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Mensagem por Kirehana Yurika - Nanda Sáb 17 Out 2009 - 16:50

Nota da autora: pude finalmente voltar a desenhar a lapis! Mas infelizmente já havia feito a melhor das imagens desse capítulo à grafite, mas espero que não se importem. Creio que este seja um pouco mais longo que os anteriores, mas é devido ao fato de muita coisa acontecer num dia só (como se a Juri já não estivesse acostumada a isso...). Boa leitura!

Importante! Numa certa altura, a fic se torna narrada de forma ONISCIENTE, o que quer dizer que a persoagem continua narrando sua história, porém de um ponto de vista mais observativo. Haverá também "tradução simultânea" do que os pokemons estão falando, porém interpretadas por ela.


Capítulo 5 - À Caminho de Olivine (parte 1)

- Então, Juri, pode nos contar o que aconteceu? - perguntou Morty, com todos prestando atenção em mim. - Claro, apenas se você se sentir à vontade pra isso...
- Não, de boa. - respondi - Bom, por alguma razão, eu decidi investigar aquela torre... E notei algum tipo de movimentação la embaixo, como se algo me puxasse pra lá...
- O sino... - disse Morty, falando a si mesmo, com a mão no rosto e a outra sobre seu grosso cachecol roxo.
- Aí estavam aquele pokemons lá embaixo... - o ritual deveria ser muito eficiente, me sentia completamente livre daquela sensação pesada de antes - Eles me viram, e fugiram muito rapidamente, assim, num piscar de olhos...
- Como se já fossem acostumados a isso?... - completou o prof. Elm.
- Ahã! Depois, veio aquela sensação estranha, um peso no peito, sensação de desespero e sentimentos ruins...
- Isso é normal. - Morty - Acontece com qualquer pessoa que não tem o espírito forte, ao se encontrar com os Cães Lendários.

Oh, então esse era o nome deles... Cães Lendários. Eu imaginei que tipo de lendas giravam ao seu redor.

- Apesar de catalogados como pokemons, o são simplesmente por haver relatos de pessoas que os viram. - disse o professor - Científicamente, não se sabe absolutamente nada sobre eles. No entanto...
- ... Eles sempre existiram no folclore popular de Ecruteak, em suas raízes religiosas mais antigas. - completou Morty, desta vez. - Essas são criaturas longe de serem ordinárias. Você sabe o que é um pokemon lendário, certo?
- Sim, sei. - concordei com a cabeça.
- Poucas pessoas o veem, mas sabem que eles existem. Outras, cegas pelo ceticismo, simplesmente não acreditam que eles existam. Os cães lendários de Jotho são três feras que regem os 5 elementos da natureza: Raikou com o trovão, Entei com fogo e terra, e Suicune com água e vento. Enquanto eles existirem, a natureza estará em equilíbrio.

Não sei se deveria concordar com o que ele dizia ou não. Não era incomum que às vezes, grandes terremotos ocorressem na região Norte de Jotho. Tampouco terríveis tempestades que surgiam no meio do mar, e tufões violentos que poderiam colocar as cidades costeiras em perigo. E, o pior de tudo, que pra quem acompanha as notícias no rádio ou na TV, sabe que esses fenômenos estão se tornando cada vez mais comuns.

- Eles são muito poderosos, e você descobrirá no futuro que eles estão ligados ao sino que você levava consigo. - Morty, novamente - E por isso que, quando você os viu, além de ter o choque que qualquer pessoa comum teria em seu encontro com eles; o sino acabou tomando posse de seus sentimentos, lhe deixando naquele estado deplorável...
- E... Se por acaso, eu encontrar com eles novamente?
- Você ja estará preparada. - sorriu - O ritual que eu e mais dois profissionais praticamos abriu sua alma e não só a regenerou, mas como a fortificou ao máximo. Agora você já está espiritualizada... Pode sentir?
- Com certeza! - disse, sentindo a vibração da minha vitalidade correndo em meu sangue.
- Deve prosseguir sua viagem, meu amor! - disse mamãe, empolgada como sempre em relação à minha jornada - Eu vou ficar com o sino por um tempo... Disse à Rute que você está à caminho de Olivine. Ela e os meninos estarão a esperando ansiosamente!
- Aah, mãe, não precisava fazer isso!

Minha mãe tinha uma grande amiga chamada Rute. Ela vinha de um lugar bem distante, mais exatamente de outro continente, chamado Hoenn. É um lugar bem interessante, que planejo visitar quando adulta... Diferente de Sinnoh, um outro continente bastante frio e gélido, Hoenn é um continente tropical de clima quente. É economicamente bem desenvolvido e moderno, anos à frente de Jotho (que é bem rural). Lá tem florestas tropicais densas porem cheias de riquezas, e cidades costeiras que são verdadeiras referências e líderes em desenvolvimento econômico. Apesar disso tudo, o estereótipo de um hoeano (assim como todo estereótipo, é errado e parcial) é de pessoas de pele bronzeada e corpo no "estilo exportação", pessoas de caráter rude, desleal ou arrogante - uma imagem que pode chegar a ser bem degradante. Apesar dos maiores treinadores de lá serem bastante respeitados, o povo de lá adquiriu uma imagem bem chata diante dos outros continentes que, apesar de tudo, também tem seus prós e contras...

Costumava visitar a tia Rute no verão, quando íamos aproveitar as praias de Olivine - isso na opnião da minha mãe, porque eu não aproveitava quase nada. Não sabia e nem sei nadar, por isso não saía de alguns metros da costa. Ondas pra mim eram um pesadelo! Mas a tia Rute, assim como a mamãe, teve seus filhos bastante cedo. O mais velho tem a minha idade, se chama Kevin. A menor, de 4 anos, se chama Tima. Sempre fui muito amiga de Kevin, adorava me encontrar com ele todos os anos. Diferente da minha mãe, a dele não suportava a idéia dele sair numa jornada pokemon, e ele só se veria livre disso quando fizesse 18. Que desperdício: se tivesse um Empoleon tão grande e forte como o dele, ja tinha começado a muito tempo!

Não quis desperdiçar nem mais um segundo. Momentos depois já estava andando ao lado de Sudowoodo na Rota 38, que traçava nosso rumo à Olivine. No caminho, com o Sol quase atingindo seu ponto mais alto no céus, víamos várias fazendas e centros de criação pokemon pelo caminho. Aquela rota comprida tinha a maior quantidade de fazendas e sitios de todo o continente, provavelmente pela sua larga extensão e solo rico em nutrientes. Pelo caminho também haviam vários abrigos disponibilizados para o uso dos treinadores, caso se sentissem fatigados ou se o clima não estivesse ao seu favor.

Enquanto eu caminhava, senti uma movimentação na floresta, como se algo grande estivesse passando sobre um amontoado de folhas. Olhei naquela direção, e me certifiquei que não eram apenas reporteres... Não, não podiam ser. Tinham uma energia diferente, e poderosa... E recentemente familiar. Sudowoodo fitou o olhar naquela direção, e disse:

- Bicho...
- Eu sei... Imagino que seja bem grande...
- Não... - balançou a cabeça, sério - Bicho ser Entei!

Ele apontou na direção do mato. Eu achei estranho, afinal, não podia ser! Mas Sudowoodo parecia ter bastante certeza do que dizia. Todas as palavras que ele aprendeu não surgiram à toa, ele recebe influência dos humanos que falam coisas perto dele. Se as pessoas vissem o Entei pelas redondezas, ele saberia identifica-lo...

- Você tem certeza disso, Sudowoodo?...
- Sim, sim! Sudowoodo sim! Bicho ser Entei!...

Então decidi entrar no mato, com cuidado ao pisar sobre as várias folhas caídas no chão - afinal, não tinha nada a perder. Reparei como havia um rastro aberto entre o capim elevado, amassado sob o chão, evidenciando que realmente algo GRANDE passou por ali. Eu olhava a trilha e analisava seu formato carimbado no chão, direcionando um caminho até arbustos grandes proximos de uma árvore. Quando levantei o rosto para olhar através deles, fico a dois palmos dos olhos flamejantes e as presas afiadas que fizeram meu corpo paralisar no dia anterior.

Eu saltei para trás, pega pelo susto de encarar novamente seus olhos furiosos. Ele não rugiu, ou fez algo do gênero para me assustar ainda mais; apenas grunhiu e virou na direção oposta, correndo naquele sentido. Não podia simplesmente deixá-lo escapar!

- Espera!! - gritei, quando vi que ele tentaria fugir - Volta aqui, deixa falar com você!!

Sua massiva e pesada estrutura corporal abria trilhas do matagal enquanto corria com seus passos largos. Eu e Sudowoodo o perseguimos determinados, enquanto eu ainda tentava chamar sua atenção. Aquilo gastava bastante meu fôlego, mas eu o perseguiria até onde fosse necessário apenas para falar um pouco com ele...

