a guardar os mantimentos que Lydia havia trazido do vilarejo, que consistiam basicamente em enlatados e alguns peixes frescos que eles teriam que consumir logo, dada a perecibilidade do alimento.

- Eu tentei conversar com alguns dos pescadores da vila. – Disse Lydia enquanto guardava as garrafas d’água e sucos que trouxera na geladeira. – A maioria não me deu bola, mas um deles me contou sobre um trecho mais perigoso, que eles costumam evitar, pouco mais ao norte daquela região com as pedras esquisitas que a gente viu ontem, lembra?

- Não gosto de coisas perigosas. – Disse Harry, com a expressão sombria. – Mas é óbvio que o Sky Pillar não vai estar há vista de todos.

- Bom, então vamos falar com o pessoal.

De volta do deck do navio, Harry e Lydia se encontraram com o casal, que ainda discutia novas rotas há serem exploradas.

- A gente tentou traçar possíveis rotas que ainda não exploramos, mas é meio difícil diferenciar as coisas quando tudo que vemos é água e pedra. – Comentou Max.

- Eu tenho uma sugestão. – Lydia identificou a região com as pedras estranhas, meticulosamente desenhadas por Fred no mapa. – Um dos pescadores me contou que as águas ao norte dessas pedras são particularmente perigosas e que nenhum dos moradores da região se atrever a navegar por elas.

- Genial minha cara Lydia. – Spencer surgiu no deck, sorrindo como se tivesse ouvido uma piada. Apesar da equipe estar em uma expedição, o cientista usava um look como se estivesse de férias, com camiseta regata e uma bermuda curta decorada com bolinhas. – Fui falar com o capitão justamente sobre alguma região que o radar do barco tenha detectado maiores oscilações de ondas, que não pudessem ser tão seguras.

Spencer se aproximou do mapa e apontou exatamente para região das pedras.

- Ele disse que ontem, quando passamos por aqui, o radar do barco indicou que as águas eram perigosas, com possível formação de redemoinhos. Acho que este é o local que devemos explorar.

- Mas, se o próprio sistema do barco e os pescadores indicaram que não é um local seguro, como vamos chegar lá? – Questionou Fred, coçando o queixo.

- Imagino que realmente não seja seguro para as embarcações simplórias desse povoado, mas não para O Brilho do Milotic, certo? – Lydia ergueu os braços, contemplando o iate luxuoso.
- Penso da mesma forma. – Completou Spencer. – Vamos desbravar novos mares, marujos?

Todos assentiram, sem tanta empolgação quanto Spencer, e se preparam para atracar do vilarejo em direção ao oceano.

Lydia observou como o casal desmontava a mesa em que estavam trabalhando com o mapa e guardava vários papéis com dados que a resistência tinha coletado sobre o lendário Rayquaza. Ela não teve tempo de conhecer muito de Max e Fred, mas percebeu que eles eram o tipo de casal que estava sempre em harmonia, de forma que um sempre completava a atividade do outro enquanto estavam trabalhando. Os dois não carregavam nenhum pokémon consigo e toda vez que a garota tentava puxar assunto eles eram diretos e evasivos. Ela logo percebeu que teria que se esforçar para ganhar a confiança deles e obter mais informações sobre a resistência.

O Brilho do Milotic partiu em direção ao oceano logo que Spencer deu as direções para o capitão. Por ter um motor da mais alta tecnologia, o barco conseguia se locomover de forma incrivelmente rápida para o seu tamanho. A visão da velha vila de pescadores foi substituída pelo infinito azul das águas, misturadas a encostas de terra e falésias desbocadas em pequenos pedaços de areia.

- Ei, por que você não solta seus pokemon pra tomarem um pouco de ar? – Harry, que ainda estava com Squirtle sobre o ombro, pegou uma pokeball do bolso, materializando seu Munchlax. O pequeno e gorducho pokemon rugiu feliz e farejou o ar, partindo em direção à cozinha.

Spencer seguiu o amigo, liberando seus dragões Noivern e Dragonite, que alçaram voo, dando voltas pelo entorno da embarcação.

