Pokémon - Project Z

Hello~
Talvez algumas pessoas me conheçam do tópico de apresentação xP mas enfim, eu falei que iria postar uma fic e aqui estou rs~ espero que gostem~!

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Capítulo 1 - Dupla Realidade.

E eu suspirei pelo que deveria ser... A vigésima vez só naquele dia. Ajeitei o boné que estava piorando a situação de meus cabelos cor de chocolate já bagunçados e encarei a pessoa a minha frente sem muito interesse.

Ele aparentava ter a mesma idade que eu, cerca de 15 anos, ou talvez fosse um pouco mais velho já que era mais alto... Não que isso fosse algo extraordinário sendo que até mesmo minha irmã mais nova era mais alta que eu... Balancei a cabeça para clarear as idéias e me concentrar na pessoa que estava à frente e na situação atual.

Se eu não me enganava, o garoto a minha frente se chamava Lenn, ele era um estudante de elite* que havia acabado de derrotar a elite 4 e agora estava desafiando o campeão da academia*, supostamente eu, para uma batalha visando ganhar a posição de campeão de Johto... Nada muito fora do normal.

Tirando o fato de eu não ser o campeão da escola, claro. Mas fazer o que? Todos acham que eu sou o treinador gênio de Johto, o suposto treinador invencível que se tornou o campeão da região com apenas 12 anos de idade... O que era provavelmente a mentira mais absurda do século considerando que eu não consigo ficar perto de quase nenhum tipo de Pokémon sem desmaiar alguns minutos depois. Algumas vezes eu questionava seriamente a inteligência de meus colegas...

“Hey!” Disse uma voz distraindo-me dos meus pensamentos.

Segurando a vontade de dar um tapa em mim mesmo por “viajar” em um momento tão importante, me forcei a focar minha atenção no treinador à frente.
Certo, vamos recapitular: Lenn, aparentemente deveria ter entre 15 e 16 anos de idade, cabelos loiros, curtos e perfeitamente penteados e sem nenhum fio fora do lugar, o completo oposto de meus cabelos eternamente bagunçados, que chegavam até a altura dos ombros e olhos verdes que pareciam desafiar a todos que olhavam na sua direção... Em minha concepção um riquinho mimado. Ótimo, e sim, isso foi sarcasmo.

Ele continuou a olhar em minha direção por mais alguns segundos, e quando teve certeza que eu não iria para o “mundo do La-La-La” tão cedo deu um sorrisinho convencido e disse:

“Então, pronto para iniciar nosso batalha, campeão?” Eu podia sentir o sarcasmo transbordando da palavra “campeão” mais eu já lidei com coisa pior... Na verdade eu lido com coisas bem piores quase todo dia, então apenas dei de ombros e disse sem muita cerimônia:

“Claro, quando você quiser.”

Minha frase fez seu sorriso aumentar. Pegando uma pokebola que estava em seu cinto ele liberou uma criatura que lembrava uma estranha mistura de dragão com um jacaré... Só que esse jacaré era azul com algumas escamas vermelhas e parte de sua barriga junto com a parte debaixo de sua mandíbula eram amareladas.

A criatura me fitou com seus ameaçadores olhos amarelos e mostrou seus dentes afiados. Por fora eu mantive minha aparência calma, mas por dentro estava gritando feito uma garotinha.

“Espero que não se incomode com meu Feraligatr, ele está com um pouco de mau humor por não enfrentar algum oponente que durasse mais de alguns segundos contra ele.” Falou o garoto convencido enquanto seu sorriso apenas ficava maior.

Eu, é claro, não escutei uma única palavra do que ele disse. Ah não, eu estava muito ocupado usando toda minha força de vontade para não sair dali correndo de um jeito não muito másculo e me esconder debaixo da cama junto com meu travesseiro murmurando: “O jacaré não vai me pegar, o jacaré não vai me pegar...” Ou algo desse tipo. Meu orgulho? Morreu faz tempo.

Lutando para não desmaiar e para continuar com minha face impassível esperei o sinal para sair daquela tortura.

‘Ora, vamos.’ Pensei começando a suar frio. ‘Cadê você Airi?’

Percebendo que eu ainda não tinha esboçado nenhuma reação aparente e nem havia liberado nenhum de meus pokémons, que são inexistentes claro, Lenn levantou uma sobrancelha e disse sarcasticamente:

“Porque a demora? Por acaso o grande campeão de Johto está com medo?” Oh, ele não fazia a mínima idéia de quão certo estava naquele momento.

Resolvi não responder. Já estava usando toda minha força de vontade para não demonstrar meu medo e desmanchar em lagrimas naquele momento, eu tinha certeza que se abrisse minha boca ou eu não conseguiria dizer nada ou então iria ficar murmurando coisas sem sentido como um velho caquético... O que não seria algo muito bom para minha imagem de “campeão”, afinal, mesmo sendo mentira eu ainda tinha minha dignidade!

... Parte dela pelo menos.

E finalmente, quando minhas pernas, que lembravam mais gelatina do que pernas a essa altura, estavam prestes a ceder, eu vi um pequeno flash de luz piscando atrás de Lenn. O flash não era nada de extraordinário, e muito menos algo que chamasse atenção. Se outra pessoa além de mim o visse, provavelmente acharia que estava imaginando coisas ou que apenas viu a reflexão de luz em algum objeto brilhante. Ou seja, era um sinal perfeito.

Quando vi o sinal, finalmente pude soltar o ar que nem mesmo notei que estava prendendo. Abaixei meu boné até que ele cobrisse meus olhos e dei um sorriso malicioso. Respirando mais uma vez, eu disse aquelas palavras do mesmo jeito que eu tinha certeza que ela diria:

“Vamos começar então, desafiante.” Mesmo sem vê-lo, graças ao boné, eu pude sentir os olhos de Lenn estreitarem. Ele não havia ficado nada feliz com o grave tom de sarcasmo que eu coloquei naquela última palavra.

E antes mesmo que Lenn pudesse responder minha provocação às luzes apagaram. Já tendo me acostumado com aquela rotina, (quando você faz isso quase todo dia, você acaba se acostumando, querendo ou não) rapidamente corri para trás de Lenn, que ainda estava tentando fazer seus olhos se acostumarem com a repentina escuridão.

No caminho, cruzei olhares com o que poderia ser minha imagem refletida no espelho: cabelos castanhos bagunçados, calças jeans desgastadas, e uma blusa preta com uma jaqueta vermelha por cima, que eram exatamente as roupas que eu estava usando naquele momento. Os detalhes que nos diferenciavam como o longo cabelo da figura preso por um rabo de cavalo e seus olhos prateados tão diferentes dos meus que são dourados, estavam escondidos pelo boné, que além de esconder seu cabelo ainda fazia sombra sobre seus olhos, impossibilitando que uma pessoa diferencie sua cor, a menos que esteja perto.

