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Mensagem por Bakujirou Ter 10 Nov 2009 - 1:10

Mal consigo começar...

Então, a missão da Juri, foi, finalmente, esclarecida. Um dos capítulos mais intrigantes, é o que revela respostas... E foram muitas.

Eu fiquei admirado com as cenas de Haruhara e Tânia. Ficou num tom bem bacana, filme/novela com romance básico.... =3

Não desconfiava que Tânia era parente de um dos tais monges de Johto. Um ótimo capítulo, me parece que a fic está progredindo aos poucos, pra reta final.

Eu notei uns poucos erros de português, algumas delas eu ignorei, porque eu compreendi as passagens sem muito esforço. Ainda estou ancioso pra saber mais sobre a fic... Boa sorte com o próximo capítulo!

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Mensagem por Kirehana Yurika - Nanda Seg 16 Nov 2009 - 22:38

Spoiler:


Nota da Autora: Agradeço a todos pela paciência, finalmente a fic voltou à ativa como sempre. Espero que aproveitem bem este capítulo e que ele faça a espera valer a pena! Boa leitura! ^^

Capítulo 9 - Caos na Cidade Dourada (Parte 1)

Usando a Agilidade de Pelipper, conseguimos atingir Golderod em menos de 30 minutos. Quando sobrevoamos o National Park, tivemos uma visão aterradora: dezenas de pessoas juntas, se recolhendo, grande parte delas nervosas ou em desespero, de todas as classes sociais, treinadores ou não. Aquilo foi só uma pequena parte do que estava por vir, ainda havia a cidade inteira.

De repente, uma bala passa zunindo perto de Pigeot, quase atingindo sua asa e fazendo-o desestabilizar em pleno ar, arrulhando de pânico:

- Calma!! Calma, Pigeot! - gritei, para tranquiliza-lo.
- Mas de onde veio isso?! - disse Roy, com os outros pokemons ficando mais alertas a esse tipo de movimento.
- Vai ser difícil achar... - disse Kenny, apontando para o chão com o terror nos olhos.

Mal havíamos passado da fronteira e podía-se ver o perfil da cidade... Vários pokemons de diversos tipos e tamanhos batalhando contra os dos Rockets, que apesar de fracos, tinham a vantagem numeral. Uma multidão furiosa e disposta a se defender como pudesse partia para cima dos malfeitores, não se entregariam tão facilmente - até mesmo seus pokemons eram utilizados para desarma-los. Havia muita gente ferida, cambaleando, se arrastando, se esforçando para ficar de pé... Fossem Rockets ou cidadões comuns. Uma gritaria sem fim. O pipoco das balas era raro, mas bastava uma bala para se tirar uma vida...

Tudo isso formava um contraste com a alegre decoração do Sakuranbo, feita com o suor dos próprios cidadões: bandeirolas coloridas entre os postes, muitos balões em formatos de diversos pokemons em cada esquina, as ruas com confetis e serpentinas colorindo o asfalto. Mas algumas bandeirolas estavam rasgadas, alguns balões estavam furados, a maioria dos confetis estava sendo pisoteada violentamente pelas solas de sapatos pesados. Mas o povo não desistiria... Eles teriam seu Sakuranbo, e não deixariam sua cidade se render à invasão!

- Muito bem, não podemos ficar aqui encima para sempre! - disse Kenny, com nossos pokemons sobrevoando a cidade - Principalmente com esse tiroteio. Alguém tem um plano?
- Sei de um lugar onde estaremos seguros... Isto é, se não estiver ocupado. - disse Roy - Sigam-me!

Roy voou para a direção central da cidade. Haviam dois Rockets guardando as entradas para o subterrâneo da cidade, armados com seus fuzis militares, aparentemente tranquilos por estarem longe dos conflitos. Kenny e seu Charizard atingiram a parte superior do teto e o anorme largato de fogo deixou de bater suas asas, jogado seu grande corpo em pé sobre os Rockets, que tiveram tempo de arregalar os olhos e gritar.

Pisoteados pelo grande réptil, eles estavam imobilizados pelas grossas pernas e seu pesado corpo - Charizard sequer parecia senti-los sob seus pés, olhando ao redor como uma criança curiosa. Notei o quão aquele pokemon chegava a ser até ingênuo, como se não tivesse idéia do próprio tamanho. Mas era bastante forte, e não era por parecer tolo que não deixava de ser respeitável e majestoso.

Nós arrombamos a porta, e conseguimos acessar o enorme corredor que cortava transversalmente o subsolo da cidade. Era comprido, e por todo o lado direito se erguiam os estandes comerciais. Completamente vazios, provavelmente retirados pela Polícia. Enquanto corríamos pela sua extensão, Kenny freia e canta a borracha da sola de seus sapatos de grife no chão.

- Esperaí, pô! - exclamou - É só isso? Pra onde estamos indo?!
- Enquanto estivermos aqui, pelo menos teremos tranquilidade e calma para pensar... - respondeu o moreno.
Ouvimos gritos e um turbilhão vindo de cima, como se algo grande caísse na superfície sobre nós.
- Mas receio que não tenhamos muito tempo pra isso, cara!... - disse Kenny, checando a retaguarda ao olhar sobre os ombros.
- Muito bem, vamos nos organizar. - disse, iniciando - Onde o monge disse que os Rockets haviam invadido?
- Ele disse que eles haviam tomado a estação de Rádio e a de TV.
- Muito bem. Somos um time pequeno, não podemos nos separar e buscar em ambas... E esperar por Tania também não é uma opção.
- Vamos começar pela de Rádio. - disse Kenny, mordendo os lábios e olhando para baixo, aparentemente preocupado - É pequena comparada à estação de TV.
- Os Rockets estão em enorme desvantagem. É toda a cidade contra eles... - disse Roy - O que podemos fazer é... Claro!
- O que, Roy? - disse.
- Até agora ninguém sabe porque eles estão fazendo isso! Porque resurgiram, porque capturaram os cães, porque estão seguindo os mesmos passos de 20 anos atrás. - até que para um hoeano, ele sabia bastante de Jotho... - Vamos invadir a base deles e descobrir.
- Mas como a gente vai fazer isso, menino? - Kenny, com as mãos na cintura - Vamos entrar de forma informal na base deles, NUNCA que eles vão revelar os objetivos deles pra gente!
- Então... - ele virou-se para Kenny, sorrindo de forma misteriosa - Vamos entrar do jeito formal. - ergueu uma das sobrancelhas. Kenny corou. Que raios estaria pensando?...

- - - - -

- Roy, você é um GÊNIO! - exclamou Kenny, dando pulinhos de alegria.
- Tá, tá, para de frescura e vai se preparando aí. - respondeu, atrás do balcão - Não quero saber de purpurina no meu combro enquanto a gente estiver se trocando...
- Humph, quando que você ficou grosso desse jeito, hein? - Kenny cruzou os braços, irritado.

Eu não havia explorado Goldenrod o suficiente para descobrir aquilo. No subsolo havia uma lojinha popular que tirava fotos dos treinadores com seus pokemons, e digitalmente as enviava para o box por meio do Trainer ID. A loja disponibilizava fantasias para os treinadores usarem e, após o acontecimento em Azalea, as fantasias de Capangas Rocket haviam voltado com toda a força. Nossa tática foi, pelo menos, nos disfarçar como Rockets - assim poderíamos passar por eles. Bom, pelo menos sem levantar suspeitas. Não era um plano 100% seguro, mas era nossa única chance. E considerando a esperteza deles e o momento de pânico da invasão, provavelmente não reparariam nos 'detalhes'...

- Beleza, achei as roupas. - Roy disse, erguendo-se de trás do balcão - Pois bem. Juri, você pode se trajar aqui atrás... A gente se troca aqui fora mesmo.
- Huummm... Você quem sabe. - corei. Roy fez cara de quem nao havia entendido muito.

Kenny ficou muito calado. Foi difícil dizer se ele havia levado com seriedade ou... Se estava satisfeito com a proposta de Roy. Bom, não tínhamos tempo para nos arrumar demais: o chão parecia que sucumbiria a qualquer instante sobre nós, e eu até que me troquei bem rápido - considerando o pequeno espaço que eu tinha pra isso e tentando controlar minha curiosidade EXTREMAMENTE aguçada e não bisbilhotar por cima do balcão... Fiquei imaginando muitas coisas com relação a, bom; a eles. Roy devia ter um corpo bonito, e Kenny podia até ser magro mas era alto e tinha ombros largos... Gente, quê isso?! - corei - Mas que besteira... Não é hora de ficar pensando nisso. Mas e esse lance deles dois? Tá que eles sao meninos e tudo mais, mas será que ele nao se sente mal de se trocar na frente de... Do Kenny? Ele nao sabe do "perigo"? Ou será que sabe e não se importa? Ou será que ele também?!... AAh que tolice, claro que não! Heh... Claro que não... Hmm.

- Beleza. Todo mundo pronto. - disse Roy, ao nos avaliar completamente trajados. Seu rosto maduro, o olhar misterioso coberto pela sombra que a boina fazia em seu rosto lhe dava mesmo um ar de Rocket.
- Você tá bem convicente, Roy. - disse Kenny, dobrando a perninha com a mão delicadamente deitada sobre o peito. Seu uniforme era 2 números menor, por isso ficava todo... Coladinho - Deve mesmo levar jeito pra isso...
- Droga. Só tinha o modelo adulto... - eu disse sem graça, usando trajes muito... Femininos.
- Que isso - Roy fraquejou na voz, levou o punho à boca e limpou a garganta - Quê isso, você tá ótima...
- Quero sua boina, Juri! - Kenny disse, com os olhos arregalados - Tá linda!

Podia até estar bonitinha, mas está um pouquinho desconfortável... Bom, eu não tinha o luxo de escolher. Me preocupava agora com o Wave Bell... Como simplesmente ocultá-lo? Eu teria que dar um jeito, senão um simples balançar de seus gizos poderia levar tudo por água abaixo.

Pokemon Shining Crystal - O Dia do Juízo Final - Página 6 Juri_rocket

Decidi mantê-lo simplesmente sob a blusa. Eu não teria muita opção, mesmo... Agora o segundo passo era preparar nossa armada. Não podíamos simplesmente aparecer com nossos pokemons, precisávamos de parceiros que parecessem "maus" - ou que se encaixassem no critério dos Rockets. Roy traria seu jovem Absol, que ainda tinha muito de selvagem dentro de si. Kenny usara sua Arbok, que apesar de vistosa e de peculiares escamas douradas, não deixava de ser intimidadora. Já eu, estava em maus lençóis...

- Eu tô ferrada! - disse, frustrada - Meus pokemons tem tudo cara de idiota, de bonzinho! O único "feioso" que eu tenho aqui é o Golem, e ele não sabe nem peidar e por a culpa nos outros! - quando disse isso, meu inocente pokemon soltou uma alta gargalhada, achando graça no que eu havia falado.
- Bom, acho que você não tem mesmo muita opção... - disse Roy, cruzando os braços, respirando fundo - Pois é... Pessoal, seja o que deus quiser...
- Gente, eu... - disse Kenny, cabisbaixo - Eu meio que tenho um pouco de vergonha em dizer isso mas...
- Mas? - eu, um pouco impaciente.
- ... Eu estou com medo. E não é pouco. Já passei por muita coisa, mas nunca por algo parecido...
- ... É verdade. Eu também estou com medo... - disse Roy, tirando a boina e desamassando seu interior, igualmente cabisbaixo - Então... Vamos fazer uma corrente de oração, e pedir para que dê tudo certo.

Eu adorei a idéia. Mas assim como Kenny, havia encarado aquele medo como uma fraqueza - porém apenas esmagá-lo e fazer de conta que ele não existia só me deixava mais nverosa... Ao juntarmos nossas mãos, pude sentir o quanto as suas estavam trêmulas... As minhas também estavam, e suavam bastante por baixo das luvas. Após algumas palavras citadas por Roy, pedidos de auxílio para a entidade superior acima de todos nós; fizemos uma rápida oração. Logo pude me sentir mais tranquila e ligeiramente confiante, e que se superássemos aquele obstáculos, estaríamos prontos pra qualquer coisa.

De volta à superfície, Golem usou seu Rollout para derrubar a porta trancada do outro lado do corredor subterrâneo. Ele esmagou os Rockets sob ela, mas como ele estava em alta velocidade, não creio que Rockets tenham se machucado tanto... Quando passamos por cima da porta, um receio forte me segurou e me fez olhar para os malfeitores pisoteados e feridos. Os rapazes me apressaram, mas eu acreditei que fosse normal me preocupar com o estado deles. Afinal, eles ainda eram humanos como nós!

Correndo entre a bagunça e gritos, tomávamos cuidado para não chamar a atenção da multidão. Em algumas esquinas, havíamos alcançado a Estação de Rádio - os seguranças que estavam tomando conta da portaria estavam se envolvendo em uma btalha, portanto o principal havia sido superado. Quando entramos correndo, logo nos surpreendemos com a quietude do térreo do prédio. Havia apenas uma pessoa lá, uma Rocket jovem guardando as escadas, com seu fuzil em punhos. Seríamos discretos, e naquele momento, ou encorporávamos os personagens ou estávamos fritos.

- Identificação. - disse a moça, colocando-se a postos.

Silêncio, Nos entreolhamos, nervosos. Estávamos diante dela, se levantássemos uma única e fatal suspeita, ela metia a bala na gente.

- Vamo, cadê a identificação de vocês?! - ela insistiu.
- Oras, e eu lá preciso disso?... - disse Kenny, de forma tranquila e até insinuante - Você não se lembra de mim, meu amor?
Hã?... Ele tentou se aproximar, mas ela ergueu a arma.
- P-parado aí! - o jeito que a segurou denotou sua inexperiência. Talvez nem soubesse usar aquilo. Era o que Kenny precisava.
- Opa, calminha aí! - ele ergueu os braços, sorrindo - Não me trata assim, minha linda, assim você me machuca...

Diante da confusão de pensamentos da moça, ela ficou apenas imóvel. Era bem jovem comparada aos demais Rockets, não devia ter mais de 18 anos. Kenny estava dando um show, até eu e Roy ficamos na dúvida se ele estava atuando ou não. Kenny se aproximou mais, com um andar lascivo e distanciando a arma para o lado, empurrando-a de forma sensual com a ponta dos dedos médio e indicador. Ela apenas corou, olhando-o como se tentasse reconhecê-lo de algum lugar.

- Não acredito que você já se esqueceu de mim, meu anjo... - ele disse, sorrindo.
- Ooh... P-perdão, eu...
- Talvez isso a faça lembrar... - ele a segurou pelas mãos, e curvou um pouco seu corpo para baixo.

