Pokemon Shining Crystal - O Dia do Juízo Final
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A Fic já passou da metade. O que você está achando até então?
Re: Pokemon Shining Crystal - O Dia do Juízo Final
- Spoiler:
- Bom dia!
Gostaria de agradeçer a todos os leitores que estão acompanhando a fic, desde o prólogo até os que tem acompanhado um pouco mais recentemente.
Já são mais de 1000 visitas com uma média de 168views por capítulo! Mais uma vez, muito obrigada a todos! ^^
OBS.: O Capítulo 7 poderá sair amanhã ou no sábado
Nota da Autora: Este "fragmento" de capítulo é um pouco menor que os outros, apenas para não acabar fazendo um capítulo GIGANTESCO. não há ocasião melhor para comemorar as mais de 1000 visitas do forúm do que a estréia do Capítulo 7. Muitos mistérios começam a se encaixar, e a partir de agora a fic vai seguir um rumo constante de encontro ao seu clímax. Divirtam-se!
- Músicas disponíveis:
Fuun! Pachi no Sensei - TaikoNoTatsujin DS Soundtrack Outra música derivada de TaikoNoTatsujin DS, também gravada de forma amadora.
Capítulo 7 - Mahogany em Fúria (Parte 1)
Aquele monstro com facilidade ocupou cada perímetro abandonado daquela barreira. Uma sinuosa e retorcida árvore crescia em seu casco rijo coberto de espinhos e musgos. Sua pele era dura e ríspida, vista apenas pelas suas pernas pulando para fora de sua armadura natural. Espinhos brotavam do lado de seu curto pescoço, e a protuberância em forma de bico rugia com toda a sua fúria, com os olhos amarelos e assassinos fitados em nós. Meu pokedex apenas lhe dera um nome: Torterra. E mais nenhuma informação...
- Como é, garota, amarelou? - sua treinadora posou de poderosa, sorrindo ao me desafiar - Tá com medo do meu possante?
Enquanto ela falava, uma obscura e misteriosa sombra se erguia por trás dela e seu pokemon. Não tinha formato determinado, era apenas comprida e tinha longos braços com pequenas garras afiadas. Enquanto o pânico me deixava sem movimentos, a sombra inseriu sua mão por dentro do bolso onde estava o Wave Bell, tirando-o de lá como se fosse real, tátil.
- ... Mas que diabos?! - ela se espantou, ao ver o Wave Bell sendo tomado de volta - Que-quem é?!
- Apenas alguém que acha que não deve tirar dos outros o que não lhe pertence...
Morty surge por trás, cercando-a com seu Gengar que usara Shadow Sneak para vasculhar sorrateiramente nos bolsos da garota. O fiel Gengar entrega o Wave Bell nas mãos de Morty, que começara a caminhar lentamente na direção da garota - e pelo jeito que a olhava, não pretendia deixá-la escapar.
- Não chegue mais perto!! - ela exclamou. Seu Torterra rugiu de forma direta para Morty, como se fosse atacá-lo; mas Gengar entrou em sua frente para protegê-lo caso fosse necessário, encarando o bichão com seu urro fantasmagórico.
- Você não tem jeito de quem roubaria este artefato sem saber do seu real valor. - disse Morty, querendo revelar a identidade da ladra, até um pouco mais agressivo e diferente de como costuma agir - Quem é você e o que quer?
- Cuide de sua vida, velho!
Quando ela disse isso, segurava um vidro minúsculo vermelho, com algum tipo de conteúdo líquido no interior. Ao jogá-lo com força no chão, uma explosão de fumaça vermelho-sangue se expalhou pelo lugar, inundando nosso campo de visão. Acabamos por inalá-la um pouco, e tossimos com força para evitar que ela invadisse nossos pulmões. Ela se dissipou rapidamente mas, como num passe de mágica, a menina sumira diante de nossos olhos, como se tivesse sido teleportada para longe.
- Aquela - tosse, tosse - Vadia, cof, tentou roubar meu Wave Bell!!
- E teria o feito se eu não tivesse aparecido. - disse Morty, sério - Juri, precisa ter cuidado com isso. É um objeto precioso demais para cair em mãos erradas.
- Mas como eu ia saber que tinha gente atrás dele?
- Não tem que saber, apenas cuidar dele!
Eu fiquei calada, ressentida pelo modo que ele falou comigo... Arrependido de usado aquele tom de voz, ele suspira longamente.
- Me desculpe, Juri. Mas eu fiquei preocupado...
- Eu entendo... É mesmo uma grande responsabilidade.
- Apenas me prometa que não dará novas chances, ou que abrirá a guarda novamente desse jeito...
- Eu prometo. Isso não se repetirá...
Morty depositou sua confiança em mim, e tocou no meu ombro como um sinal disso. Sorriu e então viramos em direções opostas, cada um seguindo o seu caminho...
... Mas enquanto isso, num lugar distante e desconhecido:
- Sim, chefe, eu me encontrei com ela... Eu quase consigo, mas aquele monge idiota conseguiu tomar ele de volta! Mais um pouco e eu poderia estar presa... Eu sei, eu sei! Já conheço essa sua ladainha... Sim, ela está indo em direção à Mahogany. Ela tem um pokemon voador como montaria, então suponho que esteja chegando em torno de algumas horas... Provável que esteja levando o cão lendário consigo. Muito cuidado nessa hora, viu? Os pokemons parecem mesmo acreditar nela... Claro, claro, haverá outras oportunidades... - mudou o tom de voz - Aah, não fala assim, sabe que me derreto toda quando você fala desse jeitinho sexy!... Eu também mal posso esperar pra te ver de novo... Claro, negócios acima de tudo. Manterei contato. - desligou o telefone móvel - Essa moleca tá no papo...
- - - - -
Mahogany era uma cidade carregada por uma misteriosa aura. Chegando lá, nota-se uma leve mudança de temperatura, suavemente mais fria. Era pequena, pude vê-la quase completamente ao simplesmente virar a cabeça a 180°. Era também silenciosa, com poucas pessoas nas ruas ainda não paviementadas, trajadas de forma tradicional conforme os fortes costumes religiosos daquela região. Todos me olhavam com desconfiança... Tão isolada que nem Loja de Conveniência tinha, apenas um pequeno centro pokemon. Era como se eu tivesse feito uma viagem no tempo...
Notei que uma comprida rota se estendia na parte norte da cidade. Algumas pessoas, nativas de Mahogany ou não, partiam naquela direção. Decidi que exploraria aquela parte mais tarde: o ginásio estava aberto e não havia tempo a se perder.
Parecia que tudo naquela cidade girava em torno do misticismo... Tive certeza disso assim que entrei no Ginásio de Gelo de Mahogany: uma imensidão branca, que até me doeu os olhos quando a adentrei. Alguns metros de piso similar a metal e depois, um amplo lago congelado se estendia diante de nós. Quatro circulos abertos em cada extremidade do lago permitiam acesso a gélida água sob a espessa camada de gelo. E, cortando-o ao meio, um caminho de neve profunda. Para manter todo aquele ecossistema ártico, eram necessários cerca de dez pontentes condicionadores de ar, cinco em cada lado do ginásio. Apesar disso tudo, fiquei vislumbrada com tanto gelo e poderia afirmar que, de longe, aquele seria o ginásio mais bonito que eu veria em minha jornada.
Estava extremamente frio, me abracei ao corpo a fim de preservar o calor dentro de mim. Ao forçar um pouco os olhos, vi uma figura humana camuflada na parede branca sob ela, uma vez que estava completamente trajada de branco. Só consegui ve-la porque ao seu lado estava um robusto Piloswine, bufando uma baforada de ar quente pelas ventas. A pessoa estava sentada, e confome me aproximava, pude sentir uma forte energia... Assim como sentira em Haruhara, em Cianwood.
- Bom dia... Eu vim pela insígnia.
- Ooh... Uma visita. Depois de tanto tempo, alguém veio a mim novamente... - ele sorriu de forma singela. Sua voz era calma e serena.
- Eu... Não sabia que Pryce havia abandonado o ginásio... - fiquei sem graça, com seu olhar pousado sobre mim, me olhando por cima das escadas que levavam ao seu assento de neve.
- Ele não o abandonou, apenas se aposentou... Meu avô dedicou toda a vida pelo ginásio de Mahogany, mas agora está idoso demais para continuar batalhando. Minha mãe, Glacia, está em outro continente agora... Portanto, foi passada a mim a responsabilidade de manter o ginásio de Gelo.
Ele era tão... Tranquilo. Emanava uma aura tão intensa quanto a que senti de Haruhara em Cianwood... Mas era calma e serena. Ao invés de me intimidar, ele me tranqulizou com sua energia. Eu me senti tão bem ao lado dele...
Ele era um rapaz de feições bem escandinavas, lembrava até um pouco os gêmeos do dia anterior. Seus cabelos louros pouco se destacavam em sua pele pálida, onde olhos de um azul claro como o céu em geada me observavam entreabertos. Tinha feições mais adultas e desenvolvidas, apesar de seu corpo ser frágil e magro. Vários acessórios que usava o ajudariam a sobreviver naquele clima gelado, mas as finas luvas e sapatos cobertos por uma fina camada de pelos dificilmente aqueceriam seu corpo. Principalmente porque ele estava sem blusa!
Mesmo assim, o gelo não parecia lhe incomodar. Era como se toda aquela água congelada fosse viva, era como se todo o ambiente fizesse parte dele. Como será que ele aguentava?... Achei que a poderosa energia era bastante para semelha-lo ao outro, mas notei outros artifícios intrigantes: bolas me mármore adornavam seu pescoço em forma de colar. Trajava um longo casaco branco, decorado ricamente nas extremidades com bordados azuis, com uma estampa preta similar à tatuagem de Haruhara, até mesmo posicionada no mesmo lugar: em suas costas. Teriam eles alguma ligação?...
- ... Senhorita.
- Sim?
Ele desceu as escadas de pequenos degraus. Parecia surpreso, ficou bem próximo de mim.
- Isto em seu pescoço?... - tateou o Wave Bell.
- Não! Espere! - eu recuei instantaneamente, mas sem a intenção de acusá-lo de nada - Eu sinto muito... Ainda a pouco tive uma experiência terrível, e fui avisada para tomar muito cuidado com ele...
- Eu compreendo. Uma relíquea de tamanha importância deve ser mantida com sob os maiores cuidados.
- Você... Você sabe o que é isso?!
Ele fez um longo silêncio, seguido de um sorriso misterioso.
- Sim, eu sei. Este é o Wave Bell, o Gizo que invocará os poderes de Lugia.
- Lugia... - quando ele disse este nome, tive uma enorme sensação de DeJavú - Então... Este é o Pokemon Deus que seria invocado com este sino?
- O que será invocado.
- Será? - arregalei os olhos - Mas, o que você quer dizer com isso?
Novamente, o misterioso sorriso.
- Me responda, por favor! Este tempo todo, o que eu mais quero é saber o que realmente está acontecendo!...
- Terá a resposta se subir a rota acima da cidade. - apontou para a mesma estrada, que podia ser vista da janela por trás dele - Eu não posso falar nada, por enquanto... Eu sinto muito. Mas...
Ele pegou em minhas mãos. Senti como se minha angústia passasse completamente. Seu toque era macio e quente para quem passava horas naquele lugar gélido. Eu corei neste momento, e o calor das minhas bochechas aqueceu um pouco meu rosto. Ele estava perto, bem perto de mim, e me olhava bem fundo nos olhos - quase como se não conhecesse os limites de aproximação das pessoas. Quase como se... Não estivesse acostumado, a ser humano talvez? Era quase como se ele não fosse humano...
- Saiba apenas que estamos ao seu lado. Todos... E nós três... Serviremos a você e a Lugia fielmente, senhorita Juri. - ah. Mais um que sabia meu nome.
- Mas... vocês quem?... - eu disse, com o nariz ardendo e os olhos brilhando, com o desespero crescendo dentro de mim.
- Não chore... Vai encontrar suas respostas.
Ele se aproximou de mim e me abraçou, me cobrindo com seu manto branco e em seus braços fortes. Aquele abraço era muito mais do que aparentava. Era cheio de energia, de vida, de carinho, de amor... Era quase como se nos conhecêssemos a muito tempo. Eu estava começando a não achar aquilo mais tão assustador...
- O nome... - ele sussurrou em meu ouvido, com sua voz profunda - É Yagazami...
- - - - -
- ... Então, você achou ele estranho, hein? - disse Entei, enquanto conversávamos no mato alto.
- Sim. Como um homem de Cianwood, o líder do ginásio... Você chegou a vê-lo no festival? Um homem muito grande, forte... Você é um pokemon lendário, saca bem desses lances de energia espiritual e etc.
- Se adianta de algo, digo que conheço essas pessoas. Tanto Haruhara quanto Yagazami...
- Mesmo?! Mas então, quem são eles, Entei?
- Se eles não falaram até agora, não cabe a mim falar.
- Mas como assim?! - quase explodi de raiva - Como você os conhece?! Que tipo de elo os liga?!
- ... - silêncio. Seu rosto se modificou e formou alguma expressão, algo parecido com um sorriso debochado.
Mas esse Entei... Bom, pelo menos eu sabia que ele sabia de algo. Cruzei os braços e decidi encarar a rota acima de Mahogany, que era bem retilínea e com várias variações interessantes de terreno: havia um pequeno bosque aberto na metade do percurso, com algum lagos onde pescadores se reuniam para conseguir o pão de cada dia. Eu andava com Entei pela floresta, a fim de que não fôssemos vistos. Com o tempo, uma paisagem nova surgiu: um lago gigantesco! Era tanta água, tanta água, que quase se podia confundir com um mar. Lá haviam pessoas nas margens, algumas conversando, e outras ajoelhadas como se estivessem rezando... E também pequenas casas de madeira aos arredores da floresta. Percebi que aquele lugar era como um ponto de encontro para os habitantes de Mahogany, quase como se aquele lá fosse parte da cidade. Pedi que Entei ficasse ali, ou que se quisesse ir para perto do lago, que o fizesse com cuidado para não ser visto.
Me aproximei dos arredores do lago, conforme uma fina chuva começava a cair. "Lago da Fúria - O Templo de Água: Lar do Gyarados Vermelho", já dizia a placa. Gyarados vermelho? Interessante. Para quem mora no extremo sul de Jotho, o Gyarados Vermelho não passa de uma lenda urbana de Mahogany... Mas considerando a fé daquele povo, ele deveria ser mais real do que imaginávamos.
Tentei procurar algo que chamasse minha atenção, com meu olhar vasculhando entre as pessoas presentes. Assim que um grupo de treinadores se dissipou da minha frente, pude finalmente encontrar o que queria. Eram dois rapazes, adultos já; e bastante fortes também. Eles estavam ajoelhados para frente do lado, com as costas um pouco curvadas. Seus trajes por si só já chamavam a atenção, mas o que realmente me instigou foram as pinturas em suas costas: eram idênticas a tatuagem de Haruhara, apesar de terem sido pintadas à mão.
Ao lado do rapaz moreno e alto, estava um frágil Glaceon sentado de forma obediente e atenta. Ao lado do outro, um homem grande de costas largas e pele morena-escura, de cabelos e cavanhaque branco, estava um Leafeon de pernas e corpo forte. Estavam sentados de pernas cruzadas com os braços apoiados sobre os joelhos, como se estivessem meditando. Olhos entreabertos. Com cuidado fui me aproximando, só pra constatar que não estivessem ocupados rezando, também... Sim. Só podiam ser eles.
(Grafite. Eu sinto muito! D:)
Quando eu estava bem perto deles, Glaceon olhou para mim com aqueles enormes olhos azuis. Ele ficou de pé, emitindo um barulho similar a de um cãozinho querendo chamar a atenção do dono, recuando para trás de seu treinador. Este abriu lentamente os olhos azul-elétricos e, o outro rapaz fez o mesmo. Os olhos deste último eram assustadoramente verdes. Eles olharam em minha direção, por um bom tempo me observaram. Sem saber o que dizer, tentei puxar o assunto mais óbvio:
- Olá, eu- me silenciei quando vi eles se levantando - Sinto interrompê-los...
- Não está. - disse o rapaz de olhos eletrizantes - Você... É a senhorita Juri, correto?
- Sim... E eu queria saber se, se - aqueles caras grandes me olhando, com os punhos fortes firmemente fechados, como se estivessem prestes a me darem um soco, me intimidaram mesmo sem intenção - Se vocês são parentes do senhor Haruhara, coisa assim! - ri sem graça.
- Quase. Somos seus discípulos, senhorita...
- Discípulos?
- Creio que necessite de uma explicação. E talvez já esteja pronta para ela...
- Espero não estar interrompendo nada...
Uma nova voz surgiu, e era a de Entei no matagal atrás de nós. Os rapazes o viram e o cumprimentaram com a cabeça, em sinal de respeito. Aquilo estava ficando estranho demais...
- Não, não está. - disse o de cabelos morenos - É uma honra encontrá-lo, Entei. Cuidado para não ser visto, hein?
- ... Vo-vocês se conhecem?...
- Intimamente, se pode-se assim dizer. Entei tem uma ligação influente em nossa sociedade...
Ele estava prestes a terminar a frase. Um movimento surge, e vinha bem do centro do lago. A terra tremeu um pouco sob nossos pés, e ondas movimentam a água como se algo bem grande fosse submergir. A fera surge, com suas brilhantes e ricas escamas rubras como rubis molhados sob o Sol. O grande Gyrados Vermelho surgira das profundezas de seu lago, rugindo pelas suas enormes ventas e tremulando os longos bigodes dracônicos. Seu povo o recebeu com muitas graças e oferendas, saudando com palmas diante de sua eminência. O deslumbrante pokemon apenas os olhava, então começara a nadar livremente pelo lago.
Eu estava admirada. Ele era tão belo, majestoso, principalmente para um pokemon que era comumente relacionado à medo e horror. Devia ser mesmo muito poderoso, uma vez que os mahoganianos acreditavam em suas forças.
- É incrível... - disse o maior, sorrindo um pouco - Não importa quantas vezes eu o veja, sempre sinto o ar me faltando...
- Ele é mesmo uma criatura mística? - perguntei.
- Sim... É louvado como uma espécie de semi-deus. Mas seus poderes são misteriosos mesmo para nós.
- Então... Me digam. Quem são vocês?... - eu olhei para eles, séria. Daquela vez, não aceitaria um "não" como resposta.
- ...Muito bem, agora preste muita atenção, senhorita Juri. Vamos contar tudo nos mínimos detalhes.
- Estou ouvindo. - seria agora.
Entei darteou os olhos em ambos, ansioso para ouvi-los. Aqueles rapazes estavam diretamente ligados aos sacerdotes de Cianwood, e também à misteriosa Kei em Ecruteak. Eles eram a mais recente geração de seguidores da mais antiga religião de Jotho, os Unkws.
Tudo começou quando os humanos deram seus primeiros passos no continente. Sedentos por saber de onde vieram e para onde iam, passaram a crer nos ensinamentos registrados nas antigas Ruínas de Alph: por meio do dialeto ensinados por Pokemons conhecidos como Unowns, os humanos primitivos originaram a raiz de todas as religões de Jotho. Mas esta raiz fazia parte de uma árvore repleta de ramos, e lentamente seus seguidores começaram a se tornar cada vez mais raros...
Pouco a pouco eles perduraram pelos anos, expalhados pelos continentes e com cada vez menos descendentes, que atualmente estão resumidos a números contados a dedo. E cada uma delas tem um papel fundamental na manutenção de sua crença Unkw: são três monges, dois percursionistas, dois sacerdortes, e três dançarinas. Cada um dos três últimos tipos tem um Mestre. Estes mestres ensinaram aos pupilos a arte de ser um seguidor e manter a religão Unkw por meio de seus ensinamentos específicos, tanto em percursionismo, misticismo ou dança. Combinados, estes eram os meios que eles tinham de manter suas tradições: o Taiko.
Eles guardam o segredo da criação e destruição, resumido e relatado no Mito - e guardavam todas as peças relacionadas à ele. E isso inclui o Wave Bell.
- Então... Tudo está neste Mito. - eu disse.
- Sim. Se compreender o Mito, comprenderá sua missão. - disse o maior.
- Então... Me contem!
- ...Temo que isso não possamos fazer. - disse os olhos elétricos - Não ainda. Acredite, não é algo simples... Tampouco desconsiderável. O Mito é a base para o que está prestes a acontecer em Jotho...
- Soube que Lugia será invocado para isto.
Eles arregalaram um pouco os olhos. Provavelmente não esperavam que eu soubesse disso.
- Sim, ele será. - continuou - E você terá que estar preparada para isso.
- Eu... Creio que sim. Senão, não teria sido escolhida pelo Gizo para isso. - eu o segurei em mãos, olhando sua pintura azul.
- Nós estamos ao seu lado, Juri. Os Unkws são seus soldados. Por muito tempo mantivemos o Mito em segredo, e vamos ajudá-la para que a sua e a nossa missão sejam concluídas com sucesso.
- Hummm... Tenho certeza que sim. - sorri - Agora que sei quem está do meu lado, me sinto... Tão mais confiante!
- Tem razão de estar, senhorita. - disse o grande - Não temos razão tampouco direito de duvidar da escolha do Gizo. Você é, sem dúvida, muito capacitada para isso. Nunca duvide de si mesma...
Eu sorri, rindo de forma singela. Eles também sorriram, pareciam felizes em me verem, afinal... Glaceon e Leafeon se aproximaram, eu até me assustei com o tamanho deste segundo! Parecia até que eles tinham a proporção de seus treinadores. Acariciando suas frontes, pude compreender então que a criação de Eevees estava também nas tradições dos Unkws, sendo que todos os que eu conheci até então tinham ao menos um companheiro desta linha evolutiva. Mas eu ainda teria muito a descobrir... E ao lado dos Unkws, que não eram apenas meus soldados aliados, mas também meus amigos; eu sabia que eu haveria com quem contar.
Mas era cedo demais pra achar que tudo estava bem...
Ouvimos do centro do lago um rugido forte de dor. Quando olhamos naquela direção, o Gyarados Vermelho estava cercado por homens em Jet Skis. As pessoas os atigiram com 3 grandes harpões cada um. Uma crueldade sem tamanho. E eu reconhecia aqueles uniformes... Eram capangas da Equipe Rocket! Sim, eram eles, só podiam ser eles - reconheceria aqueles uniformes negros de qualquer distância! Principalmente após o ocorrido em Azalea...
- São eles! - disse os olhos azuis, arregalando-os - Eles apareceram, afinal...
- O que tá acontecendo?! - exclamei, uma vez que eles pareciam entender.
- Fomos encarregados de seguir os passos da Equipe Rocket - disse o maior - Estávamos apenas esperando o momento que eles aparecessem!
- Mas porque?!
- Depois explicamos, temos que agir rápido! - disse os olhos azuis - Glaceon, vamos!
Ele me pegou e me pôs em suas costas muito rapidamente, era tão forte que me levantou como se eu não pesasse nada. Fiquei com medo, mas sabia que, por alguma razão, estávamos fazendo a coisa certa. Glaceon concordou com a cabeça, recuou bastante e saiu correndo em direção ao lago de forma destemida. Minha montaria fizera o mesmo, ganhando velocidade e correndo logo atrás de seu pokemon.
Quando vi que eles corriam em direção ao lago, apenas cerrei os olhos e gritei, sem a mínima idéia do que eles estavam pensando. Mas depois, notei que o rapaz continuava correndo... Não, ele não estava correndo. Estava patinando.
Glaceon, que corria em uma incrível velocidade diante de nós, abrira sua boca e usara a energia do seu Ice Beam para criar um constante caminho de gelo sobre o rio, e patinávamos sobre a mesma espessa e sólida camada formada a poucos milésimos de segundos diante de nós, tornando aquele um meio eficiente de se atravessar rapidamente o lago. O rapaz era veloz, e seu Glaceon mais ainda: usando a sola dos sapatos bem aderentes, nossa aceleração e velocidade eram constante. O outro e Leafeon nos seguiam logo atrás.