Tão repentinamente quando se foram, as luzes já estavam de volta. Claro, há essa hora, eu estava seguro, longe daquele jacaré e da luta que ocorreria ali. Minha localização era uma sala bem a cima da arena onde ocorreria a luta. As paredes da sala eram feitas de um vidro super resistente, que possibilitava os ocupantes ver a paisagem por fora, mais que impedia qualquer um de enxergar o que se passava dentro dela.

Quando finalmente tive certeza que eu estava seguro, e bem longe daquele jacaré assassino, eu finalmente me permiti relaxar um pouco, e após tirar meu boné, literalmente deixei meu corpo cair em um pequeno sofá de couro localizado bem atrás de mim. Dei um suspiro e senti meu corpo ficar mole, enquanto fechava os olhos e acalmava minha respiração.

“Cansado?” Perguntou uma voz masculina atrás de mim.

Não precisava me virar para saber quem era o dono daquela voz. Afinal, pouquíssimas sequer sabiam da existência daquela sala, sem contar que aquela era uma voz que eu conhecia fazia cerca de... 5 anos.

Com um pouco de preguiça, forcei minhas pálpebras a abrirem e meus olhos a encararem a pessoas a minha frente. Eu tentei, eu realmente tentei forçar minha expressão a mostrar o quão cansado e mal humorado eu estava e que se aquela pessoa não calasse a boca naquele instante eu provavelmente a calaria eu mesmo. Com meu punho.

Porém, julgando o jeito que ele continuava sorrindo e me fitava alegremente, se segurando para não rir, eu provavelmente só estava fazendo bico, ou uma careta. Ótimo, até meu corpo estava contra mim. Bufei irritado.

“Aww, você não precisa ficar tão irritado... Apesar de ser hilário ver você fazendo bico feito um garotinho de 8 anos que não ganhou o que queria de papai Noel, essa cara não é muito boa para seu título de campeão, certo?” Disse descontraído, apesar de eu poder ver claramente que ele estava se forçando até demais para não rolar no chão de tanto rir. Senti minha face esquentar de vergonha.

“Oh, cale a boca Ocean.” Eu realmente queria ter alguma coisa inteligente para dizer ao implicante, mais infelizmente as únicas palavras em meu cérebro naquele momento de exaustão eram: ‘Dormir... Airi eu te odeio... Ocean é um idiota... Seria interessante ver lulas voarem... E se voassem dançariam cancan?’ Espera aí, da onde veio isso?

Sacudindo minha cabeça para me livrar de imagens de lulas voadoras dançantes, comecei a pensar que talvez o sono tivesse o mesmo efeito que álcool, e deixasse as pessoas mais idiotas e temporariamente irracionais. Antes que eu pudesse pensar a fundo nessa nova teoria, fui distraído por um peso em cima de meu corpo. Mais especificamente em cima da minha barriga.

“MAIS O Q-“ Eu cortei meu grito indignado ao notar um sorridente Ocean sentado na minha barriga cortando meu precioso suprimento de oxigênio.

Ao ver que tinha minha atenção, ele sai de cima de mim e diz inocentemente:

“Desculpe-me, eu só quis evitar que você ficasse sonhando acordado como sempre.” Diz sorrindo. Oh, como eu estava começando a odiar aquele sorriso.

Falando sério. Ocean era o que eu podia chamar de meu único e melhor amigo naquele lugar. Considerando, claro, que minha irmã era uma psicopata sádica que amava me fazer sofrer e me forçava a tomar o lugar dela fingindo ser o ‘campeão’ da academia e meu mentor era tão sádico quanto à pequena diabinha, não fazendo nem o menor esforço para impedir a mesma de tornar minha vida um inferno na terra. Quanto às outras pessoas? Eu realmente não poderia ter muitos amigos sem que meu segredo acabasse vazando.

Tirando eu, Airi (minha irmãzinha maligna do mal), Seth (meu mentor sádico) e Lara (minha professora cuja eu tinha a leve suspeita que talvez ela fosse o Hulk disfarçado de saia), Ocean era a única outra pessoa que sabia do meu segredo. Não que isso pudesse ser evitado, claro, considerando que Ocean conhece tanto eu quanto Airi mesmo antes da mesma se tornar a campeã de Johto, a melhor treinadora de todo continente e etc.

Dei um suspiro quando percebi que estava ‘viajando’ de novo e vi Ocean fazer o mesmo. Acho que ele já tinha se acostumado com essas minhas ‘viagens’ convivendo comigo por mais de 5 anos, fazer o que...

Ocean era de muitos jeitos, extremamente diferente de mim. Ele era alto e tinha pele clara, seus olhos tinham o exato tom de azul do céu. Seus cabelos eram espetados e tinham uma coloração de louro claro, em suas pontas eles tinham um tom azulado. Eu sempre imaginei o porquê dos cabelos deles terem aquela estranha coloração. Conhecendo Ocean desde pequeno eu sabia que aquela seus cabelos eram naturais e que nem mesmo um pingo de química os havia tocado antes, o que em minha opinião tornava tudo mais estranho ainda.

Eu deveria estar encarando porque Ocean me deu um sorriso implicante e disse com um zombeteiro:

“O que foi Erio? Vendo alguma coisa que gosta?” Confirmado. Eu odiava aquele sorriso. Senti meu rosto esquentar novamente, mas me forcei a responder:

“Nos seus sonhos. Eu só estava pensando porque seu cabelo tem uma cor tão estranha, seu chato.” Amaldiçoei minha incapacidade de fazer comentários inteligentes naquela situação. Ocean apenas revirou os olhos e respondeu ainda implicante:

“Oh, você me chamou de chato. Agora meus sentimentos estão feridos Erio, viu o que fez?” Replicou ele fingindo indignação, o que resultou em mim revirando os olhos. A atuação de Ocean caiu e ele suavizou sua expressão, seu sorriso ainda estava no rosto, mas dessa vez era bem calmo.

“Honestamente Erio, eu não sei por que meu cabelo é desta cor, e admito que isso é um pouco estranho, mas por outro lado, eu não diria que olhos dourados são uma coisa muito comum também.” Pensei no que ele disse. Realmente, eu e minha irmã temos uma coloração de olhos muito estranha, especialmente por que eu tenho uma foto de nós dois ainda crianças e nossos olhos eram castanhos. Como castanho se transformou em dourado e prateado, é um mistério.

Senti um toque no meu ombro e me virei para ver o que Ocean queria, tentando ignorar o fato que eu estava viajando de novo. Ocean apenas apontou para uma TV localizada no centro da sala, que mostrava o mesmo lugar que eu estava alguns minutos antes, só que é claro, no meu lugar, estava minha irmãzinha mais nova Airi... Acabando com a raça daquele garoto chamado Lenn, ou melhor, acabando com os pokémons deles. Eu teria sentido pena dele se o garoto não tivesse soltado um jacaré de dois metros para me aterrorizar.

“Você não vai assistir? É a luta da sua irmã mais nova afinal...”