- Não fuja!! Só quero falar com você! Me escuta, eu sei que você pode me entender!! - chegamos a um ponto na perseguição onde Entei perigava poder nos despistar e então nos enganar a qualquer momento. Então disse Sudowoodo - Sudowoodo, bloqueie-o!

Havíamos entrado numa clareira, tão ampla que o Sol a inundava com seus raios de luz. Sudowoodo não era mais veloz que Entei, então não tentaria interceptá-lo da forma convencional, ao simplesmente agarrar seu corpo: levou os braços para baixo do corpo e ao erguê-los, como quem puxava algo enorme do chão, fez com que placas de pedra brotassem do solo e circundassem completamente a clareira, cercando nós três dentro dela, como numa panela formada de colunas de rocha.

Entei ficou totalmente sem rumo. Sua expressão se tornou nervosa e desesperada, com a cabeça e os olhos darteando as colunas, procurando por algum tipo de passagem ou fissura pela qual poderia escapar - sem sucesso. Sudowoodo correu alguns passos e usou o golpe RockSlide, ao fazer estremecer as estruturas das rochas que ele mesmo criara para que grandes pedaços caíssem sobre Entei e lhe causasse algum dano - ou que lhe deixasse ainda mais desorientado.

Mas qual a tolice minha ao pensar que um ataque tão simples e predemeditado atingisse uma fera lendária... Ele desviou de todas as pedras de forma habilidosa ao passar eu corpo entre elas, ascendendo-o até as colunas de pedra e as usando como um caminho para desviar da avalanche, correndo pelas paredes e saltando para fora da zona de perigo. Eu não queria feri-lo, tudo que eu queria era apenas conversar com ele - mas aquela batalha o estava fazendo acreditar no contrário.

Ele parou a poucos passos diante de Sudowoodo e rugiu. Meu pokemon ficou tão assustado que veio correndo em minha direção, querendo fugir daquele animal que poderia comê-lo (?) vivo se bem quisesse. Entei o perseguiu, pretendendo provavelmente atacá-lo com suas presas. Os passos do seu corpo pesado, correndo em alta velocidade na minha direção, faziam o chão sob suas patas tremer... Mas daquela vez eu não me encolheria, não o temeria. Entei saltou para dar o bote em Sudowoodo, a poucos metros de mim, rugindo com o fogo começando a ser exalado de suas ventas, provavelmente iria atingi-lo com o Fire Fang. A única coisa que pude fazer foi soltar um grito desesperado e atirar uma certa pokebola do bolso, a qual havia preparado caso fosse necessário usa-la...

Quando a Master Ball tocou a placa de pedra em seu peitoral bestial, Entei foi rapidamente transportado para dentro dela. Ela caiu no chão... Vibrou, vibrou, vibrou... E ele foi capturado; sem resistência.

- - -

Eu havia capturado uma fera lendária... Fiquei por muitos minutos caminhando pela trilha com os olhos pregados no chão, pensativa sobre o que havia feito. Eu não tinha essa intenção, foi uma idéia que surgira assim, do nada, meramente pelo instinto de sobrevivência. Num momento de tolice, fiquei parada, olhando ao meu redor, vendo se algo estava diferente, temendo ter ''interrompido o equilibrio da natureza''. Bom, mas com Entei aceitando ou não, ele era meu pokemon agora. Decidi tirá-lo da pokebola, e assim podiamos ter uma conversa treinadora pra pokemon.

- Então, você... Você é... - comecei a gaguejar, nervosa ao ve-lo me olhando de cima, parado diante de mim - *glup* Você é Entei, certo?...
- ... - ele ficou calado, com pena de responder uma pergunta tão tola.
- Escute, quero que saiba que eu não queria capturá-lo... Eu só queria conversar com você.
- Não queria, mas o fez. - sua voz era grave e viril, como a de um homem adulto grande e respeitável - E não temos nada para conversar...

Ele se virou de costas para mim, começando a caminhar por conta própria, como se não tivesse me visto.

- Espera!! Mas eu preciso falar com você, é um assunto importante!! - o segui, correndo para tentar alcançar seus passos relativamente calmos.
- Imagino que deva ser, para se intrometer onde não é chamada. - ele disse de forma indiferente, com seu ar de superioridade.
- Eu sou sua treinadora agora! Você não pode simplesmente sair andando assim!! - eu o segui, com o passo apressado, tentando impedi-lo ao tentar parar na frente dele
- Oh, não posso?

Seu tom era diferente. Parecia, de alguma forma, debochado. Sentou-se no chão, com as patas traseiras firmemente dobradas, sem mover um músculo.

- ... O que é isso, agora? Vai ficar fazendo birra?
- "Birra" é para pokemons comuns. - nem fez questão de olhar para mim - Eu tenho um papel importante a cumprir, por isso estou apenas defendendo meu direito de me negar a acompanhá-la.
- ... Ótimo, fique! - fiquei com raiva, o que chamou a atenção dele, virando seus olhos para mim - E seja pego por outra pessoa, um treinador bem burro pra você aprender que humanos também tem seu valor!
- Como, se você já me capturou?

Saí bufando de raiva, o que o fez rir de forma discreta. Eu dava passos largos, caminhando com os punhos fechados, abrindo caminho entre as folhagens e penetrando cada vez mais na floresta. Não notava que o tempo estava fechando rapidamente... Enquanto resmungava, mal notei a mudança súbita de terreno, tropeçando e caindo de um pequeno nivelamento, que dava numa profunda depressão. Eu dei um daqueles meus gritos bem altos, e saí rolando como um saco de batatas no monte de terra rija e porosa, machucando muito minhas pernas. Concluí que havia torcido o tornozelo quando meu corpo finalmente caiu no chão e eu tentei levantar, e senti uma dor aguda daquela região das pernas.

De lá de cima, Entei ouvira meu grito histericamente desesperado. Sendo uma criatura extremamente nobre, pensou duas vezes antes de simplesmente ignorar minha voz esgoelante vinda do interior da floresta. Sem pressa, rumou naquela direção, vendo o que havia acontecido de errado.

Já estava muito cansada, fatigada desde o momento da perseguição de Entei. Uma fina chuva começou a cair do céu escurecido, cobrindo completamente o Sol sob as nuvens carregadas. A água molhava minha roupa toda suja de areia e barro, deixando-a pesada e manchada. Tentei erguer meu corpo várias vezes sem sucesso, com a dor no pé me atingindo intensamente toda vez que movia as pernas. Ao abrir os olhos, com a respiração ofegante, notei vários pokemons me observando.

Eles foram chegando mais perto, com seus olhares penetrantes fixando-se em mim de forma predatória. Seus pequenos porém fortes corpos caninos se aproximavam cada vez mais, com passos cautelosos, como se cercassem uma vítima prestes a ser devorada. Impossível de alcançar minha bolsa com minhas pokebolas, atirada para longe dos meus braços, foi fácil imaginar que eu seria o próximo almoço daqueles Houndours famintos...

Apenas fecho os olhos. Meu corpo ferido e ofegante agora só tinha forças para expelir lágrimas... Será que eu morreria ali como uma indigente, devorada por pokemons selvagens, sem ninguém tomar conhecimento disso? Não podia acabar assim... Mas temia estar diante de uma única opção: aceitar minha sentença de morte...

A chuva estava engrossando, os pingos já batiam com força em minha pele e já podia ouvir os trovões se aproximando. Entei surge e observa tudo do alto do penhasco. Num só salto do seu corpo adaptado para grandes pulos, pousa sobre o chão que separava eu e os dentes afiados dos Houndours. Ele me olhou por cima dos ombros, para se certificar se eu estava bem. É claro que não estava, mas fiquei feliz em vê-lo... Sorri, com minhas últimas forças. Neste instante eu simplesmente apaguei, sem poder ver ou acompanhar o que ainda viria a acontecer...

Muito menores em tamanho, mas maiores em quantidade, toda a matilha se pôs em posição de ataque, abaixando os corpos e os preparando para o bote, rosnando e latindo para Entei. O primeiro a se arriscar levou uma boa patada na cara, chorando ao ser atingido. Entei era tão forte que sequer se dava o trabalho de se esforçar para espanta-los.

Eles foram vindo, um a um. Cada um não tinha a mínima chance de sobreviver ao golpes fortes de Entei, eles ficavam no mínimo atordoados. Mas sendo em larga escala, Entei foi começando a sentir o peso das dezenas de mordidas em todo o seu corpo, ás vezes grunhindo de dor. Quando boa parte deles estavam preparando mais um ataque, Entei dera seu poderoso rugido do Roar, fazendo todos escaparem como um bando de filhotinhos desmamados.