O lago era amplíssimo, mas estávamos indo com velocidade o bastante para agir em tempo. Gyarados submergiu, mas os Rockets o seguiram pela sua destacada silhueta sob a água. O rapaz notou como os pontinhos pretos no horizonte estavam ganhando forma, e teríamos que pensar rápido se quiséssemos impedi-los.
- Juri, use o Gizo!
- Mas!-
- AGORA!!
Logo eu entendi o plano. Só esperava que desse certo... Balancei o Gizo com vêemencia no ar, e Glaceon fizera uma curva neste momento a fim de que ganhássemos tempo. E teria que ser pouco tempo...
Mas enquanto isso, na outra margem do lago:
- Boa tarde, Jotho! - dizia Angela, olhando para a câmera que Pablo segurava firmemente nos ombros, gravando - Estamos aqui no lago da fúria, onde faremos um doucumentário especial sobre a aparição do Gyarados Vermelho. Como podem ver, está um pouco chuvoso aqui... Muitos em Jotho acreditam que esta criatura não passa de um mito, porém...
Neste instante, os pokemons respondem ao nosso chamado. Da água, começam a brotar, um por um, as feras das águas. Gyarados comuns, azuis e monstruosos, nos seguiam como se juntassem à nossa causa. Defenderiam seu líder com todas as suas presas dragonesas; cerca de 20 Gyarados em batalhão em prol do bem do seu mestre.
- Já diziam as lendas que AAAAAAHHHH!! - Angela gritou estridente ao ver que a câmera capturava aquela cena: um Glaceon formando um caminho de gelo com um homem e uma menina nas costas andando sobre ele e, quem diria, dezenas de Gyarados. Pra variar, a menina era EU - ... Pablo! Pablo, você filmou isso?! Vamos segui-los, rápido!! É um ataque da equipe Rocket!!
A multidão estava em pânico. Os Rockets haviam se dispersado em direções opostas, e metade do exército de Gyarados havia igualmente se dispersado em busca deles. Mas eles entraram com os Jet Skis nas margens e fugiram com tudo para dentro do mato, sumindo. Isso foi estranho demais... Por que eles atacariam o Gyarados Vermelho sem pokemons? Era quase como se não tivessem a intenção de captura-lo ou algo do gênero... Glaceon não podia parar no centro do lago, então nos levou à margem mais próxima, onde pude finalmente respirar...
- Ah... Aaah... - eu tentava dizer algo, ofegante - Mas... O que foi isso? Até agora não estou entendendo nada...
- Nem eu... Esse é o problema.
Os olhos elétricos examinaram o perímetro com muita desconfiança. E o mesmo fazia seu pokemon. Após momentos de silêncio, ouve-se outro rugido. Um rugido tão forte e intimidador que até o chão pareceu tremer de medo. Também era de dor, mas aquele rugido me era familiar... Terrivelmente familiar.
- Entei!! - eu gritei, com todo o pavor que meu corpo estava sentindo naquele momento.
- Era isso! Devíamos ter desconfiado, Kouji!! - exclamou o maior para os olhos elétricos, agora arregalados - Foi uma cilada!!
- E nós caímos nela... - Kouji despencou de joelhos no chão, apoiando-se nele com os punhos. Socou a terra com tanta força que até abrira um buraco no solo... - Como fomos burros, BURROS!!
Vimos um camburão preto e grande surgindo do mato, quebrando e atropelando tudo em sua frente. Por sorte não atingira casas e pessoas, mas fazia manobras e curvas em alta velocidade. Era lá que ele estava... Eu sabia que estava lá! Eles haviam capturado o Entei...
... Mas por que razão, por que motivo? Não havia tempo a perder. Naquela altura da minha jornada, NUNCA se havia tempo a perder. Apenas seguimos o camburão, correndo em nossas pernas humanas, movidas pela adrenalina. Não cansei, não bufei ou ofeguei. Estava sendo movida por uma força diferente agora. Ao chegarmos na cidade, para nossa surpresa, estava tudo no mais completo silêncio. Como se nada houvesse acontecido.
Olhamos ao redor afoitos, em busca de uma pista que nos apontasse o paradeiro de Entei. Vimos correndo em nossa direção Yagazami, seguido por dois Sneasels, abrindo espaço entre as poucas pessoas em seu caminho.
- Mestre Yagazami!! - disse Kouji, ofegante. Ambos, quase que em sincronia, se reverenciaram a ele. Como desconfiava... Ele era um dos mestres também.
- Não me expliquem nada. Eu soube de tudo. Pude finalmente concluir minha parte da investigação... - ofegou, como se o mundo ao redor sem neve ou ar-condicionado o sufocasse - Venham. Está aqui.
- Mas, o que está acontecendo?! Por favor, alguém me explique!
- Vou resumir pra voce... - o maior, cujo nome eu ainda não sabia - Temos acompanhado os passos suspeitos da Equipe Rocket, e temos tentado encontrar seu esconderijo secreto. Mestre Yagazami conseguiu localizar seu QG aqui em Mahogany, e por alguma razão, eles estão capturando os cães lendários.
- O quê?!
Eles haviam capturado Suicune e Raikou recentemente. Estavam os mantendo em cativeiro em seu Quartel General, para propósitos sombrios. A investigação era parcial, mas conforme fôssemos avançando, as respostas brotariam logo...
Nos aproximamos de uma mercearia da cidadezinha. Do lado de fora, um enorme pinheiro chamava a atenção, pois era alto e suas folhas eram vem vivas e verdes... Entramos sutilmente na loja, como se fôssemos simples clientes: mas eu não conseguia esconder meu nervosismo... Era um lugar muito simples, formado completamente de madeira - madeira boa aquela, deveria ser pinho ou mogno. Os poucos produtos estocados nas prateleiras eram ervas e alimentos ensacados - mas no fundo, contrastando com toda aquela rusticidade, um enorme armário entalhado em ouro rico em detalhes. Mas isso pouco me importou na hora... Meu deus, milhares de pensamentos loucos passavam pela minha mente! O que haveriam de fazer com ele?...
- Senhor Yagazami! - exclamou a velhinha, feliz em vê-lo. Uma jovem atrás dela, provavelmente sua neta, limpava alguns frascos com ervas dentro. Ambas vestidas tradicionalmente, conforme os costumes. A jovem corou ao ver o líder de ginásio... - Que honra recebe-lo em nossa humilde loja!...
- Boa tarde, senhora Kengou. Na verdade, eu não vim comprar nada...
- Oh... Então a que devo a visita?
Ele olhou para a moça, fixando-se nela por alguns instantes. Como se visse atravessando-lhe o corpo e enxergando-lhe a alma... Depois ficou bastante sério, franzindo a testa, com um olhar até similar a raiva. Como quem não havia gostado nem um pouco do que vira...
- ... Armário bom esse seu hein, senhora Kengou?... - se aproximou do armário de ouro, tateando-o as portas.
- Sim, é o tesouro da minha família! Tem estado aqui a gerações!... - disse a velhinha, empolgada.
- Se importa se... Dermos uma pequena olhada nele? - sorriu, como se não soubesse que melhor expressão pudesse usar.
- Oh... Bom, eu não sei... O que vocês pretendem, rapazes?
Yagami os chamou para a lateral direita do armário. Distanciou-se, e quando fez que "sim" com a cabeça, os dois fortes homens empurraram o pesado armário de ouro maciço completamente para a direção à sua frente, encostando-o na parede. Sob seus pés, um alçapão que levava a escadas de aço para o subsolo, com uma suspeita porta de chumbo protegendo o... "Porão" da mercearia. Fiquei boquiaberta! Seria aquele?...
- Gosta de proteger bem o seu estoque, não é, senhora Kengo?... - Yagazami sorriu novamente.
- Mas, mas, mas... - a velhinha ficou perplexa. A moça ficara tão surpresa que até deixara o vidro de ervas cair e espatifar-se no chão em mil pedaços - Eu não sei nada disso, senhor Yagazami!!
- Não precisa explicar nada... Vamos. - eu e os rapazes começamos a descer as escadas frias, como se aquele corredor nos levasse para um mundo completamente diferente daquele.
- Por favor, nos perdoe senhor Yagazami!! - a moça se apavorou, correndo em direção ao Mestre do Gelo, segurando-o pela gola do casaco, entre lágrimas desesperadas. Ele a olhava com indiferença, como se estivesse expondo agora toda a sua frieza - Nossa família é humilde, eles vieram aqui e nós não conseguimos mostrar resistência alguma!! Por favor, reconsidere!!
- ... Nós falamos sobre isto depois. - separou-a de seu corpo, empurrando-a sem agressividade pelos pulsos - Temos coisas importantes a cumprir...
Ela sucumbiu, ajoelhando-se no chão. A senhora ainda estava sem reação diante daquilo, tentava apenas tranquilizar a neta catatônica. Os Rockets tem dois atributos ótimos para formar um grupo terrorista de sucesso: crueldade com falta de escrúpulos, e esperteza. Dificilmente se desconfiaria que haviam plantado uma base secreta sob uma humilde mercearia de Mahogany... Mas agora eles haviam sido descobertos. E faríamos de tudo para que eles fossem desmascarados como os ratos sujos e imundos que são!! Eu não pegaria leve com eles daquela vez, NÃO PEGARIA!!
Última edição por Sir Bakujirou S. em Dom 26 Dez 2010 - 0:26, editado 1 vez(es) (Motivo da edição : editado)
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Re: Pokemon Shining Crystal - O Dia do Juízo Final
olha, uma dica pra quando usar um lapis/grafite claro e quiser eu o desenho seja visivel:
tente "tirar uma foto sem flash" do desenho(isso mesmo com uma camera) assim se tera a iluminaçao "udeual" para deixar o desenho visivel, porem ha dois problemas:
1- geralmente a foto sai em um angulo que desarmoniza o desenho
2-é bem capaz de sua sombra ou de qualquer outra coisa aparecer
geralemte faço isso quando desenho (principalmente pq minha scanner eh maluca e num funcionma toda hora) e quase sempre da certo
agora sobre o epi, realmente, meio curto comparado aos anteriores, porem a qualidade continua a mesma, ou seja, esta muito bom, (meio dramatica essa frase no final do epi)
tente "tirar uma foto sem flash" do desenho(isso mesmo com uma camera) assim se tera a iluminaçao "udeual" para deixar o desenho visivel, porem ha dois problemas:
1- geralmente a foto sai em um angulo que desarmoniza o desenho
2-é bem capaz de sua sombra ou de qualquer outra coisa aparecer
geralemte faço isso quando desenho (principalmente pq minha scanner eh maluca e num funcionma toda hora) e quase sempre da certo
agora sobre o epi, realmente, meio curto comparado aos anteriores, porem a qualidade continua a mesma, ou seja, esta muito bom, (meio dramatica essa frase no final do epi)
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Valorize o Português, afinal, é sua lingua oficial ^^
Terrazi- Membro
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Data de inscrição : 18/08/2009
Re: Pokemon Shining Crystal - O Dia do Juízo Final
ALELUIA tivi tempo de terminar de ler o capítulo! Estava ótimo, e que bom que o Feraligator conseguiu conquistar a Meganium... E acho que o pokémon que a menina irá usar contra a Juri será: Garchomp ou Torterra!^^ (eu acho que é)...
Até mais.
Até mais.
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God has a voice,
She speaks through me
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Re: Pokemon Shining Crystal - O Dia do Juízo Final
O que será que o silver wing tem a ver com os caras que apareceram no lago?
Porque eu percebi no desenho que cada um deles tinha um.
E já apareceram pessoas com Glaceon, leafeon, umbreon, espeon e jolteon.
Só faltam flareon e vaporeon. Tenho quase certesa que eles estaram com raibow wings.
O episódio está incrivel. Esse parece que foi o episódio mais importante até agora.
Porque eu percebi no desenho que cada um deles tinha um.
E já apareceram pessoas com Glaceon, leafeon, umbreon, espeon e jolteon.
Só faltam flareon e vaporeon. Tenho quase certesa que eles estaram com raibow wings.
O episódio está incrivel. Esse parece que foi o episódio mais importante até agora.
Tropius- Membro
- Idade : 28
Alerta :
Data de inscrição : 20/07/2009
Re: Pokemon Shining Crystal - O Dia do Juízo Final
Nossa, este capítulo é muito bom. Já sabemos quem seriam os tais dos treinadores de Eeveelutions e da organização deles.
As passagens sobre a cidade de Mahogany estão muito boas. Lembro-me de monastérios de monges budistas, da arquitetura caracteristica e tar.
Nunca imaginaria que Juri iria pro Lago da Fúria, até porque só tem um Gyarados por lá. Fiquei admirado em ler as novas passagens, revelando o que a Equipe Rocket faria num lugar tranquilo destes.
Fantástico, eu amo esta fic. *-*, Estou aguardando anciosamente pelo próximo capítulo danovela fanfic de Pokémon, com um enredo tão criativo e intrigante.
Edit: Notei que usou dois termos um pouco incomuns de serem lidos:
DeJavú - sensação de falimiar de algo que já conheceu ou já viu num outro lugar. Ter a impressão de ver ou sentir algo se repetir novamente.
Camburão - caminhão com caçamba.
As passagens sobre a cidade de Mahogany estão muito boas. Lembro-me de monastérios de monges budistas, da arquitetura caracteristica e tar.
Nunca imaginaria que Juri iria pro Lago da Fúria, até porque só tem um Gyarados por lá. Fiquei admirado em ler as novas passagens, revelando o que a Equipe Rocket faria num lugar tranquilo destes.
- Spoiler:
- OLHA, ME LEMBREI DA NOTÍCIA DE UM JAPONÊS QUE VIVIA NO ARMÁRIO HÁ ANOS, E NINGUÉM SUSPEITAVA DISSO! hiahiahaihaiahiahiaiha
Ele saia do ármario dum apartamento japonês, e assaltava a geladeira e retornava no esconderijo MEGA-SECRETO! hiahiahaihaihahia
Fantástico, eu amo esta fic. *-*, Estou aguardando anciosamente pelo próximo capítulo da
Edit: Notei que usou dois termos um pouco incomuns de serem lidos:
DeJavú - sensação de falimiar de algo que já conheceu ou já viu num outro lugar. Ter a impressão de ver ou sentir algo se repetir novamente.
Camburão - caminhão com caçamba.
Última edição por Sir Bakujirou S. em Ter 3 Nov 2009 - 16:39, editado 2 vez(es) (Motivo da edição : Editado...)
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Heir of Life
Confira:
Concurso participem! / Fic / One-Shots / indico uma fic que resgatei / indico Fic de meu amigo
set by ~elazul
- Spoiler:
a target="_blank" href="??"
Um novo challenge breve
CONFIRA!
Veja meus outros perfis!
Re: Pokemon Shining Crystal - O Dia do Juízo Final
Nota da Autora: Devido a problemas técnicos, precisarei fatiar ainda mais os capítulos. Espero apenas que os leitores não se incomodem e que, por favor:
Prometo no proximo capítulo evitar essas inconveniências. Grata pela comprensão, e BOA LEITURA ^^
Capítulo 7 - Mahogany em Fúria (Parte 2)
Dificilmente alguma força humana ou pokemon conseguiria abrir aquela porta feita de chumbo maciço com 5cm de espessura. Os rapazes tatearam a porta, como se procurassem alguma sob sua superfície. Yagazami ficou apenas calado, como quem tentava esquecer o que havia acabado de ver...
- Não adianta!... - disse Kouji, seriamente frustrado, com a mão apoiada na porta - Não há pontos de pressão significantes nessa porta, praticamente não há fraquezas...
- Aah, rapazes... - suspirou Yagazami, sorrindo tranquilamente - Ainda não entendem?...
Nossos olhos se arregalaram sobre ele, espantados.
- A fraqueza dá porta não está aqui... - tateou a fria estrutura de metal - E sim, aqui... - apontou então para a fechadura, que abria apenas com o cartão de acesso.
- ...Senhor. - Kouji, tentando explicar a situação até um pouco sem jeito - Está é... Como uma maçaneta comum. Mas só abre com o uso de um cartão, e não de uma chave, como está acostumado a ver...
Era estranho que um homem daquela idade não soubesse o que é uma fechadura daquelas... Principalmente com tantas delas presentes nos Abrigos de Treinadores, casas expalhadas pelas rotas extensas acessíveis por meio do Trainer ID.
- Heh heh. - ele sorriu, achando graça na leve ignorância de Kouji - Não deixa de ser uma maçaneta, meu rapaz... Este ainda é o ponto fraco da porta.
- Mas como vamos abri-la, senhor? - exclamou o outro, distanciando um pouco os braços - Não temos o cartão de acesso...
Precisávamos de uma resposta, e rápido. Então, com meu gênio para as idéias trabalhando sob as angustiantes circunstâncias, tive uma.
Expliquei o plano para os presentes: a fechadura, apesar de pequena, era incomparavelmente frágil à porta de cumbo que a sustentava - logo, haveria de ter muitos pontos de pressão. Se conseguíssemos enfraquece-la, podería-mos simplesmente destruí-la. Claro, apesar de mais consideravelmente mais frágil, ela não era fácil de se danificar - uma vez que se tratava de uma trava de segurança.
- Então, o que fazemos? - disse Kouji, disposto a ajudar. - Como poderíamos enfraquecê-la?
- ... - levei a mão ao queixo, pensativa - Dispersão de moléculas. Podemos fragilizar as moléculas do aço e então, será bem mais fácil de quebrar.
- E como você pretende fazer isso? É alquimista? - disse Yagazami, ingenuamente.
Não, mas precisaria apenas de dois elementos naturais: Fogo e Gelo. Derretendo a maçaneta, as moléculas se tornariam instáveis... Com seu congelamento, nos a solidificaríamos naquele estado fragilizado. Procurei em minha mochila alguma coisa que pudesse produzir chamas: um isqueiro, claro, se você quiser sobreviver no mato vai precisar dele. Mas não era o suficiente... Até eu encontrar a segunda peça mais importante:
- Repelente? - exclamou Kouji - Senhorita Juri, não creio que...
- Apenas afastem-se.
Eles se entreolharam e concordaram com a cabeça. Assim que subiram alguns degraus e pude notar que era uma distância segura, me afastei um pouco mais da porta e, com o isqueiro aceso diante do esparmante do Repelente, eu apertei o seu bico em direção da fecharua: um lança-chamas forte e constante havia sido criado diante de nós, e suas labaredas eram tão intensas que tive que virar meu rosto para evitar o calor. Os rapazes se protegeram ao cobrir os rostos com os braços e, ao final do incrível fenômeno químico; a fechadura estava completamente derretida, com com sua estrutura de metal fundida e ainda brilhando em vermelho devido à quantidade de calor ali presente.
- Incrível! - Yagazami exclamou, com os olhos claros arregalados. Estava bem suado, como parte dele estivesse derretendo também... - E agora, nós... Usamos gelo?
- Sim. Vai solidificar e expandir as moléculas do metal.
- Muito bem... Glaceon? - disse Kouji, olhando para o pokemon abaixo dele.
- Não, Kouji. - disse Yagazami, longe de parecer repreende-lo com sua personalidade serena - Já chegamos até aqui... Já basta de tentar manter as coisas em segredo...
Kouji ficou espantado, sem saber o que fazer. O outro também. Nem preciso dizer que não reagi de forma diferente... Yagazami se aproximou da fechadura e, quase tocando o chão com seus frágeis joelhos, aspirou um pouco de ar e soprou diante da fechadura. Seu sopro era suave apesar de gelado, extremamente gelado; como alguma espécie de Ice Beam saído de lábios humanos. Como aquilo era possível?! Foi quando me lembrei que ele era um dos Mestres do Taiko... E de acordo com minhas deduções, o sacerdote mestre de Zeki e Yue. Era... "Natural" que tivesse domínio dos elementos naturais, principalmente sobre o que regia. Depois de alguns instantes soprando, o metal derretido se solidificara novamente, adruirindo agora uma tonalização amarronzada. Uma vez deformada, a fechadura começou a emitir ruídos:
- Está ouvindo os estalos, senhor? - perguntei, apenas para constatar.
- ... Sim, como se estivesse se dilatando... Realmente. Agora está bem mais fragilizada.
Perfeito! Agora bastava um empurrão... Bem forte, mas tínhamos quem o fizesse.
- Pode vir, Chun.
Yagazami se referiu ao maior. Ele se posicionou de lado para a fechadura, curvou um pouco os joelhos e fechou os olhos como se estivesse se concentrando bastante. Seus fortes e pesados punhos se fecharam, e pude quase ver sua aura carregada de energia - de tal forma que até me faltou um pouco o ar dos pulmões... De repente, ele dá um urro tão feroz e intenso que suas pupilas até se contraíram com sua ira, e com toda a velocidade do seu braço; socou aquela parte da porta, destruindo a maçaneta por completo. Usando sua (sobrehumana) força restante, ergueu a porta de chumbo e a desconectou-a das dobradiças, como se fosse feita de sapê.
Obviamente, a violação da fechadura da porta mais importante do prédio não passaria despercebida. Ela apenas acionou um alarme em todo o prédio. Diante de nós, um grande corredor branco se revelou. Luzes vermelhas ocilavam e as sirenes gritavam pelo subterrâneo. Dois rockets que guardavam a porta na metade do corredor, começaram a agir rapidamente e miraram suas metralhadoras em nós. Chun nos protegeu usando a porta de chumbo como um grande escudo, que quase não arranha mesmo com a incrível quantidade de balas usadas.
Agora teríamos que ser sagazes: a partir do momento que invadimos o lugar, todos deram conta de nossa localização, e não poderíamos abrir a guarda em momento algum. Eles se prepararam para fugir. Pus Golem para fora da pokebola, enquanto Glaceon usa seu Ice Beam para congelar os pés dos rockets no chão, para impedir que fugissem e contatassem os outros. Chun atirou a porta de chumbo por cima dos rockets, que apenas se encolheram apavorados; enquanto o metal se espatifava nas paredes dos corredores.
Golem investiu sobre eles, mas não apara atáca-los. Aproveitando o momento de pânico dos peões, agarrou-lhes as armas e quebrou-as jogando uma contra a outra, espatifando-as em mil pedaços. Usar seus pokemons ordinários oferecidos pela empresa de nada adiantaria agora. Chun e Kouji se aproximaram deles e começaram a revistá-los, a procura de algo:
- Ei mermão, que ê tá fazendo?! - gunhiu o revistado por Kouji - Não me pega aí, p*rra!!
- Aqui. - disse Kouji, tirando um Key Card do bolso traseiro do Rocket - Apenas dois bastam. Algo aí, Chun?
- Outro aqui. Vamos logo, eles já nos perceberam a muito tempo!
Yagazami invocou seu casal de Sneasels. Eu montei nas costas redondas de Golem, os percursionaistas foram na frente acompanhandos de seus Eeevees evoluidos. Estávamos preparados para enfrentar o exército dos Rockets que se erguida diante de nós. Enquanto a sirene zunia pelo prédio protegido debaixo da terra, um dos Rockets pega seu walkie-talkie com dificuldades jogado no chão, então alerta os outros:
- Invasores entranto pela ala Oeste!! Acionar alarmes e tropas da área IMEDIATAMENTE!!
Prometo no proximo capítulo evitar essas inconveniências. Grata pela comprensão, e BOA LEITURA ^^
Capítulo 7 - Mahogany em Fúria (Parte 2)
Dificilmente alguma força humana ou pokemon conseguiria abrir aquela porta feita de chumbo maciço com 5cm de espessura. Os rapazes tatearam a porta, como se procurassem alguma sob sua superfície. Yagazami ficou apenas calado, como quem tentava esquecer o que havia acabado de ver...
- Não adianta!... - disse Kouji, seriamente frustrado, com a mão apoiada na porta - Não há pontos de pressão significantes nessa porta, praticamente não há fraquezas...
- Aah, rapazes... - suspirou Yagazami, sorrindo tranquilamente - Ainda não entendem?...
Nossos olhos se arregalaram sobre ele, espantados.