Eu respondi a pergunta com um dar de ombros. Eu já sabia o que iria acontecer, e ele também. Pensei duas vezes ao olhar o quarto a minha volta... Não tinha realmente muito que fazer. Tirando a TV, eu, Ocean e a poltrona de couro, a sala estava completamente vazia, e como eu não podia sair da sala antes da luta acabar sem correr o risco de alguém me ver, eu realmente não tinha muitas opções.

Bufando, eu me contentei com o fato que eu não tinha nada melhor para fazer e preguei os olhos na TV. As únicas lutas que eram transmitidas para a academia toda eram as lutas titulares, ou seja, quando alguém desafiava o campeão a uma batalha. As únicas pessoas permitidas na arena em uma batalha de titulares são o campeão (ou campeã, já que o título é de Airi) e é claro, o desafiante (Lenn nesse caso). Todas as outras batalhas são feitas em arenas ao ar livre pertencentes à escola e se você quisesse vê-las só precisava arranjar um lugar para sentar e assistir.

Forcei-me a focar minha atenção na luta e parar de viajar tão constantemente (sério, depois de um tempo aquilo começava a irritar bastante). Aparentemente, aquele tal de Lenn já estava no seu quarto e último Pokémon, enquanto Airi ainda estava usando seu primeiro. Bufei novamente, típico. A arena em que os dois estavam era rochosa, com grandes pedras alaranjadas por toda sua extensão.

De um lado, estava Airi, com um ar completamente tranqüilo em volta de si, e a sua frente estava seu fiel Espeon. O Pokémon aparentava estar totalmente saudável, como se nem tivesse acabado de nocautear 3 pokémons seguidos. Por outro lado, eu podia ver o estado de Lenn, e se aquele olhar no seu rosto fosse alguma indicação, ele aparentava estar completamente desesperado. A sua frente, estava um Milotic que provavelmente já viu melhores dias, eu podia ver que seu corpo estava coberto por cortes e feridas e o Pokémon estava ofegante. Aquela luta não iria durar.

“Hmpf, isso vai acabar logo.” Eu não havia percebido que havia falado meu pensamento em voz alta até Ocean olhar para mim com uma expressão de dúvida e perguntar:

“Como você pode ter tanta certeza? Ele é um membro de elite afinal, pode acabar nos surpreendendo.” Eu apenas revirei os olhos e disse:

“Oh, por favor, Ocean, olhe para o treinador.” Eu falei, aumentando acidentalmente meu tom de voz na última palavra. Ocean pareceu seguir o meu conselho e tirou os olhos do Pokémon para fitar Lenn. Eu continuei a falar “Eu não estou dizendo que ele é um mau treinador nem nada, mas ele está claramente desesperado. Quanto um treinador sente-se desesperado ou tem incerteza, o seu Pokémon sente e começa a ficar incerto também, e isso afeta sua atuação na batalha. Se seu treinador acha que seu próprio Pokémon não tem chances e já está jogando a toalha o que ele pode fazer?”

O meu pequeno discurso faz Ocean arregalar os olhos um pouco e me olhar surpreso. Porém a surpresa dura pouco quando o mesmo cerra seus olhos e começa a me olhar com suspeita.

“Hn... Você sabe até demais para alguém que não tem pokémons Erio.” Eu apenas dei de ombros e ignorei seu tom suspeito.

“Eu apenas assisti várias lutas. Enfim, talvez você queira prestar atenção na TV, essa luta vai acabar logo.” A minha frase fez a atenção de Ocean voltar quase imediatamente para a TV, e essa foi minha vez de dar um sorriso. Esse garoto sempre foi obcecado por batalhas pokémons. Seguindo o exemplo de meu amigo, eu voltei minha atenção para a TV.

Assim como seu Pokémon, Lenn também estava ofegante, e apesar de ser apenas uma imagem transmitida, eu podia ver o mesmo suando frio.

“Milotic!” Gritou Lenn desesperado. “Hydro Pump!”

O Pokémon obedeceu ao comando de seu mestre, e apesar de estar cansado e ferido soltou uma forte rajada de água pela boca, que foi em uma velocidade impressionante em direção ao Espeon que estava em cima de uma rocha.

Eu vi Airi sorrir e puxar o boné para cobrir completamente seu rosto. Por leitura labial eu pude entender as palavras que ela disse a seu Pokémon: “Desvie.” E o Espeon obedeceu desaparecendo de vista em uma velocidade impressionante, deixando o jato de água atingir a rocha que estava ocupando antes. O jato de água, de tanta potência destruiu a rocha, e foi nesse momento que percebi que Lenn provavelmente deveria ser um ótimo treinador, afinal, não era qualquer um que tinha tanta dedicação para treinar um Pokémon até esse nível.

‘Pena que isso não é suficiente contra Airi.’ Não pude deixar de pensar, simpatizando com o garoto.

Com a súbita desaparição de Espeon, pude ver Lenn arregalar os olhos e fitar incrédulo o espaço onde estava o Pokémon apenas segundos antes.

“Mais o q-“ Ele cortou sua frase ao ver a pequena criatura lilás reaparecer atrás de seu Milotic. Porém, não foi isso que o chocou, e sim ver que o Pokémon parecia estar carregando um tipo de ataque em sua boca, pois havia uma pequena bola branca de energia se formando no local.

Nesse momento Airi virou de costas, ajeitando seu boné novamente. E ao sussurro de “Hyper Beam” emitido pela garota o Espeon liberou a energia que estava acumulando, e um grande feixe de luz branca foi atirado em direção ao Milotic que não teve nem tempo de piscar.

Por alguns segundos, a tela ficou completamente branca por causa da intensidade da luz, e quando a imagem voltou ao normal, me vi encarando Lenn que estava de joelhos fitando seu Milotic totalmente fora de combate com uma expressão arrasada, enquanto Airi caminhava tranquilamente em direção a saída com o Espeon em seu ombro, sem olhar para trás nenhuma única vez.

Já tendo previsto esse resultado, levantei-me da poltrona e me espreguicei. Recoloquei o boné de volta em meus cabelos bagunçados e disse a Ocean:

“Finalmente acabou. Certo Ocean, vamos para a sala de aula.”

Continua.

Glossário:

Estudante de elite – Estudantes de elite como o nome diz, são a elite da academia. Esses são estudantes avançados que já derrotaram a elite 4 da região em que nasceram ou de outras regiões. O ranking mais alto para se ter na academia depois do campeão, claro.

O campeão da academia – Também conhecido como campeão do continente em que vive. Essa pessoa, além de ter todas as insígnias e ter vencido a elite 4 é um treinador praticamente invencível, ou pelo menos, o melhor treinador da região. Como Unova não entrará na fic, podemos dizer ao certo que temos um total de 4 campeões: um de Kanto, Johto, Hoenn e Sinnoh. Como vocês devem ter percebido ao ler a fic, a verdadeira campeã de Johto é Airi, irmã mais nova de Erio, que por motivos que serão revelados no decorrer da fic está fingindo que é o campeão no lugar da irmã, trocando apenas de lugar na hora das batalhas é claro.