Cansado pela luta e submetido à forte chuva, Entei ofegava fatigado. Olhou para mim jogada no chão, e por ser um bom feitor de coração puro, decidiu que não podia simplesmente me deixar ao relento. Sua piedade revelou seu inicio de afeição por mim... Finalmente depois de reconheçer minhas feições, ao virar meu rosto desacordado para cima, arregalou os olhos como se tivesse levado um grande choque. Ficou um tempo me analisando. Então foi até a minha mochila ensopada no chão e procurou pelas pokebolas, abrindo a primeira que encontrou:

- Nham, nham, que sono... - resmungou o crocodiliano, coçando atrás da cabeça - Tava tão quentinho lá dentro e... Olha, tá chovendo. - disse, olhando para o céu assustadoramente negro, já com o corpo molhado.
- Feraligator? Olhe para mim. Preciso de sua ajuda.
- Hein? ... Geez, você é aquele bicho da torre! - ficou irado, apontando o indicador para Entei - Escuta, o que você fez não foi legal, cara! E seja o que for, eu não vou te ajudar! - cruzou os braços, reparando nos ferimentos do cão lendário.
- Não deve ajuda alguma a mim. E sim a ela... - moveu-se para o lado, mostrando meu corpo jogado no chão.
- Eeerk, Juri!! - exclamou meu nome - Caraca, ela está machucada!! O que você fez com ela, seu doido?! - os trovões caiam cada vez mais intensos, atenuando a ira de Feraligator.
- Eu não fiz nada, estava apenas tentando ajudar! Se não fosse por mim, ela teria sido comida viva pelos Houndours!
- Aarg, que seja! Mas como isso aconteceu?!
- Não adianta explicar agora! Eu preciso de sua ajuda, Feraligator. - virou-se para o outro - Coloque-a em minhas costas, precisamos levá-la rápido a um hospital!

Assim Feraligator o fez. Seu corpo agora tinha o dobro do tamanho do meu, e não foi difícil me colocar nas costas de Entei. Lembro de sentir meu corpo deitado em sua macia juba, que pareciam nuvens fofas e quentinhas. Entei já viajou por todo o continente, e conhecia bem um atalho naquela rota que nos levaria até Olivine.

Por incrível que pareça, o tempo fechava cada vez mais. Os trovões eram cada vez mais altos, e raios cortavam o céu com cada vez mais frequencia e proximidade. Os pokemons da mata se refugiavam como podiam: sob as raízes das árvores, ou mesmo em sua copa e ramos; dentro de pequenas cavernas ou no fundo dos lagos. Mas meus pokemons apenas corriam, tentavam chegar o mais rapido possivel na cidade, na tentativa de me salvarem.

Entei estava ficando cada vez mais cansado. As feridas em seu corpo estavam se abrindo, o que o poderia fazer perder muito sangue. Durante o caminho, havia uma larga e comprida ponte de madeira, que atavessa um rio de margens distantes. Entei e Feraligator, que corria sobre 4 patas na tentativa de acompanhar um pokemon bem mais rápido que ele; passaram correndo sobre a aparentemente resistente estrutura da ponte. A correnteza era bastante intensa e, repente, por razoes muito misteriosas; a ponte se parte com uma ventania forte, como se fosse feita de palitos de fósforo.

Ambos despencam para dentro do colegante e furioso corrégo, sendo arrastados pela água. Entei poderia até saber nadar, mas estava machucado e desorientado, com dificuldades para manter a cabeça do lado de fora. O rio levou meu corpo de suas costas, eu tenho vagos flashes de sensações desse momento, principalmente de estar cercada por muita água e muito, muito frio. Feraligator podia ser lento em terra, mas era um torpedo dentro d'água: conseguiu me resgatar ao nada contra a intensa correnteza sem dificuldades, e ainda trazer Entei pelo outro braço. Ele nos levou a margem, onde puderam apenas se secar brevemente antes de voltar à estrada.

Entei estava ficando cada vez mais fraco, e Feraligator pôde sentir isso... Finalmente saindo da floresta, elesdão diretamente num percurso diferente da Rota 38, onde já se podia ver Olivine no horizonte. Sem mais sem pique para correr, o cão lendário cambaleava, condenado pela sua fadiga.

- Aguenta mais um pouco, cara, a gente já tá chegando! - disse Feraligator, mostrando um sentimento de camaradagem.
- Eu... Eu não sei mais por quanto tempo vou resistir, Feraligator... - foi dificil pra ele mesmo falar o nome do meu pokemon...

Alguns metros depois, seu corpo também cai de lado no chão. Os enormes pulmões cobravam muito oxigênio, fazendo seu peitoral subir e desçer de forma aparente, chegando a respirar pela boca. Feraligator começou a ficar nervoso, levando as mãos à cabeça e andando de um lado para o outro... Os abrigos ficavam longe, e não seria fácil chegar até a cidade arrastando os dois. Enquanto pensava no que fazer, se desesperando em seus pensamentos até um pouco limitados, notou um pequeno foco de luz vindo daquele lado da estrada, na direção oposta à Olivine.

No meio da escuridão da vigorosa tempestade carregada de trovões, surge um Ampharos com seu longo pescoço rijo para não tremer com os movimentos de seu corpo pesado. A esfera vermelha em sua testa brilhava como cristal, e iluminava o caminho graças aos seus poderes elétricos. Ao seu lado surge uma jovem da minha idade, com o passo trotante como se estivesse fazendo jogging, respirando pela boca em movimentos de "puff, puff". Falou para o Ampharos ao seu lado:

- Vamos, Ampharos! Já estamos chegando, não podemos perder nosso ritmo!

Quando ela nos viu, veio correndo até nós. Ampharos dilatou a luz de seu crystal e iluminou toda a cena. A moça se aproximou de mim, e quando viu meu rosto, exclamou meu nome como se me conhecesse. Feraligator a olhou muito tristonho, como se quisesse dizer alguma coisa... Ela viu minha bolsa branca entre seus dedos fortes, e procurou entre as pokebolas alguma que estivesse vazia para recrutar Entei de volta. Ela ficou muito admirada com aquele pokemon enorme jogado no chão, e conseguiu traze-lo à Master Ball novamente, e assim o fez com Feraligator.

Ela me levou nas costas de seu grande Ampharos que, apesar da pele lisa e escorregadia, pode me levar sem incomodo até a cidade costeira, onde eu acabaria mais uma vez numa cama de hospital.

- - -

Quando abri meus olhos novamente, a primeira coisa que eu vi foi a paisagem através da janela. Era uma tarde nublada, porém tranquila, com o Sol se pondo no horizonte. Virei a cabeça para cima e observei o teto... As luzes não estavam acesas, e o ambiente bem climatizado pela fria tempestade que havia passado faz um tempo. Ouço uma voz familiar ao meu lado:

- Que bom que acordou. - sorriu - Realmente amiga, não esperava te encontrar nessas circunstâncias!

Eu conhecia a moça. Ela era Tania, minha melhor amiga desde a época de Escolhinha Pokemon. Diferente de mim, ela partiu para sua jornada pokemon assim que terminou os cursos avançados, enquanto eu partiria apenas 2 anos depois. Ela se tornou muito forte, completamente o oposto do que costumava ser no colégio nas simulações de combate. Já haveria viajado por toda Kanto e Jotho, apenas esperando o momento que se sentir mais preparada para enfrentar a Elite dos 4. Ela era ligeiramente mais baixa, e os seios grandes adquiriam a ela uma aparência ainda mais achatada. Praticava atletismo desde jovem, e se bobear, ela percorre os dois continentes em menos de um mês sem parar! Grande companheira... São nessas horas que a gente descobre quem são nossos verdadeiros amigos.

Pokemon Shining Crystal - O Dia do Juízo Final - Página 3 RIVALup_Tania
O desenho do lado esquerdo foi o primeiro esboço dela, feito (a 2) anos atrás. À direita, a atualização que eu fiz para a fanfic. Os pokemons permanecem os mesmos (ignorem os nomes, por favor...)

Expliquei à ela o que havia acontecido, até onde eu me lembrava. Ela sabia da lenda dos cãees lendários, apesar de nunca ter visto algum uma única vez em sua jornada. Ela não confiaria em simplesmente deixá-los no centro pokemon, por isso decidiume trazer ao hospital antes. O médico havia feito alguns exames, e que a leve torção do meu tornozelo já estava curada. Ainda bem: queria ver Entei o quanto antes. Assim que pudesse, o tiraria da pokebola e a quebraria no chão - só assim poderia deixá-lo livre novamente... Pena que não seria tão fácil quanto eu imaginava...

(cont.)


Última edição por Kirehana Yurika - Nanda em Dom 18 Out 2009 - 9:48, editado 3 vez(es)

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Mensagem por Gabriel032 Sáb 17 Out 2009 - 17:10

Uau, esse capítulo foi malvadamente sério Pokemon Shining Crystal - O Dia do Juízo Final - Página 3 Icon_eek . Ficou ótimo, desde o enredo principal até os mínimos detalhes. Grande trabalho!