- A fraqueza dá porta não está aqui... - tateou a fria estrutura de metal - E sim, aqui... - apontou então para a fechadura, que abria apenas com o cartão de acesso.
- ...Senhor. - Kouji, tentando explicar a situação até um pouco sem jeito - Está é... Como uma maçaneta comum. Mas só abre com o uso de um cartão, e não de uma chave, como está acostumado a ver...
Era estranho que um homem daquela idade não soubesse o que é uma fechadura daquelas... Principalmente com tantas delas presentes nos Abrigos de Treinadores, casas expalhadas pelas rotas extensas acessíveis por meio do Trainer ID.
- Heh heh. - ele sorriu, achando graça na leve ignorância de Kouji - Não deixa de ser uma maçaneta, meu rapaz... Este ainda é o ponto fraco da porta.
- Mas como vamos abri-la, senhor? - exclamou o outro, distanciando um pouco os braços - Não temos o cartão de acesso...
Precisávamos de uma resposta, e rápido. Então, com meu gênio para as idéias trabalhando sob as angustiantes circunstâncias, tive uma.
Expliquei o plano para os presentes: a fechadura, apesar de pequena, era incomparavelmente frágil à porta de cumbo que a sustentava - logo, haveria de ter muitos pontos de pressão. Se conseguíssemos enfraquece-la, podería-mos simplesmente destruí-la. Claro, apesar de mais consideravelmente mais frágil, ela não era fácil de se danificar - uma vez que se tratava de uma trava de segurança.
- Então, o que fazemos? - disse Kouji, disposto a ajudar. - Como poderíamos enfraquecê-la?
- ... - levei a mão ao queixo, pensativa - Dispersão de moléculas. Podemos fragilizar as moléculas do aço e então, será bem mais fácil de quebrar.
- E como você pretende fazer isso? É alquimista? - disse Yagazami, ingenuamente.
Não, mas precisaria apenas de dois elementos naturais: Fogo e Gelo. Derretendo a maçaneta, as moléculas se tornariam instáveis... Com seu congelamento, nos a solidificaríamos naquele estado fragilizado. Procurei em minha mochila alguma coisa que pudesse produzir chamas: um isqueiro, claro, se você quiser sobreviver no mato vai precisar dele. Mas não era o suficiente... Até eu encontrar a segunda peça mais importante:
- Repelente? - exclamou Kouji - Senhorita Juri, não creio que...
- Apenas afastem-se.
Eles se entreolharam e concordaram com a cabeça. Assim que subiram alguns degraus e pude notar que era uma distância segura, me afastei um pouco mais da porta e, com o isqueiro aceso diante do esparmante do Repelente, eu apertei o seu bico em direção da fecharua: um lança-chamas forte e constante havia sido criado diante de nós, e suas labaredas eram tão intensas que tive que virar meu rosto para evitar o calor. Os rapazes se protegeram ao cobrir os rostos com os braços e, ao final do incrível fenômeno químico; a fechadura estava completamente derretida, com com sua estrutura de metal fundida e ainda brilhando em vermelho devido à quantidade de calor ali presente.
- Incrível! - Yagazami exclamou, com os olhos claros arregalados. Estava bem suado, como parte dele estivesse derretendo também... - E agora, nós... Usamos gelo?
- Sim. Vai solidificar e expandir as moléculas do metal.
- Muito bem... Glaceon? - disse Kouji, olhando para o pokemon abaixo dele.
- Não, Kouji. - disse Yagazami, longe de parecer repreende-lo com sua personalidade serena - Já chegamos até aqui... Já basta de tentar manter as coisas em segredo...
Kouji ficou espantado, sem saber o que fazer. O outro também. Nem preciso dizer que não reagi de forma diferente... Yagazami se aproximou da fechadura e, quase tocando o chão com seus frágeis joelhos, aspirou um pouco de ar e soprou diante da fechadura. Seu sopro era suave apesar de gelado, extremamente gelado; como alguma espécie de Ice Beam saído de lábios humanos. Como aquilo era possível?! Foi quando me lembrei que ele era um dos Mestres do Taiko... E de acordo com minhas deduções, o sacerdote mestre de Zeki e Yue. Era... "Natural" que tivesse domínio dos elementos naturais, principalmente sobre o que regia. Depois de alguns instantes soprando, o metal derretido se solidificara novamente, adruirindo agora uma tonalização amarronzada. Uma vez deformada, a fechadura começou a emitir ruídos:
- Está ouvindo os estalos, senhor? - perguntei, apenas para constatar.
- ... Sim, como se estivesse se dilatando... Realmente. Agora está bem mais fragilizada.
Perfeito! Agora bastava um empurrão... Bem forte, mas tínhamos quem o fizesse.
- Pode vir, Chun.
Yagazami se referiu ao maior. Ele se posicionou de lado para a fechadura, curvou um pouco os joelhos e fechou os olhos como se estivesse se concentrando bastante. Seus fortes e pesados punhos se fecharam, e pude quase ver sua aura carregada de energia - de tal forma que até me faltou um pouco o ar dos pulmões... De repente, ele dá um urro tão feroz e intenso que suas pupilas até se contraíram com sua ira, e com toda a velocidade do seu braço; socou aquela parte da porta, destruindo a maçaneta por completo. Usando sua (sobrehumana) força restante, ergueu a porta de chumbo e a desconectou-a das dobradiças, como se fosse feita de sapê.
Obviamente, a violação da fechadura da porta mais importante do prédio não passaria despercebida. Ela apenas acionou um alarme em todo o prédio. Diante de nós, um grande corredor branco se revelou. Luzes vermelhas ocilavam e as sirenes gritavam pelo subterrâneo. Dois rockets que guardavam a porta na metade do corredor, começaram a agir rapidamente e miraram suas metralhadoras em nós. Chun nos protegeu usando a porta de chumbo como um grande escudo, que quase não arranha mesmo com a incrível quantidade de balas usadas.
Agora teríamos que ser sagazes: a partir do momento que invadimos o lugar, todos deram conta de nossa localização, e não poderíamos abrir a guarda em momento algum. Eles se prepararam para fugir. Pus Golem para fora da pokebola, enquanto Glaceon usa seu Ice Beam para congelar os pés dos rockets no chão, para impedir que fugissem e contatassem os outros. Chun atirou a porta de chumbo por cima dos rockets, que apenas se encolheram apavorados; enquanto o metal se espatifava nas paredes dos corredores.
Golem investiu sobre eles, mas não apara atáca-los. Aproveitando o momento de pânico dos peões, agarrou-lhes as armas e quebrou-as jogando uma contra a outra, espatifando-as em mil pedaços. Usar seus pokemons ordinários oferecidos pela empresa de nada adiantaria agora. Chun e Kouji se aproximaram deles e começaram a revistá-los, a procura de algo:
- Ei mermão, que ê tá fazendo?! - gunhiu o revistado por Kouji - Não me pega aí, p*rra!!
- Aqui. - disse Kouji, tirando um Key Card do bolso traseiro do Rocket - Apenas dois bastam. Algo aí, Chun?
- Outro aqui. Vamos logo, eles já nos perceberam a muito tempo!
Yagazami invocou seu casal de Sneasels. Eu montei nas costas redondas de Golem, os percursionaistas foram na frente acompanhandos de seus Eeevees evoluidos. Estávamos preparados para enfrentar o exército dos Rockets que se erguida diante de nós. Enquanto a sirene zunia pelo prédio protegido debaixo da terra, um dos Rockets pega seu walkie-talkie com dificuldades jogado no chão, então alerta os outros:
- Invasores entranto pela ala Oeste!! Acionar alarmes e tropas da área IMEDIATAMENTE!!
Última edição por Kirehana Yurika - Nanda em Qua 4 Nov 2009 - 8:42, editado 4 vez(es)
Re: Pokemon Shining Crystal - O Dia do Juízo Final
A próxima sala era feita de corredores que formavam um "S", com o piso formado pelo que parecia ser finas placas de aço. Por toda a sua extensão, podia-se ver belas e grandes estátuas de Persians sentados sob pedestais com um pouco mais de 1,5m de altura, uma diante da outra em cada parede do corredor, formando um caminho de felinos de mármore. Yagazami, que vinha logo atrás de mim, começou a desacelerar graduamente seus passos largos, pousando a mão sobre o peito e apoiando-se pelo joelho com a outra.
- Senhor Yagazami! - exclamei, saltando as costas de Golem e me aproximando - O senhor está bem?!
- Ooh... - ele estava muito ofegante, e suava tanto que parecia que tinha acabado de sair de uma estufa à vapor - Aqui... Tá muito quente aqui!
- senhor Yagazami! - exclamou Kouji, bem preocupado - Mas, como senhor; não há nenhuma variação de temperatura aqui...
- Muitos pontos de calor... - ele sussurrou, com a voz se arrastando pela frágil traquéia.
Pontos de calor... O que significaria aquilo? Olhei ao redor, na tentativa de localizá-los. De repente, o Leafeon de Chun começa a latir determinado para as estátuas, como se quisesse chamar nossa atenção para elas. Elas emitiam calor? Me aproximei dos pés de uma delas, e fui empurrada quase que violentamente por Leafeon, como se ele estivesse me impedindo de me aproximar dela.
- Mas, que diabos?! - exclamei.
- ... É isso! - Kouji pareceu ter uma idéia brilhante - Sensores de calor.
- Hã?
- Sensores de calor. Se passar entre elas, o sensor detectará o calor do seu corpo e acionará algum sistema, como um alerta em específico.
- Mas, se haviam Rockets na porta da frente, eles mesmos não podiam acionar o alarme caso o prédio fosse invadido?
- Exatamente. Então esses sensores acionam outras coisas... Não preciso nem dizer que daqui em diante, tudo que for "acionado" só irá piorar as coisas.
- Mas... Não há como prosseguir sem passar por eles! - exclamou Yagazami, perdendo sua vitalidade, apoiando-se sobre Chun.
- Deve haver...
Não tínhamos mesmo escolha. O alarme já havia soado, acionar os outros só pioraria a situação. Meu plano então foi passar sem usar uma criatura que tivesse sangue quente. Golem era feito de matéria inorgânica. Como cada estátua dependia da que estava diante dela para funcionar, ordenei que Golem usasse seu Rollout para destruir as estátuas de uma única coluna.
Conforme Golem realizava curvas pelos corredores, nosso time avançava pelo QG da Equipe Rocket. Em certa altura, já prestes a atingir outro nível do prédio, surgem vários Rockets de uma sala ao lado, cada um com um Raticate correndo ao lado. Eles se posicionam diante da porta e apontam suas armas para frente, igualmente com suas grotescas ratazanas exibindo os dentes poderosos para nós. Golem surge do corredor neste instante, rolando em sua velocidade máxima. Os Rockets se amedrontam e seus Raticates assustados mal tem tempo de desviar no corredor sem saída, sendo atingidos em cheios como pinos de boliche.
Atordoados, os homens e os pokemons baixam suas guardas. Fazendo a quebradeira de sempre com os fuzis dos peões, apressamos nosso passo para que eles não tivessem tempo de reagir. Usamos o Key Card e avançamos para a próxima sala.
Havia um corredor que primeiro fazia uma curva para baixo do lado esquerdo depois prosseguia retilíneo, com as mesmas características do corredor anterior - mas sem estátuas. Pelo menos isso... No final dele, uma sala com uma porta de mogno laqueada e ricamente decorada. No centro dele, havia outra porta de chumbo, localizada na parede direita. Reparando naquilo, pude perceber que se tratava de uma sala MUITO GRANDE para ocupar todo aquele perímetro. Não haviam placas ou escrições descrevendo aquela sala, mas havia uma fechadura a Key Card.
- Imagino que aquela seja a Sala Principal... - disse Yagazami, começando a se recompor - É um quartel bem compacto, como pode-se ver...
- E agora? - Chun virou para trás, com nós três formando um semicírculo, como se convocássemos uma assembléia - Temos que pensar e agir rápido. Aqui é um lugar perigoso!
- Lá encima estão os cabeças desta organização. - disse Kouji - Precisamos nos separar. Cada sala, um cartão... - exibiu os Key Cards entre os fortes dedos.
- Muito bem. Vamos eu e Juri para esta sala. Vocês tem pokemons fortes o bastante para combatê-los... Qualquer coisa, nós os socorreremos.
- ... - Kouji ficou cabisbaixo, mas pareceu compreender os planos - É muito arriscado mas... Creio ser a única saída. - nos deu um dos Key Cards - Boa sorte; senhor Yagazami, senhorita Juri...
Eles nos reverenciaram rapidamente com a cabeça. Narrarei as duas cenas separadamente, a fim de que se compreenda bem o que ocorreu em cada uma das salas.
Sala 1 - O Gerador de Energia
Aquela sala respirava eletricidade, senti até meus cabelos se arrepiando um pouco ao adentrá-la. Era toda revestida de chumbo. A primeira coisa que se via era um enorme gerador cilindrico no centro da sala, suas extremidades estavam conectadas em fios que o ligavam a uma fileira de 4 grandes Electrodes, à direita e à esquerda, com cada uma das grandes esferar de energia transmitindo muita eletricidade por um fio. Mas ao entrar a primeira coisa que se nota são 3 pedestais de metal com grandes gaiolas esféricas formadas de energia elétrica, cada um com um dos três Cães Lendários preso nelas: Entei, Raikou e Suicune; com os corpos fragilizados e entregues àquela situação terrível...
Fora que estava imersa numa grande escuridão. Os únicos pontos de iluminação eram os Electrodes conectados aos fios, algumas luzes do gerados e as gaiolas elétricas.
Havia apenas uma pessoa na sala, um Rocket que não notara nossa presença pois estava de costas para nós. Depois de observar, notei que ele parecia muito com o que havia invadito o Poço dos Slowpokes em Azalea... Sim! Sim, era ele mesmo, o próprio! Ficamos em silêncio para ouvir o que ele dizia ao ventos:
- Hah hah hah, finalmente! Está tudo conforme o plano... - ele riu, de forma sinistra, com seu rosto oculto na escuridão - Não vou precisar de muito mais para conseguir a admiração do chefe... Assim, eu vou sumir o cargo de Administrado e aqueles idiotas vão comer o pão que o diabo amassou! DE NOVO! - e novamente riu, engasgando-se em suas gargalhadas.
Entei, que estava cabisbaixo e com o corpo ferido (imagino quantas vezes ele tantara se jogar diante da gaiola para escapar. Oh meu deus...), lentamente ergue a cabeça e bate o olho em nós. Exclama meu nome, como se ele fosse uma sirene que despertara novamente o ânimo e a vontade de lutar neles três. O Rocket nota nossa presença e vira sobresaltado em nossa direção, rangendo os dentes e fechando os punhos em fúria:
- Você!! Você é o vermezinho que arruinou meu planos em Azalea!!
- Foi pra você aprender, seu bandido! - parecia uma criança falando, de tanto medo - Vou fazer o que for necessário para impedi-lo!!
- É o que veremos!
De sua pokebola, saiu um pokemon fedido e sujo dos Rockets. Mas não um fedido e sujo dos soldados ordinários, oh não... Aquele era o pokemon mais fedido, sujo, podre e grotesco que eu viria em toda minha vida. Mesmo seu ruido lembrava uma flatulência intestinal. Era grande, roxo, com dentes e garras afiadas, e um olhar misteriosamente maléfico. Yagazami pôs seu Piloswine em campo, preparando-o para o combate:
- Juri!! - exclamou - Desligue o gerador!!
Não teria como ser mais fácil. Enquanto o pobre Piloswine sofria por ser grande e lento diante das investidas do robusto porém veloz pokemon venenoso, Golem não fazia muito mais do que desconectar os fios carregados com milhares de volts do gerador, um por um, uma vez que a eletricidade não lhe afetava de forma alguma. Os Electrodes ficavam parados se olhando conforme iam sendo desligados do gerador, alguns ficavam até aliviados, mostrando seu cansaço.
- Vocês não entenderiam!! - dizia o Rocket, quase chorando - Nunca sofreram de verdade nada vida, nunca passaram por uma verdadeira necessidade!!
- Você está matando pessoas, ferindo pokemons, torturando seres vivos!! - exclamou Yagazami, argumentando - Nenhuma necessidade precisa ser compensada pelo mal que estão expalhando por nosso continente!!
- Cala a sua boca!! A única coisa que eu sei fazer é criar máquinas, só assim posso sustentar minha família!!...
Aquilo me chocou. Ele estava fazendo aquilo por necessidade... E por quanta não deveria estar passando. Pobre homem... Mas não podia pegar leve por causa disso. Assim que faltavam apenas 3 fios a serem desconectados, os cães lendários rugiram ao se sentirem libertos. Toda a energia que alimentava o prédio havia acabado. Por alguma razão, os Electrodes se sentiram revoltados. Seu corpo comoçou a brilhar, e o Rocket ficou aterrorizado:
- FUJAM!! ELES VÃO SE AUTO-DESTRUIR!!
Fomos correndos todos em direção a porta. Os cães lendários eram ágeis e fugiram primeiro, seguidos por mim e Golem, que voltara para a pokebola para não enlerdar o processo. A magnitude dos Electrodes estava fazendo o prédimo tremer, e o chão instável acabou por causar a queda do Rocket. Já na saída, com os pokemons prestes a explodir, corri até ele e o ajudei a ser erguir. Ele me olhou espantado, estava arriscando nossas vidas! Mas eu tinha que fazer isso!
Saímos correndo dali, e assim que fechei a porta de chumbo atrás de nós e fazendo-a travar automáticamente na fechadura eletrônica, a sala explode. O impacto é forte demais, mas por ela ser toda revestida de chumbo - e igualmente a porta -, ele ficou contido lá, e não danificara o resto do prédio. Todos estávamos ofegantes, cansados, com a adrenalina martelando nosso sangue. O Rocket, ajoelhado no chão, ergueu a cabeça e disse, arfante:
- Eu... Eu sou muito grato pelo que fez por mim... - levou a mão ao peito, como se o ar respirado pelas muitas pessoas no corredor lhe pesasse - Salvou minha vida...
- ... - apenas me virei de costas, indo em direção a sala superior. Olhei para Entei - Fiquem aqui. Nós voltamos logo...
- ... Ei!! - ele gritou, quando estávamos prestes a subir os degraus - Acha que vai se livrar assim de mim?!
- ...?
- Você quer algo, não quer?! Quer meu dinheiro, minhas roupas, meus pokemons?! Minha vida?! - gritou, chorando - Não importa, você acaba de arruiná-la mesmo!! Leve-os, é tudo que posso lhe dar!!
- Não vou tirar nada disso seu.
- Então porque se arriscou daquele jeito?! Porque você me salvou mesmo depois de tudo que eu fiz?!
- Você disse que tinha uma família... Certo?
Ele ficou catatônico. Depois, sucumbiu em seu arrependimento. Subi aquelas escadas com a certeza de que havia me tornado mais madura naquele instante...
- Senhor Yagazami! - exclamei, saltando as costas de Golem e me aproximando - O senhor está bem?!
- Ooh... - ele estava muito ofegante, e suava tanto que parecia que tinha acabado de sair de uma estufa à vapor - Aqui... Tá muito quente aqui!
- senhor Yagazami! - exclamou Kouji, bem preocupado - Mas, como senhor; não há nenhuma variação de temperatura aqui...
- Muitos pontos de calor... - ele sussurrou, com a voz se arrastando pela frágil traquéia.
Pontos de calor... O que significaria aquilo? Olhei ao redor, na tentativa de localizá-los. De repente, o Leafeon de Chun começa a latir determinado para as estátuas, como se quisesse chamar nossa atenção para elas. Elas emitiam calor? Me aproximei dos pés de uma delas, e fui empurrada quase que violentamente por Leafeon, como se ele estivesse me impedindo de me aproximar dela.
- Mas, que diabos?! - exclamei.
- ... É isso! - Kouji pareceu ter uma idéia brilhante - Sensores de calor.
- Hã?
- Sensores de calor. Se passar entre elas, o sensor detectará o calor do seu corpo e acionará algum sistema, como um alerta em específico.
- Mas, se haviam Rockets na porta da frente, eles mesmos não podiam acionar o alarme caso o prédio fosse invadido?
- Exatamente. Então esses sensores acionam outras coisas... Não preciso nem dizer que daqui em diante, tudo que for "acionado" só irá piorar as coisas.
- Mas... Não há como prosseguir sem passar por eles! - exclamou Yagazami, perdendo sua vitalidade, apoiando-se sobre Chun.
- Deve haver...
Não tínhamos mesmo escolha. O alarme já havia soado, acionar os outros só pioraria a situação. Meu plano então foi passar sem usar uma criatura que tivesse sangue quente. Golem era feito de matéria inorgânica. Como cada estátua dependia da que estava diante dela para funcionar, ordenei que Golem usasse seu Rollout para destruir as estátuas de uma única coluna.
Conforme Golem realizava curvas pelos corredores, nosso time avançava pelo QG da Equipe Rocket. Em certa altura, já prestes a atingir outro nível do prédio, surgem vários Rockets de uma sala ao lado, cada um com um Raticate correndo ao lado. Eles se posicionam diante da porta e apontam suas armas para frente, igualmente com suas grotescas ratazanas exibindo os dentes poderosos para nós. Golem surge do corredor neste instante, rolando em sua velocidade máxima. Os Rockets se amedrontam e seus Raticates assustados mal tem tempo de desviar no corredor sem saída, sendo atingidos em cheios como pinos de boliche.
Atordoados, os homens e os pokemons baixam suas guardas. Fazendo a quebradeira de sempre com os fuzis dos peões, apressamos nosso passo para que eles não tivessem tempo de reagir. Usamos o Key Card e avançamos para a próxima sala.
Havia um corredor que primeiro fazia uma curva para baixo do lado esquerdo depois prosseguia retilíneo, com as mesmas características do corredor anterior - mas sem estátuas. Pelo menos isso... No final dele, uma sala com uma porta de mogno laqueada e ricamente decorada. No centro dele, havia outra porta de chumbo, localizada na parede direita. Reparando naquilo, pude perceber que se tratava de uma sala MUITO GRANDE para ocupar todo aquele perímetro. Não haviam placas ou escrições descrevendo aquela sala, mas havia uma fechadura a Key Card.
- Imagino que aquela seja a Sala Principal... - disse Yagazami, começando a se recompor - É um quartel bem compacto, como pode-se ver...
- E agora? - Chun virou para trás, com nós três formando um semicírculo, como se convocássemos uma assembléia - Temos que pensar e agir rápido. Aqui é um lugar perigoso!
- Lá encima estão os cabeças desta organização. - disse Kouji - Precisamos nos separar. Cada sala, um cartão... - exibiu os Key Cards entre os fortes dedos.
- Muito bem. Vamos eu e Juri para esta sala. Vocês tem pokemons fortes o bastante para combatê-los... Qualquer coisa, nós os socorreremos.
- ... - Kouji ficou cabisbaixo, mas pareceu compreender os planos - É muito arriscado mas... Creio ser a única saída. - nos deu um dos Key Cards - Boa sorte; senhor Yagazami, senhorita Juri...
Eles nos reverenciaram rapidamente com a cabeça. Narrarei as duas cenas separadamente, a fim de que se compreenda bem o que ocorreu em cada uma das salas.
Sala 1 - O Gerador de Energia
Aquela sala respirava eletricidade, senti até meus cabelos se arrepiando um pouco ao adentrá-la. Era toda revestida de chumbo. A primeira coisa que se via era um enorme gerador cilindrico no centro da sala, suas extremidades estavam conectadas em fios que o ligavam a uma fileira de 4 grandes Electrodes, à direita e à esquerda, com cada uma das grandes esferar de energia transmitindo muita eletricidade por um fio. Mas ao entrar a primeira coisa que se nota são 3 pedestais de metal com grandes gaiolas esféricas formadas de energia elétrica, cada um com um dos três Cães Lendários preso nelas: Entei, Raikou e Suicune; com os corpos fragilizados e entregues àquela situação terrível...
Fora que estava imersa numa grande escuridão. Os únicos pontos de iluminação eram os Electrodes conectados aos fios, algumas luzes do gerados e as gaiolas elétricas.