Ele levou seu rosto na direção do dela e a beijou. E não foi um beijinho qualquer, foi um de boca cheia, bem abertas, movendo-se para os lados afim de aprofundar mais os lábios um no outro. Kenny gemia baixinho, afim de enfatizar mais seu 'amor' pela moça, que parecia completamente rendida. Olhei para Roy com os olhos arregalados e o queixo caído, e sua expressão não era muito diferente. Até os pokemons pareciam suspresos (Arbok fez cara de nojinho).

Golem, como que se sua natural inocência não o fizesse compreender o que estava acontecedo, não se sentiu envolvido na cena como os demais. Em questão de segundos, simplesmente puxou a arma das mãos da moça e a estilhaçou no chão. Kenny separou o beijo e atirou a jovem no chão, porém sem violência. Conforme subíamos as escadas para o andar superior, vimos a moça ainda jogada no chão, imobilizada diante daquele "ataque apaixonado".

- Heh heh, você pode até não ser homem, mas finge que é uma beleza! - comentou Roy, rindo.
Kenny nada disse. Apenas lambia sua manga como um gato desesperado, aflito para tirar aquele gosto "diferente" da sua boca.

Quando finalmente atingimos o primeiro andar, vimos claramente uma sala cheia de computadores. Vários funcionários estavam isolado num canto, amedrontados, com 4 Rockets apontando cada um um fuzil para eles, um movimento em falso e eles viravam poeira. Como subimos na agitação, eles logo descobriram que não éramos o que nossos uniformes tentava transmitir. Quando apontaram as armas para nós, a dourada Arbok soube agir mais rapidamente:

- ChaaaAAA-booka!! - ao dirigir-se aos homens, as simétricas e assustadoras marcas em sua "barriga" pareceram se expandir e lançar um olhar ameaçador sobre os Rockets, que gritaram amedrontados.

Usando seu Glare, que funcionava bem em pokemons e ainda melhor contra os humanos que a temiam; ela fizera com que os humanos caíssem no chão e encolhessem seus corpos, largando suas armas. Conforme Golem as destruía simplesmente pisando sobre elas alegremente (imagino se ele já tinha visto um hobby naquilo...), nós ajudávamos os funcionários a evacuarem o prédio. Todos tinham chaves que levavam a uma saída de emergência abaixo do térreo, por onde escapariam. Os Rockets mal conseguiam nos praguejar, seu corpo não doía mas ainda mostrava sinais que demorariam a responder aos estímulos. Não podíamos parar, prosseguimos logo para o segundo andar.

Lá já estavam os estúdios de rádio e gravação. Tinham poucas pessoas lá, na verdade, apenas Rockets e duas pessoas muito famosas: Mary, a repórter da Rádio Goldenrod; e o DJ Sanders, "o cara" das músicas mais quente e mais tocadas de todo o continente. Ambos estavam amordaçados com seus corpos presos por cordas firmes, um de costas para o outro amarrados entre os mesmos rolos. Alguém estava realizando uma transmissão de rádio lá dentro... O estúdio no canto da sala funcionava da seguinte forma: ele tinha duas partes, separadas por uma parede com um vidro de insulfilme - quem fazia a transmissão não podia ver quem operava as máquinas do outro lado, mas estes podiam visualizar o interior da outra porção.

A outra sala também era a prova de sons externos. Ou seja, desbancamos os Rockets que protegiam o estúdio sem que a pessoa que falava pela rádio notasse a pancadaria ao seu redor. Quando entramos na sala de máquinas, a pessoa pareceu parar de falar e simplesmente sair pelos fundos, impedindo sua identificação - mas parecia uma voz feminina. Mary se desesperou ao ver Rockets invadindo o estúdio novamente, mexendo o corpo e arregalando os olhos, assustada. Absol cortou as espessas cortas com suas garras afiadas, e eles, antes morrendo de medo, agora estavam mais aliviados, porém confusos. Mary era magra e tinha cabelos curtos, castanhos e com suaves chanéis nas pontas - já Sanders, era exatamente como eu imaginava que ele fosse: alto, esguio, usava óculos escuros e tinha cabelos espetados num tom maroom, um marrom-avermelhado.

- Quam são vocês? - disse Mary.
- Viemos para ajudar - respondeu Roy - Se pudessem nos contar o que aconteceu...
- Claro, claro, pode deixar! - disse Sanders - A gente não sabe como ou porque, mas eles vieram chegando aí e batendo em todo mundo, tomaram a rádio e a TV, e agora tem alguém lá dentro usando a transmissão de rádio pra todo mundo!
- Justamente como fizeram a 20 anos atrás! - disse Mary - Minha mãe, que também se chamava Mary, trabalhava aqui quando a rádio havia sido invadida... Mas com certeza é diferente daquela época.
- Como assim? - perguntei.
- Olhem alguns instantes pela janela.

Observamos a incessante luta na cidade. Mary pediu para que prestássemos atenção nos Rockets: conforme eles eram nocauteados, estranhas "coisas" pareciam lentamente sair de seus corpos cansados estirados no chão. Eles não haviam morrido, estavam apenas desmaiados. A energia eliminada pelo seu corpo saía geralmente das costas ou do peito, e formava pequenas esferas de energia negras de brilho e contornos avermelhados. As pessoas não pareciam notar isso, e dificilmente perceberiam, graças a euforia do combate e pela energia ser discreta e rapidamente liberada.

- Mas o que?!... - exclamei.
- A gente tava olhando isso faz um tempo, tipo, mó bizarro aê! - disse o DJ.
- Isso é muito suspeito... - disse Kenny - Será que tem algo haver com?... - olhou para nós.
- Não podemos desconsiderar nada, mas é cedo demais para pensar nisso ou associar com tal. - disse Roy - Vamos prosseguir!

Os Rockets lentamente se erguiam do lado de fora do estúdio. Eles tinham algo diferente em seu olhar... Seus olhos estavam quase revirando, suas pálpebras oscilavam com seu peso sobre a retina, suas pupilas pareciam estar sendo tomadas por uma força sombria e odiosa que as tornavam avermelhadas como sangue. Seus dentes rangiam e eles estavam quase urrando, erguendo-se como zumbis furiosos. Mary e o DJ se colocaram diante de nós:

- Vão, crianças! Nós tomamos conta deles! - disse Mary, bravamente.
- Mas, senhorita!... - Roy pensou em intervir. Ninguém sabia que raios era aquilo.
- Vão logo, nós os manteremos aqui!! - urrou Sanders - Vá, Exploud!!
- Encare-os, Wigglytuff!!

O casal parecia determinado a lutar. Seus grandes pokemons se posicionaram para o combate, e o urro forte e furioso de Exploud nos incentivou a dar nosso melhor. Subimos mais escadas, os prédio não era grande, e logo chegaríamos no último andar. As demais salas com estúdios e equipamentos estavam vazias, e conseguimos sentir um movimento nos andares superiores. Ao chegarmos quase no último andar, quando estávamos prestes a fazer a curva nas escadas, algo muito forte nos empurra, nos fazendo cair 6 degraus até o asoalho. Nos ergemos, e tivemos a visão assustadora da líder de ginásio naquele estado...

Ela havia nos derrubado com um chute poderoso das próprias pernas. Sua postura era ereta porém predatória, com os grandes olhos agora tomados pela imensidão de sangue em suas pupilas. Ela grunhia, e vinha em nossa direção. Conseguimos apenas nos afastar para trás e nos erguer, mas não demos um pio: vimos no olhar daquela mulher a sede de sangue, a vontade de nos matar. Sua Miltank a seguia de forma fiel, porém totalmente desesperada, como se não soubesse o que fazer.

- Miltank, MATE-OS!! - grunhiu Witney, quase rugindo no final de suas palavras.
- Não, espere!! - gritei, tirando minha boina - Senhorita Witney, sou eu!! Juri, lembra?! A garota que...
- Miltank, MATE-OS!! - ela retornou a dizer.
- É inútil, Juri, ela não vai te ouvir!! - Roy me puxou pelo pulso - Ela vai ter que ser derrubada!!
- Mas como, você viu o chutão que ela deu na gente?!
- MILTANK!! - urrou novamente a líder de ginásio, com seu pokemon confuso porém inerte.

Alguém surge correndo dos andares de baixo. Parecia Mary, mas... Que trajes eram aqueles? Ela agora vestia um maiô cor-de-rosa bem decotado na região abdominal, e bontas de cano longo da mesma cor até metade das coxas. Sua longa capa branca evidenciava seus trajes de heroina, que combinavam com os de Witney, e longas orelhas postiças de Wigglytuff adornavam seus cabelos castanhos. Ela correu até nós, seguida por seu pokemon:

- Witney, pare!! - esticando o braço diante do corpo - Não faça mal a eles!! Se quer matar alguém, que seja a mim!!
- Mary! - gritei, alertando-a do perigo.
- ... Mary... - grunhiu seu nome, baixinho... Ficou quieta por um tempo, mas sua raiva logo retornara - Que assim seja!!
- Fujam, agora!! - disse Mary, olhando para nós - Eu cuido disso a partir daqui!
- Mas, e se ela?... - disse Kenny temeroso.
- Já disse para não se preocuparem!! Ainda há a estação de TV, e vocês precisam ir logo!
- Mas!
- VÃO!!

Não haveria como contestar. Subimos para a laje do edifício, e poderíamos acessar o prédio da Estação de TV, um pouco maior; dali mesmo, usando nossos pokemons para atingirmos o topo. De lá de cima, vimos o povo lentamente triunfando sobre os Rockets.

Pude ver Ana e Renan se destacando na multidão entre seus coleguinhas de classe, batalhando juntos para se defender usando seus já evoluídos Sandslash e Venomoth. A Oficial Brenda coordenava os ataques de seus dois fulgosos Arcanines e um batalhão de oficinais com cacetetes acompanhados cada um de um Growlithe, agora equipados com os uniformes de segurança como capacetes e escudos protetores. Até a enfermeira, quem diria, estava na briga, com suas mais de 20 Blisseys oferecendo apoio para a população e seus pokemons. A sirene das ambulâncias se misturavam com as das viaturas policiais.

O povo não se renderia tão fácil, e nós tampouco! Eu já estava ofegante, cansada de subir tantos degrais correndo, e parecia que quanto mais me distanciasse do solo, mais pesado o ar ficava. Mas nossa fadiga não nos atrapalharia. Faltava pouco, pessoal... Estávamos a alguns metros de distância de toda a verdade por trás do resurgimento da Equipe Rocket!


Última edição por Sir Bakujirou S. em Dom 26 Dez 2010 - 0:42, editado 2 vez(es) (Motivo da edição : editado)

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Mensagem por Condemner4000 Seg 16 Nov 2009 - 23:47

Nossa, agora está acabando. Está cada vez mais emocionante!
Que venha mais um capítulo dessa história!

PS : O Golem adora quebrar armas hehe ^^
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Mensagem por Bakujirou Ter 17 Nov 2009 - 2:18

Este é um capítulo recheado de cenas muito boas e bem descritas. O que terá no próximo dia?

(/MomentodesligaanovelaOFF)


A cidade foi tomada pelo caos, devo imaginar que aquele povo que se reuniu no Sakuranbo tenha vindo de várias partes de Johto e de outras regiões próximas ou não... As personagens estão fazendo ótimas passagens, além de outras coisinhas também... Tipo, a tal fantasia da Mary e o da Whitney... Me lembro de quando assistia Sailor Moon! *-*

Eu estou ancioso pra poder ler a sua novela fic, boa sorte com os próximos capítulos!

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Pokemon Shining Crystal - O Dia do Juízo Final - Página 6 Empty Re: Pokemon Shining Crystal - O Dia do Juízo Final

Mensagem por Zeroan0 Ter 17 Nov 2009 - 20:01

Oie, gente!Fiquei um tem sem ler, por causa que foquei meus ultimos dias na minha fic, que é off e se chama Meta Heroesmomentopropaganda.

Bah, a Juri tem uma parte da alma do Lugia dentro de si!E a Withnei é do mal, ela é viciado em raspadinha e manda a Miltank matar as pessoas morra2!

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Mensagem por Tropius Ter 17 Nov 2009 - 23:47

Acho que a Whitney está possuida, assim como alguns milhoes de rockets. Agora, não encontrei pistas para saber de que ou quem.

Este capítulo está incrivel, além disso...

Parabéns Pokemon Shining Crystal - O Dia do Juízo Final - Página 6 3607

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Mensagem por Kirehana Yurika - Nanda Qui 19 Nov 2009 - 22:35

Nota da Autora: Aqui vai mais um capítulo. Estamos partindo para a reta final, com aproximadamente 2 capítulos restantes. Há passagens neste capítulo relacionadas à minha fanfic parceira, a Pokemon Aqua - The Snow Zone. Visitem quando puder!

Aproveito e abradeço também pelas mais de 2000 VIEWS, pessoal! Muito obrigada novamente, espero que aproveitem bastante e Boa leitura! ^^


Capítulo 9 - Caos na Cidade Dourada (Parte 2)

- Droga! - exclamou Roy, olhando para a laje da estação de TV, de onde brotavam muitos Rockets armados - Não tem como acessar o prédio pelo teto!!
- Era nossa única chance de chegar lá mais rápido... - disse Kenny - E agora? Nem tem como desçer, tem Rockets zumbis querendo nos devorar VIVOS lá embaixo!! - desesperou-se no "vivos".

Conforme eles discutiam para chegar num acordo, Golem pareceu ter tido uma idéia. Lentamente foi se afastando de nós, ganhando espaço. Ele urrou com suas cordas vocais ecoando pela sua estrutura de pedregulhos, nos fazendo notá-lo. Ele enrolou-se no próprio corpo e começou a girar, rolando no chão em alta velocidade. Ele estava vindo tão rápido que só tivemos tempo de nos atirar para os lados a fim de não sermos atingidos.

Arremessando seu grande amontoados de pedras contra a ampla janela do prédio ao lado, ele estilhaçara o vidro e abrira um enorme buraco ali. Golem não parou de rolar, e vou quebrando tudo no caminho: mesas, computadores, piso e os dedos dos pés de quem bobeasse. Não haviam Rockets naquele andar, mas todos os funcionários do prédio estavam ali. Não eram muitos, mas entre eles estavam repórteres, produtores, diretores, cameramans e um único âncora em especial... Todos haviam sido presos da mesma forma que Mary e o DJ Sanders (haja corda!), e Golem se aproximou deles de tal forma que conseguira os tranquilizar.

