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Mensagem por Caio. Seg 21 Nov 2011 - 19:22

Esse capítulo foi magavilhoso. Não diria que é o melhor, talvez porque tenha sido misterioso demais. Acho que o melhor será a solução de todos esses porquês, não concorda? xD

E ah, um passarinho me contou que você gosta de Yaoi e que provavelmente o Erio é [palavra censurada]. Menina, se tu fizer isso eu te mato, ok? u_u Relacionamentos hetero/homo oks, mas séquiso não dá, né? u.u Acho que faz perder o foco u_ú''

O Ocean já está me dando medo. I like it :a Era bem do que se esperar. Aliás, tome cuidado comigo. Sei mais de sua fic do que você imagina ~FuFuFuFu

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Mensagem por Gehrman Ter 22 Nov 2011 - 3:11

Si, primeiramente, diga o que a senhora fez para deixar esse capítulo excelente. e.ê Na boa, foi um dos melhores capítulos da fic até agora, está de parabéns. :3 Enfim, vamos lá.

Primeiramente, falemos do quanto o Oceano owna. Realmente, todos esses mistérios que Erio vê no garoto, são apenas um simples fragmento de tudo que faz ele ser meu personagem favorito. Também acho ele meio que... Bipolar, sabe? Derp. Mas, tipo, quem sabe, ele pode agir assim por conta própria, ou é bipolaridade mesmo. Nem sei, mas acho que a opção Deste capítulo em diante, vou começar a sempre prestar bastante atenção no Oceano. Apenas a palavra "Zero" naquele momento me deixou altamente curioso, além da voz que disse o nome do personagem. Curto bastante aquele personagem da história que tem uma personalidade boazinha no começo, que logo irá se alterando após cada capítulo da história. Nesse capítulo, o que eu mais gostei foi o medo que ele tacou no Seig, além de rir alto da reação do campeão, vi o quanto o Oceano pode ser ameaçador... Sim, tudo isso já pode dizer que ele é incrível, hehe.

Hmm... Diferente do último capítulo, consegui localizar uns errinhos perto do início do capítulo. Bem, não sei se são realmente erros, mas, achei "Salva-la", e eu acho que deveria ser "Salvá-la". Sinto muito se estiver errado, é meio difícil lembrar-se da nova ortografia... Mas, eu achei também uma certa quantidade de vírgulas mal colocadas numas frases, além de algumas que eram pra ser empregadas, mas acabaram não sendo... Sempre tenha atenção na hora da revisão do capítulo.

Eu ri da parte em que aquele garoto que quase despencou da janela, ele realmente precisava ter cuidado com aquilo. Felizmente, conseguiu ser salvo por Erio e pelo Espeon, por motivação de Zero. Bem, ou foi motivação ou alguma outra coisa, mas achei misterioso ele ter usado o Pokémon, já que ele tem medo... Ah, isso já me deixa bem ansioso pelo próximo capítulo, hehe.

Bem, acho que já falei demais, né? e.e Bem, apenas digo parabéns pelo grande capítulo, e que irei aguardar o próximo ansiosamente. Até. o/

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Mensagem por caio_dr Qui 24 Nov 2011 - 21:58

UaU....

Silyn que capítulo enorme e maravilhoso!!! Tantas respostas, já sabemos de quem é o Glaceon,a voz e claro que pelo menos em circunstancias desesperadoras o Ario utiliza um pokemon.

Mas claro você colocou mais perguntas, como quando você falou " o que é realmente um vilão pra você?" e eu respondo " uma pessoa má, e que faz de tudo para chegar no que deseja. Não importa que seus objetivos sejam bons, os fins não justificam os meios" então o que realmente Ocean deseja??? No que Seig está pensando?? CADÊ AIRI???? Cadê meu chinelo???

Perguntas, Perguntas e Perguntas e até agora só uma resposta: Meu chinelo esta no meu pé...

OBS : Não falei de erros pois não achei, e se tivesse achado não atrapalharam no entendimento da história.

Estou realmente ansioso pelo próximo capitulo...
Até!!!!

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Ela gosssssssssssssssta de você...
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Frase pessoal : O que é realmente importante, é feito pra durar.


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Mensagem por Silyn Qui 15 Dez 2011 - 4:19

Well, primeiro de tudo, me desculpem pela espera absurda pelo cap. Olhem a hora que estou postando isso. Passei seguidamente por: uma semana de entrega de trabalhos, uma semana de testes e minhas provas começaram hoje, então é. Eu não tive tempo pra digitar o cap. Se quizerem saber, eu já tinha 2.400 palavras prontas até o Word resolver surtar e corromper o arquivo, o que atrasou mais ainda o cap. Minhas sinceras desculpas, mas não tem como responder reviews agora, estou morrendo de sono e ainda preciso estudar.
Vou tentar postar outro cap antes do natal mais não garanto nada. Esse cap foi digitado as pressas, por isso ele provavelmente está um pouco corrido e não tão bem escrito, mas meu tempo é curto.
Enfim, espero que gostem:

-----------x-----------x-----------x-----------x-----------x-----------x-----------x-----------x-----------

Capítulo 6 – Prelúdio para o Desastre.

Apenas corria o mais rápido que minhas pernas permitiam. Estava determinado a chegar ao escritório de Seth e trocar de lugar com Airi o mais breve possível para que aquela situação fosse resolvida logo.

Assim que cheguei ao fim do corredor, visualizei a porta que me levaria para o pátio onde estavam localizadas as escadas. Senti um alívio momentâneo.

- Quase lá... – Sussurrei para mim mesmo enquanto abria a porta... Apenas para ter o alívio que sentia até agora pouco transformado em fumaça.

Havia apenas completa destruição. Vários dos estudantes de elite estavam espalhados pelo chão com diversos tipos de ferimentos, alguns deles estavam inconscientes ou tentando tratar de seus Pokémon que pareciam em estado ainda pior.

O pátio em si estava acabado: várias marcas de sangue, rachaduras e arranhões alastravam-se pela parede e o teto, junto com um buraco enorme na parede que ficava ao lado das escadas que levavam para o andar de baixo.

No meio de toda destruição, estava uma garota. Sua face estava coberta por uma máscara branca e preta, com detalhes prateados ao redor dos olhos. Assim como os outros membros que eu tinha visto até pouco tempo, ela usava um uniforme branco com um Z da cor preta estampada no peito. Uma boina branca cobria completamente seus cabelos, me impedindo de ver a cor dos mesmos.

Não fazia a menor ideia da idade da pessoa a minha frente, mas julgando pela sua altura (que não era muito diferente da minha), deduzi que ela devia provavelmente ser da minha faixa etária.

Atrás da pessoa, havia um Pokémon que lembrava uma grande ave metálica... O reconheci como sendo um Skarmory. Pela aura em volta do Pokémon ave, pude sentir uma grande quantidade de malicia e sede de sangue. Como se ele já não fosse aterrorizante com aquelas asas e bico afiadíssimos, ainda por cima tinha um olhar assassino... A Lei de Murphy está me afetando demais esses dias.

Lentamente, vi aquela única pessoa que ainda permanecia de pé no meio do massacre voltar sua atenção para mim. Ela e seu Pokémon estavam olhando em minha direção, e eu estava começando a ter calafrios graças à intensidade com que me encaravam.

Por reflexo, dei um passo para trás, para tentar inutilmente aumentar a distância entre nós. Em resposta a minha ação, a garota apenas começou a andar para frente, aproximando-se lentamente.

Engoli seco e continuei a andar para trás... Até sentir a superfície gelada da parede tocar minhas costas. Estava completamente encurralado.

Ainda não havia esquecido a pokeball do Espeon de Airi que ainda estava guardada no meu bolso... Mas por algum motivo não queria usá-lo. Algo dentro de mim dizia que eu não seria capaz de usar o Espeon do mesmo jeito que eu havia feito mais cedo para salvar meu colega.

A garota estendeu um de seus braços e apontou em minha direção, para logo depois estalar os dedos. Aquilo deveria ser algum tipo de sinal, pois logo após aquilo, o Skarmory começou a entender suas asas, enquanto as mesmas produziam um tipo de brilho. Quando o Pokémon abaixou suas asas em movimento rápido e forte, vi um tipo de lâmina de ar vir em minha direção... Já tendo assistido Airi lutar contra Pokémon do tipo voador antes, pude reconhecer o golpe como sendo Air Slash.

Já esperando por um ataque, estava pronto para me jogar para o lado para evitar o ataque... Só que algo me impediu. De repente, tudo pareceu ficar em um tipo de câmera lenta, e ouvi uma voz familiar sussurrar em minha cabeça:

“Não se mexa.”

As coisas pareceram voltar em sua velocidade normal, mas eu não tinha mais controle do meu corpo. Apesar de minha vontade de desviar do ataque, simplesmente não conseguia me mexer. Então, fiz a única coisa que pude no momento: fechei os olhos e esperei pela dor excruciante que provavelmente viria logo.

Porém, nunca cheguei a senti-la. No momento seguinte em que fechei os olhos, senti alguém me empurrar para fora da direção do ataque, o que me fez cair no chão um pouco atordoado.

Balancei a cabeça para tentar reganhar meus sentidos completamente, e olhar ao meu redor para ver o que tinha acontecido... Apenas para encontrar Ocean no lugar onde eu estava apenas segundos antes com a face contorcida de dor enquanto segurava fortemente o ombro.

- OCEAN! – Gritei extremamente chocado com a situação.

- Urgh... – Ele grunhiu em reposta parecendo apertar ainda mais seu ombro esquerdo.

Do local onde eu estava não dava para ver, mas tinha quase certeza que o ombro dele estava ferido.

Para o meu horror, a garota levantou o braço e estalou os dedos mais uma vez, o que fez com que o Skarmory lançasse outro Air Slash em minha direção. Gelei. Não havia como eu sair vitorioso em uma batalha contra ela, mesmo se soltasse o Espeon da pokeball, e não havia condições de Ocean batalhar... A situação era alarmante.

Aquela altura, já havia praticamente perdido todas as esperanças, quando algo chocante aconteceu: antes da garota ter tempo de dar outra ordem para seu Skarmory, uma voz feminina gritou subitamente:

- Aggron, use Protect!

Quase imediatamente, um Pokémon enorme surgiu na nossa frente. Ele lembrava vagamente um tipo de dinossauro metálico, com um grande capacete feito desse material na cabeça junto com dois enormes chifres. Também possuía grandes placas de metal nos joelhos e uma cauda. Nunca havia visto um desses antes, mas pelo grito de antes, podia deduzir seu nome.

O Aggron estava coberto por um tipo de aura esverdeada, e por sorte o Protect deu certo, pois assim que o Air Slash do Skarmory fez contato com a aura, desapareceu quase imediatamente.

- Humpf, honestamente... Para eu ter que cuidar dessa bagunça... O que diabos Seth e aquela menina mimada estão pensando? – Disse a mesma voz que antes gritara o comando para o Aggron... E que agora me parecia extremamente familiar.

Da porta por onde eu entrara momentos antes, surge uma mulher. Ela era alta, com longos cabelos loiros presos em um rabo de cavalo alto. Seus olhos eram verdes e sua pele levemente morena. Um pequeno óculos estava sendo equilibrado em seu nariz, usava uma blusa branca, junto com uma saia lilás e sapatos pretos... Fiquei um pouco chocado ao ver minha professora, Lara, em uma situação como aquela.

- P-p-p... Professora!? – Consegui gaguejar, ainda em choque.