Havia apenas uma pessoa na sala, um Rocket que não notara nossa presença pois estava de costas para nós. Depois de observar, notei que ele parecia muito com o que havia invadito o Poço dos Slowpokes em Azalea... Sim! Sim, era ele mesmo, o próprio! Ficamos em silêncio para ouvir o que ele dizia ao ventos:
- Hah hah hah, finalmente! Está tudo conforme o plano... - ele riu, de forma sinistra, com seu rosto oculto na escuridão - Não vou precisar de muito mais para conseguir a admiração do chefe... Assim, eu vou sumir o cargo de Administrado e aqueles idiotas vão comer o pão que o diabo amassou! DE NOVO! - e novamente riu, engasgando-se em suas gargalhadas.
Entei, que estava cabisbaixo e com o corpo ferido (imagino quantas vezes ele tantara se jogar diante da gaiola para escapar. Oh meu deus...), lentamente ergue a cabeça e bate o olho em nós. Exclama meu nome, como se ele fosse uma sirene que despertara novamente o ânimo e a vontade de lutar neles três. O Rocket nota nossa presença e vira sobresaltado em nossa direção, rangendo os dentes e fechando os punhos em fúria:
- Você!! Você é o vermezinho que arruinou meu planos em Azalea!!
- Foi pra você aprender, seu bandido! - parecia uma criança falando, de tanto medo - Vou fazer o que for necessário para impedi-lo!!
- É o que veremos!
De sua pokebola, saiu um pokemon fedido e sujo dos Rockets. Mas não um fedido e sujo dos soldados ordinários, oh não... Aquele era o pokemon mais fedido, sujo, podre e grotesco que eu viria em toda minha vida. Mesmo seu ruido lembrava uma flatulência intestinal. Era grande, roxo, com dentes e garras afiadas, e um olhar misteriosamente maléfico. Yagazami pôs seu Piloswine em campo, preparando-o para o combate:
- Juri!! - exclamou - Desligue o gerador!!
Não teria como ser mais fácil. Enquanto o pobre Piloswine sofria por ser grande e lento diante das investidas do robusto porém veloz pokemon venenoso, Golem não fazia muito mais do que desconectar os fios carregados com milhares de volts do gerador, um por um, uma vez que a eletricidade não lhe afetava de forma alguma. Os Electrodes ficavam parados se olhando conforme iam sendo desligados do gerador, alguns ficavam até aliviados, mostrando seu cansaço.
- Vocês não entenderiam!! - dizia o Rocket, quase chorando - Nunca sofreram de verdade nada vida, nunca passaram por uma verdadeira necessidade!!
- Você está matando pessoas, ferindo pokemons, torturando seres vivos!! - exclamou Yagazami, argumentando - Nenhuma necessidade precisa ser compensada pelo mal que estão expalhando por nosso continente!!
- Cala a sua boca!! A única coisa que eu sei fazer é criar máquinas, só assim posso sustentar minha família!!...
Aquilo me chocou. Ele estava fazendo aquilo por necessidade... E por quanta não deveria estar passando. Pobre homem... Mas não podia pegar leve por causa disso. Assim que faltavam apenas 3 fios a serem desconectados, os cães lendários rugiram ao se sentirem libertos. Toda a energia que alimentava o prédio havia acabado. Por alguma razão, os Electrodes se sentiram revoltados. Seu corpo comoçou a brilhar, e o Rocket ficou aterrorizado:
- FUJAM!! ELES VÃO SE AUTO-DESTRUIR!!
Fomos correndos todos em direção a porta. Os cães lendários eram ágeis e fugiram primeiro, seguidos por mim e Golem, que voltara para a pokebola para não enlerdar o processo. A magnitude dos Electrodes estava fazendo o prédimo tremer, e o chão instável acabou por causar a queda do Rocket. Já na saída, com os pokemons prestes a explodir, corri até ele e o ajudei a ser erguir. Ele me olhou espantado, estava arriscando nossas vidas! Mas eu tinha que fazer isso!
Saímos correndo dali, e assim que fechei a porta de chumbo atrás de nós e fazendo-a travar automáticamente na fechadura eletrônica, a sala explode. O impacto é forte demais, mas por ela ser toda revestida de chumbo - e igualmente a porta -, ele ficou contido lá, e não danificara o resto do prédio. Todos estávamos ofegantes, cansados, com a adrenalina martelando nosso sangue. O Rocket, ajoelhado no chão, ergueu a cabeça e disse, arfante:
- Eu... Eu sou muito grato pelo que fez por mim... - levou a mão ao peito, como se o ar respirado pelas muitas pessoas no corredor lhe pesasse - Salvou minha vida...
- ... - apenas me virei de costas, indo em direção a sala superior. Olhei para Entei - Fiquem aqui. Nós voltamos logo...
- ... Ei!! - ele gritou, quando estávamos prestes a subir os degraus - Acha que vai se livrar assim de mim?!
- ...?
- Você quer algo, não quer?! Quer meu dinheiro, minhas roupas, meus pokemons?! Minha vida?! - gritou, chorando - Não importa, você acaba de arruiná-la mesmo!! Leve-os, é tudo que posso lhe dar!!
- Não vou tirar nada disso seu.
- Então porque se arriscou daquele jeito?! Porque você me salvou mesmo depois de tudo que eu fiz?!
- Você disse que tinha uma família... Certo?
Ele ficou catatônico. Depois, sucumbiu em seu arrependimento. Subi aquelas escadas com a certeza de que havia me tornado mais madura naquele instante...
Re: Pokemon Shining Crystal - O Dia do Juízo Final
Sala 2 - O Antro dos Administradores
Enquanto estávamos no andar inferior, Kouji e Chun conseguem adentrar a sala dos Administradores que, por incrível que pareça, era acessível pelo Key Card que eles tinham em mãos. Era ampla, ricamente decorada com artigos de madeira. Maior parte do chão era um quadrado no centro da sala formada por finas placas de metal... E o resto por azulejos brancos. Quadros grandes adornavam as paredes, mas estava mutio escuro para se reparar nos detalhes... No fundo, estátuas de Persians iguais as dos corredores, mas a do canto esquerdo virada para a direita e esta virada para a porta. Uma ampla mesa de mogno com um grande globo terrestre a adornando. Alguém girava aquele globo, sentado sobre a mesa... O outro vulto apenas observava.
- Nossa. Achei que fossem demorar um pouco mais... - disse uma voz feminina e sensual - Poderiam ter se divertido um pouco mais com nossos leais peões...
- Quem são vocês? - disse Kouji, com certa ira em seu tom de voz quase sempre calmo - Revelem-se!
- Com todo o prazer...
A mulher era alta e tinha um corpo bem esculpido. Seu vestido negro adornado com botões de ouro que o prendiam em seu abdome tinha um largo decote no lado esquerdo, revelando pernas bem torneadas e ornamentadas com botas pretas de cano longo. Brincos de esmeraldas perfeitamente polidas e esféridas decoravam seu belo rosto, coberto pela franja dos longos cabelos avermelhados, quase amagentados. O homem trajava um uniforme também preto mais quase-militar, com ombreiras e cordões de ouro - um ligando-as, e outro passando por baixo do braço esquerdo. Botões em seu peito sustentavam sua patente, e uma curta capa lhe adornava as costas. Eles tinham feições cansadas, deviam ter uns 40 anos, mas ostentavam corpos bem preservados da juventude. Um Persian com andar refinado se aproxima deles, era bem grande e saudável, mas tinha algo profundo em seu olhar, quase como se ele pudesse se comunicar conosco... Quem seriam?
- Sabemos de suas intenções aqui. - disse o homem, que tinha uma voz elegante como a de um cavalheiro - Peço gentilmente que se retirem, e que de preferência, não alertem a polícia Federal. A não ser é claro, que queiram ser retirados à força...
- Vocês que sairão a força daqui!! - exclamou Chun, cheio de raiva - Escoltados pela Polícia, seus ratos!!
- Ooh, assim você nos ofende... - disse a mulher - Se quer do jeito mais difícil, que assim seja...
- - - - -
Houve a explosão. Quando adentramos a sala, uma camada de gás caiu sobre nós - não era tóxico, era parecido com fumaça comum, mas nos impedia de respirar. Tapei minha mão e a primeira coisa que vi sem muita nitidez foi Glaceon e Leafeon sendo esmagados por uma enorme e pesada Arbok, espremendo-os em seus respessos rolos. Um grande Weezing espelia sua fumaça continuamente. Eles gritavam desesperados, e um flash de idéia iluminou minha cabeça. Na hora eu nao percebi, mas algo naquela sala me era familiar às outras: onde haviam estátuas de Persians, haviam pisos de metal. Escondida entre a fumaça, aproveitei que os Administradores não haviam me notado e me aproximei da estátua de Persian virada para a porta. Com muita dificuldade, mas dando meu melhor para agir rapidamente e poder livrar os Eevees, virei-a na direção na outra e acionei seu dispositivo secreto.
As placas de metal de distanciaram muito rapidamente, abrindo um alçapão que levava a uma piscina aberta a um andar no solo, ainda cercada por terra. Estava repleta de Carvanhas e Sharpedos, aparentemente famintos, prontos para atacar qualquer um que caísse ali. Arbok caiu como um alvo fácil, esticando seus rolos e dando tempo para Glaceon escapar - Leafeon, por ser maior, teve dificuldades e conseguiu segurar-se apenas pelas patas traseiras, e Yagazami ajudou-o a sair. Infelizmente os Administradores da Equipe Rocket não tiveram a mesma sorte... Despencaram do alçapão com seus pokemons. O Persian deles, que assistia os rápidos segundos em que aquilo aconteceu horrorizado, não pensou duas vezes e atirou-se também. Era um exemplo de pokemon fiel até o fim...
Quando eles atingiram as águas, conseguimos ver apenas bolhas. Muitas, e muitas bolhas. E gritos desesperados... Mas mesmo se quisesse, não poderia ficar simplesmente os observando. Precisavamos sair dali o quanto antes, e pegamos a Saída de Emergência ao lado da estátua de Persian.
Do lado de fora da loja...
- Senhorita Juri, a Polícia Federal agradesce mais uma vez pela sua enorme colaboração! - disse a oficial, a mesma de Azalea. Ela que devia coordenar a operação contra a equipe Rocket. Estava acompanhada de dois grandes Arcanines, com suas vistosas jubas balançando ao vento.
- E as investigações, oficial Brenda? - disse Yagazami, sério.
- Chegaram num rumo inesperado logo quando começamos. No início, quando procurávamos pelos suspeitos... - pausa.
- Aqueles de Azalea, que deixaram a garrafa no chão? - perguntei.
- Sim... Quando os rastreamos, conseguimos localiza-los, mas... Já estavam mortos.
Senti minha pupilas contraindo em meus olhos espantados quando ela me deu a noticía. Meu deus... Isso é tão cruel...
- Oficial, suspeito que eles não pararam por aqui. - disse Yagazami - Por favor, só tenho uma coisa a pedir.
- Pois peça, senhor Yagazami. - puxa... Yagazami devia ser mesmo muito importante.
- Patrulhem todas as cidades, fiscalizem as barreiras com aind amais rigidez. Eles não vão parar tão cedo... Estão seguindo passos muito familiares. E se estivermos preparados, podemos pegá-los de surpresa.
- Mas! - ela se espantou - Mas, se está pensando que eles farão... Não, senhor, isto seria obvio demais!
- Exatamente!
Eles continuaram discutindo conforme muitas perguntas ainda pairavam em minha mente... O que a equipe Rocket havia planejado anos atrás? E hoje em dia, 20 anos depois, o que queriam eles - principalmente com os cães lendários? Eram perguntas que seriam esclarecidas apenas futuramente... Caberia apenas a mim prosseguir meu caminho em busca de respostas.
- - - - -
- James!! - gritou a mulher, sentindo-se afogada - James, você está aí?!
- Jessica!! - gritou o homem, nadando com esforço em sua direção, tentando desviar das ondas e bolhas formadas pela movimentação na água - Jessica, estou chegando!!
Um Sharpedo lentamente surge por baixo de Jessica, erguendo-a da água. Estava completamente enxarcada, assim como seu parceiro, que se aproximara e se segurava no nariz da enorme criatura de dentes afiados, que agora parecia tão calma e relaxada. Os outros pokemons também se aquietaram, e lentamente se aproximavam do casal sob Sharpedo, com certa curiosidade.
- Oh, James... Graças a deus está bem! - ela o abraçou por baixo dos braços, ajudando-o a subir em Sharpedo.
- Pensei que fosse perde-la...
- Eles... Eles não nos atacaram... - ela olhou surpresa a sua volta.
- Sim... São muito leais. Estão fazendo a coisa errada a nos obedecer, mas... São leais...
- Eu não acredito... Mais uma vez, descepcionamos nossos superiores...
- Jessica...
- Anos trabalhando aqui, e quando finalmente alcançamos um cargo digno; nós, nós... - cobriu o rosto com as mãos, desmoronando em lágrimas - Arruinamos tudo, para variar!!
- Jessica... Venha aqui...
Ele a abraçou por um longo tempo. Segurou sua mão e deu ouvidos ao seu choro, consolando-a.
- Eu não quero mais isso, James... Estamos chegando na metade das nossas vidas, e não crescemos... Apenas regredimos.
- Não diga isso. Aprendemos e devemos muito à equipe Rocket, meu bem... Mas, você tem razão. Já deu o que tinha que dar... Não tínhamos juízo naquela época... E agora que o temos, não podemos mais fazer mal uso dele!
Um rugido reptiliano. Encima de outro Sharpedo, Arbok e Weezing os observavam atentos.
- Nossos pokemons... Leais até o fim. - disse Jessica, sorrindo, com lágrimas escorrendo pelas bochechas.
- Venham cá! - chamou James. Arbok foi nadando, e Weezing flutuou até ali - Nunca nos abandonem... É tudo que precisamos.
- Ei! E eu?!
Aquele Persian falava! Ele foi nadando com dificuldades em suas patas felinas, em certa altura precisou da ajuda das Carvanhas para progredir até os Rockets.
- Oooww, Meought! - disse Jessica, sorrindo largamente e ajudando-o a subir. Eles ainda o chamavam pela sua pre-evolução?... - Jamais nos esqueceríamos de você!
- É bom mesmo que não!
- Precisamos dar um basta nisso, Jessica. - James disse, sério - Temos que dar nosso melhor agora.
- Sim. Vamos reparar nossos erros, James. E se quisermos, teremos que agir rápido!
- Meought! É isso aí, pessoal!
Partiram pelos corredores de água. Agora, mesmo que não soubéssemos, os Ex-Rockets agora estavam ao nosso lado. Imagino que tipo de ajuda eles dariam? Será que eles sabiam de muita coisa? Seja o que fosse, minha jornada estava atingindo seu clímax.
Enquanto estávamos no andar inferior, Kouji e Chun conseguem adentrar a sala dos Administradores que, por incrível que pareça, era acessível pelo Key Card que eles tinham em mãos. Era ampla, ricamente decorada com artigos de madeira. Maior parte do chão era um quadrado no centro da sala formada por finas placas de metal... E o resto por azulejos brancos. Quadros grandes adornavam as paredes, mas estava mutio escuro para se reparar nos detalhes... No fundo, estátuas de Persians iguais as dos corredores, mas a do canto esquerdo virada para a direita e esta virada para a porta. Uma ampla mesa de mogno com um grande globo terrestre a adornando. Alguém girava aquele globo, sentado sobre a mesa... O outro vulto apenas observava.
- Nossa. Achei que fossem demorar um pouco mais... - disse uma voz feminina e sensual - Poderiam ter se divertido um pouco mais com nossos leais peões...
- Quem são vocês? - disse Kouji, com certa ira em seu tom de voz quase sempre calmo - Revelem-se!
- Com todo o prazer...
A mulher era alta e tinha um corpo bem esculpido. Seu vestido negro adornado com botões de ouro que o prendiam em seu abdome tinha um largo decote no lado esquerdo, revelando pernas bem torneadas e ornamentadas com botas pretas de cano longo. Brincos de esmeraldas perfeitamente polidas e esféridas decoravam seu belo rosto, coberto pela franja dos longos cabelos avermelhados, quase amagentados. O homem trajava um uniforme também preto mais quase-militar, com ombreiras e cordões de ouro - um ligando-as, e outro passando por baixo do braço esquerdo. Botões em seu peito sustentavam sua patente, e uma curta capa lhe adornava as costas. Eles tinham feições cansadas, deviam ter uns 40 anos, mas ostentavam corpos bem preservados da juventude. Um Persian com andar refinado se aproxima deles, era bem grande e saudável, mas tinha algo profundo em seu olhar, quase como se ele pudesse se comunicar conosco... Quem seriam?
- Sabemos de suas intenções aqui. - disse o homem, que tinha uma voz elegante como a de um cavalheiro - Peço gentilmente que se retirem, e que de preferência, não alertem a polícia Federal. A não ser é claro, que queiram ser retirados à força...
- Vocês que sairão a força daqui!! - exclamou Chun, cheio de raiva - Escoltados pela Polícia, seus ratos!!
- Ooh, assim você nos ofende... - disse a mulher - Se quer do jeito mais difícil, que assim seja...
- - - - -
Houve a explosão. Quando adentramos a sala, uma camada de gás caiu sobre nós - não era tóxico, era parecido com fumaça comum, mas nos impedia de respirar. Tapei minha mão e a primeira coisa que vi sem muita nitidez foi Glaceon e Leafeon sendo esmagados por uma enorme e pesada Arbok, espremendo-os em seus respessos rolos. Um grande Weezing espelia sua fumaça continuamente. Eles gritavam desesperados, e um flash de idéia iluminou minha cabeça. Na hora eu nao percebi, mas algo naquela sala me era familiar às outras: onde haviam estátuas de Persians, haviam pisos de metal. Escondida entre a fumaça, aproveitei que os Administradores não haviam me notado e me aproximei da estátua de Persian virada para a porta. Com muita dificuldade, mas dando meu melhor para agir rapidamente e poder livrar os Eevees, virei-a na direção na outra e acionei seu dispositivo secreto.
As placas de metal de distanciaram muito rapidamente, abrindo um alçapão que levava a uma piscina aberta a um andar no solo, ainda cercada por terra. Estava repleta de Carvanhas e Sharpedos, aparentemente famintos, prontos para atacar qualquer um que caísse ali. Arbok caiu como um alvo fácil, esticando seus rolos e dando tempo para Glaceon escapar - Leafeon, por ser maior, teve dificuldades e conseguiu segurar-se apenas pelas patas traseiras, e Yagazami ajudou-o a sair. Infelizmente os Administradores da Equipe Rocket não tiveram a mesma sorte... Despencaram do alçapão com seus pokemons. O Persian deles, que assistia os rápidos segundos em que aquilo aconteceu horrorizado, não pensou duas vezes e atirou-se também. Era um exemplo de pokemon fiel até o fim...
Quando eles atingiram as águas, conseguimos ver apenas bolhas. Muitas, e muitas bolhas. E gritos desesperados... Mas mesmo se quisesse, não poderia ficar simplesmente os observando. Precisavamos sair dali o quanto antes, e pegamos a Saída de Emergência ao lado da estátua de Persian.
Do lado de fora da loja...
- Senhorita Juri, a Polícia Federal agradesce mais uma vez pela sua enorme colaboração! - disse a oficial, a mesma de Azalea. Ela que devia coordenar a operação contra a equipe Rocket. Estava acompanhada de dois grandes Arcanines, com suas vistosas jubas balançando ao vento.
- E as investigações, oficial Brenda? - disse Yagazami, sério.
- Chegaram num rumo inesperado logo quando começamos. No início, quando procurávamos pelos suspeitos... - pausa.
- Aqueles de Azalea, que deixaram a garrafa no chão? - perguntei.
- Sim... Quando os rastreamos, conseguimos localiza-los, mas... Já estavam mortos.
Senti minha pupilas contraindo em meus olhos espantados quando ela me deu a noticía. Meu deus... Isso é tão cruel...
- Oficial, suspeito que eles não pararam por aqui. - disse Yagazami - Por favor, só tenho uma coisa a pedir.
- Pois peça, senhor Yagazami. - puxa... Yagazami devia ser mesmo muito importante.
- Patrulhem todas as cidades, fiscalizem as barreiras com aind amais rigidez. Eles não vão parar tão cedo... Estão seguindo passos muito familiares. E se estivermos preparados, podemos pegá-los de surpresa.
- Mas! - ela se espantou - Mas, se está pensando que eles farão... Não, senhor, isto seria obvio demais!
- Exatamente!
Eles continuaram discutindo conforme muitas perguntas ainda pairavam em minha mente... O que a equipe Rocket havia planejado anos atrás? E hoje em dia, 20 anos depois, o que queriam eles - principalmente com os cães lendários? Eram perguntas que seriam esclarecidas apenas futuramente... Caberia apenas a mim prosseguir meu caminho em busca de respostas.
- - - - -
- James!! - gritou a mulher, sentindo-se afogada - James, você está aí?!
- Jessica!! - gritou o homem, nadando com esforço em sua direção, tentando desviar das ondas e bolhas formadas pela movimentação na água - Jessica, estou chegando!!
Um Sharpedo lentamente surge por baixo de Jessica, erguendo-a da água. Estava completamente enxarcada, assim como seu parceiro, que se aproximara e se segurava no nariz da enorme criatura de dentes afiados, que agora parecia tão calma e relaxada. Os outros pokemons também se aquietaram, e lentamente se aproximavam do casal sob Sharpedo, com certa curiosidade.
- Oh, James... Graças a deus está bem! - ela o abraçou por baixo dos braços, ajudando-o a subir em Sharpedo.
- Pensei que fosse perde-la...
- Eles... Eles não nos atacaram... - ela olhou surpresa a sua volta.
- Sim... São muito leais. Estão fazendo a coisa errada a nos obedecer, mas... São leais...
- Eu não acredito... Mais uma vez, descepcionamos nossos superiores...
- Jessica...
- Anos trabalhando aqui, e quando finalmente alcançamos um cargo digno; nós, nós... - cobriu o rosto com as mãos, desmoronando em lágrimas - Arruinamos tudo, para variar!!
- Jessica... Venha aqui...
Ele a abraçou por um longo tempo. Segurou sua mão e deu ouvidos ao seu choro, consolando-a.
- Eu não quero mais isso, James... Estamos chegando na metade das nossas vidas, e não crescemos... Apenas regredimos.
- Não diga isso. Aprendemos e devemos muito à equipe Rocket, meu bem... Mas, você tem razão. Já deu o que tinha que dar... Não tínhamos juízo naquela época... E agora que o temos, não podemos mais fazer mal uso dele!
Um rugido reptiliano. Encima de outro Sharpedo, Arbok e Weezing os observavam atentos.
- Nossos pokemons... Leais até o fim. - disse Jessica, sorrindo, com lágrimas escorrendo pelas bochechas.
- Venham cá! - chamou James. Arbok foi nadando, e Weezing flutuou até ali - Nunca nos abandonem... É tudo que precisamos.
- Ei! E eu?!
Aquele Persian falava! Ele foi nadando com dificuldades em suas patas felinas, em certa altura precisou da ajuda das Carvanhas para progredir até os Rockets.
- Oooww, Meought! - disse Jessica, sorrindo largamente e ajudando-o a subir. Eles ainda o chamavam pela sua pre-evolução?... - Jamais nos esqueceríamos de você!
- É bom mesmo que não!
- Precisamos dar um basta nisso, Jessica. - James disse, sério - Temos que dar nosso melhor agora.
- Sim. Vamos reparar nossos erros, James. E se quisermos, teremos que agir rápido!
- Meought! É isso aí, pessoal!
Partiram pelos corredores de água. Agora, mesmo que não soubéssemos, os Ex-Rockets agora estavam ao nosso lado. Imagino que tipo de ajuda eles dariam? Será que eles sabiam de muita coisa? Seja o que fosse, minha jornada estava atingindo seu clímax.