- Talvez mais tarde. – Desconversou Lydia.

As pokeballs de Pikachu e Poliwhirl estavam guardadas em sua cabine, dentro da bolsa tiracolo. O difícil seria não demonstrar a falta de afeição que ela tinha com os próprios bichos. Como uma inconformada, Lydia enxergava os pokémon apenas como instrumentos de trabalho, que ela mal podia esperar para se ver livre.

Sua mente começou a divagar pelos motivos que ela nutria desprezo pelos pokémon e os motivos que a levaram a e se juntar aos inconformados. A dor das lembranças logo fariam com que ela perdesse o foco, então a garota se concentrou no que seu líder, Nataniel, havia dito no fatídico dia em que se juntara à causa.


- Podemos expurgar essa praga que assola o mundo e salvar a humanidade, minha querida. – A voz de Nataniel era séria, porém doce. – Junte-se a nós, e você terá um motivo para lutar e se sentir vingada.


Vingança. Lydia saboreou a palavra enquanto observava o barco se aproximar da região rochosa que haviam navegado no dia anterior. O sucesso do plano dos inconformados podia depender dessa missão e ela não podia se distrair.

Capitão Sanchez direcionou o rumo da embarcação para o norte. O caminho era cada vez mais irregular, com diversas rochas bloqueando a correnteza e forçando curvas cada vez mais agudas. O belo rosto de Max, que mais parecia um modelo do que um revolucionário, assumiu um tom esverdeado e o rapaz disparou em direção ao banheiro.

Eles continuaram por esse trecho por cerca de uma hora, observando os detalhes e tentando encontrar algum sinal do Sky Pillar. O céu, antes limpo e com poucas nuvens, aos poucos foi ficando nublado. Lydia percebeu que as águas estavam vez mais agitadas.

Quando o céu atingiu um tom cinza escuro, o capitão Sanchez parou o barco e desceu para o deck, onde a equipe aguardava, temerosa. Sanchez era um homem negro, corpulento e de barriga protuberante. Utilizava um traje de marinheiro, com um sobretudo azul e um chapéu branco sobre os cabelos grisalhos.

- Senhorita Lydia – a voz do velho soava temerosa. – Devemos fazer uma pausa, uma tempestade se aproxima e os radares indicam que as águas estão cada vez mais agressivas ao norte. Sugiro que a gente atraque onde estamos para passar a noite e podemos prosseguir pela manhã.

Todos assentiram em silêncio, sem ver outra opção plausível. Com a tempestade cada vez mais próxima, todos decidiram se recolher para seus aposentos e descansar para continuar a expedição.

Lydia tinha ficado com um dos quartos só para ela, visto que era a única mulher a bordo. O aposento era composto de móveis brancos e uma cama fixada na parede, com uma pequena janela logo acima.

Seu celular repousava em uma pequena mesa de cabeceira. O dispositivo era quase inútil no momento, pois desde que chegaram ao entorno da cidade Pacifidlog ele estava totalmente sem sinal. Ela estava sem contato com seus companheiros há quase dois dias.

O prenuncio de tempestade fez jus a chuva que se seguiu. Lydia se deitou na cama e tentou ignorar as sacudidas no barco, os lampejos brilhantes dos raios e ruído dos trovões. Imaginou que se eles tivessem continuado a expedição, provavelmente agora estariam no fundo do mar. Um fim tão clichê, pensou ela de forma amargurada.

Passadas mais de três horas, a tempestade começou a perder o fôlego, mas a essa altura já era noite. Lydia não estava no melhor dos ânimos para confraternizar com seus colegas de viagem. Ganhar a confiança de Max e Fred exigia um esforço que ela não estava disposta a exercer no momento, e se tivesse que ouvir mais alguma piada sem graça de Spencer iria vomitar.
Decidiu se cobrir e dormir, na esperança de que o dia seguinte trouxesse algum êxito na missão. Ouviu alguns barulhos vindos da cozinha, então concluiu que a tripulação deveria ter feito algo para o jantar, mas nenhum veio incomodá-la.