Agora estou com medo. Será que o Entei vai morrer?
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Mensagem por Tropius Sáb 17 Out 2009 - 17:20

Uau! Incrivel! Otimo uso para uma master ball.
Só não gostei da parte que você zoou os habitantes de hoenn.
Um dos fãs dessa fã fic é hoeano sabia?------------------------------------------>

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Mensagem por Mag Sáb 17 Out 2009 - 22:55

Nossa o capítulo ficou muito bom... Gostei de mais, pois esse Entei se acha em^^! Mesmo sendo um lendário, ele se acha^^! Mas foi muito bom, o geito que ela a tratou e ainda por cima o geito que ela se deu máu por causa disso^^!!!!! KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK!
Ou seja, o capítulo ficou muito bom mesmo, e espero ver um proximo, tomara que ela encontre com Entei de novo e consigam se acertar, e ele ficar com ela^^!
Até mais.

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Mensagem por Ness_64 Dom 18 Out 2009 - 2:11

Então não se esquenta, Tropius

Duplo sentido? Razz
E,que Feraligator mais "folgado" hein? (No bom sentido)
Anyway,bons capítulos...
E sinceramente,quando vi a parte em que a amiga da Juri(Qual o nome mesmo? [/memóriadevéiooupiorslowpoke]) trouxe eles de volta para a pokébola,eu pensei uma outra coisa(a.k.a "Perdeu!" xD)

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Mensagem por Yuhh Dom 18 Out 2009 - 16:47

Ótimo capitulo, e não sabia que fazia tempo que você estava a planejar essa maravilhosa fic!

O Wallace, Mestre Campião de Hoenn é meio estranho ( Pokemon Shining Crystal - O Dia do Juízo Final - Página 3 Icon_wink ), até o Juan é mais macho que que ele!

Thanks!

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Mensagem por Bakujirou Dom 18 Out 2009 - 19:11

Ai que maneiro... Amo fics com "conversas" entre os Pokés... Feraligatr está muito forte, conseguiu carregar Juri e Entei numa correnteza... 0-0"

Entei é um Poké bem respeitado, mesmo sendo do jeito que ele é, teimoso e cético, mas ele não pôde virar as costas pra sua atual treinadora. Bom, pelo menos, conseguiu salvá-la dos Pokés famintos...

A história em si está muito boa... Me surpreendi com as passagens desta "captura" acidental da Juri. Está muito bom, espero a continuação da fic...


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Mensagem por Kirehana Yurika - Nanda Seg 19 Out 2009 - 18:25

Prezados leitores,

Venho por meio desta afirmar que a continuação do Capítulo 5 possa demorar a chegar, graças a problemas de saúde meus - mas é provavel que ele já esteja disponível na noite de amanhã. Grata!
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Mensagem por Drifloon81 Seg 19 Out 2009 - 18:51

Olá povo,sou novo aqui,mas vim da antiga comunidade myutsu,lá virei um crítico específico no assunto fanfics pokémon. Twisted Evil . O que digo das fics daqui? Precisam melhorar e MUITO,Mas o tio aqui reconhece alguns talentos como a Johto Lengends, Wrong Path e claro a fic que aqui posto a Shining Crystal. Parabéns Nanda se é assim que se chama Very Happy . Estou acompanhando e ansioso pelas novos epis


PS: Desculpa fazer propaganda de outras fics,aproveitei sua maravilhosa fic,pra postar meu 1º coment. *Modéstia Parte* Receber 1 elogio de alguém como eu é algo mto bom


See Ya!
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Mensagem por Beer Seg 19 Out 2009 - 20:44

To no capitulo 2, isto sim que é Fic, está tão bom de ler, o nível dos vocábulos da fic pode ser comparado a um livro, mas vou parar por hoje, tenho muito trabalho a fazer no RPG da PM!
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Mensagem por Gabriel032 Seg 19 Out 2009 - 21:31

Para que criticar? Acho que até agora a fic não tem nenhum defeito estrondoso, então prefiro gastar meu teclado aqui só para elogios...

A Fic está ótima, e DESEJO MELHORAS.

Pronto editei.


Última edição por Gabriel032 em Seg 19 Out 2009 - 21:54, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Bakujirou Seg 19 Out 2009 - 21:42

Gabriel032 escreveu:Para que criticar? Acho que até agora a fic não tem nenhum defeito estrondoso, então prefiro gastar meu teclado aqui só para elogios...

A Fic está ótima, e fico triste em saber que você está com problemas de saúde.
Educação /KD?

... Ela só fez um post avisando que tem uma coisinha de nada. Pelo menos, porque não posta: "espero que se recupere logo" ou "desejo melhoras". Isto sim é algo bom pra se postar.

(Tô fazendo mais jabá pra esta fic, puxei blzck pra que tentasse lê-la, parece que ele gostou. ^_^)

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Mensagem por Kirehana Yurika - Nanda Qua 21 Out 2009 - 23:02

Spoiler:


Nota da Autora: Dei duro nesta fic, mas estou ansiosa mesmo pra escrever o sexto capítulo, que prometo valer a pena! Obrigada pela compreensão! ^^

EXTRA! A pedidos, decidi adicionar uma música a este capítulo. Como uma das cenas usou como referência uma cena espefícica de um certo filme, decidi pegar uma música do mesmo filme e da mesma cena para ambientar bem esta parte em específico da fic. Quem vir a imagem ou ouvir a música, saberá de que filme se trata. Boa leitura!

Faça o download da música aqui
(Mark Keali & Kamehameha Schools Children - Hawaiian Roller Coaster Ride)

Capítulo 5 - À Caminho de Olivine (parte 2)

Momentos depois lá estava eu, sentada na sala de espera, com um edredon enorme ao redor do meu corpo porque estava com vergonha de apareçer com a camisola verde-clara do hospital. Minha roupa havia ficado encharcada, inclusive as calcinhas da minha mochila. Estava esperando uma video-chamada da minha mãe num dos telefones do local, enquanto assistia ao Jornal do Canal 5, apresentado pelo ilustre âncora Thomas J. Patterson e seu inseparável Porygon2.

Ele narrava em sequência, com suas feições sérias de jornalista profissional e o terno impecávelmente engomado; os vários instantes de alterações climáticas que ocorreram naquele dia. As tempestades e tufões estavam se tornando cada vez mais frequentes... Inclusive a notícia de última hora era que uma perigosa aglomeração de nuvens se formou nas redondezas das Whirl Islands, tornando aquele trajeto muitíssimo perigoso de se atravessar. Para prevenir treinadores teimosos de procurarem atravessar aquela rota marítima, a guarda-costeira foi acionada nas cidades de Olivine e Cianwood. Mas especificou também que a ponte Olivine-Cianwood funcionaria normalmente, desde que todos os veículos estivessem dentro da velocidade limite.

- Puxa, o transito estará mesmo bem difícil amanha! - exclamou Tania, sentada ao meu lado com os contovelos nos joelhos e as mãos nas bochechas, observando vidrada o jornal.
- É verdade... - e disse, procurando por referência - Como você vai fazer pra chegar em Cianwood, Tania?
- Eu? Ah não, só vou amanhã! - riu, de forma inocente, porem desapontante para mim, que esperava uma resposta satisfatoria - Mas á tempo de chegar para o Festival! Se é que ainda vai ter, né... - desanimou. Fui forçada a concordar.
- Senhorita Juri? - se aproxima a enfermeira, tocando em meu ombro por trás do sofá - Há uma video-chamada de sua mãe lhe aguardando.
- Oh, certo... Eu já estou indo.

Lá, vejo a imagem apreensiva de minha mãe me agurdando na tela de cristal líquido. Video-chamadas só podiam ser realizadas em hospitais, portanto imagino que ela deva ter andado um bocado até Cherygroove para usar o de lá...

- Juri! - ela exclamou ao me ver - Juri, querida, você está bem?...
- Tô bem melhor agora, mãe. - disse, sorrindo para tranquliza-la - Meu tornozelo não dói tanto, e eu já consigo até andar. Deve ser produto da espiritualização...
- Com certeza, filha. Isso lhe deixou mais resistente em muitos sentidos. - sorriu também - Tania me contou de sua experiência...
- Eu imagino...
- Sim. Eu vou informar Morty sobre isso... Quando você passar novamente por Ecruteak, deveria falar com ele. É um rapaz muito inteligente e sábio...
- Sim, isso é.
- ... E bonitinho também. - tava demorando.
- Mas, eu pretendo libertar ele, sabe? Vai ser melhor, para todos...
- Bom, se você acredita que é uma solução, discuta isso com o próprio Entei. - disse seu nome com receio - Tenho certeza que ele a ouvirá. Aliás, soube que você ficou totalmente sem roupa!
- Foi. Espera, não foi bem isso! Só que todas as minhas roupas, inclusive as da mochila, ficaram molhadas...
- Eu mandei algumas pelo teleporte, querida. Use estas, mandarei algumas extras mais tarde pelo mensageiro.
- Putz, mãe, valeu!
- Muito bem, meu amor, tá na hora de ir... Cuidado com as tempestades. e aproveite o verão! - desligou.

Quando abri a porta do compartimento translúcido em forma de capsula ao lado do video-menssageiro, havia uma caixa pequena com alguma coisa leve dentro. Quando a abri, fiquei sem graça... E pude entender o que minha mãe quis dizer com "aproveite o verão".