Última edição por Kirehana Yurika - Nanda em Qua 4 Nov 2009 - 18:18, editado 1 vez(es)
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Fakédex da PM / Pokémon Banchou
Plasma Exilium: O Renegado / Um Livro Especial
Atelier 2.0 / Creepypasta
Re: Pokemon Shining Crystal - O Dia do Juízo Final
Você deixou esse capítulo tão realista, que eu senti exatamente o que eu sinto quando entro em qualquer Hq de qualquer jogo. Confusão.
Foi uincrivel como você conseguiu ditar cada detalhe de paredes, pisos e estátuas.
Foi muito bom esse capitulo, ainda mais com a aparição do famoso trio rocket.
Foi uincrivel como você conseguiu ditar cada detalhe de paredes, pisos e estátuas.
Foi muito bom esse capitulo, ainda mais com a aparição do famoso trio rocket.
Tropius- Membro
- Idade : 28
Alerta :
Data de inscrição : 20/07/2009
Re: Pokemon Shining Crystal - O Dia do Juízo Final
Parabéns pelos capítulos!
Muito realista,você consegui nos fazer imaginar exatamente como é o nome da história mas tenho umas coisinhas que quero que corrija:
Não é Meought e sim Meowth
Não é Jessica e sim Jessie
Pronto só isso que achei de erro,o resto você foi muito boa!
Parabéns!!
Muito realista,você consegui nos fazer imaginar exatamente como é o nome da história mas tenho umas coisinhas que quero que corrija:
Não é Meought e sim Meowth
Não é Jessica e sim Jessie
Pronto só isso que achei de erro,o resto você foi muito boa!
Parabéns!!
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Connoisseur Haato - Heart- Membro
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Frase pessoal : Margarida *-*
Re: Pokemon Shining Crystal - O Dia do Juízo Final
- Spoiler:
- Jessie é diminutivo de Jessica... Ou você acha que esse seria o nome verdadeiro dela? Principalmente com um cargo tão importante? D:
Nota da Autora: As músicas que eu disponibilizo, a fim de que sejam ouvidas, serão colocadas agora no momento em que se encaixarem na fanfic. A maioria delas o leitor sequer bate o olho, então, houve esta modificação >.>' Boa leitura!
Capítulo 8 - O Prelúdio de uma Catástrofe (Parte 1)
Ouvi a alguns dias atrás o sr. Patterson falando na televisão que um mistério cercava a Travessia de Gelo Mahogany-Blackwood - porém não especificou o problema, apenas alertou a todos para terem cuidado. Conforme andava pela rota que me levaria à caverna ao lado de Feraligator, percebi como uma misteriosa neblina lentamente se formava. Preferi acreditar que era devido à proximidade de um ambiente frio. O caminho entre as árvores estava ficando cada vez mais estreito e a névoa se tornou tão consistente que quase parecia uma nuvem. Não se podia ver um palmo diante do rosto. Mas por ser um caminho reto e livre de obstáculos, o atravessei assim mesmo.
A neblina abaixou, e pude ver a entrada de uma caverna cercada de neve e gelo. Sim, só podia ser aquela... Quando entrei, estava escura como breu e muito silenciosa. Feraligator receou em adentra-la, mas eu lhe convenci que não havia perigo algum. Andei alguns passos, e logo pude notar a mudança do ambiente: lá fora estava bem temperado, mas a atmosfera da caverna era fria e gélida. Conforme eu andava, Feraligator me seguia. Quando finalmente consigo ligar a luz da tela da minha PokeGear, eu piso em algo muito escorregadio e caio, deslizando sobre ele.
Mal senti o solo mudando sob meus pés, foi tudo tão rápido! Feraligator, distraído como sempre, tentou se equilibrar mas acabou escorregando junto, ficando logo atrás de mim. Era como se o ígreme córrego estivesse completamente congelado. Gritando e escorregando por ele como se o rio fosse alguma espécie de tobogun, acabamos atingindo outra parte da caverna por meio dele, passando por um buraco sob o solo e entrando numa nova parte daquele lugar.
O chão era fofo e branquinho, coberto pela neve, logo não doeu quando eu caí de bunda nele. Quando me ergui - rapidamente, se não quisesse ser esmagada pelo meu Feraligator; que deu de cara no chão -; pude sentir focos de calor acendendo meu corpo... Por onde eu havia entrado, haviam duas grandes tochas acesas em esguidos pedestais de metal, uma de cada lado. De cima da elevação que eu estava eu podia observar um grande planalto que se estendia no subsolo da caverna. Era quase como se estivéssemos na superfície, num vale de neve com pedras e pequenos morros. Era tão grande que, se não estivesse numa caverna, não conseguia ver seu final do horizonte. Lá também havia um amplíssimo lago, com mais terra do outro lado, onde vários pokemons aquáticos brincavam... Pokemons que não eram dali. Pokemons que pertenciam às dezenas, e se duvidar centenas de treinadores pokemon que ocupavam aquele lugar!
Sim, o vale estava repleto de pessoas. A maioria da minha idade. Conversavam, brincavam com seus pokemons, ou mesmo tiravam um cochilo - porém, todas estavam sem saber que diabos estava acontecendo. Como se ninguém estivesse ali de propósito. Eu observei por um bom tempo as pessoas discutindo, algumas tentando ligar usando a PokeGear (fora de área), ou outras simplesmente arrancando os cabelos diante do desespero.
Até ouço uma voz conhecida me chamando. Olho naquela direção, e vejo Roy correndo até mim acompanhado de um belo pokemon quadrúpede, de pelos brancos e garras afiadas. Tinha uma juba elegante e bem cuidada, e seus penetrantes olhos vermelhos poderiam ver através de mim se eu bobeasse. Me animei ao encontrar um rosto conhecido, e também fui de encontro a ele. Mas diferente de seu pokemon, Roy não estava na melhor das condições... A manga do lado direito da sua blusa havia sido arrancada, e seu antebraço estava enfaixado. Também tinha gazes lhe cobrindo a bochecha daquele lado do corpo.
- Roy! Que surpresa te ver aqui! - me espantei ao ver as ataduras bem de perto - Céus, o que aconteceu com você?!
- Eu estava vindo pra cá ontem a noite... Achei que os faróis da moto fossem o suficiente para iluminar a caverna, mas o córrego era tão ígreme que eu não o notei e... Bom, o acidente foi feio.
- Então... Sua moto foi pro bagaço? - me assustei com meu palavriado, principalmente dirigindo-o a um rapaz que falava de forma tão educada comigo - Ohh, quero dizer, perdão eu...
- Não, mas é verdade... Por sorte, já tinha gente aqui. Muita, por sinal... - olhou para a multidão aos nossos pés.
- Roy, de onde vem todas as pessoas?
- De todos os lugares do continente... Recentemente, todos os que tentam usar a Travessia de Gelo têm parado aqui.
- Como assim?! TODAS as pessoas?!
- Aah, foi o que eu disse.
- Mas, isso nunca aconteceu antes... Já? Quero dizer, deve haver uma explicação!
- No momento, não podemos fazer nada... A dois dias estão tentando contatar alguém, mas ninguém responde do lado de fora... Puxa, você era uma das minhas esperanças... - ele desanimou.
- Sair daqui é fácil. Mas isso não vai acontecer de forma tão simples...
A voz era diferente, e vinha de uma mulher logo atrás de nós. Ela tinha olhos dourados, quase amarelos, e só de lembrar deles eu me estremeço. Tinha o cabelo preso e arrepiado atrás da cabeça. Ela era... Grande. Só consigo defini-la deste jeito. Usava roupas pretas coladas, com retângulos pintados no corpo, e um Flareon de pelo macio e espesso a acompanhava, provavelmente bem aquecido pela aconchegante pelagem. Tinha uma menina ao seu lado. Diferente da outra, ela tinha o corpo frágil e em desenvolvimento. Os olhos eram grandes e espressivos, seu cabelo cobria parte do rosto e uma pequena tatuagem no meio da testa. Pelo seu físico, supus que tivesse no máximo 14 anos de idade. Vestia trajes similares aos da companheira, mas trajava um blusão preto para provavelmente se prevenir do frio. Um grande Vaporeon tremulava sua cauda próximo a ela, com suas escamas brilhando como se tivesse acabado de sair da água. Roy as olhou com desconfiança, mas eu sabia quem eram: as integrantes restantes dos Unks. Sim, tudo se encaixava agora... Três monges, três mestres, dois sacerdotes, dois percursionistas... Três dançarinas.
- Vocês... Vocês são... Seguidoras da religão Unkw, estou certa? - disse, indecisa.
- ... Corretíssima. - a maior sorriu de forma singela - Creio então que devamos nos apresentar. Meu nome é Nayru, sua serva, senhorita Juri...
- Meu nome é Ririna. Mas pode me chamar de Rin, se quiser... - a jovem corou, levando as mãos ao rosto - É um enorme prazer conhece-la, senhorita Juri!
- ... E você, quem é? - disse Nayru, se referindo e olhando para Roy, de forma até impertinente.
- Heh! Eu pergunto o mesmo. - ele disse, de certa forma sério - Se disse aquilo é porque sabe como sair. E se está aqui, não é a pouco tempo. Por que não disse isso antes?
- Não se irrite... Tudo tem um porquê, rapaz. Juri, se tiver conhecidos seus nesta multidão, chame-os. Chame todos...
- Mas... Porque?
- Apenas faça, Juri. Logo entenderá...
- Certo...
Era tanta gente lá que, se Roy não estivesse ao meu lado, eu jamais encontraria. Consegui encontrar Tania entre as pessoas, ela estava pálida de tanto frio... Coitada. É acostumada a trabalhar o corpo ao percorrer as rotas dos continente fazendo jogging, e ficar contida naquele espaço, por maior que fosse, devia ser horrível para ela. Até Kenny estava lá! Ele estava histérico, como sempre, mas desta vez tinha um bom motivo: seu estoque de comida estava acabando, e ele e seus pokemons passaria fome se não saíssem logo dali. Com todos concordando com o plano de obedecerem as duas para poder serem libertos, formamos um time de ação. Libertamos nossos pokemons afim de que eles pudessem interagir uns com os outros, uma vez que todos ali estavam fazendo isso; e fomos atrás das duas Unkws - alias, eu também havia avistado Angela e Pablo na multidão, mas... Preferi deixá-los na deles.
- Juri, você conhecia aquelas pessoas? - perguntou Roy, no caminho.
- Sim... Mas assim que sairmos daqui, eu prometo explicar tudo, pessoal.
Era minha única opção. Ao encontrá-las, nós seis sentamos sob a camada de neve no topo da elevação, formando um círculo. Não foi necessário que eu as apresentasse... Com todo o cuidado, elas contaram tintim por tintim quem eram. E também, de cara, todo o meu lance com o Wave Bell. Kenny ficou extremamente surpreso, porém calado. Roy prestava atenção e tudo, e pelo seu olhar nao parecia duvidar de uma única sílaba. Muito menos Tania, que as vezes me olhava como se estivesse confirmando seus pensamentos, uma vez que já vivenciamos juntas um momento como os citados pelas moças...
- Mas... E esse Mito que vocês protegem? Por que tanto receio em contá-lo? - disse Kenny, parecendo um pouco incrédulo.
- Pois vocês descobrirão sobre ele agora mesmo. - disse Rin, decidida - Não só vocês... Mas como todos os presentes nesse vale.
Tensão. Seria agora. Todo o objetivo da minha existência seria revelado.
Há muitos anos, quando Jotho era um grande vazio no mundo, dois deuses descenderam os céus. Eles eram Lugia e Ho oh, duas colossais feras regidas de poderes inimaginavelmente fortes. Decidiram que ali semeariam a vida mas, para isso, um deles deveria reinar como deus supremo daquele lugar. Numa batalha épica, Lugia perdera para Ho oh, que assumira o trono nos céus enquanto o outro enfrentaria o limbo sub-aquático, isolado em sua caverna e regendo os mares preso pelas paredes de pedras mais profundas do oceano.
Ho oh então deu origem a tudo: criou a terra, as plantas, pokemons, cada um com todo o dom e paciência de um bondoso deus. Percebeu então que não poderia cuidar de tudo aquilo sozinho, e deixou na Terra os Três Cães Lendários, que regeriam cada um os elementos da natureza: trovão, terra e fogo, vento e água. Dera a Lugia também o direito de ter seus subordinados, porém muito distantes de onde ele estava: eram eles as Três Aves Lendárias de Kanto - Articuno, Zapdos, Moltres. Ho oh então tomou seu lugar de respeito e dignidade, sendo o deus que Cria, Preserva e Destrói.
Um dia, em algum momento do tempo, Ho oh decidiu criar algo novo. Deu o sopro da vida aos humanos, dando-lhes do dom da sabedoria e inteligência. Ele sabia desde aquele momento que deveria se precaver... Deixou então sua última herança na terra: os templos, porém atuais Ruínas de Alph, onde seus servos, os Unknow; transmitiram aos humanos os ensinamentos de Ho oh, e como viver em paz e harmonia naquele mundo criado para eles.
- ... Então... Este é o Mito que vocês tem guardado a tanto tempo? - disse.
- Sim. - afirmou Rin.
- Mas... O que tem o Wave Bell haver com isso? Porque Lugia seria invocado?
- Há 20 anos atrás, nossos monges tiveram uma terrível visão do que aconteceria no presente. - disse a outra, quase como que em transe - Antes não era tão óbivo, mas hoje em dia as profecias estão cada dia mais concretas. Caos, terror e o pânico se alatrariam pelo continente. Várias medidas foram tomadas... Uma delas foi, inclusive, dar ao seu pai o dever de invocar a criatura que poderia evitar tudo isso.
- Meu pai? Mas, espere! - um pensamento rapidamente me veio à cabeça. A imagem de todos os Unkws que eu conhecia me vieram a cabeça - Se vocês são a última geração de Unkws... Quem, a 20 anos atrás, entregou isso pro meu pai?...
Elas criaram um suspense proposital.
- Três mestres, dois sacerdotes, dois percursionistas, três dançarinas... - disse Rin - ... Sentindo falta de algo?...
- Três monges... - disse Roy, prontamente, porém pensativo.
- E quem são esses monges? - perguntei.
- Três pessoas muito conhecidas que secretamente seguem nossos ensinamentos. Vocês já conhece um deles bem profundamente...
Morty... É claro. Só ele poderia ter entregue o sino ao meu pai 20 anos atrás. Por meio da lógica, descobri quem seriam os outros dois: Chuck, que cedera seu ginásio de Luta em Cianwood para Haruhara, mestre percursionista. E Pryce, o Ancião; avô de nada menos que o mestre sacerdote, Yagazami.
- Mas... Por que meu pai não cumpriu com a promessa dele?
- Não se sabe... Nestes últimos anos que se passaram, nossa maior aflição tem sido a ausência de seu pai, Juri. - Nayru, um pouco cabisbaixa
- ... Fugindo, como sempre... - sussurrei para mim mesma.
- Mas, graças aos céus, o Gizo pode aceitá-la como guardiã. Você já deve estar pronta para alcançar seu objetivo... Invocar Lugia para evitar a maior das catátrofes que Jotho enfrentaria...
- Que seria?...
- O Juízo Final de Ho oh.
Senti como se não houvesse chão sob minhas pernas. Senti que já não havia mais oxigênio no ar que eu respirava... Então era isso? Eu apenas invocaria um deus para evitar o Apocalipse em meu continente? Esse tempo todo... Todas aquelas pessoas, todos os acontecimentos, tudo estava girando em torno disto?
- Mas porque?! - exclamou Tania, com o olhar horrorizado e as mãos no rosto - Por que Ho oh faria isso com tudo que ele teve tanto amor para criar?!
- Olhe à sua volta! - exclamou Rin - Os humanos estão degrinindo tudo ao seu redor, inclusive eles mesmos! Estão arruinando o ambiente à sua volta, e afundando no buraco que eles mesmos abriram! Desafiam os poderes de Ho oh, acham que são donos de um mundo que não lhes pertence!
- Acalme-se, Rin... - disse Nayru, segurando-a pelo braço.
- Não, calma nada, Nayru!! Você acha que eu não estou com medo?! - gritou, chorando - Nosso deus está muito irritado, cheio de ódio, e nós não conseguimos fazer nada para evitar isso!! Todas as catástrofes que estão acontecendo, todos esses humanos se afundando na própria vala, é tudo resultado da ira Dele!!
- RIRINA, ACALME-SE!!
A voz grave da moça por muito tempo ecoou pelo vale. Chamou um pouco de atenção, mas Rin então decidiu conter seu choro.
- Vai dar tudo certo, Rin... - concluiu Nayru - ... Está tudo dando certo até agora. Assim você vai assustá-la. Perdão, senhorita Juri...
- ... Eu entendo. Bem que vocês disseram que eu devia estar preparada...
- ... Você sozinha não vai chegar a lugar algum, Juri... - disse Kenny, com os braços cruzados e uma expressão séria.
- Uh?
- Se tiver que contar com alguém, pode contar comigo, gata! - ele disse, de forma muito espotânea - Nada vai poder nos segurar.
- ... Kenny. - eu disse, desanimada e chorosa - O assunto aqui é sério...
Ele ficou irritado.
- Mas eu tô falando sério, quem só pode estar de brincadeira aqui é você!! - exclamou, ergueu-se e ficou apoiado sobre os joelhos - Qual é, minha filha, que drama todo é esse?! Levanta e encara o mundo, encara o problema: que não é só seu, é nosso!! Você é forte, você é A MINA, se não fosse esse sino não teria motivo pra te escolher, c*cete!!
- K-Kenny... - minha expressão de surpresa logo tornou-se um sorriso largo de gratidão, com as lágrimas escorrendo pelas minhas bochechas - Muito obrigada pelo seu apoio...
- Amiga... - disse Tania - ... Eu meio que sabia disso. Dos Unkws, dessas profecias... Tudo por meio do meu tio Chuck, apesar dele nunca me falar diretamente sobre isso. Sempre me senti atraída pelo mistério, pelo místico... E não é só por isso que estarei contigo. Vou estar ao seu lado porque você é minha melhor amiga... E amiga é pra essas coisas, não é?...
- Tania... - eu a abracei com força, sentindo seu apoio me energizando.
Quem estava ao nosso redor sorriu. O otimismo aqueceu nossos corpos e corações, e o apoio não só dos Unkws mas como o dos meus amigos nesta causa foi a peça chave para isso...
- Para falar a verdade, eu tenho investigado um pouco isso... - disse Roy, olhando fixamente para Nayru - Vim atraído pelos relatos dos meus irmãos de Hoenn a este continente... Eu já viajei pelos quatro cantos do mundo, e nunca imaginei que Jotho fosse me intrigar tanto...
- ... Sinto que você não se revelou de verdade, meu rapaz. - Nayru rebateu - Quem viria a Jotho por meros boatos?...
- Xiii... - disse Kenny.
- Espera um instante!! - exclamou Tania - Aquela moto estilhaçada lá fora é sua?!
- Sim, infelizmente... - Roy respondeu.
- Caramba!!
Eu não entendia o que estava acontecendo. Exigi explicações:
- Roy, você é O Justiceiro?! - ela exclamou.
- É, colega, acho que descobriram sem segredinho... - Kenny disse, debochado.
- Sim, é verdade. O único... - ele disse, surpreso por ela conhecê-lo.
- Justiceiro? Que lance é esse? - perguntei, olhando para Roy.
(Música)
Em Hoenn, o misterioso Justiceiro era um treinador quase tido como mítico. Acompanhado de seu Pelipper e Swampert, ele rodava o continente ajudando quem encontrasse no caminho, fosse oferecendo o que tivesse na mochila para ajudar ou espantando valentões de forma bem... Prática, porém épica. Fora entrevistado várias vezes tanto pela TV quanto pela rádio e tornou-se muito famoso, mas ninguém sabia sua verdadeira identidade. Fora muito bem recebido pelos outros continentes mas, para variar, aqui no Fim do Mundo ninguém senão poucos sabiam de sua existência.
- O que o traz aqui, Justiceiro? - disse Tania, muito contente em conhecê-lo. Quem me dera poder ter o contato que ela teve com o mundo moderno...
- Eu vim por um motivo em especial, porém nada bom... - ele ficou cabisbaixo - Muitos de meus irmãos de Hoenn tem sofrido aqui, por muitos motivos. Pobreza, falta de oportunidades, discriminação... Vim na verdade com a intenção de me instalar no continente. Tentar fazer daqui o meu lar... Como muito hoeannos fazem de todo o lugar que lhes ofereça sombra e um cantinho para viver.
- Eu entendo... O aperto que vocês passam é coisa séria. - disse Kenny, abraçando-se.
- E... Não vejo motivos para não entrar em sua causa. - sorriu - Eu sou à favor da justiça para todos... Mesmo que desafiando um deus!
- É assim que se fala! - Kenny foi para perto dele e lhe bateu nas costas. Não pareceu se esforçar muito, mas Roy sentiu muita dor, como se seu delicado amigo não tivesse noção da própria força.
- Então não há tempo a perder! - Tania - Precisamos alertar a todos!
- É por isso que estão aqui. - disse Rin, se erguendo ao lado de Nayru - É por isso que estão todos aqui...
Elas falavam de forma estranha. Quase como se elas... Houvessem preparado tudo aquilo. Sim, pensando bem, porque não? Haviam tochas na entrada daquele vale subterrâneo. Elas estavam esperando esse tempo todo, aprisionando centenas de treinadores naquele lugar, esperando que eu chegasse? Mas porque? Não precisava ser assim!
- Treinadores de Jotho, nos escutem! - urrou Nayru, falando diante da multidão, que passou a observa-la atentamente. O ambiente fechado colaborou para que sua voz se propagasse em alto e bom tom para todos - O que temos a dizer é importante, nosso mundo corre perigo!
Bochichos por todos os lados. "Do que essa doida tá falando?". "A gente vai sair daqui?". "Putz, que roupas esquisitas...". "Pablo, filma isso!".
O alerta havia sido dado. O Mito agora estava se propagando para centenas de treinadores. As reações foram as mais diversas: incredulidade, ignorância, revolta, medo, tristeza, tinha até gente achando aquilo tudo muito engraçado. Rin se encolhia diante da situação e, em certo momento, escondida atrás de nós, fechou os olhos e pareceu entrar em estado de transe. Ajoelhou-se, seus dedos começaram a percorrer a neve, traçando linhas sobre ela e desenhando algo inconscientemente. Seu Vaporeon a observava atento.
- É tudo verdade! Vejam tudo a sua volta, o mundo está ruindo! E a prova está aqui! - pegou o sino em meu pescoço e o balançou no ar. Mas por ela não ser sua dona, o gizo não atraiu nenhum pokemon selvagem nas redondezas, mas pode-se notar o brilho nos olhos dos que estavam presentes.
- E tem mais! - eu disse, criando coragem. Olhei para a Master Ball em minhas mãos, eu precisaria fazer aquilo...
Quando Entei saiu da pokebola, deu um dos seus rugidos mais selvagens, mostrando o quão se sentia bem ao estar livre. Ele era meu parceiro agora, e era ao mesmo tempo a prova e a testemunha mais sólidas que poderíamos ter.
- Escutem todos! - ele disse, com sua grave voz inundando o saguão - O perigo é iminente e incontestável, mas juntos poderemos convencer Ho oh a desistir desta tão dura decisão!
Todos pareciam concordar, agora que os pedidos e conselhos estavam sendo dados por uma criatura lendária digna de seu poder e seu título.
- Ao sair daqui, expalhem para o mundo a nossa mensagem! Todos devem se unir! Não devemos temer Ho oh, e sim respeitá-lo, pois é apenas isso que ele pede em suas profecias: respeito, não só entre ele e os humanos, mas entre todos os seres que ele deu a vida! - o inflamado discurso começou a empolgar as pessoas.
- Pablo, não desliga isso!! - pude ler os lábios de Angela quando ela disse isso ao seu cameraman mirando em minha direção... Acho que eu nunca teria paz.
- Vamos fazer nosso deus entender nosso valor! Precisamos mostrar que a humanidade tem esperança, e essa esperança são vocês, o futuro povo deste lugar!!