Eu e os rapazes atingimos o prédio por meio daquela passagem aberta por Golem. Kenny segurou-se firma nos pés de sua grande Butterfree, que planou graciosamente até lá e o pousando com segurança. Roy e Absol, provavelmente acostumados com a vida de aventuras e adrenalina, simplesmente pegaram distância e atravessaram o buraco ao pousar com precisão no chão. Enquanto eu pensava em pegar Pigeot, Roy simplesmente estendera os braços para fora. Temerosa, mas com a pressa superando o medo; me atirei em seus braços fortes que me impediram de encontrar o chão a 12m dali.

... Infelizmente não era tempo pra romance. Golem e Absol rasgavam as cordas e mordaças, enquanto Butterfree e Arbok, com todo o cuidado; atiravam substâncias ácidas na quantidade perfeita para derreter a estrutura das cordas e fazer os humanos se libertarem com o movimento dos braços. Reconheci Angela e Pablo entre os reféns, e fui até eles em busca de informações:

- Eles vieram para cá logo depois de invadirem a central de rádio! - disse Angela - O líder deles está no último andar do prédio, mas os elevadores estão inacessíveis agora! Precisarão ir a pé!
- E os outros Rockets, onde estão?
- Todos eles evacuaram o prédio, foram dar reforços aos demais lá fora... Nossa, estou tão preocupada...
- Angela, apenas lute pela sua cidade! Os Rockets jamais a dominarão se Goldenrod mostrar-se ainda mais resistente...
- Menina... E sabia desde o momento que te vi que você seria uma verdadeira líder, uma guerreira incessante. - sorriu - Você não é um furinho jornalístico, jamais será! Você entrará para a história. E saiba que eu e Pablito estamos ao seu lado! Vamos alertar o mundo sobre sua causa, todos os envolvidos naquele dia na Passagem de Gelo estão fazendo o mesmo! Sua missão é o assunto mais comentado desde então!
- V-Você jura, Angela?! - senti meus olhos brilhando de emoção.
- Por tudo que há de mais sagrado! Cada vez mais pessoas estão se juntando à sua causa, senhorita Juri. Nós vamso conseguir, pode ter certeza!

Aquilo era bom demais... As pessoas agora sabiam, e o melhor de tudo, nos apoiariam! Neste momento, surge o DJ Sanders num salto, atingindo o prédio. Ele chega e começa a falar com os demais produtores, e parecia estar arquitetando algo. Nós então subimos para os andares superiores, e log chegaríamos na sala do Líder dos Rockets.

- Vamos levar câmeras com a gente! - pegou o sr. Patterson, o âncora do Jornal da Noite, pelos pulsos - Vamo, cara, hoje você vai ser o peão!
- O QUÊ?! - ele exclamou, tentando resistir - Não, eu não posso, eu sou fraco!! Eu não corro atrás do perigo, dos furos, eu não tenho a audácia e a coragem de um repórter!!
- Vamo logo! - disse, enquanto os programadores e diretores se arrumavam num canto da sala, um pequeno estúdio - Vamos televisionar isso para o mundo!

Os programadores estavam a postos. Ao sinal dos diretores, Sanders abriu uma das grandes janelas que formavam a estrutura do prédio. Patterson olhou a vertiginosa queda de mais de 10m de altura, com aquelas pessoas brigando lá embaixo entre os tiroteios e sirenes. Soltou um gritinho afrescalhado acompanhado de seu Porygon2. Pablo concordou em ajudar e iria em seu Noctowl, filmando com sua câmera profissional que nunca lhe pesara nos ombros largos.

- Vamos cara, usa seu Porygon2!! - disse Sanders, cercando-o contra a janela aberta.
- Nunca!! Ele não sabe nem se jogar no chão e pedir por perdão!!
- Você tá subestimando ele! Vai logo!!
- Nãããão!!
- VAAI!!

Sanders o empurrou dali. Os operadores ficaram boquiabertos, quase pulando de seus assentos. Porygon2, como Sanders havia previsto, não ficou apenas parado, olhando seu treinador de terno e gravata se espatifar contr o chão. Voou até lá, se posicionou sobre ele e triplicou, quadruplicou seu tamanho original. E continuou cresçendo, até se tornar maior do que um grande equino. Salvo pelo seu pokemon, Patterson riu e o abraçou pelo pescoço. Porygon2 pareceu muito feliz, ambos haviam superado seus medos! Levitou e ascendeu de volta até o andar onde os demais o aguardavam, convocando:

- Pulaí, Sanders! - olhou para Pablo, que aguardava nas costas de seu grande e adulto Noctowl no ar - Vamos logo, rapaz, temos um furo a cobrir!! - Pablo sorriu e apenas o acompanhou. Parecia até uma pessoa totalmente diferente.

A cobertura da Invasão ao Sakuranbo agora estava sendo televisionada para toda Jotho. A reportagem estava sendo feita por, quem diria, o sr. Patterson que finalmente havia saído do estúdio. Ele falava sem parar, alto para quem tinha um microfone na mão - e quando necessário, ambos realizavam manobras incríveis em pleno ar com muita agilidade, e atacavam quando era necessário se defender. Foi uma gravação de qualidade, e mostrou de forma imparcial todo o caos expalhado pela cidade em pleno período de festejos. Mas para Mary, não havia o que se festejar...

Momento atrás:

- Witney, me escute! - gritou para a companheira - Sou eu, Mary, sua amiga; lembra?
- Eu não tenho amigas... - disse Witney, grunhindo - Basta ter A MIM!!
- Por que voce está fazendo isso, o que tá acontecendo contigo?! Nós somos um grupo lembra, eu, você, a enfermeira Penny...
- NÃO SOMOS NADA!!

Witney então acertou um soco bem dado no rosto frágil de Mary, fazendo-a até ir para o lado contrário. Não perdeu um segundo e mandou outro soco fortíssimo com o outro braço, fazendo-a até cuspir um pouco de sangue. Wigglytuff, assustada, tentou intervir:

- Wiggly-TAfh!! - ao se jogar entre elas, com os braços erguido, Wigglytuff fora atingida pelo poderoso chute de Witney, e lançada para longe contra a parede - Wigglytaaff!...

Ela pareceu muito mal. Miltank arregalou os olhos, enquanto via Mary sendo espancada com aquela força e brutalidade sobre humanas. O barulho dos golpes era alto, e os gritos de Mary denunciavam sua dor. Quando ela caiu no chão, já cheia de hematomas e parte do corpo sangrando, Miltank viu que Witney começaria a chutá-la e pisoteá-la - aí seria o fim. Ela tinha que fazer algo... O grande e rosado animal posicionou-se diante do corpo de Mary, que respirava com dificuldades e provavelmente havia quebrado algum osso. Witney preparou-se para desferir outro golpe:

- Vamos, Miltank! Sai da frente!!

Miltank a encarou profundamente, com aqueles olhos redondos agora muito sérios, porém não deixando de expressar todo o medo que a pobre criatura sentia ao confrontar a treinadora furiosa daquele jeito.

- Sai!!

Miltank não moveu um músculo. Witney permanecia a encará-la de forma furiosa, até notar algo diferente no rosto do pokemon. Os olhos estavam ficando muito molhados, lágrimas expessas caíram sobre suas bochechas rosadas. Seus lábrios tremiam um pouco. E ela nem piscava. Ao ver o proprio pokemon daquele jeito, a expressão de Ira de Witney foi lentamente desmanchando em suas feições preocupadas. Seus olhos agora eram dóceis e temerosos. Miltank piscou os olhos e mais lágrimas cairam em seu rosto, dando um mugidozinho abafo, implorando para que ela não fizesse nenhum mal a amiga.

Mary observava tudo. Silenciosamente, Witney sucumbira e caíra de joelhos. Sentiu uma dor forte nas costas, abraçando o corpo ao sentir algo atarvessando sua pele naquela região. E não eram simples esferas de energia... Tinha forma. A forma de uma letra "Y", com um olho arregalado no centro do caractere. Mary e Miltank assistiram a criatura deixando o corpo de Witney com feições horrorizadas, saía de seu corpo como um fantasma, mas lhe causava dor como um ser material. Quando completamente expelido, a criatura flutuou no ar por alguns instantes... E virou vapor, esferas de energia negra.

- Mas o que?... - disse Mary.
- ooh... - Witney gemeu, com seu estado estabilizado.
- Witney! - Mary a ergueu pelos ombros - Witney, você está bem?!
- Ooh, mas... AAAaah!! - deu um grito de pavor - Mary, o que aconteceu com você?!
- Witney?... Você, você não sabe?
- O que aconteceu?! Me fala, rápido, foram os Rockets não foram?! Me diz quem foi, que eu parto no meio!!

Ela não estava consciente quando fora 'encorporada' por aquela criatura... Bom, isso é o óbvio. Então aquela coisa a forçara a agir assim? E porque? Mas Mary era boa... E ela apenas abraçara a amiga, chorando em seus ombros.

- Pensei que fosse te perder...
- ... Vamos chamar as outras meninas, amiga. - disse Witney, sorrindo para Mary, de frente para ela - Está na hora de convocar as Pretty Cute 5!

Ué... Estranho.

(música)

Para minha geração, Pretty Cute 5 é uma memória preciosa da infância. Quando eu tinha seis anos, eu e Tania erámos loucas por esse programa de TV. A gente e praticamente todas as crianças de Jotho. Era um live action de três adolescentes e cada uma tinha um pokemon fofinho. Elas tinham os poderes de seus pokemons e podiam se transformar em heroinas baseadas neles. Eram cinco: Clefable, Wigglytuff, Smoochun, Blissey e Miltank - Miltank e Wigglytuff na época, por sinal, eram iterpretadas pelas próprias Mary (a mãe da Mary) e Witney, ambas no auge da juventude. O sucesso foi tão grande que até hoje a série é televisionada, mas por outras atrizes e outros pokemons, para se adaptar ao novo público. Mas no fundo, as garotas que iniciaram a série jamais seriam esquecidas... Estavam juntas até hoje, e defenderia o mundo do mal com seus poderes super-ultra-fofos (?), custe o que custasse!

Pokemon Shining Crystal - O Dia do Juízo Final - Página 6 Prettycure_5
(Imagem parcial. Clique no lado direito do mouse, "abrir em nova aba" ou "abrir em nova janela")

De volta para nossa situação...

Eu e os rapazes estávamos prestes a atingir o último andar. Quando chegamos no penútilmo, para nossa surpresa, nao estava vazio...

- ...Ora ora ora, vejam só quem está aqui! - ela disse, nos olhando com arrogância - Estava te esperando, franguinha. - humph, quem ela pensava que era, nao devia ser mais velha que eu.
- ... Você! - concluí, assim que havia terminado de reconhecer aquele rosto.
- Ooh, não vamos com tanta pressa... - abriu as mãos em nossa direção,com 3 pokebolas miniaturizadas preenchendo seus dedos em cada uma - Vamos nos divertir muito... Heeh he.

Ela tinha os seis pokemons mais esquisitos que eu viria em toda a minha vida... Até recuei quando olhei para cada um... A tartaruga-gigante de olhar ameaçador e árvore nas costas que havia visto com ela naquele dia, na barreira... Uma lontra comprida e esquisa, de penas e corpo forte, nos encarava de forma desafiadora. Um gato grande, azul e gordo, balançando sua cauda encaracolada como a de um porco com arrogância. Uma criatura gigantesca de cor azul-escura, com caracteristicas de tubarão, sobre duas patas poderosas e garras afiada, soltando um rugido dragônico. Um humanóide roxo com faixas no corpo, seu chifre, garras e bolsa sob o pescoço estavam inchados de veneno. E por fm uma criatura pequena, espectral, emanando ectoplasma elétrico e um sorrisinho cínico como de quem pede para ser subestimado. Seu time me deixou de pernas bambas: aquele não seria um obstáculo fácil...

- Juri... - disse Kenny, sem tirar os olhos do inimigo - Deixe isso com a gente... Vá sozinha.
- Mas o time é forte, vocês darão conta?...
- Claro. Leve Arbok com você... Ela será muito útil...
- Obrigada, Kenny...
- Não há de quê...

Ficamos muito tempo nos encarando, paralisados, esperando prontos para reagir ao menor espirro. A Arbok de Kenny, extremamente sagaz, rapidamente abriu a boca e infestou a sala com uma fumaça espessa, provavelmente não era venenosa - mas perfeita para uma escapada. Não tirava meus olhos da escadaria e, conforme os times tossiam e se disperssavam na fumaça, eu corria para o andar superior, passando novamente as pernas naquela rata ladra!

Na metade das escadas, desacelerei o passo. Lentamente subi os degrais que levavam para um corredor com uma sala central. A porta estava entreaberta... Obviamente era uma armadilha, senão não haveria um pit-bull daqueles a guardando no andar inferior. Alertei Arbok sobre o perigo, e ela pareceu me entender apenas com o olhar, concordando com a cabeça. Nos aproximamos da sala e lentamente aproximei minha mão da maçaneta, pronta para reagir. Assim que a segurei, abri a porta rapidamente e entramos na sala.

Era grande e redonda, tinha uma mesa talhada em madeira nobre nos fundos e ricamente decorada. Um enorme e honroso assento próximo a mesa estava virado de costas para a porta. As paredes do fundo não existiam, eram grande vidraças que permitiam uma visão privilegiada da cidade. Azulejos de mármore, portas no fundo e umas 20 cadeiras almofadadas nos cantos direito e esquerdo. Pra falar a verdade, lembrava bastante o QG em Mahogany. Se isso tudo não fosse tão chamativo, eu jamais perceberia naquela fração de segundo que levou entre eu abrir a porta e todos notarem minha presença.

Sim, nem todos os Rockets haviam evacuados. haviam 4 na sala, muito bem armados. Eles apontaram seus fuzis para mim, mas Arbok respondeu a altura: usando novamente o seu Glare, todos caíram paralisados no chão, encolhendo os corpos em posição fetal - mas seus músculos apenas não respondiam, dificilmente isso causaria muita dor. Mas nem todos haviam sido imobilizados pelo seu olhar fatal...

Um homem não havia sido. Estava de costas, olhando para a cidade aos seus pés. Trajava um terno branco como marfim, e tinha cabelos de um rubor muito vivo. Eram compridos, por isso os prendia num rabo de cavalo na altura das orelhas. Um silêncio se estabeleceu entre nós, e sua risada singela evidenciou um sorriso maldoso nos lábios - apesar de eu não ter visto isso, uma vez que o pôr-do-sol era tão intenso no horizonte que me impedia de ver seu reflexo no vidro.

- Estava a aguardando, senhorita... - disse, com uma voz adulta e profunda.
- Mostra sua cara, seu covarde... - eu disse, irritada, sem tirar meus olhos dele.