Conforme o sono se aproximava, ela começou a pensar em Harry. Ele provavelmente estava preocupado que ela não saiu do quarto, mas ao mesmo tempo respeitava o seu espaço o suficiente para não bater na porta. Ela conseguia imaginar seu olhar de preocupação naquela cara boba, que mesmo já tendo passado por tanta coisa, sempre tinha um sorriso fácil.

O rapaz tinha um jeito introvertido e desengonçado que não devia atrair atenção das garotas, mas quanto mais tempo eles passavam juntos, mais ela percebia detalhes em suas feições que o deixavam mais bonito. Os olhos esverdeados como o mar tinham uma coloração quase única, que faziam Lydia divagar quando ele a encarava. Ele revelou que tinha vergonha das suas sardas, mas elas lhe davam um charme que combinava muito com seu sorriso. Até o cabelo bagunçado, de alguma forma, chamava a sua atenção, como se encaixasse perfeitamente no look de garoto retraído.

Lydia acordou de supetão. Olhou para o relógio do celular e percebeu que tinha tirado um mero cochilo e ainda era madrugada. A lua iluminava parcialmente o seu quarto através da janela. O céu agora estava limpo. Ela percebeu que se deitar sem se alimentar não tinha sido uma boa ideia e decidiu deixar o quarto e cometer um pequeno assalto à cozinha.

Após pegar um pacote de salgadinho, Lydia olhou pela porta que dava acesso ao deck e se surpreendeu em ver que Harry estava sentado, junto ao seu Munchlax, encarando as estrelas. A garota abriu a porta, desviou das poças de chuva deixadas pela tempestade e se juntou ao companheiro.

- Insônia? – Perguntou ela, puxando uma cadeira para se juntar ao rapaz.

- Sim. – Harry sorriu ao vê-la. – Esse negócio da gente ficar sem sinal é muito ruim, queria falar com o professor Birch... E queria falar com meu irmão.

O sorriso de Harry endureceu. Lydia nunca tinha visto uma relação de irmãos tão bonita quanto a dele com Zane. Ficar sem ver o garoto devia estar matando-o de preocupação.

- Tenho certeza de que ele está bem e seguro. Você devia se preocupar mais consigo mesmo.

- Pode me chamar de babaca altruísta, mas eu sou sempre a última prioridade pra mim mesmo. – Ele riu, desconfortável. – Fred preparou um fricassê delicioso com o peixe que você trouxe e eu só pensava em ir lá te oferecer, mas não queria te incomodar. Sinto muito.

- Besteira, eu tava apagada e ia ficar puta de você ir me incomodar. De qualquer forma, sinto que seus amigos não curtem muito a minha presença.

- Max e Fred? Não esquenta, eles são mais na deles assim mesmo. Mesmo a gente se conhecendo a pouco tempo, eu sinto bastante confiança neles.

- Mas qual é a deles? Como eles se juntaram a resistência?

- Eles não curtem muito falar sobre o passado, mas sei que já perderam pessoas importantes por culpa dos inconformados – Harry deu de ombros, como se aquilo encerrasse a discussão.
Lydia dividiu um pouco do seu salgadinho com Munchlax, que estava com os olhos brilhando em direção ao petisco e ofereceu também para Harry, que recusou.

- Meu estômago tá meio embrulhado. Acho que é nervosismo. – Ele encarou o oceano. – Estou com medo dessa missão não dar em nada e estarmos perdendo tempo aqui.

- Também estava pensando nisso. Mas acho que não devemos perder as esperanças.

- Queria conseguir ser assim, mas só consigo pensar no que os inconformados estão planejando nesse exato momento enquanto estamos aqui, no meio do nada.

Lydia encarou o mar em silêncio. Ela queria poder confortar o rapaz. Harry estava com o olhar vazio e abatido. Ele não merecia o sofrimento que passaria em breve, quando descobrisse sua real identidade. A garota segurou a mão dele. Se ao menos tivéssemos mais tempo, eu poderia fazê-lo entender, poderia te mostrar que tudo vai mudar e que o mundo vai se tornar um lugar melhor.