Pokemon Shining Crystal - O Dia do Juízo Final - Página 3 Juri

Havíamos combinado de nos encontrar nos fundos do centro pokemon. Tania e sua grande Meganium nos dariam cobertura... De primeiro eu fiquei nervosa em vê-lo novamente, mas precisei me acalmar. O que poderia dar de errado? Ele era forte, fora que eu estava sob a proteção de Tania e seu enorme pokemon de volumosas pétalas e olhos gentis. Era agora:

- O-olá... - disse, gaguejando, com os braços atrás de meu corpo - Você está bem?
- ... Melhor do que antes, eu acredito. - seu humor seco combina com sua voz grave e respeitosa.
- Eu queria agradeçer pelo que fez por mim... Por isso, estou disposta a recompensá-lo com sua liberdade. - disse, tirando a Master Ball do bolso.

Ele ficou surpreso.

- Vai ser melhor pra nós dois...
- Espere! - exclamou - ... Preciso dizer uma coisa.
- ...Sim?
- Permita que eu vá com você. - deu um passo à frente, decidido.
- Mas, mas e - fiquei sem reação - E aquilo que voce havia me dito na floresta?
- Antes de traze-la para cá, pude perceber coisas que não notaria se estivesse cego pela raiva como estava. - ele estava com raiva? Como era discreto... - E, enquanto não tiver certeza de minhas dúvidas, não seria sensato partir deste jeito... Seria melhor se ficasse ao seu lado até ter certeza de tudo.
- Você... Jura que aceita vir comigo?! - sorri largamente, com os olhos brilhando.
- Bom, pelo menos até-

Não quis nem saber: eu o abracei com os braços bem abertos, tentando envolver o máximo que podia do seu corpo peludo no meu. Ele esboçou um sorriso aliviado, suspirando. Acho que ele estava começando a gostar de mim...

- Juri!! - o grito desesperado de Tania ecoou pelos arredores - Vem aqui, rápido!

Com o passo apressado, eu e Entei nos direcionamos à parte da frente do hospital - mas com cuidado para que ele não fosse visto. O caso era que Feraligator estava olhando fixamente para a Meganium de Tania, lentamente se aproximando como quem não andava conscientemente. Tinha um sorriso largo nas mandíbulas cheias de dentes afiados, o que provavelmente assustou a pobre pokemon de planta, que recuava para trás com uma feição de horror.

- Fera! - me aproximei de meu pokemon, puxando-o pelo braços para tentar impedi-lo de avançar - Deixe a coitada em paz! - em vão. Ele era forte e conseguia me arrastar mesmo com meus pés cravados no chão. Mas depois, ele parou, ainda a olhando profundamente.
- O que será que deu nele? - disse Tania, pondo os cabelos atrás da orelha.
- Parece que ele gostou muito da sua Meganium, minha jovem. - Entei, disfarçando o sorriso veterano – Ele deve estar apaixonado.

Quando Entei disse aquilo, vi todos os últimos dias passando rapidamente pela minha cabeça. Ele era tão pequenininho, mordia minhas canelas com seus dentinhos serrilhados. Agora já era praticamente um adulto, e estava vivendo seu primeiro amor... A Meganium de Tania era de fato um pokemon muito belo. Por alguma razão, ela parecia diferente das outras Meganiuns, provavelmente por ainda ser jovem. Olhei para Tania, vendo como ela se sentia diante daquela situação.

- Ooh. - observou por um bom tempo sua Meganium cheia de desespero - … Eles formam um casal LINDO! - disse, abraçando o corpo e o movendo para os lados, sentindo o calor do amor “dos dois”.
- E eu achando que você ia dizer algo como "Meganium, volte para a pokebola"! - baguncei.
- Que isso, olha como eles estão se olhando! - Feraligator a comia com os olhos, e Meganium estava quase gritando - Foram feitos um para o outro!

Conforme discutía-mos, Entei começa a agir de forma estranha, como se uma vozinha sussurrasse em seu ouvido, chamando-o de volta para a floresta. Ele virou naquela direção, olhando aquela área, tentando localizar de onde vinha a voz. Não era seu instinto o chamando, ele era um pokemon racional e sabia bem o que estava fazendo ao decidir me acompanhar... A voz tinha um dono. E Entei ficou sério quando imaginou quem fosse.

- Entei? Está tudo bem com você? - me aproximei, enquanto Tania se entretia com o "romance" de Feraligator e Meganium.
- ... Não. - ele começou a andar em direção a floresta - Fique aqui, e não me siga.
- ... Não posso deixar você ir sozinho, Entei. - ele não me olhou, com a atenção voltada aos arredores, mas me ouviu atentamente - Sei que você é forte, é independente, sendo uma criatura lendária deve manter seu respeito. Mas somos parceiros agora... Me deixe ir com você.
- ... Muito bem. Mas fique perto de mim.

Aproveitei que Tania não estava olhando e avançamos novamente para dentro da floresta. Aquela mata era densa e fechada, portanto em certa altura, tive que montar em suas costas para que pudéssemos prosseguir adiante sem intermédios. Em certo ponto, atingimos uma das várias clareiras da floresta. O Sol já havia passado do auge do dia, começando a decair no céu e mudando o azul-claro para um gradual laranja. Estava um silêncio enorme, de tal forma que só se podia ouvir nossas respirações. Saí de seus ombros, e olhei ao redor. Ouvimos então uma voz surgindo entre as árvores:

- Que bom que me ouviu, Entei. Temi que já estivesse civilizado demais para escutar seus amigos selvagens...
- Onde você está? - Entei respondeu ao léu - Apareça!

Surge do mato denso outro Cão Lendário. Sua pelagem dourada tornou-se cada vez mais aparente conforme seu corpo emergia das sombras. Era quase tão grande quanto entei, apesar dos pelos curtos e corpo menos resistentes. As garras e presas eram grandes e predatórias, seu olhar tinha pupilas finas e penetrantes. Sua juba formava nuvens pesadas de tempestade em suas costas, e sua cauda parecia a faísca de um raio. Eu o olhava espantada e me lembrara do que Morty havia me dito e, estando certa, aquele se tratava de Raikou, o cão lendário do trovão.

- Por que pede minha presença, Raikou? - Entei, como quem temia o que já estava por vir.
- Por que peço sua presença? Hah, como se não soubesse! - disse, debochado. Mas seu deboche era bem mais expressivo que o de Entei - Não me faça rir!
- Se tem algo a dizer, diga logo!
- Oh, imagino... - ele começou a andar lentamente, circulando a área da clareira e me olhando fixamente - Sua amiguinha deve estar com pressa... O que aconteceu com você, Entei? Me decepciona saber que foi capturado. Principalmente por uma criança.
- Foi um acidente. Ela não tinha a intenção-
- E vejam só! - ele chegou bem perto de mim, me olhando por cima com um sorriso perverso - É o mesmo vermezinho que nos interrompeu ontem em Ecruteak!
- E-eu não sou um verme! - disse, na tentativa de me defender.
- Cale-se, humana!! - ele grunhiu, impondo todo o seu poder sobre mim.

Assustada, me afastei para trás. Entei rapidamente reagiu àquela investida de Raikou, rugindo e empurrando o corpo do outro para longe de mim, investindo sobre ele. Raikou apenas cambaleou a alguns metros para longe de nós, nos olhando agora de forma diferente. Parecia indignado com a reação de seu parceiro.

- Veja o que você se tornou, Entei! Me agredindo por causa dessa garota! - exclamou.
- Não devia ter feito isso.

Silêncio entre eles. Mais indignação da parte de Raikou.

- Ainda acha que isso é certo?! Acha certo se deixar ser comandando por um mero humano?! Você perdeu a noção, seu tolo?!
- Raikou, desembuche antes que eu tenha que arrancar as palavras de você à força! - se pôs em pose de ataque, distanciando as pernas.
- Nós temos uma missão neste mundo, Entei! - começou a andar novamente para um lado e para o outro - O equilíbrio da natureza em Jotho depende exclusivamente de nós! Fomos criados para regir cada ecossistema, cada grão de pó ou gota d'água que cai neste chão! E você se deixa ser dominado deste jeito!!
- Eu continuo sendo o que sou, Raikou! E não aumente seu tom de voz comigo!
- Você falhou com sua missão, Entei!! - ele rugia de raiva, apesar do seu nem se comparar ao de Entei - Se tornou mais uma marionete ridícula dos humanos!! Estamos em tempos de crise, Entei, e não é pouca!! Já não basta o sumiço daquele filhote irresponsável, as catástrofes naturais fugindo de nosso controle, o mundo começando a ruir lentamente; E VOCÊ LARGA MÃO DESSE JEITO!!
- JÁ FALEI PRA VOCÊ NÃO GRITAR COMIGO! - pulou na direção de Raikou, parando a poucos centímetros dele porém sem a intenção de ataca-lo.
- Você tinha meu respeito Entei, mas agora provou-se fraco e medíocre, como um pokemon qualquer! Simplesmente deixe-a, juntos temos um dever a cumprir!

