[PARTE FINAL] Dangan Ronpa: RE - ESCAPE FROM PLASTIC BEACH

-Ah mas é claro, uhum... Russel segurava o jornal com mais força.


-Ah claro, fui EU que escolhi que os capangas idiotas de Ptah entrassem no navio no qual eu estava e afundassem ele, fui EU que escolhi ficar dois meses no mar a deriva em um bote de resgate pra parar nessa ilha controlada por um idiota interdimensional com time loops, E FUI EU, EU QUE ESCOLHI VER TODA A MORTE, SOFRIMENTO E DESGRAÇA ACONTECER AQUI NÃO É MESMO?! Com certeza EU vou estar mentindo pra todos vocês... EU com certeza sou o mastermind e escolhi nos fazer passar por tudo isso não é mesmo em?! Russel se levantava e chuta a escrivaninha, virando-a de cabeça pra baixo e quebrando mais molduras de fotos, ele se virava para a cadeira luxosa de couro e com uma levantada a atirava pela janela, lá se vai o couro chique.


-Vai, procura sua merda de evidencia, ache ai todos os meus planos maléficos de dominação mundia vai... Tch.
Russel saia da sala pisoteando as coisas e ia pro quarto sem nada.

- Que mancada Kenjiro... Vou falar com o Russel, ele já passou por muita coisa aqui, você não viu nada disso, o desespero que ele teve ao ver a Yukari morta, todos sofremos mas ele sofreu mais, principalmente porque o culpado pela morte dela foi o Johan... Ele é um cara legal, você devia aprender a tratar as pessoas como pessoas antes de sair acusando elas assim

Olhei no chão, e peguei uma foto da Yukari... Fui sair da sala e bati meu dedo mindinho na escrivaninha, está doendo muito... SÉRIO MANO QUE DOR! Eu poderia gritar agora mas não é pra tanto... Finalmente alcancei o Russel

- Ei Russel, espera aí... O Kenjiro não sabe o que fala, mesmo eu não sendo a pessoa com quem você mais conversou, ainda somos amigos e eu acredito em você... Vamos abrir alguma outra porta juntos?  A é peguei uma coisa que eu acho que você vai gostar

Sorri pra ele do jeito que eu sorrio pra todo mundo e entreguei a foto da Yukari que peguei no escritório

- Não... Nada do tipo... - Shelly responde a pergunta que Lee fez na última página. - Papai desapareceu bem antes disso tudo começar...


- Quando eu tinha só 8 anos, Papai foi convocado para uma missão muito importante. Você sabe, ele era engenheiro do exército, certo? Essa gandola que eu uso costumava ser dele. - Ela sacode um pouco o tecido de seu uniforme. - A missão era secreta, então ele não contou nem a mim nem a Mamãe o que ele estava indo fazer, só que ele voltaria logo. Passou-se um mês, então dois, e quando eu reparei já haviam passado seis meses. O exército negou qualquer detalhe da existência da missão em que ele saiu. Mamãe pensou... Ela assumiu que Papai teria morrido na missão, mas... Eu sei que isso não é verdade.


- Os anos passaram e ele não voltou. Como ele estava demorando, resolvi eu mesma sair para procurá-lo. Assim que eu sair dessa ilha... Eu vou encontrá-lo, Lee. E eu vou devolver essa gandola para ele.

Shelly pega as margaridas das mãos de Lee e as coloca de volta cuidadosamente em cima da escrivaninha.


- Se você não se importa, Lee... Eu gostaria de dar mais uma olhada nesse quarto. Você poderia ver o que houve de errado com o Russel? Eu ouvi ele gritando agora há pouco.

- Ele reagiu exatamente como eu esperava... - dizia para mim mesmo, ignorando o jovem musculoso que saia em seguida. - Não esperava que ele fosse chutar a escrivaninha, mas o resultado foi aceitável.

Virava-me para a mobília derrubada, antes de olhar qualquer coisa retirava uma foto de um dos porta-retratos e guardava comigo, podia ouvir a conversa de Kevin e Russel do lado de fora e algo que não sentiria era remorso, minhas ações calculadas agora faziam efeito e podia averiguar o conteúdo do quarto sem o entregador atrapalhando.

- Oh, Shelly. - Lee a enrolava em seus braços, dando um abraço confortante. Ele fazia aquilo mais por ele do que por ela. Ser um homem com imagem de barra pesada é algo que não envolve abraços. Lee não dava ou recebia um há tempos. - Sinto muito.

Ele a largava, se afastando um pouco, tentando entender o que havia feito.

- Ahn, eu vou ver o Russel. Boa... Boa sorte com o que você vai fazer.

Lee deixava a sala. Ele via Kevin acudindo Russel, e logo resolvia falar com Kenjiro. Entrava na sala o encarando. Caminhava em passos largos e logo o prensava na parede, apertando sua garganta. Seus olhos estavam escuros, como o da besta.

- Você vai me dizer o que estava fazendo nesse tempo todo agora.

Lee apertava minha garganta, sua chegada fora repentina mas não estava surpreso, sabia que esse momento chegaria e apenas o encarei de volta:

- Com o devido respeito, mas não lhe devo qualquer satisfação. - Dizia mantendo minha expressão inabalável - Aquilo ficou para trás  e espero que você não me atormente com perguntas.

- Você não tem medo de morrer?

Lee apertava mais. Kenjiro começava a ficar vermelho.

- A verdade é o exato... oposto. - Dizia sentindo o ar em meus pulmões acabando - Achei... achei que teria mais chances de permanecer vivo me afastando de todos, era mais seguro para ambos os lados.

- ONDE VOCÊ ESTAVA?

Lee iria matar Kenjiro. AI MEU DEUS ISSO NÃO PODE ESTAR ACONTECENDO. VAMOS KENJIRO, FALE DE UMA VEZ.

- ...Per...to. - dizia sentindo dificuldade em falar, seu corpo na parecia mais querer responde-lo e suas mãos, que antes seguravam as de Lee, caiam com a falta de força - Na... floresta... por perto... observando... por favor.

Sentia que mais nada poderia falar, minha boca se abria mas apenas grunhidos saiam, seria aquele o fim?

- Lee... - Com o pouco ar que havia respirado podia sentir os pensamentos se alinhando e tudo ficando mais claro - Mas que merda...?

Levantava-me com esforço, não sabia o que havia acontecido mas precisava descobrir, saia do escritório mantendo-me nos corredores para recuperar a compostura, mas observando Lee a distância.

Russel se levantava para ver o que Lee tanto queria.

-Que foi?