Ele tinha feições de um homem de uns 30 e poucos anos, já maduro. Tinha um sorriso misterioso, porém sua aura era carregada de energia má, perversa, corrupta. Seus olhos também eram avermelhados, quase do mesmo tom do cabelo, e estando entreabertos só aumentavam seu mistério. Ah, eu vi a cor da gravata: era vermelha também, combinando com os olhos e os cabelos...

- Imagino o que a traga aqui... - ele continuou, dedilhando a ponta do assento próximo a ele com a outra mão nas costas, numa postura cordial - Esperei muito tempo por este momento.
- Então por que não mostrou essa sua cara falsa desde o início? - respondi de forma grosseira.
- Ooh, minha jovem!... - riu, com a mão sobre o peito - Não é óbvio? Assim acabaria com toda a diversão.

Arbok ficou agressiva. Tive que segurá-la para que ela não o atacasse. Ainda teríamos muito o que conversar...

Enquanto isso, no andar de baixo, o time da ratinha estava em muita desvantagem. Eles podiam ser fortes, mas tinha o dobro de oponentes. Em certo momento, sua ira começou a brotar sobre a pele: assim como os sintomas apresentados pelos demais, seu olhar ficou banhado em sangue, e ela grunhia como um animal prestes a atacar. Retornou todos os pokemons para as pokebolas, menos Rotom, que a observava muito apreensivo. Os rapazes deram ordem de pausa. Ela se aproximou, dizendo coisas que pareciam misturadas com o sotaque de outro idioma:

- Não parar agora... Eu vou gerar a semente que sobrepujará as outras!!
- Gerar?... - disse Roy, temeroso e até recuando um pouco.
Ela abraçou o abdome, e sorriu de forma sinistra.
- Será a semente do mal... Será o dono do mundoaa-AAAAHHHH!!

Ela se jogou no chão, assim como Witney havia se jogado. Kenny e Roy se horrorizavam com seus urros de dor, e Kenny foi o primeiro a tentar se aproximar - mas Roy o impediu, sugerindo que fosse uma cilada. Mas quando viram algo querendo rasgar o tecido do casaco em suas costas, notaram que não era nada disso. Diferente da "coisa" de Witney, aquela parecia bem sólida. Kenny a ergueu do chão, com a moça urrando com todas as suas forças e entortando os dedos de dor, ao sentir as costas sendo flexionadas para trás e aguçando seu sofrimento.

- Kenny, vira ela pra cima!! - disse Roy, com Absol posicionado ao seu lado.
- Vai, colega!! - disse Kenny, pousando a moça em seus ombros e tirando a parte superior da sua roupa, curvando bem suas costas.

O que eles viram os aterrorizou: uma espécie de espeto redondo e negro estava lhe atravessando a pele de dentro para fora. Roy não pensou duas vezes e o agarrou com força com as duas mãos e começou a puxá-lo. Não receou em causar dor à moça, pois não sangrava e seus gritos histéricos não o afligiam. Kenny a segurou pelas pernas e aproximou ainda mais o corpo do dele, segurando-a com mais firmeza. O resto começou a surgir: uma base redonda, logo é revelado o OLHO da criatura. Roy arfou, mas então continuou puxando: algo prendia aquele ser misterioso nela.

Enfim, o parasita se desliga ao hospedeiro. Como usava muita força, ao tirá-lo completamente, Roy caiu para trás e atirou a criatura para cima. Rapidamente pode-se assimilar sua forma a vogal "A". Quando ele bateu contra a parede, esfarelou-se em esferas de energia negra, mas aquelas pareciam maiores e em maior quantidade. Kenny e Roy arfavam e enfim, suspiraram aliviados. Olharam para ela, parecia desacordada...

- Ooh... - ela suspirou - Ooohmmm... Onde estou?...
Kenny a olhou desconfiado.
- ... Quem é você?... - ela disse, olhando para ele e com a mão na cabeça, sentindo-a doer.
- Eu que pergunto. - respondeu.
- Meus pokemons... Espere. - ela olhou para Torterra, que estava com os olhos arregalados, como se acordasse de um transe - ...Tu-turwig?!
- Turwig? - disse Roy sem entender.
Ela se ergueu e foi até o pokemon jabuti.
- Turwig?! Quando você evoluiu?! - exclamou, como quem acordava de um longo período de coma e não se dava conta das mudanças ao seu redor - E Buziel... Glameow, Croagunk, Gible!! O que aconteceu?!
- Você não sabe? - Kenny, ergendo-se.
- Não, eu não sei, eu apenas... Ooh não...

Ela levou a mão a testa, com os olhos arregalados. Parecia uma pessoa totalmente diferente. Tiveram certeza então que aquela criatura era a causa de tudo aquilo. Mas ainda havia muito a se descobrir, e mal sabiam que ela teria papel vital ao nosso redor.

- Deve saber quem é Ho-oh, certo?... - disse o Líder dos Rockets, começando a andar para o lado - Oh, claro que sabe... A essa altura do campeonato e não saberia quem lhe soprou a vida?...
- O que tem? - acompanhei cada movimento seu.
- Ele é um ser poderosíssimo, sabe? Seria muito bom... - tateou uma estátua de ouro maciço em sua mesa, de uma ave vislumbrante, similar a um pavão de braços abertos. Tinha em torno de uns 30cm - ...Ter uma criatura assim sob meu comando...
- ...
- Mas isso não seria fácil... Precisaria apenas de três criaturas lendárias e um artefato em especial, mas... Eu tinha muito mais ambições...
- Como assim?...
- ... Reerguer o legado de meu pai foi a maior delas. - virou-se de costas, tornando a observar a batalha na cidade - Eu vou terminar o que ele não pode, e me encarregou para fazê-lo. Jamais o farei se arrepender da escolha que fez. Seja onde ele estiver...
- Então, você pretende...
- Parece que entendeu! - virou-se subtamente para mim - Eu, Silver, criarei um império nas asas da fênix que o gerou!!

Agodou-se em sua gargalhada insana. Claro! Para invocar Lugia, precisava-se de um ritual e o Wave Bell que guiava sua alma-gêmea. Para Ho-oh, os três cães lendários e... A outra relíquea sagrada.

- Mas, e quanto ao Clear Bell?! - exclamei - Ninguém sabe onde ele está!
- Garota... Eu até o tenho em minha posse - ele sorriu - Ambos estavam protegidos em antigos templos Unkw longe daqui, num continente recém descoberto chamado popularmente de Snow Zone. Enquanto o Wave Bell estava protegido nas Icicle Ruins de Articuno, o Clear Bell descansava nmas Flame Ruins de Moltres. Foi fácil chegar lá. Entenda garota, EU sou a Máfia! EU TENHO TUDO, EU SEI DE TUDO!
- Vamos ver se vai saber reagir a isso!! - dilatei a pokebola de Feraligator em minha mão.
- Ooh, não, não, não... - disse, ainda sorrindo - Não vai querer partir para a ignorância... Afinal, eu tenho reféns.

Virou a cadeira em minha direção. Por ser grande, duas pessoas conseguiriam sentar dela. Na verdade, duas crianças... Amordaçadas, assustadas, amarradas com os olhos cheios de lágrimas...

- Ana!! Renan!! - exclamei, ao vê-los naquela situação.
- Imaginei que os conhecesse. Agora, eu vou até aquela porta... - explicou seu plano com naturalidade - Pegar o helicóptero e zarpar pra longe daqui. Nunca vão faltar pessoas para eu recrutar, a maioria das que estão lá fora estarão prontas para me obedecer novamente... Então não se preocupe, vai ter muita gente pra te atrapalhar.
- Seu!!...
- Ah, aliás, nem tente me seguir. - abriu a porta, de onde dois Rockets (desarmados) surgiram, e praticamente arrastaram as crianças para o andar superior, que tentavam resistir sempre que podiam - Ele é blindado, à prova de balas e qualquer ataque de pokemons. Ele emite infrasons perturbadores detectados apenas por pokemons Voadores num raio de 10 metros, ou seja, tente se aproximar encima de qualquer coisa que voe que ela cai durinha no chão...
- ... - eu estava paralisada, sem saber que atitude tomar. Ia ordenar um ataque, porém...
- Ah, mais uma coisa. - disse, subindo as escadas - Tente me atingir e eles morrem. Ouviu bem?

(Música II)

Eu retornei correndo para a entrada do prédio, onde Kenny e Roy me aguardavam. Eles já foram falando tudo: a jovem se chamava Francine, e aqueles espectros que eles estavam vendo sair dos Rockets eram como parasitas espirituais, que deixavam as pessoas naquele estádo de fúria vil. Já eu, falei sobre os Rockets e seus objetivos. Francine não pareceu entender nada, este tempo todo como Rocket estava sob o controle de uma criatura misteriosa. Quando olhamos para cima, vimos o helicoptero partindo. As pessoas ao redor viram que era, obviamente, o líder deles escapando. Algumas nos céus tentaram se aproximar, mas o que eu pensei ser um blefe era verdade: todos os pokemons do tipo voador desmaiavam ao se aproximar dele, levando as pessoas no chão ao pânico.

- Droga, ele vai escapar!! - exclamou Roy - Temos que fazer alguma coisa!! Juri, algum plano?!
- Hããã... - disse, vagamente.
- Vai me dizer que não pensou em nada?!
- Não me pressiona, eu não sou a única que tem cérebro aqui, p*rra!! - exclamei, irada.
- ... Tá, tá, sinto muito... Por favor me desculpe. - eu concordei com a cabeça, perdoando-o. Eu o entendia... - Mas o que a gente faz, então?
- Senhorita Juri! - disse Francine, agora usando apenas um top de alcinhas vermelho, ainda ofegante - Estou aqui para ajudar! Eu não sei o que aconteceu, mas saiba que estou ao seu lado, eles me explicaram tudo... - pausa para respirar - Sou sua peã! Eu, Rotom e meus pokemons estamos aqui para ajudá-la!

Rotom concordou ao balançar no ar e arrulhar de felicidade, com seu corpo faiscando. Olhei bem para ele, me lembrei de tudo que havia aprendido relacionado a ele e as lendas do continente de Sinnoh... Quando visualizei os vistosos balões do Sakurambo amarrados num pedestalzinho de madeira na esquina, bastou alguns segundos para bolar meu plano que nos leveria ao triunfo sobre os Rockets.

- Roy, Kenny!! - exclamei, apontando para a decoração - Me tragam aqueles balões!!

Os balões do Sakurambo eram, na verdade, grandes paraquedas em formato de guarda-chuva que tinham formatos de pokemons, que se adequava ao seu tecido leve e resistente. Eles eram preenchido por dezenas de bexigas comuns, que mantinham os 'paraquedas' suspensos delicadamente no ar. Falando em ar, Silver desfizera as cordas e mordaças das crianças, enquanto seu subordinado pilotava o helicoptero.

- Tudo pronto para partir?... - perguntou.
- Tudo certo, senhor! - exclamou - Basta alguns pés de altitude e...
- Você vai ver!! - exclamou Ana, de forma ousada - A senhorita Juri vai derrubar a Equipe Rocket! Ela não tem medo de um velho mal e feio como você!
Ele a olhou com desgosto, mas em seguida sorriu.
- Poderia, simplesmente calar essa sua boquinha inútil? Eu só quero que ela venha...
- S-senhor... - disse o subordinado.
- Calado, soldado, não vê que eu, AAAAHH!!

Quando ele olhou para o piloto, o que ele vê o deixa sem chão. Já as crianças, ficam muito felizes. Era eu, de pé sobre Rotom, em seu modo Fan - no qual ele virava um ventilador e ganhava a habilidade de voar. Por ser um pokemon fantasma-elétrico (e o principal: inorgânico); ele não seria afetado pelo infrasom - muito menos eu, que nem pokemon sou. Amarrei as cordas do balão paraquedas no corpo de Rotom e fiquei de pé em suas costas. Ao girar suas malhetas do ventilador, ele girava uma corrente de Ar que impulsionava o balão para cima, fazendo-o voar. E assim perseguiríamos o Helicoptero Rocket!

A população foi à loucura. Novamente, mesmo que de longe, a câmera de Pablo se voltou em minha direção. Perseguimos os Rockets por toda a cidade, nas mais arriscadas manobras. Certo ponto, no alto do céu, Rotom se aproximou muito do helicoptero e o B/balão se enroscou na hélice. Esta girava em alta velocidade, e logo se perdeu nos rolos de balão rasgado. Fui atirada para dentro do helicoptero, que havia perdido a estabilidade e estava caindo em alta velocidade de encontro às águas que cercavam a cidade...

Comoção e pavor geral da população. Daquela altura e naquela velocidade, considerando o tamanho do equipamento, a água seria tão hospitaleira quanto uma calçada. Pedi a Rotom que salvasse as crianças: elas se seguraram firmemente em seu corpo redondo e foram levadas para longe dali a tempo. O helicoptero perdia cada vez mais e mais altitude...

- Nãos vamos morrer!! - exclamou o peão - Não há escapatória, a gente vai morrer!! - começou a rezar.
- NÃO!! - exclamou Silver - Eu não posso morrer!!
O helicoptero estava se inclinando. Eu havia caído no chão e agora estava tentando erguer meu corpo, para tentar pular antes que fosse tarde. Mas Silver me puxou pela perna.
- Seu eu não vou conheçer meu herdeiro, NÃO É VOCÊ QUE VAI!!!

Ele queria me levar junto. Mas eu não poderia permitir. Chutei sua cara de porcelana com toda as minhas forças, e consegui pular para fora do helicoptero. Mal sabia eu que, em minha direção, disprava na água uma máquina mortífera de dentes afiados... Estávamos a poucos metros do chão. Quando pulei para longe, foi não muito segundos antes do helicoptero colidir contra a água. Quando pensei que meu corpo afogaria na água, apenas cerrei os olhos... Mas não senti água.

Algo aconteceu. Quando abri meus olhos, estava num lugar escuro, com um tipo de tapete rugoso sob meu corpo encolhido em posição fetal. Em seguida, um estrondo MUITO alto, como uma explosão, que abalou até o sistema onde eu estava "aprisionada". Era como uma salinha muito pequena e abafada, mas de onde veio aquilo? Onde raios eu estava?

Passou-se alguns instantes, e surge a luz. A porta na verdade era feita de fileiras de dentes serrilhados. Lá fora, uma pequena praia, e pessoas me aguardando do lado de fora. Esticou-se para dentro de lá um braço forte e moreno que me puxara para fora dali e, quando dei por mim, saí aterrorizada de lá de dentro. Eu havia sido engolida por um Sharpedo enorme!! Antes do helicoptero explodir, ele havia saltado para fora d'água para me proteger... Ele era mesmo um pokemon muitíssimo veloz naquele ambiente. E estava acompanhado de outros 3 da mesma espécie e várias Carvanhas ao redor.