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É isso, espero que tenham gostado xD~
Falando nisso, vocês talvez fiquem um pouco confusos do jeito que a Academia funciona e talz, mais isso será explicado no capítulo 2~ Então não se preocupem.

Esse capítulo foi apenas a introdução da vida de Erio na academia, no próximo, o plot começara a se mover e o suspense será introduzido kufufufu~

Acharam o capítulo muito longo? Muito chato? A coisa mais absurda que vocês já leram? Ou acharam bom? Eu ficaria eternamente grata se pudessem me dizer suas opiniões xD e me avisem se tiver ficado longo... Ai eu poderei fazer os próximos caps menores~

Total de Palavras no Capítulo: 3.204 (sem contar com o glossário)

Vejo vocês no próximo capítulo~

Hey xP~
Sou eu aqui de novo com o Capítulo 2 da fic! Wow, eu terminei de escrever antes de uma semana o/ provavelmente foram por causa das reviews rs. Quanto mais reviews eu recebo mais animada eu fico, logo, o capítulo sai mais rápido rs xD
Anyway!

Comentários:

Spoiler:

E sem mais delongas, vamos ao cap!

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Capítulo 2 – Sobre o Passado e Marshmallows.

No momento eu estava em um lugar escuro, com falta de iluminação decente, poeira em excesso e cheio de caixas. Caso você não tenha adivinhado, eu estava no porão da academia. O que estava fazendo lá? Bom... Eu estava procurando marshmallows.

E por favor, não me pergunte o que marshmallows estavam fazendo no porão, porque eu também não tenho idéia. Na verdade, eu não fazia idéia do porque eu estar procurando marshmallows em um porão de todos os lugares.

Porque minha irmã não podia agir como uma pessoa normal para variar e me deixar comprar os benditos marshmallows na cantina? Não, é claro que não. Ela tinha que agir de seu jeito sádico e irritante de ser e me fazer procurar marshmallows no porão.

Sinceramente, se eu encontrar a pessoa que teve a brilhante de guardar marshmallows no porão eu iria apresentá-lo para o meu melhor amigo. Meu punho.

Balançando a cabeça para clarear as idéias, eu comecei a pensar em como exatamente eu havia ido parar naquela situação...


Eu estava deitado em um sofá de couro olhando para o teto cor de pêssego. Diferente da maioria das vezes, eu não estava deitado no sofá da sala secreta que eu costumava ocupar enquanto Airi batalhava, ou melhor, fazia sua carnificina, pois considerando o tempo em que seus oponentes duravam em uma luta e do jeito que saiam depois da mesma eu não chamaria aquilo de “batalha”.

Estava no escritório de Seth, o diretor da escola e que coincidentemente também era o meu mentor e o de Airi. O escritório tinha tamanho razoável, com grandes cortinas vermelhas de cetim que tampavam a janela localizada atrás da mesa que o diretor geralmente ocupava.

As paredes eram cor de pêssego e os únicos móveis no local eram o sofá onde eu estava, uma grande mesa de madeira junto com uma cadeira vazia atrás da mesma (que era o lugar onde Seth estava geralmente) e uma pequena estante, também de madeira, que estava completamente lotada de livros. Resumindo, um escritório relativamente normal.

Meus pensamentos foram interrompidos pelo som de uma porta se abrindo e por uma voz irritantemente familiar:

“Hey, irmãozinho.” Disse a dona da voz.

Eu apenas emiti um grunhido já prevendo que nada de bom poderia sair daquela conversa. Trincando os dentes eu me virei para fitar “minha querida irmã menor”.

Ela estava usando uma blusa branca folgada e uma bermuda preta. Em sua cabeça estava um boné como o meu, apesar de que dessa vez ele não estava escondendo seus cabelos longos como ele geralmente fazia quando a mesma estava batalhando. Seus cabelos cor de chocolate estavam presos em um rabo de cavalo meio folgado, fazendo com que algumas mechas escapassem do elástico que o estava prendendo, emoldurando sua face.

Seus olhos prateados tinham um brilho malicioso, e eu não estava gostando nada daquela história.

“Eu sou seu irmão mais velho Airi, não me chame de irmãozinho.” Murmurei entre dentes, dando ênfase nas palavras “mais velho.”

Ela apesar revirou os olhos e balançou a mão dizendo:

“Detalhes, detalhes, quem se importa com que eles?” Estreitei os olhos. Eu me importava com esses detalhes! “Mas enfim irmãozinho, eu estou aqui para te pedir um favor.”

“Que tipo de favor?” Perguntei suspeito.

“Bom... Meus marshmallows acabaram, e eu gostaria que você fosse buscar mais deles no porão.”

Ouve uma pausa.

“... Airi.”

“Sim?”

“O que diabos seus marshmallows estão fazendo no porão?”

“E por qual motivo eles não deveriam estar no porão, Erio?” Eu lutei contra o impulso de bater minha cabeça contra parede. E ganhei. Por pouco.

“Airi, me diga com cinco palavras ou menos, um motivo decente para eu ir até o porão caçar marshmallows para você.”

Ela deu um grande sorriso falso enquanto levava uma das mãos para o bolso de sua bermuda. Para meu horror, ela tirou uma foto minha. Normalmente isso não seria grande coisa... Se a foto não me mostrasse correndo e chorando como se minha vida dependesse disso, enquanto um minúsculo Pichu que não chegava nem mesmo a altura de meus joelhos me perseguia.

“Chantagem é claro.” Ela respondeu.

Nesse momento, percebi que deveria ter feito alguma coisa muito séria para Deus me odiar tanto assim.


Tentei esquecer essa memória amarga, mas no fundo, eu tinha certeza que em algum lugar dentro de minha mente eu estava formando um plano diabólico para roubar aquela foto de Airi. Apesar da leve suspeita de que ela deve ter copias da mesma. Muitas cópias. Urgh...

Estava prestes a desistir da minha “caça aos marshmallows”. Já estava naquele lugar a mais de meia hora e ainda não tinha a mínima idéia de onde a sádica possa ter guardados aqueles benditos marshmallows.

Porém, quando eu estava prestes a sair, algo me chamou a atenção. Em cima de uma das caixas daquele local (e acredite em mim, haviam muitas caixas naquele porão) estava uma pequena pilha de papéis. Suas folhas eram amareladas e desgastadas, não era preciso ser um gênio para perceber que os papéis deveriam ser antigos.

Não sei exatamente como, mas quando dei por mim eu já estava com aqueles papéis em mãos, debatendo se eu deveria ou não ver seu conteúdo.

‘Bom... Se a curiosidade matou o gato, ele ainda tinha seis vidas sobrando, certo?’ Pensei antes de começar a ler:


14 de Julho de 2001

Hoje, um grupo de cientistas iniciará os primeiros experimentos para o nosso tão esperado projeto. Depois de anos de pesquisa e recolhimento de informações, finalmente poderemos começar a tentar alcançar nossos sonhos de perfeição.