O povo foi à loucura.
- Prometam para mim! Prometam para nós, todas as criaturas de Jotho, que seremos a salvação deste continente!!
A multidão concordou, com gritos e urros de apoio. Entei assumiu uma postura magistral e nobre, sorrindo com o canto da boca, muito feliz em ver aquilo.
- Pra quem vive se escondendo as pessoas, até que você mandou bem. - comentei.
- É um dom. - respondeu. Humildade também é...
Rin termina seu desenho. Os traços formados na areia lembravam o desenho presente nas costas dos mestres... Ainda não havia entendido sua simbologia. Os traços na neve pareceram ganhar vira, e as esferas começaram a girar no interior do círculo em sentido horário. Nayru olhou para seu Flaeron, acenando-lhe com a cabeça. O obediente pokemon se posicionou entre os pedestais de fogo. Fechou os olhos... E assim que os abriu bem, emitindo uma luz branca por eles, as chamas rapidamente ficaram maiores e desapareceram, como se estivessem sendo engolidas por elas mesmas.
Assim que elas se apagaram, uma espessa névoa cobriu o lugar. Foi ficando mais e mais forte, se forma que nós precisamos ficar todos juntos para não nos separarmos. Neste momento, nós quatro nos demos as mãos, como um sinal de que os acontecimentos que estariam a vir jamais nos separariam. A névoa ficou intensa a ponto de só se enchergar um grande vazio branco diante dos olhos. Ouviamos gritos, sussurros, mas estávamos aliviados - porque sabíamos que estavamos todos juntos.
Quando a névoa lentamente começou a baixar, notamos uma diferença enorme de emabiente. A neve em nossos pés tornou-se grama molhada. A caverna havia se tornado um campo aberto. Por meio de algum tipo de feitiço Unkw, nós havíamos saído da caverna. Todos nós.
Nossos pokemons estavam todos amontoados num canto só, todos os 6 que cada um de nós tinha. A maioria estava apavorada, mas logo se animaram ao nos ver novamente. Vieram correndo em nossa direção, nos abraçando com afeto. Pude ver como cada um dos meus parceiros se relacionava com seus pokemons: Kenny estava sendo abraçado pela sua exuberante Arbok dourada, enquanto os outros pokemons esperavam ansiosamente para abraçá-lo também. Roy acariciava a cabeça de seu jovem Absol, e Tania se pendurou no pescoço de sua Meganium.
Todos estavam felizes. Mas jamais esqueceriam o que haviam visto lá dentro. As dançarinas jamais nos deixaria sair se eles não tivessem entendido bem a mensagem e não cumprissem com a promessa que fizeram ao cão lendário Entei. Pelo menos a maioria. Muitos decidiram acampar lá ou pelo menos passar mais tempo naquele lugar, uma vez que ainda era muito cedo (PokeGear marcando 10:20am)
- Crianças - disse Nayru, se aproximando de nós, com Rin e as eevoluções ao seu lado - Estamos próximos de Blackwood, uma das cidades que possuem um templo Unkw. Vamos até lá, ainda há muita coisa que deve ser esclarecida.
Virei na direção de meus companheiros.
- Amigos... Mais uma vez agradeço sua ajuda. Não sabem o quanto me deixa feliz ver vocês ao meu lado... Me sinto tão mais confiante. Muito obrigada...
- Não agradeça só a nós, Juri. - disse Roy - Agradeça a elas... Agradeça aos Unkws, as pessoas que te apoiaram, e principalmente todos eles... - olhamos o mar de gente atrás de nós - Isso não é nem metade das pessoas, Juri... Toda Jotho estará ao seu lado. Pode ter certeza disso!
Eu sorri e o abracei, com todas as minhas forças. Eu estava tão gelada, mas seu corpo, seus braços e seu peito estavam tão quentes... Quase como se o fogo de seu coração puro o mantesse sempre aquecido.
- Aaaw, e eu, não vou ganhar um abraço? - disse Entei, fingindo que se importava.
Eu não liguei. Eu o abracei também. Nós rimos um pouco ali, mas sequer esperávamos que aquele seria um dos últimos momentos de descontração que teríamos naquele dia. Muita coisa nova seria revelada a nós... A missão já não era só minha. Não só dos Unkws, não só dos meus amigos. Era de nossa, era de Jotho. E estávamos começando a nos preparar para ela.
Última edição por Sir Bakujirou S. em Dom 26 Dez 2010 - 0:31, editado 1 vez(es) (Motivo da edição : editado)
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Re: Pokemon Shining Crystal - O Dia do Juízo Final
Nossa, pra mim, esse foi um dos melhores capitulos da fic.Gostei muito da lenda sobre Ho-oh e Lugia.Então a missão da Juri é despertar o Lugia/excessodeinformação/.
Espero o proximo capitulo.
Espero o proximo capitulo.
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NintenZeroan
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Re: Pokemon Shining Crystal - O Dia do Juízo Final
Otimo, mas percebi uma coisa no capítulo anterior, o meowth decidiu evouir?
E pena que o meu palpite sobre a rainbow wing estava errado.
Muito legal o entei ter se revelado.´
A angela é mesmo ambiciosa não? Pensando em ser a famosa reporter que gravou entei, sendo que o mundo corre risco de acabar.
Além disso, acho que a Juri tem mais a fazer do que isso. imagina, precisar de algéum especial apenas para acordar o lugia.
E pena que o meu palpite sobre a rainbow wing estava errado.
Muito legal o entei ter se revelado.´
A angela é mesmo ambiciosa não? Pensando em ser a famosa reporter que gravou entei, sendo que o mundo corre risco de acabar.
Além disso, acho que a Juri tem mais a fazer do que isso. imagina, precisar de algéum especial apenas para acordar o lugia.
Tropius- Membro
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Data de inscrição : 20/07/2009
Re: Pokemon Shining Crystal - O Dia do Juízo Final
Ó sais.... /EUAMOTDUISOW!
A exploração da base Rocket, me revelou uma supresa muito empolgante... *-*, A duplinha de Rockets /again! Eu achei ótima a passagem do Cameo (quando eles retornam?). Trazer personagens com nova roupagem é muito legal. Eu gostei de como mostrou o lado do Rocket Lambda. (eu suponho que seja ele...)
Fiquei admirado com o trama que envolve tantos personagens (as Unkns, os amigows de Juri e quem mais?). Me surgem várias perguntas acerca do que eles realmente iriam fazer....
Reparei que, no cap. 8, você usou o nome Blackwood, mas suponho que seja o Blackthorn, o nome da cidade que conecta com Mahogany, através da Passagem de Gelo.
(É... Agora, é oficial mesmo. TODOS de Johto, saberão que Juri capturou mesmo o Entei... 0-0")
Gostei da forma de usar o Entei, pra confirmar a mensagem dita pela Nayru(AWWWWWWW Lembrei-me de The Legend of Zelda: Ocarina of Time agora! ).
As outras curiosidades acerca dos treinadores de outras regiões são interessantes (só descreveu uma delas na fic, mas/EUAMOTDOISSOW! tudo bem agora![+Entei]...)
Estarei aguardando muito ancioso pelo próximo capítulo da fanfic...
A exploração da base Rocket, me revelou uma supresa muito empolgante... *-*, A duplinha de Rockets /again! Eu achei ótima a passagem do Cameo (quando eles retornam?). Trazer personagens com nova roupagem é muito legal. Eu gostei de como mostrou o lado do Rocket Lambda. (eu suponho que seja ele...)
Fiquei admirado com o trama que envolve tantos personagens (as Unkns, os amigows de Juri e quem mais?). Me surgem várias perguntas acerca do que eles realmente iriam fazer....
Reparei que, no cap. 8, você usou o nome Blackwood, mas suponho que seja o Blackthorn, o nome da cidade que conecta com Mahogany, através da Passagem de Gelo.
(É... Agora, é oficial mesmo. TODOS de Johto, saberão que Juri capturou mesmo o Entei... 0-0")
Gostei da forma de usar o Entei, pra confirmar a mensagem dita pela Nayru
As outras curiosidades acerca dos treinadores de outras regiões são interessantes (só descreveu uma delas na fic, mas
Estarei aguardando muito ancioso pelo próximo capítulo da fanfic...
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Heir of Life
Confira:
Concurso participem! / Fic / One-Shots / indico uma fic que resgatei / indico Fic de meu amigo
set by ~elazul
- Spoiler:
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Um novo challenge breve
CONFIRA!
Veja meus outros perfis!
Re: Pokemon Shining Crystal - O Dia do Juízo Final
Nota da Autora: Aqui vai mais uma continuação. Elas tendem a ficar mais espessas, mas espero que isso não o desencoraje, leitor! Boa Leitura e mais uma vez obrigada por acompanhar minha Fanfic! (+1500 views)
Agradeço também a todos que votaram nela como a Melhor Fanfic do Fórum, no tópico do Blzck! Aproveito e peço também que votem na sua enquete, e votem com consciência! Pelas fanfics do fórum!
Capítulo 8 - O Prelúdio de uma Catástrofe (Parte 2)
A cidade de Blackwood não me lembrava nada mais que uma grande Mahogany. As ruas não eram pavimentadas, muitas casinhas e instalações ainda eram bem tradicionais, igualmente sua população - apesar deles serem um pouco mais "hospitaleiros": ao invés de nos olhar com desconfiança, admiravam nossos trajes, pokemons entre outras coisas "modernas" que trouxéssemos conosco. Conforme eu, Kenny, Roy e Tania atravessávamos as estreitas ruas da cidade guiados pelas duas dançarinas, podíamos confirmar nossas expectativas sobre Blackwood ser um lugarejo simples e pacato, com uma suave aura energética cobrindo a vila com um manto de paz.
Logo atrás do onipotente Ginásio de Dragão, pertencente à líder Clair; estava um pequeno lago cercado pelas formações rochosas da Travessia de Gelo. No final dele, uma pequena abertura para o acesso da caverna podia ser vista numa pequena porção de terra. O Vaporeon de Rin entrou na água com tranquilidade, e ela seguida de sua companheira lentamente entraram na água também, apoiando-se as costas do pokemon aquático. Não tínhamos opção que não fosse atravessar o lago atrás delas... A Starmie de Kenny era tão grande e ampla que ele podia simplesmente sentar sobre suas costas e ela prosseguir como se fosse uma espécie de bote. Tania teve que entrar na fria água para atravessá-la nas costas de seu Laturn e Roy seguiu sobre Swampert. Eu fiz o mesmo com Feraligator, e por ter adquirido equilíbrio nas aulas de Surfe, prossegui sem precisar me molhar também. Porém mais tarde, perceberia de nada adiantaria evitar ensopar minhas roupas naquele momento...
Quando atravessamos a pequena passagem, percebemos que ela não levaria para o interior da Travessia de Gelo - e sim para outro lugar completamente diferente, como uma extensão de Blackthorn. Através da passagem, uma grande e ampla depressão nascia bem no meio da caverna. O céu ali parecia levemente mais escuro, e os ventos um pouco mais intensos... Escadas feitas no solo permitiam o acesso à parte mais inferior. Um grande lago se abria bem no meio da depressão, e suas águas eram muito violentas. No centro deste lago, um pequeno templo budista se erguia sobre firmes pilastras de madeira. Sua firme ponte o ligava com a terra, e bem alinhada à sua arquitetura, estava uma grande torre construída sobre a estrutura rochosa, com grandes escadas brotando do chão e rasgando o caminho de encontro à sua entrada. Nayru se virou para nós, dizendo:
- Sejam bem vindos ao nosso Templo Unkw. Por favor, peço que se livrem de todos os seus objetos e trajes desnecessários: devem se sentir livres do mundo material ao entrarem aqui...
- Não se preocupem, seus bens estarão protegidos no Templo do Dragão, logo ali embaixo - disse Rin, apontando para o pequeno templo no meio do lago - Prosseguiremos quando todos estiverem prontos.
Atravessar aquelas águas vis não foi fácil. Tania e Kenny andavam lado a lado para evitarem se dispersar. Porém, quando eu acabava de desçer uma onda, outra veio rapidamente em minha direção e me fez perder o equilíbrio, caindo das costas de Feraligator e sendo atingida pela água, que parecia me esbofetear com suas fortes ondas. Num piscar de olhos já estava muito longe de Feraligator. Roy, que vinha atrás ao me dar cobertura, se lançou na água e me puxou pelo braço, sendo que eu havia afundado e não sabia como voltar à superfície...
- Juri!! - ele exclamou, ofegante ao me apoiar nas costas de seu grande Swampert, que se esforçava para manter-se para fora d'água - Juri, apoie-se aqui!!
Feraligator veio até nós. Os dois amigos decidiram fazer o seguinte: nadariam colados um no outro, assim o espaço que eles formariam em suas largas costas seria o suficiente para manter nós dois sobre eles. Eu fazia muito esforço para respirar, e estava tremendo de frio... Assim atravessamos o perigoso lago, saltando no meio da ponte do Templo do Dragão, afim de que fôssemos levados às pressas para seu interior.
Os monges de lá não eram seguidores da religião Unkw, eram sacerdotes tradicionais. Eles nos ofereceram toalhas e casacos para que nos secássemos, mas para isso, tivemos que nos trocar em quartos. Os rapazes ficaram em um, e eu e Tania repartimos o mesmo. Era bem simples e aconchegante, considerando o bravio tempo do lado de fora da janela, que iluminava o quarto com os fortes raios de Sol. Conforme ia deixando meus itens e outros objetos organizados dentro da minha mochila, Tania fazia o mesmo com a dela. Virou-se para mim em certo momento, temerosa, já trajando apenas a parte inferior de sua roupa (que era uma peça só, como um short e regata de lycra unidos):
- Juri... Você se lembra daquele líder de Ginásio de Cianwood?... - disse corada, botando os cabelos curtos atrás da orelha.
- Ahã. O que tem ele?
- Haruhara é um dos Mestres Unkw, certo?... - seu olhar se arrastou pelo chão, cabisbaixa - Você acha que esses mestres podem se apaixonar, ou mesmo... Erm, se envolver com alguém?
- Iih, que papo é esse, Tania? - eu disse, olhando para ela.
- É que meu tio Chuck o cria desde quando ele era muito pequeno, e eu o via sempre que ia visitá-los em Cianwood... Nossa faixa etária era diferente, por isso não chegávamos a brincar juntos. Ele estava sempre tão sério para uma criança... Quase como se já tivesse uma mentalidade adulta, já bem desenvolvida. Tio Chuck nunca apoiou uma relação nossa como "primos", apesar de eu ser sua sobrinha legítima e Haruhara ser como um filho pra ele.
- Então vocês já se conheciam?
- Sim, faz muito tempo.
- E o que você quis dizer com aquilo?
Então ela me contou tudo. Aos 16, ele assumiu o posto como líder de ginásio, e Tania conseguira derrotá-lo. Naquele instante, conforme os anos passavam, ela começava a vê-lo, admirá-lo de uma forma diferente. E que às vezes ela podia sentir o quanto ele a via de forma diferente também. Talvez por conhecê-lo desde pequena, Tania nunca entendeu como as pessoas podiam temê-lo de forma tão irracional, como se estivesse acostumada à sua aura poderosa que, sem querer, impunha medo sobre as pessoas. Mesmo sua aparência não a amedrontava. Então, a cada ano que passava, ela ficava cada vez mais encantada por Haruhara, e ele por ela. Ela o via como um amuleto de proteção, como se ele afastasse tudo que há de ruim para longe... E ele a via como um grande mistério. Sim, era isso o que ele entendia por "Tania". Parecia um homem sábio, honrado, poderoso, mas não conseguia entende-lâ, simplesmente.
Eles estavam apaixonados perdidamente um pelo outro... Aproveitavam cada precioso segundo que tinham juntos nos poucos dias que se viam durante o ano. Mas era como se, apesar de estarem tão maravilhados um pelo outro, ainda estivessem muito inseguros. Apesar do tio não tratá-los como primos, ela sempre o viu como tal. Fora que, puxa, ele era tão mais velho, tão mais desenvolvido e experiente, normal alguém da idade dela temer estar envolvida com alguém como Haruhara... Por isso o meio mais confortável que eles encontraram para demonstrar seu amor um pelo outro não chegava a ser um beijo na bochecha, e sim longos e quentes abraços... Ela, porque não tinha coragem de beijá-lo. Ele, porque provavelmente nunca aprendera como fazê-lo.
De qualquer forma, eu dei todo o meu apoio à Tania, e que se fosse necessário quebrar barreiras sociais para seu amor fosse aceito, eu os ajudaria nisso. Apesar disso, eu sabia que havia perigo... Haruhara era mais velho e muito maior do que Tania. Essa era uma sonhadora nata, e adorava viajar em seus pensamentos românticos. Por ela ser assim, imaginei o quão fácil seria enganá-la, principalmente por ela ser de certa forma ingênua... E ainda mais por ser atraente. Só cabia a mim alertá-la, e esperar que tudo fosse como ela realmente descreveu ser para mim.
- - - - -
Minhas panturrilhas latejavam após as dezenas de degraus subidos à entrada do Templo Unkw. Fui apenas de top, minissaia jeans e os tênis - até minhas luvas e touca ficaram de lado. Kenny e Roy haviam apenas se libertado dos casacos e luvas também. Tania havía saído do quarto do jeito que eu havia a visto lá dentro.
A torre tinha a arquiterua muito famíliar, e só depois me dei conta que se tratava da mesma da Torre Incendiada de Ecruteak: as pilastras vermelhas, o chão de madeira laqueada, ornamentos ricamente decorados... Pude notar a admiração nas faces de meus colegas, principalmente o brilho nos olhos de Kenny - ele devia ter um gosto bem "refinado" para admirar o belo... Assim que subimos alguns degraus, seguindo as dançarinas na nossa frente, logo notamos que havíamos atingido o andar central da Torre.
Por alguma razão, tínhamos a sensação daquele andar ser mais amplo que os andares comuns. Era cheio de janelas com as persianas de bambu abertas, e uma bem grande no fundo com o mesmo estilo. Um grande e quadrado tapete de bambu cobria quase todo o chão, e estampado o símbolo dos Mestres. Dois grandes tambores com o mesmo símbolo estampado de vermelho nas grandes camadas de couro. Várias almofadas de diversos tamanhos e formas de tons arroxeados posicionadas com cuidado próximas as paredes e nos cantos da sala, indo em direção ao centro. Até a atmosfera era diferente das demais partes da torre.
Lá estavam nada menos que todos os seguidores Unkw: Os monges na parte central do saguão. Os mestres sentados sob 3 baixos, almofadados e circulares pedestais cada um localizados entre os tambores no fundo da sala com Kei próxima a eles. Os sacerdotes próximos aos percusionistas e verificando algo no forte braço de Chun, provavelmente com aquela região do corpo machucada ou dolorida...
- Tio! - exclamou Tania, ao ver o ex-líder de ginásio conversando com os outros dois.
- Tania! - disse o mesmo. Sua voz era forte, porém já mostrava sinais de envelhecimento. Seu sobrepeso tornava seu protuberante abdome bem destacado sobre as calças sujas de um fulgaz lutador - Minha sobrinha, que surpresa te ver!
- Cresceu bastante, Tania... - disse Morty, sorrindo singelamente ao ver os dois se abraçando - Da última vez que a vi você ainda era praticamente uma criança...
- É... - ela sorriu sem graça.
Todos pareciam ansiosos para nos ver. Morty estava vistoso e bem de saúde, como sempre. O mesmo já não podia se dizer do companheiro deles... O senhor Pryce já estava bem velhinho. Seus 80 e poucos anos de vida quase sempre expostos a temperaturas baixíssimas lhe fez mal aos ossos - por isso agora só podia se locomover por meio da cadeira-de-rodas. Tinha a pele e feições envelhecidas, seus cabelos calvos já eram bem esbranquiçados, mas esboçou um sorriso nos finos e secos lábios quando me viu. Pareceu ficar bem radiante neste momento.
- Então, és a senhorita Juri? - disse, com sua voz envelhecida.
- Sim, senhor... É uma honra conhecê-lo.
- Eu que o diga, minha jovem. Por favor, aproximem-se.
As dançarinas foram para perto de Kei, que virou o corpo na minha direção quase como se pudesse realmente me ver... Fomos muito bem recebidos e cumprimentados pelos seguidores Unkw, eles ficaram muito felizes com o fato de, agora, eu ter apoio sólido. Meus parceiros se sentiram muito confortáveis ali, já não tão mais surpresos ou deslocados... Isso era bom, era ótimo. Mas Kei, para variar, ficava apenas calada, na sua. Imagino o que se passa na mente de alguém como ela. De repente, as dançarinas (que estavam paradas diante do pedestal central) abrem espaço para os lados e revelam um vulto misterioso. A pessoa se ergue e logo os outros dois mestres também, e vem andando em minha direção. Era uma mulher, muito bonita por sinal - e se estava sentada entre eles e todos os membros religiosos estavam presentes, pude apenas supor uma coisa: que aquela pessoa seria o Terceiro Mestre Taiko, a Mestra Dançarina.
Até hoje em dia é extremamente difícil para mim definir aquela mulher. É difícil descrever seus trajes quase tribais, sua postura misteriosa e séria, a energia que emanava - apesar de bastante similar à dos demais mestres... Posso dizer que muito de Kei era espelhado nela, principalmente a máscara que ela usava, apesar de mais rica em detalhes e de cores secundárias azul e preto, ao invés de vermelho e preto. Ela era bem alta, o máximo que eu atingia na ponta dos pés era abaixado de seus ombros. Ela abaixou a cabeça e olhou em minha direção a uma jarda de mim, depois balbuciou:
- Seja bem vinda, senhorita Juri; ao nosso templo.
- É-é uma honra, senhora... - gaguejei. Era mais uma mestra que me metia medo.
- Meu nome é Koikaze. É uma honra servi-la, senhorita... - curvou o corpo com a mão no peito, uma referência muito formal - E igualmente aos seus companheiros...
Haruhara tentou se manter sério ao notar como Tania o olhava, evitando então que seus olhares se encontrassem. As dançarinas se posicionaram atrás de sua mestra, conforme ela desenvolvia seu discurso:
- Nosso templo sempre os receberá de braços abertos, façam daqui seu segundo lar. Sem mais delongas, gostaríamos de lhes explicar detalhes importantes sobre os futuros eventos...
- Claro. Não quero ser impertinente, mas gostaria de pedir o máximo de informações possíveis - disse Roy, temeroso - Quanto mais rápido bolarmos uma estratégia, o quanto antes estaremos preparados e antecipados...
- Sim, você está certo meu jovem... - virou-se de costas - Estamos vivendo numa bomba-relógio... Cada segundo a partir deste instante é precioso. E nós, os Mestres Unkw, pretendemos explicar tudo isso a vocês. Por favor, acomodem-se próximos a nós...
Ela era muito educada e rapidamente ganhou meu respeito - não compreendia como alguém como Kei pudesse ser por tanto tempo aprendiz de Koikaze e não aprender nada com ela... Todos pegaram almofadas e se sentaram ao redor dos mestres, como crianças circundando os avós para ouvir suas histórias e palavras de sabedoria. A postura de cada um dos mestres ao sentar de pernas cruzadas era bem interessante e denotavam suas personalidades: Yagazami sorriu singelamente para mim com as mãos cruzadas. Koikaze apoiava-se nos joelhos com a postura ereta, e Haruhara era sutilmente encurvado - provavelmente pelo peso de seu forte e trabalhado peitoral. A mestra olhou para Yagazami, comentando:
- Eles estão cientes das informações do Mito?
- Fui bem informado que sim. - respondeu.
- E... Algo mais?
- ... Nada sórdido. - sua pausa tornou a frase carregada de mistério.
- Senhores, é uma honra repartir nossa sabedoria convosco. - direcionou a palavra à nós - Afim de que compreendam tudo, estamos dispostos a revelar nossos últimos segredos...