- Mas, o que aconteceu?... - eu disse, sentindo a exaustão pesando em meu peito.
- Juri... Oh, Juri, graças a deus está viva!!

Eu reconhecia aquela voz. E aquele abraço aconchegante... Aquele não era Roy, como eu pensava. Era Kevin. Seu corpo estava molhado, ele acabou por molhar o meu também mas eu não me importei... Apenas o abracei... Minha fadiga me impedia de dar pulos de alegria. Apenas descansei meu rosto em seus ombro largo...

- Eu estava acompanhando tudo, Juri! - segurou meu rosto, me olhando com aqueles olhos azuis tão profundos e tão preocupados - Meu deus, não sabe como fiquei preocupado... Senti tanto sua falta, Juri!... - me apertou mais em seus braços.
- Kevin... Eu digo o mesmo.
Reparei na comissão que me aguardava na praia quando olhei por cima de seu ombro: Kenny, Roy, Francine e os pokemons, fora um monte de gente atrás, nos olhando surpresos e loucos pra me abraçar também para ver se eu estava bem.
- Mas... Me explica, Juri, o quê que tá aconteceu? - disse Kevin.
- Isso é uma longa história, rapaz... - disse uma voz feminina e familiar - Mas sempre é bom recontá-la.

Eram o general e a administradora Rockets! Eles estavam diferentes. Molhados, e com roupas menos formais: ele com um jeans e uma social branca, ela com um vestido preto simples. Seu inseparável felino, próximo deles como sempre. Fora que, diferente dos demais... Eles pareciam bem sãos.

- Vocês... - disse, olhando para eles.
- Senhorita, tem toda a razão de estar furiosa conosco. - disse o homem, vindo até nós - Mas nós viemos aqui em paz... E apenas isso.
- Sua causa já é conhecida por todos, Juri. - continuou a mulher - Como Ex Rockets, estamos dispostos não só a nos redimir, mas também a dar nossa parcela de ajuda. Tanto prova que ordenamos nossos pokemons subordinados para salvar sua vida...

Olhei novamente para os Sharpedos e Carvanhas na água, que acompanhavam tudo muito atentos.

- Então... Aceitam nossa ajuda? - "disse" o gato.
Ficamos chocados por um tempo. Depois, olhei para Roy e Kenny. Concordamos com a cabeça que não haveria nada com o qual se preocupar...
- Certo. Agradecemos sua ajuda e sua aliança... - disse, fazendo uma rápida reverência. Eles também a fizeram, porém explicitamente mais respeitosa - Por favor, contem-nos tudo.
- Desde o início, de preferência... - disse Kevin, sem graça por ser o único "por fora do assunto".

E foi assim que Goldenrod havia sido tomada pela segunda vez. Tomada, mas nunca domada. Sua população comemorou a vitória sobre os Rockets. Pena que tenha sido da forma mais trágica... Mas antes de nos recolhermos para descansar, algo incrível aconteceu.

Quando olhei para a área na água onde o helicoptero havia caído, notei como um estranho objeto flutuava para fora dali. Era minúsculo, tão pequeno que só podia ser localizado pelo brilho intenso que emanava. O Wave Bell vibrou em meu peito... Estava respondendo àquilo. Só poderia ser uma coisa...

Seu equivalente, o Clear Bell, ascendeu vários metros das águas. E num feixe de energia, havia desaparecido deixando apenas um filete de luz cortando o céu. Para onde teria ido? Teria voltado para o seu templo, tão longe dali? O resto da noite seria longa... Precisaríamos descansar bastante para o dia seguinte, que seria o dia mais marcante e importante de todas as nossas vidas, e da vida das pessoas em Jotho.


Última edição por Kirehana Yurika - Nanda em Sex 20 Nov 2009 - 14:38, editado 1 vez(es)

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Mensagem por Tropius Sex 20 Nov 2009 - 14:12

Incrivel. Achei demais essa idéia de o silver ser filho do giovanni. E a partye do porygon 2...
Mal posso esperar pelo proximo cap.

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Mensagem por Yoshihime Sex 20 Nov 2009 - 16:05

Por enquanto eu só pude ler o prólogomas está otima a descrição fantastica, sabe nunca fui fã de narrações em primeira pessoa mas sua fic me fez mudar de ideia parabéns! destaque também para os desenhos estão muito bons... Vou terminar de Ler mais tarde ^-^
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Mensagem por Bakujirou Sáb 21 Nov 2009 - 1:35

Ó NÃO ESTAMOS NAS ÚLTIMAS SEMANAS, NÃOOOOOOO!(/MomentodesligaanovelaOFF)

Capítulo muito bão. A invasão da estação de TV, as cenas curtas da subida de Juri e os "troços" que sairam das pessoas... Parece até aquele seriado de TV, o Arquivo X, simplesmente MUITO CRIATIVO e principalmente MUITO EMOCIONANTE!

Amei a parte das mulheres do grupo de Prety Cute 5, uma tokusatsu dentro duma fic (será que tem um cap. extra deste seriado? *-*) é muito legal... Ai ai... A duplinha de Rockets voltou na sua pontinha de heroísmo, isso é /BÃODEMAIS!

Espero pelos próximos e últimos capítulos da tua fic, /bordãoMacdonaldsEuAmoTDIssu!

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Concurso participem! / Fic / One-Shots / indico uma fic que resgatei / indico Fic de meu amigo

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Mensagem por Kirehana Yurika - Nanda Dom 22 Nov 2009 - 18:54

Nota da Autora: Mais um capítulo. Bom pessoal, agora sim posso afirmar que estamos nos capítulos finais... Estamos também atingindo o clímax da história. Espero que continuem acompanhando a incrível história da Juri até o final ^^ Mais uma vez, obrigada e boa leitura!

Capítulo 10 - O Perigo que Nos Espreita (Parte 1)

Após a derrota dos Rockets, a confusão perdurou por bastante tempo na cidade. Durante a noite, os noticiários repetiam de forma massiva o combate da população versus os malfeitores, e todo tipo de comentário foi apresentado: de conspirações governamentais até apocalipticas. Uns jornais mostravam as cenas da cidade já com o manto negro a cobrindo sob a luz do luar, mostrando quanta gente havia ficado ferida. Muitas pessoas ficaram gravemente machucadas, mas até então, nenhum óbito.

- Graças a deus... - suspirou Francine, aliviada, enquanto assistiamos ao Jornal da Noite no sofá do centro pokemon... De Ecruteak, claro.
- Iih, diz isso porque você não se lembra de nada, meu bem - disse Kenny, sentado de pernas cruzadas, olhando para o fundo do seu pote de chá, como se tentasse decifrar o que as ervas depositadas no fundo lhe diziam - Foi horrível...
- Não deu pra vir muito rápido. - respondeu Tania - Tive problemas nas barreiras... Sabe, eu fui apreendida e até multada!
- Por que? - exclamei.
- Sabe, com aquele lance ocorrendo em Goldenrod, eles fortaleceram a segurança nas barreiras. Eu tava vindo num Dragonite emprestado pelos monges... Ai amiga, você tem que ver ele, é tão bonitinho!
- Tania, não perca o foco...
- Ah sim, claro - recompôs-se - Minha Trainer ID foi multada por eu estar levando mais de seis pokemons... Sabe, com o Dragonite são sete.
- Putz.
- Mas, poisé fazer o quê. - tomou um gole do chá verde - Pus meu Laturn na minha Caixa de Armazenamento. Provavelmente vou precisar do Dragonite mais vezes... - olhou para ele pela janela redonda, que acenou para ela e sorriu com aqueles grandes olhos azuis.

Bom, aquele estava longe de ser um Dragonite comum. Primeiramente que ele era criado como um bichinho de estimação pelos monges para proteger o templo, e não viva numa pokebola. Segundo, ele não tinha 2 metros de altura como os dragontes normais: aquele deveria ter uns 8 pra 10 metros. Ele era um raro Pokemon Gigante, e imagino os gastos que ele não dá com alimentação, manutenção, saúde e etc. Apesar disso, deveria ser um pokemon inimaginavelmente forte. Tania teve sorte de uma criatura assim estar aliada a ela.

O Persian do casal de ex-Rockets se dirigiu até nós na sala do centro pokemon. O de Kenny estava por perto, e levantou a cabeça ao ver o membro da mesma espécie de aproximando. Este o olhou rapidamente depois sentou-se diante de nós, falando ao levar a mão ao lado do focinho para que as pessoas ao redor não vissem seus lábios se movendo e pronunciando palavras:

- Escutem, não temos muito tempo. Podemos até estar do lado de vocês, mas ainda somos procurados... Vamos nos encontrar na frente da Tin Tower, uma torre ao nordeste daqui. - ainda era estranho escutar um pokemon falando com a gente.
- Tin Tower?... - eu disse, confusa.
- Não se preocupe, eu sei onde fica. - respondeu Kevin - Posso levar todos até lá.
- Ótimo. Eu queria pedir outra coisa também - já não cobrindo mais o rosto - Eu precisarei passar algumas instruções para seus pokemons, afinal ainda consigo me comunicar com eles. Preciso que libertem todos, nós vamos organizar uma assembléia nos fundos da torre... Prometo que não há com o que se preocupar.

Nunca imaginei um Persian falando uma palavra tão refinada quanto "assembléia" para mim. Ecruteak, por ser consideravelmente próxima de Goldenrod, havia se aliado a Violet na prestação de serviços a cidade: os hospitais dessas cidades ajudariam a atender as centenas de feridos da guerra urbana. Até o centro pokemon estava um pouco lotado. Não poderíamos vacilar portanto, na calada da noite, beirando as duas da manhã, nós nos dirigimos à Tin Tower, afim de evitar a maior movimentação possível.

Estava escuro com breu. Guiados apenas por Persian, que iluminava um pouco o caminho com a pedra mágica em sua testa; e Kevin que cuidava de nossos passos incertos, fomos caminhando pelas amplas ruas e esquinas da tradicional cidade campestre. Ao olhar para cima, me deparei com um céu ricamente estrelado e uma lua cheia e brilhante. E pensar que tudo aquilo poderia desaparecer... Se não cumpríssemos nossa missão, perderíamos tudo. Os rios e lagos, florestas e bosques, montanhas e mares... Tudo dependia de nós.

Os monges estavam sérios, mas não impediram nossa entrada. Assim que a atravessamos, nos deparamos com um longo caminho de terra, cercado por um corredor de árvores de folhas envelhecidas, como se estivessem no auge do outono. Mas estávamos no verão! Logo, elas ainda deveriam estar verdes e vistosas. Senti como se o tempo lá corresse de forma diferente, mas não pude sentir bem se ele estava muito atrasado ou alguns meses adiantado.

A Tin Tower não se diferenciava muito das demais torres religiosas que eu havia visto até em então. Pelos menos na questão de arquitetura - porque ela era MUITO alta, parecia cortar o céu com sua enorme estrutura. Me admira nunca ter reparado nela antes. Havia um grande e amplo pátio diante dela, e erandes estátuas laqueadas em ouro adornavam o acesso ao portão (que estava trancado, obviamente). Tinham formas de grandes aves abrindo suas asas para trás e arrulhando com os bicos bem apertos. Suas características me eram muito familiares... Foi quando percebi que elas eram idênticas a que Silver tinha em seu escritório.

- Uau! - disse Kenny - São... Como são bonitas.
- Sim. Hoh-oh é uma criatura deslumbrante... - a voz da Administradora Rocket surgiu por trás da estátua - Apesar de cruel.
- ... Eu imagino que esteja na hora de perguntar isso. - disse - Quem são vocês, afinal?...

Surgem os dois, cada um de trás das estátuas. Eles se entreolham e sorriem, como se ja tivessem dezenas de frases prontas para citar. Mas não disseram nada, apenas nos convidaram para sentar-se no macio chão de terra diante deles, formando um semi-círculo.

Havíamos libertado nossos pokemons para que se reunissem nos fundos da torre. Sentandos no segundo degrau das escadas, eles fizeram sua introdução: Jessica, James e Persian trabalhavam a muitos anos na Equipe Rocket, mas como meros capangas. Muitas vezes envolvidos em aventuras de tirar o fôlego, eles cresçeram sob o pano negro daquela instituição. Com o ressurgimento, eles adquiriram posições bem mais respeitosas na empresa, sendo respectivamente Administradora e General.

- Nos últimos anos, haviam pensado tanto nisso... - disse Jessica, cabisbaixa - Céus... Passamos mais de 20 anos de nossas vidas no caminho errado... E será que valeria mesmo a pena? Tudo para ter domínio sobre o mundo?...
- E isso não seria bom pra vocês? - disse Roy, com seu instinto justiceiro ainda duvidando deles.
Bom, não nego que ainda não acreditava inteiramente neles... Mas pelo menos, caso tentassem alguma gracinha, estávamos todos preparados.
- ... Não. Não seria.... - disse James, que pelo menos parecia menos malvado que Jessica. Se bem que, àquela altura, nem ela parecia mais tão assustadora assim... - Acreditamos por muito tempo que ser Rockets era tudo em nossa vida. Mas hoje em dia, quando nos olhamos nos espelhos e apenas esperamos pelo surgimento das nossas primeiras rugas... Percebemos o quanto isso não passa de tolice.

Certamente. 20 anos de trabalho não é pouca coisa... Pude ver em suas palavras e em suas expressões que o que eles diziam era a verdade. Não haveria motivos pelo qual duvidar deles...

- Estamos gratos em saber que se arrependem do que fizeram - disse uma voz jovem, porém madura - Ainda mais ao se juntar a nossa causa...
- Sentimos muito pela demora! - disse outra voz jovem e idêntica, porém nem tão madura assim... - Não é fácil simplesmente trocar de roupa quando se é um Unkw...

Quase não os reconheci naqueles trajes comuns. Todos os pupilos estavam lá, cada um vestido de forma diferente de quando os conhecemos, sem aqueles trajes misteriosos e pinturas corporais. Os gêmeos trajavam jeans e blusas até um pouco coladinhas, Yue de preto e Zeki de branco (vai entender, coisa de gêmeos...). Kouji e Chun, os percursionistas, usavam calças compridas e blusas sociais - a de Kouji era bem vermelha, e levavam seus adornos prateados nos pescoços fortes. Rin e Nayru da mesma forma, porém com uma blusinha rosa e uma social amarela (por sinal, as pernas da Nayru ficavam bem... destacadas nas calças). Kei estava de raibans escuros... Estava ridícula. Hah, hah!

- Imagino que tenham muita coisa a dizer, para nos reunir tão secretamente... - disse Chun, com sua voz grossa.
- Sim, bastante coisa. Por favor... - convidou Jessica, a anfitriã - Sintam-se à vontade.