Ela olhou em minha direção, parecendo mal humorada... Mas como ela parecia sempre estar de mau humor, isso não me afetou... Muito. O jeito como ela estava me fuzilando com os olhos não era exatamente agradável.

- O que diabos está esperando!? – Ela elevou a voz, enquanto olhava ainda mais ameaçadoramente em minha direção. – Seu amigo está machucado, certo? Vá logo ajudá-lo!

Então ela olhou para frente, fixando seu olhar na garota a nossa frente e em seu Skarmory, que por algum motivo ainda não tinha atacado.

- Eu cuido da situação... Faça algo de útil e ajude o outro idiota. – Percebendo a seriedade em sua voz e percebendo que havia reganhado o controle sobre meu corpo, levantei-me rapidamente para checar a situação de Ocean.

Ele ainda estava agachado no mesmo local onde recebera o golpe. Platina não estava à vista, por isso presumi que ela deveria estar em sua pokeball. Ocean segurava seu braço fortemente, de cabeça baixa, provavelmente sentindo dor de mais para falar.

Agachei-me para ficar a sua altura e o ajudei a encostar as costas na parede como apoio.

- E... Erio... – Conseguiu dizer fracamente, apertando ainda mais o ombro. – V... Você... Está bem?

Aquilo soou mais como um sussurro do que uma pergunta, temendo pela segurança dele, consegui engolir seco antes de responder:

- É claro que eu estou... Foi você que levou o golpe! – Exclamei um pouco indignado comigo mesmo, afinal, se eu tivesse simplesmente saído do lugar, Ocean não estaria naquele estado...

Percebendo que na situação ficar com raiva de mim mesmo não iria resolver nada, balancei a cabeça para organizar os pensamentos e disse fracamente:

- Vamos... Tire a mão de seu ombro para eu ver seu ferimento.

Ocean hesitou por alguns segundos... E depois lentamente tirou a mão do local. Quando vi o estado de seu ombro senti minha respiração ficar presa em meus pulmões. O ferimento nem parecia tão profundo assim, mas o que me deixou completamente pálido foi... O sangue.

Sangue... Aquele líquido vermelho que por algum motivo me parecia tão familiar. O barulho da batalha que estava acontecendo atrás de mim e o som da voz de Ocean chamando meu nome com um tom preocupado de repente pareceram distantes.

Senti meus olhos ficando embaçados, e de repente, eu não estava mais na academia de Johto. Havia fogo e gritos. O céu parecia estranhamente opaco. No meio da destruição havia um corpo de uma mulher. Uma mulher com cabelos do mesmo tom que os meus, e olhos castanhos.

Ela estava ensanguentada e lagrimas caiam de seus olhos. Mais gritos, e eu ouvi uma risada ressoando pelo ar. Aquilo era realmente o que havia desejado...?

Com muito esforço de sua parte, vi a mulher mover seu lábios, formando as palavras:
“Perdoe-me, Erio...”

Senti uma lágrima descer pela minha bochecha, e ouvi alguém chamar meu nome. Os olhos da mulher lentamente perderam o brilho, e quando a vida finalmente se extinguiu dos mesmos, a risada ecoou mais forte. Depois, tudo ficou preto...

~Mudança de Ponto de Vista~
❑❑❑

Quando acordou, a primeira coisa que viu foi o teto branco do hospital da academia. Ele havia ido parar no hospital...? É, talvez pular na frente de um ataque com chances de ser letal não fosse à melhor de suas ideias, mas não se lembrava de ter ficado inconsciente... Estranho.

Deu um suspiro. Afinal, era sua própria culpa estar naquele lugar. Ele sabia que aquele ataque não iria atingir Erio. O ângulo em que o ataque estava indo... Se Erio tivesse permanecido no mesmo lugar sem se mexer, o ataque do Skarmory passaria a centímetros dele, mas não o acertaria.

E ainda sim... Quando viu aquele ataque ir à direção do amigo, seu corpo havia se mexido praticamente por vontade própria, empurrando Erio para fora do caminho e sendo atingido no processo. Ele deveria ganhar uma medalha como melhor amigo do ano ou algo do tipo, haha...

Ocean levantou seu braço direito, tentando ignorar a sensação de dor que sentia no outro ombro, e lentamente, puxou a manga de sua blusa azul para baixo. Um pouco abaixo de seu pulso, havia quatro cicatrizes. Eram apenas riscos, que pareciam ter sido feitos por algo extremamente afiado, e que se cruzavam sem nenhum padrão aparente.

Para alguém que visse de fora, provavelmente pareceriam cicatrizes normais, sem nenhuma importância, mas para Ocean... Cada cicatriz era como se fosse um lembrete. Um lembrete de todas as vezes que falhara.

Mas isso não iria acontecer novamente. Ocean preferia morrer a ganhar outra dessas cicatrizes. Não iria passar por aquele inferno mais uma vez. Sabia que tinha que pagar por seus próprios erros e pelos erros de sua família, mas até a morte era mais acolhedora que sua situação atual.

Deixou o braço cair na cama e deu um longo suspiro. Não adiantava ficar remoendo o que havia acontecido. Ele precisava apenas fazer com que as coisas dessem certo dessa vez, certo? Certo.

Ocean foi tirado de seus pensamentos quando ouviu o som distinto que sua Glaceon fazia quando estava contente... O que fez com que virasse a cabeça na direção do barulho.

Sua mente demorou alguns segundos para processar o que viu. Seus olhos se arregalaram e por algum tempo, sua boca fez movimentos parecidos com os de um peixe. Esfregou os olhos, e quando a cena a sua frente continuou no mesmo lugar, decidiu que não estava vendo coisas afinal.

Havia uma cama ao lado da sua... Que estava sendo ocupada por ninguém menos que seu melhor amigo, Erio.

O que não seria nada de anormal, pois antes do próprio Ocean desmaiar, provavelmente por falta de sangue, ele vira seu amigo ficar inconsciente minutos antes... O bizarro da cena, é que ao lado da cama de Erio estava sua fiel e única companheira, Platina... E o mais estranho é que o amigo não estava surtando, ou tendo um ataque epilético nem nada do tipo, (o que era normal quando se aproximava demais de Pokémon).

Contrariamente as suas expectativas, Erio estava calmamente fazendo pequenas caricias na cabeça da Glaceon, que parecia estar feliz com a atenção recebida e se inclinava na direção do toque.

Para completar ainda mais a bizarrice de tudo, os olhos de Erio não estavam focados no Pokémon que ele estava acariciando. De fato, Ocean suspeitava que os olhos do amigo não estavam focados em absolutamente nada. Eles pareciam vazios, sem brilho, e sem fida. Olhos desfocados... Os mesmos olhos daquele dia.

Engolindo seco, Ocean decidiu que era melhor tentar tirar o amigo de seus pensamentos. Afinal, não era como se Erio se lembrasse daquele dia... Ainda estava muito cedo para Ocean se quer considerar a chance de Erio ganhar suas memórias de volta.

Limpou a garganta para tentar ganhar a atenção do amigo, e quando falhou, tentou dar um sorriso forçado enquanto dizia com um tom de deboche:

- Eh... Uma pena que nós dois tenhamos parado aqui, né? Mas do jeito que você é azarado, eu provavelmente já deveria esperar por uma situação desse tipo. Oh, espero que você não esteja começando a passar sua má sorte pra mim, Erio.

Por alguns segundos não houve nenhuma reação. Começou a ficar ansioso com aquele silêncio, e quando estava prestes a dizer algo para tentar quebrar o gelo mais uma vez, Erio finalmente esboçou alguma reação.

A mão que estava acariciando Platina repentinamente parou seus movimentos, os olhos que antes pareciam estar desfocados olharam para Ocean, mas continuavam do mesmo jeito: sem brilho. Olhos nublados, como se estivessem cobertos por uma neblina.

Inconscientemente, o garoto de cabelos loiro azulados engoliu seco. Aqueles olhos eram definitivamente os mesmos olhos daquele dia. Erio estava com os mesmo olhos que aquela pessoa. E aquilo definitivamente não era um bom sinal. Aquilo não deveria acontecer ainda, estava cedo, cedo demais.

Antes mesmo que tivesse tempo de perguntar, ou fazer qualquer coisa, Erio abruptamente levantou, e disse em uma voz que não passou de um sussurro:

- Eu vou ver Seth... – E com isso, o jovem com cabelos cor de chocolate saiu da sala. Deixando um preocupado e ansioso Ocean para trás.

❑❑❑

Alguns minutos após a saída de Erio, o celular de Ocean tocou. O jovem de cabelos loiro azulados estava deitado de costas na cama da enfermaria sozinho, já havendo recolhido Platina em sua pokeball, tentando processar os acontecimentos que haviam ocorrido naquela sala minutos antes, quando seu telefone começou a vibrar.

Deu um suspiro, provavelmente já sabia quem estava do outro lado da linha, e não estava com a mínima vontade de falar com aquela pessoa irritante... Pena isso preciso para seu plano dar cedo.

Relutantemente, tirou o celular do bolso e deu uma olhada no número... Apenas para ter suas expectativas confirmadas. Foi com um grunhido e com muito mau humor, que o jovem abriu o telefone e disse:

- Alô?

A voz do outro lado, aparentemente feminina, deu um risinho antes de responder debochadamente:

- Wow! Mas que mau humor é esse? Eu esperava que fosse cuspir veneno só depois que eu te contasse das noticias que descobri... Mas levando em conta que você provavelmente está no hospital agora, acho que não posso culpá-lo hehe. E então, vão ter que amputar seu braço? Espero que o Skarmory tenha feito uma boa ferida.

O adolescente contou mentalmente até dez, tentando se acalmar. Antes de responder, deu um longo suspiro e replicou em tom seco:

- Não, meu braço não vai precisar ser amputado, a ferida foi apenas um arranhão. E se você quiser manter seu emprego, sua vida, e mais importante, seu segredo, eu começaria me contando tudo que descobriu nesse exato momento antes que minha paciência acabe.

A voz deu um grunhido descontente, o que fez com que o jovem se sentisse um pouco melhor, antes de dizer:

- Agh, você não é nem um pouco divertido. Está seriamente precisando de terapia. Nem sei como você consegue ser amigo daquele tal de Erio com seu temperamento bipolar e tudo mais...

A menção de seu amigo renovou o mau humor de Ocean, o que fez com que ele soltasse um ruído de impaciência para sinalizar que o tempo estava acabando.

- Ah, ok, ok, já entendi! Nossa, que mau humor. Enfim, você já deu uma olhada nos noticiários ultimamente? Hehe, eles estão tendo uma matéria interessante sobre o campeão de Sinnoh.

Estreitando os olhos, e com o celular ainda no ouvido, Ocean pegou o controle remoto que estava em cima da escrivaninha ao lado de sua cama. Dando graças a deus pela TV que havia na enfermaria, ele ligou a TV e colocou em um canal onde sabia que passava noticiários àquela hora do dia.

O que apareceu na TV foi uma repórter qualquer com cabelo laranja falando de uma manchete. Aparentemente, haviam descoberto alguns destroços suspeitos perto do laboratório destruído de Sinnoh e haviam achado algo que julgavam ser a casa do misterioso Campeão de Sinnoh que havia desaparecido três anos atrás.

Depois disso, a mulher começou a fazer algumas especulações sobre o paradeiro atual do campeão de Sinnoh, e algumas teorias sobre o que poderia ter acontecido com ele, para depois de alguns segundos os comercias entrarem no ar.