Haruhara tornou-se apreensivo, fechando os olhos e mordendo o lábio inferior. Os pupilos assistiam a tudo bastante impressionados, e os monges atrás de nós os escutavam atentamente. Tania notou a apreensão do amado, mas apenas o observou silenciosamente. Só depois poderia compreende-la...
- Primeiramente, nós três devemos revelar o maior dos NOSSOS segredos... - pausa, como se estivesse organizando os pensamentos. - Jovens humanos, nós três, os Mestres Taiko; não somos o que aparentamos ser.
- Hmm?... Mas como assim? - comentei, como se não tivesse desconfiada de nada.
- Nós não somos originalmente humanos... Em nossas vidas passadas, decidimos vir a este mundo nesta forma para nos integrar ao seu povo. - disse Yagazami - Nós três... Somos re-encarnações das Aves Lendárias de Kanto.
Nós ficamos chocados, apesar dos demais Unkws estarem consideravelmente calmos. Levei minha mão à boca, cobrindo-a com meu espanto. Eu sempre desconfiei que eles tinham algo misterioso, não só na energia poderosa emanada de seus corpos mas como na forma de agir, como se não estivessem acostumados com o mundo a sua volta ou mesmo não sabendo se expressar muito bem... Tania não desgrudava os olhos de Haruhara, que permanecia cabisbaixo e sério, desapontado consigo mesmo. Yagazami, Mestre Sacerdote do Gelo, era na verdade a ave Articuno. Koikaze, Mestra Dançarina, deveria ser a re-encarnação de Zapdos... Quanto à Haruhara, suas características se encaixavam perfeitamente às do semi-deus Moltres.
- Aves Lendárias... - disse Kenny, com os olhos arregalados - Meu deus...
- Sim, e viemos a este mundo com uma missão... Que é evitar que ele seja destruído. - Koikaze, explicando-se.
- Mas, como assim?! - exclamou Tania, com o humor já alterado - Como e porque disso tudo?!
- Peço que se acalme, senhorita... Tudo será explicado com todos os detalhes que vocês merecem ter.
Ela não queria nem olhar para ele... Apenas levou as mãos à boca e as lágrimas despencaram de seus olhos chorosos, nas bochechas que lentamente se tornavam avermelhadas. As Aves Lendárias de Kanto eram subordinadas de Lugia, como havia sido citado no mito. Este, apesar de rebaixado, continuava sendo um deus - logo, podia acompanhar tudo ao seu redor de forma onisciente. Lugia previu os desastres que Ho-oh traria a este mundo futuramente, e para nos proteger, ele ordenou que seus subordinados entrassem em contato com os monges Unkw. As palavras proferidas pelas aves eram um alerta: o mundo viria a ruir por causa humana e nas garras do furioso deus fênix.
Isso tudo acontecera a exatamente 20 anos atrás. O perigo era iminente, mas não aconteceria logo. Sem o luxo de poder entrar em pânico, os monges não tinham muito tempo para planejar o que poderia ser feito para evitar esta tragédia de dimenssões colossais. As aves então fizeram um pacto com os monges: encarnariam em bebês humanos, e viriam ao mundo inclusive no mesmo dia. Chuck adotara Haruhara como um filho e o criara com todo o carinho que um pai daria a um legítimo... Morty também dera a mesma criação devotada à Koikaze, mesmo que nsob a situação de pai solteiro. E Pryce teve a oportunidade de ter Yagazami como o próprio neto. Mas esta não foi a única medida a ser tomada...
Lugia precisaria ser invocado: apenas ele estava no nível de Ho-oh. Mas este papel não podia ser entregue a qualquer pessoa... Por ordem prévia das aves (que obedeciam as ordens de seu superior), foi mandado que o Gizo que invocava a presença de Lugia, o Wave Bell; fosse entregue ao meu Pai. Lugia, por alguma razão, acreditara que meu Pai seria a pessoa perfeita para invocá-lo no futuro. Mas como pode-se notar, nao foi bem isto o que aconteceu... Foi quando uma dúvida importantíssima surgiu em minha cabeça:
- Esperem um instante! - exclamei - Se Lugia havia designado meu pai para o papel de guardar o Wave Bell... Porque ele não me rejeitou? Ele tem vontade própria?
- ... - todos os mestres em silêncio.
- ... E se bastaria guardar o sino para que ele não caísse em mãos erradas, vocês mesmos, seguidores Unkw; não poderiam mantê-lo sobre sua proteção?
- ... Heh, heh. - riu Yagazami - Senhorita Juri... Só você poderia pensar tais coisas...
- Atenção todos! - disse Haruhara, com sua voz gravde - Nós, os Mestre Unkw... Nós mentimos. Nossas identidades não são nosso maior segredo...
Tensão. Até os monges se chocaram. Os pupilos ficaram aflitos, que tipo de segredo seria maior do que um semi-deus fingir ser humano?
Lugia havia tido uma segunda previsão: de que todo aquele caos seria trazido por uma organização maléfica. A 20 anos atrás, um ser humano sombrio de planos vis estava tentando reenguer o maior grupo terrotista que já se alastrara por Jotho, a Equipe Rocket. Lugia não sabia de seus objetivos, sabia apenas que eles trariam a ruína ao mundo. Quando os espíritos das aves ascenderam o Plano Espiritual, lugar onde as almas aguardam para voltar ao mundo e iniciar um novo ciclo, eles encontraram o espírito de Lugia ali.
- Nosso mestre planejava algo... - disse Koikaze - Então, ele nos contou como deveríamos proceder.
Lugia dividira seu espírito em dois: parte dele reencarnaria num ser humano, e a outra permaneceria adomercida nas profundezas do mar, apenas despertando quando sua outra metade surgisse e fosse realizado todo o ritual. Assim, para evitar que ele fosse invocado por qualquer pessoa, ele preparou o Wave Bell para funcionar apenas nas mãos de sua forma humana.
- ... Não... - senti o ar me faltando.
- Sei o que está imaginando, senhorita Juri. E sim, é tudo verdade... - concluiu Koikaze - Você tem dois espíritos dentro de você... O que é originalmente seu, e o do deus Lugia adormecido.
Eu não soube nem o que responder. Toda a minha vida passou diante dos meus olhos... Quantas pessoas sabiam daquilo? Será que os monges sabiam, será que minha mãe sabia? E o meu Pai?...
- Mas então, o que meu Pai tem haver com isto tudo?!
- Lugia estava temeroso demais, ele não sabia o real objetivo dos Rockets ou o que aconteceria para que ele viessem a engatilhar o fim do continente... Ele conhecia seu pai. Dias antes de você nascer e antes de ascender o Plano Espiritual, Lugia entrou em contato com ele. Ele explicou tudo... E dera uma missão ao seu pai.
- Uma missão?...
- Sim. Ele entregara ao seu pai a missão de proteger um lugar sagrado para os pokemons, uma espécie de Nirvana. Ele fica ao extremo norte do Monte Silver, a única porta de acesso para o lugar... Se os Rockets atingissem aquele paraíso, tudo ali seria devastado. Lugia confiava demais nele, acreditava ser o treinador mais capacitado para isso... Então, é isto o que realmente aconteceu, senhorita Juri.
- Monte Silver... - Kenny ficou pálido, seus olhos arregalaram e pareceu suar frio. Mas falou baixinho o suficiente para apenas eu entender suas palavras.
- Peço que não fique com rancor de seu pai, senhorita Juri... - Yagazami, preocupado - Graças a ele, os Rockets que tentaram invadir a Nirvana foram todo expulsos... Seu pai é uma pessoa incrível. E você também, Juri.
- ...
- Está se sentindo bem, senhorita? - disse Kouji, o percursionista, apoiando sua mão em meu ombro.
- Apenas... Informação demais... - disse, um pouco pensativa.
- Podemos ajudá-la... - disse Koikaze - Venha, vamos conversar. Rapazes, por favor nos acompanhem... Os demais, sintam-se à vontade. Mais tarde o almoço estará servido.
Um pouco tempo conversando com a sábia Koikaze e os dois percursionistas me ajudaram a entender as coisas, e poder finalmente entende-las e principalmente compreende-las. Entendi que eu continuava sendo eu mesma, a Juri de sempre - apenas tinha metade do espírito de um deus em mim. Mas por ela apenas se manifestar diante da outra, ela não tinha nenhuma influência sobre mim. Logo superei o choque e pude reerguer minha cabeça, sorrindo com ainda mais confiança. Koikaze mostrara seu rosto para mim neste momento, mostrando o seu sorriso também. Olhos azuis e um rosto afinado embelezavam seus lábios, e pude compreender que havia conseguido a confiança de Zapdos.
Okay, resumindo! Ho-oh e Lugia disputaram para ver quem seria o manda-chuva de Jotho. Ho-oh ganhou e Lugia ficou apenas em papel secundário, descansando em sua caverna e apenas observando. Ambos tinham subordinados: As Aves para Lugia, e os Cães para Ho-oh - que por sinal, controlavam os 5 elementos de Jotho. Todos os subordinados dos deuses tinham contato até frequente com os seguidores da religião Unkw, a mais antiga de Jotho, que preservava os ensinamentos, relíqueas, mitos e tradições ensinados pelos Unown, seres criados por Ho-oh.
Porém muitas atitudes humanas enfureceram o deus, e agora ele estaria disposto a acabar com tudo de uma vez - e estopim disso aconteceria, por alguma razão, pelos Rockets; que se reergueriam ainda mais fortes. Lugia previu isso, e para nos proteger, mandou que as Aves Lendárias contatassem os Unkws, agora reduzidos a números contados a dedo. Enquanto as Aves encarnavam em humanos, Lugia decidiu também enviar metade de seu espírito para encarnar em uma pessoa, afim de proteger o Wave Bell para que não caísse em mãos erradas. E também dera a missão ao meu genitor de proteger a Nirvana dos pokemons no Monte Silver, e por isso ele fugiu quando eu finalmente vim ao mundo... E deixara o Wave Bell para mim, entregue pelos Unkws que acreditavam que ELE era a pessoa escolhida.
Os anos passaram. Os mestres cresçeram, ganharam discípulos e passaram seus ensinamentos. Eu cresci e me preparei para o desafio de ser uma treinadora pokemon. A Equipe Rocket progredia de forma silenciosa e a cada dia mais forte, carregada de novas estratégias. Mas estamos aí, e seja qual for o objetivo deles, nós os deteríamos custe o que custasse! Nós e todo o continente defenderíamos nosso mundo, nosso lar. Após o término da revigorante conversa, pude me lembrar de Tania, e imagino se ela estaria bem mesmo depois do que acabara de ouvir da boca dos próprios mestres...
- - - - -
Ela estava no topo da torre, um telhado bem amplo e pontudo de fácil acesso, com telhas vermelhas que se encurvavam para dentro. O Sol era intenso entre as nuvens carregadas, e o vento balançava seus cabelos negros ao jogá-los para trás. Tania sentava num banco de madeira laqueada, feito com um tronco bem grosso e redondo partido ao meio, observando o lago diante de si. Por mais que estivesse perdida em seus pensamentos, ela pode sentir Haruhara se aproximando timidamente por trás, mas permaneceu calada esperando que ele dissesse algo.
- ... Tania... - ele começou, com sua grave voz retraída.
- O que você quer, Haruhara?... - ela respondeu chorosa, sentindo as lágrimas voltando com toda a força - Ou devo dizer... Moltres?
- Apenas conversar com você...
- Não temos nada a conversar. - ergueu-se, decidida - Toda a enorme confiança que eu tinha por você, você simplesmente esmagou entre seus dedos, queimou em suas chamas!!
- Não diga isso, por favor!... - franzia a testa, preocupadíssimo - O sentimento que tenho por você é muito forte, assim você me machuca!
- É mentira, tudo mentira! - ela levou as mãos a cabeça, entrando em desespero - Se fosse mesmo, teria dito para mim que era um semi-deus!!
Ela tentou ir para longe dele.
- Tania, não é assim que as coisas funcionam! - ele a segurou pela mão, facilmente alcançando-a apesar de seus passos largos - Só quero me escute, e que por favor compreenda!
- Por que só eu tenho que compreender você, Haruhara?! - gritou entre lágrimas - Por que não tenta me entender também?!
Tania, tomada pela raiva e desespero, fechou os punhos delicados e esmurrou o abdome forte de Haruhara com todas as suas forças. Isso não fazia nem cócegas nele, que apenas segurava seus pulsos sem aplicar força, quase como se pedisse para que ela fizesse aquilo. Conforme ela dizia frases sem sentido, ele jogava sua cabeça para trás com os olhos fechados, como se pudesse sentir todo o ódio dela pelos seus pulsos. Já sem forças ou fôlego para continuar batendo em vão, Tania sucumbiu sobre Haruhara.
- Por que você nao me contou, Haruhara? Por que?... - agora apenas chorava.
- Tania... Eu não poderia...
- Por que, você não confiava em mim?! Porque simplesmente não me contou tudo desde o início, eu poderia ajudar você!! - fez estardalhaço de novo, começando a bater nele novamente - Eu poderia ter ajudado!!
- EU NÃO QUERIA TE PERDER, TANIA!!
A frase dita daquela forma, naquele tom de voz tão grave e intimidador a ponto de nos fazer ouvir dos andares inferiores a paralisou. Seus olhos arregalados e chorosos se fixaram nos dele, igualmente molhados. De medo... Medo de perde-la. O único medo do semi-deus Moltres era perder o amor da humana Tania.
- Tania... - ajoelhou-se, ficando um pouco maior do que ela - Você é o bem mais preocioso de toda a minha vida! Anos passei preso numa caverna sombria... Nunca imaginei que seu mundo fosse me deixar tão maravilhado. Jamais me perdoaria se a perdesse por pura imprudência...
- Haruhara...
- Por favor me perdoe... Tania, seu perdão é tudo pra mim!...
- Ooh!... - o abraçou com força, chorando em seu ombro - Não consigo ficar assim com você, Haruhara! Por favor, volte pra mim...
- Nunca a abandonei, Tania... Nunca... - abraçou seu frágil corpo entre os quentes e fortes braços.
- Eu também nunca o abandonarei, Haruhara... Eu te amo.
- Eu também te amo, Tania...
Sentiu a mão da jovem segurando a sua. Ela a ergueu entre os dois corpos, tão diferentes um do outro, praticamente opostos. Sua mão bela e delicada se abriu por dentro da dele, tão grande e poderosa, até um pouco ferida pelo árduo treinamento ao qual ele se expunha todos os dias. Eles se olharam, e se comunicavam pelos profundos olhares e sorrisos satisfeitos. Sim, aquele era o sinal de que eles jamais se separariam... Se abraçaram novamente, Tania quase pode sentir o enorme coração palpitando de felicidade sob o peitoral largo e robusto do amado. Mal desconfiávam do que acontecia no andar debaixo...
- MESTRES!! MESTRES UNKWS, UMA CATÁSTROFE!! - surgiu um monge do Templo do Dragão, invadindo o salão com suas feições aterradas.
- Acalme-se, homem! - disse Yagazami, próximo da porta, conversando comigo, Roy e Kenny - O que aconteceu?
- A Equipe Rocket!! - disse, arfando, provavelmente subira os andares correndo - Eles invadiram a cidade de Goldenrod em pleno Sakuranbo, e estão expalhando destruição por todo o lugar!!
Não era possível... Agora eles haviam decidido tomar Goldenrod também? Esta era incomparávelmente grande em relação a Azalea, e se estavam mesmo arruaçando de forma tão alarmante, devia ser mesmo uma situação de risco! E em pleno Sakuranbo, os 3 dias de festejos que ocorrem logo após o Festival de Verão em Cianwood. A Polícia Federal estavam tentando controlar a situação, e mesmo instituições como o centro pokemon e o ginásio de Goldenrod haviam se mobilizado, de tal forma que até a população entrara na briga para defender-se. Um verdadeiro caos!
Tínhamos que fazer alguma coisa, e rápido. Tania não tinha pokemons voadores para levá-la rapidamente à Goldenrod, então eu, Roy e Kenny nos unimos para chegar lá o quanto antes. Os Unkws arranjariam um meio de chegar lá a tempo também, mas tínhamos que ir na frente. Roy subiu nas costas de seu Pelipper, e Kenny nas do seu grande e forte Charizard. Pigeot me carregava nas suas, preparado para encontrar os Rockets novamente... Eles haviam tomado conta da Estação de Rádio e TV ao mesmo tempo, e daquela vez eles não escapariam - fora que teriam que explicar MUITA COISA pra gente. Agora, íríamos cortar o mal pela raiz!
Agradeço também a todos que votaram nela como a Melhor Fanfic do Fórum, no tópico do Blzck! Aproveito e peço também que votem na sua enquete, e votem com consciência! Pelas fanfics do fórum!
Capítulo 8 - O Prelúdio de uma Catástrofe (Parte 2)
A cidade de Blackwood não me lembrava nada mais que uma grande Mahogany. As ruas não eram pavimentadas, muitas casinhas e instalações ainda eram bem tradicionais, igualmente sua população - apesar deles serem um pouco mais "hospitaleiros": ao invés de nos olhar com desconfiança, admiravam nossos trajes, pokemons entre outras coisas "modernas" que trouxéssemos conosco. Conforme eu, Kenny, Roy e Tania atravessávamos as estreitas ruas da cidade guiados pelas duas dançarinas, podíamos confirmar nossas expectativas sobre Blackwood ser um lugarejo simples e pacato, com uma suave aura energética cobrindo a vila com um manto de paz.
Logo atrás do onipotente Ginásio de Dragão, pertencente à líder Clair; estava um pequeno lago cercado pelas formações rochosas da Travessia de Gelo. No final dele, uma pequena abertura para o acesso da caverna podia ser vista numa pequena porção de terra. O Vaporeon de Rin entrou na água com tranquilidade, e ela seguida de sua companheira lentamente entraram na água também, apoiando-se as costas do pokemon aquático. Não tínhamos opção que não fosse atravessar o lago atrás delas... A Starmie de Kenny era tão grande e ampla que ele podia simplesmente sentar sobre suas costas e ela prosseguir como se fosse uma espécie de bote. Tania teve que entrar na fria água para atravessá-la nas costas de seu Laturn e Roy seguiu sobre Swampert. Eu fiz o mesmo com Feraligator, e por ter adquirido equilíbrio nas aulas de Surfe, prossegui sem precisar me molhar também. Porém mais tarde, perceberia de nada adiantaria evitar ensopar minhas roupas naquele momento...
Quando atravessamos a pequena passagem, percebemos que ela não levaria para o interior da Travessia de Gelo - e sim para outro lugar completamente diferente, como uma extensão de Blackthorn. Através da passagem, uma grande e ampla depressão nascia bem no meio da caverna. O céu ali parecia levemente mais escuro, e os ventos um pouco mais intensos... Escadas feitas no solo permitiam o acesso à parte mais inferior. Um grande lago se abria bem no meio da depressão, e suas águas eram muito violentas. No centro deste lago, um pequeno templo budista se erguia sobre firmes pilastras de madeira. Sua firme ponte o ligava com a terra, e bem alinhada à sua arquitetura, estava uma grande torre construída sobre a estrutura rochosa, com grandes escadas brotando do chão e rasgando o caminho de encontro à sua entrada. Nayru se virou para nós, dizendo:
- Sejam bem vindos ao nosso Templo Unkw. Por favor, peço que se livrem de todos os seus objetos e trajes desnecessários: devem se sentir livres do mundo material ao entrarem aqui...
- Não se preocupem, seus bens estarão protegidos no Templo do Dragão, logo ali embaixo - disse Rin, apontando para o pequeno templo no meio do lago - Prosseguiremos quando todos estiverem prontos.
Atravessar aquelas águas vis não foi fácil. Tania e Kenny andavam lado a lado para evitarem se dispersar. Porém, quando eu acabava de desçer uma onda, outra veio rapidamente em minha direção e me fez perder o equilíbrio, caindo das costas de Feraligator e sendo atingida pela água, que parecia me esbofetear com suas fortes ondas. Num piscar de olhos já estava muito longe de Feraligator. Roy, que vinha atrás ao me dar cobertura, se lançou na água e me puxou pelo braço, sendo que eu havia afundado e não sabia como voltar à superfície...
- Juri!! - ele exclamou, ofegante ao me apoiar nas costas de seu grande Swampert, que se esforçava para manter-se para fora d'água - Juri, apoie-se aqui!!
Feraligator veio até nós. Os dois amigos decidiram fazer o seguinte: nadariam colados um no outro, assim o espaço que eles formariam em suas largas costas seria o suficiente para manter nós dois sobre eles. Eu fazia muito esforço para respirar, e estava tremendo de frio... Assim atravessamos o perigoso lago, saltando no meio da ponte do Templo do Dragão, afim de que fôssemos levados às pressas para seu interior.
Os monges de lá não eram seguidores da religião Unkw, eram sacerdotes tradicionais. Eles nos ofereceram toalhas e casacos para que nos secássemos, mas para isso, tivemos que nos trocar em quartos. Os rapazes ficaram em um, e eu e Tania repartimos o mesmo. Era bem simples e aconchegante, considerando o bravio tempo do lado de fora da janela, que iluminava o quarto com os fortes raios de Sol. Conforme ia deixando meus itens e outros objetos organizados dentro da minha mochila, Tania fazia o mesmo com a dela. Virou-se para mim em certo momento, temerosa, já trajando apenas a parte inferior de sua roupa (que era uma peça só, como um short e regata de lycra unidos):
- Juri... Você se lembra daquele líder de Ginásio de Cianwood?... - disse corada, botando os cabelos curtos atrás da orelha.
- Ahã. O que tem ele?
- Haruhara é um dos Mestres Unkw, certo?... - seu olhar se arrastou pelo chão, cabisbaixa - Você acha que esses mestres podem se apaixonar, ou mesmo... Erm, se envolver com alguém?
- Iih, que papo é esse, Tania? - eu disse, olhando para ela.
- É que meu tio Chuck o cria desde quando ele era muito pequeno, e eu o via sempre que ia visitá-los em Cianwood... Nossa faixa etária era diferente, por isso não chegávamos a brincar juntos. Ele estava sempre tão sério para uma criança... Quase como se já tivesse uma mentalidade adulta, já bem desenvolvida. Tio Chuck nunca apoiou uma relação nossa como "primos", apesar de eu ser sua sobrinha legítima e Haruhara ser como um filho pra ele.
- Então vocês já se conheciam?
- Sim, faz muito tempo.
- E o que você quis dizer com aquilo?
Então ela me contou tudo. Aos 16, ele assumiu o posto como líder de ginásio, e Tania conseguira derrotá-lo. Naquele instante, conforme os anos passavam, ela começava a vê-lo, admirá-lo de uma forma diferente. E que às vezes ela podia sentir o quanto ele a via de forma diferente também. Talvez por conhecê-lo desde pequena, Tania nunca entendeu como as pessoas podiam temê-lo de forma tão irracional, como se estivesse acostumada à sua aura poderosa que, sem querer, impunha medo sobre as pessoas. Mesmo sua aparência não a amedrontava. Então, a cada ano que passava, ela ficava cada vez mais encantada por Haruhara, e ele por ela. Ela o via como um amuleto de proteção, como se ele afastasse tudo que há de ruim para longe... E ele a via como um grande mistério. Sim, era isso o que ele entendia por "Tania". Parecia um homem sábio, honrado, poderoso, mas não conseguia entende-lâ, simplesmente.
Eles estavam apaixonados perdidamente um pelo outro... Aproveitavam cada precioso segundo que tinham juntos nos poucos dias que se viam durante o ano. Mas era como se, apesar de estarem tão maravilhados um pelo outro, ainda estivessem muito inseguros. Apesar do tio não tratá-los como primos, ela sempre o viu como tal. Fora que, puxa, ele era tão mais velho, tão mais desenvolvido e experiente, normal alguém da idade dela temer estar envolvida com alguém como Haruhara... Por isso o meio mais confortável que eles encontraram para demonstrar seu amor um pelo outro não chegava a ser um beijo na bochecha, e sim longos e quentes abraços... Ela, porque não tinha coragem de beijá-lo. Ele, porque provavelmente nunca aprendera como fazê-lo.