Entei olhou para mim por cima dos ombros, estirada próxima a uma árvore, olhando-os assustadíssima. Então concluiu.

- Posso cumprir com meu dever ao lado dela. Não mudou nada... Ainda continuo sendo o cão lendário do Fogo e da Terra.
- Devia se envergonhar de se achar dono de um título tão importante! Acaba de se rebaixar à uma mula cargueira!! O pior de tudo é que você sabe que no fundo está errado!
- Já disse, e você nao vai mudar minha opnião. Eu preciso ficar ao lado dela...
- Ninguém precisa de humanos, Entei! - riu, o interrompendo - E eu tentei provar isso pra você da forma mais prática... Pena que você foi burro demais para perceber meu alerta!
- Do que está falando?
- Aquela tempestade de ontem foi meu presente pra você e sua amiguinha, Entei. - revelou, com um sorriso perverso - Devia tê-la deixado morrer! Mas eu não desistiria tão cedo... Machucaria você o quão fosse necessário para impedi-lo de cometer o maior erro da sua vida! Mas parece que você não entendeu bem o recado... Você é um tolo, Entei!!
- Você quase nos matou!! - grunhiu - Seu inconsequente, não é assim que se resolvem as coisas!!
- Oww... E que tal ASSIM?

Raikou era extremamente veloz. Num piscar de olhos, encolheu o corpo e, com suas fortes patas traseiras, empurrou Entei com uma investida ainda mais intensa que a dele, fazendo-o cair no chão e provavelmente o machucando um pouco. Quando Entei caiu, vi como os pelos de Raikou começaram a se levantar, e faíscas de descarga elétrica começavam a saltar para fora de seu corpo. Mas não lhe deu dois segundos para pensar em reagir, e logo investiu novamente para cima do outro cão lendário, fazendo-o sentir a dor do intenso choque elétrico do seu corpo carregado pelo Spark. "E que tal ASSIM, tá bom pra você?" - eu os observava perplexa, incapaz de reagir ao ver Entei sendo ferido pelo amigo daquele jeito...

- Eu já cansei da sua pose de fortão, Entei!! - exclamou, triunfante - Me irrita ver você submisso desse jeito!!
- Então é briga que você quer, Raikou? - disse, resistindo ao golpe - Não vou apanhar, muito menos pra você!!
- Temo que esteja enganado!

Ali começaria um combate de proporções titânicas. Raikou era veloz e difícil de acertar, mesmo em combates corpo a corpo. Entei também era rápido, mas não tinha o avassalador reflexo do cão do trovão. Porém era forte: quando conseguia, machucava bastante Raikou quando lhe metia as pesadas tapas na cara, chegando a arrancar chorinhos de dor. Evitavam ao máximo se morderem, uma vez que as presas de ambos podiam causar verdadeiros estragos. Era tão agustiante e assustador, ver aquelas duas feras lutando, grunhindo, rugindo, se machucando diante de mim... Implorava que parassem, gritava desesperada e esgoelava, e eles não me ouviam.

Em certo ponto, Entei cai e Raikou parte para cima dele com as garras afiadas projetadas para frente. Entei o empurra para cima, o atirando por as poderosas pernas para dentro da mata. Quando o seguiu, ambos pararam numa borda redonda de um penhasco. Senti a adrenalina subindo: caso algum caísse, poderia acabar morrendo com uma queda tão grande! Eu tentei de todas as formas separá-los, procurei algo que pudesse me ajudar, mas minha mochila havia ficado na cidade. Vi as tempestades do mar se intensificando, afligidas pelas ira de Raikou, ou provavelmente a ira de ambos, que continuavam seu combate até hoje para mim difícil de descrever... Violento, cataclísmico, assustador... Só se vendo se entende.

Pokemon Shining Crystal - O Dia do Juízo Final - Página 3 Entei_x_raikou

Neste momento, surge uma luz. Uma luz muito forte e intensa, que banha todos os próximos numa imensidão branca. Eu caio, provavelmente surpreendida pelo misterioso fenômeno, e em seguida protegendo os olhos para que não acabasse me cegando pela energia, que me parecia estranhamente familiar...

Quando abri os olhos, estava deitada no chão, agora com os TRÊS ao meu redor, conversando um tom baixo. Os ferimentos dos dois haviam sumido, como se tivessem sidos curados pela luz miraculosa. Eles me viram acordar... Pude pela primeira vez ver Suicune em detalhes. Era pokemon belo e gracioso, seu adorno brilhava como jóia, não tão grande quanto seus colegas monstruosos e seus olhos tranquilos me analizavam de forma calma e serena.

- Jovem Juri, não precisa mais se preocupar. - disse - Por favor levante-se...

Eles se distanciaram, permitindo que eu me levantasse.

- Eu peço desculpas pelas cenas que presenciou ainda a pouco. - ele falava sabiamente, e tinha a voz similar a de um jovem rapaz humano - Mas fico feliz em dizer que agora foi tudo resolvido. - tecnicamente sim. Eles ainda não estavam muito afim de se olhar...
- Mas... Como, o que foi isso?
- Eu precisei intervir antes que alguma gota de sangue fosse derramada. A união entre nós é chave para o equilíbrio da natureza...
- Oh... Por isso as tempestades se intensificaram... Dava pra ver daqui. - me senti bastante à vontade perto de Suicune. Ele era muitissimo educado.
- Morty me comunicou sobre o que aconteceu entre você e Entei. E outras coisas também... - sorriu de forma discreta.
- ... Que outras coisas?
- Não tenho permissão nem insanidade para lhe dizer tudo. Apenas que nós três devemos respeitá-la, pois és a guardiã do Gizo.
- Gizo? Ohh... O sino...
- Eu sabia... - disse Entei, feliz pelas suas certezas - Deve apenas saber por enquanto, Juri, que você é uma pessoa muito especial. E, quem sabe, realmente digna da missão que lhe foi concebida junto com o sino...

Eu continuava confusa com relação ao mistério do sino, mas suas palavras não foram surpresa para mim. Raikou continuava calado.

- Não será fácil, Juri... A missão que você recebeu é árdua e difícil. Mas você não está sozinha... Estaremos sempre ao seu lado. - Suicune, já concluindo - E, mesmo sob estas circunstâncias, acredito que seria bom que Entei realmente a acompanhasse em sua jornada. Durante isso, irá conhecer o grande número de pessoas que estarão ao seu lado e muitas que irão futuramente se juntar à sua causa. Agora... Creio que Raikou lhe deve desculpas...
- ... - cabisbaixo e silencioso, como desde o inicio.
- Desculpas? Pelo que?

Raikou levantou a cabeça, surpreso. Criou coragem, lentamente se aproximou.

- Me perdoe, Juri. Não deveria ter feito... O que fiz. - logo vi que ele não tinha esse costume.
- Eu... Está tudo bem. Eu era uma treinadora qualquer a poucos dias, então acho que não faz muita diferença, ein? - disse, bem humorada, para tirar o peso de suas costas.

Ele recuou, muito envergonhado. Entendi então que estivesse mesmo arrependido, apesar de dificilmente admitir isso. Então sumiram os dois... Sem eu saber quando os veria novamente.

- - -

Apesar de tudo que havia acontecido eu ainda estava chateada, provavelmente triste por causa das cenas que presenciei. Também comecei a temer esta missão, por alguma razão, começava a me sentir incapaz de realizar algo que, apesar de eu nao saber do que se tratava; tinha um peso gigantesco sobre minhas costas. Entei também parecia muito confuso... Por mais rude que Raikou tenha sido, Entei acreditava que ele tinha uma ponta de razão em seus insultos... Olhara cabisbaixo para mim, pedindo para ficar alguns instantes sozinho. Eu o entendi perfeitamente, e o fiz prometer que voltaria. Ele ainda estava inconformado da idéia de ter um treinador agora...

Rumei em direção à praia, para tentar apreciar um pouco da beleza do pôr-do-sol. Mas não estava com cabeça para isso... A praia do cais estava vazia, a areia estava fria, senti a gelada água do mar quando suas ondas batendo na sola dos meus pés. Ia me aproximando de uma casa que alugava barcos. Tinha dois andares: o de baixo era comprido e retangular, o de cima era menor e cobria apenas metade do perímetro do outro, como uma pequena casa sobre a loja... Apesar disso era simples, feita de madeira, como as construções praianas de Hoenn. Pintada de branca com o telhado verde-claro, janelinhas permitiam ver seu interior iluminado e decorado pelos mais diversos tipos e cores de pranchas de surfe. Eu sabia que lugar era aquele. Sorri ao ver a tia Rute me esperando na sacada da sua lojinha.