- Nem tudo é preto e branco, Harry... – Ela se interrompeu, antes que falasse alguma besteira.

- O que isso quer dizer?

- No momento – Lydia se levantou e se aproximou do rosto do garoto. – Que você tem que enxergar além do óbvio e não perder a esperança – e deu um beijo em sua bochecha.

Lydia não soube exatamente por que fez isso, talvez apenas para encorajá-lo ou como um beijo de despedida antes de ir dormir. Mas em vez de se levantar e voltar para a cabine, como ela planejava, se viu presa ao momento, encarando o rosto do rapaz. A pele de Harry imediatamente tomou um tom escarlate e sua mão, que ainda estava sendo segurada por ela ficou levemente escorregadia. Ele abriu a boca e fechou sem dizer uma palavra. O rubor deixava suas sardas ainda mais ressaltadas. Lydia acabou dando um leve sorriso com a falta de jeito do rapaz, pensando no quanto ele era bobo... e lindo.

O momento acabou interrompido por Munchlax. O pokemon grunhiu alto, reproduzindo o seu nome, e saiu correndo para a borda do navio, apontando para o nada. Lydia e Harry se assustaram com a súbita quebra de clima e correram em direção a ele.

- O que foi amigo? – Harry tentou tranquilizar o pokemon, sem sucesso.

Tudo que a pequena criatura continuava a fazer era bradar “Munch, Munchlax” de forma excitada e apontar em direção a uma pequena ilhota, a alguns metros do navio, sem nada além de areia e vegetação marinha. Harry apoiou as mãos no pokemon, tentando acalmá-lo, mas ao toca-lo seu queixo caiu.

- Tem um portal ali, na água próximo daquele pedaço de terra, e dá pra ver uma caverna através dele! Não estava ali a um segundo atrás, mas agora eu tô vendo.

- Harry, como isso é possível? Não tem nada lá.

- Mas o Munchlax enxergou, e agora eu também consigo ver. Tenta tocar nele, que nem eu fiz.

Lydia reproduziu o movimento de Harry, mas não conseguia ver nada além de areia.

- Harry...

- Eu vou acordar os outros, isso tem que ser alguma coisa.

Com excitação, Harry disparou para dentro do navio e voltou em instantes com versões sonolentas de Max, Fred e Spencer. Os amigos tentavam entender a excitação de Harry, mas estavam tão confusos quanto Lydia.

Exceto Max.

- O Munchlax de Harry não é um pokémon comum. – Começou ele. – Ele passou anos sozinho no Distortion World e isso deve significar alguma coisa.

- Mas como só o Harry tá conseguindo enxergar?

A expressão de Fred foi tomada por um tom de compreensão.

- É por causa da ligação, entre pokémon e treinador. – Fred olhou para o namorado, que assentiu, sorrindo. – Harry e Munchlax tem uma conexão especial e por isso ele deve estar vendo algo que nós não conseguimos.

Lydia achava isso tudo uma grande baboseira, mas decidiu dar um voto de confiança.

- Vou acordar o capitão e vamos investigar.

Sanchez não gostou nada de ser acordado no meio da noite, e ficou ainda mais irritado em ser guiado em direção ao nada. Harry se juntou ao capitão e guiou a direção que ele deveria seguir.

O brilho do Milotic foi se aproximando da pequena ilhota, mas Lydia ainda não fazia da ideia do que Harry estava enxergando.

- Pare o barco! – Gritou ele.

O capitão freou o veículo, causando um solavanco que quase arremessou Spencer direto para a água. Harry correu para a proa do barco junto com Munchlax e apontou para a água, com os olhos brilhando.

- Olhem.

E, dessa vez, Lydia enxergou. No meio do oceano, um círculo de luz brilhava e através dele era possível enxergar um túnel, talvez de uma caverna. Harry e Munchlax estavam próximos e ela podia jurar que eles estavam emitindo uma luz similar a do portal.

- O que a gente faz agora? Pula? – Questionou Spencer.