Ver a notícia levantou um pouco o humor de Ocean, que apenas deu uma risada sarcástica.

- Oh... – A voz no telefone disse, parecendo estar desapontada com a reação de Ocean. – Achei que isso lhe deixaria preocupado.

O jovem levantou uma sobrancelha, antes de responder:

- E porque isso me deixaria preocupado?

- Bom... – A voz pareceu hesitar antes de responder. – Por que... Você é o campeão de Sinnoh, certo?

Ocean gelou. Aquelas palavras despertaram uma série de pensamentos e lembranças que o jovem realmente não gostava de recordar, apagando todo e qualquer vestígio de seu bom humor até agora pouco. Aparentemente, ele provavelmente começara a viajar, pois a voz no telefone estava falando algumas oitavas mais alto, provavelmente tentando chamar sua atenção.

- Está me escutando? Hey-... –ERO! – Ao ouvir esse nome, o rapaz inconscientemente aumentou a força com que segurava o telefone, fazendo com que os nós de seus dedos ficassem brancos.

- Creio que já lhe disse para não me chamar dessa forma. – Dessa vez Ocean não hesitou em falar em um tom frio, com cada palavra coberta de veneno.

- Mas... – A voz no telefone pareceu um pouco temerosa antes de continuar. – É o seu nome, certo?

- Não. – Ele negou imediatamente. – Meu nome é Ocean Seleniarus e não aceitarei que me chame de qualquer outra coisa. Se isso era tudo que tinha para me falar, creio que não haja razão para continuar essa conversa. Adeus.

E antes que a voz pudesse protestar ou sequer dizer outra palavra Ocean desligou o celular. Precisou de toda sua força de vontade para não jogar o aparelho contra a parede e sua calma demorou vários minutos para retornar.

Quando finalmente conseguiu voltar a pensar racionalmente, não conseguiu se livrar da desagradável situação de que algo muito ruim iria acontecer... Logo.


~Mudança de Ponto de Vista~
❑❑❑

Seth estava sentado na cadeira de seu escritório. Olhando vários documentos que necessitavam de sua assinatura enquanto bebia calmamente o chá que havia preparado mais cedo.

Estava completamente ciente dos ataques e casualidades que haviam acontecido na Academia de Johto. Lara já havia feito um pequeno relatório e o jovem diretor também já tinha conhecimento sobre o estado de Erio e Ocean no hospital.

Estava apenas contando os minutos para os repórteres ficarem sabendo do ocorrido para voarem em cima dele como formigas são atraídas por açúcar. De fato, era apenas uma questão de tempo até que recebesse um numero incontável de cartas sobre pais preocupados querendo saber do estado de seus filhos e provavelmente algumas renegações de matriculas...

E apesar de tudo isso, ele continuava perfeitamente calmo. Seth não era alguém fácil de ser abalado, isso era um fato bastante conhecido por muitas que pessoas que tenham pelo menos trocado algumas palavras com o jovem diretor.

Sempre calmo, estóico, e levemente sadista. Era assim que o mesmo era conhecido no mundo Pokémon. O jovem treinador gênio que teve a ideia de criar uma academia que abrangesse todos os continentes para preparar jovens treinadores para as conseqüências provocadas pela grande explosão de 10 anos atrás...

Algumas pessoas o admiravam, outra o temiam, e grande parte das pessoas que conhecia, pelo menos nos negócios, desejavam que algo de ruim acontecesse consigo. A expectativa e a pressão que seu cargo exerciam provavelmente seriam o suficiente para fazer uma pessoa normal desabar.

E esse era exatamente o motivo pelo qual permanecia calmo. Ele não era uma pessoa normal. Criara esta academia que tantas pessoas admiram e temem por razões egoístas, e não se sentia nem um pouco culpado com isso.

Em ordem de sobreviver em sua posição atual, ele precisava ser calmo, frio e sem emoções. Seth seguia essas características a risca, por isso sempre prevalecia sobre as incontáveis dificuldades que surgiam em seu caminho.

Porém, mesmo com sua indiferença, Seth ainda era humano. Ele ainda cometia erros, e mesmo que aparentasse o contrário, ainda tinha emoções.

Quando Airi finalmente retornou para a academia depois de uma breve saída, que coincidiu com o ataque inesperado da equipe Zero e todos os acontecimentos dessa manhã turbulenta, ela disse algo que fez o sangue de Seth gelar nas veias e parou todos os movimentos de seu corpo.

- Provavelmente... Eu tenho apenas mais dois meses.

A mão que estava segurando a xícara de chá amoleceu, e um distinto barulho de porcelana chocando-se contra o chão foi ouvido.

Continua.

-----------x-----------x-----------x-----------x-----------x-----------x-----------x-----------x-----------

Total de Palavras: 3.672

Capítulo revisado por Weegee~ Thanks wee <3
Comentários e críticas são bem vindos~
Até a próxima, Addio~


Última edição por Silyn em Qui 15 Dez 2011 - 12:58, editado 2 vez(es)

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Pokémon - Project Z - Página 3 Precioussoul
Set by me~


Quão longe você iria pelo bem de alguém? O que faria para proteger um segredo?
E por quanto tempo guardaria rancor por aqueles que lhe fizeram mal?

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Por que para todas as perguntas, há uma resposta.
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Frase pessoal : ¯\_(ツ)_/¯


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Mensagem por roberto13 Qui 15 Dez 2011 - 5:28

Estava ciente dos problemas que você tinha. Apesar de tudo, fez um capitulo excelente. Poucos erros, mais por de digitação mesmo.

Não achei a narração corrida. Manteve o ótimo nível de toda fic. Já tinha uma certa desconfiança que o Ocean era o campeão de Sinnoh! Ainda assim me surpreendeu haha, o final ficou muito bom também.

Lembre-se, certas obrigações vem em primeiro plano, portanto, não preocupe com os atrasos, resolva o que você tem que fazer antes e depois continue de maneira magnifica (como esta a fazer) a fic.

É isso!
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Mensagem por rogerio_sneider Qui 15 Dez 2011 - 20:31

olá, Silyn-chan.
não se preocupe com o atraso, nós entendemos.
não achei o chap corrido e, na minha opinião, estava ótimo.
só é uma pena que ão conseguiu responder aos coments, pois acho que talvez fique muito pesado responder os coments de dois chapter juntos.

eu tbm tive uma semana de trabalhos seguida por uma de provas, então eu sei que é meio pesado. quase não da tempo pra respirar. kk
fiquei feliz que vc tenha conseguido arrumar um tempinho pra escrever esse chap, mas espero que essa noite que vc praticamente passou em claro não tenha atrapalhado. se vc não tiver tempo, espera e posta depois, avisando o motivo da demora.

bom, então vamos ao chap..

oO
temos tantas perguntas respondidas quanto novas...
não me lembro se eu já tinha desconfiado do Ocean ser o campeão de Sinnho, mas acho que não.
mas isso me surpreendeu pouco, perto do fato de um pokéfobico acaricias um glaceon!!!
auhsuahsuahs
era o Erio mesmo, ele tava em transe e nem percebeu o que tava fazendo ou passou a fobia dele mesmo?
e que lembrança é essa do flashback que ele teve quando viu o ferimento do Ocean e ela é a mesma a que este se referiu?
aquela aparentemente era a mãe dele, mas eu pensei que ele nunca tivesse ido no laboratório onde ela trabalhava.
será que, de alguma forma, ele e a Airi foram afetados pelo quer que eles estivessem pesquisando?

bom, se o nome dele não é Ocean, então qual é?
pra vc ainda não ter falado, provavelmente nós já o ouvimos (lemos) ou ele ainda vai aparecer.
acho que a primeira hipótese é a correta, até pq eu já tenho uma ideia de qual é o verdadeiro nome dele.
eu já tinha quase certeza de que era ele, mas com o que acontecei nesse chapter, eu fiquei em dúvida.
não vou falar o qual o verdadeiro nome que eu suspeito pq acho que ia perder a graça.
é mais divertido quando descobrimos algo por nós mesmos ou quando realmente acontece do que quando as pessoas digerem as informações pra nós, sem falar que é apenas uma suspeita.

Nossa, o Seth é sangue frio mesmo, heim..
to quase achando que ele passou o ataque inteiro sentado calmamente tomando chá, mas acho que ele não iria deixar a escola dele ser tomada assim tão facilmente...
e o que que a Airi tava fazendo fora da escola logo quando esta estava sob ataque?
não acho que ela ia sair depois uma reunião com o Seth por nada.

ah, e ja ia quase me esquecendo...
quem era a mascarada?
o que aconteceu depois que o Erio desmaiou?
a professora derrotou ela ou ela fugiu?

bom, eu disse que já tava cheio de perguntas de novo. kkk
acho que eram só essas, a não ser que eu tenha me esquecido de alguma. mas se for o caso, provavelmente não era tão importante, se não eu não esquecia.
então, até o próximo chapter.
ah, e boas provas. ^^

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Mensagem por Tree_Thi Qua 28 Dez 2011 - 22:34

Opa,


Hum, interessante em, muitas revelações nesse cap.

Ocean mesmo sabendo que estava tudo bem se arriscou pelo Erio, amigo mesmo em.
E claro, Ocean campeão de Sinnoh, isso não me surpreendeu muito, quero ver a relação dele com o resto da historia.
Mas uma coisa que eu nao entendo completamente é essa "coisa" que o Erio tem.

E uma coisa que veio a minha mente do nada, é que eu ja sei o nome dele, hum não é tao difícil (se for o que eu to pensando), mas bem interessante e isso explicaria o começo desse cap. quando tem o "Não se mexa"

Agora so pra fexar, não sei se esqueci de alguma parte do texto mas, a "invasão" acabou do nada? E outra coisa que eu não entendi muito bem foi a ultima parte do Seth...

Bom é isso, beijos e..
Ate mais.

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Mensagem por Silyn Ter 3 Jan 2012 - 4:27

Spoiler:

Ahem... O capítulo a seguir deveria ser supostamente um especial de natal... But I fails, então só consegui postá-lo agora. Peço que tenham pena de mim, pois volto as aulas HOJE e tive apenas 4 dias de férias, sendo que um deles foi domingo (I fails).
Mesmo sendo um especial a leitura desse cap é praticamente obrigatória, pois além de ter um bando de coisas que ajudarão a solucionar o mistério, tem algumas explicações que eu não conseguiria encaixar em outra parte da fic.
O capítulo a segui é completamente sobre o ponto de vista do Ocean, e como o número indica acontece entre o cap 6 e 7 da fic.
Espero que gostem, pois eu me matei escrevendo isso -qqq
-----------x-----------x-----------x-----------x-----------x-----------x-----------x-----------x-----------

Capítulo 6.5 – Aconteceu em um dia de neve.

Deitado de costas na cama da enfermaria, Ocean refletia sobre o que acabara de acontecer. Não somente Erio havia se livrado de sua fobia de um modo um tanto repentino, mas também estava agindo de forma estranha... O jovem de cabelos loiros azulados deu um suspiro pesado e virou de lado, fitando a cama onde seu amigo estava até uns segundos antes.

Sentindo-se um pouco entediado, ele retirou a pokeball de Platina do bolso e resolveu libertar a Glaceon. Assim que saiu de sua pokeball, o Pokémon olhou para seu treinador com carinho, como se estivesse feliz em vê-lo, para logo depois esfregar sua cabeça em uma das mãos do mesmo, pedindo carinho.