- - - - -

Confusão no bosque. Conforme os pokemons se arrumavam numa ampla clareira banhada pela Lua, a agitação era constante. Afim de promover a interação entre os pokemons e evitar a formação de panelinhas, Persian os organizou por tipo, e não por treinador: água ficava perto de água, venenoso perto de venenoso, planta perto de planta e etc. Os maiores se sentavam atrás, e os menores sentadinhos diante deles para que todos coubessem ali. Eram mais de 30 pokemons posicionados cuidadosamente, prontos para debater e discutir sobre os vários temas que aconteceriam naquela noite.

Alguns pequenos estavam nas costas do grande Torterra de Francine, e alguns na barriga de Slaking. Rotom e Butterfree flutuavam no ar, enquanto os voadores se apoiavam nos ramos de árvores próximas. Alguns de temperamento curto como Floatzel e Purugly aguardavam impacientes, enquanto outros tranquilos como Espeon e Absol aguardavam pacientemente. Os pokemons que puxariam a assembléia eram três: Persiam, como o principal anfitrião, Jolteon; representando a sabedoria Unkw sobre o mito, e Entei, que dominava quase todos os temas abordados naquela noite.

- Atenção! Atenção por favor! - Persian pediu, sentado numa pedra que usava agora como pedestal - Vai começar agora a assembléia dos pokemons do Juízo Final.
Falação entre os pokemons. Acredito que o nome não tenha agradado muito...
- Poxa, não dava pra escolher um nome melhor, não? - disse Butterfree.
- Huum, bom, o que vocês sugerem?
- Legião da Justiça! - exclamou Pelipper, balançando as asinhas.
- Guardiões da Paz! - defendeu Golem, com Charizard o apoiando.
- Guerreiros do Apocalipse! - Rotom, com sua voz eletrônica.
- Isso tá ficando muito confuso! - disse Persian, já descabelando-se - Vai ser Legião dos Guerreiros da Paz, pronto!

Todos pareciam concordar. A assembléia começaria. O Persian que estava ali, apoiado pelas teorias apresentadas pelo Jolteon de Kei, explicava exatamente o que os Rockets diziam para os humanos: que mesmo que a Equipe Rocket estivesse eliminada, o perigo ainda era iminente. Com o sumiço do Clear Bell naquele mesmo dia, ninguém tinha mais certeza de nada. Era tudo muito imprevisível, e eles teriam que estar prontos para unir-se e batalhar a qualquer instante. Os pokemons pareciam entender. De início, tímidos e discriminados pela sua treinadora, os pokemons de Francine logo se mostraram muito cooperativos e deram muitas informações sobre a Equipe Rocket, completando as afirmações de Persian. Estavam facilmente se enturmando, Feraligator até havia simpatizado com Torterra, um cara que havia achado muito amedrontador de primeira!

- Bom, eu queria chegar neste ponto - disse Persian - Alguém aqui sabe o que é um Unown?
Poucos levantaram as mãos. Entei disse, saindo de seu pedestal:
- Pode deixar então que eu explico... Unowns são seres que Ho-oh criou para passar seus ensinamentos aos humanos. Eles são pokemons como nós, alguns inclusive habitam as Ruínas de Alph, ao Sul de Ecruteak.
Certo. Os pokemons concordaram com a cabeça, pareciam entender.
- Acontece que poucos sabem do verdadeiro poder dessas criaturas... Preciso que me escutem, e que escutem com atenção!

Entei explicou que os Unowns poderiam se tornar extremamente agressivos e maus, diferente do motivo pelo qual eles foram designados. Eles poderiam encorporar em humanos e atormentar sua alma, agindo como um parasita. Ele pode ficar por muito tempo dentro de uma pessoa sem que ela ou ninguém ao seu redor desconfie. Mas quando ordenados, ou quanto a raiva da pessoa é engatilhada nos casos mais comuns, essas criaturas começam a manifestar-se. E isso pode acontecer de forma lenta, influenciando o caráter e a personalidade da pessoa e criando nela tendências para praticar o mal sem remorso. Ou de forma explosiva, a mais perigosa, quando eles simplesmente encorporam na pessoa e a dominam ou despertam realmente dentro dela.

Aquelas vaporizações e criaturas estranhas que foram vistas sendo expelidas pelos Rockets e algumas outras pessoas eram Unows controlando-as. De acordo com as informações fornecidas principalmente pelos pokemons de Francine, eles podiam notar essas "presenças estranhas" na aura dos Rockets, principalmente de sua treinadora - que de repente, tornou-se má. Eles explicaram também que ela era prima do dono da Equipe Rocket, Silver. Não só isso: que eles tinham um relacionamento amoroso.

Para alguns no local, "amor" ainda era um sentimento desconhecido. Entei apenas arregalou um pouquinho os olhos diante do frenesi dos pokemons.

- Além do mais... - disse Garchomp, pensativo - Se não engano, ela deve estar esperando um filhote dele também.
- Um bebê?! - Purugly, quase pulando no companheiro - Quando ela disse isso?!
Mais frenesi. Agora Entei arregalara mais os olhos.
- É, um filhote de gente. Dizem que quando humanas esperam bebês, elas passam muito mal e tem desejos estranhos...
- Ooh, isso é verdade. - disse Toxicroak - Até eu achei aquilo nojento... Eew.
- A barriga cresce também. - disse Charizard.
- Por que? Eles não põem ovos? - disse a feminina Aggron, ingenuamente.

Mais frenesi. Entei estava começando a perder a paciência. O Persian de Kenny, vendo aquilo, gritou bem alto:

- Pessoal, pessoal!! Por favor, não percam o foco! - o povo se calou.
- Obrigado, Persian. - Entei agradeceu.
- Senhor Entei, eu queria saber uma coisa... - disse a pequena Espeon, levantando-se - Por que os Unowns fariam isso com os humanos?

Entei ficou calado e temeroso. E tinha uma boa razão para aquilo. Na assembléia dos humanos, onde estavam presentes agora os monges e os mestres, James começou sua revelação:

- Os Unowns sempre agem sob as vontades de Ho-oh. Eles não fariam isso... Se o deus não ordenasse, eles jamais fariam isso.
- Então, o que você está dizendo é que... - levei a mão ao rosto.

Naquela altura do campeonato, você jamais espera receber ainda mais surpresas. Lugia, quando previu que a Equipe Rocket traria a ruína ao mundo, ele não viu que aquilo aconteceria porque eles todos estavam possuídos pelos Unowns. Ho-oh ordenara que aquilo fosse feito, desde aquela época: assim, ele seria invocado e realizaria o Juízo Final. Os Rockets tinham como objetivo conseguir o Clear Bell e capturar os cães lendários - e isso Ho-oh não poderia fazer. Ordenando o ataque dos Unowns, ele conseguiria que os humanos fizessem isso por ele. Doce ilusão a do sr. Silver... Ele pretendia domar Ho-oh, sem saber que na verdade o deus que o manipulava o tempo todo.

O silêncio reinou entre nós. Ho-oh estava planejando aquilo a muito tempo. Tomou todas as precauções possíveis, fez de tudo para que fosse invocado. Já não bastava as demostrações de sua fúria por meio dos fortes eventos naturais fugindo do controle dos cães lendários e das desgraças que se alastravam pelo mundo, ele também armou tudo aquilo para ter certeza que nos puniria. Ele deveria estar mesmo muito furioso... Um deus neste estado não será fácil de convencer.

- Meu deus... Ele - disse Kevin, com os lábios trêmulos - Como alguém tão mau assim pode ser um deus?
Dizia isso porque provavelmente seguia a religião dos deuses de Hoenn. Enquanto isso, na clareira:
- Não será fácil... Mas temos toda Jotho ao nosso lado. - disse Jolteon, se aproximando.
- Sim... Vocês tem que acreditar em seus treinadores. - disse Entei, aos pokemons que pareciam preocupados - Eles não estão sozinhos... Eles tem a eles mesmos, eles tem aos outros treinadores deste continente, mas principalmente: eles tem a vocês. Enquanto estivermos ao lado deles, tudo dará certo... O amor é a única coisa capaz de deter um deus furioso.

Os pokemons concordaram, sorrindo um para os outros.

- Isso é! - exclamou o sábio Cammerupt - Eu não confiava em Roy, principalmente por ser um pokemon bem vivido e ele quase um pré-adolescente... Mas via as coisas boas que ele fazia para os outros humanos, mesmo para pokemons, selvagens ou não. Ele é um bom menino, hoje me orgulho ao estar ao lado dele.
- Jamais esperava que a Francine se tornasse uma pessoa má. - disse Floatzel, com sua voz galante - Foi um choque para todos nós. Mas não podíamos abandona-lá, sabíamos que era importante estar ao lado dela por mais insana que estivesse. Ela é um amor de pessoa, isso eu posso garantir a todos, por toda a confiança que temos nela!
- O Kenny deixou de lado a vida fácil quando era muito jovem... - disse o Persian do treinador - Ele aprendeu na marra como sobreviver num mundo cuja realidade era diferente da sua. Não teve dificuldades, mas nós éramos os únicos amigos que ele tinha. E seremos para sempre os maiores companheiros dele!
- Bom... A Juri... - disse Feraligator.

Todos prestaram muita atenção em suas palavras, afinal ele era o pokemon da "salvadora do mundo".

- Quando eu a conheci, não sabia nada sobre o mundo lá. No fundo do coração, eu temia aquele mundo desconhecido por mim. Mas ela me ensinou a ter forças para superar meus desafios, na primeira vez que eu evoluí para Croconaw... Quando eu recompensei o carinho que ela me dava ao salvar sua vida ao lado de Entei - este ficou cabisbaixo, lembrando-se daquele dia - Quando a ajudei a superar o medo dela da água. Fazer parte da vida da Juri me fez conheçer muito sobre um mundo que eu não tinha razão alguma para temer. Me fez, principalmente, ver o quão ele pode ser belo e cheio de coisas boas...

Feraligator olhou para Meganium, que sorriu coradinha.

- E eu pretendo permanecer ao lado dela para sempre... E pretendo conhecer muito mais sobre este mundo ao lado dela.

Os pokemons bateram palmas - bom, pelo menos aqueles que podiam. Os que não, simplesmente concordaram e sorriram com a cabeça. Neste momento, surgem mais pokemons. Blaziken aparece com dois Arcanines, um de cada lado, os três pareciam concordar com o belo discurso feito por um pokemon tão que consideravam tão rude e caipirão. Também surgem Piloswine e os Sneasels, cumprimentando a todos com muita elegância.

- Sentimos a demora. - disse Piloswine, com a voz gravde de suíno - Um dos nossos mestres teve trabalho para arranjar trajes comuns...
Hhmm. Até imagino quem fosse...
- Espero que tenhamos chegado a tempo de bolar uma estratégia. - disse Blaziken.
- Claro. - disse Entei, olhando para ele - Agora que todos estão empolgados, podemos avançar para este ponto...

Surgem então mais pokemons. Dois grandes e musculosos Electabuzzes surgem, abrindo alas como os guarda-costas do pokemon de Koikaze. Era diferente dos pokemons que eu estava acostumada a ver também, mal sabia eu que ele também era originário de Sinnoh como os de Francine. Sua pelagem era negra como a noite sem luar, e sua juba espessa lhe dava um visual régil. Era grande, seu corpo quadrúpede era azulado e forte, com alguns pêlos amarelos também. Uma faísca de relâmpago adornava a ponta de sua cauda. O Luxray andou de forma majestosa até os demais pokemons, seus olhos impunham o respeito digno de um rei das selvas. Tinha as feições de um grande líder.

- Boa a noite a todos. - foi cumprimentado unanimamente - Ainda bem que chegamos a tempo de bolar nossa estratégia como pokemons.
Começou a andar de um lado para o outro, pensativo.
- Uma vez que os humanos terão papel mais ativo que o nosso, devemos abordar uma tática de suporte. Além de simplesmente ajudá-los, devemos fazer mais do que obdecer seus comandos. - parou - Eu proponho que nós...

Mais um pokemon surge, mas aquele estava longe de ser espaçoso ou grande como os demais. Surge correndo em suas patinhas, suas orelhas grandes abanando ao vento, os olhinhos arregalado e a boquinha com a dentição incompleta gritando "Papai, papai!". Ele se posicionou entre as pernas dianteiras de Luxray, olhando para cima ao ver o rosto do pai:

- Eu fiquei pra trás porque aquela humana não parava de me apertar! - disse com a voz infantil.
Frenesi. Principalmente do núcleo feminino de pokemons.
- Heh, sinto muito. Este é meu filho, Shinx. Não pude simplesmente deixá-lo sozinho - olhou para o filhote, sorrindo com carinho, e empurrando-o suavemente com a pata para ir sentar-se perto dos demais - Vá pra lá, meu filho... Não faça bagunça, hein?
Shinx se aproximou dos pokemons e ficou paralisado diante deles, olhando toda aquela diversidade de formas e tamanhos.
- Oooow, como seu filho é lindo, senhor Luxray! - disse Meganium.
- Essas orelhinhas, que amor! - disse Aggron. Shinx sorriu, sentindo-se bem vindo - E como sorri! Ooow, ohoh ho ho!

Era a gota d'água. Os demais pokemons riam da situação.
- Por favor, senhoras... - disse o Persian ex-Rocket, levando a mão ao focinho, com uma expressão descontente.

- - - - -

Ambas as reuniões seguiram com as estratégias de combate. Foram distribuidas aos humanos tarefas diferentes. Kenny conhecia o paradeiro do Pai de Juri, e partiria ao mt. Silver para recrutá-lo ao time. Tania recebeu uma tarefa desafiadora para ela: ao sinal, ela levaria os Mestres Unkw em seu Dragonite para a ilha de Cinnabar em Kanto, onde seria realizado o ritual que os transformaria em aves lendárias novamente. Roy tinha um variado leque de contatos, e trataria de recrutar mais pessoas. Mas ainda havia uma coisa a ser feita...

Foi dito que o Wave Bell não estava completamente energizado. Ou seja, seu verdadeiro poder ainda estava preso - para invocar Lugia, ele precisaria estar pronto para receber o ritual. E isso só acontece de um único jeito: derrotando os pupilos. O sino aparentemente os reconheceria como seguidores Unkws e praticantes de Taiko, e os aceitaria para a realização do ritual. Mas estava tarde, e aquilo só haveria de ser feito na manhã seguinte. Quanto aos pokemons...