Decidimos batizar nossa pesquisa de “Projeto Z”.

Os cientistas que estão envolvidos nesse projeto são os seguintes:
- Sara Leingold
- Eric Xaverius
- Anne Vanguardion
- Lios Selion


Eu pude apenas encarar a folha, meu cérebro trabalhando rápido demais para tentar compreender o que eu havia acabado de ler. Honestamente, eu não fazia a mínima idéia do que eram esses tão falados “sonhos de perfeição” ou esse tal de “Projeto Z”. O que me chocou na realidade foi ver o nome de minha mãe ali.

O nome da mulher que simplesmente desapareceu completamente da minha vida sem nenhum tipo de explicação quando eu e minha irmã tínhamos apenas 6 anos de idade: Sara Leingold.

Respirando fundo para tentar acalmar a batida acelerada de meu coração, decidi continuar a ler. Notei que tanto a data quanto o texto da página a seguir não pareciam estar de acordo com o da primeira página, aparentemente, haviam algumas folhas faltando.

O texto também aparentava estar seriamente danificado e com algumas palavras ilegíveis, mas decidi continuar a ler de qualquer forma:


19 de Setembro de 2001

Aparentemente nossos c******* estavam erra***. Foi uma tolice querermos ********* o que a ******** c****.

Porém, agora já é ***** para nos *********** do ocorrido. Não creio que eu tenha muito tempo sobrando no momento, afinal, grande parte da culpa foi minha por ******* esse pro**** estúpido.

Posso escutar o barulho de explosões ficando mais *****, e eu tenho certeza que já não posso mais **** deste ***** com vida. Eu não posso me perdoar, e tenho certeza que *** ****** não.

Provavelmente, os laboratórios de Sinnoh e Hoenn já foram **********, e não falta muito até *** ****** aqui.

Só tenho uma última coisa para dizer. Se por algum acaso, uma de minhas crianças achar essas anotações eu só quero que saibam de uma coisa...

Erio... Airi... Me *********.


E o texto terminava ali.

Eu não tinha certeza do que estava sentindo naquele momento. Não sabia se estava feliz, zangado ou ressentido por finalmente descobrir alguma coisa sobre minha mãe após 9 anos sem nenhuma notícia. A única certeza que eu tinha naquele momento era que de alguma maneira minha mãe estava envolvida na grande explosão dos laboratórios que ocorreu 10 anos atrás*. E provavelmente foi uma das responsáveis pelo mesmo também.

Meus pensamentos foram interrompidos por um barulho que lembrava vagamente caixas se atritando. Nesse exato momento meus olhos começaram a varrer o local em busca de quem ou o que havia causado aquele barulho.

Depois de alguns minutos de silêncio eu dei um suspiro. Eu tinha que deixar de ser tão paranóico. Ajeitei os documentos em cima da caixa onde os encontrei e virei de costas para me pronto para caminhar em direção a saída... Apenas para dar de cara com uma figura roxa flutuante.

A figura não era muito grande, ela provavelmente não seria maior que meu braço e também era levemente transparente. Seus olhos negros brilhavam cheios de malicia, e o fato de que suas mãos estavam separadas do corpo apenas ajudavam a criar uma imagem “horripilante”.

Tenho o orgulho de dizer que eu consegui segurar um grito não muito másculo que eu tinha certeza que soltaria se eu abrisse minha boca. Podia sentir que estava empalidecendo e suando frio.

Lentamente, comecei a recuar em direção a parede e para longe daquela... Coisa, mas para o meu desespero ele apenas me seguiu e quando estava de cara a cara comigo eu o vi abrir a boca de dentro dela saiu uma grande língua vermelha que me deu lambida na bochecha.

Naquele momento, eu joguei toda minha masculinidade restante pela janela e sai gritando como uma garotinha pelos corredores da academia.

Por todo o caminho até meu quarto, não pude deixar de suspeitar que talvez aquele tivesse sido o plano de uma certa sádica desde que ela me chantageou a ir ao porão buscar marshmallows.

Definitivamente, aquele não era meu dia.


Definitivamente, aquele era seu dia.

Ocean havia acabado de ganhar algumas batalhas Pokémon contra alguns estudantes de elite no caminho para a cantina. Ah, era tão bom apagar aquele sorriso arrogante do rosto dos mesmos, e ele ainda por cima ganhava algum dinheiro enquanto fazia isso.

A verdade era que Ocean era um excelente treinador. Um dos poucos que provavelmente teriam alguma chance até mesmo contra Airi. Na verdade, o garoto era provavelmente o segundo melhor treinador da escola. Não que muitos soubessem disso claro.

De fato, as únicas pessoas que tinham conhecimento, ou pelo menos uma leve suspeita desse fato eram Erio, Airi e Seth.

Assim como Erio, Ocean tinha um segredo. Ele era um treinador Pokémon excepcional, mas preferia esconder esse fato e apenas fingir ser uma pessoa regular que era viciado em batalhas Pokémon. O porquê? Bom, pode-se dizer que “Águia inteligente esconde as garras.” Ocean tinha um motivo para guardar aquele segredo, e até que a hora chegasse, não iria revelá-lo.

Não que fosse muito difícil guardar um segredo naquele lugar. Ainda mas considerando que seus colegas de escola não eram exatamente as pessoas mais brilhantes do mundo. Suas vitórias contra os estudantes de elite podiam ser enxergadas como “golpes de sorte” e outras bobagens como essas. Não que Ocean estivesse lutando para valer nessas batalhas claro. Ele deu um sorriso maldoso.

Estava começando a escurecer, e seguindo seu estômago, Ocean resolveu dar uma passada na cafeteria da escola antes de ir dormir.

A cafeteria ficava em um local separado do prédio da academia. Enquanto a construção da academia em si era um enorme prédio branco com detalhes em azul marinho de três andares, a cafeteria mais lembrava uma casa de tamanho modesto da cor de creme.

A cafeteria era tão modesta por dentro quanto era por fora. Enquanto por fora ela não tinha nada mais que uma pintura creme, grandes janelas de vidro transparente e grandes portas de entrada (para o caso de muita gente querer entrar ao mesmo tempo) por dentro ela consistia de várias mesas e cadeiras brancas espalhadas, que era o local onde os alunos geralmente comiam ou conversavam.

Também havia um tipo de “mini lojinha” na parte sul da cantina onde você podia conseguir quase todos os tipos de guloseimas se pagasse no caixa que ficava logo à frente.

Ao entrar na cantina, Ocean estranhou um pouco ao ver o local deserto. Considerando a hora, a cantina deveria estar lotada de estudantes extremamente barulhentos em suas conversas ou simplesmente comprando algo para comer...

Dando de ombros e decidindo ignorar a estranheza da situação, Ocean se dirigiu a lojinha para procurar algo para acalmar seu estomago. No caminho, porém, viu algo que o fez levantar as duas sobrancelhas e ficar paralisado.