O rapaz não pode deixar de dar um sorriso vendo as ações de sua companheira. Resolveu mimar Platina um pouco e começou a fazer cafunés em sua cabeçinha. A Pokémon fez um grunhido de felicidade e se inclinou ainda mais no toque.

Aquilo... Era nostálgico de certo modo. E também o fazia lembrar-se de Erio. Memórias do que aconteceram mais cedo vieram em sua mente e seu bom humor acabou-se por completo. O sorriso que antes estava em rosto sumiu e seus olhos adquiriram um tom mais escuro.

Sentindo o humor de seu treinador, Platina levantou a cabeça e olhou para ele preocupadamente, como se perguntasse o que havia de errado. Percebendo a preocupação de sua Glaceon, Ocean tentou suavizar sua expressão, afinal, ele não queria deixar sua companheira estressada.

A tentativa não adiantou muito, já que a Pokémon continuou a fita-lo do mesmo jeito. Dando um suspiro, Ocean percebeu que não conseguiria enganar Platina tão fácil.

- Você é realmente perceptiva, né... – Apesar de ter soado como uma reclamação, ele estava realmente feliz por ter alguém que se importasse tanto com seu bem estar. Provavelmente, Erio e Platina eram os únicos que realmente se importavam com ele...

“Mas por outro lado, Erio se preocupa com todo mundo...” Pensou enquanto dava uma risada seca, para logo depois ficar com uma expressão sombria. “Bom... Pelo menos o Erio de agora é assim.”

Foi retirado de seus pensamentos quando ouviu ruídos de indignação vindos de Platina. Aparentemente, a Glaceon não estava nada contente com o fato de seu treinador estar ignorando-a.

Dando um suspiro, e fitando os olhos de sua companheira, Ocean perguntou em um sussurro:

- Ei, Platina... Você se lembra de quando ainda pertencia ao Erio...?

~Flashback~
~ Seis meses depois da grande explosão de 10 anos atrás.~

❑❑❑

Estava nevando em Johto. O natal seria daqui a alguns dias e graças ao feriado, as ruas estavam abarrotadas de gente. Grande parte das pessoas estava sorrindo e conversando animadamente, enquanto procuravam nas vitrines ou até mesmo dentro das lojas presentes para dar a um parente, amigo ou simplesmente uma pessoa especial.

A alegria que estava no ar parecia ser contagiante, fazendo com que todas as pessoas naquela rua estivessem com expressões alegres... Quase todas pelo menos.

No meio do clima natalino havia uma pessoa, uma criança para ser mais específico, cujo humor e a aparência poderiam descritos como tudo, menos “feliz” ou “natalino”.

O garoto aparentava ter cerca de 11 anos. Apesar da neve que caia, sua vestimenta era mínima: apenas uma blusa azul rasgada em certas partes, jeans de cor escura e sapatos de couro desgastados protegiam seu corpo do vento gelado. Não usava luvas, nem cachecol e nem mesmo um casaco. Já podia sentir as pontas de seus dedos azuis de tanto frio.

Seu cabelo loiro-azulado aparentava estar sujo, e seus olhos que possuíam um tom de azul profundo refletiam o tamanho cansaço que estava sentindo. Apesar de sua aparente má condição, nenhuma daquelas pessoas saia de seu caminho para ajudá-lo, achando mais fácil ignorar a presença do garoto.

Percebendo que as pessoas da cidade buscavam evitá-lo a todo custo, o menino permitiu um sorriso irônico tomar conta de seu rosto.

“E pensar que eu me arrisco pra salvar esse tipo de gente... Que piada.” – Pensou enquanto dava mais alguns passos em frente. A neve dificultava sua caminhada, fazendo com que gastasse muito mais energia do que andando normalmente, o que na sua condição atual, não era nada bom.

Depois de mais alguns passos sentiu suas pernas tremerem com seu próprio peso, e por fim, as mesmas cederam, fazendo com que caísse deitado na neve. Mesmo assim, as pessoas continuaram fingindo que não o viam, andando em volta de seu corpo caído em vez de ajudá-lo.

“E pensar que eu me esforcei tanto pra chegar a Johto... Será que eu vou mesmo acabar desse jeito patético?” Pensou amargamente enquanto sentia suas pálpebras ficarem pesadas. “Se bem... Que não seria melhor se tudo acabasse desse jeito mesmo? Afinal, não há nenhuma garantia de que eu teria sucesso. E eu já estou cansado disso... Mas eu me pergunto... Será que ele permitiria que minha vida acabasse desse jeito? Hehe... Acho... Que estou prestes a descobrir... Eu estou realmente com... Muito sono.

Seus olhos se fecharam, mas antes de perder a consciência escutou uma voz familiar dizer:

- Eh, que jeito patético de se morrer. Mas... Você parece se um pouco com... – E após ouvir essas palavras, deixou que as trevas tomassem conta de sua consciência.

❑❑❑

Quando começou a reganhar a consciência sentiu-se aquecido. Estranho... Tinha certeza de que havia adormecido na neve. Geralmente quando se dorme na neve, você nunca mais acorda, certo? Então porque ele estava se sentindo tão confortável e quente...?

- Ei. – Disse uma voz interrompendo seus pensamentos. – Porquanto tempo vai ficar ai deitado sem fazer nada? Eu vi você se mexendo, está acordado, certo?

Reconheceu aquela voz quase imediatamente, foi à mesma que ouviu antes de perder a consciência, mas mesmo que não fosse, não havia jeito dele não reconhecer o dono daquela voz.

Levantou-se da cama como se tivesse recebido um choque, apenas para cair de novo na mesma ao perceber que suas pernas ainda não aguentavam se próprio peso. Ao ver aquela cena, o dono da voz não conseguiu se segurar e começou a rir, beirando ao histérico.

- Eu perguntei por quanto tempo iria ficar deitado, mas se não consegue nem se manter de pé depois de dormir por 14 horas seguidas você é mais fraco do que eu esperava.

Mesmo já sabendo a quem pertencia a voz, virou a cabeça com cautela e fitou o dono dela com olhos cerrados. A sua frente estava um garoto, que sabia ser um ano mais novo do que si mesmo. Ele tinha cabelo castanho bagunçado que chegava até os ombros, sua pele era um pouco pálida, e o que mais chamava atenção em seu rosto eram seus olhos dourados.

O garoto usava um grande casaco castanho que chegava quase até seus joelhos, uma calça preta e botas de mesma cor. Em seu pescoço havia um cachecol cinza e tinha uma expressão levemente irônica no rosto. Engoliu seco.

O menino de olhos dourados vendo que o outro garoto parecia estar receoso de si deu um sorriso ainda maior.

- Eh? Você está com medo de mim? Pfft. Apesar de ser uns 10 cm mais alto e aparentemente mais velho está com medo de um baixinho igual a mim? E olha que eu ainda te salvei... Pfft, hahahaha! Você é realmente interessante, sabia? - Estava rindo tanto que algumas lágrimas se formaram no canto de seus olhos.

O outro garoto, apenas se encolheu mais e fitou o outro ainda mais desconfiado. Não podia acreditar na sua sorte. Depois de quase morrer na neve ele foi salvo... Pela pessoa que deveria matar. Coincidência? ... Aquilo estava suspeito demais pra ser apenas coincidência.

Após acalmar seus risos que já estavam alcançando a histeria, o garoto de olhos dourados fitou o outro ainda com um sorriso no rosto.

- Haha... Se bem... Que se você realmente me conhecesse o normal seria ter medo... – Sua expressão ficou pensativa por um momento antes de seu sorriso irônico voltar. – Bom, eu não gosto de chamar as pessoas de “você”. Meu nome é Erio Leingold, e você? Tem um nome ou está assustado demais para falar?

O garoto de cabelo loiro-azulado ficou alguns segundos em silêncio antes de responder:

- Eu... Não gosto do meu nome. Pra ser mais preciso... Eu joguei meu nome fora. – Ele pausou para fitar a expressão curiosa do outro. – Porque você me salvou?

Erio pareceu ficar um pouco pensativo antes de responder.

- Porque eu te salvei? Hm... Posso dizer que tenho dois motivos. O primeiro é que você me parecesse extremamente familiar... Nós já nos encontramos em algum lugar?

Engoliu seco enquanto desviou seus olhos dos orbes douradas que o fitavam intensamente.

“Sim.” Pensou.

- ... Não, nós nunca nos encontramos antes. – Conseguiu dizer após uma breve pausa.

Para seu alivio, o outro pareceu deixar o assunto morrer. Ele levantou da cadeira de madeira onde estava sentado, que ficava perto da lareira. Ajeitou o cachecol em seu pescoço e rumou em direção a uma porta que provavelmente era a saída daquela casinha onde estavam.

- ... Aonde você vai? – As palavras escaparam de sua boca antes que pudesse segurá-las.

O menino de cabelos castanhos sem nem mesmo olhar para trás respondeu:

- Na cidade comprar alguma coisa pra gente comer. A menos que ao invés de morrer na neve prefira morrer de fome? – E com isso abriu a porta, deixando os ventos gelados entrarem no ambiente.

Percebendo que o outro estava prestes a sair, resolveu perguntar uma última coisa que o estava incomodando:

- Uma última coisa... Você disse que teve dois motivos para me salvar, mas só me falou um deles... Qual é o outro?

Essa pergunta fez Erio parar repentinamente todos os seus movimentos, e o outro se sentiu tenso. Será que ele havia dito algo de errado?

Lentamente o garoto de cabelos castanhos virou-se para encarar o que estava na cama. Seus olhos estavam vazios e em seu rosto havia um sorriso que beirava a insanidade.

- Eu simplesmente não queria me igualar àquela escória que se diz “humana”, que não tem nem mesmo compaixão quando alguém de sua própria espécie está sofrendo. – Após essas palavras, Erio fechou a porta, deixando o outro garoto suando frio.

O garoto de cabelo loiro-azulado tentou acalmar as batidas rápidas de seu coração. Se ele deixasse aquela pessoa fazer como bem entender, aquela tragédia definitivamente iria se repetir...!

Mesmo tendo quase certeza de que estava sozinha, vasculhou o ambiente com olhos, para assegurar que estava sozinho. Quando não viu nenhum sinal de movimento, com cautela tirou uma pequena adaga escondida na parte lateral de sua calça.

Ele já sabia quem era alvo, e já tinha a arma que poderia matá-lo. A verdadeira pergunta era: teria coragem de fazê-lo?

❑❑❑

O único som era da lenha sendo queimada pelo fogo da lareira. Após a saída de Erio, ele havia feito uma pequena exploração pela casa para ter uma ideia melhor de onde estava. Era uma pequena cabana de madeira com apenas três cômodos: uma sala, onde havia uma cama, uma cadeira e uma lareira, para direita ficava a cozinha, e se fosse pela esquerda chegaria a um pequeno banheiro com privada, pia e chuveiro.

Depois de examinar todos os cômodos, percebeu que seu corpo ainda estava cansado, então voltou pra cama para descansar. Escondeu sua adaga debaixo das cobertas, e ajeitou os mesmos sobre si para que ficasse o mais aquecido possível, enquanto aguardava pela chegada do outro.

Felizmente, não teve que esperar muito, pois alguns minutos depois de terminar sua exploração Erio voltou com uma bolsa marrom de papel nas mãos. Ao despejar seu conteúdo na mesinha de centro da sala, ele viu duas latinhas do que parecia ser algum tipo de sopa instantânea caírem da mesma. Não conseguiu disfarçar sua cara de desgosto, que não passou despercebida pelo mais novo.