A assembléia deles havia sido finalizada. Agora estavam apenas trocando idéias sobre o que havia sido debatido, entre outras coisas (entre elas a enturmação dos pokemons de Francine e o Shinx fofinho de Luxray). O Persian dos ex-Rockets havia se distanciado, indo até um pequeno morro e se pôs a observar o céu. Timidamente, o Persian de Kenny se aproximava, ficando próximo do outro:

- É mesmo uma noite muito bonita. - disse.
- É... - concordou o outro - E se o que você disse lá era verdade, já deve ter visto um céu assim muitas vezes...
- Sim. A maioria das vezes em estado de insônia, e nestes casos até poderia vê-lo sumindo com o surgimento do Sol...
Persian notou tristeza naquele tom de voz:
- Ele deve ter sofrido muito no início, não é? - disse o outro, olhando para Kenny entre os humanos do topo do morro.
- Foi. - sentou-se ao lado do colega.
- Não querendo ser indelicado, mas isso tem haver com a ausência da sua esfera na testa?
- Oh, não, não se preocupe. Bom, na verdade, pode ter haver sim...

Persiam decidiu contar ao outro a história da vida de Kenny.

Kenedy foi nascido e criado no Wintervalle, o bairro nobre do Planalto Índigo. Lá, cercado do luxo e dos prazeres da vida fácil, ele cresceu protegido com extremo zelo pela mãe viúva. Sempre teve do bom e do melhor, inclusive estudou nas melhores Escolhinhas Pokemon do continente - mas isso só lhe fez ganhar mais vontade de sair pelo mundo e explorá-lo por si só, mas a mãe não queria isso pra ele. Pelo menos não ainda. Apesar das circunstâncias, Kenny tinha tudo para ser uma criança mimada e tola - mas era muito inteligente. Ao assistir a televisão e acompanhar os fatos pela Internet, tornou-se uma pessoa conectada com a realidade apesar de preso entre quatro paredes. Ele tinha ciência de coisas como desigualdades sociais e problemas na economia, e quando tinha dúvidas, nem sua mãe sabia lhe responder.

A mãe de Kenny era o pesadelo de qualquer pokemon. E porque? Edwiges era uma famosíssima estilista. Estava sempre dando entrevistas, apesar de suas roupas não serem de gosto popular. Tampouco da Instituição de Proteção aos Pokemons (INPP). Suas roupas eram belíssimas, mas a matéria não era das melhores: ela usava pokemons para fazê-las. Peças de couro de pokemons reptilianos, colares e vários acessórios feitos de partes do corpo e casacos de pele de mamíferos. Ela mesma criava centenas de pokemons para o abate em sua enorme fazenda, e produzia as peças com eles mesmos. Gostava sempre de usar seu paetê feito com caudas de Ninetales - que apesar de lindo, representa a ameaça que ela era para essas criaturas.


- Um dia, ela soube que em sua fazenda havia nascido um Meowth sem adorno... - disse o de Kenny - Persians são valiosos pela pele e pelas pérolas, que podem ser cobradas por um valor bem alto. Só minha pele não faria eu valer tanto, portanto, ela havia me dado de presente para Kenny.

Logo nos tornamos muito afeiçoados um ao outro: eu por ser seu primeiro pokemon, e ele por me dar tanto carinho. Kenny cresceu, e aos 10 anos já tinha uma mentalidade bastante desenvolvida para uma criança daquela idade. Conviver com alguém que mutilava pokemons para uma coisa tão fútil quanto moda estava se tornando insuportável. Mas ele era um garoto tão bom... Não gostava de confrontar a mãe. Quando isso acontecia, ele chorava tanto a noite... Até que um dia, um grande cachoalhão. Eu e Kenny testemunhamos um acontecimento horrível. Sua mãe, ordenando seus empregados puxarem uma grande Ninetales, provavelmente um macho, para ser degolado e ter sua pele retirada. O animal tentava resistir, até os trabalhadores lhe acertarem em cheio na testa com uma marreta de metal que fez um som tão forte que até hoje ecoava na cabeça deles... O pokemon desmaiou na hora. Viram sua pele sendo arrancada de seu corpo sem vida, as caudas sendo decepadas com violência, até não aguentarem mais assistir àquilo e foram embora.

- Quanta crueldade!... - exclamou o outro.

Kenny se tornara frio e monosilábico com a mãe desde então. Ela nem percebera sua mudança de comportamento. Um dia, ela estava muito feliz: seus empregados haviam encontrado uma Ekans shinnie longe dali. Edwiges faria mil inceminações artificiais se necessário para ter sua própria criação de Ekans e Arboks shinies e vender suas peças com sua pele por rios de dinheiro. Aquilo havia sido o estopin para Kenny tomar a maior decisão de sua vida. Naquela tarde, enquanto todos estavam distraídos com os encarregamentos, Kenny foi para onde o réptil estava aprisionado e fugiu com ele. Sim, Kenny estava fugindo de casa naquele dia. Chovia bastante, Kenny tentou soltar Ekans no mato, mas ela nao o obedeceu. Ela lhe seguiu. Ele ordenava que ela fosse livre, mas ela continuou com ele. Ela até hoje deve a vida a Kenny...

Ele percebeu que não poderia ir muito longe apenas com a roupa do corpo e naquela chuva. Fomos então até a casa de seu único tio, um treinador MUITÍSSIMO famoso nos 4 continentes. Seu tio Drake o tratava como um filho, e Kenny via nele um porto seguro. Lembro claramente de Kenny implorando para entrar em sua casa e que ele não contasse nada para Edwiges. Ele estava revoltado, cansado de tudo aquilo, daquela prisão, daquele sofrimento que era obrigado a ver e sentir. Drake, que eu sempre foi considerado por Persian uma pessoa um pouco "livre" e chita, apenas sorriu e disse que não só ajudaria Kenny a escapar mas como patrocinaria sua fuga.

Ele disse que Kenny estava na idade de encarar o mundo real. Temia que sua falta de contato o fizesse sofrer, mas ele sabia da esperteza do único sobrinho... Drake lhe ofereceu desde um traje apropriado até os primeiros itens que fossem necessários para seus primeiros dias. Não só isso, também providenciou-lhe uma poupança no banco com MUITO dinheiro, muito dinheiro mesmo, para que Kenny usasse quando necessário. Não sendo o bastante, Drake lhe dera de presente um Charmander com alguns dias de vida, vindo de uma linhagem de pokemons campeões: o poder está em seus genes.

Mas tinha um problema: Kenny era um treinador ilegal. Para se ter a Trainer ID, era necessária a assinatura do responsável. Edwiges não poderia saber daquilo. Kenny não teria acesso a Armazenamento, licença para lutar nos ginásios ou concursos, nem mesmo aos Abrigos expalhados pelas rotas perigosas. Kenny sempre foi muito cauteloso, e jamais havia sido pego. As vezes ele dormia com fome, com apenas seus pokemons para lhe oferecer o ombro. Muitas noites chorou, mas jamais se arrependeu do que fez. Aprendeu a sobreviver com pouco pão e muito suor, viu que quase nada que aprendera na Escolhinha valia a penas se você não tivesse dinheiro. Soube na pele o que foi sofrer e isso o fortaleceu, o deixou duro na queda - não só ele mas como também seus pokemons se tornaram bem mais poderosos.
'
Conseguia muito dinheiro dos oponentes, era fácil se seus pokemons eram bem mais fortes que os da média. Conseguiu muito capital sozinho, e logo se tornou uma espécie de andarilho milhonário. Teve problemas com um certo Weepingbell do qual precisou se livrar, mas isso não o abalou. Ele cresceu rápido, espichou bastante no seis anos que se passaram. Nunca olhou pra trás, se tornou um rapaz inteligente e atraente para as jovens humanas. Ficou um pouco famoso em seu continente, mas para não ser confundido com o jovem desaparecido Kenedy, usava agora outro nome, Kenny. Usava seu farto dinheiro principalmente para cuidar de nós, mas ele também gostava bastante de se cuidar...


- Erm, Persian - disse o ex-Rocket - É impressão minha ou ele é... Diferente dos demais rapazes?
- É, ele parece uma menina às vezes.
- E isso tem um motivo?
- Provavelmente a criação dele. Mas o estopin tem um nome... Trevor.
- Hã?
- Erm, deixe pra lá. Quem sabe em outra oportunidade? - riu sem graça.
- Ele é mesmo um garoto e tanto... Vejo o jeito que ele trata as pessoas, as vezes pode ser um pouco rude, mas só quer o bem de quem está eprto dele. Ele deve dar muito carinho a vocês...
- É... Kenedy merece ser uma pessoa muito feliz...
- Também acho. E será se você ficar ao lado dele, nao importa no que seja! - começou a por um pouco de si na sentença - Seja leal a ele, Persiam... Por muito tempo fui fiel aos meus treinadores, e sempre serei, seja onde estivermos.
- Só espero que tudo isso acabe bem.

Observaram os humanos finalizando sua reunião lá embaixo, cumprimentando-se e conversando. Parece que eles estavam resolvidos. Os dias seguintes seriam muito fatigantes, e determinantes na história de todos nós. Mas estávamos prontos... Tecnicamente prontos. Ainda ia acontecer muita coisa, e já não poderíamos recuar agora!

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Mensagem por Bakujirou Dom 22 Nov 2009 - 21:32

Estamos nos momentos decisivos... Os preparativos do armagedon do mundo está apenas no começo... Como a protagonista vai estar, assim que ela estiver prestes a convocar Lugia? Porque o Ho-Oh está tão zangado?

...E, quem ou porque ele ficou assim? Teria algum motivo, será que ele iria dizer o que o levou a tal ato? (/MomentonovelaOFF)

A fic está ótima, não perdeu nenhum brilho sequer, desde o primeiro post, do prólogo até aqui... As cenas que se sucederam, os vários momentos de interação das persongens e até um conto de um dos treinadores (fiquei contente em ler este conto...) fez parte deste capítulo grande, mas cativante... Espero ansiosamente pela continuação deste capítulo....

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Mensagem por .Korudo Arty. Seg 23 Nov 2009 - 21:09

Demorei quase meia hora para ler o prológo e os dois primeiros capítulos. Sua Fic é gigantesca, em duas páginas a sua tem um prológo e quatro episódios, a minha Fic em uma página tem 12 Capítulos, mas mesmo assim, sua Fic é ótima, perfeita e uma pergunta: O que é LEGO? Só que na minha opnião, seu prológo falou muita coisa, mas mesmo assim gostei dela (tenho onze anos e não tive problemas em ler) também dou créditos ao seus desenhos ajudam a descrever a Fic, parabéns!!!
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Mensagem por Kirehana Yurika - Nanda Seg 30 Nov 2009 - 20:06

Spoiler:


Nota da Autora: Percebi que se não superasse essa "frescura artística" de não conseguir escrever na casa dos outros, esse capítulo não sairía tão cedo. Aqui vai a continuação do capítulo 10, espero que possam aprecia-lá. O capítulo está relativamente curto, isso porque quero preservar bem as melhores partes e escreve-las com bastante calma. Boa leitura!

Capítulo 10 - O Perigo que Nos Espreita (Parte 2)

Após um dia exaustante, não merecíamos nada menos que um descanso digno: de manhã estávamos presos na Passagem de Gelo, enfrentamos uma guerrilha a tarde em Goldenrod e havíamos madrugado na Tin Tower. Nenhum de nós acordou antes do meio-dia, e eu ainda acho é pouco. Fui lentamente acordada com uma mão forte alisando carinhosamente as maçãs do meu rosto, seguido de um doce beijo de lábios grossos e quentinhos. Ao abrir os olhos, Kevin sorriu de forma ingênua para mim:

- Kevin, seu doido! - me sentei na cama, cobrindo meu corpo com o fino edredon - Se te pegarem no meu quarto, vai ser perigo na certa!
- Tenho certeza que já enfrentou situações piores... - sorriu largamente.
- Humph... Pode até ser. Mesmo porque, neste caso, acho que a maior ameaça aqui seria você... - sorri, erguendo uma das sobrancelhas.
- Então eu sou perigoso pra você? - riu - Em que sentido?

Apenas sorri e nos encaramos em silêncio. Certas perguntas não precisam de resposta. Quando vi que nossos rostos se aproximavam e nossos olhos se fechavam de forma inconsciente, meu coração disparou com o toque que estaria por vir. Nossos lábios trocaram um biejo longo e singelo, até inocente considerando o tamanho da nossa paixão. Talvez ainda estivéssemos confusos devido a outros sentimentos... Sensações estranhas que formavam um coquetel de ansiedade e inquietude, e principalmente o medo do fracasso...

- A partir de agora, estarei para sempre ao seu lado, Juri... - ele dedilhou novamente o meu rosto, com nossas faces a um palmo uma da outra - Nunca fui exatamente uma pessoa de muita presença em sua vida, mas quero que saiba o quanto você é importante pra mim. Por isso não pensei duas vezes antes de acreditar e embarcar na sua causa...
- Kevin... Tenho em você toda a energia que preciso pra superar qualquer medo. - criei coragem e o abracei - Aposto como você também me viu, por muito tempo, como uma garotinha que tinha medo do mar... Mas sinto exatamente o mesmo sentimento por você, Kevin... Também quero muito fazer parte da sua vida.

Ele sorriu em meus ombros e apertou nosso abraço. Em outras circustâncias eu estaria morrendo de vergonha... Não é todo dia que eu abraço um rapaz de peito nu usando apenas um top vermelho e uma minissaia - sem esquecer o Wave Bell, claro. Minha mãe teria um troço se me visse ali, praticamente seminua na cama com um homem... Não te dei liberdade pra ficar de libertinagem no mundo, menina!

Claro, eu não poderia ficar ali para sempre (infelizmente). Mais tarde, nos dirigiríamos a Taiko Hall, um lugar bem específico e característico de Ecruteak. Por ser o ponto de maior referência religiosa do continente, a Taiko Hall era presença na cidade: lá eram realizados os festivais e cerimônias religiosas, embalados pelo ritmo e batuques envolventes da dança Taiko. Aquele também era como o sub-QG dos seguidores Unkws, uma vez que os pupilos que realizavam todas as celebrações taiko dali. Aquele era praticamente o lar deles.

A Taiko Hall era praticamente o maior prédio urbanizado de Ecruteak. Sua ala principal era um enorme saguão redondo, torneado por janelas circulares de madeira similares a escotilhas com uma abóbada baixa de contornos suaves adornando o teto. Atrás do saguão haviam outros três menores, formando os cômodos dos fundos do lugar - acesso permitido apenas para pessoal "da casa". Quando adentramos o prédio, nossa sensação era de estar num mundo totalmente diferente. A pouca iluminação vinha das pequenas janelas. A fina esteira de bambu se estendia por 2/3 do salão - o resto era ocupado por um firme palco montado nos fundos, com cortinas e tudo mais, com grandes tambores de taiko localizados nas extremidades. As almofadas quadradas de veludo roxo posicionadas no chão ficavam nas extremidades do salão, abrindo um caminho solene de encontro ao palco: o centro daquele universo.