Erio estava na seção de doces (o que era uma coisa rara considerando o quanto ele odiava coisas doces). Ele parecia extremamente pálido, como se tivesse acabado de ver um fantasma, e honestamente, o próprio garoto estava parecendo um fantasma.

Ainda mais surpreso, Ocean assistiu o amigo esvaziar a prateleira de marshmallows e colocar tudo dentro de uma bolsa... O que seria uma coisa relativamente normal se o amigo não estivesse olhando feio para os marshmallows enquanto murmurava maldições e xingamentos extremamente coloridos para os mesmos ao mesmo tempo em que emitia uma aura assassina que parecia prometer uma morte lenta e dolorosa caso alguém se aproximasse. Ocean começou a suar frio.

Relutantemente, ele decidiu voltar para seu dormitório rapidamente e com passos largos.

Campeão ou não, Erio podia ser bastante assustador às vezes. Mais assustador até do que Airi.


Já era de noite na academia. Há essa hora, a maioria dos estudantes estava dormindo ou se preparando para ir para cama. Os corredores estavam silenciosos e não havia praticamente nem uma alma viva vagando neles.

Por entre as sombras uma figura se movia. Graças ao brilho da lua, podia se notar que a figura era homem que aparentava ter pouco mais de 20 anos. Ele estava usando um tipo de uniforme preto e branco com um grande “Z” estampado no peito, enquanto saia sorrateiramente do porão da academia..

Conseguir os documentos fora extremamente fácil, tudo o que teve que fazer foi nocautear um Haunter irritante que aparentava ser um tipo de guardião do local e pegar os papéis. Fácil como tirar doce de criança.

Ele olhou para os papéis confiantes. Havia completado sua missão com sucesso, agora sua princesa o elogiaria e eles finalmente poderiam seguir com seus planos...!

Seus pensamentos foram interrompidos por um barulho que vinha atrás de si. Pegando sua rapidamente pokebola pronto para batalhar se necessário o homem se virou rapidamente e perguntou em um sussurro:

“Quem está ai?” Tudo o que respondeu sua pergunta foi silêncio.

Depois mais alguns segundos sem resposta, o homem finalmente decidiu relaxar. Sentindo que seu coração estava começando a bater em um ritmo normal novamente ele abaixou a pokebola e a prendeu de volta em seu cinto. Talvez ele estivesse ficando muito paranóico...

Em um piscar de olhos, um flash de luz azulada o atingiu, efetivamente congelando seu corpo da cintura para baixo. Surpreso e confuso com o turno de eventos, o homem pode apenas arregalar seus olhos, e seguindo a direção de onde o raio de luz veio com o olhar, ele finalmente viu a sombra da criatura que havia lançado o ataque em sua direção.

Era um quadrúpede, seu pelo tinha uma coloração azul clara, quase de um tom prateado, em certas áreas de seu corpo, como em suas grandes orelhas triangulares e sua cauda de mesmo formato, o tom era mais escuro.

O homem demorou alguns segundos para se dar conta de que estava de frente a um Glaceon shiny, e demorou ainda mais para perceber e reconhecer a figura humana que estava atrás do Pokémon.

Quando finalmente viu a face da pessoa que estava oculta pelas sombras, seus olhos já arregalados, esbugalharam-se completamente, e o homem gaguejou em um tom estupefato:

“Vo-você!”

A figura não deu a menor atenção aos gaguejos e gritos de misericórdia do homem, apenas acariciou a cabeça do Pokémon e sussurrou em seu ouvido:

“Platina... Use Ice Beam.”

E os murmúrios e gritos do homem foram silenciados de uma vez quando o mesmo virou uma completa estátua de gelo viva.

Aproximando-se dos papéis que o homem havia deixado cair enquanto era congelado, a figura leu seu conteúdo interessado e deu um sorriso cínico.

“Então, eles finalmente começaram a se mover... Equipe Zero.”

Continua.

Glossário:

A Grande Explosão de 10 Anos Atrás: Também conhecida como “A grande explosão”, foram explosões quase simultâneas que ocorreram nos laboratórios principais das 4 grandes regiões, e como o nome indica, as mesmas ocorreram a 10 anos. O motivo dessas explosões e seus responsáveis nunca vieram a público, formando uma nuvem de mistério sobre o caso.

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Total de Palavras do Capítulo: 2.697 (Sem contar com o glossário)

W-wow, tanta coisa acontecendo nesse cap ao mesmo tempo! @-@
Como vocês podem ter notado, eu mudei um pouco meu jeito de escrever quando eu estava digitando esse cap, o que acham?
Eu gostei do cap1 e talz, mais teve tão pouca coisa acontecendo nele... Com esse novo jeito de escrever eu consegui colocar mais coisas no capítulo e ainda o fiz menor que o cap 1 xD
Vocês gostam desse jeito ou preferem que minha escrita continue como no cap1? Eu não sei o que vocês preferem, mas vocês sabem então... Comentem! xP

Para quem não leu/lê o glossário eu recomendo fervorosamente que leia! Nele estão algumas palavras/termos chaves que serão importantes para a fic mais que eu infelizmente não consegui encaixar no texto... Sorry x.x'
Para quem está curioso, aqui vai o título do próximo capítulo:

Capítulo 3 - Aquele que Controla Pokémon Sombrios.

Por hoje é só pessoal o/~

Sylin, certo? Vou falar... Acompanho poucas fics, mas garanto que essa com certeza tem cacife pra ser considerada a melhor. u.u

Ortografia correta e um vocabulário bastante extenso fazem a fic ficar mais interessante. Sem falar que a maneira como você narra na 1 pessoa, super legal!

Os destaques e a coloração do texto também deixaram ele mais legal e organizado.

Quanto a história... tá simplesmente FANTÁSTICA.

Ganhou um fã. (;

Espero o próximo capítulo. o/

Hey gente~
Desculpem-me pela demora por esse capítulo... Ele ficou tão enorme que eu fui obrigada a dividir ele em duas partes. Se eu postasse esse capítulo inteiro, acredito que muito poucas pessoas teriam paciência de ler então... Sorry, aqui está apenas à parte 1.
MAS! Pelo lado positivo, como eu já escrevi grande parte dessa segunda parte, vocês podem esperar por uma atualização bem mais rápida dessa vez. Algo em torno de 2 ou 3 dias~

Comentários:

Spoiler:

E sem mais delongas, vamos à fic!

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Capítulo 3 – Aquele que Controla Pokémon Sombrios. (Parte 1)

*Eu não tinha muita certeza do que estava fazendo naquele local e tudo o que podia ver era escuridão. Tentei estender minha mão direita em frente ao meu rosto para testar se podia ver a mesma... Apenas para descobrir que eu não podia me mexer, como se grandes linhas invisíveis estivessem prendendo meu corpo.

Após algumas tentativas, logo descobri que era incapaz de falar, não podia piscar e também não conseguia sentir ou ouvir o som de nada. Basicamente, tudo o que eu tinha liberdade para fazer era ficar parado naquela escuridão que não parecia ter fim.