- Oh, pare de fazer essa cara. Eu quase não tenho nenhum dinheiro e caso tenha se esquecido, senhor eu-tenho-nojinho-de-sopa-em-lata, eu salvei sua vida algumas horas atrás, e você não vai acabar com ela porque não quer comer. Então pare de fazer essa cara e me ajude a achar o bendito do abridor antes que eu enfie essa lata pela sua goela abaixo!

Gelou por alguns segundos antes de saltar da cama e rumar em direção a cozinha para procurar o abridor de latas . Quem diria que alguém um ano mais novo que ele poderia ser tão ameaçador...

❑❑❑

Depois de acharem o abridor, esquentarem e comerem a sopa, os dois meninos estavam sentaram-se, cada um com seus pensamentos. No caso de Erio em uma cadeira de madeira que ficava relativamente perto da cama onde o outro estava sentado.

Erio estava com o olhar fixo em algum canto da sala, não percebendo que sua companhia estava praticamente tendo uma guerra dentro de sua cabeça consigo mesmo.

“Essa é definitivamente minha chance. Considerando o jeito que o Erio é, ele provavelmente vai demorar mais pra reagir se eu o atacar agora mas... Eu... Eu nunca matei ninguém, e ele também me salvou... Mesmo que seja provável que ele vá me matar do mesmo jeito mais tarde...”

O rapaz de cabelo loiro-azulado piscou, e quase teve um ataque do coração quando reparou em um par de olhos dourados perto demais de sua zona de conforto o fitando intensamente. Inconscientemente, levou suas mãos até a adaga que estava escondida por baixo das cobertas, pronto para atacar, quando o outro disse uma coisa que o fez parar na mesma hora.

- Eh... Eles realmente lembram o oceano.

Piscou algumas vezes, e quando mesmo assim não compreendeu o que Erio havia dito, murmurou inteligentemente:

- Hã?

Erio revirou seus olhos antes de continuar.

- Seus olhos, eles tem o mesmo tom de azul do oceano.

Ainda não entendendo o que o outro queria dizer, piscou lentamente enquanto fitava Erio com uma pura expressão de confusão.

- Ah meu deus, você é lerdo mesmo ein? – O mais velho sentiu uma veia pulsar na testa. Ele não era lerdo, era o outro que não estava fazendo sentido! – Eu falei que odiava chamar outras pessoas de “você”, certo? Já que você não tem nome, e seus olhos tem a mesma cor do oceano, eu vou chamar você de Ocean! – Terminou Erio, parecendo satisfeito consigo mesmo.

O garoto de olhos azuis, ou “Ocean” como Erio o havia nomeado pôde apenas fitar o garoto a sua frente com uma expressão incrédula antes de dizer:

- Você não pode sair por ai dando nomes pras pessoas...!

- Mas é claro que posso. – Interrompeu Erio cortando o que outro queria dizer. – Foi exatamente isso que eu acabei de fazer, certo Ocean?

- Você... Você-! – Falou pronto para derramar uma avalanche de reclamações e palavras indignadas para Erio, quando o mesmo o cortou novamente erguendo uma mão no ar para silenciá-lo.

- Não, nada disso. Eu já decidi que seu nome vai ser Ocean e ponto final. Se você continuar a reclamar eu vou começar a chamar você de Júniper e nada que você fizer poderá me impedir.

Foi nesse momento que o garoto, agora chamado de Ocean, decidiu que seria sábio calar a boca.

❑❑❑

Fazia cerca de três dias desde que Erio e Ocean começaram a viver juntos. Ocean estava curioso na verdade, de como Erio havia conseguido aquela casa para si mesmo e aonde o mesmo arranjava dinheiro pra comprar comida para os dois. Ainda não havia arranjado coragem suficiente para matar Erio mas estava trabalhando nisso... Não era como se fosse necessário matar o garoto agora.

Então, enquanto o mais novo estava esquento as sopas que acabara de comprar no forno, urgh, Ocean perguntou:

- Ei... Hm... Como você conseguiu essa casa só pra você?

Erio continuou com os olhos fixos na panela, enquanto mexia seu conteúdo com uma colher de pau. Respondeu a pergunta do outro com um tom entediado:

- Ah, a dona dessa casa é conhecida do meu tutor, e por sorte consegue chegar nessa cidade antes dela sair pra viajar, não foi muito difícil convencer ela a me “emprestar” o lugar.

Ocean ficou com uma expressão pensativa. É, aquilo realmente fazia sentido.

- E como você consegue dinheiro para comprar a nossa comida? Há três dias você disse que tinha bem pouco, não deveria ter acabo a essa altura.

Essa pergunta fez com que o garoto de cabelos castanhos tirasse seus olhos da panela para fitar o outro incredulamente.

- Você está brincando, certo?

Ocean apenas piscou confuso.

- ... Você está falando sério. – Erio disse com uma expressão solene. – Ocean, eu tenho 10 anos de idade. O que um pirralho baixinho com 10 anos de idade pode fazer para ganhar dinheiro? Batalhas Pokémon é claro. O que diabos uma criança com cerca de 10 anos poderia estar fazendo nessa cidadezinha no meio de lugar nenhum se não em uma jornada? Você também está em uma jornada certo?

“Sim.” Ocean pensou. “Estou em uma jornada para matar você especificamente.”

Mordendo a língua para não deixar o pensamento sair pela boca, Ocean tentou responder da forma mais vaga possível.

- Bem... Eu estou em... Algo que você pode chamar de jornada, mas eu não tenho nenhum Pokémon.

Erio parou com tudo que estava fazendo para fitar o outro como se ele tivesse acabado de brotar outra cabeça.

- Ocean... De onde você vem? – Perguntou cauteloso.

- Sinnoh. – Respondeu verdadeiramente. Não havia sentindo em mentir sobre uma pergunta como aquele.

- Então. Você está me dizendo que veio o caminho todo de Sinnoh até Johto sem nenhum Pokémon? – O tom de Erio ficou incrédulo quando viu o outro balançar a cabeça positivamente. – Que diabos você é!? Um suicida por acaso!? Isso explica porque você estava um trapo quando chegou aqui! Aposto que você foi atacado por algum Pokémon selvagem ou então por algum treinador querendo roubar suas coisas!

Ocean pareceu ficar sem jeito com a acusação.

- Bom... Na verdade aconteceram as duas coisas.

Erio jogou as mãos pro ar completamente indignado.

- Confirmado. Eu não deveria ter te chamado de Ocean, “suicida” seria um nome bem melhor pra te descrever. Você odeia viver tanto assim por acaso?

“Sim.” Pensou olhando pro chão.

Quando não escutou nenhum barulho vindo do outro, tirou os olhos do chão para lhe fitar. O outro estava com a expressão vazia, olhando para Ocean com um sentimentos desconhecido nos olhos. Percebendo que provavelmente havia falado em voz alta, começou a tentar se explicar.

- Ah, não. Isso na verdade foi só um pensamento, quero dizer, eu não deveria ter falado isso e...

- Saia. – Erio como sempre cortou o que tinha a dizer. Ocean ficou com a expressão de quem havia acabado de levar um tapa na cara. O mais novo deu um suspiro antes de se corrigir. – Eu quis dizer, saia da cozinha. Conversar com você quase me fez queimar a sopa, e eu não vou sair nesse clima pra comprar outra.

❑❑❑

Havia se passado um dia desde a conversa que tiveram na cozinha, e como sempre, Ocean ainda estava tentando pensar em um jeito de matar Erio... E falhando epicamente. Dessa vez, quem estava sentado na cama era Erio, enquanto Ocean estava de pé fitando a lenha ser queimada pelo fogo.

Não havia tido nenhuma conversa normal com Erio daquilo, ele quase nunca falava com Ocean se ele mesmo não puxasse conversa, e mesmo assim, a maioria das respostas que recebia eram monossílabas. Não agüentando mais o silêncio desconfortável entre ele e o outro garoto, tentou novamente quebrar.

- Então... Você é um treinador, certo Erio? – O mais novo emitiu um grunhido de confirmação. Não querendo que a conversa acabasse apenas com isso, ele continuou. – Então, como é ser um treinador? Divertido?

Ocean viu os olhos dourados virarem em sua direção. Depois de se olharem por alguns segundos, Erio finalmente quebrou o contato visual e voltou a olhar pro teto, com um sorriso irônico no rosto.

- Não. Eu odeio ser um treinador Pokémon.

Ocean pareceu surpreso com a resposta, mas antes de mesmo de perguntar o motivo, Erio pareceu prever o que ele ia perguntar e resolveu responder logo:

- Para ser mais exato, eu odeio Pokémon. – Ocean pareceu ficar sem o que dizer, então Erio apenas continuou. – Para falar a verdade, eu odeio pessoas também. Pokémon e pessoas, eu realmente odeio os dois, e ser um treinador Pokémon basicamente significa ter contato com ambos, e por isso eu odeio ser um.

- Então, porque você decidiu ser um? – Não pode evitar perguntar.

O garoto de cabelos cor do chocolate deus de ombros.

- Eu não tive muita escolha. Depois que minha mãe morreu, eu e minha irmã mais nova ganhamos um tutor chamado Seth, aparentemente ele era amigo da mamãe. O cara deu um Eevee pra mim e um pra Airi, esse é o nome da minha irmã mais nova, e praticamente nos expulsou de casa. Posso dizer que a primeira impressão dele não foi das melhores. – Terminou sarcasticamente.

Ocean piscou. Que jeito mais... Estranho de se iniciar uma jornada.

- Mas enfim, logo eu vou estar fora Johto de qualquer forma, e com sorte não o verei por um bom tempo.

Isso chamou a atenção do mais velho.

- Você vai sair de Johto!? – A pergunta de Ocean soou mais como uma exclamação do que uma pergunta. – Quando!? E pra onde você vai!?

Erio olhou para o garoto mais velho surpreso.

- Wow, calma ai, eu só disse que vou sair do continente, isso é motivo pra ficar tão surpreso assim?

“Sim, porque se eu não souber onde você está, não posso matar você!” Ocean rezou para não ter dito essa frase em voz alta.

Para seu alivio, aquilo havia ficado em seus pensamentos, pois logo Erio continuou a falar.

- Eu não tenho muito certeza pra onde vou exatamente. Só quero sair de Johto porque minha irmã mais nova começou a jornada aqui também, e eu não quero lutar com ela. Na verdade, eu preferiria evitar ela o máximo possível. Estou planejando sair daqui depois do natal, mas não faço a menor idéia pra onde ir depois... – Ele deu de ombros. – Na hora eu decido.

Ocean engoliu seco. Aparentemente ele precisava matar Erio logo, ou perderia sua oportunidade. Vivendo sobre o mesmo teto, ele precisava apenas esperar o mais novo cair no sono e matá-lo... Não era nada impossível de se fazer, já que havia percebido que o outro tinha um sono de pedra. Mas então... Porque sempre que se imaginava matando o garoto sentia seu estômago se encolher e seu coração se apertar?

❑❑❑

Dia 24 de dezembro, véspera de natal. Ocean nunca imaginou que poderia odiar e temer tanto uma feriado ao mesmo tempo. Erio provavelmente partiria no dia 25, para algum continente que ele se recusava a dizer, deixando o mais velho com escolhas limitadas. Se não matasse Erio agora seria um inferno achar o mesmo depois.

Não conseguia entender sua hesitação. Sim, nunca havia matado ninguém antes, mas Erio era um assassino. Ele já havia matado antes e não parecia nem um pouco culpado com esse fato, então porque Ocean deveria se sentir culpado matando Erio? Se ele não o matasse aquela tragédia definitivamente aconteceria de novo...