De qualquer forma, eu dei todo o meu apoio à Tania, e que se fosse necessário quebrar barreiras sociais para seu amor fosse aceito, eu os ajudaria nisso. Apesar disso, eu sabia que havia perigo... Haruhara era mais velho e muito maior do que Tania. Essa era uma sonhadora nata, e adorava viajar em seus pensamentos românticos. Por ela ser assim, imaginei o quão fácil seria enganá-la, principalmente por ela ser de certa forma ingênua... E ainda mais por ser atraente. Só cabia a mim alertá-la, e esperar que tudo fosse como ela realmente descreveu ser para mim.
- - - - -
Minhas panturrilhas latejavam após as dezenas de degraus subidos à entrada do Templo Unkw. Fui apenas de top, minissaia jeans e os tênis - até minhas luvas e touca ficaram de lado. Kenny e Roy haviam apenas se libertado dos casacos e luvas também. Tania havía saído do quarto do jeito que eu havia a visto lá dentro.
A torre tinha a arquiterua muito famíliar, e só depois me dei conta que se tratava da mesma da Torre Incendiada de Ecruteak: as pilastras vermelhas, o chão de madeira laqueada, ornamentos ricamente decorados... Pude notar a admiração nas faces de meus colegas, principalmente o brilho nos olhos de Kenny - ele devia ter um gosto bem "refinado" para admirar o belo... Assim que subimos alguns degraus, seguindo as dançarinas na nossa frente, logo notamos que havíamos atingido o andar central da Torre.
Por alguma razão, tínhamos a sensação daquele andar ser mais amplo que os andares comuns. Era cheio de janelas com as persianas de bambu abertas, e uma bem grande no fundo com o mesmo estilo. Um grande e quadrado tapete de bambu cobria quase todo o chão, e estampado o símbolo dos Mestres. Dois grandes tambores com o mesmo símbolo estampado de vermelho nas grandes camadas de couro. Várias almofadas de diversos tamanhos e formas de tons arroxeados posicionadas com cuidado próximas as paredes e nos cantos da sala, indo em direção ao centro. Até a atmosfera era diferente das demais partes da torre.
Lá estavam nada menos que todos os seguidores Unkw: Os monges na parte central do saguão. Os mestres sentados sob 3 baixos, almofadados e circulares pedestais cada um localizados entre os tambores no fundo da sala com Kei próxima a eles. Os sacerdotes próximos aos percusionistas e verificando algo no forte braço de Chun, provavelmente com aquela região do corpo machucada ou dolorida...
- Tio! - exclamou Tania, ao ver o ex-líder de ginásio conversando com os outros dois.
- Tania! - disse o mesmo. Sua voz era forte, porém já mostrava sinais de envelhecimento. Seu sobrepeso tornava seu protuberante abdome bem destacado sobre as calças sujas de um fulgaz lutador - Minha sobrinha, que surpresa te ver!
- Cresceu bastante, Tania... - disse Morty, sorrindo singelamente ao ver os dois se abraçando - Da última vez que a vi você ainda era praticamente uma criança...
- É... - ela sorriu sem graça.
Todos pareciam ansiosos para nos ver. Morty estava vistoso e bem de saúde, como sempre. O mesmo já não podia se dizer do companheiro deles... O senhor Pryce já estava bem velhinho. Seus 80 e poucos anos de vida quase sempre expostos a temperaturas baixíssimas lhe fez mal aos ossos - por isso agora só podia se locomover por meio da cadeira-de-rodas. Tinha a pele e feições envelhecidas, seus cabelos calvos já eram bem esbranquiçados, mas esboçou um sorriso nos finos e secos lábios quando me viu. Pareceu ficar bem radiante neste momento.
- Então, és a senhorita Juri? - disse, com sua voz envelhecida.
- Sim, senhor... É uma honra conhecê-lo.
- Eu que o diga, minha jovem. Por favor, aproximem-se.
As dançarinas foram para perto de Kei, que virou o corpo na minha direção quase como se pudesse realmente me ver... Fomos muito bem recebidos e cumprimentados pelos seguidores Unkw, eles ficaram muito felizes com o fato de, agora, eu ter apoio sólido. Meus parceiros se sentiram muito confortáveis ali, já não tão mais surpresos ou deslocados... Isso era bom, era ótimo. Mas Kei, para variar, ficava apenas calada, na sua. Imagino o que se passa na mente de alguém como ela. De repente, as dançarinas (que estavam paradas diante do pedestal central) abrem espaço para os lados e revelam um vulto misterioso. A pessoa se ergue e logo os outros dois mestres também, e vem andando em minha direção. Era uma mulher, muito bonita por sinal - e se estava sentada entre eles e todos os membros religiosos estavam presentes, pude apenas supor uma coisa: que aquela pessoa seria o Terceiro Mestre Taiko, a Mestra Dançarina.
Até hoje em dia é extremamente difícil para mim definir aquela mulher. É difícil descrever seus trajes quase tribais, sua postura misteriosa e séria, a energia que emanava - apesar de bastante similar à dos demais mestres... Posso dizer que muito de Kei era espelhado nela, principalmente a máscara que ela usava, apesar de mais rica em detalhes e de cores secundárias azul e preto, ao invés de vermelho e preto. Ela era bem alta, o máximo que eu atingia na ponta dos pés era abaixado de seus ombros. Ela abaixou a cabeça e olhou em minha direção a uma jarda de mim, depois balbuciou:
- Seja bem vinda, senhorita Juri; ao nosso templo.
- É-é uma honra, senhora... - gaguejei. Era mais uma mestra que me metia medo.
- Meu nome é Koikaze. É uma honra servi-la, senhorita... - curvou o corpo com a mão no peito, uma referência muito formal - E igualmente aos seus companheiros...
Haruhara tentou se manter sério ao notar como Tania o olhava, evitando então que seus olhares se encontrassem. As dançarinas se posicionaram atrás de sua mestra, conforme ela desenvolvia seu discurso:
- Nosso templo sempre os receberá de braços abertos, façam daqui seu segundo lar. Sem mais delongas, gostaríamos de lhes explicar detalhes importantes sobre os futuros eventos...
- Claro. Não quero ser impertinente, mas gostaria de pedir o máximo de informações possíveis - disse Roy, temeroso - Quanto mais rápido bolarmos uma estratégia, o quanto antes estaremos preparados e antecipados...
- Sim, você está certo meu jovem... - virou-se de costas - Estamos vivendo numa bomba-relógio... Cada segundo a partir deste instante é precioso. E nós, os Mestres Unkw, pretendemos explicar tudo isso a vocês. Por favor, acomodem-se próximos a nós...
Ela era muito educada e rapidamente ganhou meu respeito - não compreendia como alguém como Kei pudesse ser por tanto tempo aprendiz de Koikaze e não aprender nada com ela... Todos pegaram almofadas e se sentaram ao redor dos mestres, como crianças circundando os avós para ouvir suas histórias e palavras de sabedoria. A postura de cada um dos mestres ao sentar de pernas cruzadas era bem interessante e denotavam suas personalidades: Yagazami sorriu singelamente para mim com as mãos cruzadas. Koikaze apoiava-se nos joelhos com a postura ereta, e Haruhara era sutilmente encurvado - provavelmente pelo peso de seu forte e trabalhado peitoral. A mestra olhou para Yagazami, comentando:
- Eles estão cientes das informações do Mito?
- Fui bem informado que sim. - respondeu.
- E... Algo mais?
- ... Nada sórdido. - sua pausa tornou a frase carregada de mistério.
- Senhores, é uma honra repartir nossa sabedoria convosco. - direcionou a palavra à nós - Afim de que compreendam tudo, estamos dispostos a revelar nossos últimos segredos...
Haruhara tornou-se apreensivo, fechando os olhos e mordendo o lábio inferior. Os pupilos assistiam a tudo bastante impressionados, e os monges atrás de nós os escutavam atentamente. Tania notou a apreensão do amado, mas apenas o observou silenciosamente. Só depois poderia compreende-la...
- Primeiramente, nós três devemos revelar o maior dos NOSSOS segredos... - pausa, como se estivesse organizando os pensamentos. - Jovens humanos, nós três, os Mestres Taiko; não somos o que aparentamos ser.
- Hmm?... Mas como assim? - comentei, como se não tivesse desconfiada de nada.
- Nós não somos originalmente humanos... Em nossas vidas passadas, decidimos vir a este mundo nesta forma para nos integrar ao seu povo. - disse Yagazami - Nós três... Somos re-encarnações das Aves Lendárias de Kanto.
Nós ficamos chocados, apesar dos demais Unkws estarem consideravelmente calmos. Levei minha mão à boca, cobrindo-a com meu espanto. Eu sempre desconfiei que eles tinham algo misterioso, não só na energia poderosa emanada de seus corpos mas como na forma de agir, como se não estivessem acostumados com o mundo a sua volta ou mesmo não sabendo se expressar muito bem... Tania não desgrudava os olhos de Haruhara, que permanecia cabisbaixo e sério, desapontado consigo mesmo. Yagazami, Mestre Sacerdote do Gelo, era na verdade a ave Articuno. Koikaze, Mestra Dançarina, deveria ser a re-encarnação de Zapdos... Quanto à Haruhara, suas características se encaixavam perfeitamente às do semi-deus Moltres.
- Aves Lendárias... - disse Kenny, com os olhos arregalados - Meu deus...
- Sim, e viemos a este mundo com uma missão... Que é evitar que ele seja destruído. - Koikaze, explicando-se.
- Mas, como assim?! - exclamou Tania, com o humor já alterado - Como e porque disso tudo?!
- Peço que se acalme, senhorita... Tudo será explicado com todos os detalhes que vocês merecem ter.
Ela não queria nem olhar para ele... Apenas levou as mãos à boca e as lágrimas despencaram de seus olhos chorosos, nas bochechas que lentamente se tornavam avermelhadas. As Aves Lendárias de Kanto eram subordinadas de Lugia, como havia sido citado no mito. Este, apesar de rebaixado, continuava sendo um deus - logo, podia acompanhar tudo ao seu redor de forma onisciente. Lugia previu os desastres que Ho-oh traria a este mundo futuramente, e para nos proteger, ele ordenou que seus subordinados entrassem em contato com os monges Unkw. As palavras proferidas pelas aves eram um alerta: o mundo viria a ruir por causa humana e nas garras do furioso deus fênix.
Isso tudo acontecera a exatamente 20 anos atrás. O perigo era iminente, mas não aconteceria logo. Sem o luxo de poder entrar em pânico, os monges não tinham muito tempo para planejar o que poderia ser feito para evitar esta tragédia de dimenssões colossais. As aves então fizeram um pacto com os monges: encarnariam em bebês humanos, e viriam ao mundo inclusive no mesmo dia. Chuck adotara Haruhara como um filho e o criara com todo o carinho que um pai daria a um legítimo... Morty também dera a mesma criação devotada à Koikaze, mesmo que nsob a situação de pai solteiro. E Pryce teve a oportunidade de ter Yagazami como o próprio neto. Mas esta não foi a única medida a ser tomada...
Lugia precisaria ser invocado: apenas ele estava no nível de Ho-oh. Mas este papel não podia ser entregue a qualquer pessoa... Por ordem prévia das aves (que obedeciam as ordens de seu superior), foi mandado que o Gizo que invocava a presença de Lugia, o Wave Bell; fosse entregue ao meu Pai. Lugia, por alguma razão, acreditara que meu Pai seria a pessoa perfeita para invocá-lo no futuro. Mas como pode-se notar, nao foi bem isto o que aconteceu... Foi quando uma dúvida importantíssima surgiu em minha cabeça:
- Esperem um instante! - exclamei - Se Lugia havia designado meu pai para o papel de guardar o Wave Bell... Porque ele não me rejeitou? Ele tem vontade própria?
- ... - todos os mestres em silêncio.
- ... E se bastaria guardar o sino para que ele não caísse em mãos erradas, vocês mesmos, seguidores Unkw; não poderiam mantê-lo sobre sua proteção?
- ... Heh, heh. - riu Yagazami - Senhorita Juri... Só você poderia pensar tais coisas...
- Atenção todos! - disse Haruhara, com sua voz gravde - Nós, os Mestre Unkw... Nós mentimos. Nossas identidades não são nosso maior segredo...
Tensão. Até os monges se chocaram. Os pupilos ficaram aflitos, que tipo de segredo seria maior do que um semi-deus fingir ser humano?
Lugia havia tido uma segunda previsão: de que todo aquele caos seria trazido por uma organização maléfica. A 20 anos atrás, um ser humano sombrio de planos vis estava tentando reenguer o maior grupo terrotista que já se alastrara por Jotho, a Equipe Rocket. Lugia não sabia de seus objetivos, sabia apenas que eles trariam a ruína ao mundo. Quando os espíritos das aves ascenderam o Plano Espiritual, lugar onde as almas aguardam para voltar ao mundo e iniciar um novo ciclo, eles encontraram o espírito de Lugia ali.
- Nosso mestre planejava algo... - disse Koikaze - Então, ele nos contou como deveríamos proceder.
Lugia dividira seu espírito em dois: parte dele reencarnaria num ser humano, e a outra permaneceria adomercida nas profundezas do mar, apenas despertando quando sua outra metade surgisse e fosse realizado todo o ritual. Assim, para evitar que ele fosse invocado por qualquer pessoa, ele preparou o Wave Bell para funcionar apenas nas mãos de sua forma humana.
- ... Não... - senti o ar me faltando.
- Sei o que está imaginando, senhorita Juri. E sim, é tudo verdade... - concluiu Koikaze - Você tem dois espíritos dentro de você... O que é originalmente seu, e o do deus Lugia adormecido.
Eu não soube nem o que responder. Toda a minha vida passou diante dos meus olhos... Quantas pessoas sabiam daquilo? Será que os monges sabiam, será que minha mãe sabia? E o meu Pai?...
- Mas então, o que meu Pai tem haver com isto tudo?!
- Lugia estava temeroso demais, ele não sabia o real objetivo dos Rockets ou o que aconteceria para que ele viessem a engatilhar o fim do continente... Ele conhecia seu pai. Dias antes de você nascer e antes de ascender o Plano Espiritual, Lugia entrou em contato com ele. Ele explicou tudo... E dera uma missão ao seu pai.
- Uma missão?...
- Sim. Ele entregara ao seu pai a missão de proteger um lugar sagrado para os pokemons, uma espécie de Nirvana. Ele fica ao extremo norte do Monte Silver, a única porta de acesso para o lugar... Se os Rockets atingissem aquele paraíso, tudo ali seria devastado. Lugia confiava demais nele, acreditava ser o treinador mais capacitado para isso... Então, é isto o que realmente aconteceu, senhorita Juri.
- Monte Silver... - Kenny ficou pálido, seus olhos arregalaram e pareceu suar frio. Mas falou baixinho o suficiente para apenas eu entender suas palavras.
- Peço que não fique com rancor de seu pai, senhorita Juri... - Yagazami, preocupado - Graças a ele, os Rockets que tentaram invadir a Nirvana foram todo expulsos... Seu pai é uma pessoa incrível. E você também, Juri.
- ...
- Está se sentindo bem, senhorita? - disse Kouji, o percursionista, apoiando sua mão em meu ombro.
- Apenas... Informação demais... - disse, um pouco pensativa.
- Podemos ajudá-la... - disse Koikaze - Venha, vamos conversar. Rapazes, por favor nos acompanhem... Os demais, sintam-se à vontade. Mais tarde o almoço estará servido.
Um pouco tempo conversando com a sábia Koikaze e os dois percursionistas me ajudaram a entender as coisas, e poder finalmente entende-las e principalmente compreende-las. Entendi que eu continuava sendo eu mesma, a Juri de sempre - apenas tinha metade do espírito de um deus em mim. Mas por ela apenas se manifestar diante da outra, ela não tinha nenhuma influência sobre mim. Logo superei o choque e pude reerguer minha cabeça, sorrindo com ainda mais confiança. Koikaze mostrara seu rosto para mim neste momento, mostrando o seu sorriso também. Olhos azuis e um rosto afinado embelezavam seus lábios, e pude compreender que havia conseguido a confiança de Zapdos.
Okay, resumindo! Ho-oh e Lugia disputaram para ver quem seria o manda-chuva de Jotho. Ho-oh ganhou e Lugia ficou apenas em papel secundário, descansando em sua caverna e apenas observando. Ambos tinham subordinados: As Aves para Lugia, e os Cães para Ho-oh - que por sinal, controlavam os 5 elementos de Jotho. Todos os subordinados dos deuses tinham contato até frequente com os seguidores da religião Unkw, a mais antiga de Jotho, que preservava os ensinamentos, relíqueas, mitos e tradições ensinados pelos Unown, seres criados por Ho-oh.
Porém muitas atitudes humanas enfureceram o deus, e agora ele estaria disposto a acabar com tudo de uma vez - e estopim disso aconteceria, por alguma razão, pelos Rockets; que se reergueriam ainda mais fortes. Lugia previu isso, e para nos proteger, mandou que as Aves Lendárias contatassem os Unkws, agora reduzidos a números contados a dedo. Enquanto as Aves encarnavam em humanos, Lugia decidiu também enviar metade de seu espírito para encarnar em uma pessoa, afim de proteger o Wave Bell para que não caísse em mãos erradas. E também dera a missão ao meu genitor de proteger a Nirvana dos pokemons no Monte Silver, e por isso ele fugiu quando eu finalmente vim ao mundo... E deixara o Wave Bell para mim, entregue pelos Unkws que acreditavam que ELE era a pessoa escolhida.
Os anos passaram. Os mestres cresçeram, ganharam discípulos e passaram seus ensinamentos. Eu cresci e me preparei para o desafio de ser uma treinadora pokemon. A Equipe Rocket progredia de forma silenciosa e a cada dia mais forte, carregada de novas estratégias. Mas estamos aí, e seja qual for o objetivo deles, nós os deteríamos custe o que custasse! Nós e todo o continente defenderíamos nosso mundo, nosso lar. Após o término da revigorante conversa, pude me lembrar de Tania, e imagino se ela estaria bem mesmo depois do que acabara de ouvir da boca dos próprios mestres...
- - - - -
Ela estava no topo da torre, um telhado bem amplo e pontudo de fácil acesso, com telhas vermelhas que se encurvavam para dentro. O Sol era intenso entre as nuvens carregadas, e o vento balançava seus cabelos negros ao jogá-los para trás. Tania sentava num banco de madeira laqueada, feito com um tronco bem grosso e redondo partido ao meio, observando o lago diante de si. Por mais que estivesse perdida em seus pensamentos, ela pode sentir Haruhara se aproximando timidamente por trás, mas permaneceu calada esperando que ele dissesse algo.
- ... Tania... - ele começou, com sua grave voz retraída.
- O que você quer, Haruhara?... - ela respondeu chorosa, sentindo as lágrimas voltando com toda a força - Ou devo dizer... Moltres?
- Apenas conversar com você...
- Não temos nada a conversar. - ergueu-se, decidida - Toda a enorme confiança que eu tinha por você, você simplesmente esmagou entre seus dedos, queimou em suas chamas!!
- Não diga isso, por favor!... - franzia a testa, preocupadíssimo - O sentimento que tenho por você é muito forte, assim você me machuca!
- É mentira, tudo mentira! - ela levou as mãos a cabeça, entrando em desespero - Se fosse mesmo, teria dito para mim que era um semi-deus!!
Ela tentou ir para longe dele.
- Tania, não é assim que as coisas funcionam! - ele a segurou pela mão, facilmente alcançando-a apesar de seus passos largos - Só quero me escute, e que por favor compreenda!
- Por que só eu tenho que compreender você, Haruhara?! - gritou entre lágrimas - Por que não tenta me entender também?!
Tania, tomada pela raiva e desespero, fechou os punhos delicados e esmurrou o abdome forte de Haruhara com todas as suas forças. Isso não fazia nem cócegas nele, que apenas segurava seus pulsos sem aplicar força, quase como se pedisse para que ela fizesse aquilo. Conforme ela dizia frases sem sentido, ele jogava sua cabeça para trás com os olhos fechados, como se pudesse sentir todo o ódio dela pelos seus pulsos. Já sem forças ou fôlego para continuar batendo em vão, Tania sucumbiu sobre Haruhara.
- Por que você nao me contou, Haruhara? Por que?... - agora apenas chorava.
- Tania... Eu não poderia...
- Por que, você não confiava em mim?! Porque simplesmente não me contou tudo desde o início, eu poderia ajudar você!! - fez estardalhaço de novo, começando a bater nele novamente - Eu poderia ter ajudado!!
- EU NÃO QUERIA TE PERDER, TANIA!!
A frase dita daquela forma, naquele tom de voz tão grave e intimidador a ponto de nos fazer ouvir dos andares inferiores a paralisou. Seus olhos arregalados e chorosos se fixaram nos dele, igualmente molhados. De medo... Medo de perde-la. O único medo do semi-deus Moltres era perder o amor da humana Tania.
- Tania... - ajoelhou-se, ficando um pouco maior do que ela - Você é o bem mais preocioso de toda a minha vida! Anos passei preso numa caverna sombria... Nunca imaginei que seu mundo fosse me deixar tão maravilhado. Jamais me perdoaria se a perdesse por pura imprudência...
- Haruhara...
- Por favor me perdoe... Tania, seu perdão é tudo pra mim!...
- Ooh!... - o abraçou com força, chorando em seu ombro - Não consigo ficar assim com você, Haruhara! Por favor, volte pra mim...
- Nunca a abandonei, Tania... Nunca... - abraçou seu frágil corpo entre os quentes e fortes braços.
- Eu também nunca o abandonarei, Haruhara... Eu te amo.
- Eu também te amo, Tania...
Sentiu a mão da jovem segurando a sua. Ela a ergueu entre os dois corpos, tão diferentes um do outro, praticamente opostos. Sua mão bela e delicada se abriu por dentro da dele, tão grande e poderosa, até um pouco ferida pelo árduo treinamento ao qual ele se expunha todos os dias. Eles se olharam, e se comunicavam pelos profundos olhares e sorrisos satisfeitos. Sim, aquele era o sinal de que eles jamais se separariam... Se abraçaram novamente, Tania quase pode sentir o enorme coração palpitando de felicidade sob o peitoral largo e robusto do amado. Mal desconfiávam do que acontecia no andar debaixo...
- MESTRES!! MESTRES UNKWS, UMA CATÁSTROFE!! - surgiu um monge do Templo do Dragão, invadindo o salão com suas feições aterradas.
- Acalme-se, homem! - disse Yagazami, próximo da porta, conversando comigo, Roy e Kenny - O que aconteceu?
- A Equipe Rocket!! - disse, arfando, provavelmente subira os andares correndo - Eles invadiram a cidade de Goldenrod em pleno Sakuranbo, e estão expalhando destruição por todo o lugar!!
Não era possível... Agora eles haviam decidido tomar Goldenrod também? Esta era incomparávelmente grande em relação a Azalea, e se estavam mesmo arruaçando de forma tão alarmante, devia ser mesmo uma situação de risco! E em pleno Sakuranbo, os 3 dias de festejos que ocorrem logo após o Festival de Verão em Cianwood. A Polícia Federal estavam tentando controlar a situação, e mesmo instituições como o centro pokemon e o ginásio de Goldenrod haviam se mobilizado, de tal forma que até a população entrara na briga para defender-se. Um verdadeiro caos!
Tínhamos que fazer alguma coisa, e rápido. Tania não tinha pokemons voadores para levá-la rapidamente à Goldenrod, então eu, Roy e Kenny nos unimos para chegar lá o quanto antes. Os Unkws arranjariam um meio de chegar lá a tempo também, mas tínhamos que ir na frente. Roy subiu nas costas de seu Pelipper, e Kenny nas do seu grande e forte Charizard. Pigeot me carregava nas suas, preparado para encontrar os Rockets novamente... Eles haviam tomado conta da Estação de Rádio e TV ao mesmo tempo, e daquela vez eles não escapariam - fora que teriam que explicar MUITA COISA pra gente. Agora, íríamos cortar o mal pela raiz!
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