- Achei que nunca viriam. - disse Kei, sentada na borda do palco, sutil como sempre - Já estava ficando com entediada.

Eles estavam nos esperando no saguão. Diferente de Kei, os demais pareciam bem pacientes. Ainda com os trajes... Normais.

- Acomodem-se, por favor. Precisamos conversar mais. - disse Kouji. Meu deus, a gente ainda tinha coisa pra falar?
- Antes, queria saber uma coisa. - Tania ergueu o braço, sentada numa almofada proxima do palco.
- Sim?
- Por que vocês tiveram que se vestir assim?
- Bom, é como um padre. - disse Zeki, o ingênuo gêmeo; sorrindo - Ele não usa batina em tempo integral.

Bom, até que fazia sentido. Mas como Kouji mencionou, ainda tinha algo a ser especificado.

Quando Ho-oh descendesse os céus, o que aconteceria? A verdade é que, protegido no centro das Whirl Islands, descansava seu meio de reiniciar a vida no continente. E não era Lugia... Aliás, uma da razão deste deus estar justamente nas Whirl Islands é o fato dele também ser o guardião deste lugar. Sim, um lugar, mais exatamente um templo. O Templo da Vida, que só podia ser invocado das águas marinhas pelos deuses Ho-oh e Lugia, era o foco do deus criador. Ao tomar seu controle, Ho-oh poderia iniciar o processo de reciclo da vida em Jotho. Nenhum humano jamais chegou ao Templo da Vida, já eram raríssimos os que sequer haviam visto vagamente seu guardião.

- Quando Ho-oh vier, ele sairá da Tin Tower e partirá em direção das Whirl Islands. - prosseguia Kouji - Isso pode levar 4 horas ou 4 segundos... Depende do tamanho de sua ira.
Que não é pouca, eu diria...
- Eu imagino - foi o que eu realmente disse - Mas, vocês acham que este momento está tão próximo assim?
- Perigosamente próximo. - disse Koikaze, bem ao meu lado, sentada com as pernas cruzadas - Acredite... Nossa inquietude começou com o desaparecimento misterioso e repentino do Clear Bell.
- Bom, senhorita Juri... Quando estiver pronta, poderemos começar. - disse Yue, o gêmeo ''sensato".
- Pronta? Para o que?
- Já esqueceu? Aff... - Kei, de forma arrogante - A energização do Wave Bell. Você terá que batalhar contra todos nós.

Recapitulando: eu não sabia, mas o Wave Bell identificava a aura de cada treinador que eu combatia. Conforme ele reconhecesse as auras dos seguidores Unkws, ele os aceitaria para a realização do ritual mais para a frente. Bom, eu tive que me preparar - não seria fácil derrotá-los por mais que cada um tivesse apenas um único pokemon. Começaram então os preparativos... Morty, que estava atrás das cortinas, ativou um sistema que abria a abóbada e deixava o lugar sem teto, com apenas o céu como limite. As amofadas foram isoladas ainda mais nas extremidades, deixando muito espaço sobre o chão de bambu. Quem não participasse da batalha, apenas a observaria sobre o amplo e resistente palco. Até Entei nos observaria, sentado ao lado de Haruhara de forma solene. Estava ficando tão nervosa, afinal, não entendia exatamente o porque daquilo... Mas Kevin, com seu jeito tão tranquilo e centrado, facilmente me acalmou... Sim. Afinal, aquilo não seria nada comparado ao que estava por vir.

- Seremos seus primeiros oponentes, senhorita Juri. - disse Yue, fazendo uma pequena reverência.
- Pode ter certeza que não daremos nada que nosso melhor. - disse Zeki, decidido. Não sei se concordava ou não...

Seus oponentes eram eu e Kenny. Decidimos usar Feraligator e Charizard neste combate, nada menos que nossos pokemons mais fortes. Os quadrúpedes eram pequenos comparados a eles, e isso lhes dava a vantagem da sagacidade. Feraligator rugia e corria de um lado para o outro, como uma presa atrás de sua veloz caça. Juntos novamente diante do portão, Espeon encurva o corpo empinando-o para trás. Seu corpo emite um rápido brilho branco e os dois são circundados por um cinturão de esferas de energia roxa, que girava rapidamente ao seu redor. Aquela era a representação física do golpe Reflect, que magicamente aumentara a resistência de ambos a danos físicos.

Isso preocupou a mim e a Kenny. O Umbreon já era um pokemon naturalmente dotato de grande resistência física, depois daquela ajuda seria difícil machucá-lo. Charizard várias vezes errou o alvo do seu Flamethrower (certa vez quase chegando a nos atingir) e Feraligator sentia cada vez mais vontade de prender aqueles dois entre seus afiados dentes. Dentre tantas brechas abertas pelos dois, Espeon consegue usar seu outro ataque, Light Screen - que formara outro cinturão, desta vez com esferas esverdeadas. Agora estavam ainda mais difícil causar-lhes danos por movimentos especiais.

Durante todo esse período, sempre que tinha a oportunidade, Umbreon fechava os grandes olhos vermelhos e se concentrava, com uma misteriosa energia sendo concentrada em seu corpo negro. Espeon, um pokemon de baixas defesas, agora se tornara bem resistente. Mas meu medo era de Umbreon, que agora se tornara uma fortaleza. A tática deles era reforçar seus pontos fracos para, juntos, tornar-sem invencíveis. O Psychic de Espeon pareceu atormentar até os espectadores. Irritados, os pokemons ganharam forças para atingi-los, com suas rajadas de água e fogo.

Feraligator encarou Umbreon nos olhos. E energia que ele armazenara todo esse tempo agora seria liberada: usando os poderes obscuros do seu Payback, Umbreon usara todo o potencial desse ataque 2x mais forte após atingido atirando-se com toda a sua força sobre Feraligator. Com vários Curses seguidos, seu ataque e sua defesa (já bastante reforçada) ficavam cada vez mais elevados conforme ele usava esta técnica. Ao liberar 100% da sua força, esta fora tamanha que atirara Feraligator contra a parede, quase a desmoronando.

Gritei por ele. Feraligator com dificuldades se levantou, mordendo os lábios e um olho ferido. Charizard grunhiu de forma assustadora em seguida rugira para Umbreon, que encolhera-se assustado. Foi seu erro baixar a guarda. Seus braços eram curtos, mas Charizard conseguia com destreza realizar movimentos como socos e tapas. Avançando sobre Umbreon, conforme o efeito das defesas de Espeon acabavam, o negro pokemon recuava com dificuldades para desviar dos golpes do feroz dragao de fogo, ora tentando acertá-lo com golpes lutadores e ora tentando morde-lo com suas presas esfumaçantes de ira.

Espeon usara seu Recover, e se tornara saudável como se nada tivesse acontecido. O olhar indiferente do oponente gerou uma cólica descomunal em Fera. Charizard acertara seu alvo, e ao quebrar o efeito das barreiras com o Bick Break, Umbreon pode até sentir o peso de suas mãos forçando-o para trás. Ecomo doeu. Espeon desesperou-se ao ver as correntes se desfazendo. Umbreon abriu a brecha: Charizard o segurou pelas patas e, como um foguete, ascendeu os céus sobre ele - até sumir de nossa vista. Feraligator correu em direção de Espeon sobre 4 patas, urrando e grunhindo como uma besta selvagem. Espeon, a vítima, ficou paralisado. Feraligator abriu os dentes, e quando isso aconteceu, nós apenas fechamos os olhos e ouvimos o grito desesperado do quadrúpede, preso e ferido entre as presas vorazes de um Crunch predatório.

Instantes depois, silêncio. Feraligator apenas ergeu-se e olhou alguns instantes o Espeon desmaiado e ferido diante dele, como se acordasse de um estranho transe. Em seguida, um enorme impacto! Charizard usara seu Sesmic Toss e atira Umbreon contra o chão, chegando a abrir um pequeno buraco ali, mesmo com a esteira de bambu "amaciando" a queda. Ambos estavam nocauteados... Foi uma luta difícil. Felizmente, para mim, as seguintes seriam mais simples.

Com o apoio de Roy, a batalha contra os percursionistas foi até moderada. Pigeot teve que tomar cuidado extra contra Glaceon, um pokemon tão rápido e poderoso que eu mesma já havia presenciado suas habilidades. Leafeon, o maior de todos os eevees dali, era quase um pokemon selvagem: sempre atento aos movimentos de seus oponentes, principalmente Pigeot. Absol saía no tapa contra os dois, conforme Pigeot sobrevoava o lugar esperando o momento exato para atacar. Em determinado momento, Absol pareceu estar cantando... Conforme a batalha se desenvolvia, já com todos muito feridos, Roy ordena:

- Juri, retire seu pokemon!!
- Mas, Roy!
- AGORA!!

Apenas o obedeci. O efeito da Perish Song foi imediato. Uma escuridão inexplicvável tomou conta do lugar, de forma que o Sol pareceu escurecer e se esconder entre as nuvens. Até levei um susto diante deste rápido cenário apocaliptico. Então um uivo rouco que trouxe a luz de volta àquele recinto: diante de nós, os pokemons caídos no chão, sem forças para manterem-se de pé. Era um ataque bastante eficaz porém, conhecendo Roy e seus pokemons, não acredito que o usasse em muitas situações. Imagino se esse golpe era proibido em alguns continentes...

Eu e Tania não tivemos dificuldades contra Rin e Nayru. Sudowoodo espantou a todos do jeito que dribava as rajadas aquáticas e geladas de Vaporeon, que apesar de grande, ficava bem desengonçado com os pés em terra-firme. Em certo momento, cheguei até a ter pena dessa até injusta desvantagem diante das evasivas eficientes do meu pokemon-borracha. Alguns golpes de pedra como Rock Slide e Petal Dances da Meganium e nós saímos vitoriosas. Apesar da pobre não conseguir se manter de pé depois de tantos ataques seguidos, caiu tontinha a coitada... Tania a abraçou pelo pescoço com carinho, elogiando-a pela boa batalha.

- Kei... Se, por alguma razão, você tem algo contra mim - disse, com coragem - Está na hora de acertar nossas contas.

Ela nada disse. Faria seu jolteon falar por suas palavras rudes. Sua derrota foi humilhante, mas creio que ela ja a esperava... Permaneceu de cabeça baixa durante todo o confronto. Golem nem sentiu os arranhões, patadas, mordidas, quanto mais os espetos afiados e as descargas elétricas de Jolteon. Ele desviou em boa parte dos Rollouts, mas conforme Golem ganhava mais velocidade, isso foi ficando cada vez mais difícil... E só parou quando o pokemon fora derrotado, jogado com o corto fragilizado no chão.

Kei e eu nos encaramos em silêncio. Uma brisa fria bateu sobre nós, climatizando aquele ambiente. Mas conforme os segundos passavam, a brisa foi ficando cada vez mais forte, chegando a escancarar os portões e abri-los com força contra as paredes. O Wave Bell começou a se aquecer, e lentamente começou a levitar diante de mim. Ficando na altura do pescoço, ele já emanava uma luz azulada, que ficava cada vez mais forte, até emitir uma grande explosão de energia. Continuou brilhando por um tempo, como uma luz de neon. Com certeza, uma nova e diferente energia girava ali dentro... E pude sentir quando ela me energizou quando a toquei, sentindo meu corpo energético e vívido.

Percebi uma movimentação vindo da minha frente. Quando ergo a cabeça, vejo o grande e forte corpo de Entei saltando da ponta do palco, pousando com precisão a poucos centímetros de mim. Achando que ele fosse me atacar, por algum motivo desconhecido, apenas gritei e me atirei no chão. Ele deu alguns passos e ficou sobre mim, parado, inerte... Com uma postura ereta. Seus olhos estavam negros, como se nada tivesse neles, ou mesmo como se seu próprio corpo fosse oco. De repente, eles se enchem com um bilho amarelado. Entei acabara de entrar em transe, e caminhava com passos largos em direção ao portão.

Morty, os monges e os demais estavam catatônicos. Este se levanta, gritando para mim, de forma violenta mas no fundo desesperada:

- Juri, siga-o!! Por mais que ele fuja, não o perca de vista!!
- O que está acontecendo?!

Muito movimento entre os Unkws. Uma faladeira sem parar. Haruhara falava coisas importantes para meus colegas Kenny, Tania, Roy e Francine - mas sua voz, apesar de grossa, não me atingiu como a de Morty o fez:

- Este estado de transe, eu já vi isso antes! Estava na profecia citadaspelas Aves Lendárias!
- E o que isso quer dizer?
Ele me segurou pelos antebraços, que praticamente sumiram em suas maos grandes e adultas. Me virou para a direção do portão, o qual Entei logo atravessaria:
- Juri chegou o momento. Ho-oh será invocado.
- O QUÊ?! - gritei, arregalando os olhos.
- Não há tempo para se ter medo, criança! - me empurrou com força, me impulsionado a correr atrás de Entei - Vá para lá e faça sua parte, você saberá o que fazer!! Eu se seus amigos cuidaremos de tudo!!

Quanto mais eu distanciava mais alto ele gritava. Entei assustava as pessoas em seu caminho, e seu passo lentamente acelerava. Ele estava correndo determinado em direção da Tin Tower, que começava a adordar o belo por-do-sol no horizonte cheio de montanhas. As pessoas corriam horrorizadas, algumas se atiravam no chão a rezar, outras o profanavam e expalhavam gritos de idéias apocalipticas. Eram inflamados e exagerados, mas estavam certos. Eu apenas corria...

Corria com todas as minhas forças. Minha adrenalina e o espírito do Wave Bell me deram forças para não parar, para não temer. Eu devia estar pensando em tudo que ocorreu nestes ultimos dias, desde o dia que eu saí de casa até o exato momento. Mas essa corrida começara realmente a muitos anos atrás, quando eu ainda estaria para vir ao mundo. Aquela corrida para impedir Entei era por todos que estariam prontos para entrar na história conosco naquele dia... E aquele dia era o Dia do Juízo Final.


Última edição por Sir Bakujirou S. em Dom 26 Dez 2010 - 0:47, editado 1 vez(es) (Motivo da edição : editado)

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Mensagem por Bakujirou Seg 30 Nov 2009 - 20:59

O que vai acontecer com a Juri? E, como será que o Ho-Oh fará o seu grande aparecimento? E Entei? O que acontecerá com ele e o trio de cães lendários?(/MomentonovelaOFF)

Eu continuo a ficar cada vez mais animado com cada capítulo lançado... as cenas, mesmo pequenas, são muito boas. Percebi que tem alguns erros neste capítulo, mas não comprometeram em nada na fic... Estou MUITO ancioso pra ler o próximo capítulo, boa sorte com a fic!

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