Decidiu-se, iria matar Erio hoje, assim que o mesmo voltasse pra casa. O garoto de cabelos cor de chocolate havia saído há algum tempo atrás dizendo que precisava fazer alguns preparativos. Provavelmente para a viagem que iria fazer no dia seguinte.

Pegou a sua adaga e escondeu-a em um lugar fácil de pegar em sua calça. Faria aquilo do modo mais rápido e indolor possível, era o mínimo que podia fazer, já que Erio havia salvado sua vida. Mesmo nunca tendo matado ninguém, não significava que não sabia as técnicas, ele havia treinado bastante... Nunca em alguém vivo claro, mas treinamento era treinamento.

Ouviu a porta abrir, e segurou a adaga escondida com mais força, era agora ou nunca...!

- Pensa rápido! – Gritou Erio assim que abriu a porta, jogando uma caixa branca em direção a Ocean.

Surpreso e seguindo seus reflexos, Ocean largou a adaga escondida e segurou a caixa com as duas mãos bem a tempo. Olhou para o outro garoto confuso.

- Seus reflexos são muito bons. – Erio balançou a cabeça positivamente. – E isso é seu presente de natal. Não precisa agradecer, eu sei que você não tem nenhum dinheiro e não comprou nada pra mim, mas como eu sou uma pessoa muito bondosa arranjei algo pra você mesmo assim.

O mais velho ainda estupefato, tentando processar a situação atual. Vendo a falta de resposta do outro, Erio fez bico.

- Não vai abrir?

Relutantemente, e ainda confuso com o turno de eventos, Ocean abriu a tampa da caixa. Dentro dela haviam duas coisas: uma pokeball e uma passagem de navio. Antes de mesmo de abrir a boca para perguntou, o mais novo respondeu:

- Essa passagem aí é pra Sinnoh, eu tive que derrotar um bando de gente pra conseguir dinheiro pra duas, então acho bom ficar feliz. E de agora em diante o Pokémon dessa pokeball é seu. Se nós vamos partir em viajem juntos, eu não quero passar quase todo tempo me preocupando se você está sendo comendo por um Gyarados ou sendo assaltado por algum treinador.

Ocean piscou uma, duas, três vezes. Seu cérebro trabalhando a todo vapor para processar o que estava sendo dito.

- Pffft! Hahaha! – Erio começou a rir. – Eu sabia que você ficaria surpreso, mas deveria dar uma olhada na sua cara! E antes que você diga algo, saiba que o Pokémon nesta pokeball foi treinado por mim, então está em um bom nível. Estava em duvida pra onde ir, mas decidi por Sinnoh mesmo. Já que você veio de lá, pode servir de guia, que é o mínimo que você pode fazer para me agradecer.

Em piloto automático, Ocean levou a mão até a pokeball e liberou o Pokémon que estava dentro. O que foi uma má ideia, pois isso apenas o fez ficar ainda mais estupefato.

Da pokeball saiu uma pequena Eevee, cujo pelo tinha um leve tom prateado que parecia brilhar sobre a luz.

- Você... Está me dando um Pokémon raríssimo... Que ainda por cima é shiny? – Conseguiu formular as palavras depois de um tempo em silêncio.

Erio deu de ombros.

- Eu já te disse, eu odeio Pokémon, então realmente não ligo se tenho um raro ou não. Além do mais, você precisa mais dela do que eu. Não se preocupe, eu ainda tenho outro Pokémon. E... Ocean, você se lembra de quando eu disse que odiava pessoas também? – Nesse momento, Erio o fitou nos olhos antes de completar. – Eu acho que não odeio você. Então... Podemos ser amigos?

E quando ouviu aquelas palavras, Ocean esqueceu-se completamente da adaga que deveria servir para encerrar a vida de seu mais novo e primeiro amigo.

❑❑❑
~Fim do Flashback~

Olhando para o céu, Ocean viu que já estava escurecendo. Platina havia dormido em seu colo, e aparentemente não iria acordar tão cedo. A neve realmente o fazia ficar nostálgico. O seu “eu” de agora poderia ser basicamente chamado de farsa, afinal, se Erio não estivesse ao seu lado naquelas horas, duvidava que sua sanidade permanecesse intacta.

No fim... Não se arrependia de não ter matado o amigo. Mas teria que acatar com as consequências de sua escolha. Já que havia poupado Erio, teria que impedir a todo custo “aquilo” de acontecer novamente. Sim, havia falhado outras vezes antes, mas estava completamente decidido dessa vez.

Não iria perder seu amigo novamente...

Custe o que custar.

Continua.

-----------x-----------x-----------x-----------x-----------x-----------x-----------x-----------x-----------

Total de Palavras: 4.600

aspkaskapskpa Maior cap da fic.
Novamente eu não tive tempo de revisar, lol sorry... Isso está virando um mau hábito meu.
Gostaria que comparacem Erio e Ocean do passado com o Erio e o Ocean atuais.
Sim, obiviamente a um motivo para a mudança, mas isso como sempre, só será revelado em caps futuros, sorry :´D
skpakspask ESSE CAP.
EU ME MATEI ESCREVENDO ELE ASASKAPSKAPSK
E eu estou satisfeita com o resultado.
Tah, okei, eu não gostei do final, mas a parte do flash back sim
Já que o cap praticamente foi um flash back por inteiro, decidi não por ele em itálico, pois ler um texto desse tamanho em itálico seria tenso lol.
Oh well, me despeço por aqui. Provavelmente só vou postar outro cap lá pro fim de janeiro, sorry D:
Mereço reviews?
Addio.~

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Set by me~


Quão longe você iria pelo bem de alguém? O que faria para proteger um segredo?
E por quanto tempo guardaria rancor por aqueles que lhe fizeram mal?

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Mensagem por rogerio_sneider Ter 3 Jan 2012 - 13:15

lol
volta às aulas HOJE?!
um domingo apenas de férias?!
ah, e num precisa se matar pra fazer um chap. queremos vc viva pra fazer mais. xD
hasuhaush
well, agora ao chap.

lololololololololololololololololololololololololololololololololololololololololololololol
papeis invertidos, heim.
matar Erio?
Erio assassino?
Erio treinador?
é muita informação
ahsuahushaush
Silyn-chan, sério, vc se superou.
acho que nunca me surpreendi tanto lendo uma fic. nem a sua.
e o Erio, além de dar um nome ao Ocean, tbm deu um eevee pra ele?
pq num de u eevee pra mim se ele não o queria? T.T ahushaush
bom, já percebemos que o Ocean não pretende mais matar o Erio, mas ainda não sabemos o que ele quer evitar nem como eles mudaram tando.
por acaso o Erio foi atacado por algum fearrow, pra passar a ter medo de pokémons?
acho que talvez ele tenha até perdido a memória, pq ele nunca me pareceu um assassino.
e será que, se ele perdeu mesmo a memória, ele acabou se lembrando e ele acariciando a Platina é uma prova disso?
sem falar que Ocean se tornou o campeão de Sinnoh e fugiu a uns 4 anos, então ele já estava com o Erio.
provavelmente isso aconteceu na viagem que eles fizeram de volta pra lá.
o que me faz acreditar mais ainda que o Erio perdeu a memória, talvez pelo menos parcialmente, pois ele não sabia quem era o campeão de Sinnoh, muito menos que este era o seu melhor amigo, com quem viajou pra lá e que provavelmente o acompanhou na sua jornada.
e ainda mais. o que realmente eles sabem/sabiam sobre a explosão de 10 anos atrás?
foi depois dela que Erio passou a matar pessoas?
e qual a relação de Seth com isso tudo?
ele simplesmente recolheu um casal de gêmeos órfãos, lhes deu um eevee para cada, e os jogou no mundo para que se virassem sozinhos, dizendo-se seu tutor.
e porque ele criou a escola?
e a Airi com isso tudo?
aparentemente ela continuou a viagem dela e permaneceu com a sua personalidade (que eu acho bem parecida com a do antigo Erio).
agora eu entendo pq o Ocean as vezes é tão assustador.
acho que foi influencia de alguém. uahsuahs
bom, minhas suspeitas do verdadeiro nome do Ocean estão quase nulas.
já não tenho mais tanta certeza de que era o que eu estava pensando.
mas ainda fico muito curiosos por saber de onde realmente ele veio e que o mandou para matar Erio e como eles se conheceram (pois vc deixou bem claro que eles já se conheciam).
e quem é o Zero?
estou começando a suspeitar sobre algo, mas é basante improvável.

bom, acho que por enquanto é só isso.
estou ansioso para o próximo chapter (vc não sabe o quanto).
mas, antes de ir, vou perguntar uma coisa: quem é o pai dos gêmeos e o que aconteceu com ele?
eu tenho 3 hipóteses pra ele, sendo que a única que eu posso revelar é que ele morreu.
mas, apenas essa já abre várias outras hipóteses de como ele morreu, mas isso é assunto pra uma outra hora.
então, até a próxima, Silyn-chan.
e boas aulas. (apesar de que eu acho que não tem como uma aula em pleno verão, em uma época que deveria ser de férias, ser boa. mas mesmo assim, que elas sejam o melhor possível)

p.s.: ah, sim. quase esqueci de falar.
parabéns, esse chap foi simplesmente perfeito.
vc se superou nesse flashback.
só acho que deveria mesmo ter revisado pois, apesar de podermos entender tudo, acabou cometendo pequenos errinhos de concordância. mas nada que deva fazer vc perder o sono.
então, vou ficando por aqui.
feliz ano novo. ^^

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Mensagem por Gehrman Ter 3 Jan 2012 - 22:54

Oi Si. Após seus 729 pedidos de comentário, cheguei. e.e

Bem, como eu já disse antes, eu adorei o capítulo. Sendo um Flashback de uma coisa bem importante no passado, isso revelou algumas coisas relacionadas à Fic. Foi da hora descobri que a Platina era antes Pokémon do Erio. O mesmo também era muito diferente quando era pequeno, isso foi legal também, realmente. Gostei do Ocean mais inocente também, mesmo essa personalidade combinando pouco com ele.

Adaga. A adaga, nossa. Você ainda precisa dizer-me se ela era de platina ou não, melhor explicar isso depois. e.ê Enfim, achei bem curioso o fato do Ocean querer matar o Erio. Seria tenso, realmente. Que bom que essas intenções sumiram, afinal, porque ele mataria um amigo que salvou-lhe e fez outras coisas para ele?

Eu também adorei esse capítulo, principalmente por contar como os jovens se conheçeram, e também por ser de um tamanho grande. Adoro capítulos grandes, como deve saber. Isso fez ele tornar-se o meu capítulo favorito.

É isso, comentário nem tão grande nem tão pequeno. Parabéns, até mais.

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Mensagem por roberto13 Sex 6 Jan 2012 - 10:51

Eita, pro Erio virar desse mlk macabro pro covardão que é teve que rolar algo muito tenso.
E só percebi que o Glaceon é shiny por conta desse capitulo hahaha.


Erros achei alguns, algo que uma revisão poderia dar conta, mas devido a falta de tempo não tem problema algum. Até porque não são erros grotescos.

É isso!
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Mensagem por Malygos Sáb 7 Jan 2012 - 3:10

Disse que viria e estou aqui.

Acho que devo ter lido muito rápido a história, pois tudo passou muito rápido, embora eu tenha deixado bem fresco tudo o que tenha se passado.