Eu estava realmente começando a entrar em estado de desespero. Quero dizer, se de uma hora para outra alguém acordasse em um lugar completamente escuro, sem poder se mexer e sem o menor sinal de que havia outra pessoa naquele local, tenho certeza que depois de algum tempo essa pessoa começaria a ficar desesperada também.

Depois de mais alguns segundos de angústia eu finalmente ouvi algo desde que acordei naquele lugar estranho. E a primeira coisa que ouvi foi uma voz:

- Erio...

Era uma voz masculina, disso eu tinha certeza, mas por algum motivo... Ela me parecia estranhamente familiar.

- Erio... – Meu nome foi chamado novamente.

A voz parecia tão triste... Como se aquela pessoa estivesse passando por algo horrível e não tivesse ninguém para consolá-la. Mesmo que estivesse dizendo uma simples palavra eu podia sentir todos os sentimentos que estavam sendo colocadas na mesma: dor, angústia, incerteza, desespero, medo. Aquela parecia à voz de alguém...

Que estava prestes a desmoronar.

Eu não estava muito certo do motivo, mas naquele momento senti meu coração apertar. Tentei de todos os meios responder aquela voz. Abri a boca inutilmente inúmeras vezes, mas nenhum som saia da mesma. Quando estava prestes a desistir, um som finalmente saiu de minha garganta:

- Quem... Quem é você? – Consegui dizer com a voz arrastada.

Por alguns minutos não ouve resposta e eu comecei a ficar realmente desesperado. Será que o único aparente ser humano naquele local, sem ser eu mesmo, havia me deixado sozinho naquela escuridão?

- Não...

O repentino retorno da voz me fez ficar um pouco surpreso e sobressaltado, ao mesmo tempo em que uma onda de alívio varria meu corpo. Eu não estava sozinho.

- Não... Você não está sozinho. – A voz continuou como se tivesse lido meus pensamentos. E considerando a situação em que estava eu não ficaria surpreso se o dono da voz realmente tivesse lido meus pensamentos.

Depois de alguns segundos notei que voz não havia respondido minha pergunta anterior. Tentei forçar meu corpo a cooperar comigo novamente, só que dessa vez foi inútil.

Escutei a voz dar um pequeno riso, como se tivesse plena consciência do que estava me aborrecendo, e aquela altura eu estava aborrecido com a outra pessoa naquele local também. Era um pouco frustrante chamar sua companhia de... “Voz”.

- Continua sem paciência como sempre Erio. – Replicou como se me conhecesse. E pelo tom, eu podia deduzir de que ainda estava rindo de mim. – Já que você não aparenta se lembrar de quem eu sou vou lhe dizer.

- Meu nome é...*


Eu acordei vendo o mundo de cabeça para baixo. Literalmente.

Meus olhos demoraram um pouco para se acostumar com a claridade, e quando eles finalmente entraram em foco percebi que estava no meu quarto. Se minha visão já não fosse uma indicativa, provavelmente a dor de cabeça que eu sentia se formando teria me alertado que eu havia caído da cama... De cabeça. Ouch.

Aparentemente, mesmo que eu não conseguisse me mover no sonho eu conseguia me mover na vida real sem nenhum problema, e enquanto eu me remexia acabei caindo da cama... Maravilha.

Definitivamente, aquele não era o melhor jeito de se acordar. Movendo meu corpo para uma posição mais confortável, acabei sentando no chão enquanto esfregava o local onde eu tinha certeza nasceria um galo.

Ah... Que belo jeito de se iniciar o dia.

Levantando-me comecei a me espreguiçar enquanto olhava ao ambiente ao meu redor. Meu quarto era um local bem simples, apenas um cômodo pintado de azul claro. A cama ficava encostada na parede com lençóis de tons azuis mais escuros que as paredes, havia também uma estante para livros, uma mesa para computador e um pequeno armário de madeira que continha as poucas roupas que eu tinha.

Terminando de me espreguiçar fui em direção a porta, com a intenção de ir até o banheiro lavar o rosto e fazer meus afazeres matinais... Apenas para dar de cara com a mesma.

No momento em pus a mão na maçaneta a porta se abriu repentinamente, fazendo com ela batesse em minha testa, o que resultou em minha queda graciosa de encontro ao chão. Ótimo. Acabei de ganhar outro galo na cabeça.

Esfregando minha testa, que provavelmente estava vermelha considerando a força que a porta me acertou, eu olho irritado para a pessoa do outro lado da porta... Que no caso era minha irmã.

Ao ver meu olhar mal humorado ela sorri e faz um cara inocente:

- Oh? O que aconteceu irmãozinho? Perdeu uma briga contra a porta? – Pergunta com tom de deboche.

Cerrando os dentes e fazendo de tudo para não cair na provocação respondo seco:

- Não Airi, eu não perdi nenhuma briga. Você apenas bateu com a porta graciosamente contra minha testa. – Respirei fundo. – O que diabos faz no meu quarto? Você não acorda geralmente depois de meio dia?

Ela deu de ombros.

- Apenas vim avisar que Seth está nos chamando. Ele falou que era urgente e que nós deveríamos nos encontrar no escritório dele agora...

Airi pareceu pensar um pouco em suas palavras antes de continuar com um sorriso malicioso e uma expressão sarcástica:

- Mas antes de ir talvez você queira dar uma olhada no espelho... O seu cabelo tem cara de que talvez vá me comer. – E com esse comentário ela vai embora com um sorriso satisfeito enquanto fecha a porta atrás de si.

Assim que eu tenho certeza de que Airi está bem longe, dou um grunhido angustiado e caio de costas em minha cama. Por que eu não podia ter um dia bom para variar?


Chegando ao escritório de Seth fiquei um pouco surpreso ao ver não eram apenas os dois no local, mais Ocean também... A surpresa durou pouco. Considerando o quanto Ocean sabia, ele já era considerado membro da família praticamente.

Eu simplesmente andei até o sofá que ficava no centro da sala e me sentei nele sem cerimônia. Ocean estava sentado a minha esquerda, enquanto Airi estava apoiada em uma das paredes do cômodo.

Seth estava no seu lugar usual, ou seja, sentado atrás de sua mesa olhando desinteressado para alguns papéis que tinha em mãos. Nosso mentor era um homem alto. Seus cabelos eram de um tom escuro, impossibilitando classificar sua cor como preto ou castanho escuro, os olhos eram afiados e sua íris era tão negra que chegava a ser impossível diferenciá-la da pupila e sua pele era ligeiramente bronzeada. Vestia um terno marrom com a insígnia da escola, que consistia nas letras C.A.*, localizada na parte esquerda do peito, junto com uma pequena gravata vermelha.