- Boa tarde, querida. - me cumprimentou, com o sotaque hoeano ainda aparente - Estávamos esperando por você.
- É, a mamãe me disse... - sorri.
- Os meninos estavam esperando ansiosos para vê-la. Mas com essas tempestades, temi que acabasse se atrasando, ou que sequer chegasse...
- Elas trazem muitos problemas, não é?...
- Puxa, se trazem... - levou a mão à cabeça, inconsolável - Fica muito difícil alugar os barcos ou mesmo pranchas sob essas condições... E isso já faz um tempo.
- Creio que as coisas vão melhorar...
- Sim, eu também tenho essa esperança. - sorriu.

Então surge aos gritos a pequena Tima, vindo de dentro da loja com um ânimo que apenas as crianças tem, me abraçando pelas pernas e quase me derrubando ne encontro aos parapeitos de madeira que circundavam a sacada.

- Que bom que você chegou, tava com saudades! - provavelmente ela nem se lembrava da última vez que nos vimos... - A gente te esperou o dia todo!
- Tava com saudades também, Tima...
- Tima, vá chamar seu irmão. Querida, insisto que jante conosco esta noite.
- Aah, que isso, não quero incomodar! - fiquei sem graça.
- Que incômodo o quê, você é sempre bem vinda! E chegou num bom dia, hoje é sexta e a mesa é farta. Espero que aprecie comida praiana...
- Adoro! Principalmente moluscos.
- Falando em moluscos, o Zé Pilinha já passou pela sua cidade?! - exclamou a pequena, com os olhinhos brilhando. Não sabia o que raios era o Zé Pilinha, tampouco se era molusco ou se havia passado pela minha cidade. E de acordo com essa descrição, preferiria nem ver.- Passou, passou, passou, hein, hein, hein??
- ... Tima, vá só chamar seu irmão... - disse a mãe, sem graça.
- Tá!

Vi em Tima a saudades dos tempos da minha infância, onde era feliz e pouco me preocupava com os problemas. Ela era o retrato da mãe... Tia Rute, como a maioria da população praiera de Hoenn, tinha a pele morena e cabelos negros, os seus ficavam presos para trás e formavam dois coques juntos e redondos na altura dos olhos - que eram azuis e profundos. Tinha o corpo firme de quem trabalhava duro todo o dia, provavelmente ajudando nas tarefas da casa ou da loja. Por trabalhar na praia, usava penas calções de banho e um top cor de salmon adornado com um colar muito bonito de conchas, provavelmente vindo de sua terra natal. A pequena tinha as caracteristicas da mãe adaptadas a uma estrutura infantil; parecia até sua minuatura de maiô rosa. E um roliço Spheal a acompanhava, 2x maior que uma bola de basquete, se boebeasse levava a menina nas costas.

- Quem é o Zé Pilinha? - perguntei, extremamente curiosa.
- Você já viu um Driflblim?
- Sim, já. É um pokemon da região de Sinnoh, certo?
- Ahã. Em Sinnoh, há uma companhia que produz dirigíveis. Eles são enormes, e alguns são bem artísticos e coloridos, o que chama a atenção das crianças. Apenas os muito ricos podem comprá-los, e os usam para viajar pelos continentes. Sendo Hoenn bastante visitada, às vezes podíamos ver dirigíveis sobrevoando a cidade. O que tinha a pintura de um Drifblim se chamava Zé Pilinha, e passava anualmente por lá.
- Puxa, deve ser mesmo muito legal ver um desses.
- Se é, principalmente para as crianças. Mas, infelizmente, não creio que ele passe por aqui...
- ... E, o que tem haver um dirigível com um molusco?
- Assim como ela insiste que o Zé Pilinha vai apareçer, ela insiste em dizer que ele é um molusco voador... - sem graça novamente.
- Heh heh, eu imagino... Bom, vou esperar por eles na praia.
- Tudo bem então, querida. Obrigada por nos visitar!

Sorri. Aquela conversa me levantou um pouco os ânimos. Vi então um corpo adolescente surgindo das ondas e correndo em minha direção. Kevin, assim como a mãe, tinha o corpo forte de quem dava duro todos os dias pra sobreviver - mais resistente e forte que de muitos garotos da nossa idade. Ele vinha molhado, correndo em minha direção usando apenas seu calção de banho laranja. Se não estivesse acostumada de ve-lo assim desde pequena, provavelmente ficaria corada com aquela visão. Puxa, eu sou uma garota, afinal! Mas não pensei nisso na hora. Apenas acenei e parei quando nos aproximamos mais.

- Que saudades, mulher, nunca mais tinha te visto! - ele me abraçou pela cintura e me girou em seus braços, como se eu tivesse o peso de uma galinha. Apenas uma pequena amostra da sua força - Fiquei doido quando soube que cê vinha, Juri!...
- Eu imagino, heh. Fiquei com saudades também...
- Nossa, você tá linda! - corei, tá? - E aí, como tá sendo sua viagem? - me pôs de volta no chão, levando as mãos à cintura enquanto falava.
- Aah, tava de boa... Atualmente passando por alguns problemas...
- Qual pokemon você escolheu?

Decidi ser bem prática. Pus Feraligator para fora da pokebola. Ele provavelmente se empolgou, ou achou que era uma batalha, e já saiu rugindo com todo o seu jeito levado da breca, assustando o pobre Kevin, que caiu sobre a areia fofa. Eu ri um pouco, depois ele também riu, antes todo sem jeito, mas depois muito mais do que eu. Ele viu como eu fiquei tristonha rapidamente, me lembrando de toda a confusão na minha cabeça. Ele notou isso e ficou preocupado... Até Feraligator também percebeu minha preocupação. Me sentei na areia, cruzando as mãos nos joelhos, encarando o oceano sem fim diante de mim com os olhos tristes e distantes.

- Você quer me contar o que aconteceu?... - ele ficou sentado bem perto de mim, me dando o ombro que eu precisava para desabafar.
- Sim, mas... Você tem que prometer que não contará a ninguém. Nem à Tima, ou sua mãe...
- De jeito nenhum. Será nosso segredo... - o jeito que ele disse aquilo era diferente do jeito que ele normalmente falava comigo. Por alguma razão, senti que podia confiar muito nele. Então, decidi contar tudo...

Pode ser que tenha rolado um clima entre a gente. Mas ele parecia bastante preocupado e eu pensativa demais para perceber um clima de romance. Assim que concluií, contando cada detalhe, ele encarou o chão, mordendo o lábio inferior e provavelmente pensando no que dizer.

- Você terá que dar todo o seu apoio a ele, Juri. E eu juro, juro por tudo que há de mais sagrado que, seja o que for... - ele pegou na minha mão, e me encarou profundamente nos olhos, dizendo com firmeza - Eu vou estar ao seu lado pra te ajudar...
- Kevin, eu... - desviei o olhar, sentindo as bochechas esquentarem com minha vergonha - Agradeço muito... Só me ouvir já ajuda demais. - sorri, de forma simpática.
- Mas eu quero te ajudar mais, Juri... E vou. E prometo que vai te fazer muito bem!

Sorri como quem concordava com o que ele dizia.

- Ah! Antes... - ele fala, sem olhar em meus olhos, levando as mãos atrás da cabeça e com um sorriso largo porém envergonhado - Se tiver, coloca suas roupas de banho! V-Você vai precisar...

Feraligator me olhou com o canto dos olhos, como quem finalmente percebeu as roupas que eu estava usando. Cruzou os braços como quem reprovava meu traje, e me disse com o olhar que estava achando Kevin "engraçadinho demais pro seu gosto". Eu ri e o abracei, mesmo que ele tentasse me evitar, empinando a cabeça para cima e fazendo "humph!". Por fim, descruzou os braços e me abraçou também, cedendo ao meu carinho por ele.

- Obrigada por ter me ajudado também naquela hora, Feraligator...

Eu não vi, mas por alguma razão, ele pareceu entender o que eu dizia. Seus olhos estavam lacrimejando! Mas imagino se ele havia entendido mesmo, afinal podiam ser (com o perdão do trocadilho) lágrimas de crocodilo!

- - -

- Juri, você ainda não sabe nadar... Estou certo?
- É, Kevin, isso aí... - disse, com medo só de pensar que teria que encarar aquelas ondas enormes - Certíssimo.
- Bom, mas acredite, o que eu vou te ensinar a fazer não te forçar a encostar um dedo na água. - dizia confiante - Vou te ensinar a surfar em seu pokemon.
- Puxa, imagino que isso não tem nada haver com eu me molhar também!
- Na real, Juri... Você não vai precisar disso. Apenas confie no seu pokemon. Você confia nele, certo?

Olhei para Feraligator. Mesmo para um pokemon aquático, Feraligator poucas vezes mergulhara em sua vida. Tinha muita agilidade e habilidade na água, quase se tornando um pokemon diferente quando entrava nela. Mas de uma coisa eu tinha certeza: que confiávamos um no outro. Eu daria meu sangue por ele ou para tirá-lo de qualquer enrascada, e nossa grande amizade crescia a cada dia. Concordamos juntos com a cabeça.