Dos elitistas somente uma falta aparecer. E a equipe zero continua misteriosa demais.

Quanto as memorias do Ocean... Me lembraram de certas coisas que tinha me esquecido. Um capitulo interessante ao qual tive de refletir muito para não me encontrar confuso entre meus pensamentos e os do seu personagem.

Ótima fanfic espero que continue-a.

Grato
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Mensagem por Caio. Sex 27 Jan 2012 - 18:53

Hahaha, eu sabia que o Ocean era o campeão de Sinnoh. Erio matou os outros não porque quis, mas sim porque ele provavelmente foi cobaia do Projeto Z e explodiu a porra toda :challengeacc:

Ocean então já era campeão ounaoacabouvirandoporsuacompetenciaeporterviradotreinadorfoda e ganhou essa missão aê de matar o Erio. Ou ia matar porque simplesmente quis né, issaê já é com você e atualmente é impossível de mim deduzir algo a respeito xD

Só posso dizer que adoro como sempre o jeito que você escreve, mas nesses dois últimos caps eu vi uns erros bobos como V trocado por F, D por T e etc, além de umas letras tipo "tupo" ao invés de "tipo", sacas? :3 Tirando isso, ficou tudo muito bem, como sempre e esperado de você ^^

Não tenho te visto mais, todavia, espero que continue a fic anyway. Lembre-se, meu principal objetivo é acertar...

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Mensagem por ~Brendha' Dom 29 Jan 2012 - 20:30

Oieee Sylin, como pode ver sou uma nova leitora por aqui! o/
Caramba, to sem palavras, eu nunca li uma Fic tão boa, bom apesar de as vezes ter muita preguiça, muita mesmo!
Mas, o enredo me prendeu a Fic, não deixando eu nem dormir direito xD (Isso é sério u_u)...
Fiquei de boca aberta quando descobri que Ocean era o Campeão de Sinnoh! Uma ótimo cargo o/o/o/o/o/o/
---x---x---x---x---x---x <~ Estou plenamente acostumada com isso dai! shauhsauhsuahsa... Realmente, adorei o Flashback, com o Erio conhecendo o menino "você", opss! Quer dizer Ocean! kkkkk' Amo o senso de humor de Erio, mas meu favorito é o Ocean, ele parece um menino misteriso, quieto, mas ao mesmo tempo divertido! ---> Ocean s2* kkk'

E novamente, a sua Fic,e a da 'Lady Kirlia são as melhores que eu já li *0* | Bom eu virei fã de vocês! *0*
--| E Bom estudos ai pro ENEM! Parece meio difícil estudar e escrever a Fic... Nós compreendemos a demora das atualizações, não se preocupe! Very Happy

Bom, e para terminar o meu comentário...Continue assim, o jeito que narra é contagiante, deu até vontade de teclar uma idéias para minha própria Fic shaushaushuahsa... Bom até mais então Sylin, beeeeijooos e bastante inspiração pra você! ;D

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Mensagem por Silyn Sex 3 Fev 2012 - 20:47

É... Oi.
I fails. I fails very hard.
Nem tenho desculpas pela demora dessa vez... Bom, até tenho. Eu meio que fui raptada pra Buzios por aguns dias lol digo rapto pois não tive nem a opção de dizer não lol e enfim, lá em Buzios não tem internet D:
Entre outras coisas, como eu sem querer salvar outra coisa por cima do cap, etc etc.
I Fails.
Vou tentar postar o próximo semana que vem, ou depois da sema que vem, prometo. Enfim, aos coments:

Spoiler:

Well, ao cap!
-----------x-----------x-----------x-----------x-----------x-----------x-----------x-----------x-----------

Capítulo 7 – Complicações, acordos e memórias.

A primeira coisa que fiz após sair da enfermaria foi me dirigir à sala de Seth. Ocean pareceu levemente atordoado por me ver acariciando Platina, o que sinceramente era algo esperado, considerando minha “fobia”.

Estreitei os olhos, tentando acalmar a súbita raiva que me consumiu. E pensar que eu havia me tornado uma pessoa tão patética...

“Awn, eu não diria que você se tornou uma pessoa patética, Erio.” - Disse uma voz conhecida em meus pensamentos.

Suspirei para me acalmar um pouco antes de responder.

“Zero, dá pra você sair da minha cabeça? Caso não tenha notado, meu humor não é dos melhores no momento.”

“Ouch.” - Ele respondeu, fingindo estar ofendido. – “Fiquei tanto tempo sem falar com você, ou melhor, falando com o ‘você’ bonzinho que até esqueci como você é mal humorado.”

Revirei os olhos, decidido a não responder. Quem sabe assim ele desiste e vai embora.

“Eu sei o que você está pensando, sabe.” – Deu um sorrisinho. Sim, eu sabia. – “Argh... Estou começando a achar que você era melhor antes... E falando nisso, você ainda não me agradeceu por devolver suas memórias.”

Estreitei os olhos.

“Eu teria te agradecido se você tivesse devolvido todas as minhas memórias, e não apenas parte delas.”

Zero apenas respondeu com um tom indiferente.

“Eu não posso devolver todas as suas memórias de uma vez. Se eu fizesse isso você poderia acabar tendo algum dano mental. Eu posso mandar fragmentos delas por vez, fazendo você se lembrar pouco a pouco... Mandar tudo de uma vez seria suicídio.” – Ele deu uma pausa antes de continuar. – “Além do mais, você já ganhou boa parte da sua memória de volta, pare de reclamar.”

Eu apenas dei uma risada seca e continuei andando, tentando ignorar Zero o máximo possível.

“... Você é mal.” – Não pude deixar de rir desse comentário.

“Claro. Como se você pudesse dizer isso de mim. Literalmente, o sujo falando do mal lavado.”

“Ok, ok, já entendi, você está de mal humor. Mas sério, deixando o sarcasmo de lado, pra onde nós estamos indo?”

Eu vou pro escritório de Seth, você vai sair da minha cabeça e me deixar em paz a menos que queira ouvir uma série de palavras bem coloridas dirigidas a sua pessoa.”


“Ouch. Ok, eu reconheço um fora quando levo um, e acho que essa é minha deixa de ir. Boa sorte Erio, tente não sentir muito minha falta.” – Zero falou, terminando a frase com um tom implicante.

“Acredite, eu não vou.” – E após esse pensamento, deixei de ouvir a voz dele. O que era uma ótima coisa, porque sinceramente, ter outra pessoa falando em sua cabeça e lendo seus pensamentos pode ser extremamente desconfortante.

Depois de mais alguns minutos, finalmente cheguei à porta do escritório de Seth. Mesmo tendo sido mandado pra enfermaria após toda aquela confusão com a equipe Zero, eu não estava realmente machucado... Quase. Só tinha um galo em minha cabeça que eu provavelmente ganhei quando desmaiei, mas nem tudo na vida são rosas.

Simplesmente girei a maçaneta da porta e entrei, sem bater. O que vi quando abri a porta foi à face pálida de Seth e o rosto sem expressão de minha irmã mais nova.

~Mudança de Ponto de Vista~
❑❑❑

Seth estava tentando se acalmar depois do que acabara de ouvir. Sim, ele sabia que não tinha muito tempo desde o inicio... Mas ouvir que restavam apenas dois meses era um tanto chocante.

O jovem diretor foi distraído de seus pensamentos quando viu que Erio havia entrado no aposento. Imediatamente, notou a expressão antes vazia de Airi ser substituída por um sorriso tranquilo... Mas para ele estava claro que a expressão estava um tanto forçada.

O garoto não olhou na direção de Airi nenhuma vez, prosseguindo diretamente a mesa de Seth, o que surpreendeu o mais velho um pouco. Erio não costumava ser tão frio com sua irmã mais nova... Seth ficou surpreso quando viu a expressão no rosto do mais novo.

Erio estava sorrindo... Um sorriso que dava calafrios. Seu olhar impiedoso e sombrio não estava ajudando. Aquela expressão... Há quanto tempo não via o jovem com esse tipo de expressão?

Imediatamente, ajustou-se na cadeira e fitou o garoto seriamente antes de perguntar.

- Precisa de alguma coisa, Erio?

O sorriso no rosto do jovem apenas se tornou maior.

- Ah, nada demais Seth... Apenas quero o meu Pokémon de volta. – Respondeu com um tom doce falso.

Nesse momento Seth gelou, e pelo canto de olho percebeu Airi fazer o mesmo. Para Erio fazer um pedido desses... Ele havia recuperado as memórias...!?

Seth se forçou a respirar fundo e colocar as ideias em ordem. Para Erio estar fazendo um pedido desses, era obvio que ele havia recuperado a memória... Ou parte dela pelo menos. O diretor duvidava que ele e Airi ainda estariam vivos se o garoto tivesse de fato recuperado todas as suas lembranças. Isso era um alivio, pois esse fato significava que ainda tinham tempo... Mas ao mesmo tempo era alarmante, já que não esperava que Erio recuperasse suas memórias tão cedo.

Decidindo que era melhor atender ao pedido do menino por hora, Seth abriu uma das gavetas de sua escrivaninha e tirou uma pokeball de dentro dela. A pokeball parecia levemente desgastada, e com vários arranhões.

Seth simplesmente pôs o objeto em cima de sua mesa e observou Erio pegar o mesmo com uma expressão indecifrável. Após guardar a pokeball no bolso, o jovem simplesmente virou de costas e saiu do escritório sem olhar para trás.

❑❑❑

A tensão no escritório de Seth era quase palpável. Tanto ele quanto Airi estavam completamente perdidos em seus próprios pensamentos. Os dois foram tirados dos mesmos quando ouviram uma pessoa bater na porta e uma voz feminina pedindo permissão para entrar.

Recompondo-se, Seth deu uma pequena tossida antes de dar permissão.

Airi simplesmente se ergueu do sofá em que estava sentada e sem nenhuma palavra, foi para seu quarto.

A pessoa que abriu a porta tinha longos cabelos louros presos em um rabo de cavalo, junto com olhos azuis. Usava óculos que eram do tamanho perfeito para seu rosto, junto com uma blusa branca e uma saia preta que chegava até os joelhos.

- Lara.- Seth disse, dando um pequeno aceno com a cabeça, como um jeito de dizer que a professora da seção normal da academia podia falar.

- Meu deus, Seth. – Ela começou, passando uma de suas mãos por seus cabelos e com uma expressão irritada no rosto. – O que diabos foi aquele ataque mais cedo? E porque você não me chamou até agora para reportar o acontecido?

Seth pareceu pensar um pouco, antes de responder em um tom monótono.

- Bom, você está aqui agora, certo? E eu nem precisei te chamar. – Ele deu de ombros.

Lara sentiu uma veia pulsar em sua testa, e precisou usar boa parte do seu alto controle, que era bem pouco, para não dar um tapa em sua própria cara.

- Não acredito que alguém tão infantil e cabeça de vento é a mesma pessoa que inventou as Academias Continentais. Por céus, parece que você nem se interessa sobre o que acontece nessa escola! – Exclamou indignada.

Seth apenas revirou os olhos antes de responder entediado.

- Para sua informação, eu sei de tudo que acontece nesses corredores, você realmente não deveria julgar as pessoas pela aparência.

Lara estreitou os olhos, cética.

- Certo, se você sabe tanto sobre o que acontece nessa escola, porque não diz o que aconteceu no meio do ataque da equipe Zero?