- Não sei se é o mais prudente... – Max interrompeu seu pensamento com um grito de susto.

A imagem no portal tinha se alterado. Exibia um homem de meia idade e cabelo grisalho, e por trás dele era possível enxergar apenas um céu na cor púrpura.
- Cuidado, meninos, vocês chegaram longe e vão precisar do máximo de determinação.

- Norman? – Harry parecia hipnotizado. Max e Fred se entreolharam embasbacados.

- Me desculpem, amigos. – O olhar de Norman se direcionou para o casal. – Eu falhei com a resistência. Tentei alcançar Rayquaza sozinho e não tive motivação o suficiente, acabei preso, aqui...

Lydia chegou à conclusão de que estavam vendo uma transmissão direta do Distortion World, onde Harry e Spencer tinham encontrado o ex líder de ginásio.

- Nós vamos tirar você daí. – Disse Fred. Spencer assentiu vigorosamente.

- A missão de vocês é outra, infelizmente eu quis fazer tudo sozinho, mas agora entendo que jamais seria possível. – Norman sorriu. – Vocês precisam ficar juntos e focar o máximo no real objetivo de vocês. O menor vacilo e vocês podem ser mandados para outro lugar, e acabar como eu.

- Norman... – A voz de Harry falhou.

- Boa sorte, se segurem.

A água se tornou subitamente mais agitada, sacudindo o iate de forma violenta. Harry retornou seu pokémon para a pokeball e o grupo deu as mãos um para o outro, tentando se equilibrar, mas uma força sobrenatural parecia emanar do portal. A imagem de Norman tinha desaparecido, e agora tudo que restava era um intenso brilho violeta.

Um forte vendaval tomou conta do barco e empurrou os cinco para fora do navio, como se eles fossem folhas. Lydia sentiu o frio da água do oceano encharcar suas roupas e segurou forte a mão de Harry, pois sentiu que eles estavam começando a girar.

O portal tinha se transformado em um grande redemoinho. Spencer segurava a outra mão de Harry, com Max e Fred agarrados em suas pernas. A água salgada inundava a narina de Lydia, queimando seu pulmão e fazendo com que ela perdesse a concentração.

Tentou se manter calma e focar no objetivo, como Norman havia instruído.

Rayquaza, meu objetivo é Rayquaza. Finalizar o plano dos inconformados e realizar o sonho de Nate.

O redemoinho ficou cada vez mais forte. A mão de Spencer escorregou, e logo ele, Max e Fred foram varridos para longe. Harry tentou gritar, mas sua voz foi abafada pela água. Com um lampejo de luz, Lydia ficou sufocada e sua visão escureceu. Por segundos que, pareceram uma eternidade, ela achou que ia morrer.

De repente, tudo cessou e ela se viu caída na beira de uma praia. Tentou se levantar, porém seu corpo estava fraco. Tossiu uma quantidade generosa de água salgada e olhou para os lados. Não conseguia ver nada, além das ondas quebrando no horizonte, até que alguém a ajudou a ficar de pé.

- Conseguimos, Lydia.

Harry a envolveu com seus braços e a ajudou a ficar de pé. Ao norte da praia havia uma pequena gruta, e partindo de sua base, era possível enxergar uma torre branca que ia em direção aos céus. Era tão alta que alcançava a altura das nuvens e não era possível enxergar o topo.

Ela encarou Harry. O cabelo estava encharcado e coberto de algas marinhas, com alguns cortes no rosto. Supôs que ela mesma não devia estar em situação muito melhor.
- Onde estão os outros?

- Não sei. – Sua expressão era sombria.

Norman dissera “Foquem ao máximo no real objetivo de vocês. O menor vacilo e vocês podem ser mandados para outro lugar, e acabar como eu.”. A motivação de Spencer e dos meninos da resistência não era forte o suficiente? Se Norman tinha ido parar no Distortion World, o destino dos rapazes não deveria ser muito agradável.

- Temos que continuar a missão, Harry...

Dito isso, as forças de Lydia se esvaíram e ela desmaiou nos braços do rapaz.
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