- Aah, isso é ótimo... - ele sorriu - Bom, Feraligator, é bem simples. É só fazer como eu e o Empoleon... Juri, apenas tente se equilibrar sobre ele. Entendido?
- Imagino se fazer é tão fácil quanto falar...
- Quando fizer, entenderá que é ainda mais fácil...

Da água salgada e fria, surge Empoleon, vindo de uma onda e pousando na areia com seu peitoral saliente de pinguim. Era uma ave grande e robusta, sua penugem era rala e as grandes nadadeiras metálicas eram bastante hidrodinâmicas. Tinha feições sérias como as do pokemon de sua espécie, mas pareceu esboçar algo que parecia ser um sorriso em seu bico em forma de tridente em sua face assim que viu Kevin. Eu imagino como um pokemon consegue evoluir ou sequer desenvolver-se sem travar uma única batalha, apenas... Ficando ao lado das pessoas que gosta.

- E então... Vamos?
- ... Tudo bem, então.

Montei nas costas de Feraligator que, com cuidado, foi se aproximando da água. Achou-a gelada, diferente de Empoleon, que a achava agradabilíssima. Nadou um pouco pelos arredores, lentamente se acostumando à temperatura da água (coisa que eu entendo, para répteis, temperatura é uma coisa séria). Enquanto Feraligator nadava, não só ele mas como eu também me acostumava, sentando-me em suas costas, próxima à sua protuberância nas costas. Ajeitei o cabelo para trás, o que chamou a atenção de Kevin, que me olhava profundamente de longe com um sorriso... Imaginei no que ele estava pensando e, quem sabe, talvez estivéssemos pensando a mesma coisa...

E as ondasm vinham. Como estávamos na área rasa da praia, elas vinham fracas e apenas nos levantavam. Quando ele achou que eu estava pronta, prosseguimos para a parte mais funda. O banzeio nos movia nas águas levemente agitadas. Ele apontou para uma onda que se formava no horizonte, que não parecia tão grande quanto as demais, que achou ótima para um teste.

Ele ficou de pé nas costas de seu Empoleon, que parecia aguentar seu peso sem dificuldades. Tentei fazer o mesmo, meio bamba pelas costas de Feraligator não serem tão robustas quanto as do outro pokemon aquatico. Ele começou a se mover lentamente, rumo à onda.

Devagar, ele entrou nela. Continuou a encara-la e eu, de boa em suas costas, sentindo o vento batendo em mim. Kevin estava na nossa frente, guiando os movimentos. Quando a desçemos, fiquei muito feliz, porque sentia que havia pego o jeito. Isso o deixou muito feliz... E continuamos a tarde toda por lá, surfando em nossos pokemons. Feraligator também estava adorando, era como se nossas emoções estivessem sincronizadas, e que nada de ruim aconteceria. Foi uma sensação única, que fez com que meu espírito, naquele momento frágil, se fortalecesse novamente.

Pokemon Shining Crystal - O Dia do Juízo Final - Página 3 Surfing_feraligator

Caiu a noite. Continuávamos lá eu, Kevin, e nossos pokemons. Depois de muito tempo,saímos rindo juntos da água, ensopados com as ondas e as águas do mar. Estávamos nas rochas grandes e lisas que formavam a base do farol, longe da casa de Kevin. Feraligator saiu cansado da água, depois caiu fatigado na areia. Fiz ele retornar para a pokebola, e Kevin fez o mesmo com Empoleon. Uma brisa fria soprou, fazendo nossos cabelos e roupas tremularem no ar. Ele suspirou satisfeito, então virou pra mim e disse:

- Que beleza... Apesar de todas as dificuldades, não deixa de ser um lugar lindo...
- É verdade... Depois disso, me sinto tão leve, tão... Tão certa de que tudo dará certo...
- Espero ter ajudado.
- Ajudou muito, Kevin... Obrigada. - sorri para ele.

Estávamos bem próximos. Ele, num momento de coragem, pareceu superar a timidez de tentar algo mais aousado comigo, sua amiga de infância. Diante disso, me senti mais confiante para me aproximar dele também, apoiando minhas mãos em seu antebraço. Senti um arrepio quando suas mãos pousaram em minha cintura... Eram quentes e receptivas. Fiquei com medo, e veio aquela mensagem para minha cabeça: céus, ele é meu amigo a tanto tempo! Por que isso aconteceu assim, de repente? Será que era a ausencia de nossas mães? Seja o que fosse, eu preferi ignorar essa mensagem... Eu ouvia apenas o que Kevin sussurrava pra mim.

- Eu só queria poder te ajudar muito mais, Juri...
- Eu não creio que isso seja possivel... - olhei para baixo, com o rosto quente, a cabeça bem proxima ao seu peito nu.
- Não mesmo?... - levantou minha cabeça suavemente pela ponta do queixo, me forçando a encarar a imensidão profunda dos seus olhos azuis.

Era agora. Estava a poucos centímetros, não, milímetros dos seus lábios, quando somos interrompidos por uma garganta sendo limpa de forma grosseira perto de nós. Uma garganta bem grande e peluda que sorria de forma sacana, só pra me atrapalhar. Kevin pulou com o susto: Entei também o encarava de cima, era realmente uma criatura enorme. Agora Kevin o vira com os próprios olhos...

- Entei!! O que você tá fazendo aqui, alguém pode te ver! PIOR, alguém pode te pegar! - descontei toda a frustração do clima enterrompido pela fera lendária.
- É, mas eu não vim sozinho.

Em suas costas, estava uma mulher muito atraente de vestido branco. Prendia a parte de cima do cabelo atrás da cabeça, formando uma trança que caia sobre os outros fios. Seus olhos verde água eram bem expressivos. Ela saltou das costas de Entei de forma graciosa, juntando as mãos na frente do corpo e nos cumprimentando.

- Senhorita Jasmine! - exclamou Kevin - N-Nos perdoe, nos apenas...
- Eu compreendo - sorriu singelamente - Só sinto acabar tendo que interromper os dois...
- Você é Jasmine, a líder do ginásio de Olivine? - disse.
- Eu mesma. Encontrei este colega desorientado atrás do meu ginásio, então prometi ajudá-lo a encontra-la.

Imagino quantas pessoas no mundo gostariam de ser procuradas por um Entei.

- Mas... - continuou, cabisbaixa - Queria também lhe pedir um favor...
- Claro, claro, estamos ouvindo. - eu, concordando com Kevin.
- A luz do farol, que é acesa por um Ampharos, tem ficado muito fraca recentemente...
- Sim, isso é verdade... - disse Kevin.
- Ele já está tão velho, e adoeceu recentemente... Imaginem, acabou de ter um filhote. Mas ainda nem chocou... E o papai Ampharos tem que viver para pelo menos ensinar o filhote a como ser o Ampharos do Farol de Olivine. Mas a doença dele só é curada com um remédio encontrado apenas em Cianwood, ao atravessar a ponte que liga as duas cidades. - e resaltou - Eu fui confiada pelo meu povo de cuidar do Ampharos do Farol, e faço isso com o maior prazer. Mas preciso ficar ao seu lado, e não tem como eu ir até Cianwood buscar o remédio...
- Não, eu compreendo. Líderes de ginásio tem mesmo um cargo bem importante... Eu tratei o remédio pra você. É só avisar o farmacêutico que irei até ele...
- Oh, não sei nem como agradeçer! Você... É Juri, a moça do noticiário da TV?
- ... Que noticiário?
- Deu no telejornal de hoje. - levou o dedo ao queixo, parecia se lembrar de algo - Alguns fazendeiros gravaram com seus celulares você sendo levada nas costas de um pokemon grande... Aí deu no programa do Canal 5.

Entei gelou. Engoliu seco. Decidi mudar de assunto.

A noite terminaria bem. Nossos pokemons dormiriam ao ar livre, soltos no grande pátio da casa de Kevin. O jantar, como havia imaginado, estava uma delícia. Mas o que mais me deixou feliz ao dormir àquela noite foi ver que Entei estava feliz novamente, e até um pouco empolgado em me acompanhar. Ficar um pouco sozinho fez um bem danado a ele... Esperava que ele gostasse de mim o tanto quanto eu gostava dele e o respeitava. Apesar de acreditar, entre os edredons que me aqueciam naquela noite, que ninguém gostaria de mim do jeito que Kevin gostava... E eu o mesmo por ele.


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Mensagem por Tropius Qui 22 Out 2009 - 16:56

Como todos os outros, impecavel esse capítulo.
Acho que todos os pokemon da Juri desapravam esse quase romance entre ela e o primo.

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Mensagem por Mineral_Treiner Qui 22 Out 2009 - 19:07

otimoooooooooooooooooo o cap
mas vc cometeu um pequeno erro:aonde ta a mãe do ovo(ja que ampharos(M) ñ bota ovo)?
espero cap
e vc desenha muito bem(agora vou meio que te odiar pq vc desenha mehlor que minha mãe(o.O))
adios

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