- Simples. – O diretor respondeu com um sorriso. – A equipe Zero atacou a academia inesperadamente, nos pegando de surpresa e com a guarda baixa. Com um ataque que eu suspeito ter sido Hyper Beam, eles fizeram um grande buraco no prédio, mais precisamente, no andar onde os alunos de elite ficam. Todos os alunos do local foram derrotados por uma treinadora misteriosa que aparentemente tem afinidade com Pokémon de metal. Isso porém, foi apenas uma distração, já que o verdadeiro objetivo da equipe Zero aparentemente era roubar certos documentos que estavam guardados no porão da academia, vigiados por um Hunter... Eles aparentemente tentaram o mesmo anteriormente, só que de uma maneira menos ousada, com apenas um membro, que foi derrotado e congelado por um treinador não identificado. Porém, temo que dessa vez eles conseguiram realizar seu objetivo.

Seth deu um uma pausa antes de continuar.

– Você teve um confronto direto com essa treinadora, mas a mesma escapou antes que você conseguisse fazer danos sérios. Além dos estudantes de elite, mais dois estudantes tiveram ferimentos leves e foram levados para a enfermaria. – O diretor deu um sorriso. – Mais alguma coisa?

Lara pode apenas fitar o homem a sua frente com uma expressão de descrença.

- Como... Mas como diabos você pode saber de tudo isso se nem saiu desse escritório o dia inteiro!?

Seth pensou um pouco antes de responder, e deu um sorriso traiçoeiro.

- Eu tenho minhas fontes.

Lara apenas disse algumas palavras de indignação antes de sair do escritório do diretor, fazendo questão de bater a porta com a maior quantidade de força possível.

Seth olhou para a porta que agora possuía uma rachadura e suspirou.

- Acho que vou precisar de uma porta nova.

❑❑❑

Airi estava em seu quarto, enquanto Seth revia alguns documentos que requeriam sua assinatura. Após terminar seu entediante trabalho, guardou os arquivos em seus devidos lugares e preparou-se para sair do escritório.

Porém assim que alcançou a porta, mudou de ideia e voltou até a sua escrivaninha, abrindo a ultima gaveta da mesma. De lá, tirou uma fotografia. Era uma foto simples, tirada por uma câmera digital e sem moldura.

A fotografia mostrava uma mulher de cabelos castanhos bagunçados. O par de óculos que a moça usava estava quase caindo de seu rosto, sendo segurado apenas pela ponta de seu nariz. Em seus braços haviam dois bebês, com a mesma cor de cabelo da mulher. Os três tinham olhos castanhos e pareciam estar felizes, sorrindo para a câmera, enquanto a foto era tirada.

Seth fitou a foto com uma expressão serena, enquanto levemente, passou os dedos pela superfície da mesma, como se temesse que se aplicasse muita força, a imagem iria se partir.

- Não se preocupe, Sara. – Ele disse sussurrando, com uma expressão determinada no rosto. – Eu vou concertar seus erros... Todos eles.

~Mudança de Ponto de Vista~
❑❑❑

Seig estava caminhando por uma das florestas que pertenciam à academia de Johto. Eram naquelas florestas onde os estudantes geralmente treinavam seus Pokémon por si próprios ou então capturavam outro para seu time.

Ele estava em uma das partes mais profundas da floresta, um local proibido para a maioria dos alunos já que aquele ali costumava ter muitos Pokémon perigosos e sorrateiros, que tinham o costume de atacar qualquer um que passasse por ali.

O que praticamente era o contrário do que estava acontecendo com Seig. Até agora, nenhum Pokémon sequer havia tentado atacar o Campeão de Hoenn, pelo contrário, parecia que sempre que o jovem avistava um Pokémon, os mesmos saiam correndo de medo... Mas medo do que exatamente? Ele não estava muito certo do motivo. A peculiaridade, é que alguns Pokémon do tipo Dark pareciam estranhamente à vontade com sua presença... Mas achou melhor pensar sobre isso em outra hora.

O jovem havia ido até aquela floresta para distrair seus pensamentos. Haviam acontecido coisas demais em um curto período de tempo, e mesmo para uma pessoa como Seig, que tinha o intelecto um pouco acima dos demais, precisa de certo tempo para “digerir” todos os fatos.

De uma coisa ele sabia: tinha alguma coisa muito estranha acontecendo na academia de Johto... Não. Havia algo muito estranho em todas as academias em geral e não só a de Johto.

Em Hoenn também as coisas não estavam muito normais. Ele podia notar que alguns professores pareciam extremamente nervosos sobre alguma coisa, cochichando entre si nos corredores e carregando uma expressão de preocupação sempre que eles achavam que ninguém estava olhando.

A academia de Sinnoh era um completo mistério. Seu campeão havia sumido a cerca de 3 anos atrás e o motivo de seu sumiço ainda não estava claro.

Fazia algum tempo que ele não tinha contato com a academia de Kanto, por isso não tinha certeza de como as coisas estavam por lá... Mas suspeitava que o ar de tensão que cercava as outras academias certamente tinha afetado a região de Kanto também.

Era inútil, o jovem notou. Quanto mais pensava e mais tentava fazer conexões, tudo que conseguia eram mais perguntas. Ele precisaria de mais pistas se quisesse realmente descobrir o que diabos estava acontecendo com as Academias Continentais... Afinal, mesmo que não tenha recebido nenhuma ordem de seus superiores, aquele era seu trabalho.

Ele passou uma das mãos no um curativo que cobria sua bochecha, e pensou que o corte provavelmente estava quase se fechando. Honestamente, aquilo havia sido sua culpa, mas seus chefes também tinham um pouco de culpa.

Assim que colocou os pés em Johto, Seig havia recebido uma ligação urgente de seus superiores pedindo para que ele parasse um Ursaring descontrolado em uma cidade perto dali... O que causou o seu atraso de quase duas horas para a luta contra o campeão de Johto, sem falar em um corte em seu rosto graças a um descuido seu...

E ele pensava que não precisaria trabalhar já que não estava em sua região. Ah... Às vezes ele considerava realmente abandonar o seu trabalho. Pena que sua profissão não era em que ele poderia sair vivo, sem contar que realmente precisava do dinheiro.

Balançou a cabeça para reorganizar suas ideias. Como exatamente seus pensamento tinham ido para da bizarrice que era a Academia de Johto para seu trabalho mesmo?

Com um suspiro, o jovem decidiu voltar. Pensou que talvez um passeio na floresta clareasse seus pensamentos, mas isso fez apenas com que mais e mais perguntas surgissem.

Estava prestes a dar meia volta e prosseguir para a saída quando viu algo que o deixou surpreso. A alguns metros a sua frente, estava o campeão de Johto. Ele parecia estar olhando desinteressadamente para uma pokeball em sua mão, enquanto alguns Pokémon selvagens andavam ao seu redor completamente à vontade com sua presença.

O garoto tirou os olhos da pokeball, e Seig viu se encarando um par de olhos dourados. Se sua memória não lhe falhava, ele havia descoberto que a academia de Johto tinha dois campeões, e enquanto o treinador de olhos prateados era extremamente habilidoso, o de olhos dourados supostamente tinha medo de Pokémon... O que certamente não parecia o caso já que o menino parecia não dar a mínima para a presença dos Pokémon que andavam a sua volta.

Será que os rumores sobre os Pokémon dessa floresta serem agressivos era um mito? Pelo que Seig havia visto eles pareciam bem dóceis...

- Ei... – Chamou o campeão de Johto, distraindo Seig de suas suposições. – Você... Quer batalhar comigo?

Seig levantou uma de suas sobrancelhas. Bom, isso era inesperado.

- Oh? Batalhar com você? Isso seria uma honra... – Disse o mais velho, em tom duvidoso. – Se você me dissesse por que diabos sua academia tem dois campeões.

Uma leve surpresa passou pelos olhos de Erio antes dos mesmos voltarem a ficar indiferentes.

- Ah, então você sabe sobre isso? Interessante, isso certamente facilita as coisas. Porque não fazemos um acordo? – Disse o jovem de olhos dourados enquanto um sorriso que beirava a insanidade surgia em seu rosto. – Faz certo tempo que não tenho nenhuma batalha Pokémon com ninguém... Então devo estar horrível. Eu pediria para treinar com Airi, mas... Veja bem, eu realmente a odeio no momento, então eu posso acabar matando ela sem querer... Ocean também não está em condições de batalhar com ninguém e as outras pessoas da academia são muito fracas.

O garoto revirou os olhos antes de continuar.

- Então, já que eu estou precisando treinar, e tenho certeza de que você deve estar curioso sobre a Academia de Johto, podemos fazer um trato. Você viraria, ah... Meu “parceiro” de treino, e poderíamos batalhar até certa hora todos os dias até que eu voltasse a pegar o jeito, e em troca, a cada treino eu poderia te contar fatos sobre a academia que eu tenho conhecimento. – O sorriso de Erio virou um sorrisinho falso, cheio de malicia. – Que tal? É um bom acordo, certo?

Seig estreitou os olhos. De fato, não era um acordo ruim. Ele não teria nada a perder, apenas cederia algumas horas de seu dia para treinar esse garoto e em troca, ganharia respostas e finalmente poderia deduzir o que era aquele estranho clima de tensão que pairava sobre as academias.

O jovem de cabelos negros examinou cuidadosamente as palavras do menino em sua cabeça, e quando não encontrou nada que implicasse duplo significado ou pegadinhas, estendeu uma de suas mãos ao “suposto” campeão de Johto e disse:

- Trato feito.

Quando viu o garoto mais novo estender a mão, notou que seu sorriso insano havia voltado, e percebeu que até mesmo em seus olhos, havia um pequeno vestígio de loucura. Seig pensou brevemente se tinha feito a escolha correto ou se havia acabado de fazer um acordo com o diabo...

Continua.

-----------x-----------x-----------x-----------x-----------x-----------x-----------x-----------x-----------

Total de Palavras: 2.888

Okei.
Primeiro de tudo: DESCULPEM! lolol
Cap curto e chato, sorry.
Mas eu precisava explicar algumas coisas, e eu tive que usar o cap 7 pra isso.
Mas sério, esse cap deveria ser mais emocionante...
SE AO MENOS OS PERSONAGENS SEGUISSEM A DORGA DO SCRIPT! LOL!
Eles tem vontade prórpria -q e adoram me contrariar.
ERIO! ZERO! WTF foi quela discussão no incio? LOL! Sigam a droga do script!
Sem falar de outras coisas... Mas enfim, sorry pelo cap curto e chato, mas certas coisas precisavam ser explicadas.
Eu revisei o cap dessa vez, mas se acharem algum erro, sintam-se livres pra me falar dele lol~
Ah, só confirmando uma coisa,
A personalidade atual do Ocean foi extremamente influênciada pelo Erio quando criança, enquanto a personalidade atual do Erio foi causada, como vocês devem ter conseguido deduzir nesse cap, pela falta de memórias.
Em compensação deste cap chato, prometo que o cap 8 será bem mais emocionante.
Sério.
Vão ter sérias revelações e algumas bombas jogadas no cap 8
A partir de agora é que o plot começa a se mover com força total, então espero que continuem acompanhando~!
Mereço comentários?
Ciao ciao~


Última edição por Silyn em Dom 5 Fev 2012 - 3:27, editado 2 vez(es)

________________
Pokémon - Project Z - Página 3 Precioussoul
Set by me~


Quão longe você iria pelo bem de alguém? O que faria para proteger um segredo?
E por quanto tempo guardaria rancor por aqueles que lhe fizeram mal?

Pokémon - Project Z
Por que para todas as perguntas, há uma resposta.
Silyn
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