Depois de terminar de ler os papéis, ele os pôs de lado e começou a nos fitar. Seth entrelaçou seus dedos e deixou seu queixo descansar sobre os mesmos. Após alguns minutos de silêncio ele finalmente começou a falar:

- Provavelmente Erio e Airi querem saber o motivo de terem sido chamados aqui... E Ocean, considerando que a única pessoa com que falei sobre isso foi Airi, como você sabia que haveria uma reunião aqui? – Perguntou Seth com uma sobrancelha erguida.

Ocean piscou e depois deu de ombros, não parecendo se incomodar com a pergunta.

- Eu tenho minhas fontes. – Respondeu sorrindo.

Seth apenas deu um suspiro e começou a murmurar para si mesmo algo que soou suspeitamente como:

- Fontes, ele diz... Eu deveria saber. Assim que descobrir quem são, a primeira coisa que vou fazer será uma interrogação... Com direito a tortura claro, caso não queiram falar...

Eu apenas revirei os olhos. Isso era apenas outro comprovante que eu era a única pessoa mentalmente estável naquela escola.

Seth deu uma tossida para se recompor e voltou a nos fitar, para depois continuar com um tom sério:

- Muito bem, vamos prosseguir. O motivo pelo qual chamei vocês aqui... Bom, posso dizer que tenho más noticias.

Eu levantei uma sobrancelha. O que ele queria dizer com aquilo? Aparentemente, Airi pensou a mesma coisa que eu, pois foi logo dizendo:

- Más noticias? Que tipo de más notícias?

Seth deu outro suspiro e começou a massagear a ponte de seu nariz com a ponta dos dedos. Bem... Aparentemente eu não era o único com uma dor de cabeça.

- Aparentemente... O campeão de Hoenn decidiu desafiar o campeão de Johto para uma batalha. – Ele concluiu a frase olhando diretamente para mim.

Houve uma pausa. E depois:

- Eh!? – Exclamaram eu, Airi e Ocean ao mesmo tempo.

E o dia só ficava melhor...


Estávamos de volta à sala secreta acima da arena. E quando uso o plural, estou me referindo a mim mesmo e Ocean. Eu, porque não tenho escolha e Ocean, porque o garoto era um batalha-maniaco.

Airi, a verdadeira campeã de Johto, e Seth, o diretor da escola e meu atual mentor, estavam na arena abaixo de nós preparando-se para receber a pessoa que desafiou o campeão.

O desafiante dessa vez era... Bom, considerando a habilidade de Airi, acho que posso dizer com convicção que o desafiante dessa partida seria o primeiro real desafio que minha irmã teria em tempos. Ele se tratava de alguém que tinha o mesmo status de Airi... Um campeão dos continentes. Mais especificamente, se tratava do campeão de Hoenn, que levava a fama de ser um dos mais fortes, junto com o de Johto.

Seu nome era Seig. E... Ele estava atrasado. Mais especificamente ele estava duas horas atrasado. Falando sério, que tipo de pessoa propõe um desafio e se atrasa duas horas? Eu não conhecia esse tal de Seig mais tinha a impressão que eu provavelmente não iria gostar muito dele.

Eu apenas dei um suspiro resignado. Depois de uma breve discussão, concordamos que seria melhor Airi ir diretamente enfrentar Seig, em vez de trocarmos de lugar antes da luta começar, como sempre fazíamos. Era uma dor de cabeça a menos afinal...

Olhei novamente em meu relógio de não pude suprimir um grunhido. Agora esse tal de Seig estava duas horas e quinze minutos atrasado! Tudo bem que talvez ele não seja uma pessoa pontual, mais isso já beirava ao ridículo.

Quando estava prestes a desistir de esperar, as portas finalmente se abriram e uma figura entrou pelas grandes portas da arena. Pela tela da TV assisti a pessoa que se aproximava do local onde estavam Seth e Airi.

Ele aparentava ter cerca de 17 anos, e era quase tão alto quanto Seth. Usava uma blusa cinzenta com uma jaqueta preta por cima e jeans escuros. Sua pele era branca e seus olhos tinham um tom avermelhado que se assemelhava ao vinho. Longos cabelos negros que chegavam até a cintura estavam presos em um rabo de cavalo bem na base de sua nuca, com algumas mechas soltas que ajudavam a emoldurar seu rosto junto com uma franja. Estava com uma das mãos no bolso de sua jaqueta, e havia um pequeno corte em diagonal em sua bochecha esquerda que parecia ser bem fresco.

“Esse cara se machucou no caminho...?” Não pude deixar de pensar. Talvez ele tivesse um bom motivo para ter chegado atrasado afinal.

Seig, ou pelo menos quem eu acreditava que era Seig, andou até o local onde Seth e Airi estavam esperando em pé. Ao chegar a frente aos dois ele deu uma pequena reverência e disse:

- Me desculpem o atraso, eu tive alguns... Imprevistos. - Após terminar de falar, ele voltou a sua posição normal e começou a encarar Airi de um jeito não muito discreto. Estudando seu oponente provavelmente...

Airi apenas deu um sorrisinho cínico e abaixou mais seu boné para cobrir seus olhos, enquanto Seth levantou uma sobrancelha e disse um pouco desconfiado:

- Imprevistos que conseguiram fazer você chegar mais de duas horas atrasado?

-... – Seig aparentemente preferiu não responder.

Dando um suspiro, Seth continuou:

- Muito bem, vamos continuar. Seig, por favor, tome o lugar que está sinalizado no campo do lado direito.

Fazendo como foi instruído, o campeão de Hoenn se posicionou em um quadrado pintado com tinta branca que designava o lugar onde os treinadores deveriam ocupar na arena. Como Airi já estava posicionada em seu lugar a única coisa que faltava para a luta começar era o sinal do diretor.

A arena destinada a batalhas especiais só era modificada de mês em mês, logo, o campo era o mesmo local rochoso em que Airi havia batalhado com aquele tal de Lenn.

Os dois treinadores pegaram uma pokébola em mãos e esperaram o sinal para começar a batalha. Vendo que os dois já estavam prontos, Seth deu uma tossida para limpar a garganta e anunciou em alto e bom som:

- O desafiante e campeão de Hoenn, Seig Vanguardion, contra o campeão de Johto, Erio Leingold, podem começar a batalha! – Assim que Seth acabou seu anúncio tanto Airi quanto Seig jogaram suas pokébolas para o ar e liberaram seus Pokémon.

Continua.

Glossário:

C.A.: É a sigla para o nome da academia. Seu verdadeiro nome é “Continental Academy” e possui esse nome pois há apenas uma por continente.

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Total de Palavras: 2.251

Uh... Desculpem-me pelo capítulo chato e curto! Desculpem-me mesmo! Mas se eu postasse o capítulo 3 inteiro iria ficar enorme D:
Não se preocupem! A parte 2 estará muito mais emocionante com novos mistérios e a batalha de Seig e Airi!
Vocês devem ter notado que em vez de aspas eu usei travessão para as falas... O que acharam da mudança? Preferem assim ou com travessões? Dependendo da resposta eu posso modificar meu modo de escrever, então, comentem! Please >.